15 DE ABRIL DE 2025
8ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: GILMACI SANTOS e ANDRÉ DO PRADO
Secretaria: CARLOS CEZAR e THIAGO AURICCHIO
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência e abre a sessão às 17h14min. Coloca em votação o PL 164/25, salvo emendas.
2 - CARLOS GIANNAZI
Encaminha a votação do PL 164/25, salvo emendas, em nome da Federação PSOL REDE.
3 - DONATO
Solicita verificação de presença.
4 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.
5 - BETH SAHÃO
Encaminha a votação do PL 164/25, salvo emendas, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
6 - GUILHERME CORTEZ
Encaminha a votação do PL 164/25, salvo emendas, em nome da Minoria.
7 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Assume a Presidência.
8 - PAULO FIORILO
Encaminha a votação do PL 164/25, salvo emendas, em nome da Minoria.
9 - PAULO MANSUR
Encaminha a votação do PL 164/25, salvo emendas, em nome do PL.
10 - MARCELO AGUIAR
Para comunicação, faz pronunciamento.
11 - ORTIZ JUNIOR
Encaminha a votação do PL 164/25, salvo emendas, em nome da Federação PSDB Cidadania.
12 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Coloca em votação e declara aprovado o PL 164/25, salvo emendas.
13 - DONATO
Solicita verificação de votação.
14 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feito o processo de verificação de votação, pelo sistema eletrônico.
15 - DONATO
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
16 - CARLOS CEZAR
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PL.
17 - DR. EDUARDO NÓBREGA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Podemos.
18 - DANILO CAMPETTI
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Republicanos.
19 - ANDRÉA WERNER
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSB.
20 - ROGÉRIO NOGUEIRA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSDB Cidadania.
21 - GUILHERME CORTEZ
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSOL REDE.
22 - OSEIAS DE MADUREIRA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSD.
23 - MARCIO NAKASHIMA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PDT.
24 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Registra as manifestações. Anuncia o resultado da verificação de votação, que confirma a aprovação do PL 164/25, salvo emendas. Coloca em votação e declara rejeitadas, englobadamente, as emendas nºs 1 a 9 ao PL 164/25.
25 - DONATO
Declara voto favorável às emendas, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
26 - GUILHERME CORTEZ
Declara voto favorável às emendas, em nome da Federação PSOL REDE.
27 - GILMACI SANTOS
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
28 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Anota o pedido.
29 - PAULO FIORILO
Para comunicação, faz pronunciamento.
30 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Responde à fala do deputado Paulo Fiorilo.
31 - PAULO FIORILO
Para comunicação, faz pronunciamento.
32 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Responde à fala do deputado Paulo Fiorilo.
33 - CAPITÃO TELHADA
Para comunicação, faz pronunciamento.
34 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido do deputado Gilmaci Santos. Levanta a sessão às 18h23min.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr.
Gilmaci Santos.
* * *
- Passa-se à
ORDEM DO DIA
* * *
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Presente
o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de
Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata
da sessão anterior. Ordem do Dia.
Proposições em Regime de Urgência,
votação do Projeto de lei nº 164, de 2025, de autoria do Sr. Governador, com
requerimento de votação aprovado.
Em votação.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para encaminhar pela liderança do PSOL.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela
ordem, deputado Carlos Giannazi.
Em votação o projeto salvo emendas.
Deputado, não entendi. Para encaminhar?
Encaminhado o projeto salvo emendas. Tem V. Exa. o tempo regimental, pela
liderança do PSOL.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Gilmaci Santos, Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV
Assembleia.
Em primeiro
lugar, Sr. Presidente, eu gostaria de manifestar o nosso total apoio aqui à
greve dos servidores e servidoras de Praia Grande, que estão em greve na luta
salarial, que foram golpeados pela Prefeitura, porque estavam no processo de
negociação, inclusive com a mediação do Tribunal do Trabalho, TRT, e foram
surpreendidos com o envio de um projeto de lei, sem que houvesse a negociação,
sem que houvesse o término da conversação com o sindicato.
E o projeto foi
aprovado às pressas, ontem, com o reajuste que está muito aquém de atender as
verdadeiras necessidades e interesses dos servidores e servidoras de Praia
Grande, que estão com os salários arrochados e defasados.
Então, todo o
nosso apoio aqui da tribuna da Assembleia Legislativa a essa greve, a esse
movimento muito importante de valorização dos servidores do município de Praia
Grande. E faço aqui um apelo ao prefeito, para que atenda corretamente as
reivindicações, todas as reivindicações dos servidores e servidoras.
Sr. Presidente,
nós estamos aqui votando mais um projeto privatista, mais um projeto da
privataria bolso-tucana, do governador Tarcísio de Freitas, que intensifica,
que aumenta ainda mais as privatizações históricas do estado de São Paulo, que
eram organizadas pelo PSDB, pelo tucanato, pelo tucanistão, que esse governo
tanto criticou no passado.
O Governo
Tarcísio e a extrema-direita aqui do estado de São Paulo sempre criticou os
governos do PSDB, mas agora estão abraçando a pauta privatista e
intensificando. O governador do estado de São Paulo, o governador Tarcísio de
Freitas, um governo da extrema-direita, está privatizando tudo, está vendendo
São Paulo.
O governador
transformou o estado de São Paulo, o governo estadual, o Palácio dos Bandeirantes,
numa imobiliária, e ele virou não governador, mas ele se transformou num
corretor de imóveis.
Ele está
vendendo tudo, privatizando estradas, introduzindo agora, está criando,
implantando mais de 100 pedágios no estado de São Paulo, em várias regiões. Na
Baixada Santista, na região aqui do Circuito das Águas, na região Mogiana, na
Raposo Tavares, são mais de 100 novos pedágios que serão instalados no estado
de São Paulo. É a farra dos pedágios.
Eu quero ver
aqui os deputados da base do governo, se eles vão defender as populações das
suas regiões, onde eles atuam, onde eles moram, porque todas essas regiões
serão afetadas pelos pedágios e a população é totalmente contra. Então vai
chegar a hora da verdade, para ver se os deputados vão se manifestar.
Quero ver, e já
faço um desafio e um apelo também para que os deputados da base governista
defendam a população e não os pedágios que serão instalados em várias regiões
do Estado.
O governo já
ameaça privatizar o Poupatempo, que é uma experiência bem-sucedida, que foi
criada pelo governo Mário Covas, que foi depois copiada em vários estados. O
Poupatempo será privatizado, terceirizado e vai perder a sua qualidade, vai
encarecer os seus serviços.
O governador já
anunciou que vai privatizar a Fundação Casa. O governo está privatizando
escolas públicas através de leilão na Bolsa de Valores de São Paulo. Ele já fez
isso com 33 escolas, algo inédito, jamais visto na história do Brasil. Vender
escolas, privatizar escolas, num leilão na Bolsa de Valores de São Paulo. Isso
já aconteceu com 33 escolas, e agora, recentemente, o governo anunciou a
privatização de mais 143 escolas estaduais.
Então,
essa é a filosofia do governo Tarcísio, vender São Paulo, vender escolas,
vender a Fundação Casa, vender o Procon, vender o Poupatempo, pedagiar
estradas, e outras áreas também que são afetadas. Agora mesmo nós denunciamos o
feirão das áreas de pesquisa do estado de São Paulo.
O
governador iria fazer na data de ontem, segunda-feira, uma audiência pública
para vender áreas de pesquisa do estado de São Paulo, fazendas e áreas que
servem de pesquisa em várias áreas do Meio Ambiente e da Agricultura, mas,
graças à intervenção, a uma ação civil pública da APQC, da Associação dos
Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo, que tem como presidente a
doutora, pesquisadora, grande cientista Helena Dutra, a Justiça deu uma liminar
suspendendo a audiência pública, que seria realizada ontem.
O
governo recorreu e perdeu. Nós entramos também nessa ação, nosso mandato está
nessa ação, mas o mérito é da APQC, que tem feito um trabalho fundamental
contra as privatizações das áreas de pesquisa e pela recriação dos institutos
de pesquisa que foram extintos pelo ex-governador Doria.
Então,
Sr.
Presidente,
são muitas privatizações, e agora o governo apresentou esse projeto que está
sendo votado hoje aqui na Assembleia Legislativa, privatizando as balsas do
nosso Estado, que, com certeza, isso vai representar um verdadeiro retrocesso e
uma afronta à população usuária das balsas que existem nas várias regiões do
nosso estado, Ilha Bela, no Guarujá.
Aqui
mesmo em São Paulo, nós temos a balsa do Bororé, que eu conheço profundamente,
porque eu trabalhei no Bororé, na Escola Estadual Adrião Bernardes, sempre
atravessei aquela balsa, atravessei aquela balsa durante cinco ou seis anos,
porque eu trabalhei lá como professor, como assistente de direção, conheço
profundamente a importância da balsa da ilha do Bororé, que fica na região do
Grajaú.
E
depois nós temos mais ainda duas outras balsas. Tem a primeira balsa, a segunda
balsa e a terceira balsa, que vai até São Bernardo do Campo, na região do ABC.
Essas balsas serão privatizadas, terceirizadas. Eu fico imaginando, se hoje a
situação já é ruim, vai ficar muito pior. O governo disse que não vai cobrar
taxa nenhuma, tarifa nenhuma, mas ele não oferece nenhuma garantia no projeto
de lei.
Então,
nós apresentamos emendas ao projeto, para tentar amenizar um pouco essa
situação, mas as emendas foram rejeitadas. Então, nós somos totalmente contra
privatizar balsa, Sr. Presidente. É mais um capítulo da privataria bolsotucana do estado de
São Paulo, do governador Tarcísio, que, repito, transformou o estado de São
Paulo, o Palácio dos Bandeirantes, numa grande imobiliária.
E
ele, ao invés de ser governador, ele virou o corretor de imóveis do nosso
Estado. Então, nós não vamos votar favoravelmente. Somos contra a privatização
das balsas do estado de São Paulo, que vão prejudicar imensamente toda a
população, como a privatização da Sabesp já vem fazendo. A população já vem
sofrendo com o aumento da conta de água, com a piora dos serviços e a base do
governo votou a favor.
A
base do governo está votando, minha gente, a favor de todas essas
privatizações, dessa privataria. E tem que cobrar, porque agora os efeitos da
privatização da Sabesp já são conhecidos por uma boa parte da população, que
teve as suas contas aumentadas, o serviço piorou e, repito, as pessoas não
conseguem mais nem reclamar, como se fosse a Enel.
Então,
por tudo isso é que a nossa bancada do PSOL, tenho certeza de que do PT, PCdoB,
que as nossas bancadas de oposição vão se posicionar e votar contra a
privatização das balsas do estado de São Paulo.
É isso, Sr.
Presidente.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para
uma verificação de presença.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
É regimental o pedido de Vossa Excelência. Convido os nobres deputados Carlos
Cezar e Thiago Auricchio, que já estão aqui próximos, para fazer essa
verificação de chamada solicitada pelo líder da federação PT/PCdoB/PV.
* * *
- Verificação de presença.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, constatado o quórum, voltamos aqui...
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para
encaminhar pela federação PT/PCdoB/PV, a deputada Beth Sahão.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
É regimental. A deputada Beth Sahão tem até dez minutos regimentais para fazer
o encaminhamento pela federação.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputadas e deputados que estão
presentes aqui nesta sessão, funcionários, público da galeria, aqueles que nos
assistem em casa, mais uma vez o governo Tarcísio envia para esta Casa mais um
projeto para poder reduzir as suas responsabilidades enquanto governador,
reduzir o papel cada vez menor do estado.
Eu me lembro
que, quando eu era criança, Sr. Presidente, eu fazia junto com meus pais a
travessia de balsa. Era uma coisa bastante bucólica, eu diria, e sempre foi feito
isso pelo estado. Todos aqueles que manuseavam essas balsas sempre foram de
responsabilidade do estado.
E agora vem o
governador, mais uma vez, com mais um projeto. A gente vai ficar sem nada aqui.
A gente não vai ter mais nada neste Estado, porque tudo está sendo colocado no
mercado, tudo. A imobiliária Tarcísio vende tudo, essa que é a realidade,
porque não vai sobrar pedra sobre pedra neste Estado.
Eu
não entendo por que o governo busca, com tanto afã, vender tudo aquilo que
pertence ao Estado. Será que não tinha um modelo alternativo para ser colocado
nessa questão da administração das balsas, deputado Vitão do Cachorrão?
Será
que não tinha nada que pudesse ser feito que não fosse fazer... Agora eles
inventaram uma terminologia diferente, porque não é mais venda, é concessão
patrocinada. É uma nova modalidade que o governador Tarcísio inventou:
concessão patrocinada.
Eu
nunca ouvi falar nisso, mas tudo aquilo que a gente nunca ouve falar, de
repente, um belo dia, acaba aparecendo para nós, deputadas e deputados aqui da
Assembleia Legislativa.
Enquanto
isso, quem paga essa conta é a população paulista. E, mais do que isso, todos
os projetos que vêm para esta Casa para concessão, para venda, para
privatização, seja o nome que for, sabe o que é que falta? Falta discussão
profunda, falta análise técnica, falta transparência.
Esses
projetos do governo, somados a tantos outros anteriores que nós já apreciamos
nesta Casa e votamos contra... A nossa bancada votou contra, porque a nossa
bancada é aquela bancada que defende os interesses da população paulista,
sobretudo aquela população que mais precisa. E agora temos que aceitar, entre
aspas, porque não vamos aceitar, porque vamos nos posicionar contra essa
concessão patrocinada das 14 balsas do estado de São Paulo.
Gente,
eu não entendo. Esse governo tem tanta coisa às vezes para ele se preocupar e
ele vai se preocupar com algo que... Precisa de melhoria? Claro que precisa de
melhoria. Todos nós sabemos. Precisa dar segurança para aqueles que fazem essa travessia?
Claro que precisa dar segurança.
Ali,
na minha região mesmo, tem uma travessia de Sabino para Lins, uma travessia
muito utilizada. Precisa ter reparos? Precisa. Precisa modernizar? Eu não tenho
dúvida nenhuma de que tudo isso precisa ser feito.
Agora,
porque é que a gestão Tarcísio não toma conta disso? O que é que acontece?
Falta compromisso, falta competência? O que falta para que a gente possa ter,
na verdade, o aprimoramento dessas tarefas, para que possa chamar para si a
administração desse tipo de serviço?
A
gente já... O estado já não administra quase nada mais. Veja a Saúde, em sua
maior parte está na mão terceirizada, com OSs que desenvolvem um trabalho
extremamente comprometedor, algumas delas. Eu não diria todas, mas uma boa
parte delas, como foi agora o caso recente de Taquaritinga. O trabalho das OSs
que ali estão administrando uma Unidade Básica de Saúde foi o responsável por
deixar cegos 12 idosos.
Agora
o governo, de uma forma cínica, oferece 50 mil reais de indenização para quem
perdeu a visão, para quem não consegue mais enxergar, para quem vai ter que
passar a vida toda na dependência de outra pessoa para poder se locomover, para
poder fazer suas tarefas. É assim que o governo lida com as suas privatizações,
é essa a Saúde de hoje, que está quase na sua totalidade privatizada.
A
gente anda por esses hospitais aí e é só reclamação, porque os recursos não
chegam, porque aqueles recursos que deveriam chegar do governo, transferidos,
por exemplo, para as prefeituras municipais, não chegam.
Os
prefeitos hoje estão com o pires na mão, porque não conseguem executar muitas
que foram promessas inclusive de campanha, nessa campanha agora que o
governador participou, e que não foi executada até hoje. Certamente, certamente
isso será executado quando nós estivermos no ano eleitoral. Aí, sim, aí eles
tentam, apressadamente, atender a algumas demandas dos municípios paulistas.
Então, isso é
muito triste de ver, que o patrimônio nosso, que é da população do estado de
São Paulo, está se esvaindo pelos dedos. Em contrapartida, o que nós temos são
processos de pouca transparência.
São processos
obscuros que a gente não tem clareza de como é feita essa conclusão que elas
chegam quando eles enviam o projeto aqui para a Assembleia, um projeto muito
pouco esclarecedor, deputado Barba.
Por isso, nós
temos... que nós temos não só que vir aqui e apontar esses problemas, mas
também votar contra e pedir aos deputados e deputadas desta Casa que tenham
consciência, que queiram defender um estado transparente, um estado forte, um
estado; que, de fato, possa atender às demandas, às necessidades, aos anseios
da população; que vote contra, porque é assim que tem que ser, porque o que não
dá é para engolir goela abaixo, como quer o Governo e os seus representantes
aqui na Assembleia, que projetos como esse sejam aprovados dessa forma.
Tempos bons, e
eu estava comentando ali no corredor da Assembleia, deputado Gilmaci, era
quando nós tínhamos 12 horas de discussão sobre um projeto. Tempos bons
aqueles, sabe por quê? Porque ao longo dessas 12 horas era possível inclusive
reverter muitos dos projetos.
Era possível
que as pessoas colocassem a mão na consciência para pensar melhor antes de dar
o seu voto. E quantos projetos, nessas 12 horas de discussão, nós conseguimos
reverter aqui na Casa, mesmo sendo Minoria, um dia ainda seremos maioria, com
certeza. Mas mesmo sendo Minoria, a gente conseguiu alterar e reverter esse
estado das coisas; e hoje, não.
Hoje nós temos
seis horas de discussão, e isso é feito de forma acossada, cada vez mais, e
açodada, e a gente fica com a ideia de que às vezes somos impotentes para poder
fazer frente a essa avalanche de projetos que buscam enfraquecer a cada dia
mais o papel do Estado, as suas verdadeiras atribuições. E é a isso que nós
temos que nos colocar contra.
Por isso mesmo,
Sr. Presidente, a nossa bancada do Partido dos Trabalhadores vai - eu estou
encaminhando aqui - se posicionar e vai votar contrária a esse projeto de
privatização das travessias, das 14 balsas que nós temos no nosso estado. É o
mínimo que nós devemos e podemos fazer, é o nosso dever para defender a
população paulista.
Obrigada, Sr.
Presidente.
A
SRA. THAINARA FARIA - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela
ordem, deputada Thainara Faria.
A
SRA. THAINARA FARIA - PT - Gostaria de indicar
agora o deputado Guilherme Cortez, que irá encaminhar pela Minoria, e dividirá
seu tempo com Paulo Fiorilo.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É
regimental. O deputado Guilherme Cortez tem o seu tempo regimental juntamente
com o deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, meus colegas deputados, agradeço
à nossa líder Thainara Faria por me indicar para encaminhar o nosso voto
contrário a esse projeto.
Presidente, o
projeto do governo Tarcísio quer dizer ou sobre privatização ou sobre
militarização. São as duas únicas palavras que ele sabe falar. Ou ele quer
afrouxar a responsabilidade do Estado e transferir tudo para a iniciativa
privada para virar um negócio para os empresários ganharem dinheiro, ou ele
quer entregar para os militares para reforçar a mão pesada, militar, repressiva
do Estado.
Eu sempre digo,
Sr. Presidente, que um governo que se elege e que só sabe falar de privatizar
tudo é um governo que atesta a própria incompetência, porque, se você se
candidata para governar o estado de São Paulo, para administrar o serviço
público do estado de São Paulo, e você diz que a iniciativa privada administra
melhor que você, tudo, por isso que você tem que privatizar a balsa, a energia
elétrica, a rodovia, a escola, a água.
Então o governo
reconhece que é um governo incompetente, porque, se tivesse competência,
administraria melhor que a iniciativa privada. O governador Tarcísio não
deveria ter saído candidato a governador, porque reconhece que ele próprio não
tem capacidade de administrar um estado como São Paulo.
Pois bem, vamos
fazer um balanço das privatizações desse governo. Não faz um ano que a Sabesp
foi transferida para a iniciativa privada. O que a gente viu de lá para cá?
Falta de água, água contaminada, surto de virose, a conta da população
aumentando, em alguns casos até 700 por cento.
Teve gente, Sr.
Presidente, que recebeu a conta de água em casa no valor de dez mil reais,
depois que a Sabesp foi privatizada. O que a gente viu semana passada? Que os
acionistas da Sabesp querem aumentar o próprio salário em 600 por cento.
Isso é um
escracho com a cara da população do estado de São Paulo, porque é a comprovação
de que a privatização foi um grande esquema para encher o bolso desses
acionistas com dinheiro da população.
Enquanto a
conta de água aumenta para a população, eles querem aumentar o próprio salário,
o próprio lucro. Porque antes a Sabesp se preocupava em atender a população,
antes a Sabesp garantia saneamento básico para cidades pequenininhas do
Interior que nem eram lucrativas. Agora os executivos e os acionistas da Sabesp
só querem saber como eles podem ganhar mais dinheiro. Para isso, se tiver que
aumentar a conta de água da população, eles aumentam.
Vamos falar dos
pedágios. O governador quer abrir 58 pontos de pedágio no estado de São Paulo,
5 na região de Sorocaba, região do deputado Carlos Cezar, líder do PL, e de
outros deputados desta Casa.
Semana passada
eu estive em Sorocaba e a população lá estava indignada, porque vai ter gente
que vai ter que passar por três pedágios todo dia, para ir da casa até o
trabalho, do trabalho para a casa. Pior, esses pedágios são naquele modelo do
“Free Flow”, em que a pessoa nem vê a cancela. Você está andando na rodovia,
pagou pedágio. Depois, se você não entrar no aplicativo e pagar a conta, 195
reais de multa.
É por isso que
a gente se opõe ao projeto do governador Tarcísio de privatizar o sistema de
balsas, porque a gente não sabe, presidente, o projeto de lei não diz nada, não
dá nenhuma garantia e eu não duvido, eu não duvido, porque onde privatiza, o
resultado é o mesmo, eu não duvido que se privatizar as balsas agora, daqui a
seis meses, daqui a um ano, a população que utiliza essas balsas vai estar
pagando mais caro, porque se aconteceu isso com a Enel, se aconteceu isso com
as rodovias, se aconteceu isso com a Sabesp, se acontece isso no transporte
público, todos os dias, por que não vai acontecer no sistema de balsas?
A gente tem que
parar com essa lógica do governador de achar que serviço público é tudo para
encher o bolso de empresário, é tudo para encher o bolso de empresário; o
serviço público existe para atender os direitos da população.
O sistema de
travessias, o transporte de hidroviário existe para atender o direito da
população ao transporte e à mobilidade, e não para enfiar ainda mais dinheiro
no bolso das concessionárias, como ele está fazendo agora com os pedágios.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. André do Prado.
* * *
Para concluir
esta fala, presidente, eu convido o deputado Paulo Fiorilo para me substituir
aqui, na tribuna. A oposição, a Minoria, obviamente, encaminha voto “não”,
contrário a esse projeto, que é mais um projeto para transferir serviço público
para a iniciativa privada e para fazer a população do estado de São Paulo pagar
mais caro.
Deputado
Fiorilo.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando
sequência, então, ao encaminhamento compartilhado pelo deputado Guilherme Cortez, com a palavra o deputado Paulo
Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
público que nos acompanha pela Rede Alesp, presencialmente. Sr. Presidente, eu
acompanhei aqui o discurso do deputado Cortez, que trouxe vários problemas
ligados a essa política do governo do estado com relação à privatização,
entrega do estado.
E é
interessante, porque nós assistimos, ao longo desses meses, à postura do
governo do estado, deputada Bebel, de entregar as empresas públicas, agora de
ampliar o número de pedágios. A deputada Bebel e outros deputados acompanham,
por exemplo, regiões importantes de turismo, em que o governo agora quer
colocar pedágio. E a gente, agora, tem um projeto em que o governo vai entregar
as balsas.
Eu
nem sei quem é que conhece aqui a Ilha do Bororé; não sei. Espero que vocês um
dia possam ir à Ilha do Bororé. A Ilha do Bororé está na cidade de São Paulo e
é ligada ou por uma estrada que não tem asfalto, de 20 quilômetros, ou por uma
balsa, pela qual aqueles moradores lutaram muito.
E
vários deputados aqui participaram, para ampliar a capacidade daquela balsa.
Quando eles conseguiram ampliar a capacidade daquela balsa, que a gente
acompanhou a luta dos moradores, o governo vem e fala: “bom, agora nós vamos
entregar para a iniciativa privada.
Vai
ter desapropriação na região, vai ter mudanças”. E quem vai pagar o pato são os
moradores que continuam morando na Ilha do Bororé, uma região muitas vezes
esquecida pelo poder público e pela subprefeitura.
Eu
estou falando isso porque eu fui recuperar uma matéria publicada na “Folha de
S. Paulo”, no caderno “Mercado”, que eu não sei se é possível a câmera
focalizar. Mas aqui, olha, tem uma foto das pessoas festejando a privatização
da Sabesp. Gente batendo o martelo, gente rindo, gente comemorando a entrega do
maior patrimônio do estado de São Paulo para a iniciativa privada.
E
aí, meses depois, qual é a manchete da “Folha”? “Sabesp propõe elevar em até
600% o salário de executivo para se alinhar ao Mercado”. Essa é a iniciativa
privada pela qual os deputados aqui bateram o martelo e sorriram. Sabesp que
está prestando um serviço, agora, duvidoso. Porque cobrou daqueles que não eram
responsáveis por pagar.
Mais
do que isso, gravíssimo: a Sabesp tem vários departamentos - departamento de
planejamento, departamento de finanças e tal. Agora criaram um novo
departamento: o departamento do lucro.
É
uma coisa impressionante. Uma empresa que era pública e que agora tem um
departamento do lucro. Sabe como esse departamento funciona? São jovens do
Mercado que estão lá para aferir lucro na Sabesp. Sabe como é que vai aferir
lucro na Sabesp? Cobrando tarifas altas, prestando um serviço de péssima
qualidade e, pior, diminuindo as equipes que fazem a manutenção nas cidades.
Eu,
aqui, vou propor aos deputados que sorriram, que bateram o martelo, para
perguntar quantas equipes, hoje, a gente tem nas cidades servidas pela Sabesp.
Sabe qual foi a redução? Em alguns casos, de 70 por cento. É assim que a
empresa vai ter lucro para pagar 600% a mais de salário para os executivos.
Aliás,
era bom a gente pedir, como eu já fiz, a lista dos executivos. Porque nós vamos
ter novidades; aliás, muitas. Quem são aqueles que serão beneficiados pelos
600% a mais de salário? Eu não tenho a lista ainda; espero que a Sabesp forneça
o mais rápido possível, porque eu vou torná-la pública, para a gente saber quem
é que está recebendo ou quem é que vai receber 600% a mais.
Sr.
Presidente, eu queria terminar aqui pedindo encarecidamente ao senhor que
pudesse adiar a votação desse projeto. Até porque foi solicitado pela liderança
da oposição, da bancada do deputado Donato, que a gente pudesse ter uma
audiência pública com os moradores lá na região. Não é só lá, mas lá em
especial, porque quem conhece a zona sul sabe as dificuldades que têm as
pessoas que moram no fundão.
A
gente tem o problema da travessia da balsa lá de São Bernardo, que o deputado
Barba conhece bem as duas balsas; nós temos outras regiões importantes, que
poderiam participar desse debate.
Infelizmente,
foi feita uma audiência pública com a presença de pouca gente, em função do
tempo exíguo para mobilizar. Então eu queria deixar aqui, Sr. Presidente, a
possibilidade da sua sensatez em levar a discussão e a votação a uma próxima
semana, possibilitando esse debate com os moradores.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Sr. Presidente, para
encaminhar pela bancada do Partido Liberal, eu indico o deputado Paulo Mansur.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Para encaminhar pela bancada do Partido Liberal, o
deputado Paulo Mansur.
O
SR. ROGÉRIO NOGUEIRA - PSDB - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Rogério Nogueira.
O
SR. ROGÉRIO NOGUEIRA - PSDB - Eu também gostaria de
indicar aqui o nosso deputado Ortiz Junior para encaminhar pela nossa bancada
da Federação PSDB-Cidadania.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado
Rogério, só no momento oportuno, finalizar o deputado Paulo Mansur e V. Exa.
faz o encaminhamento.
O
SR. DONATO - PT - A base vai obstruir hoje, é isso?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - A base?
O
SR. DONATO - PT - Está faltando deputado?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra,
o deputado Paulo Mansur.
O
SR. PAULO MANSUR - PL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar você, presidente, e a todos os deputados
aqui presentes. Olha, desde 1949, o Partido Comunista Chinês, o partido “PCC”,
que é elogiado pelo Lula, elogiado pelo Paulo Fiorilo, pelo Guilherme Cortez, que
é o Partido Comunista Chinês...
Desde 1949,
implementou-se o comunismo na China, mas eles deixaram de ser burros em 1980 e
começaram a privatizar a China. Hoje, a China é um país comunista na política,
mas é um país privatizado, em que você tem metrôs privatizados, as escolas na
China, nas cidades mais populosas, são privatizadas. Você tem McDonald’s,
Starbucks.
Você vai para a
China e parece Nova York. Por quê? O comercio é privatizado, a infraestrutura
na China é privatizada. Por quê? Eles deixaram de operar para fiscalizar. Isso
é um país inteligente.
É claro que a
gente é contra o comunismo político que existe na China, mas lá é um mercado
aberto. E a privatização traz avanço para a cidade, para o estado, para o país.
E é por isso que o governador Tarcísio busca a privatização dentro do estado de
São Paulo.
Há 20 anos,
privatizaram-se as rodovias dentro do estado, que geraram milhares de empregos,
diminuíram em mais de 50% as mortes nas rodovias. E é isso o que a gente quer
para as balsas dentro do estado de São Paulo, que a gente vai votar hoje, que é
um momento histórico dentro do estado e que se espera há muito tempo, quem vive
no litoral paulista.
E eu, que sou
nascido e criado na cidade de Santos, sei o quanto o santista, o quanto o
guarujaense, o quanto as pessoas lá na Baixada, pedem a privatização das
balsas. Vai ser mais de um bilhão de reais investidos, 48 balsas novas,
atracadouros novos, gerar empregos para a região e, além de tudo isso,
investimentos para a gente não ter fila mais nas balsas. Cinco horas de fila na
balsa, gente. Você perde compromissos e uma série de coisas.
Então fica aqui
o meu voto “sim” para a privatização das balsas, que vai melhorar a vida, não
só de quem mora na Baixada Santista, mas de toda a população do estado de São
Paulo. Quando vai para Ilhabela, quando vai para a Baixada... Então agora você
vai ter o túnel ligando Santos e Guarujá, e a gente vai ter aí agora as balsas
funcionando melhor.
E, olha, a
gente vai ter também balsas elétricas. A gente vai ter a mesma tarifa que é
cobrada nas balsas se mantendo presente. Então é uma privatização bem-feita, é
um contrato bem elaborado que a gente está votando aqui. “Sim” à privatização
nas balsas.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado
deputado, Paulo Mansur.
O
SR. ROGÉRIO NOGUEIRA - PSDB - Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Rogério Nogueira, líder da federação.
O
SR. ROGÉRIO NOGUEIRA - PSDB - Agora sim, para
indicar aqui o Ortiz Junior para encaminhar pela bancada Cidadania PSDB. Pela
Federação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental. O
deputado Ortiz Junior para fazer o encaminhamento pela Federação PSDB
Cidadania.
O
SR. MARCELO AGUIAR - PODE - Presidente, um breve
comunicado apenas, enquanto ele está indo para a tribuna?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dois minutos.
O
SR. MARCELO AGUIAR - PODE - PARA
COMUNICAÇÃO - Queria falar rapidinho aqui a respeito das pessoas que estão,
como o nosso querido deputado que nos antecedeu, que falou a respeito das
balsas. A balsa é tão ultrapassada que parece aquela hamburgueria que tem ali
no Ipiranga. Não sei se o senhor já comeu no Seu Oswaldo. Ali tem uma
hamburgueria muito famosa.
Várias
hamburguerias já fizeram até homenagem ao Seu Oswaldo, que é falecido. O Seu
Oswaldo tinha uma regra de que ele não recebia nada com cartão de crédito, com
cheque, só recebia em dinheiro.
A balsa até
hoje só recebe em dinheiro, é tão ultrapassada que quem pega a balsa tem que pagar
com dinheiro. Se você chegar lá com o cartão de crédito, ou que chegar lá com
qualquer tipo de moeda, você não consegue... Qualquer outro tipo de pagamento,
você não consegue pegar a balsa.
Além disso a
dor de cabeça que todos passam com aquele cheiro de diesel, de tão ultrapassado
que é. Não preciso falar mais nada. Tem que privatizar o mais rápido possível.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO
PRADO - PL - Com a palavra o deputado Ortiz.
O SR. ORTIZ
JUNIOR - CIDADANIA - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado,
presidente. Agradecer ao deputado Rogério por me ceder aqui o encaminhamento de
voto. Falar um pouquinho, especificamente, da nossa região do Vale do Paraíba,
Região Metropolitana do Vale do Paraíba, litoral norte e Serra da Mantiqueira.
Ali nós temos transporte de balsas em Paraibuna, nós temos
transportes de balsas em Natividade da Serra. Paraibuna com três portos,
Natividade da Serra com dois portos; dois portos importantes que permitem o
acesso a dois bairros isolados, Bairro Alto e Porto Alto que, aliás, bairros
que se tornaram isolados depois do reservatório do Paraibuna, do Rio
Paraibuna... Rio Paraibuna e Rio Paraitinga formam um grande reservatório ali
na região. E aquelas duas comunidades ficaram isoladas, comunidade do Porto
Alto e do Bairro Alto.
Depois nós temos uma travessia muito importante ali, que é a
travessia do Canal de São Sebastião, que transporta pedestres, ciclistas e
veículos ali para Ilhabela e da Ilhabela para São Sebastião. Eu queria fazer
algumas ponderações importantes sobre esse projeto de lei, sobre esse objetivo
do Governo de Estado em ceder as travessias de balsa à inciativa privada.
Primeiro, dizer que o marco regulatório das PPPs completa 25
anos neste ano de 2025. A lei, o marco regulatório, é de 2020, e representou um
avanço importante nas colaborações estruturantes do País. Essa é uma
colaboração estruturante, sem dúvida nenhuma. Quando o governo propõe um
investimento de um bilhão de reais na modernização das balsas, evidentemente
que o Estado não tem capital próprio para investir, para fazer um aporte
financeiro de um bilhão de reais.
Então é importante considerar que a modernização da frota e,
principalmente, a construção de estrutura nos portos é muito importante, com a
colaboração da iniciativa privada. Queria...
Só para que os deputados saibam, ali em Natividade da Serra a
balsa atraca no chão. No chão de terra. Então ela sai de Natividade da Serra,
desembarca no Porto Alto, ou no Bairro Alto, em terra. No chão.
Então não há nenhuma estrutura, não há cobertura, não há um
atracadouro, não há, enfim, uma rampa de acesso para as pessoas, para os
veículos, para as bicicletas. Então há a necessidade de se construir a
infraestrutura necessária para permitir o acesso de pedestres, ciclistas e
veículos.
É evidente que esse aporte financeiro é um aporte financeiro
que tem de vir do capital privado, da inciativa privada. Não faz nenhum sentido
considerar que o Governo do Estado tem que explorar a balsa, ou tem que ir
operar balsas em um serviço de transporte público de passageiros.
É a mesma ideia que se fazia na década de 80 e 90 quando o Governo
do Estado tinha empresa aérea, ou quando operava transporte de trem, ou de
metrô por administração direta, não fazia o menor sentido.
Era ineficiente, não atendia horários, os vagões eram
deficientes, as locomotivas viviam dando problema. Então a decisão de
privatizar o transporte público de passageiros é uma decisão acertada desse
ponto de vista, sobretudo de transporte de balsas.
Eu queria acrescentar uma circunstância específica do litoral
norte de São Paulo, que é o
aquecimento dos oceanos. Nós temos estudos ali da Universidade de São Paulo, deputado Suplicy, que apontam que ali na
região de Ubatuba, litoral norte de São
Paulo, extremo norte de São
Paulo, litoral sul Fluminense, nós temos um aquecimento do oceano de um grau
e meio.
Significa que nós temos evaporação maior, nós temos
precipitação maior, o ciclo de chuva é mais recorrente e as chuvas são mais
intensas. Naquele local, especificamente, nós temos uma barreira natural que é
a Serra do Mar. Essa precipitação toda não consegue passar o planalto, ela fica
concentrada ali no litoral norte de São
Paulo.
Então, nos últimos dez anos, nós temos chuvas recorrentes,
chuvas mais graves, que têm acarretado sérios problemas no transporte de balsa
entre São Sebastião e Ilhabela, e ali também no reservatório de Paraibuna.
Então é importante considerar que essas balsas têm apresentado problemas
praticamente diários quando há chuvas intensas.
Ali é uma outra questão, um outro fator que tem que ser
considerado. O Canal de São Sebastião tem correntes muito variáveis e essas
correntes também têm prejudicado os transportes de
balsas na atual configuração dos veículos oferecidos pelo Estado.
Balsas mais modernas, maiores, lanchas
com mais eficiência, elétricas, têm uma capacidade de absorver um número maior
de veículos. Neste momento é fundamental para essa travessia de São Sebastião a
Ilhabela.
Aqui alguns pontos que têm que chamar
atenção. O governo garante, na exposição de motivos e na audiência pública que
foi realizada, a gratuidade para pedestres e ciclistas na travessia da balsa de
São Sebastião Ilhabela. Esse é um ponto fundamental.
Grande parte da população de Ilhabela e
de São Sebastião atravessa de forma como pedestre, na forma de pedestre, a pé,
ou por meio das bicicletas. Manter a gratuidade para pedestres, ciclistas é
fundamental, porque é uma parte importante da população que reside nas duas
cidades, atravessa a balsa sem desembolsar.
Há um outro aspecto importante no
Bairro Alto e no Pouso Alto, ali em Paraibuna, que são as emergências médicas.
São comunidades muito pequenas de 200, 300 famílias, cujos filhos das famílias
dependem da balsa para estudar nas escolas de Natividade da Serra ou de
Paraibuna. É fundamental a manutenção dos horários da balsa. É fundamental
disponibilizar balsas mais modernas que não falhem a essas comunidades que
ficaram isoladas.
Depois do reservatório de Paraibuna, e
nenhuma dessas comunidades têm culpa do reservatório, que começou a ser
construído em 1950, em 1970 elas ficaram isoladas, nenhuma comunidade pode ser
penalizada em razão da existência desse reservatório. Elas dependem das balsas
funcionando bem. Balsas que coloquem à disposição de hora em hora, durante 24
horas, horários disponíveis.
Há inúmeros casos, relatos pelos
prefeitos, de emergências médicas, de picada de cobra, picada de escorpião,
acidentes domésticos, Acidente Vascular Cerebral, infarto, em que essas pessoas
dependeram da balsa para ter as suas vidas salvas pelo atendimento de Saúde.
Então é fundamental que a gente
mantenha dentro desta Casa a intenção de votar favorável a este projeto, para
que a gente possa modernizar as balsas, garantindo a gratuidade a esses
bairros, Bairro Alto e Pouso Alto, em Natividade da Serra, as travessias com
gratuidade em Paraibuna, além de pedestres e ciclistas que atravessam ali o
canal de São Sebastião por meio da oferta de balsa.
Então, a Federação PSDB Cidadania
encaminha o voto favorável ao projeto do nosso governador.
Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em votação o
projeto salvo emenda. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem
favoráveis, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Donato.
O
SR. DONATO - PT - Uma votação nominal.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de V. Exa., que representa a liderança do PT, PCdoB e PV. Verificação de
votação.
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, vamos
proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico.
A partir deste momento, estamos fazendo
soar o sinal intermitente por quatro minutos, para que as Sras. Deputadas e
Srs. Deputados que não se encontram em plenário tomem conhecimento da votação
que se realizará.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, presidente. Para
colocar em obstrução a Federação PT/PV/PCdoB.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Donato. É regimental o pedido de Vossa Excelência. Federação
PT/PCdoB/PV em obstrução.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem,
presidente. Para colocar a bancada do Partido Liberal em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Carlos Cezar. Partido Liberal em obstrução.
O
SR. DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Pela ordem,
presidente. Podemos em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Dr. Eduardo Nóbrega. Podemos em obstrução.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para colocar a bancada do Republicanos em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Danilo Campetti. Republicanos em obstrução.
A
SRA. ANDRÉA WERNER - PSB - Pela ordem,
presidente. Para colocar o PSB em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputada Andréa Werner. PSB em obstrução.
O
SR. ROGÉRIO NOGUEIRA - PSDB - Pela ordem,
presidente. Federação PSDB Cidadania em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Rogério Nogueira. Federação PSDB Cidadania em obstrução.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem, presidente.
Para colocar a bancada do PSOL e Rede em obstrução, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Guilherme Cortez, líder do PSOL Rede. Em obstrução bancada do PSOL
Rede, deputado Guilherme.
O SR. OSEIAS DE MADUREIRA - PSD -
Pela ordem, Sr. Presidente. Coloco o PSD em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSD em
obstrução.
O
SR. MARCIO NAKASHIMA - PDT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para colocar o PDT em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PDT em
obstrução.
Tendo transcorrido os quatro minutos, o
sistema eletrônico agora ficará aberto para que as Sras. Deputadas e Srs.
Deputados votem “sim”, “não” ou registrem “abstenção” nos terminais postos em
suas mesas.
Tendo, então,
já todos os deputados votado pelo sistema eletrônico, abriremos agora os
microfones de aparte para que os deputados que não conseguiram fazer o voto
através do sistema eletrônico possam assim fazê-los, pelos microfones de
aparte.
O
SR. PAULO MANSUR - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente. Voto “sim”, pela privatização das balsas no estado de São Paulo,
dando mais eficiência.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Paulo
Mansur vota “sim”.
*
* *
- Verificação de votação pelo sistema
eletrônico.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não havendo
mais deputados interessados em realizar o seu voto pelos microfones aparte,
passaremos agora a perguntar aos Srs. Deputados se algum dos Srs. Deputados
gostaria de alterar o seu voto. (Pausa.)
Não havendo deputados interessados em
alterar o voto, passaremos agora à proclamação do resultado.
Votaram “sim” 62 deputados; votaram
“não” 16 deputados; mais esse presidente, quórum 79 votos. Quórum suficiente
para aprovação do projeto, salvo emendas.
Item nº 2 - Em
votação as emendas de nºs 1 a 9, com parecer contrário do congresso de
comissões. As Sras. Deputadas e Srs. Deputados que forem contrários, permaneçam
como se encontram. (Pausa.) Rejeitadas.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, presidente. Para registrar
o voto favorável às emendas da bancada do PT.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Donato. Está registrado o voto favorável da bancada do PT/PCdoB/PV.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente. Para registrar
o voto da bancada da Federação PSOL REDE, favorável às emendas.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Guilherme Cortez. Está registrado também o voto contrário, favorável
às emendas do item nº 2 pela bancada do PSOL REDE.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente. Sr. Presidente, havendo
acordo de lideranças, queria sugerir ao senhor o levantamento da presente
sessão.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Eu não sou
líder, mas antes de dar consulta, para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Paulo Fiorilo, antes de levantar a sessão. Dois minutos para Vossa
Excelência.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, o meu gabinete e outros
gabinetes receberam várias ligações, em função de uma homenagem realizada nesta
Casa ao médico Milton Seigi Hayashi, se for essa a pronúncia, feita pela
Associação Brasileira das Forças Internacionais de Paz da ONU.
Eu até posso
entender que quem promoveu a entrega poderia não conhecer qual era a situação
do médico, mas não posso aceitar que a Casa permita que se realizem eventos
dessa natureza sem que haja algum tipo de filtro.
Eu estou
propondo. Não só eu, mas a deputada Ediane, que o Conselho do Ética também se
manifeste, até porque foi realizado por um deputado desta Casa. Agora, a Casa e
a Mesa devem se pronunciar, para saber quais são as medidas que serão tomadas,
se serão tomadas, para que se evite esse tipo de constrangimento, que muitos
deputados aqui possivelmente devem ter ouvido ou recebido reclamação.
Muito obrigado,
Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Paulo Fiorilo. Só para dar a resposta à V. Exa. imediatamente, deixar
bem claro que esse evento não passou pela Mesa da Casa. Esse evento foi um
pedido de uma associação que o deputado Capitão Telhada solicitou que fosse
emprestado. Solicitou o Plenário para que essa associação fizesse as
homenagens.
Então, também não vejo qualquer má-fé e
qualquer erro, até por parte, já adiantando, do deputado Capitão Telhada,
porque isso é uma rotina desta Casa. Não é o Capitão Telhada.
Todos os deputados desta Casa, de
maneira geral, solicitam a esta Presidência e, como aqui é uma Casa do povo, a
gente quer deixar esses plenários cheios, para que possamos ter diversas
atividades dentro desta Casa.
Esta Presidência, então, liberou para o
Capitão Telhada, que depois me ligou já, colocando que jamais ele teria
conhecimento de que um dos homenageados tinha por trás algumas acusações de
crimes que jamais, com certeza, ele aceitaria, como qualquer um desta Casa
aceitaria.
E, diante desse fato, a Mesa Diretora
já se reuniu, o deputado Barros Munhoz, o deputado Maurici, e tomamos as
providências seguintes. Todas as homenagens, independente de se passaram pela
Mesa, que já é feita uma análise criteriosa, mas as que não passarem também, a
Mesa vai solicitar, para qualquer associação, de qualquer homenagem, que a
averiguação que nós fazemos por parte da Mesa seja feita também para qualquer
homenageado nesta Casa.
Então, diante do fato que ocorreu,
tomaremos mais essa precaução agora. Porém, é importante também, como ocorreu
com o nosso deputado Capitão Telhada, que isso também sirva de exemplo para que
todos os deputados, antes de liberar plenários para entidades de qualquer
evento da sociedade, possam tomar esse cuidado devido, que a Mesa vai tomar
mais cuidado ainda, para qualquer evento que ocorra juntamente com toda a nossa
equipe. Porém, é responsabilidade do deputado também tomar essas precauções.
Então, isso já está pacificado, já foi
determinado, e os próximos eventos que ocorrerem nesta Casa que tiverem
homenagem, todos os homenageados, nós faremos uma verificação criteriosa.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Só para encerrar esse assunto, eu não fiz aqui nenhum julgamento
precipitado, até porque o senhor já disse aqui qual a posição do deputado
Telhada, mas acho que cabe esse esclarecimento público, porque, na realidade, é
a Casa que recebe as reclamações. Eu queria fazer mais uma sugestão ao senhor.
Para além dos
eventos, acho que tem que deixar claro a todos os deputados que os espaços são
públicos, e não privados, e nem comercializados. Acho que isso é fundamental
para que se evite aqui nesta Casa qualquer outro risco, para além desse que
sofreu o deputado Telhada, que a Casa venha de novo a ter que se expor de forma
tão negativa.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Isso, deputado
Paulo Fiorilo, também já é uma preocupação desta atual Mesa, da Mesa anterior,
e prova disso é que tivemos três ou quatro eventos de que tivemos informações
que teriam recebimento de recursos e nós derrubamos os eventos. Então, qualquer
conhecimento que qualquer deputado tiver, que tiver recursos que estão sendo
cobrados para qualquer espaço aqui dentro desta Casa, nós não permitiremos
qualquer evento desse tipo.
Com a palavra, o deputado Capitão
Telhada.
O
SR. CAPITÃO TELHADA - PP -
PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado pela oportunidade de esclarecer e explorar acerca
dessa questão desse evento.
De fato,
tomamos conhecimento a partir do momento da matéria, cerca de 20 dias após a
realização do evento, um evento em que inclusive foram homenageadas diversas
pessoas, policiais civis, promotores de Justiça e outras personalidades. Não
foi um evento para homenagear o cidadão condenado, que recorre à questão da
primeira condenação que ele teve.
Enfim, de
imediato, ao tomar conhecimento, nós oficiamos a associação - que é e que foi a
responsável pela homenagem - para que fosse cassada tal condecoração, o que foi
feito pela associação, bem como a Alesp e o meu gabinete publicaram notas de
imprensa esclarecendo tudo isso aos órgãos que nos intercederam e nos
perguntaram a respeito.
Enfim,
presidente, obrigado pela parceria e pela compreensão de que nós precisamos,
sim, melhorar cada vez mais os nossos protocolos, individualmente, cada
deputado que aqui solicita o uso dos espaços públicos, dentro de seus próprios
gabinetes, fazendo uma apuração de quem será homenageado, de quem participa, de
quem nós trazemos para dentro da Casa do
Povo, e também a própria Assembleia, por sua vez, como o presidente bem
colocou, também melhorando cada vez mais seus procedimentos através das
assessorias.
E que sirva de
exemplo para todos nós. Aconteceu comigo. Quantos deputados aqui já não fizeram
eventos, já não trouxeram instituições, ONGs, associações? Infelizmente ocorreu
comigo.
Que sirva de
exemplo. Iremos melhorar cada vez mais sem deixar de trabalhar, seguindo em
frente, reconhecendo os bons profissionais, mas com a orelha de pé, cada vez
mais atentos a essas questões.
Obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Capitão Telhada. Só lembrando também às Sras. e aos Srs. Deputados que
amanhã teremos congresso de comissões com 28 projetos de parlamentares.
Então, é importante a presença dos
membros de todas as comissões amanhã no congresso para deliberarmos. Aí, na
terça-feira também é importante o quórum de, no mínimo, 49 deputados, para que
possamos deliberar esses 28 projetos das Sras. Deputadas e Srs. Deputados.
Havendo acordo entre as lideranças,
está levantada a sessão.
* * *
-
Levanta-se a sessão às 18 horas e 23 minutos.
*
* *
- É
inserida Declaração de Voto, não lida em plenário.
*
* *
Declaração de
voto contrário ao Projeto de Lei 164, de 2025
São
Paulo, 22 de abril de 2025
A proposta de concessão patrocinada do Sistema de Travessias
apresentada pelo Governo do Estado de São Paulo, apesar de envolver promessas
de modernização, sustentabilidade e eficiência, revela uma série de
fragilidades estruturais e omissões graves que comprometem tanto a segurança
jurídica quanto o real interesse público.
A deputada Monica Seixas vota contrariamente ao projeto por
entender que ele representa um risco à prestação de um serviço público
essencial, ao meio ambiente e ao equilíbrio das contas públicas.
Embora o governo defenda que a iniciativa atenderá à demanda
atual e futura por meio da ampliação da frota, da construção e reforma de
terminais e da modernização das embarcações — com substituição de motores a
diesel por modelos elétricos —, essa promessa ambiental carece de garantias
jurídicas mínimas.
O projeto não apresenta instrumentos vinculantes que
assegurem a transição energética, tampouco metas, cronogramas ou indicadores
que permitam o monitoramento dos resultados. O simples alinhamento retórico à
Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC) não é suficiente para garantir
a execução das medidas propostas, o que transforma o discurso ambiental em
propaganda sem eficácia legal.
Além disso, a minuta de lei e os documentos técnicos anexos
ao projeto não detalham cláusulas contratuais fundamentais à segurança
jurídica. Não há previsão clara sobre a repartição de riscos, os mecanismos de
reequilíbrio econômico-financeiro ou as penalidades aplicáveis ao
descumprimento contratual.
Essa omissão é especialmente preocupante diante do
reconhecimento, pelo próprio governo, de que as travessias estão sujeitas a
interrupções climáticas recorrentes — o que exige resiliência operacional e
previsibilidade contratual, sob pena de prejuízos à população e ao erário.
Outro ponto crítico é o modelo de financiamento adotado. O
governo afirma que manterá as gratuidades e não haverá aumento tarifário, mas
para garantir esse cenário, projeta que 80% da remuneração da futura
concessionária virá de repasses diretos do Estado.
Ou seja, a população não pagará diretamente, mas o orçamento
público bancará a maior parte da operação e dos investimentos privados. Em um
contexto de contenção de gastos, isso significa menos recursos para outras
áreas essenciais como saúde, educação e assistência social, especialmente
considerando os R$1,05 bilhão estimados para o contrato.
A proposta também falha em garantir a participação popular
qualificada. Embora tenha havido audiências públicas, comunidades que mais
dependem do serviço — como populações insulares, ribeirinhas e periféricas —
não foram efetivamente incluídas no processo de escuta.
Não há estudos de impacto social e territorial que
considerem as realidades específicas desses territórios, tampouco previsão de
conselhos gestores com participação popular para o acompanhamento da execução
contratual. Esse esvaziamento do controle social contraria os princípios
constitucionais da administração pública e o direito à cidade.
Por fim, ao tratar o transporte aquaviário como ativo
financeiro e não como serviço essencial, o Estado renuncia à sua função
estratégica de garantir mobilidade, integração regional e inclusão territorial.
As travessias são, em muitos casos, a única forma de deslocamento de milhares
de pessoas, e sua operação não pode ser subordinada à lógica do lucro privado.
A concessão patrocinada, nos moldes propostos, representa uma terceirização do
dever público, fragilizando o sistema em vez de fortalecê-lo.
Diante da ausência de garantias ambientais concretas, da
insegurança jurídica contratual, da retirada de recursos públicos em benefício
do capital privado e da exclusão da sociedade civil do processo decisório, a
deputada Monica Seixas se posiciona de forma veemente contra o projeto.
A melhoria dos serviços públicos deve ocorrer com
fortalecimento da gestão pública direta, participação social efetiva e
compromisso real com a sustentabilidade — e não com mais um pacote de
privatizações que transfere riscos à população e lucros ao mercado.
Atenciosamente,
Monica Seixas
do Movimento Pretas
Deputada
*
* *