03 DE FEVEREIRO DE 1999

  SESSÃO ORDINÁRIA DO PERÍODO ADICIONAL DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA, DA 13ª LEGISLATURA

 

Presidência : ELÓI PIETÁ  e  NIVALDO SANTANA

Secretário:   JAMIL MURAD


 

O SR. PRESIDENTE – ELÓI PIETÁ - PT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido o Sr. Deputado Jamil Murad para , como   2º Secretário “ad hoc”,  proceder à leitura da Ata da sessão anterior.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO – JAMIL MURAD - PC DO B procede à leitura da Ata da sessão anterior, que é considerada aprovada.

 

O SR. PRESIDENTE – ELÓI PIETÁ - PT - Convido o Sr. Deputado Jamil Murad  para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO – JAMIL MURAD - PC DO B  procede à leitura da matéria do Expediente publicada separadamente da sessão.

 

* * *

   - Passa-se ao

 

PEQUENO      EXPEDIENTE

 

* * *

  

O SR. PRESIDENTE - ELOI PIETÁ - PT -  Tem a palavra a nobre Deputada Celia Artacho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Nabi Chedid. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dorival Braga. (Pausa.)  Tem a palavra o nobre Deputado Alberto Calvo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Lobbe Neto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Junji Abe. (Entra leitura)

 

   O SR. PRESIDENTE - ELOI PIETÁ - PT -  Tem a palavra o nobre Deputado Cesar Callegari.

 

   O SR. CÉSAR CALLEGARI - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, representantes do movimento “Voto Consciente” que acompanham os trabalhos dos deputados nesta Assembléia, gostaria de fazer   menção às palavras ditas por este deputado quando da pequena solenidade realizada neste plenário de despedida dos deputados estaduais, que foram eleitos para exercer o cargo de deputado federal, como é o caso dos deputados Paulo Kobayashi, Milton Monti, Luiz Carlos da Silva, entre outros que honraram esta Casa com seu trabalho profícuo e importante.

Naquela oportunidade, em que várias lideranças partidárias saudaram e agradeceram pelo convívio, desejando boa sorte aos nossos companheiros que se dirigem agora ao Congresso da República, tive a oportunidade de dizer que talvez fosse este momento para aqueles deputados e para os demais deputados federais e senadores um momento ímpar de participação na história do Brasil.

Era evidente, no começo de janeiro, que o Brasil, por conta dos atos e fatos que foram implementados pela política conduzida pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso, iria experimentar  uma gravíssima crise econômica que pouco tempo depois se materializou e está se materializando de uma maneira dramática pelo País, por conta do colapso, não tanto do regime cambial, quanto da questão de taxas de juros e desemprego, que tem sido fartamente debatida por deputados como Jamil Murad, que já assomou à tribuna nesta semana, fazendo uma  análise clara da profundidade da crise que o Brasil atravessa.

Chamávamos a atenção dos nossos companheiros que se dirigem ao Congresso Nacional na função de deputados federais para o fato de que iriam ter de enfrentar um problema além da crise econômica, com seus desdobramentos de natureza política. Certamente o Brasil, não pela nossa vontade, mas pela responsabilidade daqueles que têm governado o País nos últimos anos, vai atravessar uma sucessão de crises de governabilidade. Essa crise, que na verdade se caracteriza pelo descontrole, de um lado deliberado e de outro involuntário, das rédeas da condução do País por seu destino, desenvolvimento, grandeza e justiça social, pode se dar ao nosso ver um risco muito grande de comprometimento das próprias instituições democráticas a duras custas conquistadas pelos patriotas brasileiros. Esse é o grande risco que temos a enfrentar e que particularmente nós parlamentares, seja no Senado da República, na Câmara Federal ou nas Assembléias Legislativas, devemos pautar o nosso trabalho nestes momentos que estamos atravessando e que certamente não são momentos que terminarão amanhã ou depois de amanhã, pela troca do Presidente do Banco Central. O Brasil certamente vai viver crises de governabilidade, e de acordo com a leitura que podemos fazer da nossa história isso sempre  significou ameaças constantes aos direitos dos trabalhadores, aos direitos da sociedade, às instituições democráticas e daí por diante. Por isso, o papel de todos nós que atuamos na atividade política deve ser a destreza de caminhar em um fio de navalha,  para que não possamos perder de forma alguma a perspectiva das transformações radicais da sociedade na direção de um país mais democrático, justo,  desenvolvido e soberano, e de outro lado para que as elites retrógradas deste país não aproveitem essa convulsão que vai ser necessariamente social, política e econômica para enterrar numa vala comum aquilo que nós conquistamos a duras penas em termos de direitos democráticos no  país. O papel dos políticos é  não  perder as perspectivas das transformações, até porque é evidente o colapso do modelo que aí está, que tem infelicitado parcelas crescentes da população brasileira, e ao mesmo tempo procurar cuidar muito daquilo que foi conquistado,   daquilo que ainda nem é a sua totalidade que são as conquistas democráticas em termos de liberdade de manifestação, de expressão, dos direitos dos trabalhadores que têm sido sistematicamente atacados nesse processo e poderão ser ainda mais atacados por aqueles que acham e vivem dizendo que as instituições democráticas ainda significam um estorvo para o desenvolvimento e a modernização do País.

   Para terminar, Sr. Presidente, existe essa inverdade publicada na imprensa de que o papel dos políticos e do Congresso Nacional é o principal obstáculo ao processo de democratização do País,  e que os parlamentares do Congresso Nacional não estavam de acordo  com as reformas que na realidade são desejadas por todos.

É mais do que evidente que tudo que o governo federal, tudo que o Executivo federal quis fazer sempre recebeu carta branca de uma maioria congressista que lhe deu todas as condições de fazer o que bem entendesse. Nunca o Congresso Nacional nem a classe política foi obstáculo. Deveria  até ser, mas nunca foi obstáculo.

   Portanto, atrás desse tipo de colocação tantas vezes repisada, sobretudo pela grande imprensa comprometida com os interesses fora do Brasil, é que vemos a expressão das ameaças que hoje em dia pesam em relação aos direitos e aos espaços democráticos.

   Sr. Presidente,  passarei a ler a excepcional manifestação derradeira nesse período do nosso companheiro socialista, o nobre Deputado Almino Afonso, que finalizou seu presente mandato  como deputado federal, nosso companheiro do PSB que apresentou um excelente discurso com o título “Palavras autênticas”,  de profunda valia que seja registrado nos Anais desta Casa: (Entra leitura)

 

O SR. PRESIDENTE  - ELOI PIETÁ - PT -  Tem a palavra o nobre Deputado Milton Flávio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Baccarin. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Dallari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sidney Beraldo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Nelson Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Nivaldo Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Erasmo Dias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Flávio Chaves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jamil Murad.

 

O SR. JAMIL MURAD - PC do B - Sr. Presidente, Srs. Deputados, cumprindo nossa missão sagrada como representante do povo estamos debatendo os assuntos mais importantes que afetam a vida desse mesmo povo.

Sei, pela experiência passada, que os situacionistas, os que sustentam o governo e a sua política, não têm interesse em debater no plenário da Assembléia Legislativa, trocar opinião, confrontar rumos e caminhos. Para eles poderia passar o mandato sem o debate.  Como eles fariam? Por ventura eles teriam que assumir aqui e defender, como diz o Sr. Governador Itamar Franco,  que após a reunião do vice-presidente do FMI, Sr. Stanley, aqui em Brasília, logo após esta reunião, convoca-se um brasileiro de registro, mas norte-americano de coração, de profissão, servindo a um mero especulador chamado George Soros, e é trazido dos Estados Unidos para assumir o Banco Central do Brasil. Logicamente defender isso é muito difícil. Na minha opinião, indefensável. 

   Ainda diz o Governador Itamar Franco que depois dessa nomeação do Sr. Stanley, investido de Ministro da Fazenda de fato, não de direito, era só aprender um pouco mais de inglês que as negociações ficariam mais fáceis. Portanto, tamanha ingerência nos destinos do Brasil, tamanha esculhambação em torno da nossa soberania, é impossível aceitar.

Recentemente um amigo nosso, Presidente do PT, Deputado José Dirceu, dizia que o Brasil está se tornando um protetorado. Quer dizer, vai abandonando o seu destino de nação soberana para ser um protetorado norte-americano. Não podemos admitir, não podemos aceitar que depois de inúmeros assaltos às finanças do Brasil, através de uma política criminosa do Governo Fernando Henrique, tenha sido encontrada uma fórmula que era entregar a chave do tesouro para o chefe maior dos especuladores, no caso o Sr. George Soros. Entregar a chave é como se a casa fosse assaltada inúmeras vezes e o dono da casa chama o chefe dos bandidos para colocar de guarda na sua casa.

V. Exas. podem notar que houve até uma diminuição no valor do dólar. É lógico. Eles não precisam mais tanta pressa e nem perder a credibilidade tão rápido. Agora estão baixando o dólar porque estão com a chave do tesouro na mão. Não precisam assaltar porque agora tomaram conta do tesouro e vão carrear a riqueza para fora.

Muitos adiantam que é necessário privatizar mais: a Petrobrás, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, porque aí entraríamos na rota do desenvolvimento, na rota da criação do emprego. Mas quem acredita nisso? Nem os deputados do governo porque nem se manifestam aqui na Assembléia Legislativa. Por quê? Porque, provavelmente, também estão em desacordo. Precisam até de manifestar contra isso porque não vêm defender esse ponto de vista.

Entregou-se todo o patrimônio que tínhamos, como a Companhia Vale do Rio Doce, as ferrovias, as rodovias, as hidrelétricas. Agora sobraram a Petrobrás, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica e é aí que querem assaltar para tornar a nossa economia mais dependente.

Voltaremos a esta tribuna porque o assunto é palpitante, é de alto interesse, é atualíssimo, não pode ser deixado de lado. Convido os deputados que apoiam o governo, que defendem a política do governo federal, que venham para o debate explicar a razão pela qual, depois de demitir funcionários, congelar salários, privatizar empresas, cortar gastos  com a educação, saúde, segurança, por que, depois de tudo isso, o Brasil aumentou sua dívida externa e interna e compromete mais seu Produto Interno Bruto para os gastos públicos? O que é gasto público nesse caso? É a parte dos juros, que continuam cada vez mais altos. Para os banqueiros não há corte,  não há economia, aliás, tudo funciona para os banqueiros e é por isso que estamos à beira do abismo.

   Basta dessa política, Srs. Deputados, temos que ter uma nova política.

 

   O SR. PRESIDENTE - ELÓI PIETÁ - PT -  Tem a palavra o nobre Deputado Reynaldo de Barros Filho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dimas Ramalho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dalla Pria. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Gouveia.

 

   O SR. ROBERTO GOUVEIA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR -  Sr. Presidente, Srs. Deputados, público que acompanha nossos trabalhos no dia de hoje, Assomo à tribuna para ressaltar que estamos preocupados  com o que pode ocorrer neste ano de 1999. Aliás, preocupação manifestada pelos colegas que me antecederam.

Para que possamos acompanhar o raciocínio, para aquilatarmos juntos a atrual situação é preciso dizer que a população cresce em uma determinada taxa anual: é o crescimento populacional, que chamamos de crescimento demográfico, que no Brasil chega a ser de 1,4% ao ano. Fruto do crescimento demográfico, uma parcela bate às portas do  mercado de trabalho anualmente. Portanto, também há o crescimento da população economicamente ativa, que no Brasil é de 2,7% ao ano.

Vejam bem: o que representa essa taxa de crescimento da população economicamente ativa, por ano, do ponto de vista de pressão no mercado de trabalho? Que por ano, um milhão e 500 mil pessoas batem à porta do mercado de trabalho, é o chamado crescimento vegetativo da mão-de-obra. Para absorver esse novo contigente, o Brasil teria de crescer numa média de 7% do PIB por ano. Repito, para que todos possamos seguir  o raciocínio: apenas para absorver o crescimento vegetativo da mão-de-obra.

O que está acontecendo com nosso país? Em 1994 o Brasil cresceu 6% ao ano; em 1995, apenas 4%; em 1996, 3,2%; em 1997, 1,9%; ano passado, provavelmente, menos de 1%. Ainda não tive acesso a esse dado, mas já disseram que seria abaixo de 1%. E o que se espera para 99? O que estão a anunciar? O que está para ocorrer provavelmente ficará abaixo da perspectiva anunciada, ou seja, o Brasil deixará de crescer de 2 a 3% do PIB. Portanto, teremos um crescimento negativo e o que isso representa? Representa a expulsão do mercado de trabalho de uma parcela que já está absorvida por esse mesmo mercado, sem qualquer possibilidade de emprego dessas um milhão e quinhentas mil pessoas que estarão batendo às portas do mercado de trabalho este ano. Faço questão de colocar esses dados para ver o que podemos esperar para 99. Foi por isso que quando convocados para uma reunião na FIESP com empresários, com lideranças políticas, com deputados federais e estaduais de todos os partidos, não nos furtamos do comparecimento. Naquela reunião nós estávamos exatamente lançando a necessidade de um movimento, de um grande processo de articulação e de debate nacional pela produção e pelo emprego. Como o meu tempo está esgotado, não vou mais tecer comentários porque os nobres Deputados Jamil Murad e Cesar Callegari o fizeram com perfeição em relação à conjuntura política que estamos atravessando. Aliás, de um mês para cá o Governo se desgastou demais. E mais uma vez quero fazer coro ao nobre Deputado Cesar Callegari: não se pode cobrar do Congresso nem do Senado. Acabaram de dar um verdadeiro passa-moleque no Senado. Aqueles senhores eleitos senadores pelo Brasil, há menos de trinta dias sabatinaram e aprovaram o Presidente do Banco Central indicado pelo Executivo. E   pouco tempo depois, isso é invalidado. Ou seja, é algo jamais visto no Brasil, é uma coisa vexatória para com aquela instituição. Chega a ser até um desrespeito do Executivo para com aquela instituição. Portanto, não dá para se cobrar nem dos senadores, nem do Congresso. O que temos de fazer concretamente é mudar a política econômica do Governo, porque se continuarmos crescendo tal qual um rabo de cavalo -para baixo- realmente não teremos como antever dias melhores.

 

O SR. PRESIDENTE - ELÓI PIETÁ - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Djalma Bom.

 

O SR. VANDERLEI MACRIS - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu gostaria, como fiz ontem no Colégio de Líderes, de anunciar em plenário que estou deixando a Liderança de Governo Mário Covas nesta Casa logo depois de ter tido uma conversa com o Sr. Governador sobre essa questão, até porque se aproxima a eleição da Mesa e eu, como é do conhecimento da Casa, sou um dos  pretendentes a esta importante disputa do Legislativo paulista.

Estes dois anos de Liderança de Governo foi realmente um período de muita riqueza no trato das questões políticas com relação às ações do Legislativo para com os projetos do Governo.

Queria deixar um agradecimento especial a todos os dirigentes da Mesa desta Casa, como também aos líderes partidários, aos senhores funcionários que colaboraram, sobremaneira, com esse trabalho que pude desenvolver ao longo desses dois anos.

Quero ainda participar que assume neste momento a Liderança de Governo o nobre Deputado Sidney Beraldo, um Deputado combativo, experiente, um Deputado que já exerceu a Liderança de Bancada e que na Liderança de Governo haverá, sem dúvida nenhuma, de prestar um bom trabalho para os interesses do Governo no Legislativo de São Paulo.

   Queria deixar, assim, esta comunicação para o Plenário, ao mesmo tempo em que cumprimento o nobre Deputado Vaz de Lima, que assume a Presidência da Casa, aliás, já o fiz pessoalmente ontem em seu gabinete, na reunião do Colégio de Líderes. Portanto, o nobre Deputado Sidney Beraldo haverá de dar uma grande contribuição ao Governo sucedendo-me neste trabalho que exerci até agora .

 

   O SR. PRESIDENTE - ELÓI PIETÁ - PT - Quero, no exercício eventual da Presidência, saudar o nobre Deputado Vanderlei Macris pela sua atuação como Líder de Governo, pelo trabalho profícuo realizado nestes dois anos e saudar também o novo Líder de Governo, hoje o nobre Deputado Sidney Beraldo. Conhecemos já sua atuação como parlamentar quando do exercício na Liderança do PSDB aqui nesta Casa e sabemos do seu estilo bastante amistoso e eficiente de liderança. Parabéns.

 

   O SR. MILTON FLÁVIO - PSDB - Sr. Presidente, nobres companheiros, por delegação do nosso Líder de Bancada, Deputado Candido Galvão, temos o privilégio de fazer aqui a saudação de despedida do nosso grande companheiro Vanderlei Macris da Liderança de Governo.

Vanderlei Macris é um Deputado que tem uma história longa nesta Casa, uma história de coerência, de combatividade, que registrou nos primórdios de seu trabalho legislativo, com a coragem que lhe é peculiar, lutas que foram para todos nós dignificantes e que deixaram uma marca neste Legislativo pela sua coragem, pela sua persistência e pelo seu denodo. Um deputado que, sendo do Governo, não teve nenhuma dificuldade e não vacilou em assumir um novo partido, um partido que começava uma trajetória de glória, ainda que sendo penalizado por essa escolha, pela liderança que exercia e pela responsabilidade que sempre acarreta essa função. O Deputado enfrentou dificuldades, aprendeu - como nós - que as derrotas são transitórias e nos ensinam, e voltou fortalecido. Quero, neste momento, fazer um registro pessoal. 

Quando cheguei a esta Casa, conhecia o nobre Deputado Vanderlei Macris apenas de nome.  Temos um parente comum, um professor da minha faculdade, eleitor do Macris e que sempre testemunhou a lealdade e o caráter deste político. E aqui chegando, descobri que ele era combativo, porque aqui nesta Casa haviam muitas resistências, que não eram pessoais, mas daqueles que foram seus adversários e que tiveram de enfrentá-lo. Não é fácil enfrentar o Vanderlei Macris numa tribuna, não é fácil estar do outro lado, quando o Vanderlei Macris está combatendo.

   Ao assumir a Liderança de Governo, Vanderlei Macris fez uma mudança radical. Percebeu qual era o seu papel, qual era a sua tarefa e tivemos o privilégio, ontem, de acompanhar no Colégio de Líderes declarações quase que apaixonadas de ex-adversários, mostrando que todos estes anos foram fundamentais para que  a Casa amadurecesse e todos nós tivéssemos hoje a dimensão exata do político Vanderlei Macris, o que o credencia a entrar não apenas para esta disputa, mas para todas as outras que, porventura, seu horizonte lhe oferecer.

   Nós, desta Casa, Vanderlei, e do PSDB ficamos muito orgulhosos, pois para substituí-lo vai o seu primeiro vice-líder, nosso companheiro Sidney Beraldo. 

Quando vim para a Assembléia, o meu incentivador e amigo, Jamil Khouri, me disse que se eu tivesse alguma dificuldade, havia aqui uma grande pessoa - um amigo sério, extremamente honesto, fiel ao partido, dedicado, chamado Sidney Beraldo. Fomos prefeitos juntos e conheço o seu caráter. Tivemos a oportunidade de conviver com ele durante quatro anos e testemunhar, como todos os membros da bancada, que todos os elogios feitos naquela ocasião são insuficientes para definir o seu caráter e a sua firmeza.

Portanto, esta Casa se engrandece hoje e o Parlamento dá uma demonstração de competência: sai Macris, entra Beraldo. Seguramente, embora com todo brilho que o Deputado Vanderlei Macris deu ao seu mandato, assim como o companheiro Walter Feldman, que o antecedeu, infelizmente não sentiremos sua falta. O Deputado Sidney Beraldo cumprirá, com mesmo brilho, o seu papel.

 

O SR. PRESIDENTE - ELÓI PIETÁ - PT - Srs. Deputados, quero informar que a Presidência efetiva desta Casa se encontra, em ato oficial, no Tribunal de Justiça, motivo pelo qual não está presente.

Quero ainda saudar a presença do Deputado Wadih Helú aqui neste plenário. (Palmas.)

 

O SR. JOSÉ CARLOS TONIN - PMDB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, quero cumprimentar o guerreiro Deputado Wadih Helú que, mais uma vez, visita esta Casa.

Em nome do PMDB quero fazer uma saudação aos deputados Vanderlei Macris e Sidney Beraldo, não só porque são da nossa região. O Deputado Macris, ainda menino, projetava ainda mais a sua Americana quando veio para Assembléia, em 74, com todo o seu entusiasmo, com toda garra.

O Deputado Beraldo, que comandou a sua São João da Boa Vista, veio para esta Casa representando o interior de São Paulo e hoje já é uma figura estadual, assim como Macris. Tive oportunidade de conhecê-lo na China, quando representamos, numa comissão, o Congresso Nacional, numa visita oficial à República Popular da China, há alguns anos.

Quero dizer, em nome do nosso partido, que o Deputado Vanderlei Macris sai agora para uma luta que coroa a sua carreira, de alguém que tem coerência de que, ora na oposição, ora na situação, esteve muito à vontade. Ele, que já foi 1º Secretário da Casa, que a conhece como poucos, que sofreu uma dificuldade eleitoral, volta agora maior ainda e vai fazer uma campanha que certamente terá receptividade na Casa, no sentido de comandar o Parlamento paulista.

O nobre Deputado Vanderlei Macris, nos últimos tempos, dedicou-se firmemente à liderança do governo e conseguiu, aqui na Casa, não na base do trator, mas na base do diálogo e da perseverança, aprovar projetos importantes para o Governo. O Governador Mário Covas esperou pacientemente a Assembléia decidir e o Deputado Macris acabou conduzindo a aprovação dos projetos de maneira democrática e tranqüila. Por isso, os meus cumprimentos e os votos de sucesso nessa nova empreitada que se avizinha.

Quero, da mesma forma, dizer ao Deputado Sidney Beraldo que tenho certeza de que desempenhará o seu papel com toda sabedoria de interiorano, de prefeito, de homem de luta, que também teve dificuldade eleitoral num determinado momento, mas a sua São João da Boa Vista e a região o mandaram de volta à Assembléia de São Paulo com uma grande votação.

Aqui fica o abraço de felicidade aos dois companheiros que já não são mais da nossa região; são de todo o Estado de São Paulo, pois certamente receberão missões importantes nos próximos tempos que estão por vir aqui na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

 

   O SR. CÉSAR CALLEGARI - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente e Srs. Deputados, em nome do Partido Socialista Brasileiro estamos aqui  para prestar nossas homenagens aos companheiros Deputados Sidney Beraldo que agora assume a  Liderança do Governo nesta Casa e Vanderlei Macris que, num ato de desprendimento, declarou sua disposição de pleitear a direção desta Assembléia Legislativa para o próximo biênio e deixa a Liderança do Governo para poder proceder as conversas e articulações necessárias.

Acho que compreendo tanto a situação, como o trabalho difícil empreendido pelo Deputado Vanderlei Macris na posição de Líder do Governo. Como representante formal da vontade do Poder Executivo nas suas relações com o Assembléia Legislativa, teve freqüentemente que deixar de lado a sua posição pessoal para lidar com o todo dos deputados dos diferentes partidos aqui representado e com a própria adversidade que qualquer Governo tem em seu interior. Várias vezes conversei particularmente com o nobre Deputado Vanderlei Macris sobre o quanto é difícil e árdua esta tarefa de lidar de maneira integral com a heterogeneidade do Poder executivo e do Poder Legislativo.

Quero dar o nosso reconhecimento público, em nome dos Deputados Pedro Dallari e Alberto Calvo, que em todos estes momentos o relacionamento foi extremamente democrático, atencioso, delicado e este é um atributo que deve ser de reconhecimento de todos nós aqui da Assembléia Legislativa.

Quero aqui dar uma sugestão, na medida em que se inicia agora, com a troca de liderança do Governo e  com a candidatura do Deputado Vanderlei Macris, aquilo que deve ser o principal debate até dia 15 de março em relação ao futuro da Assembléia Legislativa: na visão dos Srs. Deputados do Partido Socialista Brasileiro, a Assembléia Legislativa deve se pautar muito mais  pelo dissenso do que pelo consenso. É muito fácil e pobre ter uma Assembléia Legislativa calma, pacífica e morna, ela deve ser e é a maior contribuição que ela pode dar ao Governo como um todo, a Casa do debate e do dissenso, da confrontação de idéias diferentes e esta é a nossa expectativa  do futuro desta Assembléia, que vem ficando a olhos vistos, cada vez mais pobre da presença de setores organizados e não organizados da sociedade e esta ausência de povo na Assembléia Legislativa ao meu modo de entender, tem muito a ver  com a linha que tradicionalmente, ao longo de muitas legislaturas vem tomando, é uma Assembléia Legislativa que busca andar pelo consenso das maiorias e isto não é bom; não é bom para o Governo e para a sociedade. É fundamental que dentro de um processo de equilíbrio e de preservação das instituições democráticas, o Poder Legislativo sempre se fortaleça e ele só pode se fortalecer se for de fato representante da diversidade que existe na própria sociedade. Ao deixar a liderança do Governo e ao assumir claramente a sua posição de pré-candidato à Presidência desta Casa, desejamos e vamos procurar participar de um grande debate sobre a revisão de rumos da Assembléia Legislativa. Ontem na reunião do colégio de líderes o Deputado Nabi Chedid se reportanto ao período que esta Casa foi dirigida pelo companheiro Paulo Kobayashi  e esta Mesa, chamou muito a tenção a respeito da paz, da tranqüilidade, de uma gestão pautada pelo cuidado que a Presidência e a Mesa teve para  com os deputados e funcionário; isto é importante e deve ser saudado, mas muito mais importante do que o cuidado interno da nossa própria organização corporativa é o cuidado que temos que ter e o compromisso que devemos assumir em relação à restauração do papel do Poder Legislativo como um papel vibrante, de problematização  daquilo que o Governo não pode fazer.

A meu ver,  qualquer governo é um governo sobre toda a sociedade e para toda a sociedade.

   A Assembléia Legislativa pela sua própria composição, pelos seus diferentes partidos políticos, pela ideologia, posturas e estilos de deputados, deve se pautar pelo dissenso, deve se pautar por aquilo que não é igual. É esta a contribuição que podemos dar á democracia e ao próprio governo, entendendo que o governo não é apenas o próprio Executivo, mas também a presença organizada do Poder Judiciário, do  Poder Legislativo e das organizações sociais de maneira geral.

   Portanto, Deputado Vanderlei Macris, fica  aqui o nosso agradecimento e o nosso reconhecimento pelo seu  trabalho. Ao  mesmo  tempo, queremos dizer  também ao companheiro Sidney Beraldo que temos um respeito muito grande por Sua Excelência. Acho que a sua substituição está exatamente no mesmo nível. Temos certeza de que o trabalho será no mesmo estilo, mas a nossa expectativa é a de que iniciemos a partir de agora um debate de alto nível a respeito dos destinos do período legislativo no Estado de São Paulo  porque, no meu modo de ver, precisa ser reabilitado para a sociedade. Muito obrigado.

 

   O SR. CALDINI CRESPO - PFL - Em nome do líder, Deputado Edmir Chedid, e de toda a bancada do PFL, quero dizer ao Deputado Vanderlei Macris   do nosso  reconhecimento pelo seu trabalho na liderança do governo nos últimos dois anos, principalmente pela forma como se incumbiu desse trabalho tão espinhoso. Principalmente, quero destacar aqui que o que marcou a sua conduta desde o primeiro momento é a sua motivação, a sua convicção, a sua firmeza de propósito sempre que trouxe e defendeu as idéias e as intenções do Executivo. Isto talvez tenha sido o principal fator de convencimento entre todos os seus pares nesta Casa. Desejamos  também que S.Exa., não só diante desse desafio que se aproxima - a Presidência da Casa -, mas também em tantos outros encargos, que tenho certeza à sua carreira descortinará, consiga encontrar o mesmo sucesso com a sua bagagem política e com o apreço que todos os seus companheiros dedicamos à sua pessoa.

   Pela oportunidade, desejamos também, em nome da  minha bancada, todo o sucesso a mais uma etapa brilhante na carreira do nosso amigo, Deputado Sidney Beraldo, que se  credencia com bastante eficácia como líder do governo.

Pode contar conosco, sempre estaremos atentos e dispostos a discutir e estaremos também ao seu lado e ao lado do governo sempre que for melhor para  este  Estado.  Muito obrigado.

 

   O SR. ROBERTO GOUVEIA - PT - Em nome da bancada do Partido dos Trabalhadores, também gostaria de prestar a nossa homenagem ao nobre Deputado Vanderlei Macris e ao Deputado Sidney Beraldo. Aliás, tivemos uma convivência de anos nesta Casa e no próprio Colégio de Líderes. A nossa bancada nesse tempo todo, assim como outros deputados, sempre se pautou pelo interesse público como guia fundamental da nossa atuação. Mesmo nos momentos difíceis de discordâncias e divergências,  sempre presenciamos a seriedade, a responsabilidade e também a busca pelo consenso e pelo entendimento.

O Colégio de Líderes, apesar de  em alguns momentos ser merecedor  de críticas, acredito que avançou muito graças à nossa atuação conjunta. Nesse sentido, tanto o Deputado Vanderlei Macris como o Deputado Sidney Beraldo se credenciaram como dois deputados nas funções que desempenharam nesse período.  

   Gostaria aqui, aliás até como quem analisa seu terceiro mandato, de reconhecer que esta legislatura fez um avanço importante, qual seja a aprovação de projetos de lei de deputados. Aliás, lutamos muito: a Bancada do Partido dos Trabalhadores junto com outras bancadas e outros líderes, porque, em algumas legislaturas anteriores, esta Casa aprovava quase que única e exclusivamente projetos de lei do Executivo. E conseguimos, nesse Colégio de Líderes, instituir uma prática muito importante.

   É lógico que agora colhemos uma safra enorme de vetos do Sr. Governador de uma série de projetos que aprovamos no Colégio de Líderes, nesta Assembléia Legislativa.  Mas, logicamente, esta Assembléia dará a palavra final, porque agora os vetos estão em pauta e vamos deliberar sobre eles. Mas acredito que esta foi uma das legislaturas que mais produziu do ponto de vista de resgatar o papel legislador da Assembléia Legislativa.

   Neste sentido, não poderia deixar de elogiar, de reconhecer que boa parte desse trabalho, dessa possibilidade se deveu à nossa capacidade de entendimento, de negociação. Muitas vezes divergimos. Muitas vezes as divergências vieram para o plenário, e é isso que tem que ocorrer. Quando não conseguimos o entendimento de líderes é o Plenário, que é soberano, que decide. Mas sempre buscamos, e tivemos como orientação principal o interesse coletivo, o interesse público.

   Portanto, quero aqui saudar o nobre Deputado Wanderlei Macris. Também não poderia deixar de elogiar sua atitude, pois, de forma muito transparente, abre mão de um posto, da liderança de governo, para claramente pleitear a condução dos trabalhos  na próxima legislatura, sendo presidente da Assembléia Legislativa.

   Quero reconhecer sua experiência, aliás um deputado de várias legislaturas, que conhece esta Casa e a importância dela. Gostaria de dizer que, e não resta dúvida, a Assembléia Legislativa não pode mais ficar no meio do caminho.

   As Câmaras Municipais lidam com o dia-a-dia da população e ocupam um espaço político importante. O Congresso Nacional também tem, no cenário político, um peso inconteste; o tempo todo ele expressa, ilumina e debate os grandes caminhos nacionais.

   As Assembléias Legislativas, no Brasil inteiro, vêm ficando no meio do caminho, à sombra do processo político. Esse é o grande desafio que, acredito, temos que enfrentar de forma suprapartidária. Todas as agremiações, todas as bancadas nesta Casa, têm que recuperar o papel deste Poder Legislativo. É fundamental sua relação com a sociedade, sua relação democrática com as instituições, a visibilidade que este Poder deve ter para não ficar refém dos meios de comunicação. Daí a necessidade da nossa TV Legislativa, que é fundamental que a gente possa recuperar.

   Neste sentido, Deputado Wanderlei Macris, colocamos à disposição da nossa bancada encerrar fileiras, de nos irmanarmos todos no sentido de fazer essa grande empreitada.

   Nesta próxima legislatura, além de obviamente  avaliar os projetos de lei que o Executivo manda para cá, além de continuar aprovando projetos de lei do Executivo - porque o deputado não foi eleito para apenas dizer sim ou não a projetos de lei que venham da esfera do Executivo, mas é isso que mais tem acontecido no Brasil - precisamos, de fato, aprofundar nossa capacidade de estar aprovando nossas próprias iniciativas.

   Portanto, tenho certeza que se V. Exa., que participou dessa experiência,  chegar à presidência da Casa, vai estar também ajudando a aprofundar essa qualidade que desenvolvemos nesta legislatura, e de estabelecer outra relação com a sociedade civil, com o povo paulista, tendo em vista a necessidade deste Poder recuperar suas prerrogativas, a visibilidade, seu papel político, porque acredito que a política, na sua dimensão maior, vale apenas se for para mudar a vida das pessoas, e não apenas para que possamos ficar aqui trocando nossas impressões.

   Este Poder realmente tem que pesar na balança para melhorar as condições de vida do nosso povo. Para conseguir isso, ela deve seguir um caminho, que acredito e também o Deputado César Callegari, e faço questão de manifestar minha concordância em relação às palavras dele.  

Então, parabéns Deputado Macris pela liderança que exerceu, pela atitude clara, transparente e neste momento sai da liderança, desde que analisa, pleiteia e está disposto a assumir uma nova tarefa, quer disputar a Presidência da Casa e o nosso grande amigo Sidney Beraldo, com quem já tivemos inúmeras conversações, negociações e que eu tenho certeza não ficará a dever em absoluto em relação às características, qualidades e à bela liderança que V.Exa. empreendeu.

               Tenho certeza de que o Deputado Sidney Beraldo faz jus e estará nos ajudando a todos a fazer com que este colégio de líderes e esta Casa continue nos caminhos que nós sempre defendemos, mais uma vez tendo como orientação, tendo como farol principal o interesse público e o interesse coletivo. Parabéns.

 

               O SR. CONTE LOPES - PPB  - Sr.Presidente, quero também em nome do PPB cumprimentar o nobre Deputado Vanderlei Macris, que deixa a liderança do governo e vai para uma nova empreitada, buscando a Presidência desta Casa, que S.Exa.  tenha  sorte no seu objetivo. Quero também cumprimentá-lo pelo trabalho nesses dois anos, que inclusive ajudou o governo do PSDB a conseguir a vitória, na reeleição do Governador Mário Covas e também cumprimentar o nobre Deputado Sidney Beraldo, que agora está assumindo a liderança do governo. Uma boa sorte a ambos.

              

O SR. JAMIL  MURAD - PC do B -  Sr.Presidente, pela Bancada do PC do B venho a esta tribuna cumprimentar o nobre Deputado Vanderlei Macris, que cumpriu a sua missão de líder de governo com brilhantismo e isso para nós não foi novidade, porque S.Exa., líder político, homem público, reconhecido no nosso Estado, Vanderlei Macris, vem desde jovem numa tradição de luta pela democracia no Brasil.

Ainda recentemente eu estava olhando uma placa no Plenário Teotônio Vilela e estava lá  o nome do Deputado Vanderlei Macris, como primeiro secretário da Assembléia Legislativa num período difícil para o povo brasileiro.

               Já disse numa ocasião para o Governador Montoro que a maior obra que ele fez como governador foi não ouvir o canto da sereia dos militares, que ofereciam até algumas vantagens para ele apoiar, entrar no sistema, mas ele permaneceu colocando o seu cargo de homem público na trincheira da democratização do Brasil, para que mais brasileiros tivessem direitos, participassem da vida política, da vida econômica e social do nosso País.

               Então, o Deputado Vanderlei Macris tem essa marca desde a juventude. leito ainda muito jovem, colocou o seu mandato na trincheira que mais interessava ao povo brasileiro, que era se livrar do regime militar. E nesse período o Deputado Vanderlei Macris exerceu mandato de deputado, de líder do governo e num período em que  a política do governo federal, que é do seu partido e é um amigo seu que exerce a Presidência da República,  dizimou metade das indústrias da sua cidade e colocou 25 mil trabalhadores no desemprego, que é a indústria têxtil. O Deputado Vanderlei Macris não se furtou, está na primeira linha de defesa da indústria, da economia de Americana de nosso Estado e também do nosso País.

 Fomos à Brasília numa delegação, representando a Assembléia, o plenário super lotado de trabalhadores, empresários, homens públicos, para exigir uma nova política que salvaguardasse os interesses da nossa indústria têxtil e da economia do Brasil.

               Portanto, poderia citar um rosário de fatos, de episódios com a participação do Deputado Vanderlei  Macris. Mas eu acho que esses dois marcam bem, porque eles mostram que quando foi  preciso enfrentar o governo federal ele enfrentou, quando foi para enfrentar os militares, a ditadura, para democratizar o país ele enfrentou.

   Logicamente, se quisesse ficar do outro lado teria mais benefícios, mas ele ficou do lado do povo, e por isto é um homem público respeitável por todos aqueles que o conhecem.

   Queremos, igualmente, cumprimentá-lo pela maneira como exerceu a liderança do governo nesta Casa. Tivemos oportunidade de receber seu apoio em vários projetos de interesse de nossa sociedade. Naturalmente, o líder do governo precisa ajudar, colaborar para a aprovação não só para os projetos de minha autoria como dos outros nobres colegas, inúmeros, como os do nobre Deputado Roberto Gouveia. Todos esses projetos, praticamente, foram aprovados.

   Portanto, a participação do nobre Deputado Roberto Gouveia como líder da maior bancada nesta Casa foi importante, quer queiram ou não. Está registrado que se quisesse ser contrário, não aprovaríamos esses projetos.

   O nobre Deputado Sidney Beraldo, que substitui o nobre Deputado Vanderlei Macris, veio com uma grande apresentação. Embora sem conhecê-lo anteriormente, soube que era amigo do nobre Deputado Silvio Torres, que tinha sido um ótimo parlamentar nesta Casa.

   A atuação do nobre Deputado Sidney Beraldo neste Legislativo foi marcada pela simplicidade, pela inteligência, pela cordialidade com que trata os colegas, além de orientado pelo espírito público.

   Portanto, a escolha do nobre Deputado Sidney Beraldo como líder do governo é uma escolha que contempla os interesses de nosso Estado, não só do governo, mas da sociedade. Queremos desejar a S. Exa. um mandato na liderança do governo muito exitoso, que o projete ainda mais na vida pública.

   Parabéns,  nobre Deputado Vanderlei Macris, parabéns nobre Deputado Sidney Beraldo.

   Convido os líderes desta Casa que estimulem os membros das diversas bancadas para que venham debater os problemas. Problemas de juros, como quando aqui esteve a FIESP que disse ser impossível continuar produzindo desta forma, e depois aumentaram ainda mais os juros. Acabamos de chegar da Ford, onde após uma greve felizmente houve uma readmissão, portanto com uma vitória desta luta que é a luta pelo emprego. Agora,  com o Fundo Monetário Internacional dando as regras aqui o nosso drama social vai aumentar, e precisamos debater rumos. Não precisamos falar que eu estou certo e que aquele está errado. Queremos buscar rumos para o nosso povo, incluindo uma ordem para o nosso país se desenvolver e cumprir sua missão no seio das nações.

   Não temos a vaidade nem o interesse de falar que somos os donos da verdade, ou que sabemos o que deve ser feito. Mas, queremos pelo menos debater, colocar opiniões, buscar argumentos, fazer a leitura da realidade de tal forma que possamos juntos buscar também caminhos.

   Sei que muitos Deputados do PSDB aqui não estão concordando com esta situação dramática que vive o nosso povo e esta orientação de Brasília. Mas, precisamos debater. Concordando ou não, é necessário fortalecer o Poder Legislativo.

   Quero reafirmar, Sr. Presidente, a necessidade da TV Legislativa. Tenho assistido muito a TV a cabo, que me põe em contato com os debates do Senado, da Câmara dos Deputados, e até da Câmara Municipal de São Paulo. Mas, o Poder Legislativo de São Paulo ninguém sabe o que está fazendo ou debatendo. E todos os nobres Deputados têm opiniões, vivência e poderiam colaborar com suas opiniões, divulgando mais amplamente para a própria sociedade os debates e buscando caminhos melhores para o nosso povo.

   Portanto, parabéns nobre Deputado Sidney Beraldo e sucesso em sua missão.

   Parabéns, nobre Deputado Vanderlei Macris, e muito sucesso na sua nova empreitada.

 

   O SR. SIDNEY BERALDO - PSDB- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, quero inicialmente agradecer as palavras  de apoio e motivação dos senhores líderes que me antecederam, e dizer que realmente ficamos emocionados com a manifestação aqui registrada pelos líderes de todos os partidos, especialmente do Sr. Presidente.

Quero também alinhar-me àqueles que  antecederam a manifestação deste Deputado com relação ao homem público Vanderlei Macris, pessoa que conheço há muito tempo porque  desde jovem representa uma das cidades importantes  da nossa região, e como já foi amplamente colocado aqui, com muita dignidade, inteligência e seriedade. 

Nobre Deputado Vanderlei Macris, isto foi aqui  manifestado, porque uma história política não é construída somente com palavras, mas com gestos e ações, e V. Exa. soube desde jovem construí-la. Mesmo quando  Vereador de São João e Prefeito, acompanhava  o seu trabalho nesta Casa e pude verificar o seu combate e firmeza num período difícil, duro, de ditadura, em que não tínhamos a liberdade que hoje temos. V. Exa. enfrentou com muita coragem os poderosos da época, inclusive  governadores de Estado e construiu a sua história. Portanto, recebe aqui hoje as manifestações legítimas por todo esse trabalho de V. Exa., culminando agora, como V. Exa. mesmo disse, com a grande  experiência de Líder de um Governo também honrado e sério, que nos  dignifica, e que foi uma experiência muito importante.

Registramos isso porque o Parlamento ganhou com o trabalho de V.Exa. e poprque continuará ganhando com a nova tarefa  de V. Exa. como candidato à Presidência desta Casa, conforme    foi mencionado.

Srs. Deputados, cada vez mais precisamos fazer desta Casa uma representação legítima para que a população sinta-se bem representada. Precisamos trazer o debate para o plenário, precisamos aprovar as iniciativas dos Srs. Deputados, precisamos discutir uma metodologia que facilite a tramitação dos projetos nesta Casa, para que possamos  modernizar, como a própria sociedade exige, a tramitação das propostas, se bem que num processo democrático isso é mais difícil, mas acredito que poderemos fazer isso.

   Tenho a absoluta certeza que com a experiência de V. Exa., pois uma grande parte de sua vida foi vivida neste Parlamento, V.Exa. poderá, sem dúvida, dar uma grande contribuição para que possamos resgatar, cada vez mais o desejo de todos nós, que é ter um Parlamento cada vez mais forte.

   Quero dizer que não tenho nenhuma pretensão de representá-lo; creio ter uma longa estrada pela frente, de aprendizado e experiência, para chegar no patamar de Vossa Excelência. Mas procurarei, contando com o apoio dos companheiros, dos colegas, dos  senhores  funcionários, das assessorias e principalmente dos Líderes desta Casa, fazer um trabalho integrado e  dar uma contribuição para este Governo Covas, que neste primeiro mandato demonstrou a que veio, fez a tarefa de casa. Aquilo que nem parecia tão importante quando no início do seu governo, tornou-se uma questão séria, que é o ajuste  fiscal, o déficit zero. Talvez nós, e até mesmo  a própria sociedade, não entendemos muito o significado da questão naquele momento; hoje sabemos  o que  realmente significou  para o Estado de São Paulo e além disso o que isto realmente significou para o Estado de São Paulo e, além disso, além de recuperar a credibilidade do Estado, de levar o déficit a zero, ampliou programas sociais e agora, sem dúvida nenhuma, no seu 2º mandato, irá, apesar dessa crise toda, fazer ainda muito mais.

   Nós, dentro das nossas limitações, estaremos dando essa contribuição. Quero dizer e registrar ao Sr. Presidente e aos membros desta Casa que é um orgulho, uma honra muito grande representar o Governador Covas aqui nesta Assembléia. Muito obrigado.

 

   O SR. PRESIDENTE - ELOI PIETÁ - PT -  Srs. Deputados, queremos novamente dar os nossos  parabéns aos Deputados Vanderlei Macris, que vai continuar entre nós, uma vez que postula a presidência da Casa e, portanto, terá tantos contatos ou mais enquanto esteve como Líder do Governo, e o Deputado Sidney Beraldo que assume a liderança do Governo nesta hora importante de crise nacional e nesta hora em que sofremos todos solidariamente com o  Sr. Governador do Estado os problemas que vive, em face da doença que o atingiu e a quem  desejamos uma pronta e completa recuperação. São questões que afetam bastante a nossa vida e a vida da Assembléia Legislativa. Portanto, saudamos também o Deputado Sidney Beraldo, como Líder do Governo nesta Casa.

 

   O SR. DJALMA BOM - PT -  Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos até as 17 horas e 30 minutos.

 

   O SR. PRESIDENTE - ELOI PIETÁ - PT - Tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo Deputado Djalma Bom e suspende a sessão até as 17 horas e 30 minutos.

   Está suspensa a sessão.

* * *

 

   - Suspensa às 15 horas e 57 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 40 minutos, sob a Presidência do Sr. Nivaldo Santana.

                                      

* * *

O SR. RENATO SIMÕES - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - NIVALDO SANTANA - PC do B - Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V.Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da sessão de hoje.

Está levantada a sessão.

 

* * *

 

-         Levanta-se a sessão às 17 horas e 41 minutos.

 

* * *