04 DE FEVEREIRO DE 2011

004ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: CARLOS GIANNAZI, OLÍMPIO GOMES e DONISETE BRAGA

 

Secretário: OLÍMPIO GOMES

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - OLÍMPIO GOMES

Relata a espera da classe policial pela segunda votação da PEC 300. Menciona promessa de comprometimento do vice-Presidente Michel Temer com o tema. Questiona críticas recebidas pelo projeto. Destaca a importância de um maior investimento em Segurança Pública no Estado de São Paulo.

 

003 - OLÍMPIO GOMES

Assume a Presidência.

 

004 - CARLOS GIANNAZI

Manifesta apoio à população do norte da África e sua revolta contra regimes totalitários. Destaca a necessidade de uma maior mobilização por parte da sociedade brasileira. Critica a reeleição de José Sarney à presidência do Senado. Questiona visita do presidente do Senado ao Sindicato dos Metalúrgicos.

 

005 - DONISETE BRAGA

Exalta políticas públicas da Presidente Dilma Rousseff no que tange à Saúde Pública. Cita depoimentos de médicos, favoráveis às medidas mencionadas. Cita demanda por mais hospitais públicos na região do ABC.

 

006 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

 

007 - OLÍMPIO GOMES

Faz menção à necessidade de reativação do posto do Ministério do Trabalho e Emprego em Presidente Venceslau. Demonstra-se contrário às justificativas apresentadas pelas autoridades responsáveis por seu fechamento. Informa que deve participar de reunião com o Secretário do Trabalho para buscar um maior envio de recursos e funcionários ao posto.

 

008 - DONISETE BRAGA

Assume a Presidência. Cancela, a pedido do Deputado Simão Pedro, a sessão solene marcada para o dia 11/02, às 20 horas, pelo "Dia da Comunidade Libanesa e 6º aniversário de falecimento do Sheik Rafik Hariri".

 

009 - CARLOS GIANNAZI

Cita problemas com matrículas de alunos inscritos na rede pública de educação. Lamenta dificuldades encontradas pelos alunos do EJA (Educação de Jovens e Adultos) na efetivação de suas matrículas. Considera necessária a reavaliação do sistema de matrículas por parte das secretarias de Educação municipal e estadual.

 

010 - OLÍMPIO GOMES

Assume a Presidência.

 

011 - CARLOS GIANNAZI

Pede a revogação da lei 1093/09. Relata problemas ocasionados pela vigência da lei. Lamenta a perda de interesse da juventude pelo magistério. Defende uma maior destinação de recursos à Educação. Considera necessária a criação de um Plano Estadual de Educação.

 

012 - CARLOS GIANNAZI

Solicita o levantamento da sessão, com a anuência das lideranças.

 

013 - Presidente OLÍMPIO GOMES

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 07/02, à hora regimental, sem ordem do dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - OLÍMPIO GOMES - PDT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Srs. Deputados, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Uebe Rezeck. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Felício. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembléia, continua muito grande a expectativa da família policial brasileira - policiais civis, militares, bombeiros militares - com relação à segunda votação da PEC 300 na Câmara dos Deputados.

Durante o período de campanha eleitoral, houve posicionamentos mais do que favoráveis a essa PEC. O atual vice-Presidente da República, na época Presidente da Câmara dos Deputados, Deputado Michel Temer, comprometeu-se em eventos públicos, inclusive comigo, a pautar a votação da PEC 300, que cria um piso nacional para a Polícia e o Bombeiro brasileiro.

Passadas as eleições, começamos a ter posicionamentos contrários do Governo Federal, inicialmente na figura do Ministro Guido Mantega, que disse à imprensa que a PEC 300 causaria um impacto de 44 bilhões de reais. Mal informado ele estava, porque a PEC 300 não fixa o valor. Esse valor será estabelecido em lei complementar à Constituição. O Ministro fez um cálculo não sei por onde e passou uma mentira à opinião pública, por meio da imprensa. Um verdadeiro “passa-moleque” à polícia.

Continuam as gestões por parte das entidades representativas de policiais civis, policiais militares, bombeiros militares, do Deputado Arnaldo Faria de Sá, proponente da PEC 300. Pesquisas realizadas com os novos deputados e com os que foram reeleitos dão conta que a esmagadora maioria quer votar a PEC 300 e criar o piso nacional para os policiais.

Algumas barreiras, no entanto, foram colocadas. Seis governadores eleitos, até então não empossados - dentre eles, o atual Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin -, no mês de novembro, reuniram-se com representantes do Governo Federal e da Câmara dos Deputados para impedir a votação da PEC 300.

Dia 10 de fevereiro, teremos uma reunião de governadores com representantes do Governo Federal em Brasília. Um dos temas pautados será a PEC 300. Estaremos lá para pressionar de todas as formas pelo que é moral, ético e tem de se tornar legal. Não dá para colocar a segurança pública como uma das prioridades no País e sair mentindo para a opinião pública, como se faz hoje no Rio de Janeiro, em São Paulo, dizendo que temos a melhor Polícia do mundo, quando os quadros policiais têm os piores salários.

São Paulo, então, é uma vergonha. Carro-chefe da nação, 40% do PIB arrecadado, mas uma das mais mal pagas polícias. Não dá para tapar o sol com a peneira. Há uma tendência de queda do número de homicídios, de criminalidade. Há um esforço dos meus irmãos policiais civis e militares, não tenho a menor dúvida. Mas não é por causa da ação de governo. É apesar da omissão do governo.

Quero manifestar minha preocupação e minha renovação de compromisso. Meu partido, o PDT, por meio de seu líder na Câmara dos Deputados, Paulinho da Força, tentou, de todas as formas, ainda nos estertores, no apagar das luzes da Câmara dos Deputados, a votação da PEC 300. Meu partido, o Partido Democrático Trabalhista, tem como compromisso maior com a Polícia brasileira, com o Bombeiro brasileiro, a criação de um piso nacional. Tenho recebido muitos e-mails, policiais desanimados, dizendo que não tem jeito. Mas há uma máxima que diz: “a luta muda a lei”. E vai mudar. Não é possível que essa geração de policiais brasileiros de todas as formas vai continuar sendo massacrada. Até porque a PEC 300 já foi adotada por legislação estadual em oito estados. Faltam dezenove. Será que São Paulo vai ser o último que os governantes terão um pingo de vergonha e prestigiem os quadros da Polícia?

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Widerson Tadeu Anzelotti. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Valdemar Corauci Sobrinho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Rita Passos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Neder. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Diniz Lopes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marquinho Tortorello. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Prandi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.)

 

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- Assume a Presidência o Sr. Olímpio Gomes.

 

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O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, telespectadores da TV Assembleia, estamos numa desértica sessão de sexta-feira. Mas às vezes é até melhor, pois como tenho dito exaustivamente, quando tem muito deputado aqui, coisa boa não é: votação contra a população, contra os servidores. Então, é melhor que a sessão fique deserta. É mais salutar para o Estado de São Paulo. É menos ruim, eu diria.

Sr. Presidente, em primeiro lugar, em nome da Bancada do PSOL, gostaria de manifestar o nosso total apoio e solidariedade aos povos da África do Norte e do Oriente Médio que estão se mobilizando contra as ditaduras regionais. Houve uma grande revolução na Tunísia, a famosa Revolução do Jasmim, na qual a população, de uma forma organizada e democraticamente, saiu às ruas e derrubou um presidente autoritário que levou a Tunísia a um processo de extrema miséria.

No Egito, também a população reage e quer a queda de um regime totalitário que tem esmagado a democracia, destruído a economia e empobrecido cada vez mais a população. O mesmo vem acontecendo na Jordânia e em outros países daquela região. São os ventos da democracia. Isso é muito importante, não só para aquela região, mas para o mundo inteiro. Tem que servir de lição para vários países. Ao se mobilizar, a população derruba os governos autoritários, governos que não têm compromisso com as áreas sociais, com a cidadania.

Acho que o Brasil tem que se mirar no exemplo do que vem acontecendo na África do Norte. A população do Brasil também tem que sair às ruas. Em São Paulo, ocorrem grandes mobilizações dos estudantes contra o aumento das passagens de ônibus; há categorias profissionais fazendo mobilizações. Enfim, temos que intensificar esses movimentos. A população tem que ir às ruas e retomar a democracia. Embora o Brasil não tenha mais a ditadura militar, possui ditadura econômica, ditadura política, ditadura cultural. Temos que derrubar todas essas ditaduras. Não é à toa que o Brasil é campeão mundial em desigualdade social.

Quero registrar o apoio da Bancada do PSOL, neste momento específico, à população do Egito, que tem dado uma aula de cidadania e de mobilização para todo o Planeta Terra.

Gostaria ainda de manifestar, pela liderança do PSOL, o nosso repúdio e a nossa indignação à reeleição do Senador José Sarney para a Presidência do Senado. Isso representa um verdadeiro escárnio à Nação, um verdadeiro retrocesso. Todos se lembram muito bem de que o Senador José Sarney, há dois anos, quase foi cassado na Comissão de Ética do Senado. Foram julgados 11 processos, pedindo a cassação dele, naquele escândalo dos atos secretos, de nepotismo, de desvio de verbas, de corrupção.

Apesar de tudo, ele foi reconduzido, pela maioria do Senado - exceto o PSOL, que lançou candidatura própria. Mas o PT, o PSDB, o PMDB, todos os partidos se uniram em torno de uma figura anacrônica, que é a figura do Senador José Sarney, que representa as oligarquias da política brasileira, principalmente do Nordeste. Ele é um dos responsáveis pela grande miséria do Brasil, pela falta de uma reforma agrária. É uma pessoa que está há muito tempo no poder, que apoiou o regime militar, a tortura. Aos 80 anos, é o Presidente do Senado. Inclusive, a oligarquia Sarney é a responsável pela censura do Jornal “O Estado de S.Paulo”.

No entanto, tivemos uma união de todos os partidos: PSDB, PT, PMDB, PV, PSB, PPS. Todos se uniram para eleger José Sarney.

Isso é deplorável, é um retrocesso para a cultura política ter José Sarney como Presidente do Senado Federal. Registro que mais deplorável ainda foi, no dia da Posse da Presidente Dilma Rousseff, o Presidente Lula ter convidado José Sarney para acompanhá-lo a um encontro de despedida no Sindicato dos Metalúrgicos no ABC. É lamentável que Lula tenha maculado a sua biografia no último dia de Governo no Brasil. Levar José Sarney no avião até o sindicato e chamá-lo ainda de “companheiro Sarney” é uma falta de coerência muito grande na política brasileira, e a reeleição de Sarney mostra exatamente isso.

A população não acredita nos partidos políticos do Brasil, e nos políticos, por causa dessa crise de representatividade. O fato é que a presença de José Sarney representa um escárnio e, sobretudo, um retrocesso para a cultura política do Brasil. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Neder. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Morando. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Barbosa. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rogério Nogueira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, nobre Deputado Carlos Giannazi que preside os nossos trabalhos, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, telespectadores que nos acompanham da TV Assembleia, venho a esta tribuna para falar mais uma vez do Governo da Presidente Dilma Rousseff. Quero registrar que é um fato crucial para o nosso país o fortalecimento do Sistema Único de Saúde. A Saúde é uma política de prioridade dos governos estaduais, especialmente em São Paulo.

A nossa Presidente Dilma Rousseff, juntamente com o nosso Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou no dia de ontem a gratuidade de medicamentos às pessoas que sofrem de hipertensão e de diabetes. Esta iniciativa é relevante para a saúde pública, uma vez que no Brasil temos 33 milhões de brasileiros hipertensos e sete milhões de brasileiros diabéticos. Hoje pela manhã vi a repercussão em várias rádios do nosso Estado, quando a comunidade médica falava da iniciativa da nossa Presidente em relação à gratuidade desses medicamentos. Todos elogiaram a iniciativa porque, acima de tudo, uma iniciativa que tem como objetivo cuidar das pessoas que têm diabetes e hipertensão. Mas, ao mesmo tempo, quando se estabelece uma política como essa, também se proporciona um processo de economia com relação à saúde. É fundamental que um Governo estabeleça metas, ações, iniciativas, para combater doenças que termina complicando a vida das pessoas, especialmente do povo brasileiro.

Faço este registro porque ouvi muitos médicos dizendo que mesmo as pessoas sabendo que têm problema de hipertensão e diabetes, têm grande resistência em fazer o tratamento porque a medicação é muito cara. Muitas vezes elas não tem informação com relação ao problema de diabetes e hipertensão.

Todos dizem da importância de, a partir de agora, essas 15 mil drogarias conveniadas à rede de Farmácia Popular em todo o Brasil possam estabelecer de forma criteriosa a entrega da medicação.

Temos lutado muito na nossa região - e sei que é também a luta de vários parlamentares - com relação aos investimentos à área da Saúde no nosso Estado. Tenho feito uma grande campanha na minha Região do ABC para, muito em breve, termos mais um hospital estadual regional. Temos hoje apenas dois hospitais do Estado, que é o Hospital Mário Covas, em Santo André, e o Hospital Serraria, no Município de Diadema.

Temos hoje uma demanda reprimida de quase 500 leitos para atender toda região. Então, vamos continuar lutando para termos mais um hospital estadual na Região do ABC. Faremos gestão junto ao Governo do Estado de São Paulo e ao Governo Federal para cada vez mais procurar dar dignidade ao nosso povo que precisa de investimento na área da Saúde do nosso País.

Quero cumprimentar, mais uma vez, a nossa Presidente Dilma que tem procurado não só dar sequência à política do Governo Lula, mas que está cumprindo uma promessa de campanha feita durante o processo eleitoral.

Ficamos muito felizes em presenciar e comprovar o cumprimento dessa iniciativa com relação às pessoas portadoras de hipertensão e diabetes. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, em especial a população de Presidente Venceslau e dos municípios vizinhos do Pontal do Paranapanema, quero dizer que já solicitei e estou na fase de implorar ao Ministério do Trabalho e Emprego, que tem à frente o Ministro Carlos Lupi, Presidente licenciado do meu partido, o PDT, para que se reverta a situação, Deputado Donisete Braga, que é muito bem quisto e muito bem votado em Presidente Venceslau e região, porque o Ministério acabou encerrando as atividades do Posto do Ministério do Trabalho e Emprego em Presidente Venceslau, desassistindo os trabalhadores de Presidente Venceslau e do abandonado Pontal do Paranapanema.

Buscando informações junto ao gabinete do ministro e contando com todo apoio do Paulinho da Força, Presidente Estadual do partido e Líder do PDT na Câmara dos Deputados, que, aliás, vem fazendo gestões permanentes junto ao ministério, as informações repassadas a este Deputado são de que com a aposentadoria de um funcionário do posto do Ministério do Trabalho e Emprego de Presidente Venceslau um novo servidor não pode assumir e a movimentação de outro funcionário do ministério implica no pagamento de diárias, o que financeiramente fica prejudicado. Em função disso, então, matou-se a vaca para acabar com o carrapato. Portanto, estão encerradas simplesmente porque não existe contingente para dar assistência.

O Ministério do Trabalho está propondo - e nós vamos fazer o nosso papel como parlamentar de mediar esta situação com a Secretaria do Trabalho do Governo do Estado de São Paulo - um convênio com repasse de recursos do Ministério para a Secretaria do Trabalho e esta, dotada de recursos e pessoal, faça com que aquele posto volte a funcionar.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Donisete Braga.

 

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A população está apreensiva. O Prefeito de Presidente Venceslau, Ernane Erbella, tem feito gestões, nos procurou, oficiou pedindo ajuda e não tenha dúvida de que vamos nos mobilizar e se necessário faremos manifestações públicas para que haja sensibilidade do Governo Federal em modificar este estado de coisas porque isso pode estar acontecendo em outras regiões do País.

Portanto, quando o funcionário titular se aposenta, a regra atual impede que um novo assuma a direção de um posto isolado e os custos para a mobilização de um servidor de outra região ficam altíssimos, já que pela legislação interna isso implica em pagamento de vultosas diárias.

O que o trabalhador de Presidente Venceslau e região quer é dispor de um atendimento próximo e digno, o que continuaremos exigindo, pedindo, suplicando.

Meu caro Ministro e líder maior do meu partido Carlos Lupi, estamos no aguardo de uma decisão de V. Exa. que acolha não a minha pretensão como colega de partido ou a do Deputado Paulinho da Força, líder maior do partido no Estado de São Paulo, mas a de milhares e milhares de cidadãos paulistas e também, devo dizer, de trabalhadores de vários municípios do sul de Mato Grosso, que na falta de um posto do Ministério do Trabalho e Emprego acabam se dirigindo a Presidente Venceslau. Não é assim que se respeita a população. “Ah, aposentou um funcionário, põe uma placa dizendo que está desativado.” Não é assim não. E vamos exigir democraticamente, respeitosamente, mas até com contundência, se for necessário, respeito e dignidade aos trabalhadores de Presidente Venceslau e região.

O SR. PRESIDENTE - DONISETE BRAGA - PT - Srs. Deputados, esta Presidência, atendendo solicitação do nobre Deputado Simão Pedro, cancela a sessão solene convocada para o dia 11 de fevereiro, às 20 horas, com a finalidade de homenagear o Dia da Comunidade Libanesa e o 6º ano de falecimento de S.Exa. o mártir e primeiro ministro do Líbano o xeique Rafik Hariri.

Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Olímpio Gomes.

 

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente Donisete Braga, nobre Deputado major Olímpio Gomes, telespectadores da TV Assembleia, nesta semana visitei várias escolas da rede estadual e municipal de São Paulo e as escolas estão, neste momento, fazendo as atribuições de aulas aos respectivos professores e também efetuando matrículas dos alunos que fizeram cadastros nas escolas dos seus respectivos bairros.

Tenho notado grande crise principalmente nessa área das matrículas porque foi criado um programa integrado entre as duas redes de ensino, a estadual e a municipal. Esse programa tira toda a autonomia da escola em matrículas dos alunos do ensino fundamental, médio e educação infantil. Ou seja, o aluno apenas cadastra o seu nome numa escola pública, e, depois, esse sistema elaborado pelos burocratas da educação e que me parece não conhecerem a realidade das escolas, o processo de matrícula, matricula os alunos usando como critério apenas o CEP. Isso tem causado grandes transtornos para as famílias, para os alunos, para os pais e para a escola também. Até porque, primeiro, o programa comete erros gravíssimos. Há várias denúncias as quais eu tenho acompanhado de famílias em que os irmãos estão sendo separados. Uma família mora ao lado de uma escola, um irmão vai estudar nessa escola e o outro vai para um bairro distante. Muitas vezes a matrícula é na mesma série. Há, então, uma divisão das famílias, porque o programa tem muitas imperfeições.

Pior do que isso: acompanhamos a questão do EJA - Educação de Jovens e Adultos que exaustivamente temos denunciado aqui, porque tanto o estado como a prefeitura têm dificultado o máximo o processo de matrículas. Pessoas que não tiveram acesso na idade própria ao ensino fundamental e médio estão com muitas dificuldades de efetuar matrícula na rede pública. Há um esvaziamento. Tanto que o poder público não faz nem a chamada pública sobre esse tema.

O que estamos assistindo? Por exemplo, na Escola Municipal Lineu Prestes, na região de Santo Amaro, próxima ao Largo 13, à estação de trem, ao terminal de ônibus recebe matrículas de alunos que trabalham na região por não conseguirem chegar a seus bairros como Campo Limpo, Taboão da Serra, Itapecerica da Serra, Embu-Guaçu, Embu das Artes. Eles preferem estudar na escola Lineu Prestes porque saem do trabalho, vão a pé para a escola e depois para sua casa, na periferia. Acontece que milhares de alunos que fizeram matrícula nessa escola foram matriculados em escolas de seus bairros, mostrando isso que o sistema é falho.

Conversamos com a Secretaria da Educação e exigimos a mudança desse programa para que as escolas tenham autonomia para matricular os alunos, para que haja uma flexibilização no processo de matrículas, porque esse programa feito por burocratas da Educação não está funcionando, está prejudicando os alunos, as famílias e os professores.

Fica nosso apelo às duas secretarias de Educação, estadual e municipal, para que revejam esse programa e devolvam autonomia para as escolas realizarem as matrículas porque só a direção da escola, só pessoal da secretaria e os professores realmente conhecem a realidade de cada comunidade e sabem como organizar o processo de matrícula para atendimento da demanda. Esse sistema tem criado transtornos para toda a comunidade escolar.

Do ponto de vista da atribuição de aulas, ficamos extremamente estarrecidos com o que vem acontecendo, principalmente na rede estadual de ensino.

Nesta semana tivemos atribuição de aulas dos professores OFAs/ACTs de várias categorias como, por exemplo, O, L e F. Vimos professores chorando, sendo humilhados, por conta da organização muito mal feita desse processo de atribuição de aulas. Muitos professores que trabalham na rede estadual de 15 a 30 anos foram prejudicados por conta de todas as mudanças da resolução que estabeleceu o processo de atribuição, para o qual desde o ano passado pedimos uma revisão porque sabíamos que haveria muita crise, muitos transtornos e prejuízos para os professores.

Diante disso estamos lutando na Assembleia Legislativa para por fim a esse tipo de humilhação que o professor OFA/ACT passa todos os anos durante o processo de atribuição de aulas. Precisamos resolver essa situação e devolver a dignidade a esses professores que hoje representam quase metade da rede estadual de ensino e revogar a Lei 1093, de 2009, que criou a famigerada provinha e o famigerado provão do professor OFA/ACT.

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi, por cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Por isso apresentamos um projeto de lei em 2009, que ora tramita na Assembleia Legislativa, para que essa lei seja extinta do ordenamento jurídico da Educação. Tanto é que o próprio governo reconheceu uma parte do erro e apresentou um projeto de lei para corrigir pelo menos parte da famosa quarentena que pela nova Lei 1093 o professor admitido em caráter temporário só pode lecionar durante um ano na rede estadual de ensino. No fim do contrato esse professor tem de abandonar a escola, os alunos e o projeto pedagógico e pode voltar depois de 200 dias letivos. Por isso chamamos de “duzentena”. O governo fez um pequeno remendo que não vai solucionar essa questão porque só soluciona quando o contrato vence em setembro ou novembro e pode ser até prorrogado até o final daquele ano. Encerrado o ano letivo, o professor não volta mais, pelo menos durante um ano, para a rede estadual de ensino.

Esse tipo de procedimento depõe contra a Educação. Estamos vivendo uma crise na área da Educação. Não temos mais professores no Brasil. O próprio censo do MEC demonstra que há uma queda brutal de formandos tanto na área do magistério para a educação infantil como no ensino fundamental, de 1ª à 5ª série, e nas outras áreas de licenciaturas. A pesquisa mostra que há uma crise. Estamos perdendo alunos interessados em seguir a carreira de professor no Brasil porque é uma profissão muito desvalorizada pelo governo. Tanto é grave que o próprio MEC vem fazendo propaganda na TV, anúncios publicitários enaltecendo a profissão do magistério, estimulando a juventude a ingressar nos cursos de formação para o magistério.

O fato é que enquanto o Governo não investir mais recursos, digo o poder público como um todo, os municípios, os Estados e principalmente a União, enquanto não houver uma verdadeira reforma educacional neste País, principalmente com a aprovação do Plano Nacional de Educação, que já está no Congresso Nacional, não vamos resolver essa questão; não haverá solução enquanto não houver o aumento do financiamento da Educação.

O Brasil investe apenas 3,5% do PIB, Produto Interno Bruto, em Educação Pública neste País; isso é insignificante. O Brasil tem que investir no mínimo 10% do PIB em Educação.

Muito se fala que o Brasil vem se desenvolvendo do ponto de vista econômico, porém do ponto de vista educacional não há o mesmo acompanhamento; temos um abismo muito grande entre o desenvolvimento econômico e o desenvolvimento educacional e social também. O Brasil tem que fazer uma profunda reforma educacional, mas sobretudo revendo essa política de financiamento da Educação.

Então, em nível geral nós do PSOL defendemos que o Brasil invista no mínimo 10% do PIB em Educação e não 3,5 por cento.

Aqui no Estado de São Paulo a situação é muito pior ainda. Nós temos uma rede estadual de ensino extremamente sucateada, degradada, com falta de investimento, com superlotação de salas, com aprovação automática, com violência nas escolas. Denunciamos isso aqui em vários momentos, apresentamos propostas para solucionar esse problema, estamos lutando aqui em São Paulo para que haja aprovação do Plano Estadual de Educação, mas no entanto o Governo não tem investido nessa área,principalmente o Governo do PSDB que já está há 16 anos destruindo a Educação Pública do Estado de São Paulo. Aliás, não só a Educação, mas a Saúde Pública está sendo destruída pelos governos do PSDB, a Segurança Pública e tantas outras áreas.

Sr. Presidente, então queremos imediatamente, talvez uma forma de reverter essa situação aqui no Estado de São Paulo, porque não vamos poder esperar nada do PSDB, principalmente do Governo Alckmin que já foi Governo aqui em São Paulo por seis anos e nada fez pela Educação, ao contrário, ajudou a sucatear e a degradá-la; o PSDB nunca foi um Governo preocupado, de fato, com a Educação e continua não sendo.

Sr. Presidente, nós já denunciamos aqui também que o Governador Geraldo Alckmin acabou de nomear para a Presidência da FDE, Fundação para o Desenvolvimento do Ensino, que é uma autarquia importante da Secretaria Estadual de Educação que gere um recurso altíssimo de quase três bilhões de reais, para contemplar um aliado político lá da sua região do Vale do Paraíba, Pindamonhangaba, nomeou agora o ex-Prefeito de Taubaté que responde a dez processos na Justiça, sendo oito deles por improbidade administrativa; todos esses processos são do Ministério Público.

O Ministério Público está denunciando o ex-Prefeito por improbidade administrativa em oito processos - não são dois ou três, mas dez processos. E o Governado pensando em contemplar a sua base de apoio, seus aliados políticos, nomeou uma pessoa que responde a dez ações na Justiça; isso não pode ser sério.

Portanto, não haverá investimento em Educação no Estado de São Paulo, com um tipo de comportamento como esse, principalmente em FDE, que constrói e reforma escolas, compra material escolar, que já é um órgão com muitas denúncias - queremos inclusive instalar a CPI de FDE, para investigar os rombos, as denúncias de corrupção, de superfaturamento de obras em relação a essa autarquia - mesmo assim o Governador Geraldo Alckmin nomeia uma pessoa que, como já dissemos, responde a dez processos exatamente nessa área de improbidade administrativa.

Vamos continuar lutando para aprovar, aqui na Assembleia Legislativa, o Plano Estadual de Educação. Não um plano burocrático, feito no gabinete do Secretário da Educação, como tentou fazer o ex-Secretário privatista da Educação Paulo Renato, que formulou no seu gabinete, com a sua burocracia, um Plano de Educação e nem enviou para a Assembleia Legislativa, nem para a sociedade civil organizada. Enviou pra um outro órgão burocrático também da administração, que é o Conselho Estadual de Educação. Esse plano não é sério.

Tive acesso a esse documento e ele não traz um plano de Educação, mas apenas os programas da administração do PSDB na área da Educação, programas altamente questionados pelo Magistério, pela população, que não deram certo, que afundaram a Educação do Estado de São Paulo.

Então, a nossa proposta é que haja aqui uma discussão democrática com todas as entidades representativas do Magistério, da sociedade civil, em torno da construção de um Plano Estadual de Educação democrático e construído coletivamente. Já temos o esboço, já temos uma boa parte desse trabalho tramitando aqui na Assembleia Legislativa, um plano que foi protocolado pelas entidades em 2003. Virou projeto de lei; tive a oportunidade de ter sido o relator do Plano de Educação aqui na Comissão de Educação, da qual faço parte. Logicamente deu parecer favorável, mas a base governista não deixa o projeto prosperar na Assembleia Legislativa, porque é um projeto sério, que conserta realmente a Educação do Estado de São Paulo. Ele obriga o Estado a investir mais recursos, obriga o Estado a limitar o número de alunos por sala, 25 alunos por sala na área do Ensino Fundamental e 35, no máximo, na área do Ensino Médio. É um projeto de lei que traz um novo tipo de organização para as escolas, que obriga o Estado a investir no magistério, nos professores, em todos os profissionais da Educação, porque hoje o professor da Rede Estadual de Ensino tem um dos menores salários da federação.

É por isso que estamos com toda essa crise na Educação. Os professores ganham mal. Os professores da Rede Estadual têm um vale-refeição de quatro reais. É isso que o Governo paga a um professor da Rede Estadual e para muitos servidores se alimentarem. Temos que fazer uma grande reforma educacional no Estado de São Paulo. Mas essa reforma tem que ser feita, construída junto com os professores.

Sr. Presidente, fica aqui o nosso apelo novamente ao primeiro tema que toquei aqui, que é no sentido de que haja uma revisão nesse programa, nesse sistema de matrícula unificada entre as duas Secretarias de Ensino, que tem prejudicado os alunos. As escolas perderam autonomia para fazer matrículas e os transtornos estão sendo sentido por toda a população: milhares e milhares de mães chorando na porta das escolas porque os seus filhos foram matriculados em bairros distantes. Muitos alunos vão ter que pegar ônibus para ir à escola e, no entanto, mora ao lado da escola que negou a sua matrícula, ou seja, o sistema, esse programa burocrático que não tem funcionado. Então que haja uma mudança desse programa e que os alunos sejam matriculados nas escolas próximas a suas residências ou, no caso do EJA, Educação de Jovens e Adultos, onde eles trabalham. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Srs. Deputados, Sras. Deputadas Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 29 minutos.

 

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