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08 DE FEVEREIRO DE 2012

005ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, ULYSSES TASSINARI e BARROS MUNHOZ

 

Secretário: VINÍCIUS CAMARINHA

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - ITAMAR BORGES

Relata o início dos trabalhos na Comissão de Atividades Econômicas. Menciona as conquistas obtidas por esta Casa no ano de 2011. Ressalta os resultados obtidos pela Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas. Fala sobre a redação de novo estatuto para as micro e pequenas empresas. Menciona sua participação na abertura do ano judiciário. Comenta a construção de obras de infraestrutura no Estado de São Paulo.

 

003 - Presidente JOOJI HATO

por conveniência da ordem, suspende a sessão às 14h43min; reabrindo-a às 14h44min.

 

004 - WELSON GASPARINI

Considera insuficiente a produção legislativa desta Casa. Lamenta o número de vetos presentes na Ordem do Dia. Menciona projeto, de sua autoria, que visa prevenir acidentes domésticos. Combate o número de denúncias de corrupção em órgãos públicos.

 

005 - OLÍMPIO GOMES

Parabeniza o Deputado Welson Gasparini por pronunciamento sobre a produção legislativa desta Casa. Relata presença em manifestação de entidades representativas de Policiais Militares e Civis. Sugere a votação da PEC 300, que estipula um piso salarial para a categoria.

 

006 - ALEX MANENTE

Solicita a suspensão dos trabalhos por 5 minutos, por acordo de lideranças.

 

007 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido e suspende a sessão às 15h01min, reabrindo-a às 15h04min.

 

008 - OLÍMPIO GOMES

Retoma discurso acerca da PEC 300. Faz menção ao número de autoridades que haviam se comprometido a apoiar o projeto.

 

009 - RODRIGO MORAES

Considera baixo o número de projetos aprovados por esta Casa. Cobra posicionamento do Chefe da Casa Civil, Sidney Beraldo, sobre questionamentos feitos por este parlamentar acerca de problemas encontrados no município de Itu.

 

010 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Relata encontro com famílias desapropriadas por conta do projeto Mananciais, que tem por intuito recuperar os mananciais da Represa Billings. Faz sugestão quanto ao reassentamento das famílias. Afirma que elas devem ser reassentadas na mesma região em que residiam. Informa que problema semelhante deve ocorrer devido à ampliação da estação Varginha.

 

011 - HAMILTON PEREIRA

Lamenta a violência empregada em desocupação ocorrida no bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos. Destaca a necessidade de resoluções pacíficas para conflitos desse tipo. Recorda outras desocupações violentas que presenciou como a de membros do MST, localizados em área da Ferrovia Paulista - Fepasa.

 

012 - TELMA DE SOUZA

Informa a realização de protesto dos trabalhadores do porto de Santos. Explica que a manifestação tem por intuito chamar a atenção para o Portus, fundo de pensão responsável pelas aposentadorias e pensões de 5 mil portuários em Santos. Faz menção aos problemas financeiros enfrentados pela instituição. Afirma já haver entrado em contato com autoridades relevantes ao caso.

 

GRANDE EXPEDIENTE

013 - ALEX MANENTE

Lamenta fato ocorrido em São Bernardo do Campo, em que a queda de parte de edifício fez duas vítimas fatais. Solidariza-se com as famílias enlutadas. Alerta para a necessidade de acompanhamento profissional em reformas de prédios antigos, a fim de se evitar outras tragédias. Registra sua participação na reinauguração do Hospital São Caetano, no sábado passado. Parabeniza o prefeito do município, José Auricchio Júnior, que, a seu ver, agilizou o processo de recuperação da entidade hospitalar.

 

014 - PEDRO TOBIAS

Parabeniza o Governo Federal pela privatização de aeroportos. Tece críticas às gestões petistas pelo atraso na tomada desta decisão. Discorre acerca de episódio ocorrido no Bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos. Atribui os transtornos da ação de reintegração ao Poder Judiciário. Faz balanço de melhorias realizadas pelo Governo Estadual nas estradas paulistas. Parabeniza o Governador Geraldo Alckmin po sua atuação (aparteado pelo Deputado Hamilton Pereira).

 

015 - ULYSSES TASSINARI

Assume a Presidência.

 

016 - OLÍMPIO GOMES

Para comunicação, informa e lamenta a morte de soldado em Cubatão, na Baixada Santista, assassinado a tiros. Reivindica reforço do aparato policial por parte dos Poderes.

 

017 - JOOJI HATO

Solidariza-se com familiares de vítimas mortas em queda de edifício em São Bernardo do Campo. Combate o vício de drogas. Cita dados de pesquisa sobre mortes decorrentes do uso de drogas legais ou ilegais. Enfatiza que o estudo aponta o álcool como o responsável por 85% das mortes. Defende ação policial mais efetiva, no sentido de reprimir e punir pessoas alcoolizadas.

 

018 - ED THOMAS

Para comunicação, registra a visita do prefeito de Presidente Prudente, Milton Carlos de Mello, o "Tupã". Destaca que o município tem um dos menores índices de mortalidade infantil do País.

 

019 - WELSON GASPARINI

Indigna-se com a corrupção no Brasil. Lamenta a letargia da população em torno do problema. Exige soluções para a questão da desmoralização dos poderes públicos. Defende o exercício democrático como o instrumento mais adequado e eficaz para corrigir maus vícios sociais. Cita casos de pessoas que se passam por moradores de favelas para viabilizar a conquista da casa própria através de programas habitacionais populares. Repudia a recusa, por parte de pessoas alcoolizadas, em realizar o teste do bafômetro.

 

020 - GERSON BITTENCOURT

Faz coro a aspectos do discurso do Deputado Welson Gasparini, a quem convida a assinar CPI que investigaria possíveis condutas irregulares de Parlamentares. Anuncia que, ontem, a bancada do PT, na Câmara Federal, escolheu seu novo líder para 2012, o Deputado Jilmar Tatto. Lembra e elogia a atuação do Parlamentar, a quem parabeniza pela eleição. Comenta novo teste para cobrança de pedágios em São Paulo, com base no quilômetro rodado. Defende a modalidade. Cita consequências do sistema, como a redução de funcionários nas praças de pedágio (aparteado pelo Deputado Welson Gasparini).

 

021 - CAMPOS MACHADO

Para Questão de Ordem, questiona a validade e eficácia da emenda constitucional nº 33 à Carta Paulista.

 

022 - Presidente ULYSSES TASSINARI

Registra a manifestação e encaminhará o questionamento à Presidência efetiva.

 

023 - CAMPOS MACHADO

Requer a suspensão dos trabalhos por 30 minutos, por acordo de lideranças.

 

024 - CAMPOS MACHADO

Questiona como esta Casa deverá se posicionar sobre projeto de lei referente à Artesp.

 

025 - OLÍMPIO GOMES

Corrobora o pedido de suspensão dos trabalhos pelo tempo necessário a haver resposta ao questionamento levantado pelo Deputado Campos Machado.

 

026 - Presidente ULYSSES TASSINARI

Acolhe o pedido e suspende a sessão às 16h37min.

 

027 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência e reabre a sessão às 17h09min. Convoca a reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça; Transporte e Comunicações; e Finanças, Orçamento e Planejamento para realizar-se em 09/02, às 15 horas.

 

028 - ENIO TATTO

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

029 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 09/02, à hora regimental, com ordem do dia. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Vinícius Camarinha para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - VINÍCIUS CAMARINHA - PSB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges.

 

O SR. ITAMAR BORGES - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero dizer que concluímos nesse momento a primeira reunião da Comissão de Atividades Econômicas. Ao concluir, abrimos o ano de atividade dessa Comissão que tem atuado com o foco nas áreas da agricultura, turismo, comércio e indústria.

Está aqui o nobre Deputado Welson Gasparini, que é um membro titular dessa Comissão que deliberou importantes assuntos e já também sobre a presença agora, no primeiro semestre, da secretária de Agricultura, do secretário de Turismo, do secretário de Desenvolvimento e do vice-governador e coordenador das PPPs que virão para prestar conta das ações das respectivas Pastas.

Quero, neste momento, mais uma vez, saudar os deputados. Estamos aqui na segunda semana da abertura deste ano legislativo. Quero saudar a todos os colaboradores, os servidores desta Casa, os assessores dos parlamentares que juntos vamos construir um trabalho em prol do povo paulista.

Este é um ano de eleições municipais, onde teremos muita movimentação e um calendário relativamente apertado de parcerias e de convênios do Governo do Estado com os municípios. Mas, também, um ano onde os partidos de um modo geral - e falo aqui pelo nosso partido, o PMDB, pelo Presidente Baleia Rossi, colega Deputada Vanessa Damo, nosso Líder, Deputado Jorge Caruso - estão buscando construir o diálogo para que juntos possamos buscar parcerias para os municípios paulistas e para o povo de cada cidade.

Quero dizer que no ano de 2011 tivemos avanços importantíssimos em todas as ações. Tive o privilégio de coordenar, com a ajuda do Deputado Ulysses Tassinari, aqui presente, e outros colegas deputados, a Frente Parlamentar de Apoio a Santas Casas e hospitais filantrópicos.

Tivemos encontros importantes com o Governador, com o Secretário da Saúde Giovanni, com o Ministro Padilha. Aliás, fechamos o ano e o Deputado Jooji Hato é outro grande parceiro e defensor das santas casas e dos hospitais filantrópicos.

O que eu posso dizer no resumo deste balanço é que foi um ano de avanços, mas ainda de demonstrar que precisa de muitas coisas porque foram avanços no debate, mas os resultados ainda estão sendo buscados.

Ainda ontem eu me reuni com o coordenador da Saúde, Dr. Afonso, para tratar com relação ao pró-santa casa, que é uma renovação de auxílio a santas casas. A Feosp tem buscado isso constantemente. Entendo que será mais um ano aonde vamos lutar muito em defesa de mais verbas e mais financiamentos para a Saúde e de apoio a santas casas e hospitais filantrópicos.

Quero destacar o encerramento da Frente Parlamentar de Empreendedorismo. Quando tivemos um evento importante aqui com a presença do vice-governador, do Sebrae, do Fiesp, da Facesp, todas as entidades de classe do comércio e da indústria apresentamos um balaço das conquistas para o micro e pequeno empreendedor e o compromisso do Governador Geraldo Alckmin de encaminhar para esta Casa este ano, ainda neste semestre, o novo estatuto da micro e pequena empresa paulista, que hoje é através de decreto e que virá por lei deliberado nesta Casa.

Quero destacar aqui importantes ações da Frente de Combate ao Crack, que terá muitos desafios pela frente, e que fazemos parte. Vamos fazer parte, mais uma vez, este ano da Comissão de Saúde, substituto de Transporte e de Segurança, e, também, titular da Comissão de Meio Ambiente, que nos move a focar o nosso mandato de deputado estadual para poder não só defender os interesses dos nossos municípios, mas atuar em temas importantes de um modo geral para o povo paulista.

Quero reforçar, mais uma vez, que nós, deputados, temos feito muito isso. Quero, neste ano, continuar a buscar apoio às entidades assistenciais, a valorização dos servidores, os avanços que já puderam acontecer e outros que, com certeza, vão acontecer no decorrer deste ano legislativo e os encaminhamentos de projetos nesta Casa.

Temos atuado em algumas conquistas da área do Judiciário. Participamos da abertura do ano do judiciário, no Tribunal de Justiça, na última segunda-feira, mas temos duas bandeiras importantes que é o novo Fórum de Jales e o Fórum de Ilha Solteira.

Queremos continuar nas parcerias na busca junto a CDHU, nos programas habitacionais para os municípios do interior e na luta constante que o Governo vem formando constantemente de ampliar o efetivo da Polícia Militar e da Polícia Civil, com valorização e incentivo cada vez maiores.

O Iamspe tem sido outra ação que temos atuado de forma muito importante quando o servidor busca cada vez mais a ampliação desse serviço.

Quero dizer que esta Casa tem dado sua contribuição no sentido de acompanhamento. Ainda hoje quero conversar com o Latife, nosso Superintendente, para dar continuidade em nossas demandas.

Finalizo dizendo que, em obras de infraestrutura, como a duplicação da Euclides da Cunha que será concluída este ano, os acessos as marginais de Santa Fé, Jales e Fernandópolis são algumas das ações. O Deputado Carlão Pignatari e a Deputada Analice Fernandes têm trabalhado muito nesses pontos, em específico de nossa região.

Quero dizer que as rodovias Eliezer Montenegro de Magalhães, a Faria Lima - na região de Barretos - a SP-563 de Pereira Barreto, Ilha Solteira até Mirassol, a Feliciano Salles Cunha e a Assis Chateaubriand, são algumas obras de infraestrutura que o Governo contemplou com editais de licitação, que vão beneficiar a região.

Finalizo, falando que o Governador Geraldo Alckmin estará no próximo mês visitando nossa região para inaugurar o primeiro trecho de duplicação da Euclides da Cunha, inaugurar o AME e o Hospital Lucy Montoro na cidade de Fernandópolis que atenderá toda aquela região.

Fica aqui a certeza que será um ano de muito trabalho onde não só estaremos lutando e atuando aqui nesta Casa, mas representando a nossa região e o povo dessa região e do nosso Estado.

Muito obrigado, Sr. Presidente, pela oportunidade de mais uma vez estar aqui falando para o povo paulista, em nome da Assembleia Legislativa, junto com os nobres pares.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini pelo tempo regimental.

Esta Presidência suspende a sessão por cinco minutos por conveniência da ordem.

 

* * *

 

- Suspensa a sessão às 14 horas e 43 minutos, a sessão é reaberta às 14 horas 44 sob a Presidência do Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini, pelo tempo regimental, no Pequeno Experiente.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Presidente Jooji Hato, meus colegas Deputados Estaduais e Deputadas Estaduais: pensei muito se iria falar o que estou pensando sobre esta tribuna. Mas, Sr. Presidente e nobres colegas , eu tenho me sentido muito frustrado nesta Casa; não sei qual o julgamento de  cada um, mas tem  horas que eu penso estar a nossa produção aqui na Assembleia Legislativa de São Paulo muito pequena. Eu não sei se é porque saí de um cargo executivo mas aqui, na Assembléia, talvez nós pudéssemos produzir muito mais.

Quero fazer um apelo à liderança de todos os partido para consultarem seus liderados. Eu tenho conversado com vários Deputados e nas conversas individuais confessam as mesmas coisas. Basta verificarmos nas Ordens do Dia quais assuntos vamos discutir e, mesmo nas comissões, apesar da boa vontade dos Presidentes, leva-se a uma frustração.

Vou dizer o porquê: hoje,  peguei os documentos de possibilidade de discussão. Aqui está escrito: “Proposições em regime de urgência”, para a sessão de hoje: 588 vetos estão nesta Casa sem a gente falar sim, ou não. Eu sei ser uma conduta política levando a isso, mas estive vendo que vários assuntos são importantes e  devemos ter a coragem de falar sim ou não.

Tem vetos a projetos do ano de 2000. Vejo aqui vários projetos bons de autoria dos Deputados. Sabem quando isso será discutido e votado? Parece que houve uma decisão das lideranças dando a cada deputado o direito de um projeto por ano para ser discutido e votado nesta Casa.

Tem alguma coisa errada nesse sistema. Eu tenho projeto aqui nesta Casa - e não estou dizendo serem os meus mais importantes que os outros – falando, por exemplo, da importância de criarmos na Secretaria da Educação, através das escolas estaduais, campanhas de prevenção contra acidentes domésticos de crianças. Segundo estatística em pesquisa que fiz morre por dia, no Estado de São Paulo, uma criança vítima de acidente e seis crianças são internadas nos hospitais com acidentes muito sérios. Acredito que esse projeto seja muito importante e também outros deputados igualmente apresentaram projetos muito importantes. Por que não discutimos isso nesta Casa?

Ontem, a nossa sessão foi suspensa às 14 horas e 30 minutos. Não tinha mais nada para falar, para votar. Então, vamos dar preferência. Peço aos nossos líderes para analisarem os diversos projetos que estão nesta Casa e selecionem aqueles que realmente mereçam prioridade.

Esse projeto sobre o qual falei da prevenção de acidentes infantis, o líder da minha bancada conseguiu a aprovação em regime de urgência. Sabem há quanto tempo? Desde setembro do ano passado, mais ou menos. Quando vejo os vetos em regime de urgência, vetos ainda do ano 2000 e quase 600 vetos para discutirmos e votarmos nesta Casa, não entendo mais nada.

Acho que tem alguma coisa muito furada no ordenamento do nosso trabalho nesta Casa. Pode parecer esquisito: “Poxa, um deputado querendo trabalhar mais?” Acho que todos nós queremos trabalhar mais. Mas temos de conseguir fazer esse trabalho efetivamente produtivo. Senão, o que fica? É o deputado indicando para fazer uma creche em tal cidade, para pavimentar tal e tal rua. Ora, para isso põe num papelzinho e manda para o governador dizendo que isso é importante. Mas nós estamos vivendo uma época de grave crise neste País.

Todos os jornais que li estão denunciando corrupção, mas em larga escala. Num programa de rádio ouvi uma piada expressando uma verdade. O sujeito disse que iria fazer uma palestra sobre corrupção e surge a pergunta: mas corrupção na iniciativa privada ou nos poderes públicos? Porque dos dois lados a corrupção é algo gritante. Hoje não se salva nada. É o Poder Executivo, é o Poder Legislativo, é o Poder Judiciário; todos os poderes públicos estão comprometidos. Hoje há mais uma denúncia de um desembargador que vendia sentenças por um milhão de reais. Agora o triste é quanto tempo teremos de aguardar para saber se essa pessoa acusada de vender sentenças judiciais por um milhão de reais será tida como inocente ou culpada. E, se culpada, quando irá para a cadeia? 

Acho que para corrupção nos poderes públicos e corrupção nas empresas privadas, o Judiciário deveria ser obrigado a dar uma resposta no máximo em um ano;  deveria dizer sim ou não;  vai ou não para a cadeia. Procurem um só rico nos presídios de São Paulo ou do Brasil. Se tiver dinheiro e um bom advogado não vai preso nunca. Agora quem fica desmoralizado? Os políticos. Todo político é ladrão, todo político é malandro. Tem político malandro, sim, mas têm os honestos também; como têm juízes, desembargadores e ministros no Judiciário honestos.

De minha parte, estou pedindo - e peço a todos os líderes - prioridade nesta Casa ao trabalho para a gente poder voltar às nossas regiões dizendo: “eu cumpri com a minha obrigação.”

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Morando. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ary Fossen. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Jr. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Samuel Moreira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Baleia Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Rita Passos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Cruz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Isac Reis. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato. Na Presidência. Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Alesp, antes de entrar no tema que irei abordar na minha fala quero cumprimentar o Deputado Welson Gasparini pela sua indignação em relação à letargia e conveniência da Assembleia Legislativa em permanecer estagnada. É um desrespeito aos votos dos cidadãos, um desrespeito aos parlamentares que querem ver os seus projetos discutidos e votados. Não temos a pretensão de ver o projeto aprovado, mas vamos apreciá-lo. Quando você tem vetos do ano 2000, para a população significa que a Assembleia Legislativa dormitou durante 11 anos.

Parabéns Deputado Welson Gasparini. Que o seu exemplo de vida e sua vida pública possam contribuir para acordar todos os partidos, todos os líderes e a Direção da Assembleia Legislativa.

Mas, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, participei hoje pela manhã de uma manifestação, de caráter pacífico, de entidades representativas de policiais militares e civis na confluência da Rua João Teodoro com a Avenida Tiradentes, defronte ao quartel da Rota, defronte ao QG da Polícia Militar, do comando de policiamento da capital, em que alertamos a população do Estado de São Paulo de que o desespero dos policiais no nosso Estado é até maior do que dos policiais da Bahia. Gostaria que ficasse claro que o piso salarial dos policiais da Bahia é de 2.300 reais e aqui no Estado de São Paulo, em cidades com mais de 500 mil habitantes, 2.200 reais. Somos solidários ao movimento dos policiais baianos. Não compactuamos com o uso da violência, com o uso de armas, com depredação, com vandalismo, nada disso, mas é necessário que se cobre as autoridades públicas de que algo tem de ser feito em relação à polícia brasileira, que neste momento é a votação da PEC 300, que cria o piso nacional para os profissionais da Segurança Pública.

Disse lá à imprensa e quero dizer aqui que participei por ocasião do segundo turno das eleições de uma reunião suprapartidária no escritório político do Deputado Michel Temer, à época Presidente da Câmara dos Deputados, com mais de 50 parlamentares - deputados federais e estaduais - e lideranças. Ele chamou a mim e o Subtenente Clóvis, que é o idealizador da PEC 300, e disse: Olímpio, Clóvis, coloquem para todos os sites policiais, para todos as associações, para o País, para a família policial brasileira que é compromisso desta aliança que vai vencer as eleições, que é compromisso pessoal meu como Presidente da Câmara dos Deputados e futuro vice-Presidente da República que não deixarei a Presidência da Câmara sem pautar o segundo turno da PEC 300. É compromisso meu, que fui Secretário da Segurança Pública em São Paulo duas vezes.

Por aqueles dias também tivemos um evento com a então candidata à presidência da República Dilma Rousseff na sede do sindicato dos metalúrgicos de São Paulo, na Galvão Bueno. Tinha havido uma mobilização pela manhã na Associação dos Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar com policiais de vários estados, com policiais do Rio de Janeiro inclusive uniformizados - um dos policiais do Rio de Janeiro estava com o seu filhinho de 10 anos fardado. Eu os convidei e eles foram para a Galvão Bueno comigo. Puseram-me para falar naquele evento em nome dos policiais brasileiros. Enquanto eu falava pedindo a votação da PEC 300, a então candidata Dilma Rousseff tirava fotos com o filho do policial de dez anos no colo. E houve o compromisso de votação da PEC 300.

Então venho a esta tribuna para dizer ao Governo Federal que está faltando com a palavra. Que após as eleições os Governadores Geraldo Alckmin de São Paulo, Anastasia de Minas Gerais, Sérgio Cabral do Rio de Janeiro, Tarso Genro do Rio Grande do Sul e Jaques Wagner da Bahia tiveram um encontro com a equipe econômica mediada por Guido Mantega e um pacto com esses governadores para que esses estados tivessem os benefícios da Lei Kandir, um pacto para que não votassem a PEC 300. Cobrei o então governador eleito, em audiência do PDT com o governador.

 

O SR. ALEX MANENTE - PPS - Sr. Presidente, tendo em vista a falta de energia, solicito a suspensão da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - O pedido de V.Exa. é regimental.

Está suspensa a sessão.

 

* * *

 

- Suspensa às 15 horas e um minuto, a sessão é reaberta às 15 horas e quatro minutos, sob a Presidência do Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Continua com a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, eu dizia que ao cobrar o governador Geraldo Alckmin, na audiência que tivemos com o PDT antes de ele reassumir o governo, perguntei-lhe por que tinha se posicionado pela imprensa contrário à PEC 300. Ele disse que cinco governadores estiveram reunidos realmente com o Guido Mantega para que esses estados tivessem plenamente os benefícios da Lei Kandir e assumisse compromisso de travar a votação da PEC 300.

Trago isso a público e, amanhã, estará nos jornais. Em nome da verdade é necessário resolver a questão da dignidade mínima para o salário das polícias e bombeiros do nosso país.

Lamento, ainda, que em 2001, como presidente da Associação Paulista dos Oficiais da Polícia Militar e acompanhei o movimento salarial na Bahia. Sabem quem era o mediador da crise e estavam conosco os policiais? Era o Deputado Jacques Wagner. Cesar Borges era governador da Bahia e Jacques Wagner era o mediador da crise pelo lado dos policiais.

Em 2006, quando Jacques Wagner foi candidato, ele ficava nos palanques pedindo holerites dos policiais militares e dizendo “eu vou consertar isso.”

Então, em nome da verdade, vamos deixar de hipocrisia ou defesas exacerbadas em posições político-partidárias e vamos resolver de vez a questão. A questão era a criação do piso nacional mínimo. Não é verdadeiro o que a equipe econômica está dizendo, que custaria 40 milhões, porque, se a PEC 300 não define o valor do piso e remete para uma lei complementar, como que já se define que será de 40 milhões?

Então, em nome da verdade, do bom senso, para que não aconteça nos demais estados o que está acontecendo na Bahia, que é uma tragédia a insegurança da população, provocada justamente pelo descaso das autoridades que têm o poder de decisão e a condição de resolver a questão salarial dos policiais. E não se trata de uma ameaça. Está se iniciando uma grande mobilização. Amanhã, às 18 horas, haverá uma concentração de associações de policiais no Rio de Janeiro. Eu estarei lá e, possivelmente, vamos nos deslocar para a Bahia, para ajudar na mediação da crise. Mas vamos ter todo o cuidado para parar de tratar com descaso aquele que morre em defesa da população. O grito de dor e de fome do filho do policial militar é mais forte do que qualquer regulamento disciplinar e do que o Código Penal Militar. Não é ameaça, mas a palavra de alguém que vive a família policial militar 24 horas por dia.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado José Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roque Barbiere. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes.

 

O SR. RODRIGO MORAES - PSC - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobres Srs. Deputados e Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, público presente, gostaria de cumprimentar o parlamentar de Registro, o Vereador Xavico, que está nas galerias, tendo vinco do Vale do Ribeira e representando o PSC.

Faço coro ao discurso do Deputado Gasparini, pois, está começando mais um ano legislativo e esta Casa ainda não se movimentou. Continua com a pauta parada. Nós, deputados que temos compromisso com a população do Estado de São Paulo, estamos preocupados, porque, estamos aqui porque queremos trabalhar. Queremos fazer uso de nossas prerrogativas parlamentares.

Na qualidade de líder do PSC não medirei esforços para discutirmos os projetos nesta Casa, para poder trazer o melhor consenso de cada item da pauta que é de grande relevância para o nosso estado.

Gostaria de reforçar o que tenho dito nos últimos dias: minha insatisfação, meu aborrecimento quanto às questões que eu, deputado desta Casa, tenho levado perante os órgãos do governo. Até hoje ainda não recebi uma posição sobre a situação da minha cidade de itu. Estou aguardando a resposta do secretário porque continuo sendo cobrado pelos eleitores e não tenho o que responder. Mas tenho certeza que a voz que emana desta Casa chega ao Palácio dos Bandeirantes. Gostaria de saber do Chefe da Casa Civil, ex-Deputado Sidney Beraldo, qual o motivo para não me dar uma resposta a alguns questionamentos para levar aos eleitores.

É preciso repetir o que disse em outras vezes: nós deputados, não importa a votação que tivemos, estamos aqui para representar o povo do Estado de São Paulo; não importa se foram 30, 40, 50 mil votos em determinada região, estamos aqui para defender e usar de nossas prerrogativas, entre as quais fiscalizar o Poder Executivo, saber o que está acontecendo e dar uma satisfação a essa população que nos elegeu. E este deputado, o mais jovem desta Casa, líder do PSC, eleito com mais de 120 mil votos, merece o devido respeito, assim como respeito todos desta Casa, todos que trabalham no governo do estado.

O Governador Geraldo Alckmin é meu amigo, meu companheiro, meu parceiro, tem compromisso com o Estado de São Paulo. Estamos aguardando um posicionamento. Quero deixar isso registrado. Este deputado é responsável pelo seu mandato. Não tenho nenhum intermediário quanto ao mandato e quanto à liderança cuja responsabilidade é minha perante o povo que me elegeu. As respostas precisam ser dadas a este deputado. Gostaria de deixar registradas essas palavras e dizer às pessoas de Itu que podem contar com este deputado e com os demais deputados desta Casa porque estaremos trabalhando incansavelmente para que esta Casa vote os projetos represente bem a população perante todos os órgãos da sociedade. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.)

Esgotada a lista de oradores inscritos, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino, pelo tempo regimental.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, população que nos acompanha pela TV Alesp e pelas galerias, no último final de semana tivemos uma reunião com o movimento de moradia da zona sul, algumas famílias que foram desapropriada no extremo sul de São Paulo pelo projeto Mananciais, que tem como intuito fazer uma recuperação dos mananciais da Billings, da Guarapiranga. Algumas famílias estão recebendo bolsa aluguel há dois anos e meio. A prefeitura desapropriou sem perspectiva de dar atenção a essa população.

Mas o que nos incomoda em relação ao debate sobre moradia no extremo sul é que temos várias famílias que estão recebendo bolsa aluguel, várias famílias que moram em áreas de risco e têm previsão de ser retiradas para a construção de parque linear ou de preservação de mananciais. Não somos contrários. De fato tem que tirar as famílias da área de risco. Só que na mesma região, na Chácara do Conde, tem um projeto para a construção de 1.300 a 2.000 moradias populares. Estamos solicitando informações à CDHU e à subprefeitura para saber efetivamente quantas famílias serão reassentadas nesse local.

Em toda a região, além do Cantinho do Céu, do Gaivotas, do Lago Azul e do Prainha, famílias foram retiradas das margens da represa, que eram áreas de risco, estão recebendo bolsa aluguel. Para essas 1300 ou 2000 famílias que serão reassentadas no empreendimento construído em parceria da CDHU com a prefeitura até agora não se sabe quais famílias serão reassentadas. O compromisso com os moradores do Cantinho do Céu, onde estivemos no final da semana, é saber para quem será assegurado o reassentamento. Pensamos que primeiro devem ser as famílias do extremo sul da cidade de São Paulo: os moradores do Gaivotas, do Cantinho do Céu, do Lago Azul, do Prainha. São famílias que foram desapropriadas, perderam as casas em virtude do projeto Mananciais no extremo sul de São Paulo.

Também haverá mais duas operações. Continua a operação Mananciais e começará o alargamento da Av. Belmira Marin. Sabe-se que várias serão desapropriadas em virtude dessa obra. E ainda várias famílias serão desapropriadas em função do projeto Mananciais. Existe demanda suficiente na zona sul de São Paulo para as famílias que recebem bolsa aluguel, que estão em área de risco, que fazem parte da operação Mananciais ou ampliação da Av. Belmira Marin. Elas precisam ser reassentadas na própria região. Estamos vendo movimentações na região e de outras subprefeituras querendo assentar e reassentar nessa região pessoas de outras regiões. Não podemos aceitar isso. Se operações estão em andamento, se há pessoas recebendo bolsa aluguel em virtude da desapropriação, não dá para aceitar que famílias de outros lugares sejam reassentadas na Chácara do Conde. Há toda uma movimentação na zona sul de São Paulo.

Estamos procurando o presidente da CDHU. Hoje estivemos na subprefeitura tratando de vários assuntos, inclusive do reassentamento dessas famílias. É necessário que haja um processo coordenado e direcionado para que as famílias sejam assentadas na mesma região em que residem, porque não dá para tirar as famílias do extremo sul e jogar para o extremo leste, e vice-versa. Há crianças que estudam na região, os pais já estruturam a vida familiar na própria região. Faremos um movimento junto à CDHU e à prefeitura de São Paulo para garantir que as famílias sejam reassentadas na mesma região.

Outra grande obra que está sendo feita é ampliação da estação Varginha, a partir da CPTM. As famílias já foram cadastradas e estamos que elas sejam reassentadas na chácara do conde. A obra custará 56 milhões e terminará em 2014. Nesses dois anos é possível reassentar todas as famílias do extremo sul. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira, pelo tempo regimental.

 

O SR. HAMILTON PEREIRA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, funcionários, público presente, venho à tribuna para tratar de um assunto já também bastante abordado aqui por colegas que nos antecederam, que diz respeito à desocupação da área do Pinheirinho, em São José dos Campos. Esse ato revoltou tantas autoridades, tantos deputados, que foi o assunto da semana passada e remanesce como um assunto aqui, ou seja, todos assustados com o nível da violência utilizada para a remoção daquelas pessoas que estavam na área de um especulador imobiliário, financeiro, aliás, um grande devedor do fisco brasileiro que teve o seu direito protegido pelo Poder Judiciário, pelo Poder Executivo contra as pessoas que lá moravam.

Muitas delas pagavam todos os seus impostos para o Estado e infelizmente foram brutalmente retiradas daquele local. Gostaria de dizer que é realmente assombrosa a forma como intervieram lá a Polícia Militar, a Tropa de Choque, a polícia do Governador Geraldo Alckmin. Há de se notar que neste nosso país a sociedade contemporânea, na realidade, desenvolveu mecanismos de negociação para que todos os impasses, os conflitos se dêem de forma pacífica através do entendimento. Hoje temos vários conselhos de mediação. Assim é que temos grupos de mediação para desentendimentos familiares, para desentendimento entre os senhorios e os inquilinos, para desentendimentos trabalhistas, ou seja, há no nosso país, notadamente no nosso Estado, já o hábito de os grupos de mediação intervirem, chamarem as partes para um entendimento.

E é realmente assombroso verificar que numa área onde as pessoas estavam assentadas regularmente, mais de seis mil pessoas, da noite para o dia, são notificadas de que precisavam sair, e pior do que isso, no dia seguinte já recebem a visita da Tropa de Choque, da Polícia Militar que os tira de lá com bombas de efeito moral, balas de borracha, uma violência sem precedentes aqui no Estado de São Paulo.

É certo que já vimos despejos violentos. Eu mesmo uma vez aqui, convocado pela liderança da minha bancada, tive que me deslocar da Assembleia Legislativa para a Cidade de Limeira para tentar negociar com a Polícia Militar, com as autoridades daquela cidade uma retirada que seria feita de algumas pessoas do Movimento Sem Terra que estavam dentro de um horto florestal pertencente à ferrovia, o remanescente da Ferrovia Paulista, a Fepasa. Chegando lá, verificamos também um nível de violência muito grande, ao ponto de eu ter trazido para esta tribuna uma pequena sacola com todos os resquícios daquela verdadeira guerra propiciada naquele momento pela Prefeitura Municipal, a pedido da Prefeitura Municipal - pasmem - para a desocupação de uma área que pertencia ao Governo Federal, já que hoje a Ferrovia Paulista encontra-se sob a guarda do Governo Federal. Mas a prefeitura pediu a reintegração de posse, o juízo local acabou concedendo essa reintegração e tudo foi também feito de forma violenta. Mas nenhuma violência se compara com essa praticada agora no assentamento do Pinheirinho.

Isso, num mundo globalizado, extrapola as fronteiras do nosso Estado, do nosso país e acabou se tornando algo de conhecimento do mundo, essa violência praticada no Brasil pelos órgãos legais, pelos órgãos institucionais, ou seja, o Governo do Estado de São Paulo promove uma reintegração com muita violência. Esse tem sido o método de se lidar com as questões sociais do Governador Geraldo Alckmin, do PSDB de forma geral, porque também o prefeito da Cidade de São José dos Campos pertence às fileiras do PSDB e nada fez para preparar um local para que aquelas famílias fossem abrigadas a posteriori daquele verdadeiro desastre, aquela agressão sem precedentes com pouco mais de seis mil famílias.

Por isso estamos aqui também mais uma vez, como fizeram tantos colegas, deixando nosso protesto contra essa violência, esperando que jamais ela ocorra novamente. E que em futuras desocupações daqui para frente prevaleça o bom senso e sejam designados inclusive grupos que possam fazer a mediação para que a retirada de famílias se dê de forma pacífica e que essas famílias possam sair de um local e se dirigirem a outro onde tenham toda a segurança, toda a proteção social, inclusive para crianças retiradas de lá à força. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Samuel Moreira. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandez. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza.

 

A SRA. TELMA DE SOUZA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, queria juntar minha voz à indignação do Deputado Hamilton Pereira e de outros deputados que me antecederam na questão do Pinheirinho, mas hoje quero tecer considerações sobre um ato que está acontecendo em Santos com os trabalhadores avulsos do Porto de Santos, extensivo a todo o Brasil.

Esse ato diz respeito ao fundo de pensão chamado Portus Instituto de Seguridade, que deve congregar no Brasil, como um todo, cerca de 20 mil pessoas, entre contribuintes e beneficiários. Ele ficou indevidamente inchado porque, quando o então Presidente Collor extinguiu a Portobrás, todos os funcionários ligados às companhias docas, todos os funcionários desse órgão foram repassados, em termos de fundo de pensão, para o Portus. Ocorre que não só isso provocou um desbalanceamento nas contas do próprio Portus, como também uma situação de que foram patrocinadoras as diversas Companhias Docas do Estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Pará e Espírito Santo. Isso fez, com essa falta de condições, que o fundo se tornasse inadimplente, por falta de contrapartida do Tesouro e das patrocinadoras.

Há mais ou menos três ou quatro anos, a então Deputada Maria Lúcia Prandi, junto com o então ministro, hoje prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, e mais o então Senador Aloysio Mercadante fizeram injunções junto ao Governo Lula e conseguiram um aporte de 400 milhões de reais para que esses problemas fossem sanados. Desse montante, 250 foram repassados para o Portus e ainda faltam 150 milhões. O ato de hoje chama a atenção para uma reivindicação muito justa, para as questões do fundo de pensão, que não é uma questão fácil no nosso país, nem mundialmente falando, é uma questão da Previdência; faço um apelo aqui a todos os órgãos do Governo Federal, meu partido e de partidos coligados, para que possamos, de maneira ágil, repassar esses 150 milhões que estão fazendo falta.

É um compromisso sério, o ato de hoje, com todos os avulsos das diversas categorias da Cidade de Santos que representam outros portos brasileiros. Sei que ao falar deste plenário, minha voz é no sentido de dar força a essa reivindicação mais do que justa. Mandei correspondência para o Ministro Chefe da Casa Civil, Secretário Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho; mandei também cópias para os Ministros da Fazenda, da Previdência, do Trabalho e dos Portos, evidentemente, com cópia a todas as federações que congregam os avulsos deste Brasil.

Sei que é um assunto delicado, a questão dos fundos de pensão. É a questão da Previdência como um todo, que não escapará, num curto espaço de tempo aqui, na França, no resto do mundo, a uma discussão mais acalorada, mas quero dizer aos companheiros trabalhadores da Cidade de Santos, na pessoa local do Everandy Cirino, Presidente do Sindaport, que realmente estamos juntos nessa batalha para que o Portus continue efetivamente a dar guarida a milhares de trabalhadores e suas famílias, que há anos contribuem para com esse fundo de pensão, para que a partir de dezembro, que é a data máxima que está sendo prevista, nós possamos ter a capacidade de honrar essa situação de fundo de pensão.

Muito obrigada, Sr. Presidente. Em próximas oportunidades falarei sobre o Pinheirinho e outras situações que ocorrem no Estado de São Paulo e também no Brasil.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente, por permuta com o nobre Deputado Dilmo dos Santos.

 

O SR. ALEX MANENTE - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente nas galerias, telespectadores da TV Assembleia, agradeço ao nobre Deputado Dilmo dos Santos, que proporcionou a oportunidade para estarmos aqui utilizando esta tribuna.

Quero abordar o acontecimento trágico ocorrido na minha cidade de origem, São Bernardo do Campo, a queda de parte do edifício na região central, que vitimou duas pessoas, uma criança e uma jovem enfermeira, que ali trabalhava; aproveitamos a oportunidade para passar os nossos sentimentos. Tivemos a oportunidade de acompanhar um pouco os trabalhos que foram desenvolvidos. Parabenizamos o Corpo de Bombeiros, que atuou de forma brilhante diante da tragédia estabelecida. O prédio fica na região central, parte do cartão postal da nossa cidade que, infelizmente, acabou caindo naquela segunda-feira.

Quero falar também da importância de verificarmos os prédios mais antigos, as reformas que são feitas nos prédios, dentro das salas comerciais, que muitas vezes acarretam peso muito maior do que suportaria uma antiga estrutura. É necessário encontrarmos um caminho para termos uma fiscalização efetiva, um acompanhamento profissional para que nenhuma tragédia ocorra novamente.

Tivemos recentemente no Rio de Janeiro, com proporções maiores, e agora em São Bernardo do Campo. Não queremos mais ver esses acontecimentos na nossa região, no nosso País, que certamente preocupam a todos. Para isso, precisamos ter uma política pública firme, embasada de profissionalismo, no sentido de termos uma cobrança efetiva das reformas que são feitas com vistoria técnica e com acompanhamento.

Em São Bernardo do Campo, já está sendo modificada, inclusive baseado nessa tragédia, a maneira de verificar o acompanhamento das obras, mas é necessário nós aproveitarmos esses momentos trágicos para ocuparmos este espaço e conclamarmos todos a fazer a modificação necessária para impedir novas tragédias, preservando assim as vidas que podem estar em jogo quando uma reforma não é bem feita.

Muitas possibilidades estão colocadas lá, desde infiltração, má manutenção, reforma inadequada, caixa de água pesada, que pode ter sido colocada na cobertura, mas o fato é que precisamos combater o problema rapidamente.

A Cidade de São Bernardo do Campo ficou muito abatida por conta da repercussão da tragédia; não poderíamos deixar passar batido aqui na Assembleia e registrar os nossos sentimentos e a nossa preocupação com o futuro. Os prédios mais antigos têm certamente riscos e precisamos medir qual o risco que teremos com possíveis reformas, que são feitas a todo momento, até porque, depois de 30 anos, necessariamente as salas comerciais e o próprio prédio precisam de revitalização. E essa revitalização e reforma precisa ser devidamente acompanhadas.

Gostaria ainda de registrar minha alegria em ter participado, no sábado, da reinauguração do Hospital São Caetano, em conjunto com o prefeito José Auricchio Jr., que realizou ali um grande trabalho. A cidade há um ano e meio perdeu o hospital, que faliu, fechou, e diversas famílias não tinham a quem recorrer. Mas rapidamente a administração do prefeito Auricchio conseguiu trazer, em um ano e meio, a recuperação, o tombamento do Hospital São Caetano.

Portanto, no sábado reinauguramos essa reabertura: são leitos de internação, não há pronto atendimento, mas existe uma função especial na área da Saúde pública, porque São Caetano, apesar de ser uma cidade que tem uma infraestrutura adequada, tem problemas também, assim como o Brasil inteiro, na área da Saúde, mas o prefeito conseguiu readequar esse hospital, colocá-lo em funcionamento.

Foi significativo ver a sensibilidade das pessoas. Grande parte da cidade nasceu naquele hospital, que faz parte da história de São Caetano. Fica num local de fácil acesso, na região central da cidade. Na oportunidade pudemos observar a alegria dos moradores em poder contar com esse equipamento, que agora tem o subsídio da prefeitura para conseguir funcionar adequadamente, atendendo às demandas da nossa população.

Sem dúvida continuamos trabalhando para que a Saúde possa ter seus recursos em São Caetano. Enviamos recursos das nossas emendas parlamentares para dar continuidade e ampliação do Hospital Municipal, que suportará praticamente toda a cidade, no atendimento que será feito, espero, ainda a partir deste ano. Mas foi um marco importante porque não era apenas a questão da Saúde, mas era um marco histórico, que rememorou a história da cidade, uma história de muitas conquistas.

O prefeito Auricchio conclui agora o seu oitavo ano de trabalho, com uma aprovação expressiva, com um trabalho que fecha esse ciclo com muitas vitórias para a população.

Volto a insistir sobre a importância de debatermos aqui. Sei que a Casa não é o local adequado; a competência do Legislativo estadual não pode influir no uso e ocupação do solo, que é uma responsabilidade municipal, mas como Deputado, temos a oportunidade de expressar aqui o nosso posicionamento, cobrar rigidez das autoridades competentes, para que novas tragédias não ocorram.

São Bernardo do Campo, posso afirmar, desde segunda-feira vive momentos de tristeza por conta desse trágico acontecimento. Por Deus, foi em horário não comercial, assim como foi no Rio de Janeiro, porque se assim fosse, por se tratar de um prédio muito movimentado, certamente teríamos mais vítimas, e hoje estaríamos lamentando ainda mais um fato tão triste.

Fica aqui o nosso posicionamento, o nosso combate para que a política pública de manutenção e reformas em edifícios antigos possa ser revista em grande parte das cidades, porque vivemos um novo momento, em que esses prédios passarão por revitalização, readequação das suas salas, e estrutura pesada que muitas vezes é colocada em lajes e estruturas que não comportam o peso dessas novas reformas infelizmente acaba, num curto prazo de tempo, trazendo tragédias.

Além de cobrar efetivamente a manutenção desses estabelecimentos, que nós tenhamos legislações rígidas que cobrem das administradoras e síndicos a manutenção adequada para que não tenhamos tragédias dessas proporções.

Muito obrigado. Agradeço novamente ao Deputado Dilmo, que cedeu o seu tempo para que pudéssemos expressar o nosso posicionamento.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Ulysses Tassinari.

 

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O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, assomo à tribuna para abordar três assuntos. Primeiramente, gostaria de parabenizar o Governo Federal pela privatização de aeroportos. Agora estão falando de estelionato eleitoral. Falavam tanto, o PT era contra a privatização. Se Deus quiser, daqui a alguns anos, os aeroportos serão como os celulares. Antes, só a elite podia ter telefone. O PT está sete, oito anos atrasado, vem copiando tudo o que fazemos. Não tem problema, nós apoiamos, não criticamos. Falavam mal das privatizações do PSDB, mas isso precisa ser feito. Nós apoiamos. Não somos a favor do quanto pior, melhor. Queremos o melhor para o Brasil. A Copa do Mundo está aí, o Poder Público não tem condições de resolver o problema dos aeroportos.

O segundo assunto que me traz a esta tribuna é o Pinheirinho. Isso não foi um problema do Governo, foi um problema da Justiça. O PT é a favor de invasão de terra, de tudo. É natural. Filosoficamente, vocês concordam.

Em 2001 a Polícia Militar estava em greve na Bahia, com apoio do PT. Hoje, estão acusando a Polícia Militar de bandido. O PT muda de acordo com seus interesses. Para eles, não existem limites. O PT quer continuar no poder, custe o que custar.  Trouxeram dois mil soldados do Exército. É sua obrigação. Amanhã podem fazer pior. O PT pode fazer tudo.

Cedo um aparte ao nobre Deputado Hamilton Pereira.

 

O SR. HAMILTON PEREIRA - PT - Gostaria de agradecer pelo aparte. Acho que V. Exa. não estava atento àquilo que eu estava dizendo na tribuna. Vossa Excelência deve ter notado que me referi aos grupos de mediação existentes hoje. Hoje, há grupos de mediação até para mediar a briga entre o senhorio e o inquilino, por exemplo. É um absurdo não existir um grupo de mediação vendo que há uma iminência de despejo de seis mil pessoas, sabendo que podem ocorrer eventos de violência, de confronto e não ter mediação. É uma medida da Justiça, é uma determinação judicial equivocada, mas é uma medida judicial. O governador foi avisado de que ali haveria uma reintegração de posse. A Polícia pertence ao Estado. Vou mais além. É uma pena o que aconteceu, porque isso inclusive expõe, pela generalização que a imprensa costuma fazer, a imagem dos policiais militares. Uma corporação com mais de 170 anos de tradição foi exposta, está com a imagem arranhada exatamente porque não houve uma mediação antecedendo aquela reintegração de posse.

 

O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - Nobre Deputado Hamilton Pereira, vamos falar da greve na Bahia. Exército contra a PM. Se o PSDB tivesse feito isso em algum lugar, o mundo teria acabado. Anos atrás, todas as lideranças do PT apoiaram os policiais militares. Hoje, não. Os policiais militares viraram bandidos. Nós pensamos no interesse do País. Não pensamos em eleição. Vocês pensam na próxima eleição. Vocês viviam criticando as privatizações. Precisamos elogiar. Em tantas coisas, no discurso é uma coisa; no dia a dia, outra. Conhecemos o PT. Telespectadores da TV Assembleia, o discurso deles é uma coisa; o que fazem, outra. Estão correndo atrás do prefeito. Não entendo mais nada da ideologia do PT.

O nosso Governador foi visitar nossa região no sábado. Comunicou a duplicação das estradas de Bauru até o aeroporto de 11 quilômetros, num investimento de 59 milhões. Anunciou também a recuperação e duplicação da estrada de Ibitinga até Itaju, 50 quilômetros, mais 50 milhões. E mais 56 milhões para o trecho de Jaú até Dois Córregos, 20 quilômetros. Isso é trabalho e não discurso.

O nosso amigo está culpando o governo estadual sobre o Pinheirinho. O Governo Federal pode desapropriar áreas na hora que quiserem. São bons de discurso, como na Saúde. O ministro quer sair como candidato a governador. Em qualquer lugar diz que autorizou dez leitos de UTI, 20 leitos. O povo tem paciência. Pode-se mentir por um, dois anos. Mas queremos resultados, como o Governador Geraldo Alckmin anunciou em um dia numa microrregião. Isso é trabalho e não só discurso. São obras. Já estão licitadas. Vamos ajudar o povo paulista. O PT pode criticar quem eles quiserem.

Na época da privatização, lembram-se do discurso bonito, nacionalista, que estávamos vendendo o Brasil? Hoje, depois de dez anos, estão copiando de nós. Depois de todo esse tempo que passou, a herança maldita se transformou em herança bem-vinda. Eles aprenderam, um pouco tarde. Mas parabéns para o Governo Dilma. Apoiamos, porque apoiamos o Brasil. Eu, médico, precisava alugar o telefone.

No passado, a greve sempre favoreceu o PT. Na própria Bahia, o atual governador estava no palanque de militares e de grevistas, reivindicando as mesmas coisas. Hoje, viraram bandidos. Quero alguém da bancada que seja militante, guerreiro, que fale da greve da Bahia, de privatização. Não adianta fugir de algo que está acontecendo.

O nosso Governador é humilde e firme. Precisa sim cumprir ordem de justiça. Eles não têm coragem de criticar o Poder Judiciário, que mandou. O Coronel Messias que comandou a ação policial chamou o juiz e filmou tudo. Isso é transparência, e não ficar fazendo discurso na Assembleia. Parabéns, Geraldo Alckmin, pelo trabalho, e obrigado pelo dinheiro que liberou para a nossa região: mais de 150 milhões foram liberados neste final de semana. Muito obrigado.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, é com profundo pesar que anuncio a esta Casa, e a todas as pessoas que acompanham a TV Assembleia, que tivemos a execução de mais um policial militar na Baixada Santista, em Cubatão: soldado Adjonar Pereira de Lima, casado, pai de três filhos, da 4ª Companhia do 21º BPMI de Cubatão. Ele, inclusive, é irmão do Presidente do PPS de Cubatão e seria candidato pelos policiais militares na próxima eleição a Vereador, e tinha 47 anos de idade. Ele estava na porta de uma escola conversando com duas professoras quando o marginal se aproximou, não deu voz de assalto, mas apontou uma arma. Adjonar acabou também gritando “Para com isso, é polícia!”, e foi o momento em que passaram a atirar contra ele - este marginal e mais um cobertura -, quando foi ferido por cinco disparos. Um dos disparos foi na cabeça. Lamentamos profundamente, a sociedade perde mais um defensor, e é preciso que todas as autoridades constituídas se mobilizem em todas as suas esferas de atribuição, alterando a legislação, reforçando o aparato policial, integrando as forças policiais para que o policial pare de ser vítima preferencial dos marginais. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Tem a palavra, por permuta com o nobre Deputado Roberto Morais, o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores, quero também me solidarizar com as vítimas daquele desabamento do prédio em São Bernardo do Campo. Infelizmente, tivemos outra catástrofe no Rio de Janeiro. Esperamos que não ocorra mais esse tipo de tragédia.

Trago em pauta algo que nos preocupa muito. É sobre as drogas. Eu pergunto: qual é a droga que mais mata? São as drogas ilícitas? É o álcool? Ou é o cigarro? Tivemos a aprovação de um projeto de lei para controlar o uso do fumo, que teve uma repercussão enorme. Tivemos também outras leis e sou o autor de uma delas, a da Lei Seca que controla a bebida alcoólica e fecha o bar mais cedo. Temos hoje várias blitz usando o bafômetro, o que tem salvado muitas vidas. Mas quase ninguém sabe qual é a droga que mais mata. Será o cigarro?

Perguntei a uma médica que veio à TV Alesp se ela sabia qual é a droga que mais mata: a bebida alcoólica ou o cigarro. Há um empate. Penso que as duas são maléficas, mas trouxe alguns dados para esclarecimento. Muitos não sabem, nem eu, mas já presumia que seria a bebida alcoólica. Para se terem uma ideia, o uso de drogas matou 40.692 pessoas no Brasil nos últimos cinco anos - 2006 a 2010. Isso significa uma média de oito mil mortes a cada ano por drogas. A droga que mais mata é o álcool, responsável por 85 por cento. Ou seja, 34.573 de 40.692 pessoas. Em segundo lugar, obviamente, vem o cigarro, com 4.625 mortes, ocupando 11,3 por cento.

Temos a impressão de que o cigarro causa tantas mortes quanto bebida alcoólica. Mas isso não é verdade. A mais nefasta é a bebida alcoólica, inclusive em adolescentes, jovens. Este é o resultado de um estudo sobre mortes por drogas legais e ilegais, registrado no Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. O levantamento foi feito pelo Observatório do Crack da Confederação Nacional dos Municípios. A pesquisa ainda aponta que os homens morrem mais que as mulheres em decorrência desses vícios. Em cinco anos, 31.118 homens perderam a vida por causa da bebida alcoólica, e 3.250 em decorrência do cigarro. O sexo masculino é o campeão, ganhando das mulheres, embora hoje estejamos presenciando um aumento do número de consumo por mulheres, que passaram a beber mais. Os estados brasileiros em que mais morreram em decorrência do álcool e fumo foram Minas Gerais, Ceará, Sergipe e Paraná. Graças a Deus, São Paulo está numa posição melhor, aparecendo em 14º lugar. O pior é que estes dados podem estar subestimados, uma vez que não foram computadas as mortes causadas indiretamente pelo uso de drogas, acidentes de trânsito e doenças crônicas. Os dados são realmente alarmantes e devem ser divulgados para que haja uma reflexão da sociedade.

É por isso que falo através desta tribuna e pela TV Alesp, pedindo aos colegas que nos ajudem nessa divulgação. Pedimos à mídia que divulgue cada vez mais esses dados que são extremamente alarmantes. As doenças crônicas provenientes do uso de drogas custam caro e o atendimento público acaba tendo de arcar com todas as despesas. Quanto não se gasta com essas drogas? Essas drogas são responsáveis pela ocupação dos leitos dos prontos-socorros, das enfermarias, da emergência em geral, das UTIs. Ocupando os leitos cirúrgicos acaba dificultando o atendimento àquelas pessoas que têm outras patologias e não essas provocadas pela drogas, que é a bebida alcoólica e o tabagismo.

Quero reafirmar aqui a nossa disposição a essa luta como deputado, homem público, cidadão e como médico. Sabemos das mortes que acontecem e a vida é muito importante. Mas os jovens que estão iniciando sua vida estão indo por um caminho que não lhe interessa, indo para as baladas, aos botecos da vida. Temos que fazer uma reflexão de como vamos controlar isso.

As leis são importantes por isso que eu as fiz, como a “Lei Seca”, para prevenir acidentes. Mas só isso não basta. É preciso fazer uma campanha educativa e o governo precisa ajudar. Precisamos de escolas ensinando os nossos alunos adolescentes porque em frente às faculdades é uma zoeira. Os alunos saindo da faculdade ficam se embebedando. Muitos deles cabulam a aula para se embebedarem e isso não acontece em todas as cidades. Colocam sons muito altos, com decibéis muito altos. Têm carros pequenos com o som de um trio elétrico, perturbando aqueles que querem dormir, descansar, para trabalhar no dia seguinte. As autoridades competentes não fazem nada. Se você chama a polícia, tem que descer de pijama para fazer o BO. O indivíduo sabe que quem fez o BO é você que mora no local porque ele faz barulho na frente de sua casa. Então, você pode virar um alvo deles.

O proprietário, o reclamante não sabe quem faz o barulho, onde ele mora, o que faz e nós temos que descer de pijama para fazer o BO se não polícia não vem. Isso é errado. O delito é vigente. A polícia tem que chegar lá com o aparelho para medir. Se ela não tiver, só ouvindo dá para saber se o som está acima de 60 decibéis, por exemplo. A polícia tem que, autuar, multar, prender se for necessário.

Geralmente essas pessoas estão com a documentação irregular. Essas pessoas bêbadas querem fazer até orgia. Provavelmente, não têm a documentação do seu veículo e nem delas.

A redução do número dessas pessoas pode acontecer através também de um trabalho conjunto com o Poder Público e também com a sua família.

Quero encerrar a minha fala dizendo que nós, médicos, sabemos da gravidade nessa ingestão da bebida oficializada que mata muito.

Quero, ainda, dizer que a educação é a palavra chave no combate dessa epidemia que assola a nossa sociedade, principalmente ceifando a vida importante de crianças e adolescentes que estão se embebedando porque os maus empresários, os donos dos botecos, os donos das baladas vendem a bebida alcoólica aos menores.

Nas baladas, vemos várias cápsulas de cocaínas no chão. Mas não sei de onde vêm. Não posso afirmar que são os proprietários, os donos dos botecos que vendem as drogas.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero apenas registrar com muito carinho e respeito a presença nesta Casa do Prefeito Milton Carlos de Mello, que chamamos carinhosamente de Prefeito Tupã. Ele é prefeito de Presidente Prudente, cidade onde resido, uma cidade hoje de oportunidades, uma das mais importantes cidades do Estado de São Paulo em oportunidades para quem quer trabalhar, morar.

Em Presidente Prudente, temos um índice muito especial, conseguido através do Prefeito Tupã. Uma cidade com 200 mil habitantes tem o menor índice de mortalidade infantil do País. O prefeito é do PTB, partido do meu sempre amigo, Deputado Campos Machado, junto com o Roque Barbieri, junto com outros deputados desta Casa.

Quero saudar o Prefeito Tupã. Seja bem-vindo à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Nosso muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Seja bem-vindo e parabéns pelo índice de mortalidade infantil na sua cidade.

Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini, por permuta de tempo com o nobre Deputado Antonio Salim Curiati.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB – Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados: Penso que o Brasil está vivendo uma das grandes crises no momento e eu a chamaria de crise de caráter,  porquanto atingindo todas as áreas.

O triste é que, infelizmente, hoje uma letargia muito grande por parte do povo em não se sensibilizar a ponto de reagir e pedir providências para que a questão da corrupção seja atacada neste País com os corruptos respondendo pelos seus atos.

Acho que hoje, se eu pudesse, mudaria a frase escrita na bandeira brasileira: “Ordem e Progresso”. Eu colocaria um acento no e: “Ordem é Progresso”.

É isso que está faltando hoje no Brasil. São tantos problemas na administração pública, nas empresas privadas e em todas as categorias profissionais onde a lei de levar vantagem está valendo em todas as condutas sem termos, por parte dos Poderes Públicos, uma  organização para colocar um paradeiro nisso tudo porque, infelizmente, muitos dos responsáveis pelas administrações públicas estão também envolvidos nesse processo de desmoralização.

Há pouco tempo tivemos em Brasília e em algumas cidades do Brasil marchas de pessoas, principalmente de jovens, revoltados contra a corrupção. O movimento não foi forte, a não ser na Capital Federal, a sede da corrupção neste País. Lá tivemos cerca de cinco mil pessoas na marcha contra a corrupção, mas não nas outras cidades e capitais do Brasil. Infelizmente, tivemos capitais onde apenas 40 ou 50 pessoas apareceram na passeata. Eu pergunto: o que os organizadores dessas passeatas contra a corrupção estavam pregando? Que eram contra a corrupção? Ora, meu Deus do céu, todas as pessoas honestas, as pessoas de caráter, são contra a corrupção.

Eu já disse nesta tribuna, e a história tem demonstrado: na busca de soluções contra a desmoralização dos Poderes públicos e das organizações sociais, só temos dois caminhos - um deles  o processo revolucionário, através do qual as pessoas pegam em armas e lutam para derrubar as estruturas corruptas e mal organizadas de governo e da sociedade. Esse é um caminho mas, infelizmente, como regra geral e a história prova isso, tem conduzido vários países para inúmeras mortes de pessoas inocentes e, no final, entrega-se o poder a ditadores desprovidos de  idealismo  e do desejo de fazer reformas sociais e políticas em benefício do povo. Esse é um caminho; é um processo revolucionário; há alguns pensando nisso, mas são minoritários.  O outro caminho é o exercício democrático possibilitando, através da política, mudar as leis neste país. Através dos nossos Parlamentos, podemos fazer leis mais justas, com o Poder Judiciário  funcionando realmente e não acontecendo, como hoje, em que os atos de corrupção demorem de 10 a 15 anos para serem julgados.

É preciso, repito, em primeiro lugar, colocar ordem neste país, ora vivendo uma anarquia generalizada e, às vezes, alguns atos são feitos pelos Poderes públicos para consertar determinadas coisas, mas sem um pensamento das suas conseqüências. Vou dar um exemplo ocorrido em minha cidade, Ribeirão Preto: foram feitos projetos habitacionais destinados principalmente a favelados porque são os que vivem as piores situações sociais. Se essa providência não for acompanhada de outras de ordem administrativas como por exemplo, um cadastramento e a proibição de novas concentrações de favelas, o problema fica sem solução.

Vimos agora o que aconteceu em São José dos Campos, lá no Pinheirinho. Tomaram determinadas providências, levaram o pessoal para abrigos, serão construídas moradias e dá-se uma quantia de aproximadamente R$500,00 a cada uma dessas famílias para, durante determinado período, terem uma situação mais ou menos digna. Mas, o que acontece? O que aconteceu em Ribeirão Preto onde foram desativadas quatro favelas e atualmente existem quarenta e duas.

Existem muitos casos, e isso foi verificado no cadastro dos favelados, nos quais as pessoas montam um barraco apenas para serem cadastradas como favelado e vão lá de vez em quando. Na realidade mora em uma casa, paga aluguel ou mora de favor com alguns membros da família, mas o caminho para ele ter uma assistência mais rápida é ser cadastrado como favelado. Então, isso é um problema porque de repente vira um estimulo para se construírem mais favelas na cidade.

Não estou dizendo ser contra dar-se assistência aos favelados; sou contra que se tolere famílias inteiras numa situação tão degradante como é essa de favelas. Temos de ter outras soluções, em primeiro lugar concentrando os recursos financeiros dos Poderes públicos deste país para aplicá-los de forma a beneficiar o povo. Quantos milhões de reais foram levados agora pelo Governo Federal para o Governo de Cuba, para o Governo da Venezuela? E chegamos ao ponto de pensar em dar dinheiro brasileiro para o fundo que irá assistir aos países desenvolvidos da Europa atualmente em crise econômica. Ora, se o Brasil fosse um país rico, um país sem miseráveis - e nós os temos aos montes, com 60% dos brasileiros mal sabendo escrever o nome para votar. Então, é uma situação muito difícil em termos sociais. São 65% dos brasileiros que não têm privada em suas casas. Falta sistema de água e rede de esgoto. Temos de reconhecer: somos um país pobre, um país que precisa concentrar todos os seus esforços na assistência às famílias humildes.

Agora, as incoerências: para construir estádio de futebol, tem milhões e milhões de reais neste país e, de uma hora para outra, aparece dinheiro. Os mesmos poderes públicos que negam dinheiro a hospitais e a postos de saúde, sorrindo o entregam para construir estádios de futebol tão grandes que, após a Copa do Mundo, nunca mais conseguirão levar torcedores em quantidades suficientes para lotá-los.

Temos, portanto, de reconhecer nossa posição e, principalmente, restabelecer a moralidade neste país.  Chega de roubalheira! É por demais, Sr. Presidente! Todos os dias rádio, jornal e televisão anunciam roubos e mais roubos nos cofres públicos. Agora, procurem em algum noticiário o resultado dessas denúncias! Pelo contrário: ministros foram denunciados e demitidos por corrupção, mas saíram sorrindo e ainda com os agradecimentos do Governo: “Muito obrigado pelo que fez no Ministério.” Ora, ou é inocente ou é culpado; se é inocente, fique no governo e acabe com aqueles que estão inventando coisas - mas se é culpado, responda por isso. E o que é mais triste: abre-se uma sindicância, mas não se ouve falar de alguma devolução de dinheiro, fruto da corrupção, aos órgãos públicos.

Vamos, então, colocar um acento na frase da Bandeira Brasileira, mudando o “Ordem e Progresso” para “Ordem é Progresso”. Vamos mudar as leis lá em Brasília, mudar o nosso Código Penal. Não é possível que um cidadão esteja bêbado dirigindo um carro e matar uma pessoa mas,  quando a Polícia chega e fala: “Assopra aqui para verificar se você está bêbado”, ele diz: “Não! Quero meus direitos. Eu não vou assoprar nada.” O soldado fica desmoralizado porque a lei diz que ele não precisa assoprar nada e depois contrata um bom advogado para “provar” que ele  não estava bêbado.

Ordem é progresso. Ou este país acredita nisso ou, então, caminhamos para uma crise de conseqüências trágicas.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt, por permuta de tempo com o nobre Deputado Vitor Sapienza.

 

O SR. GERSON BITTENCOURT - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos assiste em plenário e também pela TV Alesp, ouvindo atentamente as colocações do meu antecessor gostaria de convidá-lo a assinar a CPI das emendas parlamentares, cuja denúncia partiu de um deputado desta Casa. Tivemos algumas reuniões, mas não foram feitas as devidas investigações. Precisamos reivindicar por transparência, por lisura em todos os âmbitos, mas esta Casa também tem de dar o exemplo. E tivemos oportunidade para isso.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Nobre deputado, sou cem por cento favorável à apuração de qualquer dúvida sobre atos administrativos. Quero dar esta definição muito clara independente de partido ou de blocos. Sempre que houver dúvidas sobre um ato administrativo eu lutarei com os colegas que se interessarem em investigar.

Fiz hoje um pronunciamento no Pequeno Expediente reclamando do trabalho na Assembleia Legislativa. Quero que sejamos mais produtivos, como isso que V. Exa. está pedindo. Há dúvidas sobre alguma coisa? Vamos apurar. E se dentro do Regimento não temos como fazer, eu me coloco à disposição para fazê-lo de outra forma, mas que não fiquem dúvidas. O que tem acontecido? Veja o plenário desta Casa. Tem duas pessoas assistindo à sessão. Tem alguma coisa muito errada na Assembleia. Aqui no plenário estamos em quatro deputados e somos 94. Tudo bem que uma parte esteja trabalhando nas comissões, mas vamos ver se às quatro e meia acontecerá o mesmo que ontem, quando tivemos o levantamento da sessão sem se decidir nada. Desculpe eu me alongar um pouco, mas conheço os seus valores de vida, os seus ideais e eu comungo com todos eles também. Conte comigo em qualquer bloco desta Casa que queira a moralização dos poderes públicos.

 

O SR. GERSON BITTENCOURT - PT - Tenho absoluta convicção, nobre deputado, de que esta é a sua postura neste Parlamento e também na sua trajetória de vida. Não há qualquer observação a ser feita na sua conduta. Fiz uma colocação mais do ponto de vista genérico da Casa. Houve uma denúncia nesta Casa e tivemos oportunidade de fazer uma grande investigação, podendo trazer à Casa e à sociedade esclarecimentos sobre as questões que foram levantadas. Se verdadeiro, aqueles que cometeram qualquer tipo de deslize ou que não tiveram uma conduta correta seriam penalizados. Então não tenho qualquer objeção, qualquer referência negativa à sua atuação parlamentar e à sua trajetória de vida.

Segundo, gostaria de fazer dois comentários:

Ontem, a Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados escolheu o seu novo líder, o líder que vai comandar a bancada no ano de 2012. Será o Deputado Jilmar Tatto, que já foi parlamentar nesta Casa, é deputado federal pela segunda vez e trabalhou na gestão da Prefeita Marta Suplicy em quatro Secretarias: Secretaria de Abastecimento, Secretaria de Implantação das Subprefeituras, Secretaria de Transportes e Secretaria de Governo no último ano da gestão da ex-Prefeita Marta Suplicy. Tive oportunidade de trabalhar com o Deputado Jilmar Tatto na área das subprefeituras e na área de Transportes. No período em que foi Secretário, fui presidente da São Paulo Transportes e tivemos oportunidade de fazer uma grande revolução no transporte público desta cidade.

O Deputado Jilmar Tatto demonstrou capacidade de articulação, capacidade de gestão pública, ousadia e coragem para fazer aquilo que a população mais espera dos gestores públicos e dos políticos de forma geral: conduta séria, transparência e, sobretudo, trabalho para os que mais precisam da atuação do estado brasileiro. Por isso quero em público parabenizar a Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados, bem como o Deputado Jilmar Tatto, que certamente conduzirá a bancada de forma consistente e correta fazendo avançar aquelas questões que estão colocadas na Ordem do Dia na esfera federal.

Também quero fazer menção a um projeto do Governo do Estado que será testado em fevereiro ou março, qual seja, o novo sistema de cobrança dos pedágios no Estado de São Paulo.

O Governo Estadual vai utilizar a rodovia que liga Campinas a Sorocaba como um teste para definir um novo procedimento de cobrança dos pedágios. Esse novo procedimento diz respeito à cobrança do pedágio por quilômetro rodado, por quilômetro utilizado. Concordo com a tese do quilômetro rodado: quem utiliza mais a rodovia paga mais, quem a utiliza menos paga menos. Acontece que apresentamos uma CPI para investigar as concessões, mais especificamente a cobrança dos pedágios - o Deputado Antonio Mentor inclusive preside a subcomissão da Comissão de Transportes responsável por realizar estudos que possam diminuir de fato a tarifa. E o que nos deixa tristes é que no final do ano passado a Artesp procurou discutir fundamentalmente os custos operacionais com essa mudança do quilômetro rodado, não que não devam também diminuir os custos operacionais do valor nominal pago na tarifa. Esse é o objetivo fundamental. Não queremos diminuir os custos operacionais para aumentar o lucro das concessionárias. Queremos diminuir os custos operacionais para diminuir o valor da tarifa paga por todos os usuários das rodovias pedagiadas. E o que foi apresentado?

Primeiro, que diminuirão o número de funcionários que trabalham nas praças de pedágio. Segundo, teremos um aumento do universo de pagantes na medida em que você trabalha com o quilômetro rodado - isso é positivo. Mas o que foi posto como um elemento diferente nisso? Neste teste, o usuário vai pagar o pedágio como paga um celular pré-pago e isso significa o quê? O zeramento da inadimplência daqueles que pagam no cartão ou até mesmo que passam o pedágio sem fazer o pagamento. Com o sistema pré-pago isso vai acabar. Por outro lado, com o sistema pré-pago vai para a conta das concessionárias um recurso antecipado.

Então essa equação da diminuição dos funcionários, do aumento do universo de pagantes com o zeramento da inadimplência e com o pagamento antecipado poder-se-ia diminuir o valor nominal da tarifa e isso não foi feito. Então o Governo do Estado tinha oportunidade para com este teste buscar alternativas para a diminuição dos pedágios. Mas não foi isso o que nos foi exposto na Comissão de Transportes quando a Artesp apresentou o seu programa, de uma forma tecnicamente boa, todavia precisamos reconhecer. Porém aquilo que esta Casa e a população esperam em relação aos debates eleitorais feitos em que o Governador Geraldo Alckmin se comprometeu em buscar alternativas para a diminuição dos pedágios, não acontecerá porque não é essa a filosofia colocada em prática no teste, e com isso perderemos uma oportunidade muito grande, e a tendência é a diminuição de funcionários. Fiz uma colocação de quantos funcionários deverão ser demitidos em função desse novo sistema. Esta pergunta, Srs. Deputados, não foi respondida. O meu principal objetivo ao fazer essa pergunta é alertar esta Casa e a sociedade para que saibam que com essa medida haverá uma quantidade substancial de pessoas que ficarão desempregadas.

Portanto, quero registrar uma promessa feita pelo Sr. Governador no processo eleitoral nesta Casa e nos debates que fizemos, e que mais uma vez não será cumprida em função do conceito adotado. Faz-se um projeto e um teste, contudo quem continuará lucrando ainda mais serão as concessionárias dos pedágios. Por isso acredito que a Casa tenha um importante motivo para fazer esse debate e, sobretudo, pedir para que o Governo do Estado, Sr. Presidente, reveja esse teste que está sendo aplicado e possa efetivamente fazer a diminuição do valor nominal pago nos pedágios. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, com fundamento no Art. 260, e seguintes, da XIV Consolidação do Regimento Interno, tem a presente finalidade de apresentar a Vossa Excelência a seguinte Questão de Ordem:

Em 1º de novembro de 2011, a Mesa da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, em cumprimento dos §§ 2º e 3º do artigo 22, da Constituição Estadual, promulgou a Emenda Constitucional nº 33, oriunda da proposta de Emenda nº 13, de 2011, que alterou a redação do § 2º do artigo 31 da Carta paulista, que trata da escolha de Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado.

À luz da doutrina clássica quanto à eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais, questiona-se dessa Presidência se a referida emenda ao texto da Constituição do Estado, devidamente aprovada e vigência imediata, é norma constitucional de eficácia plena, isto é, produz a plenitude de seus efeitos, independentemente de complementação por legislação infraconstitucional?

Estando em vigor citada no órgão constitucional, sem questionamentos quanto à sua validade e/ou eficácia, existe dispositivo no nosso ornamento legislativo que permita a sua revogação sem a superveniência de outra norma, aprovada e promulgada, dispondo contrariamente à ela?

É a presente questão de ordem que ora faço a esta Presidência.

Sala das Sessões, em

Deputado Campos Machado

Líder da Bancada do PTB

Emenda Constitucional nº 33, de 1º de novembro de 2011

A Mesa da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, nos termos do § 3° do artigo 22 da Constituição do Estado, promulga a seguinte Emenda ao texto constitucional:

Artigo 1° - O § 2° do artigo 31 da Constituição do Estado, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Artigo 31-

§ 2° - Os Conselheiros do Tribunal serão escolhidos na seguinte ordem, sucessivamente:

2 - dois terços pela Assembleia Legislativa;

2 - um terço pelo Governador do Estado, com aprovação pela Assembleia Legislativa, observadas as regras contidas no inciso l do § 2° do artigo 73 da Constituição Federal "(NR)

Artigo 2º - Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação.

Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, em 1º de novembro de 2011.

a) Barros Munhoz - Presidente

a) Rui Falcão - 1° Secretário

a) Aldo Demarchi - 2° Secretário

Existe uma Emenda Constitucional aprovada e promulgada por esta Casa, que se refere ao Tribunal de Contas e nomeação dos seus conselheiros. Quando alguém se refere a essa emenda alegando que ela é inconstitucional só tem um caminho a seguir: Vá a Brasília e apresente uma Adin, pois só o Supremo Tribunal Federal poderá dizer se essa emenda é ou não constitucional.

É muito simples, Deputado Olímpio Gomes, que está se imaginando se pode conseguir uma liminar. Mas eu pergunto e a questão sub judice como fica? Como fica a questão, Sr. Presidente? Ao meu modesto entender, só outra PEC proposta e votada nesta Casa é que pode revogar a emenda aprovada, porque o Supremo com mais de 500 mil processos em andamento, não vai ao mesmo tempo conceder a liminar e julgar o mérito.

Portanto, Sr. Presidente, tendo em vista a publicação da indicação do Sr. Governador e da auditora do Tribunal de Contas do Estado para uma vaga de conselheiro, eu apresento essa Questão de Ordem porque seguramente não deixa prosperar qualquer encaminhamento tendo em vista a existência dessa Emenda Constitucional.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Esta Presidência levará a presente Questão de Ordem à Presidência efetiva.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos por 30 minutos.

Ainda solicito ao Presidente efetivo desta Casa, diretrizes de como proceder hoje em relação ao projeto referente à Artesp, que trata da dignidade desta Casa. Portanto, quero consultá-lo. Nobre Deputado, irmão e meu amigo Barros Munhoz, qual o procedimento a ser adotado nesta tarde? Motivo pelo qual eu peço a suspensão dos trabalhos e não o levantamento da presente sessão.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Em função do questionamento do Deputado Campos Machado, que irá ter como providência o acionamento da Presidência da Casa e eventualmente dos líderes para o acionamento dos Srs. Deputados, eu corroboro o pedido de suspensão dos trabalhos pelo tempo necessário para que possamos ter uma resposta ao questionamento do líder do PTB, Deputado Campos Machado.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Campos Machado e suspende a sessão por 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 16 horas e 37 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e nove minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, nos termos dispostos no Art. 18, Inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, convoco reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça, Transporte e Comunicações, Finanças, Orçamento e Planejamento para realizar-se amanhã, às 15 horas, no Salão Nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o Projeto de lei Complementar nº 70, de 2011, de autoria do Deputado Campos Machado.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da sessão de hoje.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e 10 minutos.

 

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