08 DE FEVEREIRO DE 2011

006ª SESSÃO ORDINÁRIA DO PERÍODO ADICIONAL

 

Presidentes: ED THOMAS, LUIS CARLOS GONDIM, WIDERSON ANZELOTTI, RITA PASSOS, FERNANDO CAPEZ, BARROS MUNHOZ e ROBERTO MORAIS

 

Secretário: DINIZ LOPES

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - ED THOMAS

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - CARLOS GIANNAZI

Retoma críticas ao Departamento de Perícias Médicas do Estado de São Paulo. Lamenta decisão do órgão, que considera professores obesos inaptos ao cargo. Exibe e comenta vídeo sobre o tema. Considera necessária a instauração de CPI para investigar o caso.

 

003 - OLÍMPIO GOMES

Lê e comenta o editorial do jornal "Folha de S. Paulo", que trata da atuação deste Legislativo. Reforça as críticas contidas no texto jornalístico.

 

004 - PEDRO TOBIAS

Concorda com as críticas do Deputado Carlos Giannazi ao Departamento de Perícias Médicas. Defende, porém, que os exames admissionais devem ser rigorosos. Tece críticas à decisão da OAB, que pagou indenização à funcionária pública da cidade de Bauru.

 

005 - MARCOS MARTINS

Cita matéria jornalística a respeito da superlotação existente no transporte público estadual. Fala do número de pedágios existentes no Estado e de manifestações populares contra os mesmos. Comenta texto jornalístico que trata das dificuldades enfrentadas por escolas públicas.

 

006 - MARQUINHO TORTORELLO

Faz agradecimentos gerais.

 

007 - Presidente ED THOMAS

Por conveniência da ordem, suspende a sessão às 15h13min.

 

008 - LUIS CARLOS GONDIM

Assume a Presidência e reabre a sessão às 15h25min.

 

009 - MARQUINHO TORTORELLO

Menciona esportistas de destaque oriundos de São Caetano do Sul. Contesta decisão de Prefeito da cidade que demitiu 700 profissionais ligados ao esporte.

 

010 - Presidente LUIS CARLOS GONDIM

Por conveniência da ordem, suspende a sessão às 15h28min.

 

011 - WIDERSON ANZELOTTI

Assume a Presidência e reabre a sessão às 15h57min.

 

GRANDE EXPEDIENTE

012 - LUIS CARLOS GONDIM

Comenta matéria que trata do papel desta Casa. Solidariza-se com a parcela da população que precisa de atendimentos geriátricos. Cita exemplos de projetos de lei de relevância social, não deliberados. Critica o Poder Executivo por não colocar em prática leis de autoria de Deputados. Reitera as funções da Assembleia Legislativa. Critica a inacessibilidade do Governador e seu Secretariado.

 

013 - RITA PASSOS

Assume a Presidência.

 

014 - ED THOMAS

Para comunicação, alerta quanto a denúncia de adulteração em  bombas de combustíveis. Parabeniza a emissora que divulgou a notícia.

 

015 - FERNANDO CAPEZ

Tece comentários sobre matéria publicada na "Folha de S. Paulo". Solicita aos Parlamentares que venham à Tribuna defender seus projetos. Comenta antiga situação de violência nos estádios de futebol. Lê e comenta direitos e deveres contidos no Artigo 22 do Estatuto do Torcedor. Elogia o conteúdo dos projetos que passaram pela Comissão de Constituição e Justiça.

 

016 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, declara que sua bancada manifesta apoio ao teor das matérias publicadas pela mídia. Afirma que a legenda sente-se contemplada com as críticas feitas pela imprensa. Afirma que este Parlamento não tem trabalhado em favor da população. Repudia a conclusão das CPIs irrelevantes.

 

017 - MARCOS MARTINS

Para comunicação, defende a necessidade de se votar projetos de Deputados. Cita proposituras de sua autoria, emperradas na Ordem do Dia. Salienta que o Parlamento paulista precisa ser minimamente respeitado.

 

018 - FERNANDO CAPEZ

Assume a Presidência.

 

019 - OLÍMPIO GOMES

Para comunicação, parabeniza o Deputado Fernando Capez pela qualidade dos projetos apresentados. Protesta contra veto do Executivo a projeto de sua autoria. Repudia o veto a mais de 800 projetos parlamentares. Manifesta concordância com a matéria intitulada "Tiririca Legislativa". Parabeniza as manifestações dos Deputados Marcos Martins, Carlos Giannazi e Fernando Capez.

 

020 - Presidente FERNANDO CAPEZ

Por conveniência da ordem, suspende a sessão às 16h32min.

 

021 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h34min.

 

ORDEM DO DIA

022 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara sem debate aprovados requerimentos de urgência, do Deputado Samuel Moreira, ao PLC 44/10 e ao PL 645/10. Coloca em votação e declara aprovado requerimento de alteração da ordem do dia. Coloca em votação e declara aprovado o pedido de retirada do PL 748/08.

 

023 - MARCOS MARTINS

Para reclamação, solicita explicações, por parte da Eletropaulo, sobre as várias interrupções no fornecimento de energia elétrica; de outra parte, pede que seja instalado gerador compatível com as necessidades desta Casa.

 

024 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra a manifestação. Acrescenta que foi adquirido novo gerador.

 

025 - ROBERTO MORAIS

Pede a suspensão dos trabalhos por trinta minutos, por acordo de lideranças.

 

026 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra o pedido. Convoca, para hoje, as seguintes comissões para reuniões conjuntas: de Constituição e Justiça, de Segurança Pública e de Finanças e Orçamento, às 16 horas e 45 minutos; de Constituição e Justiça e de Serviços e Obras Públicas, às 16 horas e 55 minutos. Suspende a sessão às 16h38min.

 

027 - ROBERTO MORAIS

Assume a Presidência e reabre a sessão às 17h09min.

 

028 - MAURO BRAGATO

Requer o levantamento da sessão, com anuência das lideranças.

 

029 – Presidente ROBERTO MORAIS

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 09/02, à hora regimental, com ordem do dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Ed Thomas.

 

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O SR. PRESIDENTE - ED THOMAS - PSB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Diniz Lopes para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - DINIZ LOPES - PR - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - ED THOMAS - PSB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cássio Navarro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rogério Nogueira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Morando. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. Carlos Giannazi - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, telespectador da TV Assembleia, gostaria de retomar um assunto que tenho debatido exaustivamente, não só pela tribuna, mas nas comissões. O nosso mandato também tem acionado o Ministério Público Estadual e feito denúncias na imprensa.

Nas últimas semanas, esse assunto teve repercussão nacional. Refiro-me ao caso do Departamento de Perícias Médicas do Estado de São Paulo, conhecido pelos servidores públicos do Estado como a casa dos horrores, porque lá se comete assédio moral, constrangimento, perseguição. É um departamento extremamente desumano, que, ao invés de cuidar da saúde dos servidores, faz com que eles fiquem mais doentes ainda. Os servidores que são obrigados a passar por perícias médicas nesse departamento são duramente maltratados.

Há inúmeros casos, inúmeras denúncias. Já acionamos duas promotorias dois anos atrás, que investigaram o Departamento de Perícias Médicas. Agora, o caso veio à tona em rede nacional, nas principais emissoras de televisão, por conta das reprovações de professoras que passaram no concurso público de provas e títulos e foram barradas porque são obesas.

Trouxe uma matéria transmitida no programa “Fantástico” neste final de semana, para que as pessoas saibam da gravidade da situação, bem como da omissão e da irresponsabilidade do Governo Estadual, que nada faz para resolver essa situação.

 

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- É feita a exibição de vídeo.

 

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É assim que o Departamento de Perícias Médicas trata as professoras da Rede Estadual. São professoras que já trabalham há mais de 10 anos, estão se efetivando agora e sofrendo discriminação por obesidade. Se isso vira moda no Estado, vamos reivindicar a isonomia: deputado obeso não vai poder tomar posse; secretário de Estado obeso não vai poder tomar posse; presidente de autarquia obeso não vai poder tomar posse. É um absurdo; é discriminação. O Ministério Público tem que processar os responsáveis por esse tipo de comportamento.

Vamos continuar apelando à Assembleia Legislativa no sentido de que aprove o nosso pedido para a instalação da CPI do Departamento de Perícias Médicas. Existem milhares de denúncias em relação a esses fatos.

Já convocamos o Secretário de Gestão Pública e o diretor do Departamento de Perícias Médicas a comparecerem na Comissão de Direitos Humanos, na Comissão de Relações do Trabalho e na Comissão de Educação, para que expliquem todos esses ataques aos servidores do Estado. Muito obrigado.

 

O Sr. Presidente - Ed Thomas - PSB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Prandi. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Flávio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. Olímpio Gomes - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, hoje, dois grandes jornais de São Paulo trazem matérias sobre a Assembleia Legislativa de São Paulo: “O Estado S.Paulo” e a “Folha de S.Paulo” que, no seu editorial, traz uma matéria.

Seria motivo para que todos nós que estamos na área pública - nós que somos deputados - nos sentíssemos lisonjeados em relação à repercussão nos grandes meios de comunicação na Assembleia paulista. Vou ler muito rapidamente o que está dizendo Fernando de Barros e Silva, no Editorial da “Folha de S.Paulo”, que é o que tenho dito aqui constantemente: temos de parar de ser submissos e prostrados, de ser um acessório do Palácio dos Bandeirantes.

Passarei a ler a matéria de Fernando de Barros e Silva, intitulado “Tiririca Legislativa”:

“Ninguém dá muita bola para a Assembleia Legislativa de São Paulo. Ela parece viver numa espécie de limbo, entre a Câmara federal, à qual a imprensa dedica muito mais atenção, e a municipal, onde bem ou mal transitam os problemas e negócios da cidade. É possível que você, leitor, nem se lembre mais em quem votou para deputado estadual em outubro. Também é possível que não conheça nenhum desses deputados. A culpa não é (ou não apenas) sua.

As Assembleias - não só a paulista - tornaram-se, de fato, pouco relevantes. Em primeiro lugar, porque a Constituição de 1988 restringiu muito as competências dos legislativos estaduais. O arcabouço institucional do país as esvaziou.

A isso se soma que, na prática, as Assembleias são anexos do Poder Executivo, submetidas aos favores do domínio quase absoluto do governador. Em São Paulo, onde os tucanos mandam há quase duas décadas, isso é muito claro.

Decorre disso que a assembleia paulista não fiscaliza nada como deveria (ficou cinco anos sem instalar nenhuma CPI) e legisla, em grande medida, em caráter decorativo (metade das quase 200 leis publicadas desde julho versa sobre a criação de datas comemorativas ou de nomes para vias públicas).

Estamos falando de uma estrutura com 94 deputados, mais de 3.000 funcionários e orçamento de R$ 680 milhões para este ano. Reportagens recentes da Folha mostraram uma série de desmandos, desvios funcionais e vícios corporativos acumulados na Assembleia paulista como a existência de 70 "diretores" na Casa, entre eles o "de garagem" e o "do xerox".

Não é preciso ir muito longe para perceber que a Assembleia é uma Casa de pouca importância política e estrutura obsoleta, voltada sobretudo aos seus próprios interesses. Ninguém está sugerindo aqui o fim da Assembleia. Seria o caso de pedir o seu "começo". Para que não pareça apenas a extensão da área de lazer do parque Ibirapuera.”

Sou deputado nesta Casa e ontem mesmo disse que me envergonha ver a Assembleia Legislativa, tão prostrada e tão submissa. Deputado Marcos Martins, falávamos antes de eu vir à tribuna “Como é que vamos discutir projetos se a maioria esmagadora é prostrada, submissa, só atende ao Palácio dos Bandeirantes?” E quando se coloca num acordo no Colégio de Líderes um projeto do deputado para ser votado, há quase que certeza absoluta que ele será vetado. Esses 800 vetos que temos hoje são projetos de deputados: foram vetados, o governador vetou e nós não temos a coragem moral, ética até, com o povo paulista; ou de derrubar o veto, ou de aquiescer diante do veto e reconhecer a nossa incompetência para legislar.

Fica aqui a minha manifestação mais uma vez. No dia 15 de março começa uma nova Mesa, com novos deputados desta Casa. Talvez atendamos sim ao reclame da população e pensemos efetivamente num processo de reconstrução da Assembleia Legislativa em vez de “Não gosto do Major Olímpio, ele é um alienado, um alucinado, mas vamos discutir o projeto do Major Olímpio.” Nós vamos com essa covardia que temos hoje, de ir num acórdão, concordar com tudo que vem do Palácio dos Bandeirantes. Não vamos ficar no “Olha, não vamos instalar CPI porque veio do PT, porque veio do Carlos Giannazi, porque veio do Major Olímpio”, mas pensar, antes de tudo, no objetivo da apuração da CPI que é salvaguardar o patrimônio público, a probidade com os recursos públicos.

Não dá para tapar o sol com a peneira. Como está a Assembleia Legislativa hoje? Pode o presidente escrever um artigo bonito que quiser, pode tentar fazer a defesa que quiser, mas somos hoje homologadores apenas dos projetos do Executivo. Hoje, 680 milhões de reais é um custo muito elevado para o povo paulista, para a manutenção da Assembleia. Povo paulista, observe. Temos seis deputados neste plenário, a Casa está cheia hoje, numa terça-feira. É para o povo entender que está pagando demais mesmo por este Legislativo.

Meus cumprimentos a Fernando de Barros e Silva pelo seu editorial, lamentavelmente ao povo paulista e aos deputados que querem levar dentro da seriedade seus compromissos com o povo o que está manifesto neste documento.

 

 O SR. PRESIDENTE - ED THOMAS - PSB - Tem a palavra o nobre Deputado Widerson Anzeloti. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias.

 

O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - Sr. Presidente, deputados presentes, público presente, Deputado Carlos Giannazi, ficamos quatro anos brigando para criar a Perícia Médica de cada microrregião do Estado. Mas, infelizmente, com a burocracia do ex-Secretário da Fazenda, até hoje o dinheiro não foi liberado. Precisamos pressionar, pois já o convocamos anteriormente e ele não compareceu, e, ficou por isso mesmo. Concordamos com o que V. Exa. disse, de que não podemos culpar os médicos. Precisamos é modificar o Estatuto dos Funcionários, que foi aprovado aqui. Eis o problema: joga-se a culpa em cima do profissional. Isso é injusto, não pode ser, mas está escrito na lei e é contratado para fazer isso. O problema não é do profissional, mas da lei que foi aprovada nesta Casa. Se vamos aprovar e vai todo mundo entrar, não há necessidade de perícia médica.

Foram publicadas recentemente matérias relacionadas à aposentadoria, e também aos deputados, o que é uma vergonha. Concordamos plenamente. A OAB dá opinião sobre qualquer coisa hoje. Muito bem. O Presidente da OAB nacional se chama Ophir Cavalcante. A OAB fala sobre pensão e aposentadoria. Isso pode ser legal, mas também imoral, ainda que aprovada em lei porque lesa o dinheiro público, lesa o cidadão, lesa o dinheiro da Assembleia. Mas a própria OAB, o próprio presidente, não olha a sua OAB, a sua Casa. Fui colocado na lista negra pela OAB porque denunciei, sim. Uma advogada da Prefeitura de Bauru trabalha no Daee, Departamento de Água. A prefeitura não pagou a conta de água e nela entrou na Justiça, escondido. Ela é funcionária, tem carteira, tem férias, tem tudo. E o seu honorário? Ganhou 800 mil reais. Pode ser legal pela Constituição de 88, mas é imoral porque lesa o dinheiro público.

Sr. Presidente, pare de fazer demagogia. Quer moralizar os outros? Comece moralizando sua casa. Porque moralizar a casa dos outros é fácil. É fácil falar.

Essa OAB colocou o meu nome na lista negra porque eu queria defender a dona Maria. Eu critiquei essa funcionária.

O meu querido Deputado, promotor, procurador de Justiça e advogado censura a OAB hoje porque hoje ela quer censurar. Criticamos também porque a funcionária pública da prefeitura recebeu honorário de 800 mil reais.

Colocou o meu nome e o nome do Deputado Major Olímpio na lista negra. Colocou hoje no meu currículo. Que OAB é esta? O Dr. Cavalcante faz todo dia um discurso bonito. Mas olhe a sua casa. Pegue o processo de Bauru e veja como colocaram o meu nome na lista negra porque critiquei a falcatrua, o roubo legalizado. Pode ser legal, mas é imoral. A OAB quer censurar o Deputado Giannazi por ser sindicalista e por defender os oprimidos. Quer me censurar, não posso mais falar como cidadão, esquece o deputado. Isso envergonha.

Esse é o teor desse discurso. Vou mandá-lo para ele saber o que está acontecendo. Espero que ele não esteja sabendo.

Todo mundo quer moralizar a mulher dos outros. Ele quer falar bonito. Todo dia ele fala na televisão ou nos jornais. Antes tem de moralizar sua casa, senão fica sem moral para criticar algo ou alguém. Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados.

 

O SR. PRESIDENTE - ED THOMAS - PSB - Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.)

Esgotada a lista de oradores inscritos, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Neder. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Camilo Gava. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia e aqueles que nos acompanham pelas galerias, hoje vamos tratar de um assunto que é recorrente e de extremo interesse da população.

Transporte coletivo. Essa matéria, que saiu na “Folha de S.Paulo”, trata aqui sobre o transporte coletivo, o famigerado metrô, que é precário. “Metrô paulista lota mais que trem. Total de passageiros por metro quadrado cresce de 4,7 para 5,9 e se aproxima do índice de desconforto extremo”.

Acima de seis por metro quadrado não é sentado, é em pé. É igual a penitenciária. Está pior do que o trem. É lamentável que o Governo faça tanta propaganda de transporte coletivo e sucateia o metrô. De 2007 até agora, aconteceram 43 panes ou acidentes no metrô do Estado de São Paulo. O metrô precisaria ser metropolitano. É o metrô da Cidade de São Paulo porque não saiu ainda da Capital. O Governo faz muita propaganda, fala do metrô sobre trilho. Ele quer dar uma melhorada no trenzinho comprado da Alstom, para justificar. Mas a população continua sofrendo com o engarrafamento de mais de 200 km. Isso é comum na Cidade de São Paulo. O metrô precisaria ter muito mais quilômetros de extensão. O metrô começou junto com o da Cidade do México que tem 200 e aqui 65 km. E, ao invés de melhorar as condições da população, aumenta pedágios. São pedágios e mais pedágios para todo canto do Estado.

Recentemente, estivemos com a população de Itatiba onde houve uma manifestação contra o pedágio de Jundiaí e Itatiba. Antes de concluir a segunda pista, já implantaram o pedágio. Muita gente teve que pagar pedágio dentro da própria cidade. Isso criou um descontentamento generalizado naquela população hospitaleira tanto da Cidade de Jundiaí, como da Cidade de Itatiba.

E aqui, próximo ao Rodoanel, fizeram uma mudança para obrigar o povo a pagar o pedágio da Rodovia Castelo Branco. Fizeram uma mudança de pista para trás. É um absurdo o que vem ocorrendo. A população está chegando ao desconforto porque está atingindo o metrô aqui da Capital. Esperamos que o Governo do Estado aumente o metrô e não apenas faça propaganda.

Outro assunto que gostaria de registrar: “Alunos voltam às aulas em escolas mal cuidadas. Os Colégios Estaduais estão com as janelas e os muros quebrados no meio do mato alto, com pichações e até com fezes de pombos no pátio.

Aqui tem uma matéria também da “Folha de S.Paulo”: “Na maioria dos casos, escolas cujos alunos têm desempenho pior no Saresp têm a pior estrutura para estudar”. Então, escolas que têm pior estrutura fazem com que os alunos aprendam menos, tenham menos conhecimento. Isso leva o Estado de São Paulo, o Estado mais rico da Federação, a ser classificado em décimo lugar na avaliação nacional do ensino público. É lamentável que continue nesse patamar. Encerro aqui as minhas palavras. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ED THOMAS - PSB - Tem a palavra ainda na Lista Suplementar o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marquinho Tortorello.

 

O SR. MARQUINHO TORTORELLO - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, é um prazer muito grande usar esta tribuna mais uma vez. Como todos falam, o retorno é muito grato e para mim está sendo mais ainda porque estou vendo todos os amigos, todos os companheiros que ficaram aqui e os deputados que me ensinaram a exercer essa função.

Agradeço a todos eles, aos deputados da minha bancada, ao meu grande Líder, Deputado Alex Manente, aos deputados Luis Carlos Gondim, Vitor Sapienza, Roberto Morais, Arnaldo Jardim, Dimas Ramalho e a todas as pessoas que aprendi a conviver e admirá-las no meio político e também no meio pessoal.

Quero agradecer também a todas as pessoas que sempre acreditaram no mandato do Deputado Marquinho Tortorello, principalmente o pessoal de São Caetano do Sul, de Itapura, o grande Antenor de Oliveira Filho, o Reinaldo Raboni, o próprio Prefeito José Auricchio. O prefeito pode contar comigo, apesar do curto espaço de tempo em que ficarei nesta Casa, na defesa da nossa cidade, na busca de recursos para a nossa cidade. Quero dizer da alegria que venho tendo desde que retornei à Casa. Agradeço a atenção do Marcelo, meu companheiro e amigo na Presidência. É um prazer poder conviver novamente com você e todos os funcionários da Casa, agradeço o carinho que venho recebendo desde que cheguei aqui, enfim.

Mas, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, aproveito esta oportunidade para fazer um apelo ao nosso prefeito de São Caetano em relação ao que sempre defendi nos oito anos em que estive neste Parlamento: os nossos professores de Educação Física e os nossos atletas de base, os nossos atletas de alto rendimento.

 

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- Queda de energia.

 

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O SR. PRESIDENTE - ED THOMAS - PSB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência vai suspender a sessão por conveniência da ordem e assegura ao Deputado Marquinho Tortorello o tempo remanescente.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 15 horas e 13 minutos, a sessão é reaberta às 15 horas e 25 minutos, sob a Presidência do Sr. Luis Carlos Gondim.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIS CARLOS GONDIM- PPS - Esta Presidência retorna a palavra ao nobre Deputado Marquinho Tortorello.

 

O SR. MARQUINHO TORTORELLO - PPS - Retomando o assunto de São Caetano do Sul, gostaria de fazer um apelo. Sei que a cidade é próspera, uma cidade que vem sendo muito bem administrada ultimamente, mas no começo do ano ocorreu um fato que não posso deixar de mencionar. Por isso apelo ao prefeito para rever a situação.

Nos últimos 14 anos, São Caetano do Sul vem se destacando no cenário esportivo nacional e internacional, tendo ganhado os jogos regionais e os jogos abertos do interior. Tem formado atletas por meio desse autorrendimento que são espelhos para a juventude que usa os atletas, como o grande medalhista olímpico Carlos Donato, Tiago Camilo e Edinanci Silva para estarem nos clubes, nas nossas academias e não tendo tempo de estar na rua. Estuda e trabalha no primeiro período e no segundo período está nas escolinhas esportivas.

Mas no último mês, devido às prioridades de nossa cidade na Educação e na Saúde, a verba foi reduzida e o antigo prefeito teve de acabar com o esporte de autorrendimento, demitindo mais de 700 atletas. Não só atletas, mas todas as pessoas engajadas no meio esportivo de nossa cidade, como os fisioterapeutas Cristiano Spadone e Daniela Gamboa e todo o departamento jurídico como o Dr. Rauston Bellini e Marcelo de Sebo, enfim, todos os envolvidos nos últimos 14 anos no autorrendimento de São Caetano do Sul. Há casos de medalhistas olímpicos que hoje estão sem clube, sem condições de continuar seu treinamento, defendendo uma cidade, defendendo uma região, defendendo o Estado de São Paulo, o que é mais importante, porque nesses últimos 14 anos essas delegações que foram disputar ...

 

O SR. PRESIDENTE - LUIS CARLOS GONDIM - PPS - Nobre Deputado, há outro problema de apagão, por isso a sessão será suspensa até a solução total pelos técnicos. O tempo de V.Exa. ficará resguardado.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 15 horas e 28 minutos, a sessão é reaberta às 15 horas e 57 minutos, sob a Presidência do Sr. Widerson Anzeloti.

 

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O SR. PRESIDENTE - WIDERSON ANZELOTI - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - WIDERSON ANZELOTI - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim, por permuta de tempo.

 

O SR. LUIS CARLOS GONDIM - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, lemos hoje uma matéria de Fernando de Barros Silva, comentando sobre a Assembleia Legislativa em relação à fiscalização ao Governo do Estado e em relação aos projetos de deputados.

Gostaria de fazer um comentário: durante este nosso mandato, apresentamos alguns projetos de lei, como o da presença de geriatra em postos de saúde. Temos uma população de pessoas acima de 60 anos crescendo muito no Brasil e no Estado de São Paulo e, portanto, precisamos de geriatra nos postos de saúde.

O projeto foi sancionado, foi para a Secretaria de Saúde e até hoje não foi posto em prática, nem a melhoria dos postos com a presença de geriatra, nem com médicos que possam fazer curso de geriatria. Enquanto isso as pessoas de idade continuam indo de posto em posto, vão ao médico cardiologista, o cardiologista manda para o reumato, o reumato para o ortopedista e isso faz com que nós aqui realmente percamos o nosso valor. E quem tem que fazer isso? A Assembleia tem que exigir do Governo do Estado que tome essa atitude de reação em relação a esses projetos. Não se toma uma atitude em relação a projetos de lei como o recolhimento de pilhas e de baterias e o caso dos resíduos que possam ser gerados para serem colocados em lixos e lixões.

A inércia não é deste Poder, a inércia é do Poder Executivo, que realmente não põe em prática o que nós votamos aqui. No caso de uma ideia brilhante, como é o caso do Selo Verde, ela é roubada e não é valorizada ao Deputado. Nós criamos o Selo Verde e nos tomaram a ideia. Nós falamos ao Governador que existia essa ideia, e hoje o Selo Verde está lá, não foi nem citado que essa ideia saiu do Poder Legislativo. É um excelente projeto: temos que realmente fazer plantações, mata ciliar ao lado de rios, temos que realmente fazer toda essa melhoria da vegetação, não só no Estado de São Paulo, mas em todo o Brasil.

Esse projeto, que saiu desta Casa, é anterior ao projeto do ex-Secretário do Meio Ambiente, e ele não cita nenhum nome de deputados desta Casa. Nós realmente temos que valorizar o Poder Legislativo, através da fiscalização do Governo.

No nosso caso, como médico, estamos sempre denunciando problemas sérios que existem na área da Saúde ou em hospitais próprios do Estado, ou nas Organizações Sociais. E você é tachado de inimigo do governo. Sou da base de apoio e sou tachado como inimigo. Não, temos que alertar sobre as coisas erradas que o Poder Executivo. É o nosso papel.

Temos que fazer chamadas aqui no Pequeno Expediente. Um dos jornalistas comentava conosco e perguntava por que não pedimos verificação de presença no Pequeno Expediente. É só mudar, temos que mudar o Regimento Interno e pedir verificação. O Deputado que está na comissão de Saúde votando alguma coisa, ou na Comissão de Justiça, justifica. Mas temos que ter aqui os 24 deputados, no mínimo um quarto dos deputados, presentes na nossa sessão. Assim valorizaremos o Poder Legislativo.

E essa fiscalização, que V. Exa., Deputado Capez, sabe fazer muito bem, que sabe trabalhar e fiscalizar a parte judiciária e a parte econômica do governo, onde estão gastando, isso é muito importante para nós. Não importa se o deputado é do PSDB ou de qualquer outro partido. A nossa função é fiscalizar, é vistoriar, é denunciar quando necessário e fazer as leis, e que essas leis sejam aprovadas e postas em prática.

Temos aqui algumas leis, como o caso do recolhimento de pilhas e baterias, que é um assunto sério, e tem que ser feito, tem que ser posto em prática. Pedimos até uma audiência com o Secretário do Meio Ambiente, justamente por esse motivo.

Hoje eu ouvia a Rádio Bandeirantes, para saber se havia alguma crítica sobre o assunto, mas eles foram piores, dizendo que “enquanto o PSDB tiver esse nariz empinado, eles vão continuar pagando esse preço, de não conseguir governar o país, e vão perder outros Estados”, porque marcar uma audiência é a coisa mais difícil do mundo, e um Secretário é também um empregado do povo, uma pessoa escolhida pelo Governador e, portanto, tem que atender os 94 deputados, não importando o partido. Mas há uma demora muito grande, parece que eles são os donos do mundo.

É um absurdo o que acontece com os Secretários de Estado de São Paulo. Passou o Secretário do José Serra, entrou o Secretário do Geraldo Alckmin, e é a mesma coisa. É preciso baixar essa crista, é preciso baixar esse nariz.

Se você dificulta para os 94 deputados, vão facilitar para o povo? Nunca! A resposta é essa: nunca vão facilitar para o povo. Se você quer discutir um assunto de Transporte, de como é feita a coleta seletiva de lixo em outros países, como no Canadá ou na Espanha, não há condição, porque eles não marcam uma audiência. Você vem com um assunto fresquinho de um país que você visitou e há uma demora muito grande para se marcar uma audiência.

Na realidade, vocês estão realmente com o nariz empinado, e não sei por quê. Isso é uma estupidez. Nós estamos aqui para servir à população. Não me considero nenhum Tiririca, conforme a leitura desse jornalista, que não conheço, mas um deputado que está sempre aqui presente, sempre fiscalizando o Governo, entrando em CPI até contra o nosso líder do PPS, que é ligado ao Governo.

Você realmente cumpre aqui - não podemos nivelar por baixo -, cumpre sua função de deputado. É isso que nós queremos, que olhem o Poder Legislativo e olhem o que acontece com o Poder Executivo. As ideias que saem daqui são excelentes. São 94 homens pensando. Mas não se vota os projetos dos deputados, demora-se para votar os projetos dos Deputados, e fica essa grande confusão. Temos vários projetos bons, vemos o colega se desdobrando, indo pedir apoio para aquela urgência, tudo, e não se vota.

Não se pode nunca nivelar as pessoas por baixo. Respeitem este Poder. Temos pessoas sérias que são eleitas pelo voto popular, sem compra de voto, sem desonestidade, cumprindo seu papel para com a população. Eu me considero dessa maneira dentro da área da Saúde, Educação, Social; vejo a população em primeiro lugar, e depois vou ver médicos, jornalistas, deputados, governadores, presidente. É à população que temos que servir.

Por isso quero cumprir meu mandato. Vou para o meu quarto mandato, respeitando a população do Estado de São Paulo. Muito obrigado.

 

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- Assume a Presidência a Sra. Rita Passos.

 

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O SR. ED THOMAS - PSB - PARA COMUNICAÇÃO - Sra. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, a TV Bandeirantes ontem, no Jornal da Band, apresentou e fez denúncias com imagens. Quero parabenizar e chamar a atenção da Assembleia Legislativa para essa denúncia, que lesa o cidadão do Estado de São Paulo, o trabalhador do Estado de São Paulo, nos postos de combustível.

A TV Bandeirantes pegou uma perua Kombi, com um tanque à parte do tanque normal, para receber o combustível. Foi pedido para colocar R$ 50,00 de combustível. Na nota se lia 21,75 litros, mas no tanque havia uma perda de quase dois litros. Há adulteração na bomba. A reportagem percorreu aleatoriamente seis ou sete postos de gasolina, que apresentaram diferença de quase dois litros no tanque, principalmente os postos com o preço mais baixo. Aí, realmente, dá para vender com preço barato. O preço é baixo, mas o número de litros não corresponde ao que deveria ir para o tanque.

Em um tanque cheio, ficou comprovado que o posto chega a ficar com 15 reais do consumidor. Temos de tomar alguma providência, pois é nossa função e obrigação.

Este Deputado quer cumprimentar a TV Bandeirantes pelo seu jornalismo sério, agindo sempre com integridade, imparcialidade e servindo à população. Não podemos ficar calados quanto a esse roubo que está sendo praticado contra o cidadão do Estado de São Paulo e, acredito, em todo o Brasil.

 

A SRA. PRESIDENTE - RITA PASSOS - PV - Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez, por permuta de tempo com a nobre Deputada Maria Lúcia Amary.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, interessante matéria veiculada hoje no jornal “O Estado de S. Paulo”, de autoria do competente jornalista Lucas de Abreu Maia, apresenta o seguinte título: “Só 5% das leis dos deputados estaduais de São Paulo têm relevância para os cidadãos.” É feito um diagnóstico mostrando que a grande maioria das leis é de nomeação de ruas, criação de datas comemorativas.

Quero me dirigir ao telespectador que nos honra com a audiência da TV Assembleia. Esses projetos de denominações, datas comemorativas, considerados projetos sem um impacto social relevante, que atendem a uma necessidade esporádica, não são submetidos à votação em plenário. Por força do Regimento Interno da Assembleia Legislativa, aprovados na Comissão de Constituição e Justiça, automaticamente se transformam em lei. Se tivessem de ser submetidos à votação em plenário, talvez nem esses seriam transformados em lei.

É uma reflexão que nós, deputados desta legislatura e da próxima que se inicia em março, temos de fazer. A Assembleia Legislativa teve uma atuação exemplar, cooperativa, ao permitir que o Poder Executivo desempenhasse sua linha de administração. Votou todos os projetos apresentados pelo Poder Executivo, permanecendo aqui até altas horas, dando quórum, permitindo que fossem aprovados. Com isso, foi realizada uma administração aprovada pela população, que elegeu o candidato do PSDB ainda no primeiro turno.

Essa parte, a Assembleia desempenhou com grande responsabilidade. E mais - sou testemunha -, sem barganhas, sem exigências ou cobranças de qualquer parte. Porém, a Assembleia Legislativa falhou ao não votar projetos apresentados por deputados. Ficamos com mais de 200 projetos considerados de conteúdo relevante parados, sem votação.

Tivemos um projeto importante aprovado, a meu ver, incompreensivelmente vetado. Não conseguimos ainda a reapreciação desse veto, e já vai completar três anos.

Quero convidar os meus colegas deputados, como o nobre Deputado Luis Carlos Gondim, que têm projetos relevantes na área da Saúde, do consumidor, que venham à tribuna mostrar seus projetos que estão aguardando na Ordem do Dia para serem votados. Não são votados porque a Casa não se reúne para votar projetos de deputados.

Quero apresentar um projeto de minha autoria, Projeto de lei nº 763, de 2007, que já foi aprovado. Como Promotor de Justiça, representante do Ministério Público do Estado de São Paulo, em 1995, fui designado pelo chefe do Ministério Público para, juntamente com meus colegas, investigar a questão da violência praticada no futebol paulista, na época por torcidas organizadas.

Por partida, aconteciam 16,4% de ocorrências graves, inclusive com mortes de jovens. Em um período de três anos, ocorreram 22 mortes. Hoje, estamos com 0,3% de ocorrências, mas, como o último clássico entre Corinthians e Palmeiras demonstrou, a violência pode eclodir novamente a qualquer tempo.

O caminho para a redução dessa violência é a organização do esporte. O torcedor tem de ser tratado como consumidor. O Estatuto do Torcedor, uma lei federal que está em vigor desde 2003, tem de ser cumprido. Vejam o que diz o Art. 22 desse Estatuto: “São direitos do torcedor que todos os ingressos emitidos sejam numerados e ocupar o local correspondente ao número constante do ingresso.”

Essa lei está em vigor há oito anos. Experimente ir a uma arquibancada e sentar em um lugar numerado. Essa falta de organização afasta dos estádios o torcedor que quer contemplar aquela partida de futebol, o torcedor que não vai para brigar, mas sim para assistir a um jogo de futebol. Esse torcedor é afastado, porque sabe que não será respeitado seu direito de sentar em um lugar numerado.

Apresentamos um projeto de lei determinando que, se todos os lugares do estádio não estiverem numerados, não será expedida a autorização para seu funcionamento. Para que o estádio possa abrigar uma partida de futebol, é necessária uma autorização das autoridades administrativas: Prefeitura, Corpo de Bombeiros.

De acordo com a nossa lei, não estando numerados todos os lugares, não é expedida a autorização, e o estádio fica impróprio para a realização de partidas de futebol.

Mais do que isso, de acordo com a nossa lei - aprovada por todos os deputados desta Casa por unanimidade -, se o torcedor não conseguir sentar no seu lugar, é cobrado multa do organizador do espetáculo. Também é cobrado multa do torcedor que sentou no lugar do outro, não permitindo a ele usufruir o direito de sentar no seu lugar numerado. Além disso, é restituído o valor ingresso ao torcedor que chegou e não conseguiu sentar no seu lugar.

O projeto veio à votação, foi aprovado e não entendemos a razão pela qual foi vetado. É certo que houve questão jurídica quanto à inconstitucionalidade, mas não concordamos com o veto. Solicitamos que esse veto fosse reapreciado e estamos insistindo. Mas o que acontece? O veto não é reapreciado, e a Assembleia aparece com projetos de lei de relevância não contabilizados. Por quê? Porque a Casa não se reuniu, não se organizou e não analisou.

Quero dar um testemunho. Fui Presidente da Comissão de Constituição e Justiça durante toda a legislatura. Excelentes os projetos que tramitam, sobretudo na área do consumidor, pois a competência legislativa das Assembleias estaduais é muito voltada para essa área. No entanto, nós mesmos contribuímos para depreciar a Casa quando não colocamos esses projetos em votação. Deputados têm uma atuação efetiva, firme - estou vendo neste plenário o Deputado Marcos Martins, o Deputado Olímpio Gomes, o Deputado Luis Carlos Gondim, o Deputado Carlos Giannazi, deputados que estão sempre presentes, comparecem, postulam, argumentam, fazem a diferença.

Da nossa parte, vamos começar a ocupar a tribuna para mostrar um a um os projetos que apresentamos, estão na Ordem do Dia e não são votados. Gostaria que os demais deputados também fizessem isso, mostrem os bons projetos apresentados que merecem ser votados. Já poderia estar em vigor uma lei que ajudasse a organizar os jogos de futebol no Estado de São Paulo. Esse projeto de lei não apenas repete o que está escrito no Estatuto do Torcedor, mas dá efetividade, prevê multa para o caso de descumprimento dos dispositivos reunidos. Hoje, felizmente, por força do trabalho do Ministério Público, da Polícia Militar, da Federação Paulista de Futebol, da Prefeitura, houve uma redução da violência. Mas não basta a tomada de medidas repressivas. É necessário organizar o espetáculo, tratar quem vai ao estádio de futebol como consumidor e respeitar seu direito.

Portanto, mais uma vez peço que seja reapreciado o veto - a meu ver, injusto - a esse projeto de lei, seja derrubado para que essa lei entre em vigor. Amanhã retornarei a esta tribuna para falar sobre o outro projeto que está na Ordem do Dia, que proíbe hospitais de cobrar caução como condição para internar pessoas em estado grave, outro projeto que não é votado. Então, que tenhamos zelo com os nossos próprios projetos. É isso o que peço.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sra. Presidente, em nome da Bancada do PSOL gostaria de manifestar nossa concordância com todas as críticas feitas nos últimos dias pela grande imprensa e sobretudo com o artigo publicado hoje na “Folha de S.Paulo” pelo colunista Fernando de Barros e Silva, cujo título é “Tiririca legislativa”, fazendo uma crítica muito clara e justa à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Nós, do PSOL, sentimo-nos extremamente contemplados com todas essas críticas, que têm a ver com a realidade desta Casa, que não legisla, não fiscaliza e não representa a população do Estado. A Assembleia Legislativa tem feito um trabalho de costas para os interesses da sociedade.

Manifestamos o nosso apoio com todas as críticas não só dos articulistas da grande imprensa, mas sobretudo com as críticas que a população vem fazendo. A Assembleia Legislativa é extremamente improdutiva, vive uma verdadeira letargia do ponto de vista de discutir e aprovar projetos. E ainda gasta 680 milhões por ano do Erário. Só isso já representa uma verdadeira afronta. Sem contar que a Assembleia Legislativa não fiscaliza.

No artigo publicado na “Folha de S.Paulo” pelo Presidente Barros Munhoz, S. Exa. tenta justificar essa inoperância dizendo que esta Casa instalou e concluiu 23 CPIs. Porém, são 23 CPIs sem relevância alguma. São CPIs decorativas, como a que investigou as gorjetas do Estado de São Paulo. Isso é folclórico, isso depõe contra a Assembleia Legislativa. Por tudo isso, o PSOL concorda inteiramente e assina embaixo, principalmente do artigo de Fernando de Barros e Silva. Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sra. Presidente, é oportuno lembrarmos a necessidade de votar projetos de deputados. A ingerência do Governo do Estado em priorizar seus projetos faz com que projetos importantes de deputados não sejam votados. Devo ter pelo menos meia dúzia de projetos prontos para serem votados. Nós, deputados, temos de reclamar cada vez mais, exigir, parar de votar projetos do Executivo para darmos prioridade aos projetos desta Casa, para que o Legislativo seja respeitado. Há projetos de valor.

Por exemplo, tenho projeto para que haja psicólogos e assistentes sociais nas escolas estaduais, para auxiliarem as crianças. Outro projeto prevê assistência técnica gratuita de moradia para a população de baixa renda. Se tivéssemos isso, talvez não houvesse tantos deslizamentos, pois os engenheiros teriam dado as orientações corretas.

Quero me somar aos demais deputados. Não podemos abrir mão de votar projetos de autoria dos deputados. O Colégio de Líderes está reunido, temos de exigir votação de nossos projetos, para que não haja deturpação, para que as baterias não fiquem voltadas para cá, quando têm de ficar viradas para o Palácio dos Bandeirantes.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Fernando Capez.

 

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O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, o tempo do Grande Expediente, para o qual estava inscrito, está por terminar. Eu abordaria questões sobre os índices de criminalidade, mas vejo oportuno cumprimentá-lo pela iniciativa de mostrar para a população - com seus projetos e estimulando os demais deputados a fazê-lo - que, se quiser, a Assembleia pode ser importante. O Palácio dos Bandeirantes não quer a Assembleia Legislativa importante, pois é melhor ter o deputado prostrado, subserviente, o “apertadorzinho de tecla”. Seu projeto poderia minimizar a dor e até a perda de vidas com o melhor controle dos estádios de futebol.

Tenho um projeto vetado que torna o 181 - Disque Denúncia - o número de denúncias para todo o Estado de São Paulo. Vossa Excelência apreciou e a Comissão de Constituição e Justiça aprovou, assim como a Comissão de Finanças e Orçamento, a Comissão de Segurança Pública, o Plenário votou e o Serra vetou, pois existe o lobby empresarial na região de Campinas que tem um número pago pela população. Toma-se dinheiro de empresários e o cidadão paga pela ligação. A Assembleia não quer rever mais de 800 vetos. Quando vejo a “Folha de S.Paulo” falar da tiririca legislativa, sobre a Assembleia Legislativa, concordo integralmente. Faço toda a força do mundo, como V. Exa., para não fazer parte disso.

As palavras finais de Fernando de Barros e Silva sejam, talvez, um indicativo. Como ele diz, não está sugerindo o fim da Assembleia Legislativa, mas um novo começo na Assembleia Legislativa. É muito fácil ser apertador de teclas, nas eleições enganar a população e dizer que vai ser um fiscal, só topar CPIs para apurar o enriquecimento ilícito do Tio Patinhas e outras questões maiores, quando as necessidades públicas não são discutidas nesta Casa.

Temos, sim, que valorizar o Legislativo. Mas não é numa conversa, numa roda do Colégio de Líderes, onde se trata mais das questões pessoais de deputados do que da importância do Legislativo para a sociedade.

Parabéns pelas manifestações de apoio, Deputados Marcos Martins e Carlos Giannazi. Como já disse anteriormente, Deputado Capez, num dia de briga, numa terça-feira, há meia dúzia de deputados no plenário.

 

O Sr. Presidente - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Esta Presidência suspende a sessão por um minuto.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 16 horas e 32 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 34 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Sras. Deputadas, Srs.

Deputados, vamos passar à Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Há sobre a mesa dois requerimentos.

Um requerimento solicita tramitação em Regime de Urgência para o Projeto de lei Complementar nº 44, de 2010, de autoria do Sr. Governador. Assina o Deputado Samuel Moreira, com número regimental de assinaturas.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

O outro requerimento solicita tramitação em Regime de Urgência para o Projeto de lei nº 645, de 2010, de autoria do Sr. Governador. Assina o Deputado Samuel Moreira, com número regimental de assinaturas.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Proposições em Regime de Urgência.

Requerimento de inversão, para votação do pedido de retirada do Projeto de lei nº 748, de 2008, constante da Ordem do Dia como item 476. O requerimento é assinado pelos líderes presentes na reunião do Colégio de Lideres de hoje.

Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Discussão e votação do Projeto de lei nº 748, de autoria do Sr. Governador. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão.

Em votação o pedido de retirada. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. Marcos Martins - PT - Sr. Presidente, tendo em vista a recorrente falta de energia elétrica na Assembleia Legislativa, gostaria de sugerir que a Mesa fizesse uma interpelação à Eletropaulo sobre o que está ocorrendo. Paralelamente a isso, que fosse providenciado um gerador para o funcionamento da Casa.

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Nobre Deputado, está sendo providenciada a substituição do atual gerador por um de potência suficiente para atender às demandas da Casa. A sugestão do ofício à Eletropaulo é procedente e será acatada pela Mesa Diretora.

 

O SR. Roberto Morais - PPS - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos por 30 minutos.

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - É regimental. Antes, porém, esta Presidência convoca as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados, nos termos do Art. 18, inciso III, alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos da XIII Consolidação do Regimento Interno, para uma reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça, de Segurança Pública e de Finanças e Orçamento, a realizar-se hoje, às 16 horas e 45 minutos, no Salão Nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o PLC nº 44, de 2010.

Nos mesmos termos, convoca uma reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça e de Serviços e Obras Públicas, a realizar-se hoje, às 16 horas e 55 minutos, no Salão Nobre da Presidência, com a finalidade de apreciar o PL nº 645, de 2010.

Tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Roberto Morais e suspende a sessão por 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 16 horas e 38 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 09 minutos, sob a Presidência do Sr. Roberto Morais.

 

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O SR. MAURO BRAGATO - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, solicito o levantamento dos nossos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE - ROBERTO MORAIS - PPS - É regimental. Srs. Deputados, esta presidência adita a Ordem do Dia da sessão ordinária de amanhã com o Projeto de lei Complementar nº44 de 2010 e Projeto de lei nº 645 de 2010, que tramitam em regime de urgência.

Havendo acordo de lideranças esta presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com o remanescente da Ordem do Dia de hoje e o aditamento anunciado.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e 10 minutos.

 

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