008ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AOS “85 ANOS DE FUNDAÇÃO DO PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL E AO EX-PRESIDENTE JOÃO AMAZONAS”
Presidência: VAZ DE LIMA E CARLINHOS ALMEIDA
Secretário: CARLINHOS ALMEIDA
DIVISÃO
TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA
Data:
21/05/2007 - Sessão 8ª S. SOLENE Publ. DOE:
HOMENAGEM
AOS "85 ANOS DE FUNDAÇÃO DO PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL E AO EX-PRESIDENTE
JOÃO AMAZONAS"
001
- Presidente VAZ DE LIMA
Abre a sessão. Anuncia as
autoridades presentes. Informa que esta sessão solene foi convocada por esta
Presidência efetiva, a pedido do Deputado Carlinhos Almeida, com a finalidade
de homenagear os "85 anos da Fundação do Partido Comunista do Brasil e o
ex-Presidente João Amazonas". Convida a todos para, de pé, ouvirem o Hino
Nacional. Parabeniza o Deputado Carlinhos Almeida pela iniciativa da realização
desta sessão solene, e que trata da maior prova de que a democracia está
consolidada no país.
002
- CARLINHOS ALMEIDA
Assume a Presidência. Cumprimenta as
autoridades presentes. Saúda o ex-Deputado federal Jamil Murad e os
ex-Deputados estaduais Nivaldo Santana e Ana Martins. Ressalta a importância do
trabalho do PCdoB nesta Casa. Solicita uma salva de palmas em memória ao Senhor
João Amazonas.
003
- RENATO REBELO
Presidente Nacional do PcdoB, que
saudou a memória do grande dirigente do PCdoB, João Amazonas, e diz do
importante papel que exerceu frente ao Partido Comunista do Brasil. Fala que o
partido continua com sua identidade comunista perante a nova realidade.
004
- Presidente CARLINHOS ALMEIDA
Lê mensagens enviadas do Senador
Aloísio Mercadante e do Senhor Governador José Serra.
005
- ANA CRISTINA LEMOS PETTA
Atriz, lê poema de Adalberto
Ribeiro, em louvor ao trabalho de João Amazonas.
006
- ORLANDO SILVA
Ministro dos Esportes, discorre
sobre a luta de João Amazonas frente ao partido.
007
- ALDO REBELO
Deputado Federal e ex-Presidente da
Câmara dos Deputados, parabeniza o PCdoB pelos 85 anos de luta. Tece
comentários sobre a vida de João Amazonas como dirigente do partido por quase
70 anos.
008
- Presidente CARLINHOS ALMEIDA
Presta homenagem à Senhora Edília
Carneiro, viúva de João Amazonas. Comenta que o Parlamento constitui o espaço
democrático onde o povo se manifesta. Diz que o PcdoB é um partido firme e com
coragem para lutar em todos os momentos em prol de uma sociedade mais justa,
fraterna e democrática. Convidou a todos para, de pé, ouvir o "Hino da
Internacional". Agradece a todos que colaboraram para o êxito desta solenidade.
Encerra a sessão
* *
*
O SR. PRESIDENTE - VAZ DE
LIMA - PSDB - Havendo
número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os
nossos trabalhos. Convido o Sr. Deputado Carlinhos Almeida para, como 2º
Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da Ata da sessão anterior.
O SR. 2º SECRETÁRIO -
CARLINHOS ALMEIDA - PT - Procede à leitura da Ata da sessão anterior, que é considerada
aprovada.
* *
*
O SR. PRESIDENTE - VAZ DE
LIMA - PSDB - Sob
a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos.
Passamos a nomear as
autoridades presentes: Exmo. Sr. Deputado Federal, ex-Presidente da Câmara
Federal e ex-Ministro Aldo Rebelo; Exmo. Sr. Ministro dos Esportes, Orlando
Silva, é uma alegria revê-lo; Exmo. Sr. Renato Rabelo, Presidente nacional do
PCdoB; Sra. Edíria Carneiro, viúva do saudoso e querido João Amazonas; Deputado
Federal Jamil Murad, ex-Deputado desta Casa; ex-Deputado desta Casa, Nivaldo
Santana; Sr. Alberto Monteiro, Presidente do Instituto Maurício Grabois;
Presidente estadual do PCdoB, Nádia Campeão; Presidente municipal do PCdoB,
Júlia Roland; vereadora do PCdoB de Guarulhos, Luiza Cordeiro; sempre Deputada
estadual, Ana Martins; vereador do PCdoB de Guarulhos, Adilson Valente;
vice-Presidente da CUT estadual, Gilda Almeida.
Srs. Deputados, minhas
senhoras e meus senhores, esta Sessão Solene foi convocada por este Presidente,
atendendo solicitação do nobre Deputado Carlinhos Almeida, com a finalidade de
homenagear os 85 anos de fundação do Partido Comunista do Brasil e o
ex-Presidente do PCdoB, João Amazonas.
Convido todos os presentes
para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro.
* *
*
- É executado o Hino
Nacional Brasileiro.
* *
*
O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Gostaria de agradecer ao
nobre Deputado Carlinhos Almeida que tanto insistiu para que essa sessão se
realizasse e pelo fato de ter instado com esta Presidência para que estivesse
aqui na abertura desta sessão solene.
Fiz questão de estar aqui
presente e dizer que, na minha avaliação, esta sessão é a maior expressão de
que a democracia no Brasil está garantida e consolidada.
O PCdoB festeja 85 anos, dos
quais uma grande parte na chamada clandestinidade. É um partido com uma atuação
muito forte e uma representação, por vezes, pequena em número, mas muito
aguerrida e vinculada ao combate. Muito justa esta homenagem que se presta à
memória daquele que seguramente foi a grande expressão do PCdoB.
Deixo minha palavra de
confiança de que o Brasil vai seguir sempre na consolidação de sua democracia
plural, respeitando cada qual o sentimento, o ideário do próximo.
Parabéns, Deputado Carlinhos
Almeida, integrantes e simpatizantes do PCdoB.
Tenho certeza de que esta
Casa - que infelizmente está hoje sem a representação do PCdoB - tem muita
saudade, muito respeito e consideração pelo Deputado Jamil Murad, que militou
conosco, pelo Deputado Nivaldo Santana, pela Deputada Ana Martins e outros que
passaram por aqui. Passaram e deixaram saudade. Um grande abraço a todos.
* *
*
- Assume a Presidência o Sr.
Carlinhos Almeida.
* *
*
O SR. PRESIDENTE - CARLINHOS
ALMEIDA - PT - Boa noite a todos. Inicialmente, quero agradecer ao Presidente desta
Casa, Deputado Vaz de Lima, que nos possibilitou realizar esta sessão com o
apoio dos demais Deputados e esteve até agora na abertura dos nossos trabalhos.
Quero saudar o Ministro do
Esporte, Sr. Orlando Silva; nosso querido Deputado Federal Aldo Rebelo,
ex-Presidente da Câmara, ex- Ministro de Estado, com quem tive a honra de
ombrear na última campanha defendendo as mudanças que o Brasil está fazendo.
Quero saudar também o Sr.
Renato Rabelo, Presidente Nacional do PCdoB, e, de maneira muito especial e
carinhosa, a Sra. Edíria Carneiro, viúva do nosso grande brasileiro João
Amazonas, que presidiu o PCdoB. Mais do que presidir o PCdoB, João Amazonas foi
uma grande referência de luta para este País, sempre foi uma chama de esperança
de que poderíamos, um dia, colocar nosso País na trilha do crescimento,
desenvolvimento e distribuição de renda.
Para mim, é uma honra, nesta
sessão, homenagear os 85 anos do PCdoB, cinco anos infelizmente sem o
Presidente João Amazonas entre nós. Os seus ideais iluminam a luta não só dos
militantes do PCdoB, mas de todos os que defendem no Brasil uma sociedade mais
justa, mais democrática.
Saúdo meus amigos Jamil Murad,
Nivaldo Santana e Ana Martins, que foram Deputados nesta Casa, com quem tive a
honra de trabalhar e compartilhar muitas lutas - algumas vitórias e algumas
derrotas -, ressaltando a importância do trabalho do PCdoB nesta Casa. Quero
saudar ainda Nádia Campeão, Presidente Estadual do PCdoB. Peço agora que todos
fiquem em pé e saudemos João Amazonas com uma salva de palmas. (Palmas.)
Passo a palavra ao nosso
primeiro orador, Sr. Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB.
O SR. RENATO RABELO - Em primeiro lugar o nosso
sincero agradecimento por essa iniciativa do Deputado Carlinhos Almeida, de
homenagear o nosso grande dirigente João Amazonas e pelo 85o
aniversário do nosso partido.
Aqui presentes nesta mesa o
nosso querido camarada Orlando Silva, Ministro dos Esportes; o nosso querido
camarada Aldo Rebelo, Deputado Federal; a nossa querida, inestimada camarada
Edíria Carneiro, companheira do camarada João Amazonas e demais companheiros e
companheiras presentes, Deputados, vereadores, companheiros do nosso partido.
O PCdoB acaba de completar,
em março deste ano, 85 anos de existência ininterrupta.Uma longa trajetória
marcada por grandes vicissitudes em um país onde transcorreram curtos períodos
de liberdade democrática.
Neste ano e neste mês, dia
27, faz cinco anos que João Amazonas não está mais entre nós. O camarada
Amazonas alcançou 90 anos de vida, dos quais quase 70 dedicados à atividade
política em defesa das convicções revolucionárias, e sempre militante do
Partido Comunista do Brasil. Amazonas foi um grande dirigente do Partido
Comunista, um dos mais proeminentes ideólogos da causa revolucionária em nosso
país, destacado batalhador da aplicação da teoria marxista à realidade própria
do nosso País.
Amazonas! Ele se foi, mas
continua, como declama o nosso poeta Adalberto Monteiro, porque deixa o legado
de rico pensamento político, de exemplo de militante revolucionário e o
respeitado e influente Partido Comunista do Brasil. Como um militante político
coerente e conseqüente, Amazonas tinha uma marcante atitude ao empreender um
esforço constante de ligação da teoria com a prática, da declamação com a ação
prática e, numa atividade permanente de estar integrado aos anseios dos
trabalhadores e do povo e de viver atualizado com sua época.
Amazonas era um homem
presente à sua época. Como pensador político revolucionário, em larga etapa da
sua vida percorrida, deixou rica obra escrita, mas sua obra maior, diferente
dos pensadores diletantes ou sem compromisso político, foi ser o grande
construtor do Partido Comunista do Brasil.
Neste ano de comemoração do
85o aniversário do Partido Comunista do Brasil, ao evocar a memória
de João Amazonas temos salientado o papel decisivo desse eminente comunista nas
reorganizações do Partido Comunista, em períodos históricos cruciais de sua
longa trajetória que resultou no partido existente hoje. Temos destacado o
papel de Amazonas na primeira reorganização que participou, no período da
ditadura do Estado Novo, quando da realização em 1943 da clandestina
Conferência Nacional da Mantiqueira, da reorganização ideológica e política do
Partido Comunista do Brasil, em 18 de fevereiro de 1962, com a realização da 6a
Conferência Nacional; da realização em 1978/1979 da sétima conferência nacional
fora do país, no final do regime militar, visando a reestruturação do partido.
Mas pode-se acrescentar mais
um período dessa larga história de existência do partido, no qual João Amazonas
teve um papel decisivo na defesa da identidade do Partido Comunista, dos seus
ideais, da sua continuidade, tendo o mesmo sentido dos períodos havidos de
reorganização do partido. Eu me refiro às resoluções e ao papel desempenhado
pela realização, em 1992, do 8o Congresso do PCdoB. Esse congresso
tem lugar num momento decisivo da história das primeiras experiências de
construção da sociedade socialista no século XX, do papel do movimento
comunista. Ele se dá no começo da década de 90, que tem como centro episódios
emblemáticos como a derrubada do muro de Berlim, que separava a Alemanha
Ocidental da Oriental, e o fim da União Soviética, a gigantesca obra
revolucionária do século recém-findo.Todos esses impactantes acontecimentos
refletiram pesadamente sobre a perspectiva da construção de uma nova sociedade
socialista, sobre o destino dos partidos comunistas, atingindo todo o movimento
de esquerda e movimento avançado, até mesmo o movimento progressista no mundo.
Diante desses
acontecimentos, sobretudo para os comunistas, eles ficaram sujeitos à colossal
pressão ideológica com destampário acenso da onda conservadora. As lições e os
ensinamentos que deveriam ser extraídos pelos comunistas de forças de esquerda
em tal situação histórica, em muitos casos, nesse período, tenderam à
desesperança, à perda de perspectiva, ou a negação de toda experiência
socialista do século passado. Em outros casos, se chegava a conclusões que
exprimiam rendição e abandono do caminho transformador revolucionário.
É nesse momento histórico de
profundo revolvimento e ameaça aos nossos ideais, que a figura de eminente
revolucionário, a figura de Amazonas, se revela. Ele consegue responder a
momento tão inquietante com uma contribuição que procura de modo agudo
vasculhar os meandros da vasta experiência revolucionária do século XX, as
causas dos reveses, a dissecação dos ensinamentos essenciais. Dá decisiva
contribuição teórica e política para o nosso partido nesse período. Sustenta
uma posição que já vinha construindo desde antes, de que a crise do socialismo
nas décadas de 80 e 90 refletia a crise da teoria marxista. É a sua estagnação
que levou à paralisia do curso político revolucionário, exigindo desde há muito
o desenvolvimento da teoria revolucionária, tendo em vista responder as novas
exigências e os desafios históricos contemporâneos.
Nesse esforço teórico,
Amazonas localiza um dos ensinamentos essenciais da vasta e complexa
experiência do século XX: de que não existe só um modelo de construção
socialista. Apesar de existir uma teoria geral, esta deve ser aplicada em
desenvolvimento com as particularidades nacionais, históricas, políticas,
econômicas, sociais, culturais, em conjunção com o pensamento político e
científico avançado de cada país. O socialismo na Rússia foi um; na China, é
outro; como também são outras as experiências no Vietnã, em Cuba e assim também
será no Brasil.
No caso do Brasil, a sua
contribuição foi primordial para a evolução do pensamento estratégico do PCdoB,
mais especificamente de que existe uma etapa objetiva de transição
relativamente prolongada do capitalismo ao socialismo. Ou seja, essa etapa não
pode ser determinada arbitrariamente, nem suprimida, ou acelerada
artificialmente. Não existe uma passagem direta, automática, do capitalismo ao
socialismo, constituindo essa etapa de transição na conquista de um poder
democrático popular, no aprofundamento da democracia e defesa da independência
e soberania nacional, da ampla liberdade política para as correntes populares,
da existência ainda nessa transição de uma economia híbrida, com vários
componentes de caráter econômico diferenciado.
A resultante da importante
contribuição de Amazonas nesse período, início da década de 90, é que o PCdoB
não abriu mão de sua identidade comunista, mas procurou extrair as realizações,
tornando a identidade comunista condizente com a exigência de nossa época,
atualizando a nossa compreensão estratégica na evolução do rumo ao socialismo.
Para responder a essa nova realidade de nossa época é que se conformou a
consigna na construção partidária expressa no binômio afirmação e renovação.
Hoje, em função do
desenvolvimento dessa compreensão estratégica chegou-se à formulação de uma
concepção de acumulação de forças visando orientar a resistência e o avanço de
uma nova luta pelo socialismo.
Para completar, caro
Deputado Carlinhos, eu queria também dizer algumas palavras sobre o homem e o
revolucionário João Amazonas.
Por suas idéias, coerência,
persistência, simplicidade e elevado caráter, por isso mesmo ele influenciou e
adquiriu grande respeito além dos marcos partidários. Ele teve papel destacado
em convencer Tancredo Neves a deixar o Governo de Minas Gerais e se candidatar
à Presidência da República pelo Colégio Eleitoral, que acabou prevalecendo, em
momento delicado para a luta de redemocratização em nosso País, quando era
preciso encontrar uma saída para a superação do regime militar implantado desde
64.
Lutou e teve papel singular
na luta político-eleitoral para a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva desde a
construção da Frente Brasil Popular em 89, e as eleições subseqüentes até o
início da campanha de 2002. Em 2002, fomos o primeiro partido a apoiar a
candidatura de Lula. Lula esteve presente em nossa sede por volta de março de
2002 com a presença ainda de João Amazonas.
Em recente viagem ao Paraná,
tive um encontro com o Governador Requião, que sempre fala do camarada
Amazonas. E, ao falar, ele sempre se emociona. Na sua compreensão, Amazonas é
um homem político raro. Ele diz que a dimensão, a estatura, desse bravo
combatente político não se comportava com a indignidade da política
convencional. Por isso João Amazonas tem uma influência que vai além dos marcos
partidários.
Poderíamos citar uma série
de episódios, de passagens em que Amazonas teve um papel destacado na história
política do nosso País. Mas poderia dizer ainda que esse exemplo de Amazonas -
conduta, atitude prática dele - declamava e aplicava essa atitude sempre
coerente, jogou um papel importante na história política recente do nosso País.
Ele foi sempre um exemplo fora do nosso partido, não só para os comunistas.
Honrar a memória de Amazonas
nestes cinco anos em que ele nos deixou é um momento de emoção, de grande
gratidão.
Repetindo o nosso poeta:
“Ele se foi, mas continua. Ele se foi, mas está presente. Camarada Amazonas,
você está presente”. (Palmas.)
O
Sr. Presidente - Carlinhos Almeida - PT - Recebemos várias mensagens. Vou citar duas.
O Senador Aloizio Mercadante
manda uma mensagem. Vou ler um trecho.
“Tenho certeza de que sua
trajetória, sua força, seu compromisso com o Brasil, não foram em vão. Suas
idéias, sua luta em defesa da classe operária, do povo brasileiro e da unidade
da esquerda, em especial a aliança estratégica PT/PCdoB, sempre serão
referência fundamental para a militância política, dos movimentos sociais e
para os partidos de esquerda que seguem lutando pelos ideais que ele sempre
defendeu”.
Ao final, diz o Senador
Mercadante: “Deixo a vocês o meu carinho e o meu desejo sincero de que a
memória de João Amazonas continue dando força a todos nós que lutamos juntos
por um País mais justo, generoso e solidário.
Senador Aloizio Mercadante”.
(Palmas.)
Registro também a mensagem
do Governador do Estado de São Paulo, José Serra: “Agradeço o convite para a
solenidade de comemoração dos 85 anos de fundação do Partido Comunista do
Brasil e homenagem ao ex-Presidente Nacional João Amazonas e transmito-lhe
cumprimentos extensivos aos demais Deputados da Casa”.
Nas mensagens do Senador
Aloizio Mercadante e do Governador José Serra, queremos registrar as demais
manifestações.
Quero registrar a presença
da Sra. Renata Petta, Presidente Estadual da União da Juventude Socialista; da
Sra. Ana Cristina Lemos Petta, a Tininha; da Sra. Gilda Almeida,
vice-Presidente da CUT estadual; da Vereadora Luíza Cordeiro, do PCdoB de
Guarulhos; do Vereador Adilson Valente, do PCdoB de Guarulhos; do Sr. Adalberto
Monteiro, Presidente do Instituto Maurício Grabois; do Sr. Alcides Amazonas, da
ANP e do Sr. Wander Geraldo, do Conam.
Gostaria de chamar, não para
fazer uso da palavra, mas para uma apresentação, a atriz Ana Cristina Lemos
Petta, a Tininha, que, com um poema de Adalberto Monteiro, fará uma homenagem à
memória de João Amazonas.
A
SRA. Ana Cristina Lemos Petta - Uma homenagem ao legado de João Amazonas:
“Sem ti
Depois da notícia de tua grande
morte,Os teus camaradas,
Reagem igual à árvore
Que sente que o golpe do machado
Decepou não o principal galho,
Mas a raiz mais funda
E fecunda,
Embora não possam clamar da sorte,
Pois tua vida, longa e prodigiosa,
Lembra o rio
Que banha o teu nome.
Acontece que uma raiz desse naipe,
Ao perecer já deixou outras tantas.
Mesmo sem ti
Mantém-se ereta.
Venta um vento bravo
E ela, sempre flexível, se verga
Não se quebra.
Teu partido é uma árvore frondosa:
A copa busca cada vez mais o alto,
A sombra rejuvenesce os exaustos,
As flores injetam esperanças nas almas
E as frutas saciam a fome das crianças
e das aves.
As raízes se espalham
Pelo chão das fábricas,
Pelo coração do povo
E se projetam
Ao fundo do solo pátrio.
Um homem pequenino,
Os cabelos
Tinham a cor das nuvens
A voz era suave
E alcançava o longe.
Suas palavras não se impunham
Pelo tom alto,
Elas tinham o dom do alimento.
Não cabe santificar
Um homem tão humano,
Uma existência prenhe de
Acertos, realizações, enganos.
É que pequenino soube ser um gigante.
Porque se pôs com os seus companheiros
A reunir e unir os operários,
A construir dia a dia, greve a greve,
Eleição a eleição, luta a luta,
Livro a livro,
Uma fortaleza inteligente, viva e
pulsante
Num mundo dividido,
Desde cedo tomou partido.
Aos noventa anos ele ainda se
lembraria
Daquela madrugada – a liberdade e a
lua em eclipse –,
E ele hasteando, aos vinte anos, ao
risco da vida,
A bandeira vermelha da qual jamais se
afastaria.
Operário pobre
Teve a fortuna de sete vidas:
Mil vezes os opressores festejaram sua
morte,
Mil vezes os oprimidos festejaram suas
realizações,
Mil vezes a pedra rolou ao pé da
montanha
Mil vezes voltou ao cume.
Os que sugam a seiva alheia,
Mil vezes proclamaram a
Eternidade dos pesadelos
E mil vezes o invento a que ele
dedicou o melhor de si
Repôs o sonho na consciência dos
homens.
Sua vida
percorrera o século XX.
O século
chegava ao fim
E a vida
dele igual à de um rio
Desembocava
no mar.
Mas antes de
partir,
A ele
perguntaram
– O que
homem tão vivido
Antevia para
o século XXI?
E ele que
não desprezava o passado,
E ele que
teve os pés sempre ao presente bem atados
E ele que,
por método, sempre ia ao mirante perscrutar o futuro.
Meio sábio,
meio mago, respondeu: “Nos seus começos haverá sombras e luzes. Mais sombras do
que luzes. Mas depois o quadro se inverterá e a humanidade viverá tempo de
grandes esperanças.”
Com essa esperança injetada
na alma quero convidar todos os meus camaradas aqui presentes para terminarem
comigo a leitura desse poema, porque afinal de contas, o que ele gostava mesmo
era da voz do coletivo. Como naquelas manifestações em que não há microfone, em
que falamos e todo mundo repete, gostaria que vocês terminassem essa leitura
comigo.
“Ele
se foi, mas continua
Nas
lutas do Partido Comunista do Brasil,
Sua
maior obra, seu maior legado.
Ele
se foi, mas pulsa
Nos
corações dos que o amavam.
Ele
se foi, mas está presente
Nas
batalhas que os trabalhadores travam!
Ele
se foi, mas continua
Nos
nossos punhos cerrados!”
(Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - CARLINHOS ALMEIDA - PT - Esta
Presidência registra as presenças do Vereador Oscar Cabrera, do PCdoB de
Itaquaquecetuba; do Vereador Atílio Francisco, da Câmara Municipal de São Paulo
e Presidente Municipal do PRB; do Sr. Gustavo Petta, Presidente da UNE; do Sr.
Julião, da Unegro; do Alberto Saraiva, Secretário de Esportes de Guarulhos; do
Sr. Carlos Alberto dos Reis, Presidente em exercício do Sindicato dos
Eletricitários; do Sr. Marcelo Gavião, Presidente Nacional da UJS e do Sr.
Magnus, do Sindicato dos Advogados.
Ouviremos
agora o Ministro dos Esportes, Sr. Orlando Silva.
O SR.
ORLANDO SILVA - Boa
noite a todos. Caro Deputado Carlinhos Almeida que preside esta sessão, de
coração, como lutador da democracia quero agradecer o gesto da homenagem ao
PCdoB, ao João Amazonas; meu caro camarada Renato Rabelo, nosso querido
Presidente Nacional do PCdoB; meu caro camarada Aldo Rebelo, Deputado Federal
pelo PCdoB de São Paulo; nossa querida Edíria Carneiro, companheira do nosso
camarada João Amazonas e em seu nome cumprimento a família do Amazonas que está
aqui conosco; quero cumprimentar nossos companheiros que passaram por esta
Casa: Jamil Murad, Ana Martins, Nivaldo Santana e em seus nomes cumprimento
todos os parlamentares que participam dessa sessão: camarada Adalberto
Monteiro, do Instituto Maurício Grabois; nossa companheira e Presidente Nádia
Campeão; saúdo todos os dirigentes e militantes do Partido Comunista do Estado
de São Paulo; querida Renata Petta, em seu nome cumprimento a Juventude
Socialista, UJS; meus amigos, acredito que a intervenção do Renato bastaria
para fazer o registro sobre o significado, a presença, a importância, a
trajetória e o valor do nosso querido João Amazonas, Presidente do PCdoB,
camarada que deu a muitos lições enormes, formando-os como militantes, como
homens, como brasileiros, como lutadores da causa socialista.
Esta oportunidade de falar,
Presidente Carlinhos Almeida, remete-me a uma lembrança do ano de 1987, quando
circulava pela cidade de Salvador, minha terra natal. Havia registros em vários
muros da cidade “Amazonas na Bahia”, que falou aos trabalhadores e aos comunistas
da Bahia no Teatro Círio Nazaré, que é um teatro marcado por assembléias de
trabalhadores. Tive o privilégio de assistir - foi a minha primeira vez - a
intervenção do camarada João Amazonas, quando falava das posições, das lutas,
das bandeiras do Partido Comunista na Assembléia Nacional Constituinte. Com uma
grande vibração aquele teatro recebeu aquele senhor jovem que caminhava
lentamente até a tribuna e, durante mais de uma hora, falou sobre os desafios
que o Brasil enfrentava no período imediato à redemocratização do nosso País.
Isso me deixou cheio de
entusiasmo, assim como a outros jovens. Saímos daquele teatro contaminado pela
vibração, pela força das idéias que tinha o camarada João Amazonas. E dali eu e
outros tantos jovens trilhamos pelo caminho da luta revolucionária. Então,
quando falamos do Amazonas, a primeira lembrança que me vem é essa. O Renato
relembrou a trajetória do camarada Amazonas, a sua importância em vários
momentos da luta dos trabalhadores na construção da democracia e na afirmação
do progresso do Brasil. Muito recentemente pude conviver um pouco mais perto
dele, João. As lições eram em cada conversa, em cada encontro, em cada ato, em
cada gesto. Aqui mesmo, nesta Assembléia Legislativa, no ano de 1999, João
continuava muito curioso e atento a cada iniciativa que movia a União da
Juventude Socialista, que era o espaço em que eu militava naquela época.
Chamava-me atenção João. Aliás, nesta Casa foi fundada a União da Juventude
Socialista 15 anos depois, e ele acompanhava com atenção o discurso dos jovens
que falavam, as músicas e as interpretações teatrais que se sucediam naquele
ato político-cultural de celebração da luta da juventude da União.
Daquela mesma curiosidade e
abertura para o diálogo, que eram a marca do João Amazonas, ele extraía de cada
experiência lições para educar as novas gerações dos revolucionários do Brasil
com autoridade de um protagonista da vida política nacional - que já foi
registrado pelo Renato -: aquele que talvez teve como sua última missão ser o
artífice, um dos arquitetos do projeto vencedor nas eleições nacionais de 2002
e que abriu um ciclo novo na vida da política nacional com a eleição do
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Os trabalhadores passam a
ter um papel, um protagonismo maior à frente do destino do País.
Esse mesmo João Amazonas,
que tinha sensibilidade de prestar atenção a uma iniciativa, nas expressões
juvenis, o mesmo homem que tinha a estatura de observar adiante...
Tinha a sensibilidade de prestar atenção numa
iniciativa, nas expressões juvenis, o mesmo homem que tinha a estatura de
observar adiante, de construir um pensamento capaz de amalgamar forças
políticas e sociais, que construíram um período novo na vida política nacional.
Esse mesmo João Amazonas, com uma grande capacidade teórica, capaz de associar
o pensamento mais avançado do mundo às tradições e às trajetórias do nosso
país. Capaz de afirmar, num momento de crise teórica, de crise política, de
crise ideológica, o caminho que os comunistas deveriam trilhar para manter
adiante a luta transformadora, a luta revolucionária no Brasil e em todo o
mundo.
Para mim, participar desta
celebração, é render homenagens ao nosso grande camarada, João Amazonas. As gerações que o sucedem, as
gerações que o sucederam, terão um grande desafio de manter tremulando a
bandeira, a causa da transformação social, a causa da democracia, a causa do
socialismo. Esse é o grande tributo que os comunistas do Brasil devem fazer a
João Amazonas. Viva João Amazonas! Viva o PCdoB! (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - CARLINHOS
ALMEIDA - PT - Esta Presidência registra a presença do Carlos Rogério, Secretário de
Políticas Sociais da CUT; Dr. João Ladislau Rosa, do Conselho Regional de
Medicina; Liege Rocha, da União Brasileira de Mulheres; Batista Lemos, da
Corrente Sindical Classista; Julia Roland, Presidente Municipal do PCdoB;
Godoy, Presidente do Sindicato dos Metroviários; Wagner Fajardo, Presidente da
Fenametro; Antonio Pedro, vice-Presidente da Facesp. Registro também a presença
de vários membros do Comitê Central do PCdoB, e com muita alegria, registro a
presença do João Bosco da Silva, Presidente do Sindicato dos Servidores da
Assembléia Legislativa, Sindalesp, que foi o primeiro militante do PCdoB, que
eu conheci em São José. Fomos vereadores juntos, e hoje, está conosco na Casa.
Esta Presidência pede
desculpas porque acabei invertendo a ordem, Presidente Aldo Rabelo. Nesse
período de quase nove anos nesta Casa, eu propus apenas duas sessões solenes: a
primeira, uma sessão em defesa do programa espacial brasileiro; a segunda, esta
sessão, em homenagem ao PCdoB, de maneira que eu peço desculpas pelos erros do
protocolo.
Passo a palavra ao Deputado
Aldo Rebelo.
O SR. ALDO REBELO - Boa-noite a todos,
companheiros, camaradas; prezado amigo companheiro, que preside esta sessão,
hoje à noite, Deputado Carlinhos Almeida; prezado camarada Renato, presidente
do nosso partido; prezado companheiro Ministro Orlando Silva; querida
companheira, artista plástica, que está em plena atividade, pintando e traduzindo,
nossa companheira Edíria Carneiro, viúva do nosso querido camarada João
Amazonas.
Creio que as palavras do Renato interpretam o nosso
sentimento na noite de hoje. Os 85 anos de vida do nosso partido, ao lado da
trajetória de João Amazonas, que por quase 70 anos militou e dirigiu o PCdoB,
devem estar relacionados à vida do nosso país nos dias de hoje. O Brasil vive
um grande momento da luta pela democracia, pelos direitos do nosso povo, pela
emancipação nacional.
Se por um lado, constatamos que ainda estamos
distantes de uma democracia avançada, de um país socialmente mais equilibrado,
e de um país mais soberano, é preciso reconhecer que nunca, em nenhum momento
da história, vivemos uma situação tão favorável ao avanço dessas conquistas. E
creio que este momento tem uma relação muito profunda com a trajetória e a
existência do Partido Comunista do Brasil, como uma marcante força política,
social e intelectual, que ajudou a construir e a manter de pé a nossa
sociedade, nos momentos mais difíceis, nas grandes encruzilhadas que
atravessamos ao longo do século passado e do início deste século, quando forças
antagônicas à liberdade e aos direitos do povo tentaram sufocar a aspiração do
povo brasileiro.
O camarada João Amazonas viveu, senão todos, os mais
importantes momentos dessa trajetória. Ingressou no partido pouco depois da sua
fundação, em 1922. O partido não tinha ainda 10 anos de existência e de vida,
quando recebeu em suas fileiras, um grande número de militantes, operários,
intelectuais, no início dos anos 30.
Portanto, o camarada Amazonas viveu a luta, a grande
batalha histórica da resistência ao nazismo e ao fascismo. Viveu a incerteza, o
período de sombra da ascensão nazista e da ascensão fascista no mundo. Esteve
entre aqueles que ajudaram a organizar a resistência política, a resistência
doutrinária e a resistência militar à ofensiva nazista do mundo.
Quando o Brasil sonhava em ser uma nação
industrializada, em reassegurar direitos aos operários, direitos sindicais,
direitos sociais, direitos políticos aos trabalhadores, o partido estava à
frente dessa luta e o camarada Amazonas foi um destacado dirigente político dos
trabalhadores brasileiros, estando à frente de iniciativas importantes na
organização dos trabalhadores como o MUT, Movimento de Unificação dos
Trabalhadores Brasileiros, uma experiência do nosso partido nos anos 40.
Quando o Brasil mergulhou
novamente no regime ditatorial o Partido Comunista do Brasil cumpriu a tarefa
importante em organizar a resistência das forças democráticas e das forças
populares do Brasil. Nesse momento também esteve presente com a sua
experiência, com a sua coragem, com a sua determinação, o nosso camarada João
Amazonas.
Recuperada a democracia no
Brasil, quando as forças sociais emergentes que hoje governam o País iniciavam
a sua caminhada, foi aqui, em 89, na Assembléia Legislativa de São Paulo, não
sei se no Plenário Teotônio Vilela, que tivemos o lançamento da Frente Brasil
Popular, iniciativa do PCdoB juntamente com o PT e o PSB.
A vitória em 2002 do Presidente
Lula foi o momento sublime dessa batalha. A sua recondução ao governo nas
eleições do ano passado foi a consolidação da presença do povo brasileiro na
cena maior da vida política do nosso País. A eleição do ano passado talvez
tenha sido até mais importante do que a de 2002, porque esse governo foi
submetido ao crivo, à prova, ao teste e à violência das forças conservadoras
que tentaram impedir que o Presidente Lula concluísse o seu mandato e que as
forças políticas e sociais que ele representava cumprissem a sua missão
histórica de levar o Brasil adiante na construção da democracia, na construção
da justiça social, na construção da emancipação do Brasil que é um passo na
luta pelo socialismo no País.
Portanto, camaradas, a
Assembléia Legislativa de São Paulo pelo gesto do nosso companheiro Carlinhos
Almeida faz justiça à trajetória do Partido Comunista do Brasil e à trajetória
desse grande brasileiro, desse grande lutador do nosso povo, desse grande
dirigente das lutas sociais e políticas do povo brasileiro que é o camarada
João Amazonas. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE - CARLINHOS
ALMEIDA - PT - Quero registrar a presença de Wander Vilalba, do Conselho Regional de
Fisioterapia e Terapia Ocupacional; do Kiko, Presidente do PCdoB de Campinas e
do Marcelo, do Sindicato da Construção Civil de São José dos Campos.
O Presidente Renato Rabelo,
em nome de todos os militantes do PCdoB, de todos nós que estamos, vai fazer
agora uma homenagem à Sra. Edíria Carneiro, viúva do ex-Presidente João
Amazonas.
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- É feita a homenagem.
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O SR. PRESIDENTE - CARLINHOS
ALMEIDA - PT - Caminhando já para o encerramento dessa nossa sessão eu quero, mais uma
vez, saudar a presença do Presidente Renato Rabelo, do Deputado Aldo Rebelo, do
Ministro Orlando Silva e de maneira especial a Sra. Edíria Carneiro, viúva do
ex-Presidente do PCdoB.
Foi uma honra e um orgulho
não só ter proposto, mas presidido esta sessão solene.
Conversando com o Deputado
Nivaldo Santana eu disse: Nivaldo, uma data tão importante como o aniversário de
85 anos do PCdoB, cinco anos da morte de João Amazonas, não pode passar em
branco no maior Parlamento estadual do Brasil, depois evidentemente do
Congresso Nacional, porque o Parlamento é por excelência a casa da democracia,
do debate, da tolerância, da diversidade. Este é o espaço que o povo tem para
se manifestar, para participar. As decisões são tomadas sempre de forma
pública, aberta.
Mesmo quando não concordamos com o resultado, quando
perdemos muitas votações, reconhecemos a importância do Parlamento. Aqui está a
maior representação do povo de São Paulo. Da mesma forma como o Parlamento e o
Legislativo são importantíssimos para a democracia, os partidos políticos são
fundamentais. Então, não poderíamos
deixar de passar o aniversário do PCdoB sem que realizássemos aqui uma sessão
solene que vai ficar registrada nos Anais da Assembléia Legislativa e que vai muito
arcar esse momento importantíssimo da vida do Brasil. Vivemos, como bem disse
aqui o Deputado Aldo Rebelo, um momento muito especial em que acabamos de
reeleger o governo democrático popular liderado pelo Presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. E todos sabemos o que foi fazer a disputa no ano passado, o que
foi enfrentar talvez um dos maiores ataques que a direita fez a um governo
eleito legalmente neste país. E aqui é fundamental deixarmos muito claro que em
todos os momentos, especialmente nos momentos mais difíceis, nos momentos em
que talvez tenhamos vivido o maior ataque, e até mesmo nos momentos em que
vivemos isolamento político o PCdoB sempre foi um companheiro firme, decidido e
corajoso na luta pela viabilização do governo democrático popular. O PCdoB
sempre foi uma voz clara e decidida em defesa da democracia, dos interesses do
povo brasileiro e dos interesses da classe trabalhadora. Então o PCdoB não só é
importante como disse aqui como partido político, que é fundamental na
democracia, mas é importante para aqueles que lutam por uma sociedade de tipo
diferente, uma sociedade em que os valores da solidariedade, da fraternidade,
da democracia, sejam o centro das decisões da sociedade.
Portanto, como disse, para mim foi uma honra presidir,
propor esta sessão, é uma honra aqui render nossa homenagem a João Amazonas,
que todos nós aprendemos ao longo do tempo admirar e respeitar pela sua firmeza,
pela sua clareza, pela sua determinação, pelo papel fundamental que teve na
construção dessa aliança que hoje governa o Brasil. Tenho certeza que toda a
sua vida, que suas idéias e tudo aquilo que defendeu ao longo de sua vida
muitas vezes foi com sacrifício pessoal. E fico imaginando que hoje fazemos
democracia, fazemos política no regime democrático e podemos nos reunir
abertamente aqui na Assembléia Legislativa e comemorar o aniversário do Partido
Comunista do Brasil, não é Deputado Jamil Murad? Mas sabemos que para que nós
pudéssemos estar aqui hoje quantas e quantas pessoas não dedicaram a sua vida,
não perderam a sua vida, não colocaram a sua vida em risco? São exemplos como
esse, de altíssimo altruísmo, de dedicação, de amor ao Brasil que devem nos
nortear. E nunca devemos nos esquecer desses que lutaram tanto para que
pudéssemos chegar aqui e nunca podemos nos acomodar. Dentro da democracia,
dentro das regras da disputa democrática temos que sempre defender a mudança
que este país precisa viver. Sempre tendo lá na frente o grande ideal da
construção de uma sociedade socialista, de uma sociedade democrática.
Antes de encerrar, atendendo a pedido de vários
companheiros do PCdoB pediria que ficássemos em pé para agora vamos ouvir a
Internacional.
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- É executada a
Internacional.
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O SR. PRESIDENTE - CARLINHOS ALMEIDA - PT - Esta Presidência mais uma vez agradece a presença de
todos e declara encerrada a presente sessão. Viva o PCdoB!
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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 41 minutos.
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