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05 DE ABRIL DE 2004

9ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO DO ANIVERSÁRIO DO CORPO MUSICAL DA POLÍCIA MILITAR

 

Presidência: UBIRATAN GUIMARÃES

 

DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 05/04/2004 - Sessão 9ª S. SOLENE  Publ. DOE:

Presidente: UBIRATAN GUIMARÃES

 

COMEMORAÇÃO DO ANIVERSÁRIO DO CORPO MUSICAL DA POLÍCIA MILITAR

001 - UBIRATAN GUIMARÃES

Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia as autoridades presentes. Informa que esta sessão solene foi convocada pela Presidência efetiva, a pedido do Deputado ora na condução dos trabalhos, com a finalidade de comemorar o aniversário do Corpo Musical da Polícia Militar. Convida a todos para, de pé, ouvirem a execução do Hino Nacional. Anuncia a execução de número musical.

 

002 - ANTONIO CARLOS FERNANDES

Major, Comandante do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo, do qual lembra história e responsabilidades nestes seus 147 anos de existência.

 

003 - Presidente UBIRATAN GUIMARÃES

Anuncia a execução de número musical.

 

004 - ALBERTO SILVEIRA RODRIGUES

Coronel PM, Comandante-Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, agradece a iniciativa desta homenagem. Enaltece o trabalho do Corpo Musical, por sua presença nos momentos mais adversos. Questiona o tratamento dado pela mídia a ações dos policiais militares.

 

005 - Presidente UBIRATAN GUIMARÃES

Anuncia a execução de número musical. Conduz a entrega de placas de prata ao Tenente-Coronel João Antão Fernandes, e ao Major Antonio Carlos Fernandes. Anuncia a execução de número musical. Solicita a execução do "Toque de Silêncio", em memória dos que tombaram em serviço. Saúda os 147 anos de criação do Corpo Musical da Polícia Militar, presente em momentos decisivos da história paulista, do qual ressalta a importância. Revela-se indignado com o tratamento da mídia quanto às ações dos policiais militares. Agradece a todos que colaboraram para o êxito da solenidade. Encerra a sessão.

 

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O SR. PRESIDENTE - UBIRATAN GUIMARÃES - PTB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

 

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- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

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O SR. PRESIDENTE - UBIRATAN GUIMARÃES - PTB - Passamos a nomear as autoridades presentes que nos honram nesta Casa, nesta manhã: Coronel PM Alberto Silveira Rodrigues, Digníssimo Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo; Coronel PM Wagner Ferrari, Mui Digno Chefe da Assistência Policial Militar da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo; Major PM Antonio Carlos Fernandes, digno Comandante do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo; Tenente-Coronel PM João Antão Fernandes, ex-Comandante do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo; Coronel PM Tomaz Alves Cangerana, Comandante do Policiamento de Choque; Coronel PM Washington Luiz Gaiotto, Comandante do CPA-M3; Coronel PM Osmar Sabatinni, Comandante CPA-M4; Coronel PM Eduardo César Fernandes, Comandante CPA-M9; Coronel PM José Roberto Martins Marques, Comandante do CPA-M10; Dr. Milton Montemor, Delegado-Chefe da Assessoria da Polícia Civil nesta Casa; Capitão Alexandre Said Moreira, do Comando da 2ª Divisão do Exército, representando o Gal. Heraldo Covas Pereira, Comandante da 2ª Divisão do Exército; Tenente-Coronel PM Sérgio Carlos Filho, Comandante do 34º Batalhão de Polícia Militar Metropolitana; Coronel PM Luiz Gonzaga de Oliveira, Presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar; Coronel Reserva PM Júlio Gomes da Luz, Superintendente da Caixa Beneficente da PM; Sr. Mário Alves de Almeida, Diretor Jurídico da Adepom - Associação de Defesa dos Policiais Militares do Estado de São Paulo.

Tem a presente sessão a finalidade de homenagear o Corpo Musical da Polícia Militar pelo seu aniversário, que será no dia 7 de abril, homenagear esta instituição que, ao longo de 147 anos, esteve, em todos os momentos, presentes na vida da Polícia Militar do Estado. Convido todos os presentes para, de pé, entoarmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do 2º Tenente Músico PM Sérgio Rodrigues da Silva.

 

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- É executado o Hino Nacional.

 

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O SR. PRESIDENTE - UBIRATAN GUIMARÃES - PTB - Esta Presidência agradece à Banda e ao Coral da Polícia Militar. Gostaria de deixar aqui registrado como presença do nobre Desembargador Álvaro Lazzarini, com quem estive ontem. O Desembargador já estava com uma viagem marcada a Brasília, mas fez questão de dizer que se sentiria presente, que eu o anunciasse.

Deixo também registrado que a nossa convidada, a Sra. Inezita Barroso, que iria nos abrilhantar acompanhando a banda, infelizmente teve um problema de saúde e está internada no Hospital Sírio-Líbanês.

Da mesma forma, quero registrar que o Coronel Sinésio Alves de Lima, ex-Comandante do Regimento de Cavalaria, meu comandante, na época em que eu lá servi, infelizmente não pôde comparecer, por estar internado na UTI do Hospital do Albert Einstein; vítima de um assalto, esfaqueado que foi ontem à noite, em Guarujá. Vamos torcer pela recuperação do prezado ex-Comandante.

Ouviremos agora a canção da Polícia Militar; música do Major Alcides Jacomo Degobbi e letra do poeta Guilherme de Almeida.

 

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-         É entoada a canção da Polícia Militar.

 

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O SR. PRESIDENTE - UBIRATAN GUIMARÃES - PTB - Gostaria de registrar a presença do Sr. Tenente-Coronel-Reserva, Antonio Domingos, ex-Comandante do Corpo Musical.

Ouviremos agora as palavras do Sr. Major Antonio Carlos Fernandes, digno comandante do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

 

O SR. ANTONIO CARLOS FERNANDES - Exmo. Sr. Deputado Estadual Sidney Beraldo, D.D.Presidente da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, Exmo. Sr. Deputado Estadual, Coronel Ubiratan Guimarães, digno propositor da presente homenagem, na pessoa de quem cumprimento os demais nobres Deputados presentes, S. Exa. Coronel da Polícia Militar, Alberto Silveira Rodrigues, D.D. Comandante-Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Ilmos. Srs. Oficiais Superiores, intermediários e subalternos, Praças da Polícia Militar do Estado de São Paulo, representantes de entidades de classe da Polícia Civil e da Polícia Técnico-Científica do nosso Estado. Prezados senhores e senhoras.

Secretaria de Estado dos Negócios em Segurança Pública, Polícia Militar do Estado de São Paulo, Corpo Musical. Nota especial para Boletim Interno nº CMUS 042/2.0/04.

Cento e quarenta e sete anos do Corpo Musical. Pela segunda vez, desde que assumi o comando do Corpo Musical, em fevereiro de 1997, tomo a palavra neste plenário, para comemorar o aniversário da nossa unidade.

Tal honra deve ser compartilhada com aqueles que sentem e entendem a necessidade de nossa função junto à Instituição de Tobias Aguiar, e principalmente da sociedade paulistana, quer da capital ou do interior que, por inúmeras vezes, aplaude a Polícia Militar através do seu maior instrumento de preservação das raízes históricas e da própria cultura e identidade militar, que possui seu corpo musical.

Fundada em sete de abril de 1857, teve sua origem através da Lei 575, oriunda coincidentemente, desta Casa de Leis, da antiga Assembléia Provincial, quando se fixou então o efetivo de 17 músicos e um sargento-mestre, para liderar a recém criada Praça.

Entre 1857 e 2004, cento e quarenta e sete anos se passaram. Desnecessário seria citar cada campanha em que a Banda da Polícia Militar esteve presente, uma vez que em todas foram ouvidos os seus acordes e o soar dos seus clarins, conclamando os bravos soldados a defenderem por vezes a Constituição, o país, o Estado, as vidas dos paulistas e suas famílias.

Dentro desse período da História, e só tem história quem a faz, temos a certeza e a paz da missão cumprida. Temos a História a nosso favor narrando os fatos pelos quais o corpo musical deixou suas marcas. Temos os amigos angariados nos mais diversos segmentos da sociedade paulista. Temos a honra de saber que tantas vezes a Polícia Militar esteve representada por seus membros e em diversos países, elevando o nome da nossa instituição e deixando a marca de uma corporação que primando pelas tradições zela por sua tropa especializada, quer seja no apoio direto, quer seja no simples fato de entender que não há como se dissociar os vocábulos cultura de música nem tradição de História.

Somos sabedores que o músico é antes um policial militar. Portanto, faz-se necessário expressar nosso pesar em reverência àqueles que em missão de policiamento ostensivo, nossa atividade fim, tombaram no cumprimento do dever.

Aos meus comandados que defendem a sociedade ora com armas, ora com os instrumentos, fica a minha conclamação para que jamais o tirocínio policial os deixe. Jamais os desafios impostos pelo papel da representação da Segurança Pública do Estado os vençam e os tornem menos vigilantes. Jamais os empecilhos que as dificuldades nos apresentam os desmotive.

A hora é de alegria e confraternização, mas também de preocupação pela manutenção de nossas conquistas e tradições como instituição policial militar. Que nosso Deus continue nos indicando a rota a seguir através da confirmação dos caminhos que temos trilhado desde 97 e nossos ancestrais percorreram num passado não tão distante. Meu muito obrigado.

a) Antônio Carlos Martins Fernandes, Major PM, Comandante do Corpo Musical que vos fala. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - UBIRATAN GUIMARÃES - PTB - Teremos agora a execução da canção do Corpo Musical, música e letra de Gildo Antônio Vendramini.

 

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- É entoado um número musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - UBIRATAN GUIMARÃES - PTB - Ouviremos agora nosso Comandante-Geral, Coronel Alberto Silveira Rodrigues.

 

O SR. ALBERTO SILVEIRA RODRIGUES - Exmo. Sr. Coronel da Reserva da Polícia Militar Ubiratan Guimarães, digno Deputado Estadual e Presidente desta Sessão, Ilmo. Sr. Coronel da Polícia Militar Wagner Ferrari, digno Chefe da Assistência Militar da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, em nome de quem saúdo todos os oficiais da ativa e reserva aqui presentes, Ilmo. Sr. Dr. Milton Montemor, digníssimo Delegado-chefe da Assessoria Policial Civil da Assembléia Legislativa, Ilmo. Coronel da Reserva da Polícia Militar Luiz Gonzaga de Oliveira, digno Presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar, Ilmo. Sr. Coronel da Reserva da Polícia Militar Júlio Gomes da Luz, digno Presidente da Caixa Beneficente da Polícia Militar, Ilmo. Tenente-Coronel da Reserva João Antão Fernandes, ex-Comandante do Corpo Musical da Polícia Militar, Ilmo. Major Músico Antônio Carlos Martins Fernandes, digno Comandante do Corpo Musical, na pessoa de quem saúdo a todos os músicos dessa tradicional organização policial militar, demais autoridades civis e militares aqui presentes, senhoras e senhores, minhas palavras de agradecimento ao Deputado Coronel Ubiratan Guimarães pela iniciativa, pela forma que encontrou para homenagear não apenas a Polícia Militar, mas a instituição, o corpo musical.

O agradecimento se deve exatamente porque é uma unidade relativamente pequena, porém com 147 anos de existência, de forma que é testemunha viva da própria história da Polícia Militar, pois tem sido a marca da Polícia Militar. A Polícia Militar tem se feito presente em várias cerimônias e solenidades através de vocês que pertencem ao corpo musical. Vocês é que têm levado o nome da Polícia Militar para as situações mais diversas possíveis. Temos ouvido apenas elogios. Quando ausente o corpo musical - suas bandas, o coral - há sempre o reclamo pela atividade que os senhores desenvolvem tão bem representando a Polícia Militar.

Claro que não posso deixar passar esta oportunidade, aqui, na presença de vários policiais militares, para fazer um comentário acerca das últimas reportagens que vêm sendo expostas por um jornal de São Paulo, cuja manchete é “A PM que mata”. A “PM que mata” somos nós todos - é como está posto na reportagem. Colocam 93 mil homens e mulheres como assassinos frios, coisa que não somos. Não pactuamos com más ações. Somos defensores da legalidade. E temos a legitimidade do povo paulista nas ações que desenvolvemos.

A forma como colocou a reportagem dá a idéia de que todas as histórias são montadas e criadas. Esquecem-se de que para cada fato há duas versões. E para cada fato existem centenas de opiniões. Procuram divulgar as opiniões como se fossem verdades. O órgão que cedeu as informações - a Ouvidoria das polícias - forneceu dados passados pela própria Polícia Militar. O que lá há e que foi exposto são dados que nós mesmos informamos e passamos. Muitas outras fontes que se disponibilizam são fontes anônimas, de fatos anunciados de forma exagerada, como se todos quisessem que aquilo fosse verdade, de forma a macular a Polícia Militar.

Tomo a liberdade de ousar um pouco mais, até porque, no episódio do dentista, que foi um caso emblemático, eu, pessoalmente, atendi as esposas dos policiais militares que participaram daquele triste e reprovável evento. Na conversa com todas elas os policiais, os pais, os maridos deixaram suas residências como heróis, como pessoas imaculadas e, em frações de segundo, transformaram-se em “facínoras”.

Isso é ser policial militar, e não nos podemos calar diante de certas situações que são injustas para conosco, para com 93 mil homens e mulheres. Eu me recordo de cada sepultamento de policial militar que fiz e me recordo também da ausência dessas pessoas que escreveram e assinaram essa reportagem. Nenhum deles estava lá comigo. Também me recordo disso.

É preciso que todos nós tenhamos a certeza da nossa união. Lembro-me de novembro de 2003, quando estávamos sendo atacados, pouquíssimas pessoas saíram em nossa defesa. Tínhamos, nós, de fazer a nossa defesa. Tínhamos, nós, de nos unir e nos proteger. O que de fato fizemos. Essas pessoas que se ausentam dos sepultamentos dos policiais militares são as mesmas que pedem a policiais militares para proteger a si e as suas famílias. Essas pessoas que dizem que a PM é assassina são as mesmas que querem a proteção desses homens.

Não nos podemos calar. Eu não posso me calar como comandante, com muito orgulho, dessa instituição. Diante das injustiças que são feitas eu não posso me calar. Do aproveitamento que querem, não posso me calar.

Major Fernandes, desculpe-me por aproveitar de sua festa, mas este era um momento em que tinha de falar, até porque estamos em uma Casa democrática, com um público de policiais militares, que, certamente, entendem bem o que estou dizendo; entendem muito bem o que quero dizer.

Agradeço ao Coronel Ubiratan Guimarães por esta possibilidade de poder falar aos policiais militares a quem tenho o orgulho e a honra de comandar. Cumprimento V. Exa. pela sessão, assim como os componentes do corpo musical, pela maneira como têm defendido a farda cinza-bandeirante e o nome da Polícia Militar. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - UBIRATAN GUIMARÃES - PTB - Parabéns ao Coronel Alberto, nosso comandante. O que disse nosso comandante é o sentimento de cada um de nós, ou seja, de repúdio ao que estão fazendo conosco. Temos a consciência tranqüila e sabemos o que trabalhamos pelo nosso povo.

Dando continuidade à sessão, ouviremos a canção “Paris Belfort”, que traduz o sentimento do povo de São Paulo, da defesa da democracia. Na Revolução Constitucionalista de 1932, para devolver ao país a democracia na luta contra a ditadura, o nosso corpo musical, os nossos homens foram para a luta ao som desta canção. Por favor, maestro.

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - UBIRATAN GUIMARÃES - PTB - Parabéns ao corpo musical, nossa homenagem aos combatentes de 1932.

 

O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - HUGO DANIEL ROTSCHILD - Teremos agora uma homenagem, uma entrega de placa de prata ao Sr. Tenente Coronel João Antão Fernandes, o mais antigo comandante do corpo musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

 

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- É feita a entrega de placas.

 

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O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - HUGO DANIEL ROTSCHILD - Ouviremos as palavras do Coronel João Antão Fernandes.

 

O SR. CORONEL JOÃO ANTÃO FERNANDES - Meus sinceros agradecimentos ao Coronel, ao Comandante-Geral, a todos. Toda a vez que estou no Corpo Musical, meu coração bate cada vez mais forte. Foi uma vida inteira. Se Deus quiser, até meus últimos dias pretendo continuar ligado ao Corpo Musical como no primeiro time, em 1965, quando cheguei lá. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - HUGO DANIEL ROTSCHILD - Convidamos o Major Antônio Carlos Fernandes, atual Comandante do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo para igualmente receber uma placa de prata das mãos do nobre Deputado Ubiratan Guimarães.

 

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- É feita a entrega de placa.

 

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O SR. PRESIDENTE - UBIRATAN GUIMARÃES - PTB - Ouviremos agora, em homenagem àqueles que tombaram na 2ª Guerra - aqueles brasileiros que foram defender a democracia e o povo ameaçado na Europa e são os verdadeiros heróis que tombaram na Itália na luta contra o nazismo, contra o comunismo, contra os impérios que queriam colocar ordem no mundo -, vamos ouvir a “Canção do Expedicionário”.

 

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- É executada a Canção do Expedicionário.

 

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O SR. PRESIDENTE - UBIRATAN GUIMARÃES - PTB - Uma homenagem àqueles policiais militares, àqueles nossos homens que tombaram e tombaram cumprindo com o seu dever, em defesa da sociedade, em defesa das nossas coisas, solicito que o nosso Regimento 9 de Julho efetue o Toque de Silêncio.

 Em todas as homenagens que fizermos aqui para as diversas unidades da corporação, faço questão que seja executado o Toque de Silêncio, para que não nos esqueçamos daqueles que tombaram e daqueles que lutaram.

 

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- É executado o Toque de Silêncio.

 

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            - É feita a execução do Toque de Silêncio.

 

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O Sr. Presidente - Ubiratan Guimarães - PTB - Muito obrigado ao Regimento Nove de Julho, que através do clarim, com tanto sentimento, executou o Toque de Silêncio!

Gostaria de fazer uma retificação no nome do Sr. Tenente Coronel Reserva, ex-Comandante do Corpo Musical, cujo nome correto é Antônio Domingos Sá.

Senhoras e Senhores, meu Comandante, Senhores que compõem a Mesa. É uma emoção muito grande estar aqui para homenagear o nosso Corpo Musical pelo seu aniversário. Esta é a 4ª Sessão Solene que solicitei à Presidência da Casa para homenagear os diversos segmentos da nossa corporação, para mostrar o que temos e o que fazemos, e ela está sendo transmitida, ao vivo, pela TV Assembléia. Nós, policiais militares, temos que mostrar o que fazemos. Fiz uma Sessão Solene em homenagem ao policial feminino, ao Corpo de Bombeiros, ao aniversário do Regimento de Cavalaria Nove de Julho e, agora, ao nosso Corpo Musical.

Venho acompanhando o trabalho do Corpo Musical. Aliás, não somente eu, mas todos nós. Desde o primeiro dia que entramos na corporação, de soldado a oficial, aprendemos a ouvir e a admirar a nossa, carinhosamente chamada, Banda de Música.

Como disse o nosso Comandante, sem vocês, não temos solenidade. Vocês estão sempre conosco, nos momentos alegres, nas formaturas, nas sessões solenes nesta Casa - quase que semanalmente e, às vezes, duas ou três vezes por semana -, para abrilhantar qualquer festa.

Nos momentos tristes, também, os Senhores estão presentes. Lembro-me do enterro de um herói da Polícia Militar, o Capitão Alberto Mendes Júnior, em que a seção da banda acompanhou o cortejo, a pé, tocando a Marcha Fúnebre.

Em todas as situações, contamos com os Senhores para nos animar. Fui oficial do Regimento da Cavalaria, por longos anos, e a Banda sempre tocava na apresentação do carrossel. Para quem não conhece, carrossel é uma herança que tivemos da missão francesa, em que os cavaleiros do Regimento de Cavalaria fazem uma série de passadas - passo ao trote, ao galope. É uma coisa muito bonita e a Banda de clarim está sempre junto.

Em tudo o que formos fazer, a primeira coisa que perguntamos é se a Banda chegou. Sem os Senhores, não há o brilhantismo de uma solenidade. Nesta própria Casa, já ouvi muitas pessoas perguntarem: por que uma corporação tem uma banda musical? P; por que não põem esses homens para trabalhar no policiamento? Venho defendendo a Banda porque sei que os Senhores fazem o policiamento quando necessário, os Senhores auxiliam e, como disse o seu Comandante, os Senhores são, antes de tudo, policiais militares. Sempre pudemos contar com a sua colaboração, no policiamento e em qualquer situação difícil.

Lembro-me de uma operação de controle de distúrbios civis, no Parque Dom Pedro. O Comandante Geral da época, o Coronel do Exército, Torres de Mello, colocou a Banda de Música na frente da Tropa de Choque para tentar acalmar os ânimos. Até isso foi feito. Então, os senhores participaram da vida e da história da Polícia Militar, participaram da vida do Estado de São Paulo. Em razão disso, convoquei esta sessão solene para homenageá-los.

Aproveitando o que disse o nosso Comandante, gostaria de falar da indignação que estamos sentindo ao ver as frases que os jornais estão estampando, como se fôssemos matadores. Passei a minha carreira sempre na atividade-fim da Corporação. Foram 33 anos e pouco. Nunca me afastei um dia sequer da atividade-fim. Até o último dia estive lado a lado com os meus homens enfrentando uma rebelião, a rebelião do Carandiru, pela qual fui condenado e pago até hoje.

Portanto, sabemos o que os nossos homens fazem, sabemos do amor que eles têm pela Corporação e do sentimento que possuem em defesa da sociedade. Já disse desta tribuna, por inúmeras vezes, que desde que entramos na Polícia Militar aprendemos somente a salvar vidas e isso fazemos todos os dias. No entanto, esquecem-se disso quando querem nos rotular como assassinos. Ninguém, nenhuma academia, nenhuma escola de formação nos ensina a matar. Aprendemos a nos defender e a salvar vidas. Estamos nas rodovias, nos incêndios, na radiopatrulha, em todos os lugares, conduzindo, socorrendo e salvando.

Portanto, a indignação que tem o nosso Comandante Geral é a mesma que tenho, é a mesma daqueles que conhecem a atividade da Polícia Militar, daqueles que vêem o nosso trabalho sério. Infelizmente, ontem vimos no jornal que estão pedindo uma CPI para apurar a violência. Não precisamos de CPI. A nossa CPI é no dia-a-dia. A CPI acontece quando respondemos por aquilo que fazemos. Ninguém esconde o que faz. Assumimos aquilo que fazemos. E isso, muitas vezes, é deixado de lado.

As estatísticas, como muito bem disse o Coronel Alberto, são dadas por nós. Nós somos transparentes. Estamos fardados nas ruas. Estamos nas viaturas. Não podemos aceitar que denigram a imagem da instituição Polícia Militar. Qualquer organização que porventura erre, tem de ser punida por isso. Não discutimos isso. Não acobertamos nada. O espírito maior é lutarmos pelo nosso povo, é arriscarmos todos os dias, todas as horas a nossa vida. Saímos fardados para enfrentar os marginais onde quer que seja. Onde for preciso, a Polícia Militar vai estar presente e atuará. Temos este sentimento. Fizemos o juramento de sacrificar a nossa própria vida. E quantos de nós não tombaram cumprindo esse juramento!

Por tudo isso, temos de homenagear a nossa Polícia Militar. Hoje a homenagem é para o Corpo Musical da Polícia Militar. Assim, mais uma vez, quero cumprimentá-los, de coração, porque desde o primeiro dia, no velho CFA, quando ouvi a banda tocar na primeira formatura, emocionei-me e me emociono até hoje. Até hoje vibro com vocês.

Parabéns a vocês e ao comandante. É uma satisfação enorme tê-los hoje nesta Casa.

Gostaria de agradecer aos funcionários do Cerimonial da Casa, que sempre trabalham com boa vontade para que a solenidade saia o melhor possível. Agradeço aos senhores que aqui vieram prestigiar o nosso corpo musical.

Esgotado o objeto da presente sessão, antes de encerrá-la, gostaria de convidá-los para um café no salão do 2º andar, para que possamos nos confraternizar. Muito obrigado a todos.

Está encerrada a presente sessão.

 

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-         Encerra-se a sessão às 11 horas e 10 minutos.

 

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