08 DE JUNHO DE 2001

14ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO DOS 100 ANOS DA ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ - ESALQ

 

Presidência: ROBERTO MORAIS e DUARTE NOGUEIRA

 

Secretário: DUARTE NOGUEIRA

 

DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 08/06/2001 - Sessão 14ª S. SOLENE Publ. DOE:

Presidente: ROBERTO MORAIS/DUARTE NOGUEIRA

 

COMEMORAÇÃO AO CENTENÁRIO DA ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ - ESALQ

001 - ROBERTO MORAIS

Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia que a sessão foi convocada pela Presidência da Casa por solicitação do Deputado ora na Presidência e pelo Deputado Duarte Nogueira, com a finalidade de comemorar o centenário da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Convida todos a ouvirem a execução do Hino Nacional Brasileiro.

 

002 - JÚLIO MARCOS FILHO

Como Diretor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, cumprimenta  os presentes. História o Esalq, em seu 1º centenário. Apresenta suas perspectivas de acordo com a sua missão institucional.

 

003 - ADOLPHO JOSÉ MELFI

Vice-Reitor da USP e representando o Prof. Dr. Jacques Marcovitch, reitor da USP, cumprimenta os presentes e expressa o regozijo da USP no momento em que a Esalq comemora seu primeiro século de existência.

 

004 - ANTÔNIO CARLOS MENDES THAME

Na qualidade de Deputado Federal e Secretário de Recursos Hídricos, saúda os presentes. Historia as revoluções industriais da humanidade até a contemporânea, da Informática e, dentro deste quadro, insere a Agricultura.

 

005 - DUARTE NOGUEIRA

Saúda o Presidente Roberto Morais, as demais autoridades e os presentes. Como engenheiro agronômo, fala de sua satisfação em participar da solenidade. Exalta a missão educadora da Esalq e discursa sobre sua história.

 

006 - DUARTE NOGUEIRA

Assume a Presidência.

 

007 - ROBERTO MORAIS

Cumprimenta as autoridades. Exalta o pioneirismo de Luiz de Queiroz e a audácia dos piracicabanos, na busca de novos horizontes da Educação, na Cultura e na Tecnologia.

 

008 - Presidente DUARTE NOGUEIRA

Anuncia a entrega de uma placa ao Diretor da Faculdade Prof. Dr. Júlio Marcos Filho pelo Deputado Roberto Morais; e de um ramalhete de flores à Sra. Elizete Aleoni Marcos pela Sra. Nilva Bonazzi Morais.

 

009 - JOÃO CARLOS SOUZA MEIRELLES

Representando o Governador e na condição de Secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, saúda as autoridades e demais presentes. Demonstra seu encantamento com o centenário da Esalq, diferente de outros, por ser seu papel inspirado na imagem e semelhança de Deus, criador e reprodutor da vida.

 

010 - ROBERTO MORAIS

Assume a Presidência. Anuncia um número musical. Agradece a todos que colaboraram para o êxito da solenidade. Encerra a sessão.

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ROBERTO MORAIS - PPS - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido o Sr. Deputado Duarte Nogueira para, como 2º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da Ata da sessão anterior.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO - DUARTE NOGUEIRA - PSDB  - Procede à leitura da Ata da sessão anterior, que é considerada aprovada.

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O SR. PRESIDENTE - ROBERTO MORAIS - PPS - Compondo a Mesa dos trabalhos desta sessão solene da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, em comemoração ao Centenário da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Esalq, registramos a presença Secretário de Estado e Recursos Hídricos Saneamento e Obras Antônio Carlos Mendes Thame, que é engenheiro agrônomo de Piracicaba, e também professor da Esalq; do Sr. Prof. Dr. Antônio José Melfi, vice-reitor da USP, representando nesta solenidade o Sr. Prof. Dr. Jacques Marcowitch, reitor da USP; Sr. Prof. Dr. Júlio Marco Filho, Diretor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, a nossa Esalq; compõe também a mesa a Sra. Dra. Antonieta Rosalina da Cunha Losso Pedroso, do Tribunal Regional do Trabalho e diretora do Jornal de Piracicaba e do Sindicato dos Jornais e Revistas do Estado de São Paulo; a Sra. Maria Conceição Soave, Diretora Presidente da Rádio Difusora de Piracicaba; a Sra. Elizete Aleoni Marcos, esposa do Dr. Júlio e também a minha esposa, Nilva Bonazzi Morais; Sra. Maria Antonieta Costa Barbosa Nunes, representando o Sr. Marcos Ribeiro Mendonça, Secretário de Estado da Cultura; também nominamos aqui as demais autoridades presentes, o Prof. Dr. Marcos Vinicius Folegatti, Prefeito do Campus de Piracicaba; Sr. prof. Dr. Mário Tomaziello Filho, Secretário Municipal de Agricultura e Abastecimento; Sr. Prof. Dr. Antonio Roque Dechen, Diretor-Presidente da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queirós; a Sra. Profª Dra. Marisa Regitano D’Arce, Chefe do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição, o Sr. Prof. Dr. José Otávio Menten, Vereador da Câmara Municipal de Piracicaba; o Sr. prof. Dr. Arary Marconi, Chefe do Departamento de Solos e Nutrição de Plantas; o Sr. Prof. Dr. Ricardo Victoria Filho, Chefe do Departamento de Produção Vegetal; o Sr. Prof. Dr. Valdomiro Shigueru Miyada, Chefe do Departamento de Produção Animal; a Sra. Profª Dra. Marly Teresinha Pereira, representante o Chefe do Departamento de Economia, Administração e Sociologia; o Sr. Massahaki Shimada, ex-Presidente da Ceagesp; Sr. Walter Lazzarinni, ex-Deputado Estadual, também engenheiro agrônomo; o Sr. Prof. Dr. Antonio Marcos Aguirra Massola, Diretor da Escola Politécnica da USP, Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente efetivo desta Casa, Deputado Walter Feldman, atendendo à solicitação deste Deputado e do nobre Deputado Duarte Nogueira, Líder do Governo nesta Casa e único engenheiro agrônomo, dos 94 parlamentares da nossa Assembléia, com a finalidade de comemorar o Centenário da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo, convido a todos os presentes para de pé ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Banda da Polícia Militar.

 

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- É Executado o Hino Nacional Brasileiro.

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O SR. PRESIDENTE - ROBERTO MORAIS - PPS - A Presidência agradece à Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo pela execução do Hino Nacional, e concede a palavra ao Dr. Júlio Marcos Filho, Diretor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz.

 

O SR. JÚLIO MARCOS FILHO - Nobre Deputado Roberto Morais, presidindo esta sessão, nobre Deputado Duarte Nogueira; Sr. Antônio Carlos Mendes Thame; Sr. Adolpho José Melfi, dirigentes universitários, membros do corpo docente da Escola, corpo discente, servidores não-docentes; amigos da Esalq, minhas senhoras e meus senhores: a celebração de Centenário, notadamente o primeiro, constitui  uma etapa da vida institucional em que são mesclados o júbilo, a honra, o orgulho, o reconhecimento, o prestígio, as homenagens. A combinação desses componentes retrata, em parte, situações a que a ESALQ permanece exposta durante o ano de seu centésimo aniversário. No entanto, para nossa comunidade, desde a concepção dos eventos que constituem a programação em curso, evidenciou-se, naturalmente o exercício da reflexão, traduzido por duas simples palavras: Retrospectiva e Perspectivas, ou seja, um olhar entre o passado e o futuro.

A retrospectiva evoca o início, a evolução, as possíveis conquistas e, sobretudo, o devido crédito às responsabilidades históricas. Assim, emerge o culto ao nosso patrono, Luiz Vicente de Souza Queiroz, cujo sonho se transformou em árdua batalha rumo à realização de um grandioso ideal, apenas concretizado três anos após seu falecimento.

Cabe ressaltar, porém, que toda a persistência, dinamismo, pioneirismo e arrojo de Luiz de Queiroz poderiam permanecer apenas como nobre tentativa, se a Constituição Política do Estado de São Paulo não houvesse criado a Secretaria da Agricultura de São Paulo, em 1892. E mais: conforme relatou o Prof. Edmar José Kiehl, em análise de biografia de Luiz de Queiroz: “enquanto o governo olhava com desinteresse a Escola Agrícola que nascia em Piracicaba, resolvia a Câmara dos Deputados do Estado promulgar a Lei nº126, de 11 de maio de 1892, autorizando o executivo a fundar uma Escola de Agricultura e estabelecer, nos lugares considerados apropriados, dez estações agronômicas com seus respectivos campos experimentais. Essa decisão desencadeou a doação da Fazenda São João da Montanha ao governo do Estado, por Luiz de Queiroz, e a consolidação do projeto de criação da Escola.

Desta maneira, senhoras e senhores, a criação da ESALQ é conseqüência direta da iniciativa desta Casa de Leis. Não hesitamos, portanto, em reconhecer que a história da ESALQ, incluindo suas conquistas, guarda indissolúvel dependência de ações emanadas desta Casa. Ressalte-se, inclusive, que poderíamos não estar aqui hoje presentes a esta Sessão Solene...

No início, enquanto a Escola permanecia ligada administrativamente à Secretaria de Agricultura, foram criadas condições para a evolução da qualidade do ensino e a geração dos primeiros resultados de impacto pela pesquisa, culminando com o reconhecimento do nível universitário da Instituição, em 1925, e sua participação como uma das oito unidades fundadoras da Universidade de São Paulo, em 1934.

Consequentemente, nossa retrospectiva revela que, nos trinta anos iniciais de sua vida, a. ESALQ, de  uma Escola Prática de Agricultura, caminhou em direção à manifestação de sua vocação científica e ao desenvolvimento de tecnologia, apoiadas, em consistente programa de ensino. Evidentemente, a partir de 1934, a convivência e a. significativa interação com diferentes áreas do conhecimento, sem ignorar sua origem e captando a influência positiva do ambiente universitário, a ESALQ atingiu nível de diversificação e competência que a identificam como centro de excelência no ensino de graduação, pós-graduação e pesquisa nas áreas de ciências. agrárias, ambientais e sociais aplicadas.

A missão institucional da ESALQ, como unidade de ensino da USP, não estabelece responsabilidade de manutenção de contato direto com os agricultoras. Verifica-se, no entanto, que, a maioria dos departamentos da ESALQ têm suas atividades voltadas diretamente à resolução de problemas do setor produtivo; independentemente da dimensão do empreendimento. Pode-se considerar, porém, que a maior contribuição da pesquisa desenvolvida na ESALQ não é. dirigida à orientação prática ao agricultor, mas à ampliação do conhecimento em suas áreas de atuação. Mantém, assim, relevante contribuição à atualização e difusão do conhecimento teórico e de tecnologia, que permitem o crescimento da produção agrícola, pecuária. E agroindustrial.

A Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, que registra historicamente a ativa participação de egressos da ESALQ e de eminentes cidadãos piracicabanos entre seus destacados membros, representa papel decisivo na evolução institucional das universidades públicas do Estado, não priorizando o atendimento de necessidades imediatas do mercado de trabalho, mas cuidando das necessidades da população a. médio e logo prazos. Este., procedimento envolve naturalmente a USP e, por extensão, a ESALQ. Como rápidos exemplos., a. sensibilidade social dos membros desta Casa tem fornecido o suporte fundamental às decisões voltadas ao fortalecimento das ofertas de vagas no ensino público superior e à. permanente formação de cidadania, diante do crescimento demográfico; à continuidade do florescimento de idéias e a progressiva sucessão de gerações de pesquisadores e a evolução do conhecimento e da tecnologia; ao apoio às atividades agropecuárias e à cadeia dos agronegócios: à dotação orçamentária, incluindo os indispensáveis recursos para fazer frente às necessidades de hospitais universitários, museus, editoras universitárias e o tratamento condizente a servidores que atingiram a aposentadoria.

A autonomia das universidades públicas paulistas foi estabelecida em 1989, com respaldo significativo desta Casa. Neste particular, os indicadores de desempenho documentados a partir dessa data demonstram, com nitidez, os impulsos, à eficiência da prática da gerência, às rápidas respostas às cobranças de desempenho por parte da sociedade, quantitativa e qualitativamente.

Estas breves palavras têm como único objetivo expressar profundo agradecimento ao Poder Legislativo do Estado de São Paulo, cuja pronta ação, há 109 anos atrás, não somente permitiu concretizar a criação como, também, a evolução e consolidação institucional da ESALQ ao longo de sua existência. Neste momento, tomo a liberdade destacar agradecimento especial ao DD. Walter Feldman, Presidente da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo e aos DD. Deputados Roberto Morais e Duarte Nogueira, responsáveis pela iniciativa que deu origem a esta Sessão Solene.

Muito obrigado peia honra concedida.

 

O SR. PRESIDENTE - ROBERTO MORAIS - PPS - É com muito prazer que chamamos também para ocupar local de destaque nesta Mesa o Exmo. Sr. Dr. João Carlos de Souza Meirelles, Secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento, nesta oportunidade representando o Dr. Geraldo Alckmin, Governador do Estado de São Paulo.

Com a palavra o Prof. Dr. Adolpho José Melfi, vice-Reitor da USP, representando o Prof. Dr. Jacques Marcovitch, Reitor da USP.

 

O SR. ADOLPHO JOSÉ MELFI - Exmo. Sr. Deputado Roberto Morais, Presidente desta sessão, Exmos. Srs. Secretários de Estado, Exmo. Sr. Deputado Duarte Nogueira, Srs. Deputados, demais autoridades, meus senhores e minhas senhoras, venho trazer aos nobres representantes do povo com assento nesta Casa mensagem do reitor Jacques Marcovitch, que se encontra em missão acadêmica no exterior, e incumbiu-me de representá-lo nesta cerimônia. Pediu-me ele que expressasse o regozijo de toda a Universidade de São Paulo, no momento em que uma das suas mais respeitadas unidades, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, recebe distinção tão elevada na passagem do seu primeiro século de existência. Passo a ler a mensagem do reitor da Universidade de São Paulo, cujas palavras não apenas transmito mas endosso plenamente na. qualidade de seu vice-reitor.

"A USP conta presentemente 67 anos de existência e ainda lhe faltam 33 para alcançar o centenário. Se todas as unidades da USP chegarem à idade da ESALQ com o mesmo nível de excelência, teremos justificado todo o nosso esforço no passado e no presente. A história da ESALQ, desde a sua origem, guarda semelhanças nítidas com a trajetória da USP - a começar pela atitude cívica dos seus fundadores. No caso da USP, em 1934, as atitudes de Júlio de Mesquita Filho e Armando de Salles Oliveira, que se devotaram à causa da universidade pública em São Paulo com maior interesse do que aos seus projetos pessoais de vida. No caso da ESALQ, há outro exemplo raro, que recentemente fizemos destacar no documento "A Presença da Universidade Pública": Luiz Vicente de Souza Queiroz, o seu fundador, desfez-se de propriedade particular para transformá-la em um bem público. Este foi um gesto histórico e deve servir de lição a tantos que hoje pregam a indiscriminada transformação de bens públicos em propriedades privadas, a começar pela universidade.

Reitero, nesta cerimônia, o que sempre disse aos colegas da ESALQ em várias oportunidades. O fenômeno da passagem do tempo tem um diferencial na vida universitária, onde o acúmulo dos anos torna a instituição mais rija e mais apta a contribuir para a modernidade. A ESALQ, pela atualidade das suas pesquisas, é um dos centros que mais ajudam a tornar o Brasil contemporâneo. Uma eloqüente prova disso está no Livro da Pesquisa 1998/1999, lançado neste centenário e apresentado pelo seu diretor, o professor Júlio Marcos Filho. Para qualificarmos o ensino que ministra, basta dizer que foi a pioneira da Pós-Graduação no Brasil. A sua graduação é sabidamente a de melhor desempenho no Brasil em uma área específica. Estes fatores, juntos, configuram aquilo que é o traço essencial no currículo de qualquer instituição acadêmica: a sua identidade, que se transfere automaticamente ao currículo dos seus docentes, alunos e funcionários.

O campus de Piracicaba é uma das referências de prestígio internacional da ciência brasileira. Nele se desenvolvera projetos cujos impactos econômicos, científicos e tecnológicos adquirem cada vez maior ressonância. Em qualquer documento sobre a evolução das nossas ciências agrárias encontramos iniciativas pioneiras desta Escola, que enchem de orgulho toda instituição acadêmica. a seu desempenho positivo, com a linguagem inquestionável dos indicadores, é igualmente documentado a cada exercício nas páginas do Anuário Estatístico da USP.

Dedica-se a ESALQ ao estudo abrangente da agricultura, uma primeira onda de mudanças fundamentais no processo civilizatório, que foi desencadeada há dez mil anos. Para termos idéia de sua importância, basta dizer que segunda onda, provocada pela Revolução Industrial, durou apenas 300 anos. A esta já se seguiu a era tecnológica, especialmente no campo da informação digitalizada. A agricultura, entretanto, mantém-se até hoje, como atividade vital para a sobrevivência da espécie humana e como fornecedora insubstituível de insumos para grande parte da produção fabril.

Volto a rememorar Luiz Vicente de Souza Queiroz, que teve a percepção desta essencialidade ainda no final do século19. Lidando com a industrialização de produtos de algodão, ele compreendeu a importância do aprimoramento das técnicas no cultivo de sua matéria prima. Havia acompanhado na Inglaterra os processos para a restauração da fertilidade dos solos e as novas práticas da rotação dos cultivos. Por isso engajou-se na missão de instalar no Brasil um estabelecimento de ensino agrícola. E afirmam os historiadores que ele não o desejava elementar, ou apenas com o perfil de escola agrícola secundária. Sonhava a ESALQ tal como ela hoje é , um século depois, núcleo de ensino e pesquisa científica exemplar e com um padrão de excelência internacional. Pioneiro da inovação às técnicas agrícolas, intuiu em seu tempo que este é o rumo a tomar quando se deseja construir uma nação próspera. Perguntamo-nos o quanto apreciaria ver o seu nome vinculado ao de cientistas que no século 21 dedicam-se às revolucionárias possibilidades da engenharia genética, pesquisas de ponta em fitopatologia e desenvolvimento de novos equipamentos e tecnologias.

Evocando Luiz de Queiroz, devo igualmente lembrar os que souberam engrandecer o seu legado e trazê-lo à posteridade. Sendo impossível mencionar todos os nomes que durante quatro gerações construíram a ESALQ de hoje, a Universidade de São Paulo, pela voz do seu vigésimo terceiro reitor, aqui os recorda com respeitoso agradecimento. À memória destes mestres que se foram, levados pela passagem inexorável do tempo, e também ao devotamento dos que hoje estão aposentados, expressamos uma emocionada reverência da instituição e pedimos licença à Assembléia Legislativa para incluí-los nesta homenagem. Os homens e mulheres que dignificaram a ESALQ no seu longo percurso de 100 anos deixaram um exemplo que vem sendo honrado pela geração atual e certamente o será também pelas gerações vindouras.

Esta sessão solene, por iniciativa dos nobres deputados Roberto Morais e Duarte Nogueira, demonstra o alto grau de respeito alcançado pela ESALQ no mais elevado plano institucional em nosso Estado. O trabalho nesta Casa de Leis, tanto quanto o cotidiano de uma academia é um exercício constante do pluralismo de idéias. Os parlamentares dialogam, convergem, divergem, expõem opiniões nem sempre homogêneas, mas inspiradas, todas, pela fé no sistema representativo e pelo desejo de servir ao Estado. É significativo que estejam aqui, de forma consensual, parlamentares de todas as tendências a homenagear, merecidamente, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - uma razão inquestionável de orgulho nacional.

Traduzindo o sentimento de todos os professores, alunos e funcionários da Universidade de São Paulo, o seu reitor agradece à Assembléia Legislativa, na pessoa do seu Presidente, Deputado Walter Feldman, esta honrosa homenagem prestada a uma das suas Escolas. E transmite aos deputados de todos os partidos aqui representados o mais profundo respeito pelo papel que desempenham no fortalecimento do regime democrático."

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ROBERTO MORAIS - PPS - Tem a palavra o Secretário de Recursos Hídricos, Deputado Federal Antonio Carlos Mendes Thame.

 

O SR. ANTÔNIO CARLOS MENDES THAME - Exmo. Deputado Roberto Morais, sua Exma. esposa Nilva Morais; Deputado Duarte Nogueira, Líder do Governo na Câmara; Exmo. Secretário de Estado da Agricultura, João Carlos Meirelles, representando nesta oportunidade o Sr. Governador do Estado de São Paulo; Sr. Prof. Dr. Adolpho José Melfi, vice-reitor da nossa Universidade de São Paulo - USP, representando o magnífico reitor Jacques Marcovitch; Prof. Dr. Júlio Marcos Filho, Diretor da nossa Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz e Exma. Esposa, Sra. Elizete Marcos; Prof. Marcos Vinicius Folegatti, Prefeito do Campus; Sra. Dra. Antonieta Rosalina da Cunha Losso Pedroso, Juíza do Tribunal Regional do Trabalho, participante do Sindicato dos Jornais e Revistas do Estado de São Paulo e Diretora Presidente do Jornal de Piracicaba; Sra. Profª Maria Conceição Soave, Diretora Presidente da Rádio Difusora de Piracicaba; Prof. Mário Tomaziello, Secretário Municipal de Agricultura e Abastecimento de Piracicaba; Prof. Otávio Menten, Vereador à Câmara Municipal de Piracicaba; Deputado Walter Lazzarini, Engº Agrônomo; professores, funcionários, alunos, integrantes do Coral Universitário, funcionários desta Assembléia Legislativa do Parlamento Paulista, estimadas amigas e estimados amigos, a história da humanidade está intimamente ligada à evolução tecnológica. Os momentos que mais marcaram a mudança da humanidade e da história da humanidade receberam o nome de revoluções, revoluções industriais. Na verdade deveriam até se chamar revoluções tecnológicas.

A primeira Revolução Industrial foi quando surgiu o motor a vapor, que mudou a história da humanidade, mudou completamente a matriz energética, exigindo que todo o processo produtivo fosse reequacionado. Mudou completamente os meios de transporte e queimou empregos. Mas, ao mesmo tempo em que queimava empregos criava novos e inúmeros empregos.

Setenta anos depois, ocorria a segunda Revolução Industrial: surgia o motor a combustão interna, e mais ou menos ao mesmo tempo a eletricidade.

            De novo, muda tudo na história da humanidade; muda completamente o sistema produtivo e todas as fábricas e o sistema de transporte; matriz energética e os meios de transporte, queima empregos e cria novos empregos.

Hoje, início de um novo século, vivemos o epicentro de uma terceira Revolução Industrial, baseada no “chip”, baseada na Informática. Só que é uma revolução que não muda a matriz energética, não muda os meios de transporte, só aperfeiçoa aquilo que já existe, aumentando de uma forma fantástica a produtividade da mão-de-obra, ou seja, queimando empregos. Nós ainda esperando que essa nova revolução industrial comece a gerar muitos novos empregos.

Paralelamente a isso, já no final do século que passou, nos últimos trinta anos, a humanidade viveu uma fase nova e paradoxal. Paradoxal porque foi justamente nesses últimos trinta anos que a ciência foi capaz de detectar a presença do homem neste planeta, nesta nave, onde juntos fazemos uma vigem pelo espaço sideral a centenas de milhares de anos. Comprovou também a presença do hominídio há mais de um milhão de anos. E, ao mesmo tempo em que prova a presença do homem há tanto tempo na Terra, somente e tão somente nos últimos trinta anos começa a surgir uma preocupação pelo ambiente.

Então, tem trinta anos a primeira declaração das Nações Unidas a respeito do Ambiente; foi em 1972, em Estocolmo. Só a partir de então os homens, cientistas e estudiosos passaram a incorporar as suas preocupações as preocupações ambientais.

É dentro deste quadro e dentro contexto que se insere o setor agrícola dos dias de hoje, com a finalidade de cumprir um tríplice papel para o nosso País. O papel econômico, com a dependência tecnológica dos investimentos dos países desenvolvidos nesta nova revolução industrial, aumenta o fosso entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento. E é a agricultura que vai cumprir o papel de fazer com que os países em desenvolvimento tenham recursos, tenham um superávit na sua balança para poder prover o desenvolvimento nos outros setores.

Não fosse o agronegócio, o nosso País estaria hoje numa situação deplorável. É o único setor entre todos os nossos setores econômicos que oferece o superávit na balança comercial, para compensar um déficit crônico em outros setores.

Cumprir um papel social, um papel de absorver mão-de-obra nesta época em que esta terceira Revolução Industrial não cria novas vagas, ou até queima novas vagas, ou quando as cria são tão poucas. Portanto, é fundamental que o setor agrícola absorva essa mão-de-obra para dar estabilidade e mais paz social.

Em terceiro lugar, um papel ambiental.

Quando o mundo inteiro discute a questão das mudanças climáticas, do aquecimento global; finalmente, quando um Presidente dos Estados Unidos se nega a assinar ou a mandar para o seu congresso a aprovação do protocolo de Kyoto, e a questão ambiental explode nas manchetes das primeiras páginas dos jornais, é porque há realmente uma preocupação completamente diferente com essas questões, e emerge forte o papel da agricultura, ao permitir com o plantio, condução de uma silvicultura e de uma agricultura moderna, o crescimento de plantas, que absorvam, que seqüestrem o Co2 e contribuam para que consigamos diminuir o efeito estufa e parar com o aquecimento global.

Por trás desses três papéis está sempre e inevitavelmente a necessidade de uma sólida, de uma vigorosa, de uma poderosa agronomia.

O papel da agronomia é absolutamente fundamental para que a agricultura cumpra o seu papel nessa época da história da civilização e do Brasil.

Ligada a essa sólida agronomia vamos encontrar na história da agricultura brasileira dos últimos cem anos, uma escola que escreveu um papel extraordinário: a nossa tão querida Luiz de Queiroz. Um papel na pesquisa, sem o qual não teríamos hoje grande parte da agroindústria de que hoje dispomos. Um papel no ensino, permitindo que quase dez mil formandos pudessem desempenhar o seu papel junto ao setor econômico, junto à formação de uma sociedade que luta pelos seus direitos e escreve a sua cidadania, e também na extensão cada vez mais inserida na história da sociedade brasileira.

A Esalq recebe hoje uma justa e merecida homenagem por requerimento do Deputado piracicabano, de quem muito nos orgulhamos, Roberto Morais. Homenagem que conta aqui com a presença do ilustre Secretário da Agricultura, João Carlos Meirelles, que conseguiu com o seu descortino, com a sua visão de estadista, extrapolar os limites do papel de uma Secretaria de Agricultura e inseri-la no contexto nacional e internacional, notando que hoje, se não conseguirmos vencer o gargalo externo, estaremos limitando o desenvolvimento de toda a nossa agricultura.

Presente o nosso Líder do Governo, único engenheiro agrônomo desta Casa, do parlamento paulista, que é o representante do povo no contexto da divisão de governos do Poder legislativo, e também contando aqui com a presença dos representantes mais legítimos da imprensa livre da nossa cidade de Piracicaba, dos professores, dos funcionários, dos alunos da nossa Escola.

Temos a certeza que esta é uma homenagem do passado que reverenciamos com orgulho e muita alegria, pelo passado da nossa escola, mas acima de tudo, pelo presente e pelo futuro, pelo que ela hoje significa e pelo papel que vai continuar desempenhando nessa tarefa transformadora, que é uma tarefa de todos nós, de encurtar as distâncias sociais, de promover a inclusão de uma enorme parcela da nossa população que ainda não participa, não compartilha das imensas riquezas produzidas em nosso País, e de transformar numa verdadeira nação o nosso País. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ROBERTO MORAIS - PPS - Tem a palavra o nobre Deputado Duarte Nogueira, Líder do Governo Geraldo Alckmin, neste Casa. E, Como já foi dito aqui, nosso único Engenheiro Agrônomo, que com muito prazer assina conosco este requerimento da sessão solene.

 

O SR. DUARTE NOGUEIRA - PSDB - Sr. Presidente, nobre Deputado Roberto Morais, que teve a iniciativa de propor esta sessão solene e solicitá-la junto à Mesa Diretora da Assembléia Legislativa para a comemoração do Centenário da nossa Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, e que me deu o privilégio de poder juntamente com S. Exa. ser signatário dessa solicitação junto à Presidência desta Casa; Sr. Secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Engenheiro Civil, João Carlos de Souza Meirelles; prezado Diretor da Esalq, Prof. Júlio Marcos Filho; aqui representando o Magnífico Reitor Jacques Marcovitch, vice-Reitor da USP, Dr. Adolpho José Melfi; meu prezado colega Engenheiro Agrônomo e Secretário de Estado e Recursos Hídricos e obras do Estado de São Paulo, Antonio Carlos Mendes Thame; Srs. Professores, Srs. funcionários, Srs. alunos da nossa querida Escola Superior Luiz de Queiroz, meus amigos, quero aproveitar - como diz o nosso Governador Geraldo Alckmin, procurar ser sucinto e dizer duas palavrinhas. Gostaria de ter a oportunidade de ler o discurso que preparei em função da exigência do Cerimonial, mas inicialmente quero citar que para mim é um grande privilégio poder participar desta sessão solene, como engenheiro agrônomo.

Não tive o privilégio de estudar na Esalq - confesso que tentei; fiz o vestibular, passei na primeira fase, mas na segunda fase não consegui vencer, e fiz meu curso na Faculdade de Agronomia de Pinhal. Mas tive a alegria e o privilégio de conviver com professores formados na Esalq, colegas engenheiros agrônomos da Luiz de Queiroz. Portanto, de uma maneira capilar, sinto-me também ligado intimamente a essa Escola, mesmo não tendo tido a oportunidade de ser por ela graduado.

Nos últimos cem anos, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, a nossa Esalq tem participado de forma decisiva na história e na evolução da agricultura nacional. E na comemoração do seu centenário é importante frisarmos os inúmeros projetos nos quais a Escola teve papel ativo, senão de protagonista.

Um século depois a Esalq já formou cerca de 10.000 alunos nos seus cursos de graduação. Consolidando-se como uma das mais importantes instituições de educação e pesquisa científica agrícola do Brasil. Hoje são cerca de 2250 alunos espalhados em seis cursos de graduação, quinze de Mestrado e doze de Doutorado.

O quadro de servidores e de professores está entre um dos mais qualificados do ensino universitário do nosso País. Um exemplo é o pioneirismo de uma colega nossa, ex-aluna da Escola, Vitória Veridiana Rossetti, que em 1990 identificou a clorose variegada dos citros, e em 1997 participou da equipe que isolou a bactéria causadora bactéria causadora da doença do amarelinho nos laranjais, a Xylella fastidiosa.

Mais recentemente a escola participou no mapeamento genético da mesma Xylella, sendo este concluído por um grupo de 30 laboratórios brasileiros, e com a participação de outros internacionais, no ano passado, como parte do Projeto Genoma, desenvolvido e apoiado pela Fapesp.

É bom destacar que a iniciativa da Fapesp deu origem ao Centro Brasileiro de Estocagem de Genes, inaugurado no mês passado - inclusive tive a oportunidade de comentar isso na tribuna nesta Casa - e o Centro irá comercializar as seqüências genéticas decifradas pelos projetos de Genomas Brasileiros, primeiro na América Latina e um dos únicos do mundo a armazenar genes seqüenciados para a agricultura. Neste caso o Governo do Estado investiu quase um milhão de dólares nesse laboratório.

Durante várias décadas a Esalq também liderou pesquisa do setor sucroalcooleiro, carro-chefe da economia agrícola de São Paulo, em especial da nossa região de Ribeirão Preto e também de Piracicaba. E, graças a esses estudos feitos por pesquisadores formados na Esalq, a produtividade da cana saltou de 40 toneladas por hectares na década de 50, e agora para as atuais 100 toneladas por hectare.

Num dos trabalhos desenvolvidos nesta área, o pesquisador José Roberto Postalli Parra, do Departamento de Entomologia da Esalq, criou um método eficiente e limpo, portanto sem uso de agrotóxicos, de combate à broca; praga que nas décadas de 70 e 80 causaram um prejuízo de 100 milhões, portanto, importou em Trinidad Tobago e multiplicou nos laboratórios da Esalq, uma vespa inimiga natural desta praga. O controle biológico da broca diminuiu as perdas anuais por ela causada para aproximadamente vinte milhões. Portanto, quase cinco vezes menos do problema que se tinha anteriormente. Vale ressaltar que o trabalho de técnicos da Esalq desencadeou e ajudou na criação do Pro-álcool, na década de 70, e que agora, em cima das dificuldades energéticas que atravessamos, e através inclusive da queima do bagaço da cana-de-açúcar, que vislumbramos através do Estado de São Paulo, que possui 143 usinas de destilarias, um potencial gerador de 3.000 megawatts, para inclusive, através da forma de co-geração ajudar a colaborar com a produção de energia em nosso Estado e em nosso País.

Além disso, a Esalq auxiliou no planejamento e na criação da indústria brasileira de máquinas agrícolas, estudo sobre milho, café, frutas, qualidade do solo, nutrição animal, com conseqüências diretas no hábitos alimentares dos brasileiros e na agroindústria do nosso País.

É ainda de iniciativa de um grupo de professores da Escola, o Cepea - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, que desde 82 estuda o comportamento dos preços e a lógica do mercado de 17 produtos brasileiros, consolidando-se como um dos mais importantes centros de agri-business no Brasil.

A tradição e a modernidade da Esalq nos faz orgulhosos de sermos brasileiros e de sermos parte da categoria, como colegas engenheiros agrônomos.

Acreditamos estar na agricultura e no desenvolvimento tecnológico da área sustentáculo principal da economia brasileira, que inclusive foi muito bem colocado aqui pelo nosso Secretário Mendes Thame.

Portanto, é de soluções para os muitos problemas sociais que temos no nosso País. A própria Esalq, através do Cepea, em convênio com a Fundação Souza Cruz criou, em 97 o Pró-Jovem, que trabalha na formação de empreendedores no meio rural.

Cerca de 180 pessoas carentes são atendidas pelo programa, em sete municípios paulistas. Durante três anos esses jovens são orientados para desenvolver o empreendimento economicamente viável na área rural.

Por tudo isso, a Esalq é um sinônimo de excelência na sua área de atuação, e um exemplo a ser seguido por todas as escolas em nosso País.

Acredito firmemente que dela possa vir a saída para a maioria dos problemas sociais do nosso País.

Encerrando, queria dizer que nestes cem anos - e não é todo o dia que podemos comemorar um centenário - e estamos comemorando o centenário da Esalq, num novo milênio - afinal de contas a escola foi fundada já no século passado, e todos nós somos figuras do século passado.

E, nesses cem anos, o homem, através da sua capacidade inventiva e espírito inquieto que move os seres humanos, como bem lembrou Mendes Thame, o desenvolvimento e a criação de coisas muito interessantes para facilitar a nossa vida. Inventamos o telefone, o avião, o avião a jato; conseguimos a cura para várias doenças; o homem foi à Lua, em1969 - lembro que meu pai dizia que naquele momento em que o homem dava aquela primeira pegada, naquele passo do Armstrong, no solo lunar - naquela pegada estava todo o conhecimento humano adquirido durante toda a nossa existência, sobre a face da Terra.

A Esalq tem tudo isso, vem transmitindo o conhecimento, vem formando os seus alunos para que eles possam de fato, ao ganhar amanhã seus espaços na nossa sociedade, poder colaborar para transmitir esse conhecimento e dele fazer uso positivo para o desenvolvimento humano de todos.

Portanto, queria dizer que essa jovem senhora de cem anos, que é a nossa Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, uma jovem senhora revolucionária - bem adequada ao momento que ora vivemos, de um novo milênio, um milênio que tenho a certeza do papel fundamental da espiritualidade e da mulher. Portanto, essa jovem senhora, que já vem há cem anos fazendo tanta coisa importante para o nosso País e para todos nós, vai ter, com toda a certeza e desejo nosso, uma vida longa e cada vez mais produtiva, com o esforço de cada um dos senhores e senhoras que nela têm a oportunidade de militar, trabalhar, estudar e conviver.

Encerrando, quero dizer que de todas as atividades humanas e das carreiras que possamos perseguir, talvez a agronomia seja aquela que nos dá a oportunidade de conviver com as mais diferentes tarefas e com as mais diferentes formas de conhecimento da construção da topografia, dos solos, do meio ambiente, do uso racional dos mananciais, da construção enfim de todas as coisas.

Uma coisa que sempre nos chama a atenção é a multiplicação das sementes, aquilo que talvez seja a essência do conhecimento que devemos adquirir.

Quando colocamos uma semente no solo, depois de prepará-lo da maneira mais adequada que aprendemos a fazer, e essa semente se multiplica várias vezes para que possamos gerar alimento, desenvolvimento e qualidade para nós mesmos seres humanos, é a tarefa que mais nos aproxima de Deus.

Portanto, esse milagre divino da multiplicação, acho que é o que está mais presente dos engenheiros agrônomos e daqueles que militam na área da Agricultura. E a Deus que quero pedir que ilumine cada vez mais a nossa jovem senhora de cem anos, para que ela possa repetir muitos e muitos centenários, ajudando o desenvolvimento do nosso País e de todos nós brasileiros.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ROBERTO MORAIS - PPS - Solicito ao nobre Deputado Duarte Nogueira que assuma a Presidência dos trabalhos.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Duarte Nogueira.

 

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O SR. PRESIDENTE - DUARTE NOGUEIRA - PSDB - Esta Presidência concede a palavra ao nobre Deputado Roberto Morais.

 

O SR. ROBERTO MORAIS - PPS - Exmo. Sr. Secretário de Agricultura, Dr. João Carlos Meirelles, representando aqui o Governador Geraldo Alckmin; Secretário de Recursos Hídricos, Sr. Antonio Carlos Mendes Thame; Deputado Duarte Nogueira, Líder do Governo nesta Casa - nosso único Engenheiro Agrônomo, que assina este requerimento conosco; Professor Júlio Marcos Filho, Diretor da Esalq, e sua Exma. Esposa Sra. Elisete; Prof. Dr. Adolpho José Melfi, vice-Reitor da USP; quero saudar aqui as senhoras que compõem esta Mesa, Dr. Antonieta, do Jornal de Piracicaba; Dra. Maria Conceição Soave, da Rádio Difusora; dona Luci e demais convidadas aqui presentes; os professores da Esalq, nossos amigos do Coral, nossos funcionários da Casa, pessoas que vieram até esta sessão solene, este início de Século XXI tem sido particularmente auspicioso para Piracicaba e seus filhos, pois duas de suas mais valiosas jóias completam o seu jubileu de ouro.

No ano passado, neste mesmo local, comemoramos o Centenário do Jornal de Piracicaba, e hoje temos a honra de exaltarmos a nossa querida Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, a Esalq.

Talvez a Esalq seja a maior prova de pioneirismo, e por que não dizer da audácia dos piracicabanos na busca de novos horizontes da Educação, na Cultura e na Tecnologia.

Podemos afirmar também que o grande exemplo dessa audácia e pioneirismo de Luiz de Queiroz, que apesar de ter nascido em São Paulo, escolheu Piracicaba para realizar os seus sonhos, alguns deles interpretados como utopias, no início do século passado. Homem dos mais refinados - seu pai foi o Barão de Limeira - Luiz de Queiroz estudou na França, onde apresentou as técnicas mais avançadas de agricultura de então. Mais do que isso, foi um líder abolicionista, republicano convicto e um grande mecenas, dando apoio a todas as iniciativas inovadoras da época.

Sempre é bom lembrar que foi ele que trouxe para Piracicaba a energia elétrica, tornando-nos a segunda cidade da América do Sul a contar com essa melhoria.

Porém, o maior desafio estava para ser superado. Luiz de Queiroz sonhava com uma escola de agricultura. Porém, os céticos daquela época desdenhavam das suas idéias e achavam desnecessário esse empreendimento.

Luiz de Queiroz não se intimidou, doou a Fazenda São João de Montanha, de sua propriedade, ao Governo, que teria dez anos para a construção da escola, a partir daquele ano de 1892.

Entretanto, as obras foram lentas, devido à má vontade reinante na época com relação ao sonho de Luiz de Queiroz, que lamentavelmente veio a falecer em 11 de junho de 1898, na véspera do seu aniversário.

A semente, entretanto, estava lançada e no ano de 1901 foi inaugurada, ainda que precariamente, aquela que seria uma das mais prestigiosas escolas de agronomia do mundo, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, a nossa Esalq.

Decorridos exatos cem anos, podemos vaidosamente anunciar que temos o que há de mais avançado no campo de pesquisa na agricultura, colocando o Brasil na vanguarda mundial desse setor.

Temos a honra de anunciar que a nossa Esalq formou quase dez mil novos profissionais ao longo desse período, dentre os quais muitos foram personagens fundamentais no avanço das pesquisas e técnicas no campo da agricultura.

Seria injusto neste momento, meus amigos, citar nomes, pois é grande a excelência dos mestres e pesquisadores da Esalq, que certamente podemos cometer lapsos ou injustiças. Porém, é sempre importante lembrar fatos como o da fundação da Universidade de São Paulo, na qual a Esalq esteve presente como fundadora; a criação da Pós-Graduação e Doutorado e dos cursos de Engenharia Florestal, e mais recentemente o de Economia Agroindustrial.

A Esalq, que sempre lidera o ranking das melhores instituições da sua área, também foi responsável pela pesquisa e evolução das principais culturas nacionais, como a pesquisa que veio a dar suporte na Pro-álcool, na década de 70, que foi muito bem lembrada aqui pelo Deputado Duarte Nogueira.

Apontando para o futuro, a Esalq desenvolve hoje um trabalho de mapeamento genético, com repercussão mundial. O que torna o Brasil o País que mais estuda seqüências genômicas de bactérias de plantas.

Portanto, hoje temos que reverenciar a obra do sonhador Luiz Vicente de Souza Queiroz, cujos restos mortais repousam em um mausoléu defronte a escola dos seus sonhos.

Parabéns aos 222 mestres que abrilhantam a nossa Esalq, aos 2240 alunos, entre eles jovens provenientes de todas as partes do Brasil, aos nossos 811 funcionários que fazem da Esalq um dos recantos que mais seduzem a população, e principalmente à nossa querida e tão amada Piracicaba. Parabéns ao nosso País, e parabéns a todos que tem essa honra de possuir essa instituição que abriga o que há de melhor da excelência científica do mundo, abrigando também a beleza e a generosidade, que hoje, como nunca representa a audácia e o pioneirismo desta Piracicaba que amamos tanto.

Parabéns à Esalq. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - DUARTE NOGUEIRA - PSDB - Neste momento o Deputado Roberto Morais faz uma homenagem ao Diretor da Faculdade, Prof. Dr. Júlio Marcos Filho, com a entrega de uma placa.

 

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-         É feita a entrega da placa. (Palmas.)

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            O SR. PRESIDENTE - DUARTE NOGUEIRA - PSDB - Neste momento, a Sra. Nilva Bonazzi Morais, esposa do Deputado Roberto Morais, faz a entrega de um ramalhete de flores à Sra. Elizete Aleoni Marcos.

 

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-         É feita a entrega do ramalhete. (Palmas.)

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O SR. PRESIDENTE - DUARTE NOGUEIRA - PSDB - Esta Presidência concede a palavra ao Sr. Secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento, Dr. João Carlos Souza Meirelles, que nesta oportunidade representa S. Exa. o Governador do Estado, Geraldo Alckmin.

 

O SR. JOÃO CARLOS DE SOUZA MEIRELLES - Nobre Deputado Roberto Morais, digníssimo Presidente desta sessão solene; nobre Deputado Duarte Nogueira, digno Líder do Governo nesta Casa de Leis; nobre Secretário de Recursos Hídricos, Antonio Carlos Mendes Thame, é um privilégio pára o Governo, por ser originário da Luiz de Queiroz e ter trazido talento a sua atuação no Governo de São Paulo, nobre Diretor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Dr. Júlio Marcos Filho, que tem feito um extraordinário trabalho, tenho acompanhado, nos últimos anos desde que assumi a direção da escola, e estamos muito orgulhosos por participar deste momento.

Queria cumprimentar o Sr. Adolpho José Melphi, vice-reitor da Universidade de São Paulo, representando aqui o Prof. Jacques Marcovitch, que tem prestado à USP uma nova dimensão no estudo e no trabalho de abertura da universidade, para que ela seja realmente inserida numa perspectiva de futuro, mas ao mesmo tempo ela seja capaz de ser contemporânea de si mesmo. Portanto, a partir de uma realidade construir uma visão de futuro.

Queria saudar todas as senhoras aqui presentes, todos os professores, alunos, o coral, os que representam aqui a comunidade de Piracicaba, vereadores, e em nome do governador Geraldo Alckmin venho trazer uma palavra muito especial a todos os senhores.

 Em primeiro lugar, uma palavra de encantamento. A condição do homem é o tempo; o tempo é a dimensão do homem. Portanto, quando se chega ao nível de um centenário, evidentemente isso encanta a todos nós, até porque não pertence à escala do usual, com a qual nós mesmos estamos acostumados a viver a nossa dimensão de tempo. Na escola de um jovem país de apenas 500 anos, cem anos é um tempo recorde para qualquer coisa.

Mas o que mais no encanta na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz é alguma coisa que não sabemos, nós de fora, que não tivemos o privilégio do convívio naquele campus, nós que não convivemos com a alegria daquela cidade. O que é que faz esta escola diferente de todas as outras. O que faz daquele campus um lugar místico em que parece que alguns dos deuses do tempo estão sempre presentes? O que faz realmente tudo isso? Parece-me que é um pouco daquilo que o Deputado Duarte Nogueira disse, que é a inspiração de sermos a imagem e semelhança de Deus, os criadores e reprodutores da vida, os gestores da natureza enquanto capacidade de criação, de reprodução e de continuação da vida.

É portanto neste momento mágico que aqui estamos para comemorar este centenário. Numa noite em que parecemos até um pouco solitários neste plenário imenso, mas uma solidão que precisamos dar a dimensão devida, pois nesta Casa está o povo de São Paulo. Esta é a Casa em que os 37 milhões de brasileiros que moram neste espaço privilegiado do País estão presentes. Portanto, não há nenhum sentido de solidão, há um sentido de solidariedade. O povo de São Paulo, na pessoa dos nobres Deputados Roberto Morais e Duarte Nogueira, manifestaram a solidariedade desse povo todo, para com a nossa Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz.

Gostaria, em nome do governador Geraldo Alckmin, transmitir aos senhores a expectativa que São Paulo vai ter no próximo século de vida da Luiz de Queiroz. O século passado foi o século da velocidade, em que o homem realmente quebrou os seus limites de velocidade, tanto de transportar-se, de transportar as coisas, de transportar as idéias, de estar presente simultaneamente em qualquer outro espaço, na velocidade da luz, portanto, na incrível velocidade de 300 mil quilômetros por segundo. E neste novo século a responsabilidade da Luiz de Queiroz, sem dúvida nenhuma, se centuplica, porque é um novo século em que realmente o homem agora não mergulha para fora, mas para dentro da matéria; é o século da bioengenharia, da biogenética, da ciência que vai decodificar a natureza original das coisas para recompor um mundo mais equilibrado, em que o meio ambiente vai ser preservado, porque não vai ser tão solicitado para produzir a sobrevivência do ser humano.

Portanto, é nesta nova dimensão, que vai aproximando cada vez mais o homem da sua condição de imagem e semelhança de Deus, que esperamos que o século termine. E, provavelmente, neste plenário, daqui cem anos estaremos presentes em espírito para verificar o que a Esalq fez. Vamos estar contemplando, certamente na tranqüilidade do convívio de Deus, aquilo que a Esalq foi capaz de produzir. E ela tem uma responsabilidade imensa, porque já produziu tanto e tantas coisas, que passa a ter uma obrigação com a história deste Estado e deste País.

O Governo de São Paulo faz questão absoluta de dar o tipo de compromisso que o Governo está dando à História de São Paulo.

O Dr. Júlio Marcos sabe bem que nos últimos 50 anos este País se envergonhou muito de ser um país rural. Um país que pretendeu ser apenas industrial, da indústria convencional; um país que se pretendeu ser apenas um país de comércio e de serviços, e um país que não criou os instrumentos de política econômica, para que a agricultura brasileira pudesse representar aquilo que nós conquistamos com os nossos ancestrais, arrebentando o Tratado de Tordesilhas e chegando ao sopé dos Andes.

Isto nos dá um compromisso histórico extremamente violento, sobre o qual as pessoas pararam de pensar nos últimos 50 anos. Entretanto, o trabalho que os nossos agrônomos fizeram demonstrou que à revelia do conhecimento dos punhos de renda que não incorporaram na política econômica do País o desenvolvimento rural, apesar disso, 40% do PIB deste País são produzidos pelo agronegócio. E, por coincidência, 40% do total das exportações deste País são constituídos pelo agronegócio. E, por uma enorme coincidência, no momento em que essa indústria convencional que todos sonharam, cada vez oferece menos empregos proporcionais, porque ela precisa ser automatizada, e portanto ela desemprega, ela mudou o perfil do empregado; o comércio hoje é automatizado, ou é auto-serviço, e o serviço exige um alto grau de preparação, é no agronegócio que temos a única fronteira, urgente e imediata, para incorporar um contingente enorme de trabalhadores que não tiveram o privilégio da qualificação profissional, mas que não podem ficar à margem da história.

Portanto, esta responsabilidade que a Esalq teve em 100 anos, de formar o que há de melhor no talento nacional, o Governo de São Paulo se reencontrou com esta história quando o governador Mário covas reelegeu o privilégio da agricultura, anunciando que o agronegócio é o negócio de São Paulo.

E hoje, o Governador Geraldo Alckmin, que tenho o privilégio de representar aqui, mantém como firme decisão um conjunto de ações definitivas para dar a este discurso a forma concreta da realidade.

E, como uma homenagem a esta escola, Prof. Júlio Marcos Filho, editamos um pequeno livro, singelo, sem nenhuma presunção, que já tive a coragem de lhe antecipar, em Piracicaba, porque não resisti aguardar esta sessão solene, em que vou tomar a liberdade - o Governador Geraldo Alckmin pediu-me que fizesse isso - de entregar um exemplar a V. Exa., aos nobres Deputados, ao vice-Reitor e ao Secretário Mendes Thame.

Este livro é de uma força brutal. Ele tem a fotografia de todos os que se formaram na Esalq - a maioria dos Secretários de Agricultura de São Paulo - e que constam de um painel de honra na Secretaria, mostrando os talentos que foram formados naquele campus mágico de Piracicaba. E estão aí também relacionados todos os funcionários da Secretaria da Agricultura hoje, que compõem o quadro de maior excelência neste País em termos de extensão rural, em termos de defesa fitossanitária, sanitária, em termos de inspeção de produtos e, sobretudo, de pesquisa científica e tecnológica.

A Secretaria de Agricultura do Governo de São Paulo, que tem seis Institutos de Pesquisa, se orgulha imensamente disso. Por isso, Dr. Júlio Marcos Filho, tivemos o cuidado de editar um livro simples, sem nenhuma presunção. Os livros não valem pela beleza de suas capas, nem pelo conteúdo apenas da formação do seu papel, mas valem pelo conteúdo que têm, da potência histórica do que representam.

Portanto, a esperança absolutamente sólida que o Governo de São Paulo tem é que às margens daquele tão cantado rio de Piracicaba, os próximos 100 anos da Luiz de Queiroz se transformem mais em mágica do que foram até hoje, porque a mágica da continuidade da vida é que há de inspirá-los. ( Palmas.)

 

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-         Assume a Presidência o Sr. Roberto Morais.

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O SR. PRESIDENTE - ROBERTO MORAIS - PPS - Ouviremos pelo Coral Luiz de Queiroz, sob a regência da Maestrina Cíntia Annichino Pinotti, o Hino da Esalq, de autoria de Zilmar Ziller Marcos e o Hino de Piracicaba, de autoria de Milton de Melo.

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-         São entoados os Hinos.

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O SR. PRESIDENTE - ROBERTO MORAIS - PPS - Parabéns à maestrina Cíntia Annichino Pinotti e ao Coral da Esalq pelo brilhantismo nesta solenidade.

Quis Deus que os cem anos da Esalq se transformassem, na semana passada, no centro político das atenções do Estado de São Paulo. Pela primeira vez na história o Governador do Estado, Geraldo Alckmin, para lá se dirigiu com todo o seu secretariado. E, nas solenidades dos cem anos, o Governador anunciou para aquela cidade o maior pacote de obras de sua história.

 Então, aos Secretários que estão aqui os Srs. Antonio Carlos Mendes Thame e Dr. João Carlos Meirelles, ao Deputado Duarte Nogueira, Líder do Governo, mais uma vez os agradecimentos pelo reconhecimento. No aniversário da Esalq, as boas notícias que foram levadas pelo Governador, Dr. Geraldo Alckmin, e por todo o seu secretariado.

Agradeço a presença de todos, a presença do Deputado Duarte Nogueira, que conosco propôs a realização deste evento.

Esgotado o objeto da presente sessão, antes de encerrá-la agradecemos a todas as demais autoridades e àquelas pessoas que com as suas presenças colaboraram para o êxito desta solenidade.

Muito obrigado aos nossos funcionários da Assembléia Legislativa, pelo brilhantismo na condução dos trabalhos.

            Tenham todos uma boa-noite e parabéns, mais uma vez, à nossa querida Esalq. (Palmas.)

 

                                                           * * *

 

-         Encerra-se a sessão às 21 horas e 49 minutos.

 

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