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18 DE ABRIL DE 2005

014ª SESSÃO SOLENE COM A FINALIDADE DE “DAR POSSE AO CONSELHO REGIONAL DE ODONTOLOGIA E COMEMORAR O DIA 21 DE ABRIL - DIA DE TIRADENTES”

 

Presidência: MILTON FLÁVIO

 

DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 18/04/2005 - Sessão 14ª S. SOLENE Publ. DOE:

Presidente: MILTON FLÁVIO

 

DAR POSSE AO CONSELHO REGIONAL DE ODONTOLOGIA E COMEMORAR O DIA 21 DE ABRIL - DIA DE TIRADENTES

001 - MILTON FLÁVIO

Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia as autoridades presentes. Informa que esta sessão solene foi convocada pela Presidência efetiva, a pedido do Deputado Vanderlei Macris, com a finalidade de dar posse ao Conselho Regional de Odontologia e comemorar o dia 21 de abril, Dia de Tiradentes. Convida a todos para, de pé, ouvirem a execução do Hino Nacional.

 

002 - EMIL ADIB RAZUK

Ex-Deputado estadual e Presidente do Conselho Regional de Odontologia, fala do orgulho de ter feito parte desta Casa e relata as realizações durante a sua gestão como Presidente do CRO-SP.

 

003 - Presidente MILTON FLÁVIO

Faz entrega de diplomas de reconhecimento aos ex-conselheiros.

 

004 - EMIL ADIB RAZUK

Procede a outorga da Medalha e Comenda Tiradentes.

 

005 - Presidente MILTON FLÁVIO

Anuncia apresentação musical.

 

006 - EMIL ADIB RAZUK

Presta homenagem ao Ministro Adylson Motta, Presidente do Tribunal de Contas da União.

 

007 - ADYLSON MOTTA

Destaca a importância do Parlamento e tece considerações sobre sua carreira política.

 

008 - EMIL ADIB RAZUK

Empossa os conselheiros do Conselho Regional de Odontologia.

 

009 - Presidente MILTON FLÁVIO

Faz entrega de diploma ao Dr. Emil Adib Razuk, e anuncia número musical.

 

010 - LUIZ ROBERTO BARRADAS BARATA

Secretário da Saúde do Estado de São Paulo, discorre sobre as parcerias entre o Governo do Estado e o Conselho Regional de Odontologia.

 

011 - Presidente MILTON FLÁVIO

Relata os projetos aprovados nesta Casa que instituíram programas de saúde pública. Presta homenagem a Tiradentes, mártir da Independência. Agradece a todos que colaboraram com a solenidade. Encerra a sessão.

 

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O SR. PRESIDENTE - MILTON FLÁVIO - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

 

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- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

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O SR. PRESIDENTE - MILTON FLÁVIO - PSDB - Temos a honra de chamar para compor a Mesa o Dr. Luiz Roberto Barradas, Secretário da Saúde, neste ato, representando o Exmo. Sr. Governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin; Dr. Adylson Motta, Ministro do Tribunal de Contas da União; Professor Dr. Flávio Fava de Morais, Diretor Geral da Fundação Faculdade de Medicina e ex-Reitor da USP e Dr. Emil Adib Razuk, Presidente do Conselho Regional de Odontologia e ex-Deputado desta Casa.

Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi convocada, atendendo solicitação do Deputado Vanderlei Macris, com a finalidade de dar posse ao Conselho Regional de Odontologia e comemorar o Dia 21 de Abril, Dia de Tiradentes.

Convido todos os presentes para, em pé, ouvirem o Hino Nacional Brasileiro, entoado pelos tenores Jorge Durian, Armando Valsani e Rubens Medina, sob a regência do Maestro Feliciano Mota.

 

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- É entoado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - MILTON FLÁVIO - PSDB - Esta Presidência agradece aos tenores Jorge Durian, Armando Valsani e Rubens Medina, bem como ao Maestro Feliciano Mota pela exuberante e maravilhosa apresentação.

Esta Presidência gostaria de anunciar as presenças do Major Dentista Nelson Shikio Kawagoe, representando o Hospital de Aeronáutica de São Paulo; Capitão de Fragata Mauro Noriô Oishi, representando o vice-Almirante Marcelio Carmo Castro Pereira, Comandante do 8o Distrito Naval; Sr. João Grimberg, Cônsul da República da Letônia; José Augusto Viana Neto, Presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis, Creci; Vereador Braz Antunes Mattos Neto, Presidente da Associação dos Cirurgiões Dentistas de Santos, 2o vice-Presidente da Câmara Municipal de Santos, neste ato representando o Sr. Paulo Gomes Barbosa, Presidente da Câmara Municipal de Santos.

Esta Presidência concede a palavra ao Sr. Emil Adib Razuk, ex-Deputado desta Casa, que nos honra muito com sua presença e atuação, e Presidente do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo.

 

O SR. EMIL ADIB RAZUK - Exmo. Deputado Milton Flávio, Presidente desta sessão solene; Dr. Barradas, representando o Senhor Governador, Dr. Geraldo Alckmin; Ministro Dr. Adylson Motta, Presidente do Tribunal de Contas da União; Professor Flávio Fava de Morais, ex-Reitor da Universidade São Paulo e Diretor da Fundação da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; Srs. Presidentes do Conselho Regional de Brasília, do Distrito Federal, de Goiás, de Mato Grosso e do Rio de Janeiro; Presidente do Creci; presidentes de clubes representativos; presidentes e diretores de entidades de classe; diretores e professores das nossas faculdades; representantes do comércio, da indústria; meus caros colegas cirurgiões dentistas e técnicos em prótese dentária; senhores homenageados; senhores novos conselheiros; senhores conselheiros que terminam o mandato; minhas senhoras e meus senhores, cuja presença muito nos honra, estamos reunidos hoje nesta sessão solene no Plenário Juscelino Kubitschek de Oliveira da Assembléia Legislativa por especial gentileza do nobre Deputado Vanderlei Macris e aprovada pela Presidência e Mesa Diretora desta Casa, presidida pelo nobre Deputado Milton Flávio, para a posse dos conselheiros e diretores do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo, para a comemoração do aniversário da criação dos conselhos regional e federal de odontologia, bem como para a celebração do Dia de Tiradentes, o protomártir da independência, patrono da nação brasileira e da classe odontológica.

Devo dizer que guardo desta Casa as mais caras recordações do tempo em que exerci meu mandato de Deputado estadual, do qual sempre me orgulharei, e é uma das mais importantes referências de minha vida pública. Aqui compareço para declarar solenemente empossados os conselheiros efetivos Dr. Luiz Roberto Cunha Capela, Dr. Francisco Couto Mota, Dr. Ideval Serrano, Dr. Cláudio Myake e este que fala, Emil Adib Razuk, mais os conselheiros suplentes, Dra. Neide Aparecida Sales Biscuola, Dr. Adriano Albano Forghieri, Dr. Paulo César Saquy, Dr. Marco Antônio Manfredini, Dr. Rogério Adib Kairalla, Dr. Luiz Fernando de Souza Pacheco Papaiz, Dra. Maria Lúcia Zarvos Varellis, Dr. Marco Antônio Rocco, Dra. Eunice Cristina Gardieri e Dr. José Mário de Mattos Baldo.

Foram todos os ora empossados eleitos num memorável pleito de 18 e 19 de fevereiro em que a Chapa 1 foi consagrada com 91,19% dos votos de 41 mil 140 eleitores, o maior coeficiente eleitoral desde que foi criado o Conselho Regional de Odontologia, superando o resultado do pleito anterior, que foi de 90,79 por cento. Foi um resultado histórico da maior importância e grande significado, jamais superado, que irá exigir muito de todos nós, pois a consagração que nos envaidece é também o estímulo para obter e exigir sempre mais de nosso trabalho. E não podermos esmorecer. Esse resultado que muito nos orgulha também aumentou extraordinariamente a nossa responsabilidade. Se de um lado reconhece o trabalho desenvolvido pela nossa gestão que findou, por outro projeta novos encargos futuros, renovados projetos, ações consistentes, efetivas e rápidas.

Ao assumirmos a direção do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo em 2001, depois de cinco anos de luta contra fraude, para ver reconhecida judicialmente a nossa vitória nas urnas, todos os conselheiros unidos dedicaram seu tempo para resgatar os ideais de nossa luta, modernizar a entidade, dar-lhe nova estrutura. E o Crosp passou a manter um ritmo acelerado, exigindo sempre mais e mais ação.

Porém, o que tem marcado esta administração, e talvez seja o motivo maior de tão elevado percentual de aprovação, é o conjunto harmônico de três virtudes que caracterizam a nossa atividade: o amor, a energia e o ideal. O amor pela odontologia, que nos faz enxergá-la como a prioridade maior, defendê-la sempre, em todos os instantes, procurando ressaltar a sua importância como profissão e manter permanentemente o seu prestígio na sociedade. A energia, para obter resultados, exigindo trabalho e dedicação, avaliar o mérito e separar o demérito, dar a cada um o que é justo, respeitar a todos por igual. O ideal de fazer, de organizar, de estar sempre presente, de sacrificar boa parte do tempo do seu consultório, se necessário, mas jamais descuidar do zelo pelo nosso Conselho Regional de Odontologia.

É isso que nos congrega, que nos une e que nos irmana. A finalidade da nossa autarquia, que neste mês de abril completou 41 anos de existência, é principalmente fiscalizar o exercício profissional e supervisionar a ética no relacionamento dos profissionais entre si, com seus clientes e com a sociedade em geral.

Antes de assumirmos pela primeira vez a Presidência, só existia a sede central na Av. Paulista e a subsede da Av. Pacaembu. E hoje, além dessas, possuímos 43 seccionais na capital e no interior para descentralizar o Crosp.

Mas não nos contentamos em cumprir somente as obrigações principais. E fomos estendendo o conceito de defesa da odontologia e dos que exercem legalmente, ocupando espaços e fazendo valer a representatividade que o exercício do cargo exige de nós.

Vale relembrar a distribuição de dois vídeos com cerca de 13 mil cópias sob saúde bucal, que foram exibidos para seis milhões e cem mil escolares da capital e interior pela Secretaria de Educação do Governo do Estado. Tais vídeos são repassados anualmente para novos estudantes, aumentando cada vez mais o número daqueles que irão cuidar melhor dos seus dentes, da sua boca e do seu sorriso.

Desenvolvemos programas de marketing da profissão com um concurso de slogan, cartazes e painéis. E agora espalhamos por todo o estado, imensos outdoors de 200 metros quadrados: “A saúde começa pela boca, consulte um cirurgião dentista”. Eles estão nas principais estradas do Estado de São Paulo, levando a mensagem para 131 milhões 784 mil viajantes/ano.

Para a população foi desenvolvido um programa de prevenção e diagnóstico precoce do câncer bucal, que só na capital atendeu cerca de 11 mil pessoas, e em seguida desenvolveu-se para outras cidades, sendo que a primeira foi Santos.Depois Jacareí, Taubaté, Mogi das Cruzes, Rio Claro, Avaré, Araras, Catanduva, Fernandópolis, Franca, Presidente Prudente, Ribeirão Preto e São José dos Campos. Restabelecemos o seguro de vida e invalidez para todos os inscritos no Crosp, quites com a anuidade, também gratuito.

Não poderíamos deixar de citar os dois grandiosos programas: a saúde bucal, que já realizamos por dois anos, sendo que no do ano passado foram apresentados cinco milhões 101 mil e 892 trabalhos nas escolas estaduais de ensino fundamental do Estado de São Paulo, e colaborado graciosamente 5307 cirurgiões dentistas como voluntários, bem como os 210 mil professores das escolas. Graças à parceria com o Bradesco, obtida através do idealismo do seu Presidente do Conselho de Administração, Dr. Lázaro de Melo Brandão, foram distribuídos 191 mil e 600 reais em prêmios.

Fizemos parceria com a Unesco, Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, o que veio universalizar nosso programa que será difundido a outras nações, em que teremos intercâmbio permanente de nossas atividades que instruam os jovens sobre a importância de cuidar da saúde bucal para manter a saúde geral, pois, como sempre apregoamos, a saúde começa pela boca.

Temos sido rigorosos no cumprimento dos dispositivos do Código de Ética e abrimos luta contra alguns convênios odontológicos, agindo junto à fiscalização e aos órgãos reguladores da atividade.

Lutamos também pelo reajuste das tabelas de procedimentos odontológicos, ainda não satisfatoriamente resolvido. E também no Ministério da Educação continuamos a contestar a criação indiscriminada de faculdades de odontologia sem um mínimo de condições para um ensino sério. Rejeitamos, graças a um trabalho muito bem desenvolvido, a criação de tecnólogos com curso reduzido de dois anos, que afinal não seriam nem técnicos, nem cirurgiões-dentistas.

Fomos sempre cobrados pela classe bastante politizada. Mas ela reconhece quando a administração age com competência, com responsabilidade e respeito, demonstrando sempre sua confiabilidade através do voto, seja em que âmbito for.

No interesse de cada um dos inscritos o Crosp tem impetrado e ganho liminares em mandados de segurança contra abusos das autoridades, como aumento de impostos e taxas que onera principalmente a classe média formada pelos profissionais liberais.

Enfim, sempre que solicitado a agir, o Crosp enfrentou a luta de maneira firme, incisiva em defesa da classe. Impedimos na Justiça, em 2003, que os cirurgiões-dentistas e os técnicos de próteses dentárias tivessem na capital um aumento abusivo do ISS de 289% e 589 por cento. Os profissionais pagaram 220 reais, e não 600 reais e 1.200 reais, como queria a prefeitura de então. Entramos com ações e obtivemos êxito em Santo André, Ribeirão Preto e Atibaia.

Fizemos um trabalho acelerado. As finanças estão sempre em dia. Atendemos a solicitações. Trabalhamos com total transparência e jamais deixamos de enfrentar as dificuldades. Tais atitudes foram aprovadas pelos colegas que nos reconduziram à diretoria da entidade.

Dentre os projetos concluídos, queremos ressaltar a fluoretação das águas para consumo no restante dos 118 pequenos municípios do Estado não servidos pela Sabesp. O Governador Geraldo Alckmin, em boa hora, e o Secretário da Saúde, Dr. Barradas, sentiram, e é sempre importante recordar que graças ao Projeto de lei 457, de 1º de dezembro de 1976, que apresentamos neste mesmo plenário, e que mais tarde foi por conveniência, ipsis litteris, promulgado em forma do Decreto 10.330, de 13 de setembro de 1977, pelo Poder Executivo, e está ainda hoje em vigor, que possibilitou o êxito da implantação do sistema para os outros 396 municípios atendidos pela Sabesp.

Entre nossas novas metas, queremos nos referir também a ampliação das equipes de saúde bucal, do programa da saúde da família, e para tal fizemos parceria com a coordenadoria nacional de saúde bucal do Ministério da Saúde para a maioria dos municípios paulistas, o que é hoje a medida mais factível para a universalização do atendimento odontológico da população mais necessitada, e com isso aumentar o mercado de trabalho dos cirurgiões-dentistas. Desta forma, estaremos valorizando a odontologia, mas acima de tudo, beneficiando a população.

Não poderíamos terminar sem fazer menção e publicamente agradecer o trabalho valioso, dedicado e profícuo prestado pelos conselheiros que deixam o Conselho, substituídos por outros jovens líderes, para a renovação constante da entidade.

Para homenageá-los com o diploma do nosso agradecimento, que será dentro de alguns instantes entregue pelo Presidente da Mesa ao Professor Dr. Rubens Corte Real de Carvalho, à Dra. Leila Viana e ao Dr. Nelson José Modesto Guidio.

A presença nesta cerimônia do colega cirurgião-dentista, ex-Deputado Federal, ex-Deputado Estadual, Ministro Presidente do Tribunal de Contas da União, Dr. Adylson Motta e de tantas outras autoridades de elevada posição e grande gabarito intelectual, é uma grande honra para nós.

Destaco também o extraordinário apoio que tivemos dos nossos colaboradores diretos, dos delegados e membros das seccionais, dos cirurgiões-dentistas, dos técnicos de próteses, do comércio, da indústria, dos funcionários, também de todas as autoridades citadas no início desta sessão. A todos os nossos mais sinceros agradecimentos pela presença, que nos dignifica e orgulha.

Neste instante, quero agradecer à minha querida esposa, Lenita e aos meus queridos filhos Gustavo e Renata, pela compreensão que sempre tiveram com as minhas ausências. Eles conhecem a importância deste ideal que sempre norteou a minha vida e a satisfação que traz o trabalho em favor da minha classe. Eu agradeço a compreensão e o estímulo que sempre me deram.

Os conselheiros hoje empossados assumem o compromisso público de jamais esmorecer na defesa dos legítimos interesses da classe odontológica, de lutar pela saúde da população, ser fiel aos seus compromissos, agir sempre com honestidade, respeito e patriotismo.

Colegas, somente unidos conseguiremos colocar a odontologia na posição que ela merece, com o respeito e a admiração de todos. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - MILTON FLÁVIO - PSDB - Anunciamos também a presença do Dr. Pedro Orlando Petrere Júnior, vice-Presidente do Sindicato dos Odontologistas do Estado de São Paulo; Dra. Luci Dalva Lopes Mauro, Presidente da Academia Joaquim José da Silva Xavier e da Associação Brasileira das Odontólogas; Dr. Fernando Seiji Maekawa, Presidente da APCD, de Mogi das Cruzes; Dr. Francisco Ângelo Biagioni, Presidente da APCD, de São Bernardo e Diadema e Dra. Vera Terra, delegada internacional do Cronom.

Como foi anunciado pelo Presidente Emil Razuk, faremos agora a entrega de diplomas de reconhecimento aos ex-Conselheiros Dra. Leila Viana, Dr. Rubens Corte Real de Carvalho e Dr. Nelson José Modesto Guidio.

 

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- É feita a entrega dos diplomas. (Palmas.)

 

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O SR. PRESIDENTE - MILTON FLÁVIO - PSDB - Solicitamos ao Dr. Emil Razuk que faça, neste momento, a outorga da medalha e comenda Tiradentes, a maior láurea oficial da odontologia paulista ao Professor Dr. Alfredo Reis Viegas, in memorian, neste ato representado pelo vice-Diretor da Faculdade de Saúde Pública, Prof. Dr. José Maria Pacheco de Souza.

 

O SR. EMIL ADIB RAZUK - O Professor Alfredo Reis Viegas foi o primeiro cirurgião dentista brasileiro a obter o título de master em saúde pública pela Universidade de Michigan, isso em 1952. Juntamente com o Professor Mário Chaves, ele instituiu o curso de dentista sanitarista. Ele foi catedrático pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, em 1968; escreveu o livro “Odontologia Preventiva”; foi vice-Diretor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo; chefe do Departamento de Prática de Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Na parte associativa, foi duas vezes Presidente da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas; Presidente da União Odontológica Brasileira, ele que transformou em Associação Brasileira de Odontologia; foi um líder inconteste da odontologia e foi perito da Organização Mundial da Saúde. Nós nos consideramos alunos do Professor Alfredo Reis Viegas. Fico muito satisfeito pelo fato de que quem veio para receber a medalha foi o Professor José Maria, que é o vice-Diretor da faculdade, uma pessoa extraordinária, que conhecemos muito tempo, e que respeitamos. Portanto, é com muita honra que neste instante passo a medalha e a comenda Tiradentes, in memorian, do Professor Alfredo Reis Viegas ao Professor José Maria. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da medalha. (Palmas.)

 

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O SR. JOSÉ MARIA PACHECO DE SOUZA - Em nome da família do Professor Alfredo Reis Viegas, em nome da Faculdade de Saúde Pública e em meu próprio nome, quero agradecer esta homenagem, que muito me toca, e que é muito merecida ao meu ex-professor e ao ex-colega também da faculdade. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - MILTON FLÁVIO - PSDB - Peço agora ao Dr. Emil Adib Razuk que faça a outorga da Medalha e da Comenda Tiradentes à Professora Dra. Wilma Alexandre Simões, professora de Ortopedia Funcional dos Maxilares, do curso de graduação da Unifmu.

 

O SR. EMIL ADIB RAZUK - A professora Wilma Alexandre Simões é especialista em disfunção têmporo mandibular e duro orofacial e em ortopedia funcional dos maxilares. Ela é mestra em morfologia aplicada à área de saúde pela Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal do Estado de São Paulo. Notório saber reconhecido pelo Conselho Científico da PCB e professora da escola de aperfeiçoamento profissional. Duas bibliotecas levam seu nome: o da Sociedade Paulista de Ortodontia e da Associação Brasileira de Odontologia da Bahia. Ela é membro titular da Academia Brasileira de Odontologia, ligação internacional das cinco academias do orofacial. É membro ativo da Academia americana de Duro Orofacial. Honorária da sociedade grega de ortodontia, aderente da sociedade francesa de ortopedia dentofacial, entre outras. Membro do corpo editorial de quatro revistas internacionais, duas nacionais, e é a atual diretora científica da revista internacional de ortopedia funcional dos maxilares, em português e em inglês.

Publicou mais de oitenta trabalhos, sendo também autora do livro Ortopedia Funcional dos Maxilares, através de reabilitação neuro-cruz, fundadora e coordenadora científica das Academias Brasileiras de Fisiopatologia Crânio Orocervical e Ibero Latino americano de Disfunção Crânio Mandibular e Dor Facial. Ministrou cursos e conferências, não só aqui no Brasil mas na Argentina, Chile, Colômbia, Venezuela, México, Estados Unidos, Espanha, Portugal, Bélgica, França, Grécia, Japão e Coréia, entre outros. É professora de Ortopedia Funcional dos Maxilares no curso de graduação da Universidade e da Faculdade de Odontologia das Faculdades Metropolitanas Unidas. É membro do Conselho da Academia América de Dor Orofacial, divisão de educação. Mas não só por isso, pelo trabalho que realizou para que realmente a ortopedia dento-maxilo-facial fosse uma especialidade reconhecida por todos e pelos conselhos, federal e regionais de odontologia.

Por isso, com uma honra muito grande que neste instante passo às mãos da professora Wilma Alexandre Simões a Medalha e a Comenda Tiradentes, que ela faz jus pelos trabalhos inestimáveis que realizou em prol da odontologia e em prol da população.

 

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- É feita a entrega da medalha.

 

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A SRA. WILMA ALEXANDRE SIMÕES - Quero dizer em um minuto, se possível, que é difícil uma emoção ser expressa em palavras. Momentos inesquecíveis são difíceis de se transmitir em palavras.

Estamos em São Paulo onde nasci e onde fui muito feliz. Temos um Conselho Regional de São Paulo, que é um suporte para qualquer anseio da classe. Temos a representação de autoridades aqui, a representação de um público muito querido e quero dizer a vocês que este prêmio não é meu. Este prêmio é de todos aqueles que participaram de uma luta através dos anos, para que a odontologia avançasse nos sinais verdes internacionais e que cada vez mais a gente possa estender nossos braços até a educação ao social. Quero, nesta noite, dizer que se não fosse família, colegas, amigos e todos vocês, este prêmio não teria sentido. Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - MILTON FLÁVIO - PSDB - Peço que o Dr. Emil Adib Razuk faça agora a entrega da Medalha e da Comenda Tiradentes ao Dr. Jairo Corrêa, Presidente da Sociedade Paulista de Ortodontia.

 

O SR. EMIL ADIB RAZUK - Os colegas conhecem bem o Dr. Jairo Corrêa. Ele se formou cirurgião dentista pela Universidade Federal do Paraná, quando era Faculdade de Medicina e de Odontologia. Mestre em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo; sócio honorário da Associação Odontológica Argentina; membro honorário da Força Aérea Brasileira; acadêmico da Academia Brasileira de Odontologia. Recebeu, na Câmara Municipal de São Paulo, a Medalha Anchieta. Foi fundador da Sociedade Paulista de Ortodontia; presidente da Sociedade Paulista de Odontologia. Foi, durante dois mandatos, presidente da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas e, por dois mandatos, presidente do Sindicato dos Odontologistas do Estado de São Paulo; ex-presidente da Federação Nacional dos Odontologistas; presidente atual da Sociedade Paulista de Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares.

Fez o prefácio de quatro livros de odontologia. Recebeu, na Câmara Municipal de São Vicente, o troféu Martin Afonso de Souza. Tem nome nos auditórios dos Sindicatos dos Odontologistas do Estado de São Paulo, ABCD de Franca, e ABCD de Araraquara. Foi presidente de vários congressos e hoje é presidente da Sociedade Paulista de Ortodontia. É realmente um líder inconteste, batalhador e que realmente dignifica a classe odontológica paulista brasileira. Com satisfação e com orgulho, passo às mãos do Professor Jairo Corrêa a Medalha Tiradentes e o Diploma da mesma comenda.

 

O SR. JAIRO CORRÊA - Muito emocionado, honrado e feliz, desejo dividir esta homenagem com todos os cirurgiões dentistas do país, desde o mais humilde, até o mais poderoso. Dividir com os meus familiares na pessoa da minha esposa Ionice Dalva e agradecer de coração, de alma, a este grande companheiro, líder da odontologia nacional, Emil Adib Razuk, que, ao lado dos seus companheiros do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo, tem demonstrado a grandeza e o que representa a nossa odontologia. Muito obrigado a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - MILTON FLÁVIO - PSDB - Peço agora que o Dr. Emil Razuk faça a entrega da Medalha e Comenda Tiradentes ao professor Gilberto Alfredo Pucca Júnior, coordenador nacional de saúde bucal.

 

O SR. EMIL ADIB RAZUK - O professor, Dr. Gilberto Alfredo Pucca Júnior, é professor da cadeira de Odontologia em Saúde Coletiva da Universidade Estadual de Maringá, Paraná. Mestre em Epidemiologia da Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo. Cirurgião dentista sanitarista pela Universidade de São Paulo. Iniciou seu curso de odontologia em Araçatuba e terminou o curso na Universidade Castelo em 1986. Coordenador nacional de saúde bucal do Ministério da Saúde que, pela primeira vez no Brasil, estabeleceu-se como prioridade da pasta a saúde bucal.

O Programa Brasil Sorridente conta com centro de especialidades odontológicas, com laboratórios de próteses dentárias, ampliação de equipes de saúde bucal no Programa Saúde da Família, proporcionando atendimento odontológico à população mais carente. É realmente um dirigente que está dando à odontologia e, principalmente à população mais necessitada, um atendimento digno de ser enaltecido.

É com muita honra que quero, neste instante, passar às mãos do Professor Gilberto Alfredo Pucca Júnior, o diploma e a Comenda Tiradentes, láurea do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo. (Palmas.)

 

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É feita a homenagem.

 

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O SR. GILBERTO ALFREDO PUCCA JÚNIOR - Prezados colegas, familiares, amigos presentes, autoridades nominadas, prezado amigo Emil Razuk, como já foi dito, resumir em um minuto a emoção que sentimos é uma tarefa árdua. Acho que é mais fácil coordenar o Ministério da Saúde.

Quero sinceramente, de coração, agradecer esta lembrança. Sinto-me muito honrado. Primeiro, por compartilhar este momento com colegas tão importantes que estão sendo homenageados. Segundo, por estar representando uma determinação expressa que recebi do nosso Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Tudo o que temos feito no ministério não é nem um milímetro a mais do que nos foi determinado em 1º de janeiro de 2003.

Terceiro, por estar numa Casa Legislativa que dentre tão importantes colegas parlamentares que se fazem presentes, por questão de honestidade eu também tenho de agradecer o Deputado Estadual, Carlos Neder, que em 1988 nos abriu as portas para implementar o germe que hoje se transformou no Programa Nacional de Saúde Bucal.

Por fim, quero agradecer ao Emil Razuk, de um país que, infelizmente, guarda memórias não tão boas. Mas você, por todo canto que passou, por todos os cargos que exerceu a sua função pública, sempre levou não apenas a odontologia, mas o anseio do povo brasileiro, o anseio da representação parlamentar, o anseio da representação da nossa classe e dignificou tudo o que estamos fazendo hoje. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - MILTON FLÁVIO - PSDB - Assistiremos agora a apresentação dos tenores, com a música Amigos para Sempre, de Andrew Lloyd Webber.

 

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- É feita a apresentação do número musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - MILTON FLÁVIO - PSDB - Agradecemos a brilhante participação dos tenores.

Agora teremos uma homenagem especial ao cirurgião dentista Ministro Adylson Motta, Presidente do Egrégio Tribunal de Contas da União.

 

O SR. EMIL ADIB RAZUK - Senhoras e senhores, Sr. Presidente da Mesa, nobre Deputado Milton Flávio, a vida nos apresenta momentos singulares, momentos realmente emocionantes. Ontem, cheguei de viagem e a maior parte daquilo que falamos, redigimos hoje.

Quero falar da homenagem especial que vamos fazer a esse homem público que representa realmente com dignidade a administração pública neste País, quer como Secretário de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul, quer como Deputado Estadual por duas legislaturas no Rio Grande do Sul, quer como Deputado Federal por três legislaturas na Câmara Federal, atingindo o cargo de 1º vice-Presidente da Câmara Federal. Quando da sua designação para ministro do Tribunal de Contas, havia três candidatos - um deles era um ex-ministro de estado. E a votação do Deputado Adylson Motta suplantou a soma dos dois outros.

Isso demonstra o reconhecimento pela retidão, pelo caráter extraordinário, pela posição ilibada desse homem público, Deputado Adylson Motta, hoje Ministro do Tribunal. Depois de ser vice-Presidente atinge a Presidência do Tribunal de Contas da União.

Tenho o prazer de conviver há quase 30 anos com este extraordinário homem público, que enalteceu o Parlamento do Rio Grande do Sul, enalteceu a Câmara Federal. E hoje ele vem receber uma homenagem especial do Conselho Regional de Odontologia, já que a láurea de Tiradentes ele já recebeu, que é a maior láurea.

Mas, não podíamos deixar, no ano em que ele assumiu a Presidência do Tribunal de Contas, de prestar uma homenagem a este que é um exemplo edificante de um homem que deveria ter todos os políticos neste País.

O Conselho Regional de Odontologia de São Paulo confere ao Exmo. Sr. Ministro Dr. Adylson Motta, cirurgião dentista e também bacharel em Direito, Presidente do Tribunal de Contas da União, este diploma de reconhecimento da classe odontológica paulista pelo seu notável desempenho como Secretário de Estado do Rio Grande do Sul, como Deputado Estadual, Deputado Federal e primeiro vice-presidente da Câmara Federal, ministro e presidente do Tribunal de Contas da União. Sua vida pública sempre ascendente, e seu comportamento sempre ilibado honram a classe odontológica, constituem um exemplo para nossa Pátria e motivo de orgulho da odontologia nacional.

São Paulo, 18 de abril de 2005. Luís Roberto Cunha Capela, Secretário. Emil Adib Razuk, Presidente.

Quero neste instante, Ministro, dizer que foi por unanimidade e de uma maneira prazerosa que apresentamos o nome de V.Exa. para receber esta homenagem, pois o Conselho Regional de Odontologia está homenageando um homem que dignifica a Nação brasileira. É com muita honra, Ministro, que neste instante passo-lhe às mãos este diploma, esta homenagem especial que representa de coração aquilo que sentimos e que representa aquilo que realmente a odontologia quer que todos os seus líderes sejam: um homem que seja exemplo edificante para todos nós. Muito obrigado, Ministro. (Palmas.)

 

O SR. ADYLSON MOTTA - Exmo.Sr.Deputado Milton Flávio, que preside esta Sessão Solene da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, Sr. Dr. Emil Razuk, Presidente do Conselho Regional de Odontologia, mais uma vez eleito - creio que é seu terceiro mandato à frente da nossa classe -, senhores representantes dos diversos órgãos aqui representados, Ministério da Saúde, Sr.Secretário da Saúde do Governo do Estado de São Paulo, meu prezado amigo Alckmin, que foi meu colega no Congresso Nacional e que hoje se faz representar aqui pelo seu Secretário, senhores homenageados, senhores conselheiros que hoje assumem nesta Casa, não preparei nada por escrito, como deveria, talvez. Mas não tomem isso como uma irreverência.

Considerem o seguinte: estou falando aos meus amigos, na minha casa. E digo isso pelo seguinte: em 1957 - e lá já vão 48 anos - eu ingressava na Faculdade de Odontologia da Universidade do Rio Grande do Sul, no mês de março. No dia 9 de novembro eu ingressava no quadro de funcionários da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. São dois fatos que ocorreram no mesmo ano e que terminaram direcionando minha vida dentro de um projeto que nunca fiz, mas que as circunstâncias me levaram a realizar.

Formei-me em Direito em 1976, mas o que me levou à vida pública não foi o Direito, foi a Odontologia. Foi no centro acadêmico da Odontologia que iniciei minhas atividades políticas, e foi lá que tive minhas primeiras participações, também motivado pela minha atividade dentro de um parlamento.

Tenho grande carinho pelas casas legislativas. Quero dizer ao nosso Deputado, Presidente da Sessão, que passei a maior parte da minha vida dentro de casas legislativas. Desde 1957, como funcionário, como Deputado estadual, como Deputado federal e hoje trabalho num órgão que, embora não sendo subordinado, tem um grande vínculo, pois constitucionalmente é obrigado a prestar auxílio ao Congresso Nacional, que é o Tribunal de Contas.

Quero dizer que toda a minha vida está voltada para a atividade política. Um dos instrumentos que me levaram a isso foi, sem dúvida, o exercício da Odontologia. Hoje estou sendo homenageado - num gesto de extrema generosidade -, não por notoriedade profissional, mas por ser alguém que de alguma forma, de uma maneira até singular, levado pelas circunstâncias, fez uma carreira política.

Sou um grande admirador da atividade política. Num momento em que tanto se contesta a vida pública quero dizer que graças a Deus segui a carreira política, ainda que as circunstâncias tenham-me levado a isso. Não há nada melhor que ajudar os outros, cada um da sua maneira, cada um da sua forma.

Encontrei na atividade política o grande instrumento para ajudar os outros. E quem não gosta de fazer o bem para os outros? Sinto-me até absolvido de algumas falhas que tenha cometido no momento em que ajudo os outros. Foi esse instrumento que me proporcionou isso. A política me proporcionou o convívio com pessoas que jamais imaginei um dia conhecer, sentar ao lado, pessoas de notoriedade no nosso País.

Conheci chefes de estado de 40 países estrangeiros. Fui até distinguido pelo Michel Temer com a honra de saudar o Presidente da França. Saudei o Presidente da China no Congresso, o Presidente da Itália. Conheci príncipes, imperadores, presidentes, chefes de governo, chefes de estado. Tudo isso graças à atividade política.

Sou por isso extremamente grato. Quero dizer que considero as 27 assembléias, a distrital de Brasília e as 26 dos outros estados, o Congresso Nacional, e as 5.562 câmaras de vereadores que temos neste País as verdadeiras trincheiras onde estamos moldando aquele tipo de sociedade com que todos nós sonhamos, que é a sociedade democrática.

No momento em que as pessoas se revoltam contra os parlamentares, contra as casas legislativas, vou deixar só uma frase para reflexão, que não é minha, mas que retrata bem o que quero expressar. Quando se pergunta e se condena quanto custa um Congresso funcionando, se deveria perguntar quanto custa um Congresso fechado. O preço de um Congresso fechado estamos pagando até hoje: é uma geração inteira que deixou de formar lideranças políticas, principalmente nas universidades, que é o grande nascedouro da atividade política, o formador das lideranças. Um Congresso fechado é, portanto, muito mais caro que um Congresso funcionando. Essa é a resposta que se deve dar.

Um Congresso funcionando e uma imprensa livre são o sinal de que estamos respirando aquilo que tanto motivou nosso patrono que foi a liberdade. Se existe liberdade, existe democracia. Um parlamento funcionando é sinal de democracia. Uma imprensa livre também. Atribui-se a Thomas Jefferson a frase: “Entre um governo sem jornais e jornais sem governo, eu optaria pelo segundo.” Vejam o valor que ele dava à liberdade.

Poder lutar por essas coisas dá sentido à nossa vida. Sempre tive um grande orgulho em ser parlamentar e em ser político. O que acontece é que ainda somos muito jovens na política. Nossa democracia, desde a redemocratização, tem 17 anos. Tivemos outro período de 18 anos, de 46 a 64. O maior período contínuo de liberdade de imprensa que tivemos no Brasil foi no Segundo Império, por incrível que pareça, quando Dom Pedro II era constantemente criticado. Havia jornais com sátiras diárias contra o Imperador. Mas nunca ele tomou qualquer atitude no sentido de cercear a liberdade de imprensa.

Vejam então que temos altos e baixos na nossa sociedade. Mas nossa luta agora é construir uma sociedade democrática. Esse é o grande objetivo. Todos nós queremos isso, porque não há nada mais importante - e também é de Thomas Jefferson esta citação - que os três direitos inalienáveis do homem: o direito à vida, o direito à liberdade e o direito à busca da felicidade.

A liberdade é um valor fundamental que nos move na atividade política. Sei que a política tem todo o tipo de mazelas, todos os erros, como dizia Winston Churchill, todos os defeitos da democracia. Pena que não inventaram nada melhor até hoje. Essas coisas nos dão sentido. Sei que no Congresso Nacional existe todo tipo de máculas e defeitos, mas aquilo é o retrato do Brasil. Um Congresso diferente daquele não seria uma representação autêntica do que é o Brasil. Temos as nossas manchas, os nossos defeitos, isso é transposto para as casas representativas. Se um segmento tem problemas, vai escolher alguém que tenha alguma identidade com eles e evidentemente essas mazelas são transpostas para o Congresso. O maior retrato de uma sociedade é seu parlamento. Se eles não funcionam, o menor culpado é o eleito; o maior culpado é o eleitor, que escolheu mal. O que precisa é mudar as regras das eleições, dos partidos políticos, dar mais seriedade à atividade para que todos nós possamos ter orgulho de pertencer à classe política. Isso não é uma exclusividade do Brasil, em todo o mundo existe esse tipo de crítica em maior ou menor intensidade.

Mas quero dizer que nunca tive um projeto político na minha vida. Apenas tive a sorte de trabalhar na Assembléia Legislativa, conhecer pessoas de bem e ocupar cargos políticos, um deles como Secretário de Saúde substituto do Rio Grande do Sul. Na Secretaria da Saúde, foi realizado um dos maiores trabalhos de saúde pública a que o Brasil assistiu. Quando era Secretário da Saúde, um colega cirurgião-dentista, Dr. Jair Soares, ganhou notoriedade sendo inclusive escolhido Ministro da Previdência pelo trabalho realizado na Secretaria da Saúde e graças ao conjunto de técnicos que conseguimos reunir, a maioria dos quais acabou indo para a OPAS, Organização Pan-Americana da Saúde, em Washington, ditando as regras de saúde pública para a América, como foi o caso do Dr. Clóvis Heitor Tigre, que dirigia as ações epidemiológicas na América Latina, como foi o Dr. Osanai, que trabalhou no Banco Mundial num dos problemas de saúde, Dr. Mauro, Dr. Cláudio Silveira, Dra. Janete e outros tantos trabalhando em Washington prestando assessoria.

Pois essa gente comandou um programa e aquilo que o Ministro José Serra tentou fazer aqui há cinco anos, aquelas campanhas de prevenção, que são uma coisa muito esquecida na saúde pública - cuida-se muito de hospitalização, de cura, mas se esquece o fundamental, a prevenção. Fizemos um programa de prevenção contra todas as doenças transmissíveis passíveis de serem controladas através de agentes imunizantes. Vacinou-se, pela primeira vez no Brasil, em massa, contra a tuberculose via BCG intradérmico no Rio Grande do Sul, porque até então se dava aquela gotinha que é totalmente inócua e não tinha efeito nenhum. Só se matriculava no grau criança que apresentasse o atestado de vacina com BCG intradérmico que importamos da Europa. Fez-se uma vacinação maciça contra a rubéola que todos consideravam uma doença benigna, sem maiores conseqüências, quando na verdade uma mãe que adquire rubéola durante a gravidez vai ter filho com problemas seriíssimos, como microcefalia, cegueira e outros.

Vacinou-se contra todas as doenças transmissíveis e se terminou com a indústria da internação da tuberculose, quebramos esse tabu no Rio Grande do Sul apenas seguindo as regras determinadas pela Organização Mundial da Saúde, sem inventar nada. Produziram-se os fármacos para tratar a tuberculose, se desmistificou a história de que a tuberculose teria de se diagnosticada através de exames de raios X, quando se mostrou que um exame de escarro seria suficiente. Fez-se uma distribuição de laboratórios regionais em todo o Rio Grande do Sul. Fez-se campanhas de prevenção contra o câncer de colo de útero e de mama, uma doença que ceifa milhares e milhares de vidas no mundo inteiro e pode ser evitada com a simples informação de que se a mulher fizer exame de seis em seis meses, não vai morrer de câncer de colo de útero, pois se detectada precocemente é 100% curável.

O sucesso do programa de saúde no Rio Grande do Sul foi tão grande que todos os políticos queriam que alguém da Secretaria da Saúde fosse candidato a Deputado. O candidato natural seria o Dr. Jair Soares, que comandou todo esse programa. Ele se recusou, não quis concorrer porque queria continuar mais quatro anos na Secretaria e acabou estourando nas minhas costas. Fui para a campanha faltando dois meses, faltaram mil e poucos votos para me eleger. Naquele momento, tomei a decisão de seguir a carreira política, porque a derrota em si é uma lição espetacular desde que se saiba assimilá-la. A partir daí por cinco vezes consecutivas, sem problema nenhum, elegi-me sem dinheiro, porque nunca aceitei a compra de votos. Acho que o voto é uma arma que o eleitor tem para defender seus interesses escolhendo as pessoas que acha merecedora da sua confiança. Não tenho dinheiro e não colocaria dinheiro meu em campanha política. Consegui o milagre de me eleger cinco vezes.

Acho que Deus foi extremamente generoso comigo porque fui fruto de circunstâncias. Sem dúvida alguma, a odontologia foi o grande instrumento que me mostrou o caminho e me levou a essa militância.

Por isso que digo que quando venho aqui venho de coração aberto, tranqüilo, estou em casa. Estou numa casa legislativa, estou falando aos meus colegas dentistas. Não quero contestar os elogios do Razuk, como diz um amigo meu, seria negar a inteligência e criatividade de quem consegue tirar tanto de tão pouco. Não vou lhe negar esse direito. Uma coisa, eu aceito. Fui eleito, tive todas essas caminhadas, mas nunca me esqueci da minha condição de cirurgião-dentista. Embora tenha deixado de exercer a profissão, nunca deixei de ter esse reconhecimento. Quando eleito constituinte e depois reeleito Deputado federal, fui vice-Presidente da Câmara, fui o primeiro Deputado a ser vice-Presidente do Congresso Nacional, fui vice-Presidente no Congresso revisor da Constituição.

Tive a oportunidade de fazer alguma coisa pela minha classe. Uma delas foi ter apresentado um Projeto de lei que terminou com um tormento que estava praticamente inviabilizando o exercício da odontologia, o imposto de renda. Voltou-se ao livro-caixa e se aprovou a lei. Confesso a vocês, uma lei de certa forma inconstitucional, mas tal era a carga de justiça que levava no seu bojo que não foi vetada, pelo contrário, foi sancionada no dia 27 de dezembro de 1989, pelo então Presidente José Sarney, com o auxílio de Francisco Dornelles, que trabalhou junto à Receita Federal para não haver o veto, e José Richa, Senador, colega nosso no Senado Federal. Aprovamos essa lei. Acho que foi uma contribuição que consegui dar, até para justificar todo esse carinho com que sou sempre aceito na classe odontológica.

A outra luta teve seu quartel-general aqui em São Paulo, onde o Emil Razuk comandou junto com alguns políticos uma luta muito grande para dar apoio aos nossos colegas cirurgiões-dentistas, que baseados num acordo internacional bilateral Brasil-Portugal, foram embora para Portugal na busca de uma oportunidade de trabalho que o acordo lhes ensejava. Lá chegando, tiveram uma série de adversidades, inclusive de uma forma muito agressiva por parte dos nossos colegas portugueses. Então, o governo português, dominado por um lobby de cirurgiões-dentistas de Portugal, rejeitava a participação dos nossos colegas no trabalho. poderiam trabalhar se pagassem um percentual para um dentista de lá para que não o denunciasse. Isso foi dito na televisão portuguesa e tive a oportunidade de falar lá junto com o Cardoso Alves, que era Deputado aqui de São Paulo,o Dr. Diogo e o José Lourenço. Em função disso fui três vezes para Portugal. Uma vez fui na quinta-feira e voltei no sábado. Fiquei apenas um dia porque tinha cinco audiências com os líderes da Assembléia Nacional.

Conseguimos vencer. A proposta que fizemos no primeiro dia levou três anos para que os portugueses aceitassem, mas a verdade é que conseguimos. O grande problema é que os clientes de lá ao chegar diziam que queriam consultar com o dentista brasileiro e isso doía muito nos portugueses. Os dentistas portugueses diziam que estudavam seis anos na faculdade e aqui são quatro anos. Eu dizia-lhes que a culpa não era nossa se aprendíamos em quatro anos o que eles levam seis anos.

Eu até estava com uma certa rejeição por Portugal em função disso, mas depois as coisas foram superadas e voltamos à normalidade. Mas foi um momento que pude justificar a minha presença lá perante os meus colegas.

Não quero me alongar até porque não vim fazer discurso. Quero apenas dizer que recebo com grande satisfação esta homenagem. Digo que uma homenagem sensibiliza muito a quem recebe. É um gesto de carinho, é um gesto de reconhecimento, é um gesto de gratidão, é um gesto de simpatia. Por outro lado, ela engrandece a quem a presta porque mostra uma grandeza de alma, uma sensibilidade muito grande.

Assim, em nome disso, sou extremamente agradecido pela manifestação de carinho com que sou mais uma vez recebido aqui em São Paulo. Embora esteja numa atividade em que eu não possa prestar grande colaboração, estou sempre ao lado de vocês. Fico contente e divido com todos os meus colegas os poucos degraus que subi na minha vida. Mas sei que conto com o apoio de vocês e é justo que eu divida com vocês tudo aquilo que até hoje conquistei. Muito obrigado. (Palmas).

 

O SR. PRESIDENTE - MILTON FLÁVIO - PSDB - Queremos também anunciar a presença do Dr. Rubens Orlandi, presidente da Associação Odontológica da Prefeitura de São Paulo; do Dr. Luiz Lincoln Cristino Costa, presidente da APCD de Vila Sonia; Dr. Afonso Fernandes Rocha, secretário do CRO do Rio de Janeiro; Dr. Arlindo Liberatti, presidente do Conselho Regional dos Representantes Comerciais do Estado e do Sindicato dos Representantes Comerciais do Estado; José Luiz Negrinho, neste ato representando Dr. Luciano Atioli, presidente da ABCD.

Solicito ao Dr. Emil Razuk que faça a entrega de diplomas aos novos diretores e conselheiros: Doutores Luiz Roberto Cunha Capella, Francisco Couto Mota, Ideval Serrano, Cláudio Miyake, Neide Aparecida Sales Biscuola, Adriano Forgheri, Paulo César Saquy, Marco Antonio Manfredini, Roberto Adib Kaiaralla, Luiz Fernando Papaiaz, Maria Lúcia Zarvos Varellis, Marco Antonio Rocco, Eunice Cristina Gardieri, José Mário de Matto Baldo.

 

O SR. EMIL ADIB RAZUK - É com muita honra que os considero empossados como conselheiros do Conselho Regional de Odontologia. (Palmas).

 

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- É feita a entrega dos diplomas.

 

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O SR. PRESIDENTE - MILTON FLÁVIO - PSDB - Como Presidente desta Sessão Solene também terei a honra de fazer a entrega do diploma ao nosso grande amigo, grande conselheiro e, sobretudo, grande brasileiro Emil Razuk. (Palmas).

 

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- É feita a entrega do diploma.

 

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O SR. PRESIDENTE - MILTON FLÁVIO - PSDB -Teremos agora mais uma apresentação dos tenores Jorge Durian, Armando Valsani e Rubens Medina, com a música “Aquarela do Brasil”.

 

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- É feita a apresentação.

 

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O SR. PRESIDENTE - MILTON FLÁVIO - PSDB - Mais uma vez os agradecemos pela brilhante apresentação.

Esta Presidência concede agora a palavra ao Exmo. Sr. Luiz Roberto Barradas Barata, Secretário da Saúde do Estado de São Paulo, neste ato representando o nosso Exmo. Sr. Luis Roberto Barradas Barata, Secretário da Saúde do Estado de São Paulo, neste ato representando o nosso Exmo. Sr. Governador Geraldo Alckmin.

 

O SR. LUIZ ROBERTO BARRADAS BARATA - Boa-noite a todos. Inicialmente saúdo o Presidente desta sessão, Deputado Milton Flávio; o Ministro Adylson Motta, Ministro do Tribunal de Contas da União; Professor Emil Razuk, neste ato empossado Presidente do Conselho Regional de Odontologia do Estado de São Paulo; Professor Flávio Fava de Morais, nosso companheiro, Diretor Geral da Fundação Faculdade de Medicina; os presidentes de entidades; cirurgiões dentistas; profissionais de Saúde, senhoras e senhores, é uma grande alegria poder estar aqui hoje com vocês na posse da nova direção do Conselho Regional de Odontologia. Mas, Emil, hoje é uma alegria redobrada, porque é um dia em que vamos dar posse a um amigo. Vamos dar posse a um batalhador pela classe dos dentistas de todo o Brasil e do Estado de São Paulo.

A Secretaria da Saúde do Governo do Estado de São Paulo tem feito parcerias, nestes últimos dois anos, com o Conselho Regional de Odontologia. E hoje aproveito este momento para agradecer essas parcerias que nos permitiram, ao longo dos últimos dois anos, quando estive à frente da Secretaria da Saúde, poder fazer um trabalho tão profícuo com o Conselho Regional de Odontologia.

Em nome do Governador Geraldo Alckmin quero trazer um abraço afetuoso e desejar a todos os conselheiros muito sucesso na jornada que hoje iniciam.

Para encerrar, porque há um ditado popular que diz que “em festa de dentista, médico não deve abrir a boca”, gostaria de dizer a todos os cirurgiões dentistas presentes muito sucesso nessa caminhada. Contem com o Governo do Estado de São Paulo. (Palmas)

 

O SR. PRESIDENTE - MILTON FLÁVIO - PSDB - Como é praxe em situações como esta, é obrigação do Presidente da sessão fazer a última manifestação.

Confesso que quando fui designado pela Casa para presidir esta sessão, eu tinha certeza, Razuk, de que eu iria me emocionar. Mas o dia de hoje foi muito especial para mim. Primeiro, porque o Governador teve a felicidade de escolher para representá-lo um grande amigo, o nosso Secretário da Saúde, Dr. Barradas, até há bem pouco tempo, meu chefe.

Eu ainda me sinto aqui não como Deputado, mas como um colaborador dessa Secretaria. Eu até há bem pouco fui Superintendente do Iamspe e tive oportunidade de exercitar lá, talvez como o Ministro Adylson Motta, a sua primeira vocação, a vocação que me trouxe a esta Casa. Cheguei já passado algum tempo a esta Casa, cheguei ao Parlamento já com 47 anos de idade e exatamente porque tinha uma história, tinha um passado de administrador público na área da Saúde.

Fui diretor do Hospital das Clínicas de Rubião Júnior, da Unesp. Fui Secretário da Saúde. Fui membro da nossa comissão bipartite e sempre tive no ex-Secretário Guedes e no ex-Secretário Dr. Barradas ícones e bússolas a serem seguidos. Fico muito feliz, Barradas, que tenha sido você a pessoa designada para representar o nosso Governador no momento em que São Paulo comemora uma gestão prolongada de qualidade na área da Saúde e da qual você sempre fez parte.

Fico feliz de encontrar aqui comigo, de novo, o Professor Flávio Fava, homem que é uma legenda de competência, uma legenda de lealdade e de obstinação na condução da vida acadêmica da nossa universidade pública, particularmente da USP.

Fico feliz de encontrar o ministro Adylson Motta, um homem que não se envergonha de continuar sendo político e de estar aqui, Razuk, homenageando um cidadão brasileiro que há muito tempo vem colaborando conosco. O Razuk é um cirurgião dentista que não perde a oportunidade de, em cada programa político, não importa de que partido, não importa de que governo, colocar a saúde bucal como carro-chefe de qualquer campanha de Saúde ou de qualquer programa de Saúde em nosso Estado, em nosso País.

Foi muito importante que pudéssemos ter a oportunidade hoje, Razuk, de reencontrar velhos amigos. Enquanto via a reação da platéia aos nossos tenores, eu me lembro do meu filho me provocando em casa. Eu tenho um filho que é cirurgião dentista formado em Bauru. Diz ele que, formado pela melhor Faculdade de Odontologia da América Latina - e quem sou eu para desmentir meu caçula - todo político gostaria de ser um dentista para ter a sua platéia, primeiro, calada e de boca aberta. Mas eu descobri que não precisa ser dentista. Pode ser tenor, porque realmente eles hoje foram a unanimidade.

Gostaria de deixar registrado que eu também tenho muito orgulho de ser Deputado, porque eu também tive oportunidade, com o apoio do Barradas, do Flávio Fava, de aprovar leis nesta Assembléia que hoje são programas nacionais.

No próximo sábado estaremos lançando mais uma campanha de vacinação do idoso. A imensa maioria das pessoas comemora a sua existência. Mas o que ninguém sabe é que ela é uma lei deste Deputado e que o Estado de São Paulo foi o primeiro a aprovar uma lei dessa natureza, garantindo um programa no Brasil que salva milhares de vidas todos os anos.

Foi também nossa a lei pioneira - talvez única no Brasil - que garante em São Paulo o diagnóstico precoce do câncer de próstata, patologia que infelizmente continua matando sobretudo em outros estados que não têm essa lei, que foi aprovada pelo nosso Governo e que garante em São Paulo esse diagnóstico de forma gratuita.

Sou professor de Medicina, sou professor de Urologia, mas tenho certeza absoluta, Ministro, de que com essas duas leis salvei muito mais vidas do que salvaria ou do que posso continuar salvando como médico, porque continuo médico, continuo exercendo minha profissão. Mas eu jamais salvaria tantas vidas como eu pude salvar com estas leis.

Portanto, acredito muito na política. Estou na Assembléia por acreditar nela. Mas não me arrependo não. Também não tenho dinheiro. Talvez seja por essa razão que por duas vezes bati na trave. Continuo perseguindo como suplente agora no exercício das minhas duas profissões.

De fato esta é a Casa da democracia. Não existe nada que valha mais do que um dia de liberdade. Temos hoje duas razões para estarmos aqui: para dar posse ao novo Conselho e para homenagear Tiradentes, que no passado exerceu essa profissão e que por conta do segundo quinto imolou a sua vida na busca da liberdade, antecipando em muitos anos a liberdade que sem ele seguramente seria muito mais tardia.

Diria que hoje a derrama continua acontecendo no nosso País. E é bom ver entre os cirurgiões dentistas ícones dessa luta. Vocês continuam como Tiradentes, lutando para que a derrama pare um dia.

Um grande abraço a vocês. Parabéns por este dia. Parabéns por terem lideranças como essas que foram aqui hoje homenageadas. Parabéns por poderem ter o orgulho de ter um ministro que pode, não ao final da sua vida, mas depois de tantos anos, ter o orgulho de ser um político reto, num País onde pelo menos o que se anuncia, o que se divulga, são poucos. Mas aqueles que têm hoje maior divulgação são exatamente os políticos que nos envergonham a todos.

Neste momento, já tendo esgotado o objeto da presente sessão, antes de encerrá-la, quero agradecer a presença de todas as autoridades, aos funcionários desta Casa, sem os quais não teríamos uma solenidade tão brilhante como a que hoje aqui se realiza.

Convidamos, em nome do Professor Razuk, a todos os senhores para um coquetel no Hall Monumental, oferecido pela Caixa Econômica Federal.

Está encerrada a presente sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 22 horas e 33 minutos.

 

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