03
DE MARÇO DE 2009
016ª
SESSÃO ORDINÁRIA
Presidentes: MARCOS MARTINS, OLÍMPIO GOMES, ANDRÉ
SOARES e EDSON FERRARINI
Secretário:
OLÍMPIO GOMES
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
001 - MARCOS MARTINS
Assume a Presidência e abre a sessão.
002 - MILTON FLÁVIO
Comenta as demissões de 4.200 funcionários da
Embraer. Afirma que a empresa é a maior empregadora de sua região, Botucatu.
Questiona o fato de o Presidente Lula comprar avião da Airbus, em vez de
adquirir equipamento da empresa brasileira, competitiva na esfera
internacional. Diz esperar que companhias aéreas brasileiras comprem aeronaves
da empresa.
003 - CARLOS GIANNAZI
Argumenta que o Governador José Serra não respeita a
data-base do funcionalismo em 1º de março. Tece considerações sobre o reajuste
da categoria. Combate a concessão de bônus aos professores, e propõe que seja
dado aumento real.
004 - OLÍMPIO GOMES
Discorre sobre a data-base do funcionalismo
estadual, no que tange aos policiais militares. Afirma que o Governador José
Serra não cumpre certas leis e não regulamenta projetos. Considera irrisórios
os vencimentos de professores da USP. Recorda a votação do orçamento. Relata
visita à cidade de Mococa, na última sexta-feira, em encontros preparatórios
para mobilização de policiais militares, que deve ocorrer nesta Casa.
005 - CONTE LOPES
Elogia o trabalho da Polícia Militar que, no
entanto, não encontra respaldo junto ao Executivo. Cita caso de roubo a
edifício do bairro de Perdizes, quando foi morto um integrante do PCC.
Questiona o fato de marginais saírem das cadeias. Afirma que a Polícia prende
os marginais, que terminam soltos pela Justiça.
006 - OLÍMPIO GOMES
Assume a Presidência.
007 - MARCOS MARTINS
Lê e comenta carta de professor, com explanação
sobre as dificuldades enfrentadas pela categoria.
008 - JOSÉ
BITTENCOURT
Justifica a necessidade de serem deliberados
projetos, antes da eleição da nova Mesa Diretora, em 15 de março. Destaca,
entre eles, o que trata da Represa Billings, o que trata das Políticas
Climáticas, o PLC 43/05, relativo aos servidores da Justiça e o relativo ao
Tribunal de Impostos e Taxas.
009 - DONISETE BRAGA
Faz convite para seminário sobre poluição veicular,
dia 04/03, nesta Casa. Cita questões relativas à venda de combustível
adulterado. Fala da criação de termo de conduta sobre a redução do enxofre na
atmosfera.
010 - ANDRÉ SOARES
Assume a Presidência.
011 - HAMILTON PEREIRA
Faz abordagem sobre a tramitação do PL 183/08, que
trata da Carteira Previdenciária dos Advogados do Ipesp, e as mudanças
relativas à matéria, com a aprovação do SPPrev. Recorda que o Deputado Roberto
Engler dera parecer favorável à primeira matéria.
012 - EDSON FERRARINI
Assume a Presidência. Registra a presença de
comitiva do Município de Cesário Lange, composta pelo Vereador Camilo de Lelis
Machado, e pelos assessores Gilberto Radice e Márcio Aparecido Batista.
GRANDE
EXPEDIENTE
013
- EDSON GIRIBONI
Reclama que Governo do Estado anunciou a construção
de 49 novas unidades prisionais, sem consultar, previamente, as autoridades
municipais. Reconhece a necessidade do aumento de vagas para atender à
população carcerária, mas cobra mais transparência no processo, com maior participação
da cidade que vai acolher esses presídios.
014 - ANDRÉ SOARES
Assume a Presidência.
015 - MILTON FLÁVIO
Concorda com o pronunciamento do Deputado Edson
Giriboni. Cita problemas ocorridos com relação ao local escolhido para
construção de presídios. Elogia a atuação do Executivo na área prisional.
Ressalta haver necessidade de ouvir a opinião da população do município que irá
receber a unidade prisional, para minimizar as consequências decorrentes.
016 - MARCOS MARTINS
Lê e comenta de artigos referentes à utilização do
amianto como matéria-prima. Elogia iniciativa da Unicamp, de proibir o uso de
material que contenha amianto no campus universitário.
017 - ALEX MANENTE
Dá conhecimento de realização de audiência pública sobre
o projeto especifico para a Represa Billings, na Câmara Municipal de São
Bernardo do Campo, dia 12/03. Destaca a importância do debate sobre a questão,
que se refere à recuperação e preservação do manancial e à regularização dos
loteamentos consolidados. Relata visitas aos bairros de Jordanópolis e Vivaldi,
onde constatou a necessidade de obras para contenção de enchentes e ações para
melhorias do transporte coletivo e da segurança pública.
018 - HAMILTON PEREIRA
Concorda com a necessidade de ser ampliado o sistema
prisional do Estado, com ressalva quanto à forma com a qual vem se efetivando
esta ação, sem consultar a população e os prefeitos dos municípios (aparteado
pelo Deputado Marcos Martins).
019 - CONTE LOPES
Comenta que a instalação de cadeias em municípios do
interior do Estado leva, a essas cidades, problemas de violência que antes não
existiam. Tece considerações sobre a reunião de Líderes.
020 - CONTE LOPES
Pelo Art. 82, recorda a publicação de livro de sua
autoria "Matar o Morrer". Argumenta que os marginais encontram
vantagens para continuar na prática de crimes. Considera que os indultos
favorecem as fugas pois, em média, dez por cento dos beneficiados, não retornam
às cadeias. Pede o combate sistemático ao crime organizado e a manutenção dos
presos nas cadeias.
021 - ROBERTO FELÍCIO
Pelo Art. 82, faz reflexão sobre as revisões da
História. Fala da repercussão de editorial da "Folha de S. Paulo",
que considerou "branda" a ditadura militar brasileira. Recorda a luta
pela conquista do Estado de Direito no Brasil. Cita o caso de bispo que negou o
Holocausto. Lembra questões sobre o reconhecimento da Palestina. Lê e comenta
de artigo de Maria Benevides. Afirma que o Governador Serra desrespeita a
data-base do funcionalismo, em 1º de março.
022 - MARCOS MARTINS
Pelo Art. 82, cita pesquisas sobre o favoritismo do
presidente Lula. Argumenta que a ajuda do Governo Federal à Embraer fica
limitada, tendo em vista que a empresa foi privatizada na gestão do presidente
Fernando Henrique. Faz reflexão sobre a crise econômica internacional e a venda
do banco Nossa Caixa.
ORDEM DO DIA
023 - Presidente ANDRÉ SOARES
Põe em votação e declara sem debate aprovado
requerimento, do Deputado Estevam Galvão, de urgência ao PL 828/08. Coloca em
votação e declara aprovado requerimento
de alteração da ordem do dia. Coloca em votação e declara sem debate aprovado o
PL 806/08, salvo emendas. Coloca em votação e declara rejeitadas as emendas de
nºs 1 a 12.
024 - ROBERTO FELÍCIO
Declara o voto favorável da Bancada do PT, às
emendas assinadas pelos seus membros.
025 - Presidente ANDRÉ SOARES
Registra a manifestação.
026 - ROBERTO FELÍCIO
Requer o levantamento da sessão, com o assentimento
das lideranças.
027 - Presidente ANDRÉ SOARES
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a
sessão ordinária de 04/03, à hora regimental, com ordem do dia. Levanta a
sessão.
- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Marcos
Martins.
* * *
O SR. PRESIDENTE – MARCOS MARTINS - PT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.
Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 1º Secretário “ad hoc”,
proceder à leitura da matéria do Expediente.
O SR. 1º SECRETÁRIO – OLÍMPIO GOMES - PV - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a
sessão o Sr. Marcos Martins.
* * *
- Passa-se ao
* * *
O SR. PRESIDENTE - MARCOS MARTINS - PT - Srs. Deputados, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Fausto Figueira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Davi Zaia. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Rita Passos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Flávio.
O SR. MILTON FLÁVIO ... (segue Maurícia)
O SR. MILTON FLÁVIO - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, funcionários, amigos, hoje li uma notícia que me interessa sobremaneira não apenas como cidadão, mas sobretudo como deputado de uma região que abriga uma das fábricas da Embraer, a nossa Cidade de Botucatu. A manchete do jornal diz que “Lula quer área nacional comprando jato da Embraer”. O Presidente faz, como sempre, um arrazoado sobre a crise internacional, suas repercussões no mercado nacional e se detém mais especificamente em relação à Embraer. Diz que já se manifestou sobre isso, já externou sua preocupação com a diretoria e a presidência, cobrou medidas de proteção e apoio aos funcionários que foram demitidos, sobretudo na manutenção do seu seguro de saúde. Agora apresenta uma alternativa, uma recomendação, a de que as empresas nacionais ajudem a Embraer a superar essa crise comprando aviões da Embraer.
A pergunta que o Presidente faz é: por que comprar Airbus,
por que comprar Boeing
se temos a Embraer. Pensei que em vez de perguntar o Presidente fosse
responder. Este Deputado criticou o Presidente alguns anos atrás quando
resolveu trocar o Sucatão. Entendíamos que existiam outras prioridades naquele
momento e me parecia um desperdício que o Brasil gastasse o que gastou para ter
aquele avião maravilhoso, que o transportasse nas centenas de viagens que já fez pelo
mundo afora, segundo ele vendendo produtos brasileiros. Mas o que o Presidente
não explicou até hoje a este Deputado e ao Brasil é por que também ele comprou
um Airbus. Por que ele não preferiu à época comprar um avião da Embraer?
Reclamei desta tribuna. Entendia na época que seria um gesto importante de
reafirmação da confiança do Presidente para a indústria nacional, sobretudo
para a Embraer, que tem qualidade, disputa o mercado nesta área “pari passu”
com suas coirmãs do mundo com qualidade.
Se o Presidente houvesse comprado na época um avião da Embraer, em vez de comprar um da Airbus, poderia exemplificar para outros chefes de estado que também eles poderiam comprar da Embraer aviões semelhantes e, com isso, teria ampliado as oportunidades da nossa empresa. Parece que o Presidente se esqueceu que ele também fez uma opção por uma empresa internacional, a Airbus, colocando em detrimento a nossa empresa nacional, a Embraer. E agora ele quer ensinar, pedindo para os empresários brasileiros fazerem o que ele não fez. Presidente, concordo, também acho que os empresários nacionais podem e devem ajudar, até porque a empresa Embraer é, das empresas nacionais, talvez a mais competente e competitiva que temos. Seus aviões são absolutamente confiáveis, com toda a qualidade que a engenharia aeronáutica brasileira tem para apresentar.
Falo isso com emoção porque, quando assumi a minha cadeira de deputado, a Embraer em Botucatu tinha um pouco mais de 200 funcionários. Graças ao apoio do Governo Mário Covas, que ampliou nosso aeroporto em Botucatu, essa empresa se transformou na melhor e maior empregadora da minha cidade, emprega diretamente mais de dois mil funcionários, e agora também amarga demissões.
Portanto, vou ficar muito feliz se as empresas nacionais não seguirem o exemplo do Presidente, mas sua cobrança. Esqueçam o que ele fez, mas façam o que ele diz. Esqueçam que, quando teve oportunidade, o Presidente preferiu comprar um Airbus. E façam como ele agora, racionalmente e de forma inteligente, talvez até arrependida: ajudem a nossa empresa, confiem nela. Não façam como o Presidente fez, mas façam, por favor, como ele fala.
O SR. PRESIDENTE MARCOS MARTINS - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lucia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Prandi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de abordar a questão da lei aprovada na Assembleia Legislativa dois anos atrás e que até hoje não foi cumprida, a lei da data-base salarial dos servidores públicos do Estado de São Paulo. Essa lei diz que o dia primeiro de março é a data-base salarial, quando o governo tem que apresentar a proposta de reajuste salarial para todos os servidores públicos do Estado de São Paulo. Não é aumento salarial, estou falando de reajuste salarial para, no mínimo, repor as perdas da inflação.
Sr. Presidente, como há muito estamos denunciando exaustivamente, até agora a legislação não foi cumprida. Hoje é dia três de março e até agora nada, nem ao menos as entidades representativas dos servidores públicos foram recebidas pela Secretaria de Gestão Pública. Não há proposta do Governador José Serra para os servidores públicos. A única proposta que existe é essa proposta rejeitada pelos servidores públicos, essa eterna política salarial de gratificação, de bonificação, uma política salarial perversa e danosa não só para os servidores da ativa, mas sobretudo para os aposentados e pensionistas, pois essas gratificações e bonificações não são incorporadas ao salário-base.
Isso destrói a carreira de todos os servidores públicos e quem paga a conta disso é o aposentado, que já cumpriu seu dever, que já contribuiu. Infelizmente muitos continuam contribuindo ainda, pois essa última reforma da previdência feita pelo Governo Federal taxou também os inativos. Isso é um verdadeiro absurdo. Parece-me que só no Brasil o aposentado tem que continuar contribuindo. É algo inédito no Planeta Terra. Logicamente votamos contra esta proposta, em Brasília, de reforma previdenciária que prejudicou vários setores dos servidores públicos.
Sr. Presidente, o que me chama a atenção é que hoje é dia três de março e até agora o governo não dialogou, não apresentou nenhuma proposta para os servidores públicos. A única coisa que vimos hoje em alguns jornais foi uma notícia no jornal “Agora”. Achei um absurdo, quero até contestar a notícia tendenciosa, que é manchete desse jornal, dizendo que 100 mil professores temporários vão receber a bonificação, como se eles não merecessem, como se cem mil professores que trabalham há cinco, 15, 30 anos na rede estadual de ensino não fossem professores, estivessem ali como se fosse um favor do Estado para eles. São professores que estão trabalhando muito, são professores dedicados à educação. Porém, como o Estado não realizou concurso público de provas e títulos, os professores não ingressaram ainda por esse instrumento, que é o correto. Então a culpa é do Governo Estadual, que não realiza concursos periodicamente, como reza a nossa Constituição Federal, a nossa Constituição Estadual e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Para concluir ... (segue Elizabeth)
Carlos Giannazi
Para concluir, quero exigir que o Governo Estadual cumpra a lei,
aprovada na Assembleia Legislativa, apresentando a proposta de reajuste
salarial para todos os servidores públicos.
Esse é o primeiro ponto que gostaria de levantar.
Em segundo lugar, gostaria de frisar que o Governo Estadual não pode mais
continuar com essa política salarial, perversa e danosa, de gratificação e
bonificação, porque isso só vem
prejudicando os servidores públicos de todas as secretarias. O atual servidor
público da ativa será o aposentado de amanhã.
Além de essas
gratificações não terem nenhum impacto sobre
os salários dos servidores, acabam
também prejudicando o aposentado e o pensionista, que merecem
todo o nosso respeito. Eles já deram a sua contribuição, trabalharam
anos a fio para o serviço público e, agora, estão esquecidos e tendo seus
salários corroídos pela inflação, sem um
único reajuste.
Muito obrigado.
O Sr. Presidente - Marcos Martins - PT - Srs. Deputados, tem a
palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre
Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.
O SR. Olímpio Gomes - PV - Sr. Presidente, Srs. Deputados,
funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, o
Deputado Carlos Giannazi falava sobre data-base, que é uma ficção no Estado de
São Paulo. Votar projeto nesta Casa, até se vota. A grande maioria, no entanto,
é vetada. Os que não são vetados, não são regulamentados. Essa é uma vergonha a
que assistimos no nosso Estado.
Hoje, é dia 3 de março. É bom que a população saiba
que a data-base é 1º de março, e não o mês de março. E nada acontecerá. Em relação
à polícia, por exemplo, agora está “caindo a ficha” dos inativos. Passa-se a
contar o primeiro décimo só a partir do ano que vem. Agora, “caiu a ficha” do
tamanho da mentira, do passa-moleque, da desconsideração, da desvalorização do
servidor público no Estado de São Paulo.
Apenas gostaria de dizer à família policial que
haverá um pequeno acréscimo nos salários. Como mudou o valor do salário mínimo
e o adicional de insalubridade é baseado no percentual desse salário,
automaticamente, será alterado o valor da insalubridade dos policiais civis e
militares. Isso implica quase 36 reais de acréscimo. E não achem que é pouco.
Considerando tudo o que o Governo disse que daria de benefícios no ano passado
- aliás, fato comemorado, pelo bem que fez -, o soldado de polícia, o
investigador, o agente policial, tiveram 52 reais de acréscimo nos seus
vencimentos.
O Governador que veio a esta Casa e jurou cumprir a
Constituição não a cumpre. Ele não cumpre o ordenamento jurídico. Nós, os 94
deputados, também juramos, mas nos dobramos diante do poder imperial.
É terrível a situação atual dos salários dos
servidores públicos do Estado de São Paulo, em todas as áreas. No jornal “Folha
de S. Paulo”, do último sábado, foi publicado um edital de concurso para
professor doutor da USP: 1.400 reais de salário. É uma vergonha!
Depois, vem o Governo, de forma hipócrita e
demagógica, dizer que está investindo para melhorar os quadros do serviço
público. A polícia continua na miséria; o soldado continua morrendo no bico; o
coronel continua prostrado, esperando o “carguinho” que terá na hora em que
passar para a reserva para poder completar o seu salário. Essa é a situação no
Estado de São Paulo, o estado mais pujante do País. Votamos 116 bilhões de
reais no Orçamento! Votei contra. Por quê? Porque não tem um centavo previsto
para reajuste salarial! E vêm falar em data-base em 1º de março?
A população tem que saber. Tem um serviço de
Segurança Pública ruim? Tem. Poderia ser melhor? Sim. Os recursos poderiam ser
mais bem utilizados? Sem dúvida. Temos uma Saúde ruim? Temos. Uma Educação
péssima? Temos. Péssima gestão. Em relação à polícia ainda vem o ranço, ainda
vem o preconceito do Governador e dos seus seguidores com a polícia.
A polícia está se mobilizando. Na última
sexta-feira, estive em Mococa, em mais uma reunião com a família policial. No
dia 24, centenas de policiais estarão nesta Casa, no primeiro protesto do ano,
para dizer que o Governo continua sem cumprir a data-base, que continuamos na
miséria e que vamos demandar todo o esforço possível. Se tivermos que marchar
na direção do Palácio dos Bandeirantes, vamos fazê-lo, para mostrar, à
sociedade, a ingratidão do Governo com a polícia de São Paulo.
No dia 24, nesta Casa, que se prostra diante das
ordens do Governador, que se esquece de que é um poder harmônico, mas
independente, e que poderia ter posições diferentes. Hoje, está muito fácil
para o Governo não encaminhar nada para revisão de salários, até porque a
competência constitucional é do Executivo. Não adianta, nós, deputados,
apresentarmos projetos para elevar salários. Isso é brincadeira, é gozação. A
Constituição coloca como competência do Governador que, por incompetência, não
manda nada. Por omissão desta Casa, não pressionamos em relação a nada.
A população está pagando a pena por ter escolhido
péssimos governantes. O preço disso é o serviço público de baixa qualidade, é o
servidor público desmotivado em todas as áreas. E isso não vai mudar. Vai mudar
só o gasto com a propaganda, mentindo com vultosos investimentos para o
bem-estar do servidor público, em especial da família policial.
Peço que cada cidadão não acredite no que este
Deputado diz aqui, ou no que o Deputado Conte Lopes diz aqui há 20 anos a
respeito das necessidades dos servidores da polícia, mas pergunte para o
primeiro policial que você encontrar: civil, militar, aposentado, da Capital,
do interior. Se ele disser que está satisfeito, pode botar a camisa-de-força
porque ele ficou louco. Obrigado.
O SR. Olímpio Gomes - PV - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos
que nos acompanham pela TV Assembleia, o Deputado Carlos Giannazi falava sobre
data-base, que é uma ficção no Estado de São Paulo. Votar projeto nesta Casa, até se vota. A grande
maioria, no entanto, é vetada. Os que não são vetados, não são regulamentados. Essa é uma
vergonha a que assistimos no nosso Estado.
Hoje, é dia
3 de março. É bom que a população saiba que a data-base é 1º de março, e não o
mês de março. E nada acontecerá. Em relação
à polícia, por exemplo, agora está “caindo a ficha” dos
inativos. Passa-se a contar o primeiro décimo só a partir do
ano que vem. Agora, “caiu a ficha” do tamanho
da mentira, do passa-moleque, da
desconsideração, da desvalorização do servidor público no Estado de São Paulo.
Apenas
gostaria de dizer à família policial que haverá um pequeno acréscimo nos salários. Como
mudou o valor do salário mínimo e o adicional de insalubridade é baseado no percentual desse salário,
automaticamente, será
alterado o valor da insalubridade dos policiais civis e militares. Isso
implica quase 36 reais de acréscimo. E não achem que é pouco. Considerando tudo o que o Governo disse que daria de benefícios
no ano passado - aliás, fato comemorado, pelo bem que fez -, o soldado
de polícia, o investigador, o agente policial tiveram 52 reais de acréscimo nos seus vencimentos.
O
Governador que veio a esta Casa e jurou cumprir a Constituição não a cumpre. Ele não cumpre o ordenamento jurídico.
Nós, os 94 deputados, também juramos, mas nos dobramos diante do poder imperial.
É terrível
a situação atual dos salários dos
servidores públicos do Estado de São
Paulo, em todas as áreas. No jornal “Folha de S. Paulo”, do último sábado, foi
publicado um edital de concurso para professor doutor da USP: 1.400 reais de salário. É uma vergonha!
Depois, vem
o Governo, de forma hipócrita e demagógica, dizer que está investindo para
melhorar os quadros do serviço
público. A polícia continua na miséria; o soldado continua morrendo no bico; o
coronel continua prostrado, esperando o “carguinho” que terá na hora em que passar para a reserva para poder
completar o seu salário. Essa é a situação no Estado de São Paulo, o estado mais
pujante do País. Votamos 116 bilhões de
reais no Orçamento! Votei
contra. Por quê? Porque não tem um centavo previsto para reajuste salarial! E vêm falar em data-base
em 1º de março?
A população
tem que saber. Tem um serviço de Segurança Pública ruim? Tem. Poderia ser melhor?
Sim. Os recursos poderiam ser mais bem utilizados? Sem dúvida. Temos uma Saúde ruim? Temos. Uma
Educação péssima? Temos. Péssima gestão. Em relação à polícia ainda vem o
ranço, ainda vem o preconceito do
Governador e dos seus seguidores com a polícia.
A polícia
está se mobilizando. Na última sexta-feira, estive em Mococa, em mais uma
reunião com a família policial. No dia 24, centenas de policiais estarão nesta Casa, no
primeiro protesto do ano, para dizer que o Governo continua sem cumprir a data-base,
que continuamos na miséria e que vamos demandar todo o esforço possível. Se tivermos
que marchar na direção do Palácio dos Bandeirantes, vamos fazê-lo, para mostrar, à sociedade, a
ingratidão do Governo com a polícia de São Paulo.
No dia 24, nesta
Casa, que se prostra diante das ordens do Governador, que se esquece de que é um
poder harmônico, mas independente, e que poderia
ter posições diferentes. Hoje, está muito fácil para o Governo não encaminhar
nada para revisão de salários, até
porque a competência constitucional é do Executivo. Não adianta nós, deputados,
apresentarmos projetos para elevar salários. Isso é brincadeira, é gozação. A Constituição coloca como competência
do Governador que, por incompetência, não manda nada. Por omissão desta Casa,
não pressionamos em relação a nada.
A população está pagando a pena por ter escolhido
péssimos governantes. O preço disso é o serviço público de baixa qualidade, é o
servidor público desmotivado em todas as
áreas. E isso não vai mudar. Vai mudar só o gasto com a
propaganda, mentindo com vultosos investimentos para o bem-estar do servidor público, em especial da
família policial.
Peço que
cada cidadão não acredite no que este Deputado diz aqui, ou no que o
Deputado Conte Lopes diz aqui há 20 anos
a respeito das necessidades dos servidores da polícia, mas pergunte para o
primeiro policial que você encontrar: civil, militar, aposentado, da Capital,
do interior. Se ele disser que está
satisfeito, pode botar a camisa-de-força porque ele ficou louco.
Obrigado.
O Sr.
Presidente - Marcos Martins - PT - Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado
Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Waldir Agnello.
(Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Conte Lopes.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Olímpio Gomes.
* * *
O SR. Conte Lopes - PTB - Sr. Presidente, Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, acompanhava as colocações do nobre Deputado Carlos
Giannazi e do nobre Deputado Olímpio Gomes a respeito dos salários dos funcionários
públicos.
É óbvio, como funcionário público, que temos de
dizer que o salário em São Paulo é um absurdo. Está na hora de o Governo olhar
com mais carinho, inclusive para a polícia. Tanto é que ele apresentou o
projeto este ano dizendo que o número é do Primeiro Mundo: número de
homicídios, de assaltos. Embora o número da atividade policial seja do Primeiro
Mundo, os salários são do Terceiro Mundo.
É então importante analisar o trabalho da polícia,
que é bom. A Polícia Militar de São Paulo faz um bom trabalho dentro das suas
condições, pois ela realmente chega a enxugar gelo. O que a Polícia de São
Paulo faz não é fácil. Infelizmente, por desconhecimento da própria população,
a responsabilidade dos assaltos e da insegurança cai em cima da Polícia
Militar. Só que a Polícia Militar está prendendo quem deveria estar preso.
Através desta tribuna, que é o local onde nos sobra
para falar, colocamos quase que diariamente o que acontece em termos de Segurança
Pública. Ontem, por exemplo, num assalto a um condomínio em Perdizes em que
participaram 30 bandidos, morreu mais um líder do PCC, graças a Deus, um tal de
Sandro, em tiroteio com a PM.
O engraçado dessa história é que esse bandido
Sandro é líder do PCC da Zona Norte. Em cada região há um líder, como acontece
com prefeitos e governadores. É aquele que manda executar e faz o diabo. Esse
Sandro, por incrível que pareça, estava preso. Ele foi condenado em 2006 por
homicídio e tráfico de drogas; estava numa prisão em Franco da Rocha, de onde
pode sair. Ele fica na cadeia à noite e durante o dia sai.
Ninguém consegue entender uma coisa dessas. Alguém,
não sei se do Poder Judiciário, ou da corrupção do sistema prisional, ou da
polícia, leva dinheiro nisso tudo. Pagou o bandido para matar os outros nas
ruas. Isso é brincadeira!
Espere aí! A polícia prende e a Justiça solta, é
isso? Se ele está na rua é porque foi solto! Como é que pode a polícia, todo
dia, prender o mesmo preso? Parece até pleonasmo: a polícia prende o preso aqui
em São Paulo.
Essa polícia então deveria ser
mais valorizada do que muitas pessoas que têm cargo com salário inicial de 16,
18 mil reais. E o coitado do policial, com mil e tantos reais, é obrigado a
resolver todos os problemas, às vezes solucionando até um grande mal, como foi
o caso Sandro - a sua carreira acabou em tiroteio com a Polícia Militar.
Ninguém consegue entender uma coisa dessas. Ontem
dizia o Deputado Olímpio Gomes a respeito da denúncia nos jornais, de que
delegados de polícia compram cargo para trabalhar. Eu não acredito nisso! Como
policial, não posso acreditar! Fico pensando “Será que acontece isso mesmo?” Se
isso acontece, Deputado Olímpio Gomes, é o fim do mundo! Quantos policiais ao
meu lado perderam a vida defendendo a sociedade? São policiais que pegavam
sacos de dinheiro, mas não tinham dinheiro para comprar sapato para a filha ir
à escola.
Vêm agora dizer que o cara compra do secretário um
cargo para poder meter a mão? Porque se for isso, honestamente, é o fundo do
poço mesmo e não há mais por onde andar. Aí você não sabe mais quem é bandido,
quem é polícia, para quem pedir socorro. Não posso acreditar nisso.
Isso precisa ser apurado por CPI, ou pelo
Ministério Público. Da mesma forma, não consegui entender como é que o Sandro,
que morreu ontem às seis e meia assaltando um condomínio em Perdizes - ele que
era um líder, um dos principais bandidos de São Paulo -, estava numa prisão
domiciliar, sei lá que prisão que é. Honestamente não consigo entender um caso
desses. O cara que foi condenado em 2006, por tráfico de drogas, por homicídio,
já estava na rua?
Se tudo isso está acontecendo é realmente o fim do
mundo. Perdoe-me, mas não é essa a polícia que conheci. Quem trabalha honesto é
punido e quem é corrupto e pilantra ganha dinheiro em cima da trambicagem?
Obrigado, Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados.
O SR. Conte Lopes
- PTB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, acompanhava as colocações do nobre Deputado Carlos
Giannazi e do nobre Deputado Olímpio Gomes a respeito dos salários dos
funcionários públicos. É óbvio... (Segue
Celina)
Donisete Braga
Gostaria de,
mais uma vez, ressaltar essa importante iniciativa da Assembléia Legislativa,
que contou com a presença do Presidente Vaz de Lima, do 2º Secretário Edmir
Chedid, dos Deputados Simão Pedro, Hamilton Pereira, José Bittencourt e
Reinaldo Alguz.
Eram essas
as minhas considerações, Sr. Presidente.
Muito
obrigado.
O Sr. Presidente - JOÃO BARBOSA - DEM - Srs.
Deputados, tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt.
O SR. José Bittencourt - PDT - SEM REVISÃO
DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. e Srs. parlamentares, telespectadores da TV
Assembléia, público que nos acompanha, Srs. funcionários, boa-tarde.
Quero
ratificar e associar-me ao brilhante discurso do nobre Deputado Donisete Braga,
1º Secretário desta Casa, a respeito da PEC nº 26, de 2008, que promulgamos
hoje, num Ato Solene, com a presença da Mesa Diretora, dando eficácia jurídica
a essa PEC, que já foi esclarecida sumamente pelo Deputado Donisete Braga. Há
também o requerimento de urgência para o Projeto de autoria do Governo da lei
específica da Represa Billings.
Gostaria de
fazer um apelo aos parlamentares, aos líderes de bancadas desta Casa, que conta
com 14 partidos políticos. Apelo, com veemência, à Liderança do Governo, ao
nobre Deputado Barros Munhoz, ao Deputado Roberto Engler, que é o relator do
Orçamento de 2009, para que contemplem a emenda do Tribunal de Justiça, os 15
milhões de reais, que foi rejeitada no relatório do Deputado
Fica,
então, esse apelo... (Segue Celina)
CONTE LOPES
É óbvio, como funcionário público, que temos de
dizer que o salário em São Paulo é um absurdo. Está na hora de o Governo olhar
com mais carinho, inclusive para a polícia. Tanto é que ele apresentou o
projeto este ano dizendo que o número é do Primeiro Mundo: número de
homicídios, de assaltos. Embora o número da atividade policial seja do Primeiro
Mundo, os salários são do Terceiro Mundo.
É então
importante analisar o trabalho da polícia, que é bom. A Polícia Militar de São
Paulo faz um bom trabalho dentro das suas condições, pois ela realmente chega a
enxugar gelo. O que a Polícia de São Paulo faz não é fácil. Infelizmente, por
desconhecimento da própria população, a responsabilidade dos assaltos e da
insegurança cai em cima da Polícia Militar. Só que a Polícia Militar está
prendendo quem deveria estar preso.
Através
desta tribuna, que é o local onde nos sobra para falar, colocamos quase que
diariamente o que acontece em termos de Segurança Pública. Ontem, por exemplo,
num assalto a um condomínio em Perdizes em que participaram 30 bandidos, morreu
mais um líder do PCC, graças a Deus, um tal de Sandro, em tiroteio com a PM.
O engraçado
dessa história é que esse bandido Sandro é líder do PCC da Zona Norte. Em cada
região há um líder, como acontece com prefeitos e governadores. É aquele que
manda executar e faz o diabo. Esse Sandro, por incrível que pareça, estava
preso. Ele foi condenado em 2006 por homicídio e tráfico de drogas; estava numa
prisão em Franco da Rocha, de onde pode sair. Ele fica na cadeia à noite e
durante o dia sai.
Ninguém
consegue entender uma coisa dessas. Alguém, não sei se do Poder Judiciário, ou
da corrupção do sistema prisional, ou da polícia, leva dinheiro nisso tudo.
Pagou o bandido para matar os outros nas ruas. Isso é brincadeira!
Espere aí! A
polícia prende e a Justiça solta, é isso? Se ele está na rua é porque foi
solto! Como é que pode a polícia, todo dia, prender o mesmo preso? Parece até
pleonasmo: a polícia prende o preso aqui em São Paulo.
Essa polícia
então deveria ser mais valorizada do que muitas pessoas que têm cargo com
salário inicial de 16, 18 mil reais. E o coitado do policial, com mil e tantos
reais, é obrigado a resolver todos os problemas, às vezes solucionando até um
grande mal, como foi o caso Sandro - a sua carreira acabou em tiroteio com a
Polícia Militar.
Ninguém
consegue entender uma coisa dessas. Ontem dizia o Deputado Olímpio Gomes a
respeito da denúncia nos jornais, de que delegados de polícia compram cargo
para trabalhar. Eu não acredito nisso! Como policial, não posso acreditar! Fico
pensando “Será que acontece isso mesmo?” Se isso acontece, Deputado Olímpio
Gomes, é o fim do mundo! Quantos policiais ao meu lado perderam a vida
defendendo a sociedade? São policiais que pegavam sacos de dinheiro, mas não
tinham dinheiro para comprar sapato para a filha ir à escola.
Vêm agora
dizer que o cara compra do secretário um cargo para poder meter a mão? Porque
se for isso, honestamente, é o fundo do poço mesmo e não há mais por onde
andar. Aí você não sabe mais quem é bandido, quem é polícia, para quem pedir
socorro. Não posso acreditar nisso.
Isso precisa
ser apurado por CPI, ou pelo Ministério Público. Da mesma forma, não consegui
entender como é que o Sandro, que morreu ontem às seis e meia assaltando um condomínio
em Perdizes - ele que era um líder, um dos principais bandidos de São Paulo -,
estava numa prisão domiciliar, sei lá que prisão que é. Honestamente não
consigo entender um caso desses. O cara que foi condenado em 2006, por tráfico
de drogas, por homicídio, já estava na rua? Ele pagou uma grana muito grande
para alguém; é por isso que há assaltos grandes como em condomínios, ou grandes
sequestros. E a bandidagem está à vontade nas ruas.
Se tudo isso
está acontecendo é realmente o fim do mundo. Perdoe-me, mas não é essa a
polícia que conheci. Quem trabalha honesto é punido e quem é corrupto e
pilantra ganha dinheiro em cima da trambicagem? Com o Sandro na rua alguém
estava levando dinheiro mesmo. Obrigado, Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs.
Deputados.
O
SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PV - Srs. Deputados, esgotada a lista de
oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista
Suplementar.
Tem a palavra o nobre Deputado João Barbosa. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Uebe Rezeck. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Porta. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins.
O
SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, aqueles que nos
acompanham pelo serviço de som da Casa, hoje é dia de falar do salário baixo
dos servidores públicos. Recebemos uma carta de alguns professores, que passo a
ler:
Carta
de desabafo dos trabalhadores da educação do ensino público do Estado de São
Paulo
O
tratamento dado pela Secretaria de Educação aos professores da rede pública de
ensino do Estado de São Paulo é vergonhoso.
Neste
ano de 2009 o desespero fora implantado nas atribuições de aulas tanto na capital
como no interior, efetivos de cargo e OFAs tiveram suas aulas reduzidas,
causando desemprego em massa.
Os
efetivos de cargo, para poderem completar sua carga de aulas, tiveram que se
mutilar física e intelectualmente, pegando aulas em duas ou mais escolas. Os
OFAs por serem contratado (100 mil professores na rede) ficaram sem aulas, e
agora estão desempregados ou subempregados.
Por
que tudo isso? A crise econômica? Os governos anunciaram a redução de 20% do
orçamento que vinha complementar o orçamento fixo da educação, alegando a
composição do superávit fiscal. José Serra fecha sala de aulas, faz redução da
grade curricular demitindo milhares de professores contratados, outra
consequência do fechamento de salas é a redução do quadro de apoio das escolas
(merendeiras, faxineiras e inspetor de alunos), a parte administrativa das
escolas também fica desfocadas, coordenadores pedagógicos, vice-diretores podem
perder seus cargos, pois, segundo o governo, se existem poucas salas não há o
porquê da permanência destes trabalhadores nas escolas, então devem ser
demitidos. Fica claro que objetivo do governo é despejar a crise sobre os
ombros dos trabalhadores, o Estado que manter o lucro e não mais prestar sua
parca manutenção ao ensino público.
Outra
forma que o governo Serra usou para desempregar mais contratados foi a prova
aplicada em dezembro de 2008. Esta prova teve critérios duvidosos, tanto que a
Apeoesp (Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo) conseguiu uma
liminar na justiça derrubando os efeitos nocivos da mesma sobre os
trabalhadores da educação. Mesmo assim, governo Serra buscou outros meios para
causar desemprego e manter o lucro do Estado: diminuição da grade curricular e
fechamento de salas.
A
Secretaria de Educação exige "qualidade total" no desempenho dos
professores (Ideb, Saresp etc.) mas perguntamos: Como? Se somos tratados de
forma vexatória. Tão vexatória que, existe ainda a tal avaliação de desempenho,
que poderá custar o fim de nossa estabilidade, a categoria se vê cada vez mais
encurralada frente à política nefasta do Estado neoliberal de Serra.
Desta
forma, repudiamos toda a política do governo Serra, que prejudica todos
trabalhadores do Estado de São Paulo.
Nós
queremos nossos empregos, reabertura das salas de aulas, retorno da antiga
grade curricular; o que não queremos é tampar o sol com a peneira, com ideias
mirabolantes de burocratas acadêmicos criando apostilas e cadernos, e dizendo à
população que está tudo bem com o ensino público do Estado de São Paulo.
Queremos nossa dignidade como trabalhadores.
(ENTRA LEITURA - UMA PÁGINA.)
Sr. Presidente... (Segue
ELSA.)
Marcos
Martins
Sr. Presidente, gostaria que esse texto fosse
publicado no “Diário Oficial”, para que os servidores da Educação tivessem o apoio
no seu desabafo.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PV - É regimental o pedido de Vossa
Excelência. A documentação será avaliada pela assessoria técnica da Casa para
posterior publicação.
Prosseguindo
na relação dos oradores inscritos na lista suplementar, tem a palavra o nobre
Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez.
(Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mozart Russomanno. (Pausa.) Tem a
palavra o nobre Deputado Carlinhos Almeida. (Pausa.) Tem a palavra a nobre
Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto.
(Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.) Tem a palavra o
nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael
Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt.
O
SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs.
Deputados, telespectadores da TV Assembléia, público presente nas galerias do
plenário, funcionários, queremos mais uma vez fazer uma reflexão sobre a
necessidade que temos de deliberar projetos nesta Casa de interesse da
população de São Paulo, porque esta Casa não pode ficar esperando a eleição da
próxima Mesa para termos uma agenda positiva.
Quando falamos em agenda positiva, deliberativa, que seja consistente e que contenha no seu bojo os interesses maiores da população e que estão neste Parlamento aguardando deliberação, tais como o projeto da revalorização salarial para os trabalhadores de autoria do Governo que estipula o piso mínimo salarial no Estado de São Paulo; o projeto que cria a lei específica da Represa Billings, fundamental para atender a grande demanda da Região do ABC, da Região Metropolitana de São Paulo, que se socorre do abastecimento de água por essa grande represa.
Precisamos discutir várias questões nessa lei específica e não somente a preservação e recuperação dos mananciais, mas também o uso e a ocupação do solo.
Poderíamos
falar também do projeto recentemente enviado a esta Casa, que estabelece uma
política das condições climáticas no nosso Estado, de recuperação também na
área ambiental; a questão dos servidores da Justiça, que estamos debatendo desde 2005, e
conversando com todas as forças políticas do Estado, que têm o poder de decisão,
desde a direção do Tribunal de Justiça, do Governo, dos partidos nesta Casa e
das associações de representação.
Estou
me referindo ao Projeto de lei Complementar nº 43/2005, que institui o Plano de
Cargos e Carreira, e tantos outros que poderíamos enumerar, que são importantes para a
população de São Paulo.
Outro
projeto que trata da reestruturação administrativa do TIT -Tribunal de Impostos
e Taxas do Estado de São Paulo, vinculado à instituição Fazendária, essencial
para a questão da arrecadação, que tem como ponto muito discutido a supressão
da fase chamada sustentação oral, fundamental ao cumprimento da ampla defesa,
princípio constitucional assegurado na Constituição Federal, e ficamos à mercê
desse clima antes da eleição da próxima Mesa.
Fica
a nossa colocação mais uma vez desta tribuna - que é livre, democrática e que
registra os mais variados pensamentos. É assim no estado democrático de direito
e temos o dever de discutirmos.
Sr. Presidente, fica o registro deste parlamentar, e como o
Colégio de Líderes está reunido, quem sabe, tenhamos uma decisão mais
apropriada no que tange às questões abordadas.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PV - Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.
* * *
Assume a Presidência o Sr. André Soares.
* * *
O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, telespectadores da
TV Assembléia, público presente nas galerias do plenário, funcionários,
leitores do “Diário Oficial” e servidores da Assembleia Legislativa.
Gostaria
de convidar a população do Estado de São Paulo para participar amanhã, a partir
das 14 horas e 30 minutos, do seminário que tem como objetivo a discussão da
poluição veicular. Controlar é possível - temática que hoje tem sido muito
debatida, que é a questão da importância dos combustíveis menos poluentes e o
futuro Programa de Controle de Emissões Veiculares – Proconve.
O
seminário tem como objetivo estabelecer o debate, ouvir a sociedade e buscar
alternativas para a questão da poluição. Hoje pela manhã, inclusive, assisti
uma reportagem que dizia que muitos estabelecimentos que trabalham com
combustível de forma irresponsável se aproveitam da ineficiência da
fiscalização nos finais de semana para oferecer combustível adulterado, o que
prejudica não só os veículos, como o meio ambiente.
Amanhã,
a partir das 14:30, estaremos recebendo pessoas que têm debatido o tema para o
trazer suas contribuições. A procuradora Federal Dra. Ana Cristina Bandeira
Lins vai explicar o Termo de Ajustamento de Conduta estabelecido entre a
Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Agência
Nacional de Petróleo (ANP) e a Petrobras no que diz respeito à redução do
enxofre no combustível.
Não
tenho dúvida de que amanhã este tema, que tem sido muito discutido na imprensa,
será abordado com muita ênfase aqui na Assembleia Legislativa. O tema é
polêmico, é importante estabelecer o contraditório, o debate será afirmativo no
sentido de apresentar provocação junto ao Ministério Público do Estado, junto
ao Poder Executivo do Estado, junto ao sindicato que representa os postos de
combustível em São Paulo.
A
intenção também é buscar alternativas na legislação estadual que possam definir
melhor a questão do uso do combustível no Estado de São Paulo não só para proteger
o cidadão que tem o seu veículo, mas também o meio ambiente. Portanto,
reafirmo o convite à população de São Paulo para participar desse debate que
realizaremos amanhã com técnicos da Cetesb, Petrobras, Agência Nacional de
Petróleo, fabricantes de veículos, Ministério Público Federal e com membros do
governo do Estado e da sociedade civil.
Não
tenho dúvida de que a Assembleia Legislativa vai pautar esse tema e o resultado
será uma iniciativa importante desta Casa através de ações junto ao Ministério
Público. Ao mesmo tempo em relação à legislação no sentido de coibir os
comerciantes irresponsáveis desse segmento do combustível que terminam por
prejudicar o nosso meio ambiente.
O SR. DONISETE BRAGA - PT - SEM REVISÃO
DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembléia,
público presente nas galerias do plenário, funcionários, leitores do “Diário
Oficial”, servidores da Assembleia Legislativa, gostaria de fazer um convite à
toda a população
do Estado de São Paulo: amanhã, a partir das 14 horas e 30 minutos, estaremos
realizando um importante seminário, que tem como objetivo a discussão da
poluição veicular. Controlar é possível - temática que hoje tem sido muito
debatida, que é a questão da importância dos combustíveis menos poluentes e o
futuro Programa de Controle de Emissões Veiculares - Proconve.
Estaremos amanhã realizando esse debate, que não
tem só o objetivo ... (segue Miquelina)
DONISETE BRAGA
que não tem só o objetivo de estabelecer
o debate e ouvir a sociedade, mas buscar indicativos, alternativas para a
solução dessa questão da poluição, que não é só agravada pelos veículos. Hoje
pela manhã, inclusive, assisti uma reportagem que dizia que muitos
estabelecimentos que trabalham com combustível de forma irresponsável se
aproveitam da ineficiência da fiscalização nos finais de semana para oferecer
combustível adulterado, o que prejudica não só os veículos, como o meio
ambiente.
Amanhã, a partir das 14:30, estaremos recebendo
pesquisadores que têm debatido o tema no Estado de São Paulo trazendo suas
contribuições, professores de universidades e a Procuradora Federal Dra. Ana
Cristina Bandeira Lins, que vai explicar o Termo de Ajustamento de Conduta
estabelecido entre a Anfavea e a Petrobras no que diz respeito à redução do
enxofre no combustível.
Não tenho dúvida de que amanhã este tema, que tem
sido muito discutido na imprensa, será abordado com muita ênfase aqui na
Assembleia Legislativa. O tema é polêmico, é importante estabelecer o
contraditório, o debate será afirmativo no sentido de apresentar provocação
junto ao Ministério Público do Estado, junto ao Poder Executivo do Estado,
junto ao sindicato que representa os postos de combustível no Estado, mas a
intenção também é buscar alternativas na legislação estadual que possam definir
melhor a questão do uso do combustível no Estado de São Paulo não só para
proteger o cidadão que tem o seu veículo, mas também o meio ambiente.
Portanto, quero reafirmar o convite à população de São
Paulo para participar desse debate que realizaremos amanhã com técnicos da
Cetesb, da Petrobrás e com membros do Governo do
Estado e da sociedade civil que discutem esse tema.
Não tenho dúvida de que a Assembleia Legislativa
vai pautar esse tema e o resultado será uma iniciativa importante desta Casa
através de ações junto ao Ministério Público e ao mesmo tempo em relação à
legislação no sentido de coibir os comerciantes irresponsáveis desse segmento
do combustível que terminam por prejudicar o nosso meio ambiente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ SOARES - DEM - Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Edson Ferrarini.
* * *
O SR. HAMILTON PEREIRA - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas,
Srs. Deputados, colegas de trabalho da Assembleia Legislativa, telespectador da
TV Assembleia, assomo à tribuna para tratar de um tema a que já fiz menção.
Refiro-me ao Projeto de lei 183/08, de nossa autoria.
O que proponho neste projeto?
Temos uma carteira previdenciária específica dos
advogados do Estado de São Paulo. Ela foi criada por uma lei em 1959. Em 1970 o
Governo do Estado editou uma outra lei estabelecendo que esta carteira
previdenciária dos advogados seria administrada pelo Ipesp, o Instituto de
Previdência do Estado de São Paulo. Desde então os advogados do Estado de São
Paulo vêm contribuindo para o Instituto de Previdência do Estado de São Paulo,
Ipesp.
Ocorre que no dia 1º de junho de 2007 o Governador
José Serra enviou a esta Casa projeto criando a São Paulo Previdência, a
SPPrev. O projeto estabelecia que com a implantação total da SPPrev haveria a
extinção do Ipesp, só que - pasmem - não dizia quem ficaria responsável por
essa carteira. Ou seja, joga os advogados ao léu, não diz se a SPPrev seria
responsável por essa carteira que tem uma fábula de recursos posto que eles
contribuem desde 1970 para o Ipesp.
Como haverá a extinção do Ipesp, já que no dia 1º
de junho agora a SPPrev completará dois anos, apresentamos o projeto dada a
preocupação de inúmeros advogados do Estado que nos procuraram trazendo o
problema.
Ora, quem será o responsável pela carteira
previdenciária dos advogados do Estado de São Paulo? O projeto que criou a São
Paulo Previdência não diz que o Estado ficará responsável por essa carteira.
Com a criação da SPPrev, todos os recursos acumulados pelo Ipesp ao longo de
todos estes ano vai para a Fazenda do Estado. A Fazenda do Estado vai absorver
esses recursos todo, essa fortuna toda que foi acumulada graças ao pagamento
feito pelos advogados do Estado de São Paulo religiosamente.
O nosso projeto estabelece que a partir da extinção
do Ipesp a Fazenda do Estado de São Paulo assuma toda responsabilidade pelo
pagamento da pensão e aposentadoria dos advogados do Estado de São Paulo. Pois
bem.
O projeto já tramitou pela
Comissão de Constituição e Justiça, onde foi aprovado, o mesmo se deu na
Comissão de Administração Pública e encontra-se agora com o nobre Deputado
Roberto Engler, relator pela Comissão de Finanças e Orçamento e vimos fazer um
apelo ao nobre Deputado Roberto Engler. Pedimos a S. Exa. para que dê parecer
favorável ao projeto posto que ficará pronto para a Ordem do Dia podendo ser
votado no plenário da Assembleia dando uma solução definitiva para o caso da
Previdência dos advogados do Estado de São Paulo, que contribuíram
religiosamente ao longo destes anos todos. Calcula-se uma fortuna acumulada que
irá para a Fazendo do Estado. Assim, nada mais justo do que a Fazendo do Estado
responsabilizar-se agora por saldar a Previdência dos advogados do Estado de
São Paulo.
Peço o apoio de todos os meus pares para que tão
logo este projeto fique pronto para a Ordem do Dia e chegue ao plenário nós o
aprovemos por unanimidade fazendo justiça aos advogados do Estado de São Paulo,
que merecem ter a sua Previdência gerida agora pela Fazenda do Estado de São
Paulo.
O SR. HAMILTON PEREIRA - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, colegas de
trabalho da Assembleia Legislativa, telespectador da TV Assembleia, assomo à
tribuna para tratar de um tema a que já fiz menção. Refiro-me ao Projeto de lei
183/08, de nossa autoria.
O que proponho neste projeto?
Temos uma carteira previdenciária específica dos
advogados do Estado de São Paulo. Ela foi criada por uma lei em 1959. Em 1970 o
Governo do Estado editou uma outra lei estabelecendo que esta carteira
previdenciária dos advogados seria administrada pelo Ipesp, o Instituto de
Previdência do Estado de São Paulo. Desde então os advogados do Estado de São
Paulo vêm contribuindo para o Instituto de Previdência do Estado de São Paulo,
Ipesp.
Ocorre que no dia 1º de junho de 2007 o Governador
José Serra enviou a esta Casa projeto criando a São Paulo Previdência, a
SPPrev. O projeto estabelecia que com a implantação total da SPPrev haveria a
extinção do Ipesp, só que - pasmem - não dizia quem ficaria responsável por
essa carteira. Ou seja, joga os advogados ao léu, não diz se a SPPrev seria
responsável por essa carteira que tem uma fábula de recursos posto que eles
contribuem desde 1970 para o Ipesp.
Como haverá a extinção do Ipesp, já que no dia 1º
de junho agora a SPPrev completará dois anos, apresentamos o projeto dada a
preocupação de inúmeros advogados do Estado que nos procuraram trazendo o problema.
Ora, quem será o responsável pela carteira
previdenciária dos advogados do Estado de São Paulo? O projeto que criou a São
Paulo Previdência não diz que o Estado ficará responsável por essa carteira.
Com a criação da SPPrev, todos os recursos acumulados pelo Ipesp ao longo de
todos estes ano vai para a Fazenda do Estado. A Fazenda do Estado vai absorver
esses recursos todo, essa fortuna toda que foi acumulada graças ao pagamento
feito pelos advogados do Estado de São Paulo religiosamente.
O nosso projeto estabelece que a partir da extinção
do Ipesp a Fazenda do Estado de São Paulo assuma toda responsabilidade pelo
pagamento da pensão e aposentadoria dos advogados do Estado de São Paulo. Pois
bem.
O projeto já tramitou pela
Comissão de Constituição e Justiça, onde foi aprovado, o mesmo se deu na
Comissão de Administração Pública e encontra-se agora com o nobre Deputado
Roberto Engler, relator pela Comissão de Finanças e Orçamento e vimos fazer um
apelo ao nobre Deputado Roberto Engler. Pedimos a S. Exa. para que dê parecer
favorável ao projeto posto que ficará pronto para a Ordem do Dia podendo ser
votado no plenário da Assembleia dando uma solução definitiva para o caso da
Previdência dos advogados do Estado de São Paulo, que contribuíram religiosamente
ao longo destes anos todos. Calcula-se uma fortuna acumulada que irá para a
Fazendo do Estado. Assim, nada mais justo do que a Fazendo do Estado
responsabilizar-se agora por saldar a Previdência dos advogados do Estado de
São Paulo. Peço o apoio de todos os meus pares para que tão logo este projeto
fique pronto para a Ordem do Dia e chegue ao plenário nós o aprovemos por
unanimidade fazendo justiça aos advogados do Estado de São Paulo, que merecem
ter a sua Previdência gerida agora pela Fazendo do Estado de São Paulo.
O SR. PRESIDENTE... segue Maria José
O
SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Deputados, anunciamos e
agradecemos pela presença nesta Casa uma comitiva da Cidade de Cesário Lange;
saúdo o Vereador Camilo de Lelis Machado, o Sr. Gilberto Radice, prefeito
daquela cidade por duas vezes e Márcio Aparecido Batista, assessor. Eles vieram
aqui trazer reivindicações da cidade, solicitar viaturas, prédio para a Polícia
Militar e principalmente trabalho de prevenção às drogas. Sejam bem-vindos,
recebam todo nosso carinho. (Palmas.)
Esgotado
o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.
* * *
- Passa-se ao
GRANDE EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Tem a palavra o nobre Deputado Rodolfo
Costa e Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Giriboni.
O
SR. EDSON GIRIBONI - PV - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre
Deputado Edson Ferrarini, Srs. Deputados, pessoas presentes nas galerias,
telespectadores da TV Assembleia, funcionários, nobres vereadores e prefeito de
Cesário Lange, venho hoje a esta tribuna para falar de assunto que tem causado
polêmica muita grande nesses últimos dias em vários municípios do Estado de São
Paulo. Refiro-me à definição de 49 novas unidades prisionais em várias cidades
do Estado de São Paulo. Sabemos que há uma exigência legal, que a Justiça está
cobrando do Poder Executivo estadual a construção de novos presídios, de novos CDPs
para acomodar uma grande demanda de presos que hoje não estão devidamente acomodados,
ou pela falta de presídios para atender à demanda que vem do Judiciário.
Entendemos
que é obrigação do Estado construir novas unidades prisionais para dar mais
segurança para a população paulista; o que me deixa um pouco preocupado,
particularmente no meu caso muito triste com a situação de Itapetininga, são as
decisões tomadas sob o comando da Secretaria de Administração Penitenciária
numa postura que não ouve os municípios, tem sido uma postura muito
autoritária. Tenho encontrado nas minhas viagens, nas minhas visitas, vários
prefeitos que estariam dispostos a colaborar com a Secretaria de Administração
Penitenciária oferecendo facilidades para a instalação de unidades prisionais,
tendo em vista que alguns desses prefeitos entendem que isso melhoraria a
atividade econômica de seus municípios, geraria renda para uma parcela da
população, melhoraria o comércio da sua cidade, enfim, daria uma vida econômica
a esses municípios. Em contrapartida encontro prefeitos, vereadores, lideranças
municipais revoltados, insatisfeitos decisão de que tomam conhecimento através
da imprensa, sobre instalação de presídios, de CDPs, de Centros de
Ressocialização e assim por diante, tudo destinado aos presos masculinos ou
femininos.
Entendo, e aqui apelo ao Governador José Serra , ao Chefe da Casa Civil,
Aloysio Nunes Ferreira, que essas decisões que estão sendo tomadas pela
Secretaria de Administração Penitenciária possam ser melhor analisadas, levar
em conta as realidades específicas de cada município. Poder-se-ia fazer uma
prospecção junto aos 645 municípios do Estado de São Paulo e levantar aqueles
que têm interesse em colocar unidades prisionais em seus municípios. Sabemos
que tem as questões internas da segurança, de droga, enfim, os motivos próprios
da Secretaria de Administração Penitenciária, mas isso é parte do componente ao
se tomar uma decisão de tamanha envergadura, de tantas consequências para os
municípios no Estado de São Paulo.
Acredito que poderia haver maior equilíbrio com uma participação dos municípios nessas decisões. Tenho um exemplo típico da Cidade de Taquarituba, para onde está destinada a colocação de um presídio. O prefeito da cidade me procurou, juntamente com o prefeito da Cidade de Iaras, com uma proposta para o Governo do Estado, à Secretaria de Administração Penitenciária: permutar, alternar a destinação para a Cidade de Taquarituba, onde o prefeito e as lideranças não querem, o Ministério Público está contra, há uma manifestação muito grande na cidade contra essa decisão. O prefeito de Iaras manifestou que para aquele município era interessante um novo presídio em razão de suas características particulares, para ativar a economia daquela cidade.
Pareceu-me uma proposta bastante razoável. Um município quer, o
outro não, então que se estudasse alguma permuta. Mas a decisão da Secretaria
de Administração foi absolutamente radical, não foi aceito nenhum diálogo,
dizendo que por questões internas não poderia haver essa permuta.
Entendo
que está havendo uma radicalização muito grande ao construir esses presídios
aqui no Estado de São Paulo. Não questionamos a necessidade da sua construção
mas acredito que precisa haver mais sensibilidade, um pouco mais de atenção
para com os municípios paulistas.
São 645 municípios que merecem respeito
e não serem tratados da forma autoritária como veem sendo tratados, com os
prefeitos, as lideranças, os deputados da cidade, da região tomando
conhecimento das decisões pela imprensa. Isso ocorreu comigo, na minha Cidade
de Itapetininga, uma cidade importante deste estado, que já teve presidente Presidente da Rrepública e que
tem hoje quatro unidades prisionais, dois presídios masculinos com mais de dois
mil presos, um Centro de Ressocialização Feminino com mais de duzentas
detentas, uma unidade da Febem, e, agora, a Secretaria de Administração
Penitenciária, sem consultar absolutamente ninguém, o deputado da região que
defende o Governador José Serra nesta Casa como poucos, mas defendemos porque
acreditamos no governador, e somos tratados com total falta de respeito.
Tomei conhecimento desse novo CDP, em Itapetininga, pela imprensa. Sequer fomos consultados, o prefeito da cidade não foi consultado, os vereadores da minha cidade não foram consultados. Hoje temos quaro unidades prisionais em nossa cidade e destina-se mais um CDP para quase 800 presos.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. André Soares.
* * *
Pior ainda, caros deputados. Temos um local em Itapetininga onde
estão concentradas essas quatro unidades prisionais e agora, para nossa
surpresa, numa atitude arbitrária a Secretaria de Administração Penitenciária -
entendo que até irresponsável -, destina para o novo presídio um outro local da
cidade entre as duas maiores empresas de Itapetininga: ao lado da empresa Duratex, uma das
maiores deste país, e de um frigorífico com mais de 1.300 empregos, que exporta
frango para todos os cantos do mundo! O coração da zona industrial de
Itapetininga! Aquela região é destinada para instalação de novas empresas, os
terrenos embora particulares são destinados para novos empreendimentos
industriais, e a Secretaria de Administração vai colocar lá mais um presídio, ...(segue
Lucimara)
EDSON GIRIBONI
... mais um presídio em Itapetininga,
quer dizer, cercando a cidade; de um lado, quatro presídios; do outro lado,
onde temos áreas para gerar emprego e renda para a população, de forma
autoritária declara de utilidade pública uma área para um novo presídio.
Então, não posso concordar com essa atitude autoritária da Secretaria de Administração Penitenciária. Tenho certeza absoluta que o Governador José Serra não sabe desses detalhes, até porque não foi ele que assinou o decreto de utilidade pública. Tenho certeza que o Secretário Aloysio Nunes Ferreira, a quem peço publicamente e já pedi através de meu gabinete uma audiência em caráter de urgência para tratar desse assunto, não tem conhecimento desses detalhes que estou tornando públicos neste momento.
Então, fica um apelo ao Governador José Serra. Fica aqui o meu apelo ao chefe da Casa Civil, Dr. Aloysio Nunes Ferreira, para que revogue esse decreto absurdo contra a cidade de Itapetininga.
Ontem conversei com o Ssecretário de Administração
Penitenciária e ele me comunicou que depende de autorização do gabinete do
governador para essa decisão.
Fica aqui registrado, publicamente, meu apelo ao Governador
José Serra e ao Chefe da Casa Civil, Dr. Aloysio Nunes Ferreira, para que
revoguem essa decisão contra o futuro da cidade de Itapetininga, que
orgulhosamente represento nesta Casa.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE – ANDRÉ SOARES – DEM – Por permuta de tempo com a nobre Deputada Maria Lúcia Amary, tem a palavra o nobre Deputado Milton Flávio pelo tempo regimental de 10 minutos.
O SR. MILTON FLÁVIO – PSDB – SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, nobres companheiros deputados, público que nos assiste, é um prazer voltar à tribuna, particularmente após esse importante pronunciamento do Deputado Edson Giriboni.
O Deputado Giriboni é um cidadão que conheço há muitos anos. No passado, militou no PSDB, e tem uma história de lutas não só pela sua categoria profissional ferroviária, mas, sobretudo, pela nossa região.
Não vi aqui, em nenhum momento, o Deputado Giriboni fazer críticas - entendo que pela sua personalidade e pelo seu caráter – à necessidade que o estado tem de melhorar as condições penitenciárias para que possamos abrigar com qualidade e segurança o número, infelizmente, cada vez maior de presos.
Confesso que quando vim ocupar o tempo da nobre Deputada Maria Lúcia Amary, tinha intenção de falar sobre presídios. Mas não vinha particularmente discutir essa ação. Vinha aqui para elogiar um aspecto do governo que é a preocupação em criar condições para que as mulheres presas possam ter, em certas circunstâncias e dependendo de suas condições, um tratamento diferenciado.
Falo dos novos presídios femininos que serão construídos onde os visitantes não mais serão revistados. Serão revistadas as presidiárias, que sairão de suas celas para um tipo de playground para poderem conversar e conviver com seus familiares e filhos.
Vim para destacar isso porque é um avanço. Um avanço necessário, que vai mais ou menos ao encontro da fala que fiz ontem quando defendi o apoio à família de menores infratores para permitir uma ressocialização mais fácil.
Embora muitos tratem criminosos como apenas criminosos e não como pessoas que um dia possam retornar à sociedade como entes produtivos, sou daqueles que creem que em grande parte as pessoas que infringiram as nossas leis o fizeram porque não tiveram oportunidades adequadas. E nós parlamentares, e nós governantes, no estado e na União, temos uma responsabilidade no mínimo compartilhada.
É claro que é muito fácil para nós delegar aos que nos antecederam essa responsabilidade exclusiva. Mas com oito anos no governo federal mais doze em São Paulo, já temos uma história, já temos uma geração de adultos chegando à idade produtiva que de uma certa maneira tiveram a nossa ação ou a nossa inação.
Por isso comemoro sim quando o governo toma medidas que possam trazer, na minha visão pelo menos e acredito que de forma correta porque também aprovada por várias entidades de direitos humanos, essa nova modalidade de atendimento.
Mas confesso que ao ver o Deputado Giriboni falar, prefiro deixar essa nova fala para um segundo momento, para poder destacar essa sua preocupação que me parece justa.
Ontem conversava com amigos da cidade de Itatinga que também vai receber uma unidade prisional que, na verdade, e já disse ontem, ninguém gostaria de ter no seu município. Poucas vezes vi prefeitos animados com essa possibilidade. Vi prefeitos animados em função do desemprego em suas cidades, falta de alternativas econômicas; que comemoraram, foram poucos. Via de regra, sempre há uma restrição, embora todos entendam que em algum lugar há que ser construídos esses presídios.
Mas entendo a fala do Deputado Giriboni no momento em que ele não questiona apenas e tão-somente mais uma unidade, mas o local onde está sendo colocada essa unidade. E me parece lógico, porque se já existe nesta cidade uma determinada zona onde os presídios se concentraram, por que colocar esse novo presídio numa área justamente oposta, que seguramente vai limitar a expansão e o crescimento da cidade?
Em Itatinga, acontece a mesma coisa. As pessoas entendem que precisamos de um CDP na região, de uma unidade prisional. Mas eles questionam o local escolhido. Colocam-se à disposição do governo para buscar uma outra área adequada para que a construção do presídio não prejudique a expansão do município ou não prejudique eventualmente propostas que já estejam em germinação para a melhor ocupação daquelas áreas.
A mesma coisa ouvi de amigos na cidade de Taquarituba. Já sei que o meu líder do PSDB, Deputado Samuel Moreira, tem se dedicado a essa preocupação, porque parece que a área escolhida pode estar poluindo o ribeirão que atualmente é a única alternativa de tratamento de água na cidade.
Acho que para governar é preciso conversar, é preciso ouvir. E essa qualidade parece ter sido atribuída com muita precisão e com muita constância ao Governador Serra, sobretudo ao Secretário Aloysio Nunes Ferreira.
Discordo daqueles que imaginam que num governo possamos saber de tudo. Lembro da fala do Presidente Lula que muitas vezes disse: “Eu não sabia. Ninguém me disse”. Ele era o presidente, mas delegava responsabilidades a seus auxiliares e em muitos momentos foi superado no tempo e nas atitudes, e foi surpreendido. Tanto se surpreendeu que acabou tirando muitos auxiliares de sua equipe.
Não estou pedindo a cabeça de ninguém, mas acho que não custa ouvirmos essas reclamações de pessoas absolutamente respeitáveis e colaboradoras do nosso governo, como é o caso do Deputado Giriboni. Alguém que, ao longo da vida, tem prestado serviços relevantes – repito, mais uma vez – à sua categoria profissional e à sua região. Pelo que sei, nesta Casa, tem colaborado também com nosso governo para que muitas medidas sejam tomadas. E não vem aqui se contrapor á necessidade que todos entendemos fundamental de melhorar as condições prisionais em São Paulo como em todo o Brasil.
Nenhum de nós se esquece daquela garota que foi estuprada por 40 marmanjos menores de idade numa cadeia pública do Pará. A governadora também disse que não sabia e é possível que não soubesse mesmo.
Conversava ontem com a Dra. Berenice, presidente da Fundação Casa, de São Paulo, e ela me dizia que aquele fato gerou uma mudança no comportamento do Tribunal de Justiça de são Paulo, que no passado não tinha uma preocupação maior com a destinação dos menores.
Tenho um
projeto de lei ... segue Djalma
MILTON FLÁVIO
Tenho um projeto de lei nesse sentido,
pedindo que se conversasse, que houvesse um diálogo maior entre o juiz que
determina a remoção de um menor e a unidade que vai recebê-la para saber se
aquela unidade está preparada para esse fim.
Situações como essa nos preocupa. Mas nós,
ainda que sejamos do Governo, e somos, temos orgulho de pertencer a nossa
agremiação, temos orgulho do Governo que estamos fazendo em São Paulo há,
praticamente, 14 anos, e sobretudo temos muito orgulho deste Governo que neste
momento tem jogado São Paulo numa condição ainda melhor do que aquela que São
Paulo foi encontrado, principalmente na área prisional e na área do menor infrator;
mas acho que esse diálogo se faz necessário.
Gostaria muito de colaborar para que
pudéssemos superar, não em travar esse processo que se faz necessário, mas para
criar condições para que as populações, os políticos dessas cidades possam de
fato dar sua contribuição, ter a sua participação, apontar alternativas que
pareçam melhores para os políticos, para os governantes e sobretudo para os
cidadãos.
Não vejo razão disso nesse momento - digo
isso com certo constrangimento - porque ontem tentei obter informações a esse
respeito para saber quais seriam as áreas que estavam sendo, nesse momento,
destinadas a presídios, porque sabia que seria questionado.
Tenho vontade de participar desse
processo, gosto de debater. Entendo que esta Casa é para isso, para o diálogo e para o
debate, e não obtive, até agora, as tais informações.
Ora, se eu que sou um Deputado que liderei
dois Governos por três vezes a minha bancada estou tendo dificuldade em obter
as informações, alguma coisa está errada. Esse processo não pode ficar
guardado. Esse processo num certo momento terá que emergir.
Faço minhas aqui as palavras do Deputado
Edson Giriboni. Peço mais uma vez, como o colega o fez, ao Secretário Aloysio
Nunes que é quem tem por delegação a oportunidade e a responsabilidade de
manter esse diálogo com a área parlamentar para que faça um esforço adicional
para que nós parlamentar que representamos regiões deste Estado, que temos a
vontade e a responsabilidade de colaborar com a solução deste grave problema
brasileiro, que possamos de fato atuar, ajudando o Governo a resolver e
superando impasses e empecilhos que muitas vezes foram criados pela incúria e
muitas vezes pela incapacidade de alguns.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ SOARES - DEM -
Tem a palavra o nobre Deputado Marcos
Martins pelo tempo regimental.
O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, telespectadores da TV Assembleia e aqueles que nos acompanham pelo
serviço de alto-falantes da Casa, ouvimos os clamores dos colegas sobre os
CPDs. Não se falou em FEBEMFebem, mas lá na região de Osasco tem FEBEMFebem. Lá em Santo
André, Deputado Vanderlei Siraque, fecharam uma escola para construir uma
unidade; São Bernardo do Campo também tem não é Deputado; estão esparramados
por toda a cidade.
A questão da Segurança Pública, que é tema
da Campanha da Fraternidade, parece que não é a praia de maior eficiência no
Estado de São Paulo; diga aí os acontecimentos do PCC há, aproximadamente, um
ano; episódio que ninguém esquece.
Estamos voltando a um tema que
aparentemente já deveria estar resolvido - mas ainda não está - que é a questão
do amianto. O processo dá alguns passos apenas; mas continuamos acompanhando a
questão.
Temos aqui uma notícia boa, apesar de
algumas ruins que tivemos da Unicamp e de outras universidades, que estão
pesquisando para a industria do amianto, para poder defende-la dizendo
que o amianto não faz mal à saúde. Sr. Presidente, passo a ler o seguinte:
Notícias Quinta-Feira, 26 de fevereiro de 2009
JC e-mail 3708, de 25 de
Fevereiro de 2009.
19.Unicamp bane o amianto,
artigo de Celso Ribeiro de Almeida
“O banimento
do amianto dos campi da Unicamp é um passo significativo para o completo
banimento do amianto do Brasil”
Celso Ribeiro de Almeida é
doutor em ciências pela USP, químico do Instituto de Biologia e presidente da
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes da Unicamp.
Artigo enviado pelo autor ao
"JC e-mail":
O reitor José Tadeu Jorge, da Universidade
Estadual de Campinas, assinou a Resolução GR Nº 03, de 16/01/2009, banindo o
amianto dos campi da Unicamp. De acordo com a resolução, a Unicamp reconhece a
necessidade de regulamentar e padronizar os procedimentos para uso, manuseio,
armazenamento e disposição final de materiais contendo amianto e a necessidade
de proteção do meio ambiente e da integridade física das pessoas.
As unidades da Unicamp, pela resolução, não poderão
adquirir ou reaproveitar materiais que contenham qualquer tipo de amianto na
sua composição, tais como telhas, placas divisórias, caixas d'água, dentre
outros.
A
resolução estabelece que quando houver necessidade de substituição de qualquer
material contendo amianto por motivo de deterioração, técnico, arquitetônico ou
quaisquer outros, as unidades da Unicamp deverão buscar no mercado materiais
similares que não contenham amianto em sua composição.
A saúde dos trabalhadores envolvidos no manuseio do
amianto na Unicamp é resguardada pela orientação de se evitar qualquer operação
de corte, furação, abrasão e trituração de material contendo amianto, bem como
a exigência da observância pelos responsáveis pelas unidades da universidade da
Instrução Normativa Específica da Diretoria de Segurança e Saúde Ocupacional da
Unicamp, visando à integridade física do trabalhador.
A correta disposição final de
resíduos contendo amianto será de responsabilidade das unidades administrativas
e acadêmicas no sentido de informar, orientar e não permitir a disposição
indevida d material contendo amianto em lixo comum, caçambas de entulho de
construção e outras que, detectada pelo órgão fiscalizador competente, poderá
resultar em autuação.
A Comissão Interna de Prevenção
de Acidentes (Cipa) está solicitando que a Unicamp se responsabilize pelo
seguimento das condições de saúde de todos os trabalhadores (próprios e terceirizados) e estudantes que laboraram ou
tiveram contato com amianto nos campi da Unicamp nos últimos 30 anos, tendo em
vista que entre as doenças causadas pelo amianto estão a asbestose (doença
crônica pulmonar que provoca endurecimento do órgão), câncer de pulmão e
mesotelioma de pleura (membrana que reveste o pulmão), pericárdio (membrana que
reveste o coração) e peritônio (membrana que recobre a cavidade abdominal),
sendo que essas doenças podem se manifestar muitos anos após a exposição.
O banimento do amianto dos
campi da Unicamp é um passo significativo para o completo banimento do amianto
do Brasil, visto que a Unicamp é uma das melhores universidades do mundo.
(ENTRA LEITURA 2 PAG.)
Sr. Presidente, gostaria que esse texto
fosse publicado no Diário Oficial para que registrássemos aqui essa posição importante
da Unicamp, que também mantém as pesquisas científicas para o Estado de São
Paulo e não para a industria do amianto. Aliás, a industria do amianto, ou
melhor, os donos do amianto, só pensam em vender esse produto.
Por essa luta transcender o País temos
aqui mais uma matéria importante sobre esse assunto, que gostaria que fosse
publicada no Diário Oficial, que passo a ler neste momento:
Maior processo sobre crime
corporativo de todos os tempos se inicia em 06 de abril na Itália
Os
acusados: a poderosa família suíça, cujo membro mais conhecido é Stephan Ernest
Schmidheiny, Presidente do Conselho Empresarial do Desenvolvimento Sustentável
e grande destaque na Rio/92, onde figurou como “guru ambiental” autor de
conceitos como ecoeficiência e tecnologias ambientalmente amistosas. O grupo
Eternit foi controlado pelos ramos suíço-belga (Schimidheiny e De Cartier),
citados no processo, teve entre suas maiores fábricas a de Casale Monferrato,
na região do Piemonte/Itália e a de Osasco, em São Paulo, ambas fechadas nas
últimas décadas, como parte da estratégia de ocultação das suas vítimas, que já
eram numerosas.
No
Brasil, o grupo passou ao controle francês, Saint-Gobain, com a denominação Brasilit,
por mais uma década com participação acionária daquele magnata do amianto suíço
por meio de outras empresas de seu grupo, como Amanco (também vendido
recentemente), Grupo Nueva, Masisa (exploração de madeira e reflorestamento) e
Plycem Company. No início deste século a empresa foi totalmente nacionalizada e
é hoje negociada na Bovespa, sendo um dos maiores controladores a Bahema
Participações. Até recentemente a Eternit do Brasil era controlada pelo Fundo
de Participação Social do BNDES e pelo Fundo de Pensão do Banco Central -
Centrus.
Grande
mobilização é esperada de grupos ambientalistas e de vítimas de todo o mundo em
apoio a este que pode ser o maior e mais importante processo contra crimes cometidos
contra a saúde pública em todo o mundo, o qual tem à frente um dos mais
importantes Procuradores de Justiça italianos, Rafaelo Guariniello, que
desbaratou a máfia do futebol italiano e outros casos de repercussão. O
processo corre em Torino, capital da região piemontesa, onde se situava a
fábrica de Casale Monferrato e a maior mina de amianto européia, em Balangero.
(ENTRA LEITURA - 1 PAG.)
Sr. Presidente ... (Segue
Darclé)
Sr.
Presidente, passo a ler mais um artigo a respeito dos perigos do amianto:
A
mina de Cana Brava, em Minaçu, está mais para purgatório do que para paraíso
terrestre...
Fernanda Giannasi é engenheira civil e auditora
fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego em São Paulo, onde é gerente do
Projeto Estadual do Amianto
Aos convidados para irem conhecer a mina de Cana
Brava em Minaçu, eu aconselharia cautela. Não é local de turismo e muito menos
um ambiente saudável para quem busca ar puro e descontaminado para encher os
pulmões. Dar uma fungada mais profunda, nem pensar!
Os relatos de quem desbravou a bela Serra da Cana
Brava - esta, sim, um paraíso ecológico, se não tivesse as imensas crateras que
a voraz produção mineral cravou naquele santuário, são desalentadores - dão
conta de que há centenas de famílias atingidas pela poeira devastadora do
mineral cancerígeno que causa, entre outras doenças, o pulmão de pedra ou
pulmão branco - asbestose, além do câncer de pulmão e o temível mesotelioma.
O que impera naquela região,
que foi considerada o Eldorado goiano, é a lei da mordaça ou um silêncio
obsequioso imposto pelos detentores do poder - os caciques da cidade. E aí se
incluem políticos, donos dos meios de comunicação, sindicalistas, comerciantes.
Um pacto de silêncio vergonhoso para que não se conheça a triste realidade com
a qual convivem as famílias atingidas pela catástrofe sanitária do século 20.
O convite para que visitem a mina a qualquer hora e
dia sem avisar é uma falácia. A tal política das “portas abertas” é algo que só
funciona quando os convidados são leigos. Se houver alguém na “comitiva” que
entenda minimamente de saúde e meio ambiente, aí começa um drama. Não deixam
entrar antes de passarem a noite lavando e lustrando as instalações e
modificando o ambiente para o “ilustre visitante”.
Eu estive em três oportunidades na mina de Cana
Brava, na Sama, em Minaçu. Estive em três décadas distintas (1 980, 1 990 e
agora, em pleno terceiro milênio) e pude constatar o avanço da frente de lavra
sobre terras agricultáveis já a começar pelo sobrevoo, que a cada visita me
deixa mais impressionada. O que acontecerá quando o minério se esgotar? Quem
vai tomar conta daquelas crateras? É uma chaga aberta em plena serra e ninguém
discute isto.
As vociferações que tentam
desqualificar o nosso trabalho por chamar a atenção das autoridades e alertar
sobre o que está acontecendo em Minaçu não nos incomodam, muito menos as
ameaças veladas e denúncias que institutos propagandistas da fibra cancerígena
tentam nos imputar. O que nos preocupa é a falta de conhecimento da população
de Goiás sobre o que acontece em Minaçu, manipulada pela desinformação
promovida por defensores da fibra assassina, que se locupletam em suas
campanhas políticas com fartas doações em dinheiro. Basta entrar em sites
como,o Transparência Brasil para saber quem é financiado pela mineradora e
indústrias do amianto neste País da “im(p)unidade parlamentar”.
Tentar ridicularizar os atos de importantes homens
públicos do País, como mostrou matéria publicada no DM, sobre a Portaria 43 do
Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, é mais uma das especialidades destes
lobistas que pensam que podem iludir o povo com seu jogo de palavras, que
incluem ofensas pessoais àqueles que divergem de sua opinião autoritária. O povo
não é idiota e sabe muito bem o que está por trás destes ataques travestidos da
defesa do interesse do povo de Minaçu. Só adiam o debate, que tem de ocorrer e
rápido, antes que seja tarde demais.
O que estes farsantes não dizem, por exemplo, é que
o “especialista” que diagnostica os pulmões das pobres vítimas de Minaçu tem
residência médica em ginecologia (a nós parece que o buraco que ele investiga é
mais embaixo do que deveria!). Cânceres em Minaçu, nem pensar! “Todos são
inveterados fumantes”, é o que dizem, mesmo que nunca tenha posto um cigarro na
boca. Ouvi este relato repetido à exaustão nos encontros em Minaçu com vítimas,
viúvas e familiares ávidos para contarem seus dramas pessoais e o descaso em
que vivem. Doentes só são reconhecidos e indenizados se tiveram exposição.
Os amiantófilos nunca dizem que quem se expôs a
partir de 1980 só terá câncer a partir de 2010.
Afirmar a inexistência de
doentes em Minaçu é, no mínimo, uma indecência e um insulto à inteligência humana.
Não vivemos mais a época do regime militar onde falar a verdade podia conduzir
a morte! As mordaças se romperão e aí veremos quem é que ilude o povo de Minaçu
com falsas promessas.
Falam em guerra comercial,
como se os produtores de amianto não fizessem parte desta disputa feroz. Por
estupidez e visão míope, defendem uma tecnologia obsoleta, como é o
cimento-amianto, que vem sendo progressivamente substituído por materiais muito
mais versáteis (haja vista as caixas d’água que ninguém mais quer com amianto).
Certamente novos concorrentes virão, já que a indústria da reciclagem está
sendo uma importante opção para aqueles que querem um material ambientalmente
correto e menos perigoso que o amianto!
Esperamos que o amianto seja
substituído o mais rapidamente possível e que os políticos de Goiás olhem para
Minaçu em busca de alternativas saudáveis e sustentáveis para impulsionar o
desenvolvimento da região, ao invés de ficarem enganando a população de lá com
promessas mirabolantes de que vão impedir que o amianto seja banido no Brasil.
Esperamos, sinceramente que Minaçu deixe de ser a
cidade das viúvas do amianto e purgatório das vítimas, saindo da era das trevas
e se libertando deste pacto de silêncio imposto, com o fim daquele que já foi
considerado o mineral mágico e posteriormente se converteu num pesadelo para a
sociedade industrial do século 20. (ENTRA LEITURA DE 01 PÁGINA.)
Muito
obrigado.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ SOARES - DEM - Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente.
O SR. ALEX MANENTE - PPS - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
telespectadores da TV Assembleia, público presente, hoje vamos discutir e
convidar todos os deputados e população, especialmente da região do grande ABC,
a participar no dia 12, na semana que vem, da Frente Parlamentar em Defesa da
Represa Billings, criada há dois anos, e que levará à Cidade de São Bernardo o
debate sobre a aprovação da Lei Específica da Represa Billings.
Essa lei foi plenamente debatida por essa frente. Já houve mobilização por parte da sociedade civil organizada, por parte das pessoas interessadas na recuperação ambiental e também na regularização fundiária. Neste momento estamos lutando para aprovar rapidamente essa lei nesta Casa para que tenhamos logo a regulamentação por parte do Governo do Estado de São Paulo e a consequente regularização fundiária das pessoas que ali residem.
O
Grande ABC é certamente a região de maior abrangência da Represa Billings e
será beneficiado tanto na questão de recuperação e preservação da nossa
represa, no consequente abastecimento de água, que abastece quatro milhões e
meio de pessoas na região metropolitana do Estado de São Paulo, e também na
regularização dos loteamentos já consolidados, inclusive com benfeitorias,
melhorias e investimentos por parte do Poder Público. Quando o cidadão não tem
sua regularização fundiária, dificulta-se inclusive a fiscalização de novos
adensamentos populacionais.
Por
isso, na frente parlamentar, no Grande ABC, na Câmara Municipal de São
Bernardo, no dia 12, debateremos com a presença da comunidade local e da
região, que têm o maior interesse nessa aprovação. Estará presente o atual
Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, o Prefeito de
Ribeirão Pires, Clóvis Volpi, um dos responsáveis pela elaboração da minuta da
lei encaminhada ao Governo do Estado para que o Governador encaminhasse a esta
Casa. Ele debaterá as questões da regularização de área, as questões de
preservação, as questões de responsabilidade dos municípios e também do Governo
do Estado, porque precisamos tratar o nosso esgoto. Isso será fundamental e a
lei certamente exigirá que o Poder Público faça um maior investimento nessa
questão ambiental e de preservação.
Estará
presente também o Prefeito Luiz Marinho, postulante legítimo e unânime do
Consórcio Intermunicipal de Prefeitos, sucessor do Prefeito Clóvis Volpi no
cargo da Presidência do Comitê da Bacia do Alto Tietê. Certamente a região do
Grande ABC terá o maior interesse no debate desse assunto, na sua divulgação e
principalmente na sua regulamentação, conscientizando as pessoas para que não
tenhamos novos adensamentos populacionais.
Esta
Casa recebeu no final do ano passado a Lei Específica da Billings. Estamos
trabalhando, inclusive dentro da nossa bancada, para que esse possa ser um
assunto tratado por esta Casa e aprovado para que tenhamos essa regularização,
fundamental para uma qualidade de vida adequada, avanços e desenvolvimento
sustentável que a região do Grande ABC precisa e merece. Com a passagem do
trecho sul do Rodoanel, precisamos dessa regularização para que as empresas
saibam quais investimentos farão para não termos uma nova população morando de
maneira desordenada e gerando sérias consequências na questão social.
Este
é um tema que queríamos abordar, uma vez que 300 mil pessoas moram em São
Bernardo do Campo, nas margens da represa Billings, responsável pelo
abastecimento de quatro milhões e meio de pessoas, um tema extremamente
importante.
Queremos
também falar de outro tema, tema abordado em diversas visitas que fizemos à
comunidade na região do Grande ABC, especificamente na Cidade de São Bernardo,
nos bairros de Jordanópolis e Vila Vivaldi. É o problema das enchentes que
tivemos recentemente, consequência de obras que não tiveram a drenagem adequada
e que causaram transtorno muito significativo...(SEGUE YUKIE)
... muito significativo
na vida das pessoas e por isso estamos pleiteando que o Governo do Estado possa
encaminhar recursos no sentido de fazer a microdrenagem e a consequente
canalização de córregos que trazem transtornos à população.
Visitamos
aquela comunidade e obtivemos relatos importantes, inclusive de pessoas que
moram ali há décadas, e que nunca presenciaram enchentes nesse nível, o que
significa que certamente as obras feitas sem a drenagem, sem a infraestrutura
adequada, trouxeram transtornos à comunidade.
Amanhã
estaremos em vistoria conjunta com o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz
Marinho, para debatermos a questão do transporte coletivo no bairro
Jordanópolis e na Vila São José. Os ônibus não atendem à demanda adequada. É um
problema crônico, com o trânsito cada vez mais congestionado. Precisamos buscar
uma alternativa para a regularização desse transporte.
Portanto,
estaremos amanhã, às sete horas, caminhando com a população para verificarmos
“in loco” as questões que afetam a vida das pessoas, principalmente porque o
transporte coletivo tem que ser muito debatido na região metropolitana.
Temos
ainda a questão ambiental, com a inspeção veicular, mas precisamos garantir um
transporte coletivo de qualidade para que as pessoas utilizem esse tipo de
transporte, deixando os veículos em casa. Caso contrário, teremos cada vez mais
o estrangulamento no sistema viário.
Verificaremos
também a questão da Segurança Pública, que afeta a vida das pessoas. Com a
reestruturação que ocorrerá na administração de São Bernardo do Campo, com a
criação de Secretaria voltada à gestão da Segurança Pública, teremos certamente
a diminuição do número de ocorrências, que têm sido cada vez mais frequente na
cidade.
Portanto,
é um tema importante a proteção do nosso manancial, a regularização fundiária
das famílias que vivem nas áreas de proteção ao manancial, a preservação e
recuperação da nossa bacia da Billings. Convidamos os moradores da região da
Grande ABC para comparecerem, no dia 12, à Câmara Municipal, às 18 horas, para
participarem dessa plenária. Convidamos também os Srs. Deputados e todas as lideranças
e representantes da sociedade civil organizada.
É
fundamental esse debate para podermos propiciar a oportunidade de a população
falar sobre os interesses que nós, Deputados, temos que defender nesta Casa.
Este certamente será um espaço democrático, onde as pessoas poderão abordar os
temas e falar das necessidades, e assim cobrar agilidade na aprovação e
regulamentação da Lei Específica da Billings.
A
região do ABC concentra seis das sete cidades, com exceção de São Caetano do
Sul, com problema da área de proteção aos mananciais, onde houve um crescimento
desordenado, com loteamentos clandestinos. Mas as pessoas estão ali com toda
benfeitoria do serviço público, e precisam dessa regularização, para podermos
diferenciar os novos loteamentos clandestinos e fiscalizá-los efetivamente.
Estamos
com uma grande expectativa e faremos todas as gestões possíveis para que essa
possa ser uma aprovação deste semestre, nesta Casa, e que a regulamentação seja
feita o mais breve possível. Quando se aprovou a Lei Específica do
Guarapiranga, tivemos uma demora na aprovação da regulamentação. Este é o
grande objetivo: aprovar rapidamente e termos a regulamentação para que as
pessoas possam ter a tranquilidade da sua documentação, mas que tenhamos a
preservação e recuperação do nosso manancial.
Muito
obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ SOARES - DEM - Srs. Deputados, tem a palavra o nobre
Deputado José Zico Prado. (Pausa)
O
SR. HAMILTON PEREIRA - PT - Sr. Presidente, por cessão de tempo, solicito utilizar
o espaço destinado ao nobre Deputado José Zico Prado.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ SOARES - DEM - O pedido de V. Exa. é regimental. Tem
a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira.
O SR. HAMILTON PEREIRA - PT - Sr. Presidente, Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, público que nos assiste pela TV Assembleia, venho à
tribuna e confesso que fui motivado pela fala de alguns Deputados que me
antecederam, sobretudo os que tocaram na questão da Segurança Pública em nosso
Estado, principalmente no que tange à política de criação de penitenciárias no
Estado de São Paulo.
É uma política que infelizmente vem sendo
implementada, principalmente na nossa região de Sorocaba, sem nenhuma consulta
aos prefeitos. De repente, os prefeitos são pegos de surpresa, com a informação
de que será construído um presídio na sua cidade. E não se cogita uma visita
dos órgãos da Administração Penitenciária ao município, nenhuma consulta ao
prefeito municipal, nenhuma consulta às Câmaras Municipais e aos vereadores.
É como se não houvesse nenhuma autoridade
constituída e referendada pelo povo da cidade. O mínimo que se poderia esperar
é que tivéssemos Audiências Públicas para tratar de um assunto tão relevante e
ao mesmo tempo tão delicado para as novas administrações. Alguns prefeitos começam
a administrar agora e já recebem esse verdadeiro “presente de grego”.
Concordamos que com a criminalidade crescente e o
consequente aumento das prisões efetuadas no Estado de São Paulo, temos que ter
presídios. Centros de Detenção Provisória - CDP - têm que ser construídos, mas
isso não pode ser feito à revelia do poder local constituído. Isso não pode ser
jogado às cabeças dos prefeitos recém-eleitos, que recebem apenas um comunicado
de que naquela cidade será construído um presídio em tal área, inclusive às
vezes ao arrepio da própria legislação, como por exemplo a legislação
ambiental.
Cito aqui o Município de Capela do Alto, conhecida
como a “Capital do Milho” no Estado de São Paulo. Estive em visita, convidado
que fui pelo prefeito recém-eleito, um prefeito jovem, Marcelo, do PV. Ele já
foi comunicado de que vai receber um CDP na cidade, e o pior é que esse CDP
será construído às margens do Rio Sarapuí. Esse rio atravessa o Município de
Sarapuí, o Município de Capela do Alto e dirige-se ao Município de Iperó.
Anos atrás o Governo do Estado de São Paulo
construiu um presídio para mais de 700 presos às margens do Rio Sarapuí, no
Município de Iperó. Foi uma revolta generalizada da população. O prefeito local
foi pego de surpresa. A população recebeu esse verdadeiro “presente de grego”,
houve manifestações e, felizmente, as ONGs e organizações ambientais somaram-se
à população, à prefeitura local, na luta contra o despejo de esgoto “in natura”
no Rio Sarapuí.
Posteriormente, graças a essa manifestação da
população, da Câmara Municipal, da prefeitura, dos órgãos ambientais locais e
das ONGs, enfim, conseguiram sensibilizar os órgãos ambientais do Estado, que
depois foram lá fazer o tratamento do esgoto, as obras de saneamento básico que
já deveriam ter sido feitas e deveriam constar do projeto original da
construção do presídio.
Ficamos muito preocupados, por ocasião de uma
visita em Capela do Alto, ao verificarmos que, mais uma vez, cogita-se a
construção de um CDP - Centro de Detenção Provisória - para mais de 900 presos,
às margens do Rio Sarapuí, no Bairro do Porto, onde muitas pessoas têm chácara
de veraneio. Um lugar muito bonito e, de repente, o Estado vai lá e desapropria
uma área particular.
Os técnicos já estiveram no local para medir a área
e, segundo informações, vão construir, inapelavelmente, um CDP em Capela do
Alto. Realmente, é uma coisa que causa revolta. Visitei a Câmara daquela cidade
e pude constatar que todos os vereadores são solidários ao Prefeito Marcelo na
luta contra a construção de uma unidade penitenciária em Capela do Alto.
Aquela região, como bem disse aqui o Deputado Edson
Giriboni, é a região dos presídios, dos CDPs. A Secretaria de Segurança
Pública, agora, está cogitando fazer uma reforma. Ontem, estive em Tatuí, e lá
também há uma revolta das autoridades locais contra o anúncio de fechamento de
distritos policiais, por conta dessa reforma.
A Secretaria de Segurança Pública, por meio do
Delegado Seccional, anunciou que, nessa reforma, quatro distritos policiais
serão fechados em Sorocaba. Hoje, temos lá 11 DPs.
O Governador, em uma visita recente à Cidade de
Votorantim para inaugurar uma escola técnica, desmentiu a notícia. A imprensa o
pressionou e ele disse que não haveria fechamento de distritos policiais.
Mas tem um ditado que diz: “Onde há fumaça, há
fogo.” Ouvimos essa notícia em Sorocaba e em Tatuí. Ou seja, distritos
policiais são fechados, diminui-se o número de efetivos, justamente no momento
em que a criminalidade e a violência estão em uma escalada crescente. Em vez de
ajudar os novos prefeitos, cogita-se construir presídios e CDPs, às vezes,
junto a mananciais que abastecem a cidade com água potável. É um verdadeiro
“presente de grego” do Governo do PSDB aos novos prefeitos eleitos.
O SR. MARCOS MARTINS - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -
Nobre Deputado Hamilton Pereira, gostaria, primeiramente, de cumprimentá-lo
pelo tema, que é bastante atual. É corriqueiro, nesta Casa, deputados falarem
sobre a Segurança Pública. O que V. Exa. aborda é bastante importante, porque
os municípios já arcam com uma série de despesas do Estado: pagam aluguel dos
distritos policiais, cedem funcionários para as delegacias, muitas vezes,
ajudam em reformas e uma série de outras coisas. Agora, vêm os CDPs.
Na minha cidade, Osasco, tentaram levar dois
cadeiões e uma Febem. Houve uma resistência grande da população e os cadeiões
não foram instalados. Vale dizer que temos lá dois CDPs. No entanto, o
Governador enfiou “goela abaixo” uma Febem às margens da Raposo Tavares,
próximo aos CDPs. Apesar de a Sabesp fazer muita propaganda - “A vida tratada
com respeito” -, jogava o esgoto na lagoa, contaminando aquele local. Estamos
vendo os prefeitos do interior sofrendo com esse problema, porque não têm sido
sequer consultados.
O SR. HAMILTON PEREIRA - PT - Esses empreendimentos
prejudicam os municípios em vez de ajudá-los. Em Guareí, um pequeno município,
foi construída uma grande unidade penitenciária, e isso levou para lá os
parentes dos presos. A cidade sofreu um inchaço populacional e atraiu uma
criminalidade que não existia. Era uma cidade pacata, tranquila, formada
principalmente de trabalhadores rurais. De repente, teve de conviver com
assaltos, roubo no comércio da cidade, aumento da criminalidade. Até hoje,
Guareí lamenta o fato de nunca ter sido consultada sobre a construção dessa
penitenciária. Isso é muito incômodo.
A população espera a realização de uma audiência
pública para debater, à luz do dia, o que será construído e a contrapartida que
o Estado dará aos municípios, em decorrência do prejuízo que terão.
O SR.
HAMILTON PEREIRA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr.
Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos assiste pela TV
Assembleia, venho à tribuna e confesso que fui motivado pela fala de alguns Deputados
que me antecederam, sobretudo os que tocaram na questão da Segurança Pública em
nosso Estado, principalmente no que tange à política de criação de
penitenciárias no Estado de São Paulo.
É uma
política que infelizmente vem sendo implementada, principalmente na nossa
região de Sorocaba, sem nenhuma consulta aos prefeitos. De repente, os
prefeitos são pegos de surpresa, com a informação de que será construído um
presídio na sua cidade. E não se cogita uma visita dos órgãos da Administração
Penitenciária ao município, nenhuma consulta ao prefeito municipal, nenhuma
consulta às Câmaras Municipais e aos vereadores.
É como se não houvesse nenhuma autoridade
constituída e referendada pelo povo da cidade. O mínimo que se poderia esperar
é que tivéssemos Audiências Públicas para tratar de um assunto tão relevante e
ao mesmo tempo tão delicado para as novas administrações. Alguns prefeitos
começam a administrar agora e já recebem esse verdadeiro “presente de grego”.
Concordamos que com a criminalidade crescente e o
consequente aumento das prisões efetuadas no Estado de São Paulo, temos que ter
presídios. Centros de Detenção Provisória - CDP - têm que ser construídos, mas
isso não pode ser feito à revelia do poder local constituído. Isso não pode ser
jogado às cabeças dos prefeitos recém-eleitos, que recebem apenas um comunicado
de que naquela cidade será construído um presídio em tal área, inclusive às
vezes ao arrepio da própria legislação, como por exemplo a legislação
ambiental.
Cito aqui o Município de Capela do Alto, conhecida
como a “Capital do Milho” no Estado de São Paulo. Estive em visita, convidado
que fui pelo prefeito recém-eleito, um prefeito jovem, Marcelo, do PV. Ele já
foi comunicado de que vai receber um CDP na cidade, e o pior é que esse CDP será
construído às margens do Rio Sarapuí. Esse rio atravessa o Município de
Sarapuí, o Município de Capela do Alto e dirige-se ao Município de Iperó.
Anos atrás o Governo do Estado de São Paulo
construiu um presídio para mais de 700 presos às margens do Rio Sarapuí, no
Município de Iperó. Foi uma revolta generalizada da população. O prefeito local
foi pego de surpresa. A população recebeu esse verdadeiro “presente de grego”,
houve manifestações e, felizmente, as ONGs e organizações ambientais somaram-se
à população, à prefeitura local, na luta contra o despejo de esgoto “in natura”
no Rio Sarapuí.
Posteriormente, graças a essa manifestação da
população, da Câmara Municipal, da prefeitura, dos órgãos ambientais locais e
das ONGs, enfim, conseguiram sensibilizar os órgãos ambientais do Estado, que
depois foram lá fazer o tratamento do esgoto, as obras de saneamento básico que
já deveriam ter sido feitas e deveriam constar do projeto original da
construção do presídio.
Ficamos muito preocupados ... (segue SILVIA IARA)
HAMILTON PEREIRA
Ficamos muito preocupados, por ocasião de uma
visita em Capela do Alto, ao verificarmos que, mais uma vez, cogita-se a
construção de um CDP - Centro de Detenção Provisória - para mais de 900 presos,
às margens do Rio Sarapuí, no Bairro do Porto, onde muitas pessoas têm chácara
de veraneio. Um lugar muito bonito e, de repente, o Estado vai lá e desapropria
uma área particular.
Os técnicos já estiveram no local para medir a área
e, segundo informações, vão construir, inapelavelmente, um CDP em Capela do
Alto. Realmente, é uma coisa que causa revolta.
Visitei a Câmara daquela cidade e pude constatar
que todos os vereadores são solidários ao Prefeito Marcelo na luta contra a
construção de uma unidade penitenciária em Capela do Alto.
Aquela região, como bem disse aqui o Deputado Edson
Giriboni, é a região dos presídios, dos CDPs. A Secretaria de Segurança
Pública, agora, está cogitando fazer uma reforma. Ontem, estive em Tatuí, e lá
também há uma revolta das autoridades locais contra o anúncio de fechamento de
distritos policiais, por conta dessa reforma.
A Secretaria de Segurança Pública, por meio do
Delegado Seccional, anunciou que, nessa reforma, quatro distritos policiais
serão fechados em Sorocaba. Hoje, temos lá 11 DPs.
O Governador, em uma visita recente à Cidade de
Votorantim para inaugurar uma escola técnica, desmentiu a notícia. A imprensa o
pressionou e ele disse que não haveria fechamento de distritos policiais.
Mas tem um ditado que diz: “Onde há fumaça, há
fogo.” Ouvimos essa notícia em Sorocaba e em Tatuí. Ou seja, distritos
policiais são fechados, diminui-se o número de efetivos, justamente no momento
em que a criminalidade e a violência estão em uma escalada crescente. Em vez de
ajudar os novos prefeitos, cogita-se construir presídios e CDPs, às vezes,
junto a mananciais que abastecem a cidade com água potável. É um verdadeiro
“presente de grego” do Governo do PSDB aos novos prefeitos eleitos.
O SR. MARCOS MARTINS - PT - COM ASSENTIMENTO
DO ORADOR - Nobre Deputado Hamilton Pereira, gostaria, primeiramente, de
cumprimentá-lo pelo tema, que é bastante atual. É corriqueiro, nesta Casa,
deputados falarem sobre a Segurança Pública. O que V. Exa. aborda é bastante
importante, porque os municípios já arcam com uma série de despesas do Estado:
pagam aluguel dos distritos policiais, cedem funcionários para as delegacias,
muitas vezes, ajudam em reformas e uma série de outras coisas. Agora, vêm os
CDPs.
Na minha cidade, Osasco, tentaram levar dois
cadeiões e uma Febem. Houve uma resistência grande da população e os cadeiões
não foram instalados. Vale dizer que temos lá dois CDPs. No entanto, o
Governador enfiou “goela abaixo” uma Febem às margens da Raposo Tavares,
próximo aos CDPs. Apesar de a Sabesp fazer muita propaganda - “A vida tratada
com respeito” -, jogava o esgoto na lagoa, contaminando aquele local. Estamos
vendo os prefeitos do interior sofrendo com esse problema, porque não têm sido
sequer consultados.
O SR. HAMILTON PEREIRA - PT - Esses
empreendimentos prejudicam os municípios em vez de ajudá-los. Em Guareí, um
pequeno município, foi construída uma grande unidade penitenciária, e isso
levou para lá os parentes dos presos. A cidade sofreu um inchaço populacional e
atraiu uma criminalidade que não existia. Era uma cidade pacata, tranquila,
formada principalmente de trabalhadores rurais. De repente, teve de conviver
com assaltos, roubo no comércio da cidade, aumento da criminalidade. Até hoje,
Guareí lamenta o fato de nunca ter sido consultada sobre a construção dessa
penitenciária. Isso é muito incômodo.
A população espera a realização de uma audiência
pública para debater, à luz do dia, o que será construído e a contrapartida que
o Estado dará aos municípios, em decorrência do prejuízo que terão.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ SOARES - DEM - Tem a palavra o nobre Deputado Conte Lopes.
O SR. CONTE LOPES - PTB - Sr. Presidente, Sras. e
Srs. Deputados, aqueles que nos acompanham pela TV Assembleia, realmente, o
problema de cadeia nas capitais, na Grande São Paulo e no interior traz
problemas gravíssimos.
Coitado do cidadão de bem, acostumado nas cidades
pacatas - antigas cidades pacatas - do interior. De repente, é construído em
sua cidade um presídio para 700 presos. Os presos levam os parentes, os
parentes levam os amigos, e aquela cidade, onde havia tranquilidade, passa a
ter todo tipo de dissabores.
Mas, como aqui julgamos que o preso é simplesmente
um problema social - e tem que resolver o problema do preso, sem resolver o
problema da sociedade -, vamos caminhando de mal a pior.
Estava acompanhando a Reunião de Líderes, onde se
discutia um projeto de lei aprovado nesta Casa, cujo intuito era proteger dos
criminosos as vítimas e as testemunhas e impedir que essa pessoa fosse perseguida.
É comum que a vítima ou testemunha, depois de
prestar seu depoimento, fique à mercê da sorte, dos bandidos. Como disse aqui,
tem mãe que prefere dizer na frente do juiz e do promotor que não foi aquele
criminoso que atirou contra seu filho - sabendo que foi -, pois sabe que, se
confirmar aquilo, irá perder os outros filhos, o marido, a casa e a própria
vida. Assim, uma forma de se sentir segura é negar que o bandido tenha matado
seu filho.
Isso acontece todos os dias, na maioria dos
processos, em todos os julgamentos. Conversamos com policiais, com oficiais de
Justiça e eles nos dizem isso. É uma realidade.
Quando esta Casa tentou, de uma forma ou de outra,
aprovar um projeto para proteger a vítima, a imprensa reverteu o quadro,
transformando-o em inconstitucional. Inconstitucional é o criminoso não ir para
a cadeia por falta de provas contra ele, porque a testemunha tem medo de depor.
Inconstitucional é o terror das pessoas. Inconstitucional é as cidades do
interior não quererem os presídios, porque terão problemas, uma vez que o
bandido manda de dentro da cadeia: ele tem celular, vende drogas, manda matar.
O pior são as pessoas aqui fora que não enxergam.
Ontem, um bandido
perigosíssimo do PCC, um dos líderes, graças a Deus, foi morto pela Polícia
Militar. Vejam que é preciso ter coragem para falar isso.
Durante o assalto em um prédio nas Perdizes, houve
um tiroteio entre os bandidos - mais de 30 - e a polícia. Isso aconteceu às 6
horas e 30 minutos. Não aconteceu à noite, ou de madrugada. Foi de manhã.
Invadiram o prédio e ficaram lá dentro durante duas horas. Roubaram os
moradores e, na hora da fuga, como a PM ficou sabendo, houve uma troca de
tiros, e esse bandido morreu.
O pior de tudo não foi a morte do bandido, um tal
de Sandro, um dos mais perigosos de São Paulo, que inclusive encabeçou um
ataque a uma escolta da Polícia Militar na Castello Branco, quando um soldado
morreu e outro foi baleado. Nesse ataque soltaram um tal de Pateta, que
assaltou a Casa de um deputado desta Casa, e outros bandidos. Esse bandido foi
condenado em 2006 por homicídio e por latrocínio. Por incrível que pareça ele
estava em liberdade, estava assaltando. Quem pôs esse bandido nas ruas? Alguém
que levou muito dinheiro, senão não estaria fora das cadeias. Se ele estivesse
em um presídio, pela periculosidade que tem, obviamente não estaria morto, nem
estaria assaltando.
Os problemas acabam sobrando
para a Polícia. A Polícia é que acaba tendo que resolver o problema do Sandro e
dos outros. Infelizmente é isso. Por isso que temos cada vez mais presídios,
mais presos e a Polícia, infelizmente criticada, prendendo presos, prendendo
quem deveria estar na cadeia, ou trocando tiros com quem deveria estar na
cadeia. Isso se repete todos os dias. Acompanhamos a atividade policial,
percebemos que isso se repete todos os dias. É igual falar subir para cima, é
um pleonasmo, a polícia prendendo presos. Infelizmente é isso que acontece.
O SR. CONTE LOPES - PTB - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, aqueles que nos acompanham
pela TV Assembleia, realmente, o problema de cadeia nas capitais, na Grande São
Paulo e no interior traz problemas gravíssimos.
Coitado do cidadão de bem, acostumado nas cidades
pacatas - antigas cidades pacatas - do interior. De repente, é construído em
sua cidade um presídio para 700 presos. Os presos levam os parentes, os
parentes levam os amigos, e aquela cidade, onde havia tranquilidade, passa a
ter todo tipo de dissabores.
Mas, como aqui julgamos que o preso é simplesmente
um problema social - e tem que resolver o problema do preso, sem resolver o
problema da sociedade -, vamos caminhando de mal a pior.
Estava acompanhando a Reunião de Líderes, onde se
discutia um projeto de lei aprovado nesta Casa, cujo intuito era proteger dos
criminosos as vítimas e as testemunhas e impedir que essa pessoa fosse perseguida.
É comum que a vítima ou testemunha, depois de
prestar seu depoimento, fique à mercê da sorte, dos bandidos. Como disse aqui,
tem mãe que prefere dizer na frente do juiz e do promotor que não foi aquele
criminoso que atirou contra seu filho - sabendo que foi -, pois sabe que, se
confirmar aquilo, irá perder os outros filhos, o marido, a casa e a própria
vida. Assim, uma forma de se sentir segura é negar que o bandido tenha matado
seu filho.
Isso acontece todos os dias, na maioria dos
processos, em todos os julgamentos. Conversamos com policiais, com oficiais de
Justiça e eles nos dizem isso. É uma realidade.
Quando esta Casa tentou, de uma forma ou de outra,
aprovar um projeto para proteger a vítima, a imprensa reverteu o quadro,
transformando-o em inconstitucional. Inconstitucional é o criminoso não ir para
a cadeia por falta de provas contra ele, porque a testemunha tem medo de depor.
Inconstitucional é o terror das pessoas. Inconstitucional é as cidades do
interior não quererem os presídios, porque terão problemas, uma vez que o
bandido manda de dentro da cadeia: ele tem celular, vende drogas, manda matar.
O pior são as pessoas aqui fora que não enxergam.
Ontem, um bandido perigosíssimo do PCC, um dos
líderes, graças a Deus, foi morto pela Polícia Militar. Vejam que é preciso ter
coragem para falar isso.
Durante o assalto em um prédio nas Perdizes, houve
um tiroteio entre os bandidos - mais de 30 - e a polícia. Isso aconteceu às 6
horas e 30 minutos. Não aconteceu à noite, ou de madrugada. Foi de manhã.
Invadiram o prédio e ficaram lá dentro durante duas horas. Roubaram os
moradores e, na hora da fuga, como a PM ficou sabendo, houve uma troca de
tiros, e esse bandido morreu.
O pior de tudo não foi a morte do bandido, um tal
de Sandro, um dos mais perigosos de São Paulo, que inclusive encabeçou ... (segue
Maurícia)
CONTE LOPES
... inclusive encabeçou um ataque a
uma escolta da Polícia Militar na Castello Branco, quando um soldado morreu e
outro foi baleado. Nesse ataque soltaram um tal de Pateta, que assaltou a Casa
de um deputado desta Casa, e outros bandidos. Esse bandido foi condenado em
2006 por homicídio e por latrocínio. Por incrível que pareça ele estava em
liberdade, estava assaltando. Quem pôs esse bandido nas ruas? Alguém que levou
muito dinheiro, senão não estaria fora das cadeias. Se ele estivesse em um presídio,
pela periculosidade que tem, obviamente não estaria morto, nem estaria
assaltando.
Os problemas acabam sobrando para a Polícia. A
Polícia é que acaba tendo que resolver o problema do Sandro e dos outros.
Infelizmente é isso. Por isso que temos cada vez mais presídios, mais presos e
a Polícia, infelizmente criticada, prendendo presos, prendendo quem deveria
estar na cadeia, ou trocando tiros com quem deveria estar na cadeia. Isso se
repete todos os dias. Acompanhamos a atividade policial, percebemos que isso se
repete todos os dias. É igual falar subir para cima, é um pleonasmo, a polícia
prendendo presos. Infelizmente é isso que acontece.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ SOARES - DEM - Srs. Deputados, está esgotado o tempo destinado ao Grande Expediente.
O SR. CONTE LOPES - PTB - PELO ART. 82 - Sr.
Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, continuando o nosso raciocínio, há
20 anos falamos a mesma coisa. Combatemos o crime nas ruas. A nossa vida está
aí, pode ser vista pelos processos que respondemos, pelas nossas ocorrências,
pelas pessoas que salvamos, pelo livro do Caco Barcelos, que me deu um título
especial: “O Deputado Matador”. Também escrevi meu livro: “Matar ou Morrer”. A
nossa história está aí e vai crescendo.
Hoje na reunião de líderes foi dito que 80% dos
noticiários são policiais. Olhem a que ponto chegamos. Quando eu era tenente da
Rota, aparecíamos no jornal “Notícias Populares”, no “Diário da Noite”. Se
alguém quisesse falar sobre nós, era o Gil Gomes ou o Afanásio. Ninguém mais
falava. O jornal “O Estado de S.Paulo”, a “Folha de S.Paulo”, a Globo não
tinham matéria de Polícia. Hoje 80% do noticiário da Globo é de Polícia, pelo
menos às seis e meia da manhã. Costumo acompanhar até para participar do
programa de rádio. Oitenta por cento são ocorrências policiais.
O pior de tudo é que as nossas autoridades não
fazem nada para segurar isso. As nossas autoridades não criam nada de concreto
para impedir que o crime cresça dessa maneira. Daqui a pouco vai haver mais
pessoas presas do que soltas. Vamos ter mais presídios do que pessoas soltas. É
bom ser bandido. O bandido age em grupo, tem armas de grosso calibre, tem
poder, manda matar. Nós é que não temos nada. A sociedade não tem nada, a
sociedade não tem coisa alguma. E quando o bandido vai para a cadeia, não sei
quem consegue colocá-lo na rua. Honestamente, não dá para entender. No último
fim de ano mandaram 20 mil para as ruas. Dois mil que não voltaram mais. É
óbvio que esses dois mil estão assaltando. Se ele é considerado foragido,
obviamente não vai procurar emprego, ele vai assaltar, cometer crimes. Se cada
um cometer um assalto, são dois mil assaltos a mais. Mas ninguém pensa nisso.
Não posso nem acreditar nas denúncias de jornais,
que dizem que um delegado de polícia compra do assistente do secretário um
cargo para poder tomar dinheiro. Chegamos ao fundo do poço. Não posso acreditar
que isso aconteça. Já perdi vários companheiros ao meu lado trocando tiros com
bandidos, perseguindo bandidos. Muitos policiais às vezes não têm dinheiro para
comprar um sapato para o filho ir para a escola, mas pegam um saco de dinheiro
e, como o dinheiro não é dele, põem na ocorrência, devolvem para o dono. Agora,
se isso está acontecendo, realmente chegamos ao fundo do poço.
Até tenho pedido a colaboração
do Presidente da República, do Governo Federal, para que coloquem a Polícia
Federal também para combater o crime organizado. Não dá para ficar do jeito que
está. Não dá para acreditar que uma pessoa condenada por homicídio em 2006,
cuja pena é de pelo menos de 12 anos, com mais cinco ou seis de tráfico, seriam
17, 18 anos, tenha matado um policial que escoltava presos na Castello Branco.
Como ele está em um semi-aberto em Franco da Rocha?
Fica difícil para a polícia combater o crime.
Quando se critica, critica-se a polícia. Quem é assaltado põe a culpa na
Polícia. Quem sofre algum tipo de violência põe a culpa na polícia. A polícia
faz a parte dela. Tanto é que há mais de 160 mil presos. A polícia cumpre a
parte dela, inclusive a Polícia Militar, que está fazendo um bom trabalho no
combate ao tráfico de drogas e no enfrentamento com os bandidos nas ruas.
Agora, infelizmente não vemos o outro resultado, que seria esses bandidos
sentirem o peso da lei. Não adianta criar centenas e centenas de presídios se
os bandidos não ficam presos. Se o bandido tem impunidade, se mata um policial
e vai para a rua, ele faz o que quiser.
Esse que morreu ontem tinha dois palhaços nas
costas, símbolo de matar policial. Como ele estava nas ruas assaltando? Ontem
acabou a carreira dele, graças à Polícia Militar. Um policial militar o
enfrentou e ganhou a guerra. Mas as pessoas têm até medo de falar hoje em dia.
Ninguém mais fala em crime organizado, ninguém mais fala em PCC. Quando a
imprensa fala, de medo, fala “a quadrilha que age dentro dos presídios”. É bom
ter medo mesmo, pois eles mandam matar promotores, juízes, policiais. Então o
receio é válido. Vamos ficar com esse receio e amedrontados até quando? Até
quando vamos viver aterrorizados e os bandidos cada vez mais fortes, tomando
conta, como vi hoje na reunião de líderes, que 80% dos noticiários são sobre
criminosos?
Saudades da minha época da Rota. Muito obrigado,
Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Deputadas.
O SR. CONTE LOPES - PTB - PELO ART.
82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, continuando o nosso
raciocínio, há 20 anos falamos a mesma coisa. Combatemos o crime nas ruas. A
nossa vida está aí, pode ser vista pelos processos que respondemos, pelas
nossas ocorrências, pelas pessoas que salvamos, pelo livro do Caco Barcelos,
que me deu um título especial: “O Deputado Matador”. Também escrevi meu livro:
“Matar ou Morrer”. A nossa história está aí e vai crescendo.
Hoje na reunião de líderes foi dito que 80% dos
noticiários são policiais. Olhem a que ponto chegamos. Quando eu era tenente da
Rota, aparecíamos no jornal “Notícias Populares”, no “Diário da Noite”. Se
alguém quisesse falar sobre nós, era o Gil Gomes ou o Afanásio. Ninguém mais
falava. O jornal “O Estado de S.Paulo”, a “Folha de S.Paulo”, a Globo não
tinham matéria de Polícia. Hoje 80% do noticiário da Globo é de Polícia, pelo
menos às seis e meia da manhã. Costumo acompanhar até para participar do
programa de rádio. Oitenta por cento são ocorrências policiais.
O pior de tudo é que as nossas autoridades não
fazem nada para segurar isso. As nossas autoridades não criam nada de concreto
para impedir que o crime cresça dessa maneira. Daqui a pouco vai haver mais
pessoas presas do que soltas. Vamos ter mais presídios do que pessoas soltas. É
bom ser bandido. O bandido age em grupo, tem armas de grosso calibre, tem
poder, manda matar. Nós é que não temos nada. A sociedade não tem nada, a
sociedade não tem coisa alguma. E quando o bandido vai para a cadeia, não sei
quem consegue colocá-lo na rua. Honestamente, não dá para entender. No último
fim de ano mandaram 20 mil para as ruas. Dois mil que não voltaram mais. É
óbvio que esses dois mil estão assaltando. Se ele é considerado foragido,
obviamente não vai procurar emprego, ele vai assaltar, cometer crimes. Se cada
um cometer um assalto, são dois mil assaltos a mais. Mas ninguém pensa nisso.
Não posso nem acreditar nas denúncias de jornais,
que dizem que um delegado de polícia compra do assistente do secretário um
cargo para poder tomar dinheiro. Chegamos ao fundo do poço. Não posso acreditar
que isso aconteça. Já perdi vários companheiros ao meu lado trocando tiros com
bandidos, perseguindo bandidos. Muitos policiais às vezes não têm dinheiro para
comprar um sapato para o filho ir para a escola, mas pegam um saco de dinheiro
e, como o dinheiro não é dele, põem na ocorrência, devolvem para o dono. Agora,
se isso está acontecendo, realmente chegamos ao fundo do poço.
Até tenho pedido a colaboração do Presidente da
República, do Governo Federal, para que coloquem a Polícia Federal também para
combater o crime organizado. Não dá para ficar do jeito que está. Não dá para
acreditar que uma pessoa condenada por homicídio em 2006, cuja pena é de pelo
menos de 12 anos, com mais cinco ou seis de tráfico, seriam 17, 18 anos, tenha
matado um policial que escoltava presos na Castello Branco. Como ele está em um
semi-aberto em Franco da Rocha? Alguém está ganhando muito dinheiro em cima
disso. Essa pessoa que morreu estava pagando para alguém para ficar nesse
local. É impossível que ele estivesse num local como esse.
Fica difícil para a polícia
combater o crime. Quando se critica, critica-se a polícia. Quem é assaltado põe
a culpa na Polícia. Quem sofre algum tipo de violência põe a culpa na polícia.
A polícia faz a parte dela. Tanto é que há mais de 160 mil presos. A polícia
cumpre a parte dela, inclusive a Polícia Militar, que está fazendo um bom
trabalho no combate ao tráfico de drogas e no enfrentamento com os bandidos nas
ruas. Agora, infelizmente não vemos o outro resultado, que seria esses bandidos
sentirem o peso da lei. Não adianta criar centenas e centenas de presídios se
os bandidos não ficam presos. Se o bandido tem impunidade, se mata um policial
e vai para a rua, ele faz o que quiser. Esse que morreu ontem tinha dois
palhaços nas costas, símbolo de matar policial. Como ele estava nas ruas
assaltando? Ontem acabou a carreira dele, graças à Polícia Militar. Um policial
militar o enfrentou e ganhou a guerra. Mas as pessoas têm até medo de falar
hoje em dia. Ninguém mais fala em crime organizado, ninguém mais fala em PCC.
Quando a imprensa fala, de medo, fala “a quadrilha que age dentro dos
presídios”. É bom ter medo mesmo, pois eles mandam matar promotores, juízes,
policiais. Então o receio é válido. Vamos ficar com esse receio e amedrontados
até quando? Até quando vamos viver aterrorizados e os bandidos cada vez mais
fortes, tomando conta, como vi hoje na reunião de líderes, que 80% dos
noticiários são sobre criminosos?
Saudades da minha época da Rota.
Muito obrigado, Sr. Presidente, Srs. Deputados,
Srs. Deputadas.
O SR. ROBERTO FELÍCIO - PT - PELO ART. 82 - Sr.
Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia,
funcionários da Casa, tivemos inúmeros episódios na história da humanidade que
foram reescritos, até mais de uma vez. Às vezes, pelo reconhecimento de um
episódio, uma revisão histórica transforma heróis em bandidos, ou o inverso.
Aliás, reconhecido como um dos mais importantes personagens da nossa história,
que até corresponde a um feriado nacional, Tiradentes era considerado pela
Corte Portuguesa como um traidor. A revisão histórica transformou Tiradentes em
um herói nacional. Não vou discorrer sobre esse assunto, que é de conhecimento
da população.
Não sei se com o propósito de fazer o inverso com
um episódio recente da história brasileira, a “Folha de S.Paulo” resolveu
manifestar em editorial que tivemos uma ditadura branda. O povo brasileiro sabe
da luta que se fez no Brasil para resgatarmos o estado de direito. Centenas,
milhares de pessoas sofreram diretamente as consequências do regime de exceção
que se iniciou no Brasil em 1964, para não falar de outros períodos históricos.
O editorial do jornal “Folha de S. Paulo” fala do período de 1964 e, por isso,
quero me referir exclusivamente a ele.
Dirigentes sindicais, dirigentes políticos foram
presos, torturados e assassinados em delegacias de polícia, nos porões da
ditadura, conforme ficou conhecida essa expressão. Indiretamente, isso atingiu
famílias por inteiro. Há um reconhecimento geral de que nenhum regime de
exceção é bom, de que não existe a possibilidade de uma análise para saber se
uma ditadura é boa em comparação com outra. Podem-se, nos processos vividos
pela humanidade, constatar situações mais ou menos dramáticas.
Recentemente, um bispo negou o holocausto,
inclusive, com anuência da Igreja Católica, que, diante das críticas, recuou. O
próprio Papa foi obrigado, diante de um clamor - independentemente das
profissões de fé -, a voltar atrás. Aquele bispo ficou sob ameaça de uma
punição, caso ele continuasse afirmando a não-existência do holocausto.
Brevemente, a humanidade reconhecerá o holocausto
do povo palestino, cuja responsabilidade central é do Estado de Israel. Oxalá a
humanidade possa reconhecer esse fato o mais breve possível, para que se possa
consolidar o Estado da Palestina no Oriente Médio.
Referi ao fato de que, muitas vezes, fazem-se
revisões históricas. Não sei se o editorial da “Folha de S. Paulo” tem esse
propósito, de fazer uma revisão de que a ditadura no Brasil não foi tão
agressiva assim, de querer reescrever a história e transformar os personagens
em algo que eles não foram: as vítimas, em algozes, e o contrário também. A
partir desse editorial da “Folha de S. Paulo”, travou-se um amplo debate,
dezenas de pessoas enviaram cartas ao jornal.
Passo a ler documento,
intitulado “‘Ditabranda’ para quem?”, de autoria de Maria Victoria de Mesquita
Benevides, para que conste nos Anais desta Casa:
“Ditabranda” Para quem?
Por Maria Victoria de Mesquita Benevides
Quase ninguém lê editorial de jornais, mas quase
todos lêem a seção de cartas. E foi assim que tudo começou. Os fatos: A Folha
de S. Paulo, em editorial de 17/02, aplica a expressão “ditabranda” ao regime
militar que prendeu, torturou, estuprou e assassinou. O primeiro leitor que
escreve protestando recebe uma resposta pífia: a partir daí, multiplicam-se as
cartas: as dos indignados e as dos que ainda defendem a ditadura. Normal.
Mas eis que chegam a carta do professor Fábio Konder
Comparato e a minha: “Mas o que é isso” que infâmia é essa de chamar os anos
terríveis da repressão de ‘ditabranda’? Quando se trata de violação de direitos
humanos, a medida é uma só: a dignidade de cada um e de todos, sem comparar
‘importâncias’ e estatísticas. Pelo mesmo critério do editorial da Folha,
poderíamos dizer que a escravidão no Brasil foi ‘doce’ se comparada com e de
outros países, porque aqui a casa-grande estabelecia laços íntimos com a
senzala – que horror!”
“O leitor Sérgio Pinheiro Lopes tem carradas de
razão. O autor do vergonhoso editorial de 17/2, bem como o diretor que o
aprovou, deveria ser condenado a ficar de joelhos em praça pública e pedir
perdão ao povo brasileiro, cuja dignidade foi descaradamente enxovalhada.
Podemos brincar com tudo, menos com o respeito devido à pessoa humana” (Prof.
Fábio).
As cartas são publicada acompanhadas da seguinte
Nota da Redação – “A Folha respeita a opinião de leitores que discordam da
qualificação aplicada em editorial ao regime militar brasileiro e publica
algumas dessas manifestações. Quanto aos professores Comparato e Benevides,
figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda,
como aquela ainda vigente em Cuba, sua ‘indignação’ é obviamente ‘cínica e
mentirosa’”.
Pronto. Como disseram vários
comentaristas, a Folha mostrou a sua cara e acabou dando um tiro no pé.
Choveram cartas para o ombudsman do jornal – que se limitou a escrever, quase
clandestino, que a resposta pecara por falta de “cordialidade”. Um manifestou
de repúdio ao jornal e de solidariedade, organizado pelo professor Caio Navarro
de Toledo, da Unicamp – com a primeira adesão de Antonio Candido, Margarida
Genevois e Goffredo da Silva Telles – passa imediatamente a circular na
internet e, apesar do carnaval, conta com mais de 3 mil assinaturas. Neste,
depoimentos veementes de acadêmicos, jornalistas (inclusive nota do sindicato
paulista), artistas, estudantes, professores do ensino fundamental e médio,
além de blogs. Vítimas da repressão escrevem relatos de suas experiências e até
enviam fotos terríveis. A maioria lembra, também, o papel da empresa Folha da
Manhã na colaboração com a famigerada Oban.
O que explica essa inacreditável estupidez da
Folha?
A meu ver, três pontos devem ser levantados: 1. A combativa
atuação do advogado Comparato para impedir que os torturadores permaneçam
“anistiados” (atenção: o caso será julgado em breve no STF). 2. O insidioso
revisionismo histórico, com certos acadêmicos, políticos e jornalistas, a quem
não interessa a campanha pelo “Direito à Memória e à Verdade”. 3. A possível
derrota eleitoral do esquema PSDB-DEM, em 2010. (Um quarto ponto fica para
“divã de analista”: os termos da nota – não assinada – revelam raiva e rancor,
extrapolando a mais elementar ética jornalística).
Dessa experiência, para mim inédita, ficou uma
reflexão dolorosa, provocada pela jornalista Elaine Tavares, do blog cearense
Bodega Cultural, que reclama: “Sempre me causou espécie ver a intelectualidade
de esquerda render-se ao feitiço da Folha, que insistia em dizer que era o
‘mais democrático’ ou que ‘pelo menos abria um espaço para a diferença’. Ora, o
jornal dos Frias pode ser comparado à velha historinha do lobo que estudou na
França e voltou querendo ser amigo das ovelhas. Tanto insistiu que elas foram
visitá-lo. Então, já dentro da casa do lobo ele as comeu. Uma delas, moribunda,
lamentou;’Mas você disse que tinha mudado’... E ele, sincero: ‘Eu mudei, mas
não há como mudar os hábitos alimentares’. E assim é com a Folha (...). São os
hábitos alimentares”.
O que fazer? Muito. Há a imprensa independente,
como esta Carta Capital. Há a internet. Há todo um movimento pela
democratização da informação e da comunicação. Há a luta – que sabemos
constante – pela justiça, pela verdade, pela república, pela democracia. Onde
quer que estejamos.
*Maria Victoria Benevides é socióloga com
especialização em Ciências Políticas e professora titular da Faculdade de
Educação da USP. Publicado pela Revista Carta Capital 4 de março de 2009
Gostaria também de fazer o
registro de que no último domingo, 1º de março, foi a data-base dos servidores
do Estado de São Paulo. Mais uma vez, o Governador do Estado desrespeita o
funcionalismo público, não negocia com as entidades representativas dos
servidores. Mais uma vez, vemos a data-base passar, sem que nenhuma negociação
salarial tenha sido feita entre o Governo do Estado e os seus servidores. Mais
uma vez, o Governo desconhece a legislação, aprovada por unanimidade nesta
Casa. Tínhamos um projeto sobre esse assunto, mas o Executivo acabou enviando
outro a esta Casa, que foi aprovado por unanimidade. Infelizmente, o Poder
Executivo do Estado de São Paulo continua a desrespeitar as entidades do
funcionalismo de um modo geral. Obrigado.
O SR. ROBERTO FELÍCIO - PT - PELO ART.
82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV
Assembleia, funcionários da Casa, tivemos inúmeros episódios na história da
humanidade que foram reescritos, até mais de uma vez. Às vezes pelo
reconhecimento de um episódio, uma revisão histórica transforma heróis em
bandidos, ou o inverso. Aliás, reconhecido como um dos mais importantes
personagens da nossa história, que até corresponde a um feriado nacional,
Tiradentes era considerado pela Corte Portuguesa como um traidor. A revisão
histórica transformou Tiradentes em um herói nacional. Não vou discorrer sobre
esse assunto, que é de conhecimento da população.
Não sei se com o propósito de fazer o inverso com
um episódio recente da história brasileira, a “Folha de S.Paulo” resolveu
manifestar em editorial que tivemos uma ditadura branda. O povo brasileiro sabe
da luta que se fez no Brasil para resgatarmos o estado de direito. Centenas,
milhares de pessoas sofreram diretamente as consequências do regime...
(segue Elizabeth)
Roberto Felício
... as consequências do regime de exceção que se iniciou no Brasil em 1964, para não falar de outros períodos históricos. O
editorial do jornal “Folha de S. Paulo” fala do período de 1964 e, por isso, quero me
referir exclusivamente a ele.
Dirigentes
sindicais, dirigentes políticos foram presos, torturados e assassinados em
delegacias de polícia, nos
porões da ditadura, conforme ficou conhecida essa expressão. Indiretamente,
isso atingiu famílias por inteiro. Há um reconhecimento geral de que nenhum regime de exceção é bom, de que não existe a possibilidade
de uma análise para saber
se uma ditadura é boa em
comparação com outra. Podem-se, nos
processos vividos pela humanidade, constatar situações mais ou menos dramáticas.
Recentemente, um bispo negou o holocausto, inclusive, com anuência da
Igreja Católica, que, diante das críticas, recuou. O próprio Papa foi obrigado, diante de um clamor - independentemente das
profissões de fé -, a voltar atrás. Aquele bispo ficou sob ameaça de uma
punição, caso ele continuasse afirmando a não-existência do holocausto.
Brevemente, a humanidade reconhecerá o holocausto do povo palestino, cuja
responsabilidade central é do Estado de
Israel. Oxalá a humanidade possa reconhecer esse fato o mais breve possível, para que se possa
consolidar o Estado da Palestina no Oriente Médio.
Referi ao fato de que, muitas vezes, fazem-se revisões
históricas. Não sei se o editorial
da “Folha de S. Paulo” tem esse propósito, de fazer
uma revisão de que a ditadura no Brasil não foi tão agressiva assim, de querer
reescrever a história e transformar os personagens em algo que eles não foram: as vítimas, em algozes, e o contrário também. A partir
desse editorial da “Folha de S.
Paulo”, travou-se um amplo debate, dezenas de pessoas enviaram cartas ao jornal.
Passo a ler documento, intitulado “‘Ditabranda’ para quem?”, de autoria de Maria Victoria de Mesquita
Benevides, para que conste nos Anais
desta Casa:
(ENTRA
LEITURA DE UMA PÁGINA)
Gostaria também de fazer o
registro de que no último domingo, 1º
de março, foi a data-base dos servidores do Estado de São Paulo.
Mais uma vez, o Governador do Estado desrespeita o funcionalismo público, não negocia com
as entidades representativas dos servidores. Mais uma vez, vemos a data-base
passar, sem que nenhuma negociação salarial tenha sido feita entre o Governo do
Estado e os seus servidores. Mais uma vez, o Governo desconhece a legislação,
aprovada por unanimidade nesta Casa. Tínhamos
um projeto sobre esse assunto, mas o Executivo acabou enviando outro a esta
Casa, que foi aprovado por unanimidade. Infelizmente, o Poder Executivo do Estado de São Paulo continua a desrespeitar as entidades
do funcionalismo de um modo geral.
Obrigado.
O SR. Marcos Martins - PT - PELO ART. 82 - Sr.
Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia,
companheiros
de bancada, ouvimos hoje um dos deputados falar sobre a Empresa Brasileira de
Aeronáutica S.A. (Embraer) e tecer algumas críticas ao Presidente Lula, cujo governo tem a aprovação de 84% do
povo brasileiro, percentual que vai além do âmbito do Partido dos Trabalhadores, do qual o
Presidente faz parte.
Em relação à Embraer, a questão é mais profunda. Quem deixou a Embraer na
situação atual foi o antigo Presidente Fernando Henrique Cardoso, que a
privatizou. O Presidente Lula dá atenção, procura fazer investimentos através
do Programa de
Aceleração de Crescimento (PAC) e de outras medidas para enfrentar a crise, gerada
no exterior,
no âmago do capitalismo, no sistema financeiro dos Estados Unidos, e irradiada
para o mundo.
A Embraer, empresa privatizada pelo ex-Presidente
Fernando Henrique Cardoso, tem dificuldade de vender aviões. O Presidente da
República dispõe-se a ajudar, assim como faz em relação a outras empresas, mas não dá para tratá-la
como se fosse uma empresa estatal, porque ela não é. Da mesma forma, temos a Vale e tantas outras empresas privatizadas no governo anterior que
ganharam rios de dinheiro.
Não dá para aceitar a demissão de quatro mil trabalhadores. O Governo faz de tudo para ajudar, fez um
apelo aos empresários nacionais - àqueles que compram aviões - para que comprem
aviões da Embraer. Que essa atitude auxilie na solução da crise,
junto com o Governo do Presidente Lula, porque o Governo do Estado de São Paulo pouco tem
feito para ajudar no combate à crise. Os recursos do Banco Nossa Caixa S.A., destinados a socorrer a indústria
automobilística,
serão pagos pelo Banco do Brasil, já que a Nossa Caixa foi incorporada pelo Banco do Brasil. Segundo informações, a
maior parte desses recursos não foi viabilizada porque as condições foram desfavoráveis e os empresários
não tiveram condições de ter acesso a esses recursos.
Não dá para responsabilizar o Presidente Lula por
esse quadro, montado numa das crises
mais profundas do capitalismo. Aliás, nas pesquisas, reconhece-se o trabalho que o
Presidente da República tem feito no País e no mundo para enfrentar a crise e dar a sua contribuição
como um estadista, um homem público, de origem humilde, mas que soube cumprir o seu papel como
Presidente da República.
Portanto, ... (Segue Celina)
Donisete Braga
Gostaria de,
mais uma vez, ressaltar essa importante iniciativa da Assembléia Legislativa,
que contou com a presença do Presidente Vaz de Lima, do 2º Secretário Edmir
Chedid, dos Deputados Simão Pedro, Hamilton Pereira, José Bittencourt e
Reinaldo Alguz.
Eram essas
as minhas considerações, Sr. Presidente.
Muito
obrigado.
O Sr. Presidente - JOÃO BARBOSA - DEM - Srs.
Deputados, tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt.
O SR. José Bittencourt - PDT - SEM REVISÃO
DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. e Srs. parlamentares, telespectadores da TV
Assembléia, público que nos acompanha, Srs. funcionários, boa-tarde.
Quero
ratificar e associar-me ao brilhante discurso do nobre Deputado Donisete Braga,
1º Secretário desta Casa, a respeito da PEC nº 26, de 2008, que promulgamos
hoje, num Ato Solene, com a presença da Mesa Diretora, dando eficácia jurídica
a essa PEC, que já foi esclarecida sumamente pelo Deputado Donisete Braga. Há
também o requerimento de urgência para o Projeto de autoria do Governo da lei
específica da Represa Billings.
Gostaria de
fazer um apelo aos parlamentares, aos líderes de bancadas desta Casa, que conta
com 14 partidos políticos. Apelo, com veemência, à Liderança do Governo, ao
nobre Deputado Barros Munhoz, ao Deputado Roberto Engler, que é o relator do
Orçamento de 2009, para que contemplem a emenda do Tribunal de Justiça, os 15
milhões de reais, que foi rejeitada no relatório do Deputado
Fica, então,
esse apelo... (Segue Celina)
MARCOS MARTINS
Portanto, antes de condenar o Presidente Lula porque recomendou aos empresários a compra de aviões da Embraer, que se responsabilize o presidente anterior que privatizou e colocou a Embraer nesse beco sem saída. Disseram que o Presidente Lula ficaria oito anos, mas o outro presidente também ficou, e poderia ter resolvido todo esse problema. Deixo então o registro da minha opinião a respeito da crise e a posição do Presidente Lula. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ SOARES - DEM - Srs. Deputados, vamos passar à Ordem do Dia.
* * *
- Passa-se à
ORDEM DO DIA
* * *
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ SOARES - DEM - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, há sobre a mesa requerimento de urgência do Deputado Estevam Galvão, nos termos regimentais, para o Projeto de lei nº 828/2008, de sua autoria
Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão.
Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
Há também requerimento assinado pelos líderes, nos termos do Art. 120, § 4º, para que a disposição das proposituras da presente Ordem do Dia seja alterada na seguinte conformidade: que o Item 452, PL 806, de 2008, passe a figurar como Item 1, renumerando-se os demais itens.
Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão.
Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
Item 1 - Discussão e votação - Projeto de lei nº 806, de 2008, de autoria do Sr. Governador. Altera a Lei nº 12.685, de 2007, que dispõe sobre a criação do Programa de Estímulo à Cidadania Fiscal do Estado. Com 12 emendas. Pareceres nºs 173 e 174, de 2009, respectivamente, de relator especial pela Comissão de Justiça e do Congresso das Comissões de Defesa dos Direitos do Consumidor e de Finanças, favoráveis ao projeto e contrário às emendas.
Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão.
Em votação o projeto, salvo as emendas. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
Em votação as emendas nºs 01 a 12, de pareceres contrários.
Os Srs. Deputados que estiverem de acordoque forem contrários
permaneçam como se encontram. (Pausa.) Rejeitadas.
O SR. ROBERTO FELÍCIO - PT - Sr. Presidente, declaro o voto favorável da Bancada do PT às emendas assinadas pelos seus membros.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ SOARES - DEM - Esta Presidência registra a manifestação de Vossa Excelência.
O SR. ROBERTO FELÍCIO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ SOARES - DEM - Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a Ordem do Dia remanescente do dia de hoje.
Está levantada a sessão.
* * *
- Levanta-se a sessão às 16 horas e 54 minutos.
* * *