08 DE MAIO DE 2009

016ª SESSÃO SOLENE PARA O LANÇAMENTO ESTADUAL DA CAMPANHA DE REGISTRO DA QUEIMA DO ALHO COMO PATRIMÔNIO CULTURAL E IMATERIAL

 

Presidente: VICENTE CÂNDIDO

 

 

RESUMO

001 - VICENTE CÂNDIDO

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Comunica que esta sessão solene foi convocada pelo Presidente efetivo, por solicitação do Deputado Vicente Cândido, com a finalidade de homenagear a Associação "Os Independentes de Barretos", com o lançamento da campanha de registro da Queima do Alho, manifestação cultural do Interior paulista, como patrimônio cultural e imaterial. Convida o público presente a ouvir, de pé, a execução do Hino Nacional Brasileiro. Anuncia a apresentação musical da dupla Diego e Renan, de Monte Alto, São Paulo, com as músicas: Pout Pourri Tião Carreiro e A Viola e a Pescaria. Fala sobre a história da "Associação Independentes de Barretos", registrando que a 1ª Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos aconteceu em 1956. Comenta que a sociedade de Barretos hoje compreende o que representa a Associação Independentes de Barretos para a economia regional e para entidades filantrópicas. Relata a construção, nos anos 80, de um espaço próprio para o evento,"o Parque do Peão" com projeto gratuito de Oscar Niemeyer.

 

002 - EDEMILSON JOSÉ DO VALE

Também chamado "Sete", professor de filosofia e militante cultural, diz que a AGCIP (Associação Cultural do Interior Paulista) procura valorizar a cultura do interior do Estado de São Paulo e se uniu aos Independentes. Informa que estão concluindo um trabalho que visa fazer com que o Estado dê mais atenção ao Interior e aos Independentes. Agradece a todos os funcionários dos Independentes que ajudaram a organizar o evento e afirma que somos reflexos de nossas ações e que vai fazer o que for preciso para que a cultura tenha voz e vez no Interior Paulista.

 

003 - Presidente VICENTE CÂNDIDO

Anuncia a apresentação de curta-metragem, que mostra sucintamente o que "Os Independentes" oferecem ao público como cultura-raiz.

 

004 - CECÍLIA GARÇONI

Representante do Ministério da Cultura no Estado de São Paulo, anuncia que o Ministério da Cultura, pela primeira vez, vai estar presente, neste ano, à Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, numa interação com esse lado da cultura paulista.

 

005 - Presidente VICENTE CÂNDIDO

Registra e agradece a presença da Rede Vida de Televisão.

 

006 - LUIZ FELIPE NUNES

Jornalista da Revista Culturando, diz que hoje a Festa do Peão de Boiadeiro se tornou um grande evento. Fala do peão que sabe fazer a queima do alho, costume que considera patrimônio cultural de todos nós, da classe política e da sociedade civil.

 

007 - Presidente VICENTE CÂNDIDO

Destaca o trabalho dos Independentes na cultura da solidariedade e a participação na comunidade, auxiliando a Santa Casa de Barretos.

 

008 - JERÔNIMO LUIZ MUZETTI

Presidente da Associação "Os Independentes", diz que a história da Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos começou em 1956 e é um reflexo da cultura de um povo, que tinha na pecuária, a sua economia. Lembra que o evento não esqueceu as suas origens. Diz que a queima do alho deve ser reconhecida como patrimônio imaterial.

 

009 - EMANUEL MARIANO CARVALHO

Prefeito de Barretos, agradece ao Deputado Vicente Cândido, a proposta de registrar a queima do alho como patrimônio imaterial. Diz que o prefeito tem uma missão difícil e pede que seja aprovado projeto de doação em definitivo do Recinto Paulo de Lima Correia, que está tramitando nesta Casa. Lembra que a cidade de Barretos ainda não foi considerada estância turística.

 

010 - Presidente VICENTE CÂNDIDO

Presta homenagem ao Sr. Jerônimo Luiz Muzetti, presidente da Associação "Os Independentes", e diz da honra de protocolar simbolicamente o projeto que designa a Associação "Os Independentes", com sede em Barretos, como entidade mantenedora da cultura. Anuncia apresentação musical da Orquestra Sertaneja "Cheiro de Mato", de Monte Azul Paulista, São Paulo; do berranteiro, Sr. Alceu Garcia, que chamou a todos para a queima do alho. Agradece a todos que colaboram para o êxito desta solenidade. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Vicente Cândido.

 

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O SR. PRESIDENTE – VICENTE CÂNDIDO - PT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

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- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

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O SR. PRESIDENTE - VICENTE CÂNDIDO - PT - Esta Presidência passa a nomear as autoridades que compõem a Mesa: Sr. Jerônimo Luiz Muzetti - Jerominho - presidente da Associação “Os Independentes de Barretos”; Sr. Edemilson José do Vale, presidente da AGCIP e Professor de Filosofia militante cultural; Sra. Cecília Garçoni, representante do Ministério da Cultura no Estado de São Paulo, e o Prefeito da Cidade de Barretos Emanoel Mariano Carvalho.

Senhoras e senhores, esta Sessão Solene foi convocada pela Presidência efetiva desta Casa atendendo solicitação deste Deputado com a finalidade de homenagear a Associação “Os Independentes de Barretos” com o lançamento da campanha de registro da Queima do Alho, manifestação cultural do interior paulista, como patrimônio cultural e imaterial.

Convido todos os presentes para, de pé, ouvirem o Hino Nacional Brasileiro executado pela dupla Salles & Guilherme, violeiros de Barretos.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - VICENTE CÂNDIDO - PT - Esta Presidência agradece a dupla Salles & Guilherme pela brilhante execução do Hino Nacional.

Assistiremos agora a apresentação musical da dupla Diego e Renan, de Monte Alto, executando “Pout-pourri de Tião Carreiro” e “A Viola e a Pescaria”.

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - VICENTE CÂNDIDO - PT - Muito obrigado, dupla Diego e Renan. Foi um show de graça, não é? Esta é uma sessão que todos vão torcer para não acabar logo, diferente das demais que aqui realizamos. Obrigado pela apresentação.

Antes de passar a palavra a amigos e companheiros que nos prestigiam, gostaria de registrar algumas palavras sobre “Os Independentes”.

“Os Independentes” é uma associação sem fins lucrativos fundada em 1955. A 1ª Festa do Peão de “Os Independentes” aconteceu em 1956, sob o descrédito de boa parte da sociedade barretense, que hoje compreende o que representa “Os Independentes” para a economia regional, para as entidades filantrópicas e para o lazer dessa que é hoje a maior festa da América Latina e modelo para outras festas e para a regulamentação do rodeio como esporte através de lei federal.

Voltando ao primeiro ano da festa, em 1956, a arrecadação do evento foi doada para um asilo chamado Vila dos Velhos. Dali para frente, a festa foi crescendo: as primeiras duas, três noites de festa se tornaram dez com o passar dos anos!

Nos anos 80, construíram um espaço próprio, o Parque do Peão, com projeto feito gratuitamente pelo arquiteto Oscar Niemeyer. O neto de Niemeyer, Carlos Oscar Niemeyer Magalhães, possui uma comitiva chamada “Cavaleiros da Cultura”. Em 16 de agosto de 2007, os “Cavaleiros da Cultura” marcharam de Goiana, Minas Gerais, até Barretos, para a abertura da Festa do Peão daquele ano.

Foram 813 quilômetros de marcha, durante quase 20 dias. A atividade, além do resgate cultural do peão-tradição, marcou o centenário de nascimento do mestre Oscar Niemeyer, celebrado em 15 de dezembro de 2007.

Cito esse exemplo para trazer aos senhores e senhoras um perfil da Festa do Peão que poucos conhecem. Além do fenômeno esportivo, de lazer e de marketing, a festa mantém, em eventos realizados dentro do Parque do Peão, as manifestações culturais do peão-tradição, mantendo viva essa identidade que é o passado do caipira do interior de SP.

Essa cultura, manifestada em diversas vertentes artísticas, é patrimônio do nosso povo. É, também, dever da classe política, junto à sociedade civil, apoiar a preservação e reprodução dessa cultura, uma vez que quase não mais existem peões marchando nas estradas, mas existem grupos e instituições, como a Associação “Os Independentes”, que trazem à tona esse passado, através de inúmeras práticas culturais que vemos hoje.

Uma delas é a Moda de Viola, música típica desde 1929, quando houve o primeiro registro dessa arte, realizado por Cornélio Pires, gravando sua obra “Moda do Peão” em 78 rotações.

Para nos certificarmos de que o "Modão” não deixa de ser a identidade do caipira paulista, acabamos de conhecer a dupla Diego e Renan.

Uma importante ação cultural de “Os Independentes” é o convite que eles fazem, todo ano, a artistas plásticos e gráficos consagrados, para a criação dos cartazes artísticos da festa, estimulando a Arte junto ao esporte Rodeio.

Dentre os artistas conhecidos no Brasil e no mundo, temos Tomie Ohtake, Manabu Mabe, Oscar Niemeyer e Ziraldo.

Nesse ano, quem criou o cartaz artístico foi um dos maiores artistas gráficos da história do Brasil, que tornou sua arte consagrada com capas de discos: Elifas Andreatto, designer gráfico e ilustrador brasileiro. Com mais de quarenta anos de atividade como artista plástico, Elifas é especialmente reconhecido como ilustrador de inúmeras capas de discos de vinil nos anos 70. O traço poético com profundo sentido social definiu os trabalhos de Elifas como um ícone de uma geração que protestava, por meio da arte, contra a ditadura militar vigente.

Da geração do vinil, Elifas foi o maior capista, chegando a produzir a capa de 362 discos, com destaque para a ópera do Malandro, de Chico Buarque; A Rosa do Povo, de Martinho da Vila; Clementina de Jesus e A Arca de Noé, obra de Vinícius de Moraes. Elifas começou sua produção de capas em 1973, quando criou a do disco "Nervos de Aço", de Paulinho da Viola.

Em se falando de cultura, temos que prestar nosso reconhecimento a uma associação, fundada há 4 anos, em Monte Alto, que hoje abriga 3 7 municípios do interior paulista. Falo da Associação de Gestão Cultural no Interior Paulista, a AGCIP, cujo patrono é nosso saudoso companheiro Gilberto Morgado, sociólogo, professor, ex-vereador e prefeito de Monte Alto, atuante na formação do Partido dos Trabalhadores.

Dentre as muitas ações da AGCIP, está esse levantamento e valorização das culturas sertanejas-raiz junto a Os Independentes, mostrando à sociedade o valor dessas iniciativas culturais dispersas pelo Parque do Peão.

Para falar mais sobre a AGCIP, chamo à palavra o presidente da AGCIP, "Prof. Gilberto Morgado", que existe há 4 anos: o professor de filosofia e militante cultural Edemilson José do Vale, mais conhecido como "Sete".

 

O SR. EDEMILSON JOSÉ DO VALE - Boa noite a todos. Em nome do amigo, companheiro, Deputado estadual Vicente Cândido, cumprimento toda a Mesa. Prefeito de Barretos, presidente de “Os Independentes”, representante do Ministério da Cultura no Estado de São Paulo, Sra. Cecília, em nome dos meus alunos que estão aqui, da E. E. Profª Nena Giannasi Buck e de seus acompanhantes, professores que vieram de Monte Azul Paulista, cumprimentar todos os presentes em nome da juventude porque com certeza logo vocês estarão, espero, ocupando alguns de desses lugares aqui em cima.

A AGCIP é uma associação de gestão cultural no interior paulista, fundada em 22 de março de 2006, cujo trabalho, com início em 2005, procura valorizar a cultura do Estado de São Paulo. A AGCIP iniciou com o apelo das cidades para ajudar as entidades do interior do Estado de são Paulo a conseguir fomento, projetos e recursos para desenvolver a cultura uma vez que o Governo Estadual olha pouco para o interior, destina pouca verba para que as cidades e as entidades possam promover a cultura. A AGCIP surgiu para auxiliar os movimentos culturais do interior a chegarem até São Paulo, na Secretaria de Estado da Cultura e no Ministério da Cultura, visando uma maior atenção para os municípios do interior paulista. E continuamos nesta luta.

“Sonho que se sonha só- já dizia o poeta - é só um sonho. Sonho que se sonha junto é realidade.”

O Samir Kaualib que está aqui, em 22 de março de 2008 num evento em Matão, disse: “Vou levar vocês para conhecer o pessoal de Barretos”. Quem sabe a AGCIP não ganha um espaço lá. O Samir nos levou a Barretos e lá conhecemos, numa reunião, o Marcelo Oliveira que aqui está, o Marcos Murta, o Marcelo Murta, e mais algumas pessoas para iniciar uma parceira com “Os Independentes”.

 

A partir daí, o Marcelo Oliveira, um diretor dos “Independentes”, acampou, “comprou” a briga pela cultura junto com os seus demais companheiros, assumiu alguns riscos em trabalhar junto com a AGCIP, para que a AGCIP pudesse, ali junto aos “Independentes”, começar a fazer esse trabalho de resgate da cultura. Nós iniciamos com uma revista resgatando toda uma história dos “Independentes”. Dedico minha homenagem a todos os fundadores em nome do Sr. Paulo Pereira que está aqui, que é o primeiro daqui para lá que foi entrevistado. E hoje o Marcelo, Samir, Jerominho, atual presidente de “Os Independentes”, estão aqui concluindo uma etapa de um trabalho que era fazer com que o Estado olhasse melhor para o Interior, e no caso específico, melhor para “Os Independentes”.

Isso está acontecendo através do Deputado Vicente Cândido. Hoje será protocolada uma lei estadual para reconhecer “Os Independentes” como Guardiões da Cultura Sertaneja do Estado de São Paulo.

Vamos tentar registrar a Queima do Alho como patrimônio imaterial.

Agradeço a antropóloga Simoni Toji do IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que está aqui presente.

Marcelo, estamos aqui hoje muito por sua luta e por você acreditar na gente. Depois de você outros companheiros. O Jerominho, inicialmente, você, o Marcos Murta, os Murta, acreditaram em nós. Mas a AGCIP tem essa gratidão porque você, até pela demanda dos seus companheiros, por terem também afetividades, abriu as portas ali. E sabemos que em certo momento você foi até mal compreendido. Mas esse fruto aqui vai render. Tenho certeza absoluta que o Estado de São Paulo, os deputados desta Casa, vão aprovar a lei que reconhece “Os Independentes” como guardiões da Cultura Caipira. Tenho certeza absoluta que vamos conseguir registrar a Queima do Alho como patrimônio imaterial, e tenho também certeza absoluta que vamos conseguir ainda mais aumentar esse bolo que luta pela cultura.

Gostaria de agradecer a Lívia Teles e o Netinho, que estão aqui, e em nome deles agradecer a todos os funcionários dos “Independentes” que ajudaram a organizar o evento. Agradeço também a Cooperativa Cultural Brasileira, que se faz presente, os assessores do Deputado Vicente Cândido, em nome do Lamil e do Natanael, enfim, agradecer a todos pela batalha para ajudar a organizar o evento. Agradeço também ao Sr. João Paulo e ao Sr. Dorival, que organizam a Queima do Alho. Lá fora vai ter uma degustação daqui a pouco; e são eles os responsáveis. Se estiver bom, vocês me agradecem; mas se estiver ruim, vocês podem ir atrás deles.

Finalizo dizendo que somos reflexos de nossas ações.

Parabéns aos “Independentes”, parabéns à AGCIP, parabéns à toda equipe da AGCIP porque hoje é uma ação que vai dar fruto. “Sonho que se sonha só é só um sonho, sonho que se sonha junto é realidade”. Agradeço ainda ao Felipe que preparou o protocolo, o Daniel Tercilo, advogado da AGCIP e dizer para vocês que se não preservarmos a cultura a sociedade vai morrer sem identidade.

Portanto, muito obrigado e parabéns novamente aos “Independentes”. Vamos continuar nessa luta fazendo os enfrentamentos com quem tiver que fazer para que a cultura tenha voz e vez no interior paulista.

 

O SR. PRESIDENTE – VICENTE CÂNDIDO - PT - Quero registrar algumas presenças que nos honram na noite de hoje: Samir Karnib, diretor de Ciências e Tecnologia do Município de Barretos; João Paulo Martins, coordenador da Queima do Alho de “Os Independentes”; Dorival Gonçalves, coordenador da Queima do Alho de “Os Independentes”; Cristina Marcello, vice-Presidente da Cooperativa Cultural Brasileira; Felipe Marques Magrini, membro da Comissão de Propriedade Imaterial da Ordem dos Advogados do Brasil/São Paulo; Luiz Felipe Nunes, jornalista da Revista Culturando, escritor e militante esportivo e cultural; Simoni Toji, antropóloga do IPHAN- Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional; João Carlos Bacelar, Consultor Técnico em cinemas e Teatros; Alessandra D’Ávila, Coordenadora do Senac/São Paulo Unidade Jaboticabal,; João Roberto da Silva, fundador da AGCIP - Associação de Gestão Cultural do Interior Paulista; Luiz Umberto Sarti - Kapetinha - vereador da Câmara Municipal de Barretos; Marcelo Murta Júnior, diretor de comunicação da Prefeitura de Barretos, com quem tive a honra de fazer o programa na TV Assembleia, marqueteiro bem característico - viu prefeito - da Cidade de Barretos fez questão de ir uniformizado ao programa da TV; Marcos Murta, diretor de Planejamento de “Os Independentes”, Marcelo Flosi de Oliveira, diretor financeiro de “Os Independentes”; Professor Orivaldo Tenório, com quem tive a honra de participar hoje no programa da TV Assembleia, coordenador do ECOA - Centro de Estudos do Comportamento Animal; Cesário Tuma Júnior, representando o Deputado Federal Lobbe Neto; João Lins, representando o Deputado Roberto Felício; Udine Verardi, representando o Deputado Antonio Salim Curiati; Sr. Paulo Ferreira, um dos primeiros 20 fundadores, em 1955, de “Os Independentes”. Paulo Pereira, quer dizer que é tudo é culpa tua: em 1955 arrumou toda essa boa confusão para o Brasil. Muito obrigado pela presença, muito nos honra aqui essa abnegação histórica de “Os Independentes”. Décio Maruco, professor da Santa Casa de Barretos, muito obrigado.

Registro ainda alguns fax e e-mails que recebemos congratulando-se com o evento: não puderam estar presentes aqui o Governador José Serra, o Sr. Laudo Natel, ex-Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, Secretário de Desenvolvimento e ex-Governador de São Paulo, Francisco Graziano, Secretário de Agricultura, Claury Alves da Silva, Secretário de Esporte Turismo e Lazer, e do Professor Dr. Álvaro Fernandes Gomes, reitor da Fundação Educacional de Barretos. Muito obrigado também pelo registro da importância do evento.

Vamos assistir agora a um filme que registra as manifestações dos “Os Independentes”, com destaque para a Queima do Alho.

Quantos minutos são, Edemilson? Cinco minutos. Ninguém vai dormir, podem ficar tranquilos, porque na noite de hoje vamos ter um banho da história da Cidade de Barretos.

 

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- É exibido o filme.

 

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O SR. PRESIDENTE - VICENTE CÂNDIDO - PT - A Assembleia acabou de ser premiada com um CD - um para cada deputado. A partir daqui quero ver qual o projeto, qual a emenda orçamentária que não passe aqui nesta Casa, senão não vamos receber o CD.

Passo a palavra para a nossa companheira, representando o Ministério da Cultura no Estado de São Paulo, Cecília Garçoni.

 

A SRA. CECÍLIA GARÇONI - Boa-noite a todos. É um prazer estar aqui hoje. Quero saudar o Deputado, nosso amigo Vicente Cândido, organizador deste evento; o Prefeito de Barretos, Sr. Emanoel Mariano Carvalho; Sr. Jerônimo Luiz Muzetti, presidente da Associação “Os Independentes”; nosso velho amigo, presidente da AGCIP, Edemilson José do Vale, também chamado “Sete”, não sei por quê, depois você me explica.O Edemilson é um habitué do Ministério da Cultura e tem nos posicionado sempre sobre essa festa de Barretos. É um grande batalhador desse evento todo.Quero saudar também o Sr. Paulo Pereira, que tive o prazer de conhecer agora, um dos fundadores dos “Independentes” e um grande entusiasta dessa festa.

Não preparei nenhum discurso, e também fazer discurso não é assim muito o meu forte, mas eu não poderia deixar de atender ao meu amigo Edemilson e dizer algumas palavras. Estou realmente feliz por estar aqui, neste evento, tomando um contato um pouco mais aprofundado, uma amostra dessa cultura paulista.

Na verdade eu não sou paulista, mas essa cultura também não me é estranha, pelo contrário, aprendi a amar essa cultura paulista. Meu marido era paulista de Araraquara, um fanático pela cultura caipira. Também como meio gaúcha, meio paranaense, todos esses usos e costumes me são bastante caros.

É realmente uma honra para mim estar aqui representando o Ministério da Cultura e principalmente gostaria de trazer o apoio do Ministério a essa proposta de transformar essa Festa do Alho num patrimônio imaterial. É uma tradição importantíssima para nossa cultura, e aí eu falo “nossa” porque já sou paulista, por honra.

Realmente é uma questão importante e tem todo o nosso apoio. Quero anunciar aqui, porque isso foi lançado há dois dias: o IPHAN - parece que há representantes aqui - lançou um edital para patrimônio imaterial. Eu nem tive condições de pegar o edital e ter mais informações para trazer para vocês. Parece que é um prêmio destinado a pesquisas na área do patrimônio imaterial, mas com certeza deve atender esse aspecto tão importante da nossa cultura, que é a Queima do Alho.

Na verdade não é só a Queima do Alho, mas é também a música, os usos, os costumes, todas as tradições que estão englobadas e que hoje estão representadas nessa festa do Peão de Barretos e na Queima do Alho.

O MinC, tanto na gestão do Gilberto Gil, como agora na do Juca Ferreira, pela primeira vez neste País, como diz o Lula, tem dado um destaque muito grande para o patrimônio imaterial. Um dos exemplos é a capoeira, que sempre foi considerado um aspecto marginal da nossa cultura, e que hoje faz parte do nosso patrimônio imaterial; deixou de ser um aspecto vulgar, até, considerado por muitos, para ser reconhecido como um aspecto importante, como parte das nossas raízes africanas.

Gostaria de anunciar, e faço isso com muita satisfação, que o Ministério da Cultura, pela primeira vez, também estará presente neste ano na Festa do Peão de Barretos. Foi atendendo a um convite também do nosso amigo Edemilson e do grupo “Os Independentes”, que estiveram conosco no Ministério, e agora um convite que foi reafirmado pelo Prefeito de Barretos. E vamos ter o maior prazer em atender.

Estaremos lá instalando um gabinete do Ministério da Cultura, para atender prefeitos, Secretários de Cultura, todas as pessoas que fazem cultura em toda aquela região. Vai ser uma interação nossa, do Ministério, com esse lado de toda a cultura paulista.

Gostaria de agradecer mais uma vez pelo convite para estar aqui com vocês hoje e avisar aos presentes que eu já experimentei algumas coisas da Queima do Alho, e acho que esse evento deveria terminar rapidinho para que todos possam ir lá aproveitar, porque realmente está uma delícia; a pinga, pelo menos, está fantástica. E como disse a Ana Maria, a comida também está maravilhosa.

É um prazer estar aqui com todos. Agradeço mais uma vez o convite. Parabenizo o Deputado Vicente Cândido por esta iniciativa. O Deputado sempre vem numa luta de valorizar todos os aspectos de nossa cultura; é um grande batalhador, junto, aliás, com o seu assessor, Miro, e o nosso amigo Lamir. Muito obrigada. (Palmas)

 

O SR. PRESIDENTE - VICENTE CÂNDIDO - PT - Obrigado, Cecília, pelas palavras.

Não é usual registrar a presença da imprensa em eventos desta natureza, mas eu gostaria de registrar a presença de uma equipe de imprensa diferenciada, a equipe da RedeVida, que também é barretense e veio cobrir o evento. A RedeVida também é uma instituição que vai fazer parte da cultura brasileira, do modo de comunicar, do trabalho prestado à sociedade brasileira. Abraço ao João Monteiro Neto, pelo trabalho realizado.

Várias cidades que fazem parte da AGCIP estão presentes: Ibitinga, Barretos, Jaboticabal, Monte Alto, Ariranha e Monte Azul. Essa última, aliás, tem um time lutando para subir de divisão do Campeonato Paulista de Futebol. Mirassol também está presente, um abraço para o presidente do time, parceiro nosso na Federação Paulista de Futebol.

A AGCIP, em parceria com “Os Independentes”, traçou um perfil do “peão-tradição”, aquele que sumiu do nosso contexto, pois hoje o transporte para os frigoríficos não pede mais que os peões marchem por meses pela estrada no lombo dos burros e mulas. Para falar um pouco sobre esse trabalho conceitual chamamos o professor, escritor, militante esportivo e cultural e jornalista da revista “Culturando”, Luiz Felipe Nunes.

 

O SR. LUIZ FELIPE NUNES - Boa-noite a todos os presentes, agradecemos muito a presença desse ótimo público.

A partir de pequenas iniciativas caminha a cultura e se torna uma expressão subjetiva tão importante para a identidade do Brasil, aquilo que nos faz pessoas do interior de São Paulo, sertanejos, pessoas mineiras, cada um com sua cultura e sua identidade.

Quero saudar o nosso amigo e fundador Paulo Pereira, que sempre nos recebe em Barretos de braços abertos, assim como todos “Os Independentes” que conhecemos. Saúdo o João Paulo, o Dorival, o pessoal da Queima do Alho, a nossa parceira Cristina Marcello, da Cooperativa Cultural Brasileira, a quem saúdo em nome de todos os diretores culturais e em nome dos artistas. Daqui a pouco, a dupla Eduardo e Rafael, de Limeira, vai mostrar sua arte de 25 anos de violeiros. O Festival de Viola é mais uma iniciativa de “Os Independentes. Está presente também o berranteiro Jean Carlos”.

O conceito de “peão-tradição” é simples. Trabalhamos esse conceito na revista, fizemos uma edição especial da “Culturando” sobre a Festa do Peão. Quando vemos na grande mídia aquele peão com a calça curta, camisa xadrez, esse é o peão-atleta. Hoje, o rodeio se tornou um esporte e a Festa do Peão se tornou um grande evento de mídia e de lazer. Só que dentro de “Os Independentes” existe aquela expressão que iniciou toda a festa, a expressão cultural, do peão que marchava às vezes 60 dias para chegar a Barretos e vender sua boiada. Esse peão vestia calça gaúcha, larga, bombachas, suas fivelas de alpaca, um ferro ágate para cozinhar, levava os alimentos na gordura. Esse peão, que foi o alvo das primeiras festas, ainda permanece lá dentro.

Para que a festa tenha sucesso, “Os Independentes” precisariam continuar a manter esse “peão-tradição”? Não necessariamente. Mas eles gostam, nasceram disso e não esqueceram suas raízes. Muita gente desconhece isso, assim como desconhece também a questão dos animais. Não existe nenhum tipo de mau trato. Isso foi comprovado cientificamente. O Professor Doutor Tenório está aqui, apresentou seu trabalho na Unesp de Jaboticabal, comprovou na Justiça e, por isso, o rodeio virou esporte por lei federal.

Voltando ao “peão-tradição”, ele existe e coexiste em Barretos com o “peão-atleta”. Existem os dois peões: o peão-tradição e o peão-atleta. O peão-atleta é o que disputa hoje o rodeio e o peão-tradição é que leva essas manifestações, esta bela cozinha, o toque do berrante, a moda de viola. Isso é um patrimônio nosso. O saber fazer a Queima do Alho é um patrimônio nosso, do paulista, do brasileiro, porque o peão-tradição é formado por todos os estados que vinham para os frigoríficos de Barretos. Essa cultura não é só dever ou querer de “Os Independentes”, é de todos nós, é da classe política e da sociedade civil.

Há uma nova música sobre a Queima do Alho, da dupla Divino e Donizete. Há um verso simples, mas é do simples que vem a verdade. Eles escreveram simplesmente: “Queima do Alho é tradição; Queima do Alho é aqui no Barretão”. Hoje vai ser aqui na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Muito obrigado pela presença de todos. Vamos fazer essa tradição permanecer viva. Muito obrigado, Deputado. Muito obrigado, Prefeito Emanoel, que tem ótimos planos.

 

O SR. PRESIDENTE - VICENTE CÂNDIDO - PT - Muito obrigado, Luiz Felipe.

É salutar o trabalho de “Os Independentes” na cultura da solidariedade, preocupação que consta desde o primeiro estatuto da associação, datado de 1955. Com o passar dos anos, “Os Independentes” se firmaram como uma associação de grande participação na comunidade, auxiliando entidades como a Santa Casa e o Hospital do Câncer de Barretos, além de desenvolver trabalhos voltados a pessoas com deficiência, como a hipoterapia, dentre outros.

Para falar mais sobre essa cultura da solidariedade, chamo Jerônimo Luiz Muzetti, presidente de “Os Independentes” já pelo sexto mandato.

 

O SR. JERÔNIMO LUIZ MUZETTI - Prezada Sra. Cecília Garçoni, representante do Ministério da Cultura em São Paulo, na pessoa de quem cumprimento a Mesa; prezado Prefeito Emanoel Mariano de Carvalho, de Barretos; Sr. Paulo Pereira, fundador do clube “Os Independentes”, na pessoa de quem cumprimento todos os presentes; gostaria de agradecer os meninos da AGCIP, Luiz Felipe e Edemilson, pelo excelente trabalho realizado durante a Festa do Peão do ano passado e o trabalho que vem realizando neste projeto, junto com o nobre Deputado Vicente Cândido. Em nome de “Os Independentes”, agradeço a homenagem nesta noite para a Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos e, consequentemente, para todos os barretenses.

Agradeço especialmente o Deputado Vicente Cândido, autor da homenagem. Para nós, de “Os Independentes”, é fundamental ter pessoas envolvidas como V. Exa. não só na causa da cultura, mas na defesa do nosso rodeio e nossos eventos na Assembleia Legislativa. Muito obrigado por estar empenhado nessa causa.

A história da festa começa em 1956, quando, no Brasil, ninguém falava em eventos de rodeio. Um ano antes, em 1955, um grupo de jovens se uniu para homenagear a cultura do peão de boiadeiro, o chamado herói do sertão, o homem responsável pelo transporte do gado pelas estradas rústicas do interior do Brasil.

Por ter instalado o primeiro frigorífico da América Latina, a Cidade de Barretos tornou-se, na década de 40, a chamada “capital do gado” do Brasil. Esta cultura está presente até hoje na cidade.

A festa é reflexo da cultura de um povo, que tinha na pecuária sua principal economia. Claro que nesses 54 anos de história o evento mudou, modernizou-se, adaptou-se ao tempo, tempo que acabou com o transporte das boiadas por peões de boiadeiro. Hoje, o peão é atleta das arenas, bem preparado fisicamente, ganhando a vida de montaria em montaria.

O mais importante é que a Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos não esqueceu suas origens. Até hoje, na festa, são realizados os eventos típicos da cultura sertaneja, como o desfio do pau de sebo, o concurso do berrante, a moda de viola raiz num palco ao ar livre, a dança da catira, as montarias no estilo original brasileiro, as comitivas com a constituição original das tropas que percorriam o estradão.

Temos em Barretos um festival de música sertaneja, no estilo raiz, que talvez seja o mais antigo de todo o País, completando neste ano sua 26ª edição. Um festival realizado com autores que respeitam as melodias tradicionais da música raiz, com instrumentos originais, como a viola e o violão, e com letras que exaltam o mundo rural. Nomes como João Pacífico, Rio Negro e Solimões, entre outros, já passaram por esse festival.

Na programação da festa, ao lado dos grandes shows de sucesso nas paradas de rádios de todo o País, temos ainda alguns shows folclóricos tradicionais.

Procuramos manter nossas raízes, pois acreditamos que só quem sabe de onde veio pode decidir para onde vai. O próprio rodeio, hoje reconhecido como esporte, nasceu da cultura das fazendas, do trabalho do campo, onde o peão tinha que amansar o animal para a lida da roça - e a atividade de amansar gerava disputa, diversão e apostas. Foi assim que o rodeio nasceu.

Para nós, é uma questão de honra continuar realizando, todos os anos, a disputa da Queima do Alho, uma competição gastronômica que valoriza o prato típico dos estradões, a carne serenada, o arroz carreteiro, o feijão gordo, a paçoca de carne, tudo feito na trempe, como nos tempos das comitivas de estradas, rente ao chão, com toda a tradição de sabor e dedicação no preparo dos chefes de comitiva.

E é este, nosso prato típico, a Queima do Alho, que é alvo de uma campanha para ser reconhecido como patrimônio imaterial da cultura brasileira, uma campanha que, temos certeza, será coroada de sucesso.

Senhoras e Senhores presentes nesta noite histórica Assembleia Legislativa, saibam que “Os Independentes” sempre buscaram a modernidade para deixar seu evento maior, a Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, à altura de seu público, que se renova a cada ano. Acima de tudo, investimos na valorização de nossa cultura, mantendo eventos, apresentações e espaços que mostram nosso modo de ser e de viver no interior paulista. Fazemos isso porque, acima de tudo, temos orgulho de sermos chamados caipiras, pois, se ser caipira é saber o valor de suas origens, somos caipiras, sim senhor!

Muito obrigado!

 

O Sr. Presidente - Vicente Cândido - PT - Obrigado, Jerônimo. Tenho o prazer de passar a palavra ao Prefeito da Cidade de Barretos, Emanoel Mariano Carvalho.

O SR. EMANOEL MARIANO CARVALHO - O último orador, e o mais rápido de todos.

Gostaria de cumprimentar o Jerônimo, nosso companheiro, amigo de muitos anos em Barretos; o Edemilson, também chamado “Sete”, que depois vai contar com calma o motivo do “Sete”; o Sr. Paulo Pereira; o Sr. Luiz Felipe. Muito obrigado pelo trabalho que vocês têm desenvolvido pela Cidade de Barretos.

Deputado Vicente Cândido, além de cumprimentá-lo, quero agradecer-lhe. Quando fiquei sabendo que foi uma propositura sua, fiquei mais feliz ainda pelo respeito que tenho por V. Exa. e por sua trajetória política.

Vossa Excelência é mineiro, não é paulista, mas adotado pelo Estado de São Paulo, e teve a ideia de colocarmos a Queima do Alho como um patrimônio imaterial, como foi dito. Todos já falaram da importância que isso terá para a Cidade de Barretos, além de outros patrimônios que temos, os quais gostaríamos de ver imaterializados pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Mas o prefeito tem sempre uma missão difícil porque é muito cobrado na cidade. Quando temos a oportunidade de cobrar, cobramos também. Está aqui nesta Casa, há oito meses, um projeto de doação em definitivo, a volta do nosso Recinto Paulo de Lima Correa, que é um patrimônio cultural inegável de nossa cidade, um bem muito grande que temos. O projeto está tramitando nesta Casa. Gostaríamos que ele tivesse sido resolvido há muito tempo. Agora, soubemos das dificuldades políticas que aconteceram, mas estamos vencendo essas dificuldades para que seja aprovada, o mais rápido possível, a volta do recinto, que é o berço em que a festa nasceu. Foi lá que a Festa do Peão nasceu. A Cidade de Barretos tem um carinho todo especial por esse recinto.

Em segundo lugar, gostaria de dizer que Barretos ainda não é considerada uma estância turística. Para Barretos, isso é muito ruim porque a cidade deixa de receber, todos os anos, verbas praticamente carimbadas pelo Governo do Estado se houvesse esse reconhecimento.

Parece-me que existe, agora, a intenção de se fazer um reestudo de cidades que, às vezes, conseguiram esse reconhecimento, sem que tivessem merecimento. E Barretos, com certeza, tem o merecimento para ser considerada estância turística, e ainda não é. Contamos com V. Exa. para isso.

Mais uma vez, os nossos agradecimentos a todos que aqui estão.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O Sr. Presidente - Vicente Cândido - PT - Em nome do Parlamento de São Paulo, tenho a honra de passar às mãos do Jerônimo Muzetti, presidente da Associação “Os Independentes”, uma singela homenagem pelo reconhecimento da entidade como os guardiões de importantes manifestações culturais em São Paulo e no Brasil.

Gostaria de convidá-lo a vir aqui, junto com o Prefeito e o Edemilson, para fazer a entrega dessa singela homenagem. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O Sr. Presidente - Vicente Cândido - PT - Tinha uma vontade enorme de presenciar um evento em Barretos. Tive essa oportunidade, no ano passado, convidado pelos nossos companheiros da AGCIP, junto com “Os Independentes.”

Fui lá, Prefeito, encontrei-me com V. Exa. e apaixonei-me, porque vi ali a energia de tantos companheiros imbuídos de sonhos, de exemplo educativo, cultural, pedagógico; imbuídos de como conduzir uma entidade com desprendimento, pensando sempre no bem-estar dos outros, da cidade e do País.

Vi ali a necessidade de que este Parlamento precisava fazer esta singela homenagem. Na verdade, quem está sendo homenageada hoje é a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, com muita energia positiva, luta e cidadania.

Fico me perguntando, como homem público, quando vejo projetos dessa natureza que encanta o mundo: o que um Parlamento como este pode fazer para que projetos como esse sejam cada vez mais reconhecidos pelas entidades públicas?

Neste momento, tenho então a honra de protocolar simbolicamente o projeto de lei que declara como entidade mantenedora da Cultura Sertaneja Raiz no Estado de São Paulo a Associação Os Independentes, com sede em Barreto. É uma pequena homenagem que a Assembleia Legislativa de São Paulo poderá fazer, entre tantas outras. Espero que este Parlamento fique sensibilizado com tantos bons exemplos nesta noite. Temos muito prazer em recepcioná-los. (Palmas.)

O projeto foi protocolado hoje e, na semana que vem, teremos o número do projeto. Estou certo de que o projeto será rapidamente aprovado pelo Colégio de Líderes, pelos 94 Deputados desta Casa. (Palmas.)

Como já tivemos muitos discursos e atividades culturais, vamos ouvir agora uma apresentação do mais importante grupo cultural da Cidade de Monte Azul Paulista: a Orquestra Sertaneja “Cheiro do Mato”. Essa orquestra celebra 20 anos de existência neste ano, com 12 integrantes, e coordenada pelo músico Benedito Antonio Cerqueira.

 

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 - É executado número musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - VICENTE CÂNDIDO - PT - Muito obrigado à Orquestra Sertaneja “Cheiro do Mato”, de Monte Azul Paulista, que muito nos encantou no ano passado, por ocasião da abertura do evento.

Quero reiterar o convite e o nosso compromisso relatado naquele dia, de fazermos uma exposição de uma semana de todas as atividades culturais da Festa do Peão do Boiadeiro. Também proporcionar uma turnê de vocês pela Cidade de São Paulo, pela periferia, para que possamos disputar um pouco a influência das músicas estrangeiras, do rock, e, sobretudo, no ouvido da nossa juventude.

Vou mostrar também que existe coisa muito melhor do que as importadas, às vezes, que são a nossa cultura e a nossa cara.

Fica esse compromisso de que no ano que vem, façamos de verdade o reconhecimento desse trabalho maravilhoso dos senhores para São Paulo e para o Brasil. Muito obrigado.

Após o término da sessão, teremos no Hall Monumental um coquetel que o Movimento Negro acabou de fazer para o encerramento da 2ª Conferência. E agora, vamos nos somar aos irmãos negros que estão militando nessa causa, junto com essa maravilha que é a degustação da Queima do Alho, como era feito nos tempos das marchas dos estradões, pelos peões boiadeiros de todo o Brasil. Além da comida tradicional, vocês conhecerão os diferentes toques do berrante e mais as apresentações dessa cultura-raiz, com modas de viola consagradas no nosso cancioneiro.

Encerrando, e para que possamos entender a importância de se tombar a Queima do Alho como patrimônio cultural e imaterial para manter a tradição, quero chamar o berranteiro Alceu Garcia, filho de Anésio Garcia, legítimo dono de comitiva. Alceu foi 32 vezes campeão do concurso de berrrante de “Os Independentes de Barretos”, e agora fará o toque tradicional chamando todos para a Queima do Alho.

 

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- É executado o toque tradicional da Queima do Alho.

 

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O SR. PRESIDENTE - VICENTE CÂNDIDO - PT - Senhoras e senhores, esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência, antes de encerrá-la, agradece as autoridades, aos funcionários desta Casa - do serviço de Som, da Taquigrafia, Ata, Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, Imprensa, TV Assembleia, policiais civis, policiais militares, e em especial aos assessores informais, dirigentes, militantes -, e àqueles que com suas presenças colaboraram para o êxito desta solenidade e convida para a confraternização da Queima do Alho, no Hall Monumental.Muito obrigado.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 22 horas e 23 minutos.

 

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