25 DE FEVEREIRO DE 2011

018ª SESSÃO ORDINÁRIA DO PERÍODO ADICIONAL

 

Presidente: CELSO GIGLIO

 

Secretário: WINDERSON ANZELOTTI

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - CELSO GIGLIO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - OLÍMPIO GOMES

Faz comentários sobre a participação de Deputados em Plenário. Lembra que, dia 21/02, a sessão não ocorreu por falta de quorum. Fala sobre os projetos que esperam votação. Propõe maior atuação por parte dos Deputados e respeito ao dinheiro público. Enaltece a necessidade de se valorizar esta Assembleia.

 

003 - MARCOS MARTINS

Agradece moção da Câmara Municipal de Fartura, por emenda ao orçamento, apresentada por este orador, que destinou verba para investimentos na Santa Casa da cidade. Discursa sobre recentes falhas na oferta de energia e de água nesta Capital. Reitera solicitação de esclarecimentos pelos representantes da AES Eletropaulo e Sabesp. Lembra de algumas ocasiões em que não houve sessão, nesta Casa, por falta de energia.

 

004 - WIDERSON ANZELOTTI

Informa parceria entre o Estado e a Prefeitura de Caieiras para a instalação de Fatec na cidade. Combate o pronunciamento do Deputado Olímpio Gomes quanto à plenitude da atuação parlamentar. Divulga audiências com os Secretários e destaca o curto período em que elas aconteceram. Considera que as críticas devem conter propostas de soluções.

 

005 - CARLOS GIANNAZI

Rebate a fala do Deputado Widerson Anzelotti. Atribui a facilidade das visitas agendadas pelo Deputado, ao fato de pertencer à base governista. Divulga sua dificuldade em realizar audiência com os Secretários. Pontua que as críticas são necessárias para que a Alesp cumpra seu papel de legislar. Critica o esvaziamento físico e também político nesta Casa.

 

006 - CARLOS GIANNAZI

Reitera crítica ao ajuste fiscal referente ao fim da DRU (Desvinculação das Receitas da União) para a Educação, que deverá afetar o orçamento do ensino superior. Informa excessivo o pagamento da dívida pública. Critica o aumento do salário mínimo estabelecido pelo Governo Federal. Relata que o PSOL apresentou emendas sugerindo o valor de R$700,00, em âmbitos federal e estadual, abrangendo, no segundo caso, os servidores públicos. Relata que, devido ao congelamento de orçamento, o Governo Estadual impede a continuidade de obras públicas.

 

007 - OLÍMPIO GOMES

Rebate a fala do Deputado Widerson Anzelotti. Recorda o período da ditadura militar. Critica o salário dos policiais militares e suas condições de trabalho. Expõe sua atuação como parlamentar. Manifesta-se contra o funcionamento desta Casa e seu esvaziamento. Cita dificuldades sofridas pela oposição e a falta de celeridade na votação de projetos de lei.

 

008 - FERNANDO CAPEZ

Pleiteia que a deliberação de projetos dos Deputados se dê com maior celeridade na próxima legislatura. Solicita que haja maior debate das matérias a serem votadas. Comenta projeto, de sua autoria, que combate a exigência de cheque caução em hospitais. Cita veto a projeto de lei que defende a numeração de lugares em estádios de futebol e a respectiva multa em caso de desrespeito.

 

009 - WIDERSON ANZELOTTI

Reverencia a memória de João Evangelista da Costa, soldado e vereador de Franco da Rocha, vítima de tortura. Menciona sua atuação em relação às condições de trabalho dos policiais. Destaca a relevância de trabalhos sociais desenvolvidos pelo Deputado Paulo Alexandre Barbosa, Secretário de Estado de Desenvolvimento Social. Recorda a gestão de Mário Covas.

 

010 - OLÍMPIO GOMES

Para reclamação, rebate a fala do Deputado Widerson Anzelotti. Esclarece seu posicionamento em relação às orientações políticas de seu partido, o PDT. Menciona condições de trabalho dos policiais militares.

 

GRANDE EXPEDIENTE

011 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, informa que, dia 24/02, foi realizada uma audiência pública contra o fechamento de UPAs, bibliotecas, CAPs, teatros e Apaes municipais. Explica que a desapropriação deve ocorrer devido ao projeto instaurado pelo Prefeito Gilberto Kassab, que visa a venda do espaço onde estão localizadas essa unidades. Faz referência aos inquéritos instalados pela Secretaria do Meio Ambiente, em defesa da preservação do local. Solicita o cancelamento da venda do terreno.

 

012 - MARCOS MARTINS

Para reclamação, tece críticas ao discurso do Deputado Widerson Anzelotti. Ressalta a atuação parlamentar quanto aos esclarecimentos que devem ser prestados por empresas fornecedoras de água e energia elétrica. Questiona à Sabesp quanto a abertura das comportas, em Franco da Rocha, que provocaram inundações.

 

013 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, censura o fechamento do Cine Belas Artes. Sugere o tombamento do prédio. Argumenta em favor da conservação do edifício, a fim de preservar seu valor histórico. Informa a tramitação de projeto de lei que visa a desapropriação do prédio.

 

014 - FERNANDO CAPEZ

Comenta o PL 1414/07, de sua autoria, que proíbe a exigência de caução de qualquer natureza para internação de doentes em hospitais ou clínicas da rede pública ou privada. Cita disposto federal sobre o tema. Menciona PL 799/10, de sua iniciativa, que obriga a disponibilização de espaço físico para a instalação de postos de atendimento do Procon. Elenca os benefícios da matéria. Apela aos Parlamentares pela apreciação de ambos os projetos.

 

015 - MARCOS MARTINS

Pelo artigo 82, retoma tema sobre a função dos Deputados. Concorda com a fala do Deputado Fernando Capez quanto ao que considerou desapreço na avaliação de projetos parlamentares. Cita temas de proposituras, de sua autoria, que aguardam votação.

 

016 - MARCOS MARTINS

Requer o levantamento da sessão, com o assentimento das lideranças.

 

017 - Presidente CELSO GIGLIO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 28/02, à hora regimental, sem ordem do dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Celso Giglio.

 

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O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Winderson Anzelotti para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - WINDERSON ANZELOTTI - PSDB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. Olímpio Gomes - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, sexta-feira, quase fim de semana, presentes quatro deputados para iniciar a sessão, sendo que hoje 30 parlamentares assinaram a passagem, mesmo que momentânea, pela Assembleia Legislativa.

Quero lembrar que somos 94 deputados. Menos vexatória a situação de hoje em relação à última segunda-feira, quando não houve o quorum mínimo: apenas 21 deputados passaram por esta Casa. Pelo Regimento Interno, é necessário ¼ dos deputados para que seja dada continuidade ou início de uma sessão.

Quero deixar claro à opinião pública que os 94 parlamentares estão recebendo o dia de hoje, sem o menor problema. Tenho feito sistematicamente esse tipo de manifestação, não com o intuito de diminuir a Assembleia Legislativa.

Nem é possível diminuí-la para a opinião pública porque a população não é cega. Num dia de expediente normal a todo cidadão não temos sessão deliberativa nas segundas e nas sextas-feiras, pois boa parte dos parlamentares é do interior e devem ir para as suas bases. Entretanto, temos mais de 800 projetos de deputados na Ordem do Dia para serem votados. Não que precisam ser aprovados, mas tinham de ser debatidos. Estão na pauta para a votação, mas não são votados.

Isso é usar mal o dinheiro público. Quantos projetos poderiam estar sendo debatidos, aperfeiçoados, rejeitados, cumprindo uma das missões principais desta Casa? Discutir efetivamente o que é necessário para a melhoria da condição de vida da sociedade, na saúde, na educação e na segurança. E digo mais: 30 de nós assinamos a presença. Para o funcionamento de uma sessão são necessários 24 deputados. Se algum de nós pedisse verificação de presença na Assembleia para constatar se temos pelo menos 24 deputados neste momento, não teríamos dez. E a sessão cairia.

Isso é desrespeito com o dinheiro público. Todas as funções e atividades humanas não requerem a presença do profissional 100% do tempo no local original de trabalho, até mesmo na condição de deputado, em tese, nos 645 municípios, ou até mesmo fora de São Paulo, em outro estado ou no exterior, se estiver em representação oficial do Legislativo paulista. Mas o mínimo de consideração com o dinheiro público e com os mandatos é o mínimo de comparecimento nas sessões formais desta Casa.

Vamos usar o tempo regimental para nos posicionarmos, mas certamente nada vai ser votado, nada vai ser debatido, nada vai ser discutido. Mas os 94 deputados vão receber o dia. Trinta assinaram a sua passagem aqui pelo menos. Cinco se fazem presentes para dar continuidade ao Legislativo paulista.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Uebe Rezeck. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rogério Nogueira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Felício. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, funcionários, assomo a tribuna para fazer um agradecimento à Câmara Municipal de Fartura, cidade de interior do Estado de São Paulo, a todos os vereadores, especialmente ao Vereador Maryel Garbelotti, Presidente da Câmara, que apresentou lá uma moção agradecendo a nossa indicação de 50 mil reais do Orçamento do Estado para o Centro de Saúde de Fartura. Gostaria de deixar registrado que foi de autoria do Vereador João Batista Masutti.

Um grande abraço ao povo dessa cidade do Interior do Estado de São Paulo, que tem tido dificuldades das mais variadas. Dessa vez foi para a unidade de saúde, e ajudamos também a Santa Casa dessa cidade com emendas no Orçamento do Estado.

Temos debatido nesta Casa os serviços do Estado porque a Eletropaulo, com os apagões acontecendo várias vezes, tem faltado com seus compromissos, e, também, a Sabesp com as reclamações que não param. Esses dois órgãos do Governo do Estado têm faltado com seus compromissos.

No último dia 8, 14 bairros da Capital ficaram sem luz e já tivemos a oportunidade de falar sobre o assunto. Estiveram aqui os representantes da Eletropaulo por solicitação, que fizemos aqui no plenário, ao nosso Presidente para que interpelasse os fornecedores de energia elétrica porque a própria Assembleia Legislativa estava sendo alvo desse apagão, e isso poderia continuar acontecendo.

Em seguida, veio a notícia de que 14 bairros ficaram sem luz, diversos semáforos apagados tornando um caos a cidade durante horas e horas.

Gostaria de reiterar aqui o convite ao Secretário de Energia, o Sr. José Aníbal, vir a esta Casa para prestar esclarecimentos porque a Eletropaulo transfere a responsabilidade para a CTEEP, dizendo que ela é a responsável, que o problema foi no gerador de transmissão e ela se isenta da responsabilidade.

Quem é o responsável pelo fornecimento da energia elétrica e a sua fiscalização é o Estado que contratou o serviço. Então, que venha aqui o Sr. Secretário.

Estou reiterando a solicitação para que informe a esta Casa quais as providências que estão sendo tomadas pela secretaria que fiscaliza as duas empresas responsáveis pelo fornecimento da energia elétrica e suas transmissões. As providências que estão sendo tomadas e as ações que serão feitas para que não ocorra mais isso.

Na Assembleia Legislativa, não foi uma única vez que se viu impedida de continuar a sessão por falta de energia elétrica. Aqui é o Bairro do Ibirapuera, local em que normalmente é um pouco mais cuidado, imaginem nas periferias. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Widerson Anzelotti.

 

O SR. WIDERSON ANZELOTTI - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, senhores funcionários, que, aliás, têm me tratado de maneira cordial, fiquei impressionado com isso ao chegar a esta Casa e vou sair com essa boa imagem do corpo de funcionários, vou interromper um pouquinho a sessão terror e falar de coisa boa. Eu quero lembrar de um tempo que foi muito ruim neste País e nesse período eu estava do lado de quem apanhava, Deputado Carlos Giannazi, Deputado Olímpio Gomes - o Deputado Olímpio Gomes ri porque talvez estivesse do outro lado. Não é bom denegrir o Parlamento. Conheço inúmeros deputados que não estão aqui neste momento porque estão trabalhando. Eu mesmo tive uma experiência excelente hoje, estive com a Dra. Laura Laganá, com o Prefeito de Caieiras Roberto Yamamoto e com o Vereador Paulão, Presidente da Câmara de Caieiras, e conseguimos um feito histórico para aquela cidade.

Fechamos um termo de cooperação entre prefeitura e Estado numa negociação que se desenrolava há dois anos. Vamos instalar uma unidade do Centro Paula Souza em Caieiras. Todos os projetos de reciclagem do Centro Paula Souza serão desenvolvidos na Cidade de Caieiras. É um momento de rara felicidade para nós e que temos de trazer para o Legislativo paulista. Quantos deputados desta Casa talvez não estejam fazendo o que eu estava fazendo hoje pela manhã. Denegrir a imagem deste Parlamento não leva a nada.

Estou há quase 30 dias nesta Casa. Imagino quem tem de ficar quatro anos assistindo à sessão terror que é feita aqui. Vamos colocar os pingos nos “is” porque o público que está nos vendo em casa também precisa de notícia boa.

Por que o PSDB fez o governador no primeiro turno novamente com tanta coisa ruim que acontece? Será que o povo de São Paulo é enganado? Será que não tem coisa boa acontecendo neste Estado? Esta Assembleia Legislativa reelegeu 80% dos seus parlamentares, alguns foram para a Câmara Federal - vale lembrar que dos mais diversos partidos. Será que não há qualidade no trabalho desta Casa? Eu vejo exatamente o contrário. Estou há 28 dias aqui e estou feliz, estou convivendo com gente que eu admirava. Respeito aqueles que estão usando o mandato da forma que melhor entendem, exemplo dos deputados que me antecederam, mas não é possível que a gente não ressalte as qualidades dos nobres parlamentares!

Pergunto: a quem interessa um Parlamento fraco? A quem interessa denegrir o Parlamento? A quem conviveu bem com a ditadura. A quem conviveu num período obscuro do País. A quem interessa denegrir a Câmara de São Paulo, o Congresso Nacional? A quem se alimenta pelas bordas. Eu vou fazer deste local um lugar para colocar as coisas boas que acontecem neste Estado.

Nós temos um excelente Governador. Ele está fazendo um trabalho brilhante. Eu corri 15 secretarias em 28 dias e estou sendo bem recebido. Quero saudar o nosso Secretário Júlio Semeghini, que num curtíssimo espaço de tempo resolveu um grave problema em Franco da Rocha. Refiro-me à Ciretran. Quero saudar o nosso Secretário José Aníbal, que está enfrentando de igual para igual o desleixo nessa área da energia, um problema que não é só estadual e o Deputado Marcos Martins, que merece meu respeito, sabe disso. Nós estamos à beira de um apagão nacional e a então ministra de energia, hoje Presidente da República, sabe o que está acontecendo. Ela devia dar conta dessa questão. Chamem o Edson Lobão para conversar conosco e explicar por que as termelétricas não funcionam. Acho que isso vale à pena.

Perdoem-me a aspereza, eu não gosto disso, normalmente sou muito mais brincalhão, mas é que não dá mais. Quem gosta do Tony Ramos é a Globo; quem faz papel de bonzinho a vida inteira é ator. Vamos fazer propostas. E quando vier aqui criticar, critique e dê a solução. Acho que é melhor. Porque ficar jogando com a plateia, bater o pênalti é muito fácil. O Romário passou a vida inteira correndo 10 metros e fez mil gols na contagem dele. Mas chega. Vamos colocar um nível e respeitar a Assembleia Legislativa que merece ser respeitada. Era o que queria dizer, agradecendo e respeitando os nobres deputados, agradecendo ao Presidente Celso Giglio com quem tenho oportunidade de conviver. V. Exa. é líder do PSDB e tenho prazer de conviver com V. Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Tem a palavra a nobre Deputada Rita Passos. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lucia Prandi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Corauci Sobrinho. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Teresinha da Paulina. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, hoje vou abordar o tema importante dos cortes que estão ocorrendo principalmente por parte do governo federal. A presidente Dilma anunciou um corte de 50 bilhões no Orçamento sendo que, na área da educação, foi anunciado um corte de um bilhão de reais. Todavia, antes de entrar nesse assunto importante, gostaria de me pronunciar com relação ao que disse o nosso colega Deputado Anzelotti.

Senti-me provocado, e acredito que os nobres Deputados Major Olímpio e Marcos Martins também, porque o Deputado disse que em poucos dias exercendo a suplência, aqui, já passou por 15 secretarias.

V. Exa. é deputado do PSDB, da base do governo, por isso conseguiu isso em tão pouco tempo. Em menos de 30 dias. O Deputado Anzelotti conseguiu 15 audiências com 15 secretários e presidentes de autarquias. Eu estou tentando marcar uma audiência com o secretário da Cultura desde o ano passado e não consigo. Então não é bem assim.

A oposição nesta Casa tem propostas, apresentamos muitas propostas que são obstruídas pela base governista. Tenho um projeto de lei pronto para ser votado, mas isso é impedido pela base governista, da qual V.Exa. faz parte. É um projeto objetivando reajustar o vale refeição dos servidores deste estado. O Deputado Anzelotti é servidor público e tem um vale refeição de quatro reais. Isso é um absurdo, um ataque à dignidade dos nossos servidores. Esse projeto é obstruído pela base governista da qual V.Exa. é membro, então, não pode dizer que não temos proposta. Temos muitas, todas engavetadas nas comissões, nos escaninhos desta Casa por conta da forte oposição da base governista que é orientada pelo Palácio dos Bandeirantes, que manda nesta Assembleia. Logicamente que V.Exa. sendo membro da base do governo é recebido em qualquer secretaria. O Deputado Major Olimpio não é recebido, tem dificuldades, assim como nosso mandato, o Deputado Marcos Martins. Os deputados da oposição são tratados a pão e água por esse governo. V.Exa. está num momento privilegiado. Fosse V.Exa. da oposição, se não fosse da base governista, talvez não fizesse um pronunciamento como esse.

O que criticamos na Assembleia Legislativa é o fisiologismo, o clientelismo, o coronelismo. São essas práticas voltadas para beneficiar as grandes empreiteiras, o grande capital, em detrimento dos trabalhadores e principalmente na área dos servidores públicos. É isso que estamos criticando. Na verdade estamos tentando recuperar a dignidade da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Quando o deputado Major Olímpio denuncia o esvaziamento da Assembleia ele está querendo recuperar para que ela não seja considerada apenas uma extensão da área de lazer do Parque do Ibirapuera.

Tendo dito isso. Se a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo desaparecer, ninguém vai sentir falta dela. E não queremos isso. Por isso estamos criticando o esvaziamento físico da Assembleia, mas o esvaziamento político também, porque mesmo quando tem deputado aqui não temos votações. E se ocorre alguma votação no geral é para prejudicar os trabalhadores. Poderia aqui enumerar vários projetos que foram votados nesta Casa que prejudicaram os servidores. Posso falar da reforma da previdência em 2007, que foi aprovada pela base governista, que prejudicou os servidores do Estado de São Paulo; a extinção das carteiras dos advogados e dos cartorários. Enfim ficaríamos horas aqui denunciando as maldades feitas pela base governista da qual V. Exa. faz parte.

Então, nossas críticas são no sentido de recuperar a dignidade e a função pública da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. E temos muitas propostas. Proposta é o que não falta. Agora, temos a obstrução do governo e da base governista. Voltarei, Sr. Presidente, a debater na minha próxima oportunidade a questão de 1 bilhão do orçamento do MEC, que tem a ver com o ajuste fiscal que está sendo feito no Brasil, tanto pelo governo federal como pelo governo estadual. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Neder. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Diniz Lopes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlinhos Almeida. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Aguimarães de Caldas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.)

Esgotada a lista de oradores inscritos, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rogério Nogueira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Lelis Trajano. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Barbosa. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, gostaria de voltar ao tema do corte de 1 bilhão de reais do orçamento do MEC. Esse corte vai trazer sérios prejuízos para a educação no nível superior no Brasil porque provavelmente vamos ter cortes nas universidades federais. Isso é injusto, em primeiro lugar porque não temos de fazer ajuste fiscal no Brasil. É inconcebível que nosso pais tenha de continuar com essa política econômica calcada num dos juros mais altos do mundo, que canaliza 250 bilhões por ano para os especuladores e rentistas da dívida pública. A previsão desse ano é que o Brasil pague 250 bilhões de reais para enriquecer ainda mais esses especuladores. E esse dinheiro vem da riqueza nacional. Vem da Educação, da Saúde, vem das áreas sociais. E o Governo vai tirar mais ainda; ele está fazendo um corte, um ajuste fiscal, um congelamento do orçamento de 50 bilhões de reais.

Isso é péssimo para o Brasil e não combina com o slogan do Governo Federal: “país rico é país sem pobreza”. O país aprova um salário mínimo de 545 reais, e não percebemos aí uma seriedade entre o slogan do Governo Federal e a aprovação festejada pelo Governo Federal e pela base governista.

Nós assistimos àquele espetáculo deprimente de Deputados e pessoas - que já foram um dia representantes dos trabalhadores, da CUT, dos sindicatos -, defendendo hoje o salário de 545 reais; até o Senador Paulo Paim, do Rio Grande do Sul, do PT, que sempre defendeu um salário mínimo maior, que, aliás, sempre foi uma das suas grandes bandeiras, voltou atrás e votou nesse valor de 545 reais.

Nós, do PSOL, apresentamos uma emenda de 700 reais, embora o PSOL defenda o salário mínimo do Dieese, no valor de dois mil e 274 reais.

O fato é que esse corte de um bilhão de reais no Ministério da Educação é um corte injusto porque, além de toda essa conjuntura da política econômica, da dívida pública, nós tivemos no Brasil o advento da DRU - Desvinculação das Receitas da União, que foi colocada em prática pelo ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1995, e que canalizou, sequestrou anualmente 20% dos orçamentos da Educação e da Saúde. Dessa forma, por ano, a Educação pedia 10 bilhões de reais, para o pagamento da dívida, para enriquecer os especuladores.

Só agora conseguimos mudar essa situação: a partir deste ano não há mais a cobrança da DRU. A Educação no Brasil perdeu, de 95 até agora, 10 bilhões por ano. E, no entanto, quando nós conseguimos acabar pelo menos com a DRU, com essa Desvinculação das Receitas da União, na área da Educação, o Governo vai começar a tirar um bilhão do orçamento federal do Ministério da Educação.

Isso significa que vamos ter que diminuir o custeio nas universidades públicas, nas universidades federais. Não teremos mais a ampliação de vagas, não teremos a melhoria da qualidade de ensino.

Esse ajuste fiscal é feito também aqui em São Paulo. O Governador Geraldo Alckmin também anunciou corte no orçamento, refletido na paralisação de várias obras. Algumas foram canceladas e até ironizadas pelo próprio Governo, como por exemplo a intenção do Governo anterior, do ex-Governador José Serra, de construir a ponte entre o Guarujá e Santos. A ponte foi inaugurada, na maquete, logicamente, nas proximidades das eleições do ano passado.

Isso representa para muitos um verdadeiro estelionato eleitoral. E agora o PSDB congelou o orçamento e não vai mais construir essa ponte. Isso acontece também em relação às obras do Metrô e da CPTM. O Governo apresentou várias obras que serão congeladas ou canceladas por conta do corte orçamentário. Antes da eleição não havia cortes, e agora temos cortes em excesso.

Queremos frisar que em relação ao salário mínimo, nós, do PSOL, apresentamos o projeto de 700 reais, tanto na Câmara dos Deputados como também no Senado Federal. Aqui na Assembleia Legislativa será votado nos próximos dias o salário mínimo regional e apresentamos também, na mesma esteira do que a Bancada do PSOL apresentou em Brasília, emenda ao projeto do Governador, aumentando o salário para 700 reais, e estendendo também o salário mínimo regional para todos os servidores públicos do Estado de São Paulo. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, funcionários da Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, ouvi atentamente a fala do Deputado Widerson Anzelotti.

Gostaria de dizer, Deputado Widerson Anzelotti, em primeiro lugar, que, quando V. Exa. disse que estava do lado de quem estava batendo - depois se confundiu: de quem estava apanhando -, eu nunca me posicionei, embora seja militar do Estado, do lado de quem estava batendo.

As Polícias Militares foram usadas como bodes-expiatórios, no período de 64 a 79, e até hoje pagam uma conta que não lhes é devida. Pertenço a uma instituição que toma bordoada por ter sido usada por braços autoritários do Poder e hoje é escravizada pelo Governo que V. Exa. comemora pertencer.

Soldado e polícia de São Paulo têm o pior salário do País. Esse “vale-coxinha” nojento de quatro reais é aplicado ao servidor público e também ao soldado e à polícia.

Não jogo para a torcida, não tenho habilidade do Romário. Tenho mais de 150 projetos apresentados em quatro anos nesta Casa, mais de dois mil e 300 pronunciamentos, pedido de seis CPIs, mais de 50 requerimentos de informação. Vou às bases e não estou aqui para jogar para a torcida. E também não faço o jogo do “contente”. Se eu quisesse poderia fazer, porque o meu partido está na base de apoio do partido de Vossa Excelência, e o seu Governo contempla quem está na sua base com “carguinhos”, benesses, liberação de emendas.

Mas eu não posso ser covarde com os meus, principalmente com os servidores públicos, aceitar essas benesses, dormir em “berço esplêndido” e vir aqui comemorar. Pertenço a uma Instituição, na qual quem chega com 30 segundos de atraso tem o dia descontado, é punido até com restrição de liberdade.

Duvido que neste momento, nos momentos das sessões, dos 94 deputados, tenhamos 10 em audiência. Duvido. Isto aqui está uma casa de “vem quem quer”. Aliás, só vem muita gente no dia em que o Governo de V. Exa. convoca os senhores para apertarem teclas e, normalmente, prejudicar os servidores públicos principalmente. Eu não vou por ser cômodo ou fácil.

Não me calo, entretanto, sobre o que acontece aqui ou em qualquer outro setor. Aliás, vou sair agora para ir ao enterro de um soldado da polícia, que morreu ontem em serviço. Dessa polícia que o Governo de V. Exa. fatura em cima, divulgando a redução dos índices de criminalidade, mas é a que tem o pior salário do País. Essa polícia é desrespeitada. José Serra não tinha respeito pela Polícia. Geraldo Alckmin não está tendo respeito com a Polícia, com os servidores públicos. E os meus continuam morrendo pela sociedade, e não vão parar de morrer.

Quero dizer a V. Exa. que não estou aqui para jogar para a torcida. Tenho trabalho, tenho produção. Meus projetos, quando apreciados, normalmente são vetados por perseguição política do seu Governo.

Para piorar a condição de vida dos policiais, só se revogar a Lei Áurea e voltar a vigorar no País a escravidão. Aí, não ganharão mais nada e serão açoitados fisicamente, porque, moralmente, somos açoitados pelo Governo o tempo todo.

Desafio V. Exa., nesses 28 dias maravilhosos que esteve nesta Casa ou em qualquer momento, a consultar o volume de atividades que desenvolvo e - digo a V. Exa. - sem comprometer minhas obrigações na Assembleia Legislativa. Também vou às minhas bases. Sou um dos deputados que mais circula pelo interior do Estado de São Paulo. Mas não nos momentos de sessão. Tento audiências com secretários. Aliás, fui atendido nesta semana pelo Secretário Davi Zaia. Quando me atendem, faço-me presente educadamente para representar qualquer tipo de segmento. Não tenho nenhuma preocupação com isso.

Vossa Excelência está equivocado. Trinta deputados numa sexta-feira é desrespeito com a população. Gostaria que V. Exa. entendesse: o mínimo de respeito com a população, que a Assembleia não tem tido. Não votamos projetos de deputados. O Deputado Fernando Capez tem falado sobre isso também. Tem mais de 150 projetos, é da base do Governo. Mas como não é dos amigos prediletos, também está se arrebentando. Não se votam projetos de deputados. Não se discute. Acabam fazendo disto aqui figuração. O objetivo não é escrachar, é que tenhamos uma Assembleia Legislativa que cumpra seu papel constitucional. Não é só vir aqui e dizer que está tudo bem no governo.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente Celso Giglio, querido amigo, líder da maior bancada da Assembleia nesta legislativo, o PSDB, eminente Prefeito de Osasco, é uma satisfação tê-lo exercendo a Presidência neste instante. Quero cumprimentar o Deputado Widerson Anzelotti, colega de partido; o Deputado Marcos Martins, deputado combativo, apoio a causa de V. Exa., estamos juntos na proteção da saúde do trabalhador; o Deputado Olímpio Gomes, contundente, sempre muito autêntico, expressando com sinceridade seu pensamento e, o que é mais importante, fazendo-se presente, dignificando e honrando a confiança daqueles que nele votaram.

Volto à tribuna novamente para pedir e para clamar que na próxima legislatura a Assembleia possa usar todos seus dias e horários para discutir e votar projetos de deputados. Hoje é um dia em que poderíamos ocupar a sessão a tarde inteira, até tarde da noite, discutindo projetos. Tenho inúmeros projetos, como os outros deputados desta Casa. Não quero que meus projetos sejam aprovados. Quero que sejam discutidos, colocados em votação, que cada deputado vote de acordo com sua consciência, os que concordam com o projeto, votem sim e os que não concordam, rejeitem o projeto. É da democracia que a multiplicidade de visões e opiniões se manifeste no parlamento. Sentir-me-ia muito mais honrado com a rejeição de um projeto que passou por uma discussão do que com uma mera aprovação simbólica de um projeto nem sequer discutido.

Temos projetos, vou bater nessa tecla o tempo todo. Será uma temática. Pretendo usar a tribuna todos os dias para falar do que a sociedade está perdendo. Falo de projetos que apresentei. Mas me coloco à disposição dos meus colegas deputados para que me encaminhem projetos para que eu também os mostre e peça que sejam submetidos à votação. Não estou fazendo uma apologia de projetos próprios, nem pedindo que meus projetos sejam aprovados, mas querendo que a Casa aprecie e vote projetos de deputados.

Apresentei um projeto interessante, na mesma esteira do Deputado Rogério Nogueira, que proíbe hospitais de exigirem cheque ou qualquer outro tipo de caução como pré-requisito para internar pacientes em estado grave, emergencial.

Há casos em que a pessoa é praticamente extorquida a deixar um cartão de crédito, um talão de cheque ou a fazer uma “vaquinha” e deixar dinheiro, como uma condição, um pré-requisito. Esse tipo de exigência e contratação já era vedado pela legislação civil, é o instituto de necessidade. Toda exigência que se faz a uma pessoa em estado de premente necessidade, em que se tem diminuída a capacidade de raciocinar, de decidir o livre arbítrio, toda exigência nesse sentido é nula.

Por essa razão, o projeto nada mais faz do que repetir o que é uma obviedade, mas que, não sendo aprovado, continua ocorrendo. Hoje, qualquer pessoa que se apresentar a um hospital vai ter exigida a prestação da caução, que entendemos já poderia ser evitada.

Temos um projeto que determinou a numeração de todos os lugares de um estádio de futebol para que ele seja liberado para a realização de jogos, e multa, se não for respeitado o lugar do torcedor. O projeto foi aprovado e, inexplicavelmente, vetado. Estamos tentando derrubar esse veto, mas não há reunião para discussão desse tipo de questão.

Esperamos, portanto, e contamos com a experiência do Deputado Celso Giglio e dos demais deputados da Casa para que possamos nos reunir, discutir e votar o que esta Casa produziu. Afinal de contas, a função típica da Assembleia Legislativa é a de legislar.

 

O Sr. Presidente - Celso Giglio - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Widerson Anzelotti.

 

O SR. Widerson Anzelotti - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, volto à tribuna com muito prazer para manifestar o meu contraditório, até em respeito ao Deputado Olímpio Gomes e à corporação que ele serviu.

Queria fazer um pleito de gratidão e uma homenagem a um vereador que tivemos na nossa cidade, João Evangelista da Costa, soldado da Polícia Militar. Na época, ele foi meu colega de partido e durante o seu mandato em Franco da Rocha foi torturado no Doi-Codi. Infelizmente, ele não está mais entre nós. Faleceu como sargento da Polícia Militar, mas foi um exemplo de policial, de homem público e de militante político, que respeitava fundamentalmente a democracia. Pagou caro por isso.

Não quis, em hipótese alguma, supor que V. Exa. estivesse batendo em alguém. Mas quero dizer-lhe que bater no Parlamento não resolve. Tenho convicção de que denegrir o Parlamento não resolve. Ao dizer “a bancada a que V. Exa. pertence, o partido a que V. Exa. pertence”, vejo que V. Exa. se basta nesse aspecto. Vossa Excelência não segue a orientação do seu partido. Eu pertenço a um partido, sigo a orientação do meu partido, como faz a maioria dos deputados.

Acho que é um equívoco da sua parte, com todo o respeito que V. Exa. merece, pela sua produção parlamentar. Tenho assistido aos seus pronunciamentos, discordo de boa parte deles, mas respeito, até porque prezo a democracia. Vossa Excelência representa uma parcela importante da sociedade.

É muito importante ressaltar o que acontece de bom. Tive mesmo umas 15 audiências. Na semana que vem, terei mais. Estou percorrendo o Governo inteiro, mas não é porque seja melhor do que qualquer outro deputado ou porque seja da base aliada. Muitas vezes, insisto para ser recebido porque o meu mandato é muito curto e venho de uma região miserável, onde a Polícia Militar sofre muito para trabalhar porque as carências são todas somadas. E tivemos o prazer de estar lá - estivemos com o Coronel Mascarenhas - para tentar resolver e diminuir as dificuldades que a polícia está tendo naquela região. E está surtindo efeito. Sou lá de Franco da Rocha, que foi recentemente apontada como uma das cidades mais violentas. Estive na Secretaria de Segurança Pública suplicando ao secretário para que melhore as condições de trabalho da Polícia Militar e da Polícia Civil. Mas as dificuldades são básicas, elas vêm do cerne da sociedade, lá de baixo onde as pessoas têm uma questão social muito complicada.

Quero ressaltar uma coisa que tem acontecido no nosso governo, que é muito boa. O governador, com a criação da Secretaria de Desenvolvimento Social - com o nosso Deputado e colega Paulo Alexandre Barbosa, quem, de certa forma, possibilitou a minha presença aqui, sou suplente - está desenvolvendo um grande processo de trabalho social para auxiliar e orientar essas pessoas, dando opção de reinserção no mercado de trabalho dessas pessoas mais carentes. É o caso de Francisco Morato, de Franco da Rocha, da periferia toda de São Paulo. As pessoas de toda a região periférica que margeia a Serra da Cantareira serão chamadas para um trabalho social importante.

Penso que devemos respeitar os senhores deputados. Todos eles merecem respeito, até porque todos aqui vieram pelo voto, não há ninguém indicado ou que foi urgido de alguma maneira para ser deputado. Chegaram aqui uns com mais, uns com menos, mas todos têm o mesmo peso, o mesmo direito de votar e todos têm de ser ouvidos. Tenho orgulho danado de ser do PSDB, Deputado Olímpio Gomes. Penso que encontrei a minha casa e sou feliz na minha casa. E por isso sigo e respeito o PSDB. Companheiro Giannazi, quando V. Exa. era vereador acompanhei a sua luta na Câmara Municipal, e a sua discordância com o partido que militava. O que ele fez? Foi procurar outra casa. Parece-me feliz onde ele se encontra hoje, faz uma luta que merece respeito.

Construímos este partido numa dureza enorme. Acompanhei o Governador Mário Covas e quando o senhor diz “seu governo” é o governo que vem desde lá. Vamos fazer 20 anos de governo em São Paulo melhorando as coisas. É claro que não se pode concordar que quatro reais de vale-refeição seja razoável. Temos de lutar para melhorar e as coisas vão acontecendo. Mas a Polícia Militar do Estado de São Paulo não tinha gasolina para pôr no carro quando Mário Covas assumiu, não tinha pneu nas pouquíssimas e avariadas viaturas. E hoje tem uma polícia equipada, sendo modernizada e que merece, sim, o respeito. Pode não estar como deseja, Major, mas o senhor tem de lutar pela categoria. Acho que é perfeita a sua luta e tem a minha solidariedade. Avançamos muito e continuamos avançando, as questões vão andando.

Vejo aqui pessoas criticando o Rodoanel. O trecho novo do Rodoanel é uma maravilha. Questionam também a telefonia. Penso que tem de melhorar a questão da telefonia móvel para dar segurança, dar qualidade de vida às pessoas, mas é inegável que temos avançado. E temos avançado como? É também com o trabalho da oposição. Não acho que a oposição calada ajuda o governo. Mas a oposição que critica de maneira leal e correta ajuda o governo a corrigir as suas falhas. Desejo uma boa tarde a todos. Obrigado, Sr. Presidente e Srs. Deputados.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - PARA RECLAMAÇÃO - Gostaria simplesmente de dizer ao Deputado Widerson Anzelotti que eu não me basto como parlamentar, e que não deixo de seguir a orientação do meu partido. Aliás, o meu partido PDT tem me dado todo o apoio nas direções nacional e estadual. A mesma liberdade que deu de voto de opinião a outros deputados do PDT deu a minha liberdade de expressão e de voto. O nobre Deputado então está mal informado sobre o meu posicionamento.

Não estou indo contrário à orientação do meu partido. O meu partido, aliás, não definiu ainda - deve definir no dia 15 de março - se vai ficar na oposição deste governo, como a corrente do partido. E eu próprio farei todo o esforço do mundo, e não é para ser oposição pela oposição. É porque essas questões são dos servidores públicos, em especial da polícia e do seu governo - e digo seu governo com distanciamento porque realmente não consigo me abraçar com aqueles que machucam os meus.

Hoje, conheço também a região porque V. Exa. mora em Franco da Rocha e eu em Mairiporã. E a mesma segurança, que V. Exa. disse que está melhorando, eu convivo o tempo todo com os policiais do 26º Batalhão e não tem a mínima estrutura. Então uma coisa é ouvir falar da polícia ou ler sobre a polícia. Eu não leio e ouço, vivo a polícia há 33 anos. Por isso que a minha posição é crítica em relação ao Governo. O discurso é bonito, mas a força policial de São Paulo está arrebentada, os recursos humanos humilhados. Viatura sozinha não faz política, colete sozinho não faz polícia, rádio sozinho não faz polícia e o ser humano está sendo arrebentado.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Esgotado o tempo do Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, ontem realizamos aqui na Assembleia Legislativa, no Plenário Teotônio Vilela, uma grande audiência pública extremamente concorrida, lotada com moradores, professores, alunos, entidades da Região do Itaim Bibi.

Foi uma audiência pública contra o fechamento de vários equipamentos públicos, escolas públicas, escolas da prefeitura e do Estado, biblioteca da prefeitura, teatro da prefeitura, UBS - Unidade Básica de Saúde, CAPS - Centro de Atendimento Psicossocial - que trata da saúde mental dos moradores da Cidade de São Paulo, inclusive, de uma Apae.

O Prefeito Gilberto Kassab anunciou a venda de um terreno municipal que vai envolver a desapropriação de todos esses equipamentos, que eu elenquei agora. Esse quarteirão, que é imenso, é conhecido como o quarteirão da saúde, da cultura e da educação, porque todos esses equipamentos funcionam muito bem e oferecem qualidade no atendimento para a população. No entanto, o Prefeito Gilberto Kassab anunciou, recentemente, a venda desse terreno, dizendo que vai construir 200 creches na periferia. Acontece que ele vai destruir já um patrimônio que atende a população da nossa cidade.

Isso não tem sentido, até porque, recentemente, o Governo Estadual fez um convênio com a Prefeitura de São Paulo, disponibilizando 80 milhões de reais justamente para a construção de creches. Então não há necessidade da venda do terreno.

Na audiência pública, tivemos a presença de dois promotores, inclusive já existem inquéritos abertos. Temos um inquérito civil público da Promotoria do Patrimônio Público Social e outro inquérito civil público já instaurado da Promotoria do Meio Ambiente, porque com a venda do terreno haverá também a perda de uma área verde nessa região.

Além disso, contamos também com a ilustre presença da atriz Eva Vilma que participou e está nesse movimento. Ela mora na região e é totalmente contra, ela está participando do movimento organizado. A atriz e cidadã Eva Wilma está extremamente engajada nessa luta contra a venda, eu diria, criminosa de um terreno com tantos equipamentos públicos. Isso nos remeteu à luta contra o fechamento da Escola Estadual Martim Francisco em 2004, aqui na Cidade de São Paulo, quando a ex-Prefeita Marta Suplicy tentou fechar a escola e também uma UBS negociando o terreno com uma empresa da zona norte da cidade. Após uma ampla mobilização conseguimos reverter a situação e agora a mesma história se repete numa proporção muito maior porque me parece que o Prefeito Gilberto Kassab está querendo transformar a Cidade de São Paulo numa verdadeira imobiliária ao vender terrenos públicos para beneficiar empreiteiras, construtoras e a especulação imobiliária.

Vamos continuar mobilizados e exigindo o fim da venda, da troca desse terreno que é do patrimônio público de São Paulo.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - PARA RECLAMAÇÃO - Sr. Presidente, ouvimos aqui o Deputado Widerson Anzelotti dizer que a oposição só faz reclamar.

Lamento que ele tenha se ausentado, mas quero dizer que somos deputados estaduais e não federal. Quando fez referência ao apagão e disse que deveria chamar o Ministro de Minas e Energia para dar satisfação, teria essa incumbência se eu fosse deputado federal, mas como deputado estadual minha incumbência é cobrar de quem tem de fornecer energia elétrica aqui no Estado de São Paulo. Como sou deputado estadual, então devo me reportar à Eletropaulo, à Ceteep e à Sabesp, aliás, o deputado deveria ser o primeiro a convidar a Sabesp para informar por que abriu as comportas de uma barragem e permitiu que a cidade em que mora fosse inundada. A abertura das comportas de uma barragem provocou o alagamento da cidade num momento em que não chovia.

Portanto, lamento que o deputado, num curto espaço de tempo, reclame que nós, deputados da oposição, usemos dos horários que nos é permitido para fazer aquilo que é nossa obrigação: fiscalizar o Governo do Estado. Ele está equivocado, mas está cumprindo a sua função. Sei que reclamo lá, repercute aqui e aí vem o deputado cheio de vontade.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, na última quarta-feira participamos de um ato no Cine Belas Artes, que está sendo ameaçado de fechar, há uma pendência na questão do aluguel, o proprietário do imóvel está querendo aumentar de forma assustadora o valor do aluguel e com isso o Cine Belas Artes será inviabilizado, um cinema histórico que funciona desde 1943, um patrimônio que faz parte da memória, faz parte da vida afetiva não só da Cidade de São Paulo, mas do Estado e também do Brasil. O Cine Belas Artes sempre foi um ponto de cultura, de encontro, de debate, de lançamento de grandes filmes, logo é um espaço que tem de ser preservado.

Nesse sentido, para contribuir com a preservação, além do nosso mandato reforçar o tombamento do espaço no conselho municipal do patrimônio histórico, no conselho estadual e também no conselho nacional, apresentamos uma proposta que vai garantir de fato a preservação do Cine Belas Artes com a desapropriação do espaço. Apresentei projeto de lei aqui, que já está tramitando, que autoriza o governo a desapropriar o espaço pelo seu valor histórico. Levamos também a proposta à Prefeitura de São Paulo, que seria a mais indicada, mas até agora ela não se manifestou e não tem nenhuma atitude concreta nessa direção.

Sabemos que tem dinheiro no Orçamento para comprar o prédio, para que seja preservado para sempre como um cinema histórico da cidade de São Paulo, que está destruindo o seu patrimônio, a sua memória. Em qualquer outro lugar vemos a preservação. Na Bahia, em Salvador, há a Fundação Casa de Jorge Amado; em Recife temos a Casa de Gilberto Freire e aqui não há preservação de memória. Recentemente conseguimos a desapropriação da Casa do Sérgio Buarque de Holanda através de um projeto, para que ela fosse comprada e transformada em espaço público pela prefeitura. A mesma coisa queremos que ocorra com o cine Belas Artes. Tem dinheiro da Prefeitura, do Estado e do Governo Federal para isso. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlinhos Almeida. (Pausa.) Por permuta com a nobre Deputada Célia Leão, tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Eu gostaria que fosse colocado na tela, para nosso telespectador, o Projeto de lei 14l4, de nossa autoria, cuja apreciação nós solicitamos a esta Casa.

O Projeto de lei 1414, de 2007, proíbe a exigência de caução de qualquer natureza para a internação de doente em hospitais ou clínicas da rede pública e privada no Estado de São Paulo, nas hipóteses que especifica.

“Artigo 1º - Fica proibida exigência de caução de qualquer natureza para internação de doentes em hospitais ou clínicas da rede pública ou privada no Estado de São Paulo, nas hipóteses de emergência ou urgência.”

A pessoa chega num hospital da rede pública ou privada, em estado emergencial, de urgência, querendo um atendimento; a lei proíbe que o hospital exija qualquer caução - dinheiro, garantia -, como condição para internar a pessoa. Tem de interná-la imediatamente, sob pena de ser responsabilizado nos termo da lei.

“Parágrafo único- Para os fins desta lei considera-se urgência ou emergência a situação de sofrimento intenso, ou seja, muita dor, ou que coloque a vida do doente em risco. Na hipótese de descumprimento, o estabelecimento ficará obrigado a devolver em dobro o valor que exigiu e a pagar uma multa de 10 mil Ufesps a ser revertida ao Fundo Estadual de Reparação de Interesses Difusos de Lesados e dobrada em caso de reincidência.”

Esse projeto, na verdade, repete um princípio básico do Direito Civil segundo o qual ninguém pode ser compelido, constrangido a contratar quando se encontrar em estado de fragilidade, de necessidade de qualquer forma de coação.

O artigo 219 da Constituição Federal consagra que a saúde é um direito de todos e deve ser acessível a todos. De maneira que exigências que porventura burlem ou dificultem o acesso como essa exigência ilegal e inconstitucional, necessitam ser coibidas.

Estamos aqui analisando a Resolução Normativa nº 44, de 2003, da Agencia Nacional de Saúde suplementar, que veda essa cobrança, mas que infelizmente continua sendo efetuada em muitos nosocômios e casas de saúde.

Por essa razão o projeto se reveste de utilidade para a população. Tão logo seja aprovado e se torne do conhecimento das instituições de saúde, quem porventura ainda está sendo submetido as esse tipo de constrangimento deixará de sê-lo sob pena de o hospital pagar uma multa pesada e ter de devolver em dobro o valor da caução exigida.

Esse projeto já se encontra na Ordem do Dia, pronto para ser votado. E clamo à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo que discuta o projeto, eventualmente o aperfeiçoe e o aprove para que a população tenha acesso a esse dispositivo.

Na área da competência legislativa dos estados, temos capacidade legiferante para atuar na defesa do consumidor, do meio ambiente, da saúde. E esse projeto atua tanto na área da saúde como vai ao encontro das aspirações de defesa do consumidor.

Tenho outro projeto muito interessante também ligado à área do consumidor, que gostaria que fosse submetido à votação pelos meus pares.

Propomos por meio de um projeto de lei que em todos os shoppings centers, aeroportos e supermercados com mais de 10 mil metros quadrados de área, os famosos hipermercados, seja obrigatoriamente destinada uma sala para o poder público instalar um serviço de proteção ao consumidor, uma sala do Procon.

O Art. 1º do Projeto de lei 799, de 2010, diz o seguinte: “É obrigatória a disponibilização de espaço físico para a instalação de postos de atendimento do Procon nos seguintes locais: portos e aeroportos, shoppings centers, centros de empreendimentos comerciais que possuam mais de 65 lojas, supermercados com grande porte, ou seja, com mais de 10 mil metros quadrados de área construída. O espaço para a instalação do posto fixo de atendimento do Procon poderá ser oferecido através de quiosque desde que haja condições adequadas para atendimento ao público. A disponibilização deverá ocorrer no prazo máximo de 90 dias a contar da vigência dessa lei, sob pena de multa”.

O Art. 2º diz o seguinte: “Os postos de atendimento ao consumidor atenderão apenas os conflitos e questionamentos oriundos de relações de consumo ocorridas no local onde estiverem instalados. Condição que deverá ser comprovada pelo consumidor com a apresentação da nota fiscal ou documento que ateste a compra de bens ou contratação. Descumprindo, multa de 100 a 500 Ufesps”.

Essa ideia surgiu da reclamação de um consumidor que esteve em nosso gabinete. Ele adquiriu um eletrodoméstico. Quando chegou a sua residência viu que não funcionava adequadamente; retornou dia após e ouviu do dono do estabelecimento, localizado num shopping center, situado numa zona elegante da capital paulista, a seguinte resposta: “não podemos fazer mais nada, o senhor vai procurar o fabricante, vai procurar os seus direitos”.

Se essa lei já estivesse em vigor, e naquele shopping center, uma pequena sala ou quiosque abrigasse uma sub-sede do Procon, esse consumidor, dentro do próprio shopping, já sairia da loja, iria direto àquele quiosque, direto àquela sala e faria a sua reclamação.

Essa unidade do Procon, que só atende reclamações feitas sobre lojas que pertencem àquele shopping, hipermercado ou centro comercial, pode inclusive colocar uma relação das lojas que infringem o Código de Defesa do Consumidor.

Podem ter a certeza de que a eficácia seria muito maior e em pouco tempo não haveria praticamente nenhum desrespeito ao consumidor. É uma medida simples, imediata, e que teria uma grande eficácia na proteção dos direitos do consumidor.

Se esse projeto for aprovado, o poder público já poderá ceder um ou dois funcionários, por shopping ou hipermercado, diminuindo assim as reclamações dos consumidores que para lá se dirigem. É um projeto que no mínimo merece ser discutido; ele é polêmico. Que venham posições pró e contra, que ele seja aperfeiçoado, mas que seja aprovado.

Peço portanto que esses dois projetos, como outros que vou apresentar, sejam apreciados e votados pela Casa Legislativa. Assembleia Legislativa é para legislar.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, aqueles que nos acompanham pelo serviço de alto-falantes e galerias, retornamos ao assunto anterior, para falar sobre o papel do deputado.

Temos procurado cobrar do Governo do Estado. Sendo deputado do Estado de São Paulo, que ele cumpra as suas ações. Hoje surge o deputado que era suplente e assumiu agora, Widerson Anzelotti que, infelizmente, não está agora presente, falando que os Deputados da oposição não têm proposta; certamente ele desconhece porque chegou aqui há pouco tempo.

Aliás, nós temos propostas para todos os projetos que o Governo do Estado apresenta; nós fazemos emendas as mais variadas. Lamentavelmente as emendas não são aceitas porque a base do Governo é orientada para votar exatamente do jeito como o Governador envia para cá. E isso vale para todos os projetos.

Lamentamos que praticamente não se votem projetos de deputados. Votam-se projetos do Governo, muitas vezes as urgências, e são votados poucos projetos dos deputados. E muitos dos que são votados são vetados. É difícil um deputado que não tenha tido aqui um projeto aprovado e vetado. E temos cobrado.

Ouvi o Deputado Fernando Capez reclamando que não se vota. Vejam que ele é do partido do Governo. Ele está certo e percebe, neste momento, a falta de espaço para legislar, votar projetos e dar contribuições.

O Deputado Widerson Anzelotti diz que não temos propostas. Quero dizer ao nobre Deputado que temos projetos para a área da habitação destinados à população de baixa renda, área da Educação, para que tenham psicólogos e assistentes sociais nas escolas. Temos projetos também na área da Saúde, para que sejam reconhecidos os deficientes com visão monocular.

Além de intensificar o combate à dengue, temos também o projeto da desamiantização na Cidade de São Paulo, iniciando pelas caixas d’água, que está para ser votado.

Cada deputado, certamente, tem vários projetos para serem votados. Por isso, comparecemos a esta Casa normalmente e usamos nosso espaço legítimo para expressar aquilo que sentimos, o que temos a propor, as cobranças que temos a fazer, seja da Sabesp, da Eletropaulo, de ações do Governo do Estado que não foram realizadas, seja do Rodoanel que tanto se elogia. Aliás, quase antes da sua inauguração já começou a reforma. No trecho Oeste, é uma reforma atrás da outra. A obra de concretagem tem de durar de 20 a 30 anos, mas, de repente, com dois, três anos, precisam fazer reforma no Rodoanel. Alguma coisa não está correta.

Não podemos deixar de falar também sobre o trânsito em São Paulo, os engarrafamentos passam de 200 quilômetros, dos pedágios mais caros do País, da falta de segurança. Divulgam que os índices de criminalidade caíram. Basta perguntar à população, que sente na pele essa falta de segurança, por mais que os policiais militares de dediquem. Sabemos disso.

Sr. Presidente, veja Vossa Excelência, viaturas que eram para ser entregues aos policiais ficaram paradas quase seis meses, porque queriam fazer uma inauguração oficial na entrega. Não vamos abrir desse conjunto de coisas, por mais que o deputado, que chegou aqui para tentar mudar, questione.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CELSO GIGLIO - PSDB - Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 59 minutos.

 

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