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11 DE ABRIL DE 2011

019ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO e ITAMAR BORGES

 

Secretário: CARLOS GIANNAZI

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - CARLOS GIANNAZI

Comenta matéria publicada no jornal "O Estado de S. Paulo" sobre medida que obriga professores readaptados por problemas de voz a voltar às salas de aula. Questiona a eficácia da utilização de alto-falantes cedidos pelo Governo. Dá conhecimento de depoimento de promotor do Ministério Público, contrário à medida. Pede pela revogação da Lei 1041/07, aprovada nesta Casa, que limita o número de consultas médicas anuais para servidores públicos.

 

003 - ITAMAR BORGES

Informa a ocorrência do Congresso de Municípios, que será realizado em 12/04, na cidade de São Vicente. Ressalta a importância do encontro. Enaltece decreto do Executivo Estadual que, em 2002, criou o Pró-Lar, medida que auxilia famílias de baixa renda a comprar materiais de construção para reformas em suas casas.

 

004 - DONISETE BRAGA

Comenta pronunciamento do Deputado Itamar Borges no que tange à ocorrência do Congresso de Municípios. Parabeniza o prefeito de Mauá pela aprovação de lei que proíbe o comércio de bebidas alcoólicas nos postos de combustível. Fala da eficácia da medida. Menciona diminuição da violência na cidade de Diadema, após aprovação de lei que impede os bares de permanecerem abertos depois das 23 horas.

 

005 - OLÍMPIO GOMES

Destaca a atual preocupação da sociedade com segurança pública. Comenta matéria publicada no jornal "Folha de S. Paulo" sobre visita do Secretário de Segurança Pública a esta Casa. Lamenta que apenas os parlamentares do PSDB tenham sido informados da visita.

 

006 - ITAMAR BORGES

Assume a Presidência.

 

007 - JOOJI HATO

Expõe seus anseios por uma cidade mais pacífica. Considera ineficiente o combate à violência efetuado pelo ex-Governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho. Cita projetos, de sua autoria, que visam combater a violência no Estado de São Paulo. Fala da importância dos investimentos em educação e esportes.

 

008 - DONISETE BRAGA

Comenta pronunciamento do Deputado Olímpio Gomes sobre visita do Secretário da Segurança a este Legislativo. Informa que deve procurar o Deputado Campos Machado para que, juntos, possam esclarecer declarações dadas pelo Secretário. Cita matéria do "Jornal da Tarde" que questiona a utilidade de CPIs propostas por Deputados desta Casa. Concorda com o teor da reportagem.

 

009 - OLÍMPIO GOMES

Lamenta a postura do Presidente desta Casa por não dar conhecimento aos demais partidos de visita realizada pelo Secretário de Segurança Pública a este Legislativo. Afirma que os demais parlamentares deveriam demonstrar seu repúdio à atitude. Dá conhecimento de projeto de decreto legislativo, de sua autoria, que visa anular resolução que transfere ao DHPP a apuração de crimes dolosos contra a vida praticados por policiais militares e civis. Esclarece por que é contrário à medida.

 

010 - CARLOS GIANNAZI

Reflete acerca da falta de segurança nas escolas públicas. Afirma que a falta de agentes de organização escolar prejudica o combate à violência nas escolas. Lamenta medida do Governo que pretende contratar mais funcionários apenas para escolas que têm menos de 50% de seu quadro de agentes preenchido. Fala da falta de estímulo pelo Magistério existente no Estado.

 

011 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

GRANDE EXPEDIENTE

012 - SIMÃO PEDRO

Reflete sobre as melhorias que a construção do trecho norte do Rodoanel deverá proporcionar para São Paulo, mas discorda do trajeto proposto pelo Governo. Destaca os danos ambientais e sociais que a obra poderá provocar. Defende a realização de audiência pública a fim de debater a questão. Menciona reunião realizada com o Reitor da USP Leste e demais Parlamentares com o intuito de inviabilizar o fechamento de cursos nessa Universidade.

 

013 - JOÃO ANTONIO

Pelo art. 82, comenta matéria relativa às CPIs protocoladas nesta Casa. Ressalta a importância de fiscalizar o Poder Executivo. Tece crítica a falta de instalação dessas CPIs. Manifesta-se contrário à instauração de CPIs de caráter protelatório.

 

014 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, destaca a presença de dirigente sindical da Tunísia. Convida a todos para palestra sobre a revolução da Tunísia. Critica política salarial de abonos do Governo Estadual e cobra respeito da data-base para reajuste salarial.

 

015 - Presidente JOOJI HATO

Saúda autoridades presentes.

 

016 - SIMÃO PEDRO

Pelo art. 82, reflete sobre os 100 dias de gestão da Presidente Dilma Rousseff e do Governador Geraldo Alckmin. Cita projetos bem sucedidos do Governo Federal. Menciona as posturas semelhantes e dissonantes entre a atuação de Lula e Dilma. Relata o lançamento do Programa São Paulo Presente. Defende o diálogo com a sociedade civil sobre a questão.

 

017 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Para comunicação, informa visita técnica realizada nas áreas afetadas pelas obras do trecho norte do Rodoanel. Alerta sobre risco de desapropriação na Favela do Flamengo em razão da obra. Defende mudança do em razão do impacto ambiental e do risco de desapropriação dos moradores. Anuncia audiência pública que deverá ser realizada, nesta Casa, sobre a questão.

 

018 - SIMÃO PEDRO

Solicita o levantamento da sessão, com a anuência das lideranças.

 

019 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 12/04, à hora regimental, com ordem do dia. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Carlos Giannazi para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício, nobre Deputado Jooji Hato, nobre Deputado major Olimpio, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de comentar matéria publicada no jornal “O Estado de S. Paulo”, de sábado passado, repercutindo denúncia que fazemos aqui com certa insistência, também já o fizemos pelo Ministério Público e estamos encaminhando a mesma denúncia para o Conselho Regional de Medicina.

Refiro-me à decisão das Secretarias de Estado de Educação e de Gestão Pública em obrigar os professores readaptados a voltarem às salas de aula. São professores readaptados por problemas de voz que já passaram por perícia médica, que têm laudo de que estão impossibilitados de utilizar a voz como instrumento de trabalho em sala de aula. Esses professores foram realocados em outras funções dentro da própria escola. No entanto essa decisão inédita e desumana faz com que esses professores voltem a lecionar mesmo sem condições de saúde para isso.

A grande novidade em relação a essa decisão das duas secretarias é de que o Estado vai comprar alto-falantes, microfones e amplificadores portáteis para os professores readaptados lecionarem nas salas de aula da rede estadual de ensino.

Isso é muito grave, Sr. Presidente, porque representa uma afronta à dignidade desses professores, uma humilhação, um constrangimento e, sobretudo, uma agressão à saúde desses servidores que estão na rede estadual de ensino, que já foram afastados das salas de aula por problemas vocais.

Professores fizeram vários exames, passaram por perícias médicas, as mais variadas possíveis, e têm laudos de que estão impossibilitados de utilizar, como disse, a voz em sala de aula. No entanto, por decisão do governo estadual, os professores readaptados por voz terão de voltar às salas de aula com aparelhos portáteis, amplificadores; não sei exatamente o que o governo pretende em relação a isso. Mas a matéria diz que na nota divulgadas pelas duas secretarias essa decisão faz parte de um programa recém-lançado pelo Governador Geraldo Alckmin que se chama Educação com Saúde, que pretende instalar em todas as diretorias de ensino equipes multidisciplinares para atender os servidores de Educação.

No entanto, esse programa é extremamente contraditório. Primeiro, porque não ataca as causas que vêm adoecendo os professores e profissionais da Educação. É um programa que fica na superfície. Esse programa é uma decisão contra a saúde dos servidores da rede estadual de ensino. E me estranha que o governador do Estado de São Paulo seja um médico a tomar uma decisão como essa. Se o governador quer mesmo investir na saúde dos professores e de todos os servidores da Educação, ele que comece revogando algumas leis que prejudicam os servidores como, por exemplo, a Lei 1041, de 2007, do PSDB, aprovada nesta Casa pela base governista, que limita o número de consultas médicas em seis por ano para todos os servidores do Estado de São Paulo. Essa lei já afronta a saúde dos servidores do nosso Estado, sobretudo da área da Educação. Por exemplo, uma professora gestante, que precisa fazer consultas e exames regulares, se ela extrapolar o número de seis consultas durante os nove meses de gravidez, ela será prejudicada do ponto de vista salarial e funcional.

Então, parece-me que esse programa beira muito mais a demagogia do que uma preocupação efetiva de investir na saúde dos professores e do magistério como um todo.

Sr. Presidente, da nossa parte, somos contra essa medida do Estado comprar amplificador portátil e auto-falantes para professores com problemas de voz, para professores readaptados. É uma afronta à dignidade do Magistério paulista, estamos já solicitando a convocação dos dois Secretários para que venham depor aqui, tanto na Comissão de Educação como na de Direitos Humanos. É um absurdo uma decisão governamental como essa.

Estamos encaminhando também essa denúncia para o Conselho Regional de Medicina, e já encaminhamos ao Ministério Público Estadual. Tenho certeza de que V. Exa., Deputado Jooji Hato, como médico, também é contra essa medida. Qualquer médico, qualquer pessoa que tenha o mínimo de entendimento de Saúde é contra uma medida como essa. Mas já há um inquérito civil aberto no Ministério Público Estadual. Quem investiga o Departamento de Perícias Médicas e todas essas denúncias que estamos apresentando contra esse departamento, que tanto tem prejudicado os professores, é o promotor Eduardo Ferreira Valério, que dá uma declaração muito importante em "O Estado de S.Paulo": “Parece-me que os aparelhos podem causar constrangimento aos professores, que se sentirão obrigados a voltar a dar aula mesmo sem condições.” Mas mesmo assim, o Governo Geraldo Alckmin insiste, através das duas Secretarias, em atacar os professores readaptados, que já foram prejudicados, que já adquiriram esse problema de voz no exercício do trabalho, ali no dia a dia, no desgaste com a superlotação de salas, com o estresse, com a violência. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges.

 

O SR. ITAMAR BORGES - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre Deputado Jooji Hato, companheiro de partido, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, servidores desta Casa, telespectadores da TV Assembleia, quero destacar, hoje, a importância do Congresso de Municípios, que começa amanhã na Cidade de São Vicente.

A Associação Paulista de Municípios promove mais um congresso. A Assembleia Legislativa, por determinação de seu Presidente, Deputado Barros Munhoz, estará presente não só no seu espaço, o espaço de todos nós, deputados, mas também na representação de muitos colegas parlamentares, que estarão passando por lá, ou deixando a sua mensagem, ou presidindo, ou coordenando Mesas, ou representando a Assembleia no relacionamento com os municípios, com aquele evento.

Esse evento é muito importante. Durante os 12 anos em que fui prefeito, participei de todos os congressos. Portanto, posso atestar aqui a sua importância e o quanto foi importante para mim, também quando fui vereador. É um importante instrumento, porque tem ali o espaço do Legislativo, denominado Pinga Fogo. É o ponto de debate onde os vereadores vão colocar os temas polêmicos, debatê-los. E quero dizer aos companheiros deputados, aos cidadãos, sobre a importância desse congresso. Os prefeitos, as Câmaras Municipais participam para trocar experiências, receber informações, conhecer serviços e discutir temas importantes. Passam por lá Secretários de Estado, ministros, empresas públicas, que vão levar sua contribuição e informação aos municípios.

Outro ponto que quero abordar, é que participarei de uma das Mesas desse Congresso de Municípios, e uma delas vai falar sobre o desenvolvimento, empreendedorismo e reforma política. E um tema que tenho acompanhado, importante, e que parece existir uma disposição de retornar - e é muito importante que isso retorne -, é com relação ao microcrédito ligado ao Banco do Povo Paulista, que já aconteceu em 2002. Um decreto do Governo do Estado criou, dentro do BPP, além do recurso para os empreendedores, empresários, para a microempresa, para o trabalhador formal e informal, mas que estivessem em atividade há mais de seis meses, criou o Pró-Lar.

O Pró-Lar é um recurso que vem da Secretaria da Habitação, da CDHU, e que destina, dentro do BPP, a possibilidade de financiar para as famílias de baixa renda - na época era cinco mil reais, - hoje tem o limite de 7500 reais por família, para compra de material de construção para a reforma dos imóveis.

O mais importante desse recurso é que além de ser facilitado, de não ter a burocracia de um banco, ele é sem juros, para pagamento em 48 vezes, com parcelas de cerca de 102 reais. Ele é subsidiado para essa família de baixa renda. É muito importante esse recurso.

Existe um estudo da Secretaria de Emprego e Trabalho, que é na verdade a mãe do Banco do Povo Paulista, e existe também uma parceria com a CDHU.

Quero hoje protocolar esta indicação, mas quero pedir também a sensibilidade do nosso Secretário Davi Zaia, companheiro desta Casa, do Antonio Mendonça, diretor executivo do Banco do Povo, e com certeza teremos o apoio desta Casa e a sensibilidade do Governador, que já fazia parte do seu plano de trabalho. Tenho a certeza de que será mais um serviço colocado à disposição, mais um recurso, mais um benefício para a população, em especial a de baixa renda.

Temos hoje agência do Banco do Povo em mais de 400 cidades no Estado de São Paulo. Portanto, serão 400 portas, em 400 cidades, que vão se estendendo, para atender às famílias que mais necessitam. Espero que o BPP tenha mais esse resultado, para beneficiar as famílias, para melhorar as suas casas, para ampliar ou até para recuperar. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, servidores da Assembleia Legislativa, telespectadores da TV Assembleia, ouvi atentamente o pronunciamento do meu colega Deputado Itamar Borges, que de forma ponderada e consistente falou da importância desse encontro que os municípios realizam.

Deputado Itamar, conversei muito com o ex-prefeito de São Manoel, Marcos Monte, que atualmente preside a Associação dos Municípios. Ele compareceu ao nosso seminário sobre crack na semana passada, e eu me comprometi a comparecer na abertura desse importante encontro que V. Exa. relembra. É fundamental a participação da Assembleia Legislativa.

Sr. Presidente, gostaria de fazer uma menção elogiosa ao prefeito municipal de Mauá, Oswaldo Dias, que de forma muito corajosa aprovou uma lei na semana passada proibindo a comercialização de bebidas alcoólicas nos postos de combustível.

Na verdade, há uma grande polêmica em relação à iniciativa do Poder Executivo. Deputado Jooji Hato, sei que V. Exa. tem um projeto relacionado a esse tema que tramitou na Câmara Municipal, e que tramita nesta Casa. Ninguém está proibindo que as pessoas comprem cerveja, mas que o façam nos mercados e não nos postos de gasolina. O local já facilita o consumo da bebida. Sabemos que o maior número de acidentes no trânsito está relacionado a pessoas que compram bebida nos postos de combustível.

Quero elogiar a iniciativa do Prefeito Oswaldo Dias. Há dez anos, a Cidade de Diadema era considerada a mais violenta do Brasil. Lá, houve a iniciativa do fechamento dos bares após as 23 horas, o que reduziu a violência. Igualmente, o Deputado Geraldo Cruz, ex-Prefeito de Embu, proibiu a abertura dos bares após as 23 horas. Isso reduziu, de forma drástica, a criminalidade. Nos bares, após esse horário, a tendência é de que aconteça algum desentendimento, alguma intriga.

Portanto, quero fazer uma menção a essa atitude tão corajosa do ex-Prefeito de Embu, o Deputado Estadual Geraldo Cruz. Da mesma forma agem o Prefeito Mário Reali, em Diadema, e o Prefeito Oswaldo Dias, em Mauá.

Temos que combater o que contribui com o consumo de drogas e de bebidas alcoólicas, e que termina trazendo um fator terrível para o nosso País. Conheço bem o Município de Mauá, moro lá há 36 anos. Temos uma população de 410 mil habitantes. Não tenho dúvida alguma de que essa iniciativa vai ser modelo para as demais cidades da Região Metropolitana de São Paulo.

Retornarei a esta tribuna para mencionar uma avaliação deste Parlamento feita pela imprensa. Muito obrigado.

 

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. Olímpio Gomes - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, a segurança pública é, sem dúvida alguma, a maior preocupação dos cidadãos no Estado de São Paulo e, por consequência, deve ser objeto de preocupação de toda a Assembleia Legislativa.

Uma nota publicada no “Painel da Folha”, em 8 de abril, diz: “Bandeira: Em reunião com deputados estaduais do PSDB-SP, o secretário Antonio Ferreira Pinto (Segurança Pública) defendeu a manutenção da Corregedoria da Polícia Civil subordinada a seu gabinete. Saiu confiante de que o projeto de Campos Machado (PTB), feito para devolver o comando do órgão à delegacia-geral, não vingará na Assembleia.”

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Itamar Borges.

 

* * *

 

Deputado Donisete Braga, a mim entristeceu-me o menosprezo do Governo. E por consequência - do secretário ou por ter ele sido mal assessorado - ele veio à Assembleia Legislativa. Eu, por exemplo, teria o maior prazer de ir cumprimentá-lo, independente de posicionamento meu em relação às questões da Segurança Pública. Mas, sendo profissional da área, 29 anos no serviço ativo e por tempo todo debater a Segurança Pública, acho que seria no mínimo educado que o contato com o secretário pudesse ser estendido às demais bancadas. Veja V. Exa., da bancada do PT, hoje a maior bancada.

Vejo também com muita tristeza a desconsideração, mesmo com os partidos que são aliados ao Governo. “Olha, não convidamos o PT porque é adversário do Governo, inclusive o PCdoB, o PSOL, o Major Olímpio.” Até aí já estamos acostumados a ser desconsiderados, inclusive nas nossas prerrogativas como parlamentares. O que me entristece é saber do posicionamento do Governo - tomara que não seja o do secretário, que mais uma vez tenha sido induzido ao erro e sido mal assessorado - e não tenha sido estendido o convite, por exemplo, ao Deputado Campos Machado, quem ingressou com o projeto de decreto legislativo. Vejo o Deputado Campos Machado como um grande defensor do Governo, da estrutura da Assembleia que se desgasta o tempo todo, desempenhando o papel que muitas vezes a Liderança do Governo e os demais partidos acabam não cumprindo. E vejo essa desconsideração em relação a ele.

Quero reforçar que a reunião foi na Assembleia e não na Secretaria de Segurança Pública, com um convite à bancada do PSDB, ou numa confraternização entre amigos num restaurante. Mas a reunião ter ocorrido na Assembleia Legislativa foi desconsiderar todos os outros parlamentares e todas outras bancadas. Não sei qual é o posicionamento das demais bancadas, do Deputado Campos Machado que se coloca muitas vezes como o defensor das questões de Governo, mas nem sequer questionou-se a possibilidade de dialogar sobre o conteúdo do projeto de decreto legislativo processo ele ingressado.

Gostaria que fosse encaminhada à Casa Civil, ao Governador e ao Secretário da Segurança Pública esta minha manifestação de desconsideração em relação a todos os outros deputados e todas as outras bancadas.

O Presidente da sessão, neste momento, é o Deputado Itamar Borges. O PMDB, independente de ser aliado do Governo ou não, e está numa postura alinhada nesta Casa, deveria ser mais bem considerado. Vossa Excelência tem as questões em relação à Segurança Pública da sua cidade, da sua região, e vem o titular da pasta que mais causa preocupação a todo cidadão. E nós somos desconsiderados e ficamos sabendo pelos jornais da reunião do Secretário com uma das bancadas.

Isso é triste, é menosprezar o Legislativo e desconsiderar a todos. Diz o Secretário ainda que após a saída se sentiu convencido de que o PSDB já resolveu, que o PDL do Campos Machado não tem importância. Logo, a Assembleia toda já resolveu por conta.

Quero declarar de público a minha contrariedade em relação a esse arrancamento da Corregedoria da Polícia Civil, e a manutenção da Corregedoria da Polícia Militar subordinada ao comando da PM.

Se tivesse tirado as duas, criado a corregedoria única, seria o primeiro a apoiar o Secretário. Desta forma, não foi próprio, não foi legítimo e fazer o que fez, vindo à Assembleia Legislativa, desconsiderando os demais partidos, foi um ultraje ao Legislativo de São Paulo.

O SR. PRESIDENTE - ITAMAR BORGES - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias do plenário, funcionários, no dia de hoje, quero dizer de um sonho que tenho e que lutei muito na Câmara Municipal de São Paulo. O sonho de ver uma cidade que tem ordem pública; o sonho de ver uma cidade com qualidade de vida; o sonho de uma cidade que tem a vocação para o turismo normal, turismo de conhecer São Paulo, essa grande megalópole, e também aqueles turistas econômicos que vem a essa cidade fomentar, incentivar essa grande produção que essa cidade tem, a Capital desse Estado mais forte, que é a Cidade de São Paulo, onde fui Vereador durante 28 anos. Mas, nenhum turista econômico vem para esta cidade ou quer ir para qualquer cidade que tenha violência.

Ninguém quer ir para o Rio de Janeiro. Eu me lembro quando veio Anthony Garotinho, então Governador, e eu disse a ele que na opinião dos paulistas, o Rio de Janeiro é uma cidade violenta, que eu não tenho vontade de visitar. Eu vou a Petrópolis, a Búzios, a Cabo Frio, mas não vou ao Rio de Janeiro. E é uma cidade maravilhosa. Então, eu disse a ele que tenho várias leis, vários projetos, cujo conjunto é tolerância zero. É o que dá a uma cidade a ordem pública, que é atrair investimento, gera emprego, combate a violência, porque o desemprego aumenta a violência.

Sr. Presidente, Deputado Itamar Borges, V. Exa. que foi prefeito em Santa Fé, o Governador Anthony Garotinho não fez absolutamente nada. Só aproveitou o projeto da Lei Seca, a lei que controla a bebida alcoólica. Os jovens iam para a Praça Santos Dumont, no baixo Gávea, se embebedavam com bebida alcoólica oficializada e faziam uso de drogas ilícitas, Deputado Donisete Braga, V. Exa. que tanto combate e fez um simpósio recentemente sobre isso.

E o Governador Anthony Garotinho do meu partido, antes de ir para o PDT, só fez isso e eu fiquei muito triste. E mandei a ele todas as leis, como mandei para Governador Roberto Requião, do Paraná, que era do meu partido. Essa luta é de muitos anos. Eu sofri muito. Uma parte da imprensa batia em mim como se eu fosse um cachorro sem dono, desculpem a expressão. Apanhava, apanhava, mas eu resistia. Ia para os debates levando a ideia do controle da bebida alcoólica para restabelecer a segurança, a ordem pública. E o meu conjunto de leis, começa com a Lei Seca, com a Lei da Moto Sem Garupa, que ceifou a vida do irmão do nosso querido Deputado Said Mourad, e ceifou a vida do irmão do Deputado Federal, Walter Ihoshi. Também briguei muito pelo Presídio de Agrícola Industrial, para fazer laborterapia, para que o preso pudesse sustentar o filho, que está nos cruzamentos aprendendo tudo que não presta, e eventualmente poderia sustentar ou ajudar na manutenção e economizar recursos porque cada presidiário consome de 40 a 50 reais/dia do dinheiro público.

Fiz a lei tirando os menores, que são explorados, do cruzamento. Essa é a lei que já aprovei e está em vigor. Também tentei aprovar uma lei na Câmara Municipal de São Paulo para colocar um detector de metais em escolas e também as câmeras em pronto-socorros e hospitais. E, agora, aconteceu esse massacre horrível na escola do Rio de Janeiro.

Fizemos o combate ao armamento, blitz para desarmamento. A nossa proposta é tirar armas ilegais das ruas porque na escola do Realengo, Rio de Janeiro, o assassino usou a arma calibre 32 roubado e a arma calibre 38 com a numeração raspada. São armas ilegais, contrabandeadas, roubadas que mataram e é isso que nos entristecem.

Não adianta só proibirmos, temos que achar uma solução. Temos que apostar na educação, na cultura, no esporte porque isso combate a violência, na religião porque quem tem Deus no coração não pratica crimes e, acima de tudo, apostar na geração de emprego. Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados.

 

O SR. PRESIDENTE - ITAMAR BORGES - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ary Fossen. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero, aqui, mais uma vez ressaltar a importante manifestação do Deputado Major Olímpio porque o Deputado Campos Machado coloca a questão fundamental da Corregedoria da Polícia Civil. Inclusive, tenho uma foto do dia 06 de abril, quarta-feira, quando o Secretário da Segurança Pública se reuniu com a Bancada do PSDB para dizer que se sentia muito aliviado em saber que o projeto do Deputado Campos Machado não vingaria na Assembleia Legislativa. Isso é muito grave, porque quem tem de aprovar ou não um projeto, tenha ele relevância ou não, é o Plenário, são os 94 deputados. Não podemos ser pautados pela vontade do Poder Executivo ou do Secretário de Segurança Pública, que imagino deve ter muito trabalho para resolver na Polícia e com a violência no Estado. Portanto, faço esta ressalva em relação à Assembleia Legislativa.

Amanhã irei conversar com o Deputado Campos Machado, juntamente com o Deputado Olímpio Gomes, para saber que tipo de iniciativa precisamos tomar. Da maneira como está a matéria, não sabemos em que contexto o Secretário fez esta afirmação. Que possamos ter isso de forma oficial porque não podemos aceitar tamanha interferência. Por mais respeito que tenhamos aos Secretários de Estado, achei muito grave a declaração publicada e quero me associar não só à proposta do Deputado Campos Machado, como à preocupação que ele coloca em relação à independência do Poder Legislativo.

Quero ainda comentar duas matérias de jornais, uma do jornal "O Estado de S.Paulo" de ontem dizendo “Sufocada na Assembleia, oposição tenta atrair a classe média” e outra do "Jornal da Tarde" que traz uma matéria grande indagando “CPI pra quê?”, onde avalia as CPIs apresentadas na Casa. Na verdade, tenho de concordar um pouco com esta matéria, mas na essência a Bancada do PT vai continuar reiterando a necessidade da CPI dos pedágios. Se tivéssemos a instalação da CPI dos pedágios, não teríamos este grande ponto de interrogação.

De fato as CPIs apresentadas ganharam conotação de banalidades, mas a CPI da CDHU seria importante, a da Educação também porque sabemos a situação de penúria que vive hoje a Educação no Estado de São Paulo. O orçamento que aprovamos não é cumprido pelo Governo do Estado em relação aos educadores do nosso Estado. Várias são as CPIs que a oposição propõe, mas que infelizmente não obtivemos êxito na coleta de assinaturas. Contudo, continuaremos firmes e fortes debatendo as irregularidades que existem no Governo do Estado e que não podemos deixar cair no esquecimento. É importante destacar que os Deputados Olímpio Gomes e Carlos Giannazi também fazem parte da bancada da oposição.

A nossa bancada tem procurado de forma responsável fiscalizar o Poder Executivo e não somos partidários do quanto pior melhor para o Estado de São Paulo. Queremos fazer com que o estado mais importante da Federação possa desfrutar das suas riquezas, seja nos investimentos na área da Educação pública, na Segurança Pública, na Saúde, nos temas relacionados à criança e adolescentes, enfim, são políticas públicas importantes e a Bancada do PT não vai se furtar a discutir, a fiscalizar o Executivo para garantir os direitos dos paulistas e dos paulistanos do nosso Estado.

 

O SR. PRESIDENTE - ITAMAR BORGES - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Srs. Presidente, Srs. Deputados, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, funcionários desta Casa, continuando o meu lamento em relação à postura do Secretário da Segurança e do Presidente da Assembleia - eu não tinha visto a foto oficial no Portal da Assembleia, na qual o Presidente se encontra -, para uma visita oficial com o Secretário, acho que, minimamente, seria respeitoso com os demais partidos a extensão do convite. Não era para um convescote amigo, mas simplesmente porque a questão da Segurança pública é séria, é problemática e exige diálogo. E os demais partidos, que não o partido do governador, não serão hostis à figura do secretário. De forma nenhuma. Mesmo partidos de oposição tenho certeza que não seriam porque sabem antes de mais nada da seriedade de propósito do secretário. Mas, desconsiderar todos os demais partidos não foi próprio, não foi legítimo, não foi educado.

Acredito que todos os partidos deveriam fazer uma manifestação de repúdio a essa conduta. E também fazermos um convite ao secretário para vir prestar contas na Casa, até porque não veio oficialmente, mesmo depois de legislação aprovada por esta Casa estabelecendo a obrigação do secretário de prestar contas. A Segurança Pública não veio ainda e talvez fosse uma boa oportunidade, pois a Segurança não sai do foco.

Ingressei com projeto de decreto legislativo que foi protocolizado na sexta-feira e deve ser publica amanhã com o qual pretendo que a Assembleia Legislativa anule a resolução SSP45 publicada no dia 6, mesma data em que o secretário estava nesta Casa. Ela transfere para o DHPP a apuração de crimes dolosos contra a vida praticados por policiais militares e civis e pelos guardas civis da cidade de São Paulo - Decap -, e Demacro - 38 municípios da região metropolitana. Trinta e nove municípios. Em relação aos guardas municipais só os de São Paulo, porque os dos outros municípios, o Demacro, não está estabelecido.

O recado à população é o seguinte: nos 606 outros municípios que não fazem parte da área do Demacro ou da capital, o povo que se dane em relação à apuração de crimes dolosos contra a vida, mesmo que tenham ações praticadas pela polícia. Aí continua tudo normal. Na cidade de São Paulo e na grande São Paulo e em relação à Guarda Civil Metropolitana, não, porque vira matéria jornalística, então precisamos literalmente, dar uma satisfação à grande mídia.

Sem a menor dúvida, Sr. Presidente e Srs. Deputados, a resolução do secretário - e vejam que ele foi mal assessorado - desconsidera a Constituição, a legislação processual penal e processual penal militar.

A Lei 9299, de 1996, transferiu a competência do julgamento de crimes dolosos contra a vida praticados por policiais militares, e não da apuração. Haja vista que ainda continua estabelecido no próprio Código de Processo Penal Militar que nos crimes dolosos contra a vida, Parágrafo 2º, Art. 82, praticados contra civil, a justiça militar encaminhará aos autos do inquérito policial militar à justiça comum. E essa resolução já está rasgando a Constituição, a legislação processual penal e a legislação processual penal militar. Não há mais a necessidade de termos Poder Legislativo, nem absolutamente nada. É o Executivo legislando e colocando em execução medidas que contrariam o ordenamento jurídico.

Então, ingressei com esse projeto de decreto legislativo, que é a forma de anular um ato do Executivo, porque é grave a aberração jurídica. Além de desconsiderar a corregedoria da Polícia Militar, de desconsiderar todos os distritos policiais de área da região da Cidade de São Paulo, que são quase 90 distritos, e do Demacro, da grande São Paulo, dizendo: “Olha, como eles não apuram, vamos apurar de forma especial”. E a coisa é tão absurda que na 6ª feira um policial militar do Policiamento Rodoviário, de folga, na zona sul de São Paulo, ao ser assaltado, reagiu à agressão injusta de marginais, baleando um deles, que veio a falecer. E o governo disse que também será apurado pelo DHPP como quem diz que a condição é por ser PM, não por estar na hora de folga e ser vítima.

Lamentável essa conduta do governo do estado, da Secretaria de Segurança Pública e lamentável, também, a posição de concordância do Comando Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - ITAMAR BORGES - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, recebemos por escrito a cópia de um comunicado que a Secretaria da Educação está enviando para todas as escolas da rede estadual de ensino através do DRHU - Departamento de Recursos Humanos, para fazer um levantamento do número de agentes de organização escolar em cada unidade escolar.

Na semana passada, disse que dificilmente vamos encontrar uma escola da rede estadual que tenha completo seu quadro de apoio: merendeiras, inspetores de alunos. Fiz esse comentário em relação ao que aconteceu no Rio de Janeiro, na Escola Municipal Tasso da Silveira, onde houve um massacre e doze crianças foram mortas. E a partir disso podemos fazer várias reflexões, por exemplo, sobre a falta de segurança nas escolas, como também a falta de atendimento na área da saúde mental. O rapaz que executou aquele massacre era uma pessoa transtornada do ponto de vista mental. É um caso psiquiátrico. Discutimos a questão do desarmamento da população. E na questão da violência escolar, falamos sobre a falta de funcionários nas escolas públicas, em especial na Cidade de São Paulo. Esse comunicado faz um levantamento e só confirma o que estamos dizendo. A própria Secretaria da Educação reconhece, ao dizer no final do comunicado que somente as escolas que possuem falta de funcionários no módulo inferior a 50% é que serão atendidas.

Temos centenas e centenas de escolas na Rede Estadual que não têm nem a metade de servidores da organização escolar que deveriam ter. E a Secretaria da Educação, de forma extremamente tímida, ainda diz que só vai fazer a chamada do último concurso público, realizado há quase dois anos, para as escolas que não atingiram essa porcentagem de 50 por cento. É um absurdo isso. As nossas escolas estão totalmente abandonadas. Precisamos de funcionários. Há escolas que não têm inspetor de alunos, merendeiras. As escolas estão entregues à própria sorte nessa área também. Já não temos professores, porque os que estão assumindo desse último concurso estão pedindo exoneração porque o salário é muito baixo, as condições de trabalho também, as salas são superlotadas. Estamos tendo já uma evasão.

O salário da Rede Estadual é um dos mais baixos do Brasil, do ponto de vista das redes estaduais, e isso não estimula ninguém a permanecer. E como se não bastasse a falta de professores, temos ainda a falta de funcionários. E isso abre caminho, Sr. Presidente, para tragédias como a que ocorreu no Rio de Janeiro. Exigimos que o Governo do Estado chame todos os concursados, que equipe as escolas com os servidores. As escolas precisam de escriturários, secretários, inspetores de alunos, vigias, o módulo básico. Mas a Secretaria de Educação está dizendo que só vai atender as escolas que tiverem um déficit inferior a 50 por cento.

Isso na prática significa que a maioria das escolas vai continuar com déficit de no mínimo 50% de seus funcionários. Isso é uma agressão à escola pública, aos nossos cinco milhões de alunos e a todos os profissionais da Educação. Vamos também abordar esse tema e exigir explicações do Secretário da Educação quando ele vier aqui. Já fizemos a sua convocação na Comissão de Educação. Ele vai ter que depor e explicar essa afronta à Rede Estadual de Ensino, que significa falta de funcionários. E é lamentável que com tudo o que vem acontecendo nessa área da violência nas escolas o Estado não faça a contratação de funcionários.

Na semana passada, abordei aqui a questão da Ronda Escolar da Polícia Militar, que é insuficiente para dar um mínimo de segurança nas nossas escolas. Há regiões da Cidade de São Paulo em que a Ronda é até desativada, como denunciamos aqui no final do ano passado. O Bairro Jardim das Oliveiras, na região da Cidade Ademar, teve todas as suas escolas desativadas, do ponto de vista da Ronda Escolar. Tivemos que fazer uma intervenção aqui junto ao Governo do Estado para que a Ronda voltasse a funcionar. E recebemos outras denúncias nessa área também. Quando se trata de segurança nas escolas, não podemos fechá-las. Temos que manter a escola aberta para a comunidade, mas tem que haver um mínimo de segurança, como um número adequado de funcionários. E para isso, o Governo do Estado tem que fazer a chamada dos concursados.

Quero manifestar aqui a nossa indignação e exigir que o Governo tome providências imediatas em relação à contratação, à chamada de todos os concursados, de agentes de organização escolar do Estado de São Paulo. Muito obrigado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro, por permuta com o nobre Deputado Geraldo Vinholi.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, quero abordar dois temas que têm ocupado o meu tempo, ocupado os noticiários da imprensa, da televisão e dos jornais, e também tem mobilizado muitas comunidades.

O primeiro assunto é sobre o Rodoanel, sobre a proposta do Governador de tirar do papel o projeto do trecho Norte do Rodoanel. O Governo estadual já fez um acordo com o Governo Federal, que se comprometeu a participar com um terço dos recursos. É uma obra caríssima, mais de cinco bilhões de reais.

É uma necessidade esse Rodoanel? É uma necessidade, para tirar não o tráfego de veículos da Marginal, como se diz, mas para tirar o tráfego de caminhões, desobstruir um pouco o centro da cidade e facilitar o trânsito principalmente do transporte rodoviário que não necessariamente vai finalizar na cidade de São Paulo. Está vindo do Rio de Janeiro, está vindo de Minas Gerais, do Paraná, e vai para o porto e, portanto, não precisaria passar por dentro da cidade causando o aumento da poluição, causando mais problemas do trânsito.

Não somos contra a obra. Nós nos colocamos contra sobre a proposta do trajeto que o Governo apresentou. O Governo apresentou um trajeto de 24 quilômetros, começando pela região do município de Arujá, cortando o município de Guarulhos; ele entra na Serra da Cantareira, entre Guarulhos e São Paulo, e sai na região Noroeste da capital, onde se encontra com o trecho Sul, na região de Osasco.

O problema é que a opção que o Governo fez foi uma opção de trajeto que entra na Serra da Cantareira e vem contornando, pegando um grande trecho dentro da cidade de São Paulo, ou seja, entre a Serra da Cantareira e a região urbanizada.

Uma obra desse porte vai causar danos ambientais, vai causar impactos sociais que precisam ser enfrentados. Evidentemente isso tem que ser perseguido: quanto menos danos ambientais e sociais possíveis, é o ideal, mas parece que o Governo tem pressa.

Esse é um mal que acomete o Governo do Estado de São Paulo, a pressa. Foi a pressa que causou o buraco do Metrô em Pinheiros: o apressamento do cronograma, a economia de material, a falta de um plano de fiscalização. Queremos obras de grande porte, de grande magnitude, que respondam às grandes demandas sociais, mas queremos que elas tenham durabilidade, que não causem problemas para a população, principalmente à população mais pobre. Esse trajeto vai passar por cima de escolas, de vilas inteiras, vai causar problemas de poluição sonora.

Queremos dialogar com o Governo. O prefeito de Guarulhos, a muito custo, conseguiu uma audiência com o Presidente da Dersa recentemente.

O Governo diz que já fez audiência pública. Aliás, fez uma na Casa de Portugal, em dezembro; depois, fez outra na região de Guarulhos, muito tumultuada. Mas é aquele modelo em que o Governo chega, convoca, apresenta o projeto. As pessoas não têm condições de estudar o projeto, estudar as informações ali passadas e não têm como intervir. Até os mais preparados não conseguem fazer uma intervenção adequada. Audiência pública é aquela que se faz nas regiões que serão atingidas, com calma, ouvindo os prefeitos, as autoridades, os técnicos.

No sábado, ouvimos a notícia de que a Nova Marginal - obra do ex-Governador José Serra, que também foi feita às pressas - está funcionando sem licenciamento. O trecho Sul do Rodoanel foi construído e, até hoje, as compensações ambientais não foram feitas. A mesma coisa ocorre com a compensação ambiental da Nova Marginal, que seria o Parque Linear da Várzea do Tietê. O Governo anuncia o término da obra, mas a compensação fica para lá, não se discute com a população.

Não queremos mais esse tipo de obra. São grandes obras, que envolvem vultosos recursos, feitas às pressas. A fiscalização é ruim, ineficiente; a participação popular, que é fundamental num caso desses, não existe; as audiências são um engodo, porque são pseudo-audiências. Na verdade, é para dizer que fez, e queremos verdadeiras audiências.

No sábado, convocado pelo Bispo Dom Milton e o Bispo Dom Angélico Sandro Bernardino, estive numa assembleia na região noroeste da Capital, na Brasilândia. Lá estavam os dois bispos, agentes pastorais, três deputados federais - Deputada Luiza Erundina, Deputado Paulo Teixeira, Deputado Nilton Lima -, eu, como deputado estadual, vereadores. Estávamos todos preocupados com os impactos, com a falta de informação, com a falta de debate que ocorre sobre esse projeto.

O problema é que o Governador disse que mais ou menos em junho haveria o licenciamento e no final do ano a obra seria iniciada, sem resolver o problema habitacional, sem resolver os impactos. Essas coisas precisam estar esclarecidas, as pessoas precisam ter informações, ter certeza se o custo para a Grande São Paulo vai compensar.

Essa é uma reclamação que faço em relação ao método, ao processo. Não somos contra a obra, mas contra o jeito que o Governo quer fazer, a falta de diálogo e a falta das audiências públicas. Precisamos, portanto, caminhar para isso.

Esta Assembleia nomeou uma Comissão Especial Parlamentar para acompanhar a crise que se instalou na USP, principalmente no campus da USP Leste. A Reitoria da USP deixou escapar um documento, que se dizia interno, propondo a redução das vagas dos cursos de Licenciatura e Ciências da Natureza, de Educação Física e de Gestão de Políticas Públicas e o encerramento do Curso de Obstetrícia, que funcionou na USP até a década de 70, foi interrompido e a USP Leste o reinstalou.

Duas turmas já se formaram. Agora, a reitoria decidiu que seria melhor fechá-lo porque há um problema: o Conselho Regional de Enfermagem não reconhece esses alunos, formados pela USP no Curso de Obstetrícia, como um profissional de enfermagem e não quer lhes dar o registro profissional. Para um trabalhador sem o registro profissional, principalmente com nível universitário, fica complicado exercer a profissão.

Estamos fazendo um apelo. Na semana passada, fomos à USP Leste - eu, o Deputado Adriano Diogo e o Deputado Alencar - e fizemos uma reunião com a diretoria. O professor Boer e a sua diretoria colocaram-se sensíveis ao problema. Depois, tivemos uma audiência com os professores e alunos numa grande assembleia, e fizemos um apelo para que a USP não fechasse o curso. Este curso tem uma grande demanda social. São aquelas mulheres que querem um parto normal e natural, sem apelar para a operação cesariana. Há uma grande discussão na sociedade pelo parto humanizado.

Esperamos - principalmente a USP Leste - que a Reitoria reveja a sua posição, e que, em vez de recuar na briga com o Conselho Federal de Enfermagem e o Conselho Regional de Enfermagem, reforce essa briga. Simplesmente assumir que vai fechar é assumir uma derrota num momento crucial. Estamos fazendo este grande debate da saúde pública, principalmente das mulheres em relação ao parto humanizado porque há uma grande demanda. E a USP não pode se retirar dessa batalha. Este é o apelo que fazemos mais uma vez à direção da USP. Muito obrigado.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, o “Jornal da Tarde” de hoje publica uma matéria muito interessante. O título da matéria é “CPIs protocoladas no dia 16 de março na Assembleia Legislativa de São Paulo ainda não saíram do papel. Especialista fala em banalização.”

Sr. Presidente, esta matéria é da mais alta importância para os legislativos. Mais que isso, as CPIs têm um caráter de fortalecer o papel do Legislativo no que tange à fiscalização dos atos do Executivo. Esta é a principal função das CPIs. No Brasil, infelizmente, as CPIs têm sido de fato banalizadas pela força da caneta do Poder Executivo em todas as esferas. Algumas mais que outras. Mas também quero registrar que a banalização das CPIs nos Parlamentos brasileiros, em todos os entes federativos, é por conta de um pragmatismo exagerado dos parlamentares eleitos que, muitas vezes, abrem mão do seu papel no Parlamento para sobreviver politicamente das migalhas que caem da mesa do Chefe do Poder Executivo. Essa é a realidade dos fatos no Brasil.

No Estado de São Paulo, esta matéria “CPIs” chega a ser um escândalo para nós do Poder Legislativo. Das mais de 70 CPIs protocoladas nesta Casa na legislatura anterior, nenhuma foi instalada para valer. E olha que denúncias não faltaram no Estado de São Paulo.

Não estou entrando na questão do valor da matéria, se foi certa ou errada a denúncia, se há ou não irregularidade. Não estou entrando no mérito da matéria. Mas, objetivamente, nós tivemos o problema com a CDHU, amplamente denunciado pela imprensa, denúncia de desvio de verba, porque não sabemos se é verdadeira ou não. Superfaturamento no Rodoanel. O problema de superfaturamento e de obra mal feita na Linha 4 do Metrô, que ocasionou o desabamento na Estação Pinheiros, matando sete pessoas. Superfaturamento nas obras de aprofundamento da calha do Tietê. Essas denúncias foram amplamente divulgadas pela imprensa paulista.

E qual é o papel de um Legislativo para valer, um Legislativo que se pretende fortalecido? É verificar se essas denúncias são verdadeiras ou falsas. É claro que nós entendemos que há no Brasil, no nosso ordenamento jurídico, o princípio do devido processo legal e da presunção de inocência. CPI instalada não significa condenação ou absolvição. CPI instalada é para investigar, podendo, ao final de um processo de CPI, concluir pela denúncia ou concluir que os atos foram perfeitamente lícitos.

Agora, no Estado de São Paulo, é proibido falar a palavra CPI para investigar possíveis irregularidades no Governo tucano. Eles não aceitam. Agora, é uma vergonha para um Parlamento dessa dimensão, com essa importância política, no Estado com essa importância econômica e estratégica para o desenvolvimento da nação, nós nos depararmos com CPI do Alcoolismo, que foi protocolada pela base governista. CPI para investigar as universidades particulares. O que tem a ver universidades particulares com dinheiro público? CPI para investigar os planos de saúde. Chegamos até a perguntar: com que objetivo estão instalando essas CPIs para investigar particulares? Sr. Presidente, sendo que diversas obras têm denúncias de irregularidades. E são obras caríssimas como, por exemplo, o aprofundamento da calha do Tietê. São mais de três bilhões de reais enterrados na lama do rio Tietê por esse governo.

Portanto, Sr. Presidente, resgatar o papel do Parlamento Paulista significa recuperar as nossas prerrogativas e fazer com que esta Casa, de fato, exerça o papel de fiscalizar o Executivo e seus atos, para que possamos fazer com que o dinheiro público seja aplicado decentemente a serviço de políticas públicas que favoreçam o povo paulista. Muito obrigado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias do plenário, funcionários, em primeiro lugar quero registrar a presença entre nós hoje do tunisiano, Amami Nizar, acompanhado do Pedro Fuentes e do Professor Luiz Ferreira. Amami Nizar é dirigente do Sindicato dos Correios e Telégrafos da Tunísia e membro da Liga de Esquerda Obreira, e participou ativamente de toda a movimentação que desembocou numa grande revolução na Tunísia. Ele está fazendo palestras no Brasil. Quero aproveitar para aqui estender o convite para a palestra que ele fará no dia 13 de abril, às 18 horas, na USP - Universidade de São Paulo - na sala 14 das Ciências Sociais. Os telespectadores, os deputados, os presentes aqui são convidados, porque o que está acontecendo na Tunísia representa uma verdadeira mudança no Norte da África, na cultura política daquela região.

Amami Nizar faz parte dessa história. Ele esteve no olho do furacão desses acontecimentos, tem muito aqui para nos relatar, trocar experiência. É muito importante ouvirmos esse líder sindical, que faz parte do Sindicato dos Correios e Telégrafos da Tunísia e também pertence à Liga de Esquerda Obreira, ou seja, temos um grande movimento em toda aquela região. Temos que aprender também porque no Brasil muitas vezes não conseguimos organizar movimentos mínimos de contestação, de mobilização. Tivemos um povo que foi sempre oprimido por uma ditadura que conseguiu superar essa dificuldade e agora o povo da Tunísia entra no processo de reconstrução da sua nação, do seu modelo de organização política.

É uma honra poder recebê-lo aqui. Gostaria de uma salva de palmas em homenagem a esse grande líder da Revolução da Tunísia. (Palmas.)

Sr. Presidente, gostaria ainda de, nesses poucos minutos que me restam, continuar denunciando o Governador Geraldo Alckmin.O Governo Estadual não está respeitando a data-base dos servidores do Estado de São Paulo, a lei que foi aprovada aqui, neste plenário, em 2006, que obriga o Estado a fazer no mínimo uma recomposição das perdas inflacionárias. Temos dados mostrando que já houve inclusive, nesse início de ano, um excesso de arrecadação de mais de 800 milhões de reais e até agora o Governador Geraldo Alckmin insiste em desrespeitar a lei, afrontando os direitos de todos os servidores do nosso Estado.

É bom que a população saiba que o Governo Estadual não respeita a Lei de Responsabilidade Fiscal, não investe nos servidores, não respeita nem o limite prudencial e nem o limite formal dessa lei federal. Com isso, temos um déficit de 10 bilhões de reais que poderiam ser investidos para reajustar minimamente os salários dos servidores do Estado de São Paulo, que estão defasados já há muitos anos, vítimas dessa política salarial de bonificação, gratificação, prova de mérito, políticas que não incorporam no salário-base dos servidores, prejudicando os servidores da ativa, sobretudo, os aposentados e pensionistas.

Fica aqui a nossa exigência para que o Governador Geraldo Alckmin cumpra a lei, respeite a data-base salarial dos servidores, respeite a Constituição Federal no seu Art. 37, que tem essa mesma exigência, respeite inclusive a própria Lei de Responsabilidade, que somos contra, porque é uma lei contra os trabalhadores, contra os servidores públicos, mas nem isso o Governador vem respeitando.

O Estado investe apenas 39% em gastos com os servidores quando o limite prudencial é de 46% e o limite legal é de 49 por cento. O Governo só investe 39%, faltam ainda 10 bilhões. Por isso que temos um vale refeição para os servidores do Estado de São Paulo de 4 reais, conhecido como vale coxinha dos servidores do Estado de São Paulo, porque há sonegação de investimento.

O Governo está deixando de investir 10 bilhões de reais, no mínimo, aos servidores do nosso Estado. Por isso que um delegado de Polícia tem salário-base de 3.500 reais, um professor 700 reais porque não há investimento, não há respeito à legislação. Por isso que os aposentados e pensionistas também sofrem com essa política salarial do PSDB aqui em São Paulo.

Participamos já de várias manifestações e vamos continuar participando denunciando essa falta de respeito à própria legislação estadual e federal por parte do Governador Geraldo Alckmin.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência quer saudar os ilustres visitantes Sr. Pedro Fuentes e Sr. Luiz, líderes sindicais dos Correios e Telégrafos. Sejam bem-vindos a esta Casa. (Palmas.)

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, volto à tribuna para fazer a seguinte reflexão: hoje, 11 de abril, 100 dias do Governo Dilma Rousseff na Presidência da República e 100 dias do Governo Geraldo Alckmin na governança do Estado de São Paulo. A Presidenta Dilma segue a política do Governo Lula, eleita para dar continuidade a um programa que deu certo, que fez o Brasil crescer, que gerou desenvolvimento com inclusão social. Quinze milhões de empregos foram gerados nos oito anos do Governo Lula. Quero citar dois grandes projetos que viraram marca do Governo Lula: o PAC, Programa de Aceleração do Crescimento, com obras em todo o Brasil para desenvolver a nossa infraestrutura, mas também olhando as questões sociais como saneamento e habitação, e o Programa Minha Casa, Minha Vida, com meta de um milhão de casas em construção e mais dois milhões a serem desenvolvidas ao longo dos próximos quatro anos. A Presidente Dilma tem um estilo próprio evidentemente.

A imprensa tem tentado dizer que a Dilma é diferente do Lula. Sim, diferente em alguns aspectos: Lula por ter origem sindical, por ter se constituído numa liderança na luta pela recuperação salarial, pelo emprego, evidentemente deu um pouco dessa marca nos seus oito anos de Governo, mas não deixou de cuidar dos aspectos da inclusão social, das mulheres, da inclusão do negro, da grande expansão na área educacional com novas universidades, com o ProUni e a Dilma, que não fez sua trajetória na política pelo movimento sindical, mas combateu a ditadura, foi presa, torturada e se elegeu a primeira mulher na Presidência da República, certamente dará importância a estes temas. No tema Direitos Humanos acredito que ela vai colocar uma marca importante.

Estive com o Ministro da Saúde, no sábado à noite, em visita ao Hospital Santa Marcelina, em Itaquera - os Deputados Zarattini e Adriano Diogo também acompanhavam a visita - que falou para a Irmã Rosane do Programa Rede Cegonha, do atendimento à saúde da mulher, do atendimento à gestante, da indução de políticas para o parto humanizado, enfim, esta vai ser a grande marca da Presidenta Dilma sem dar descontinuidade à política econômica. Neste momento, por exemplo, ela está em viagem à China porque a área da política externa do Governo Lula foi um sucesso.

Em São Paulo, temos um governo que também é continuidade, mas faz de tudo para se distanciar do governo anterior.

Acompanhei na sexta-feira, a convite da Prefeita Sandra Kennedy, de Registro, a audiência que o Governador realizou naquela cidade lançando o Programa São Paulo Presente. A grande expectativa da população que foi até aquele evento era de que o governador diria dizer “não darei prosseguimento à política do ex-Governador Serra de construir 43 presídios, um deles, inclusive, na cidade de Registro.” Por que era essa a expectativa da prefeita, de toda a população e das lideranças que ali compareceram? Porque o Vale do Ribeira é a região mais pobre e carece de investimentos sociais. Para se ter uma ideia, Sr. Presidente, há apenas um curso da Unesp naquela região, ainda assim porque a prefeitura cedeu o prédio. “Ah, está construindo uma Etec no prédio da prefeitura...” Então impõe um custo muito grande aos municípios.

A expectativa, então, era que se abrisse o diálogo com a região para saber qual a melhor alternativa. Aquela população já paga um preço alto por preservar o patrimônio ambiental do estado, por isso é a região mais pobre do ponto de vista econômico e mereceria outro tipo de política.

Então, governo diferente é aquele que dialoga, aquele que discute o orçamento, que induz a discussão do orçamento para dizer quanto vai investir em tal e tal área, discutindo com as prefeituras, com as câmaras municipais, com os movimentos sociais, incluindo o sindical que o Deputado Luiz Claudio Marcolino tão bem representa aqui.

Então, 100 dias de governo não teve muita diferença em relação ao governo anterior. Estão aí os problemas com enchentes e ele anuncia que vai construir piscinão. Mas isso gera um custo para os prefeitos para a manutenção. Essa política não adianta.

Teremos aqui, amanhã, uma audiência sobre região metropolitana. Espero que de fato avance. Mas o governo ressuscita um projeto de 2005, não quer fazer audiência pública, quer impor a sua vontade e assim não vejo diferença nenhum desse governo Alckmin com o governo Serra, ou seja, é um governo que despreza a Assembleia Legislativa, despreza a participação social e que tem um diálogo muito truncado.

É a seguinte política: “Estou te dando isso. Fique quieto. Sossegue com isso. Se você se comportar, quem sabe, depois, te daremos um pouquinho mais.” Diferentemente dos governos Lula e Dilma, que chamam os prefeitos e perguntam o quê estão precisando? Como querem discutir? Como será a marcha dos prefeitos a Brasília no mês de maio.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. presidente, hoje pela manhã o Deputado Zico, Luiz Moura e eu fizemos uma visita técnica ao trecho norte do Rodoanel. Passamos pelo Horto Florestal, pela Favela do Flamengo, pelo bairro Peri, Linha Verde, Jardim Corisco, Vila Rica, Cabuçu e conversamos com vários moradores e lideranças. Nossa preocupação é muito grande com relação a esse trecho norte do Rodoanel porque dois lugares chamaram nossa atenção. Na Favela do Flamengo vários moradores foram comunicados esta semana, pela prefeitura, de uma eventual desapropriação por causa do Rodoanel. Todavia essa área conta com tratamento da Sabesp, que tem jogado muita água de tratamento de esgoto sobre as residências. Quando fomos conversar com os moradores não tínhamos informação precisa se a desapropriação seria por parte da Sabesp, da prefeitura, ou se seria em virtude do Rodoanel.

Como o Rodoanel é obra do governo do estado, seria interessante um acompanhamento mais efetivo por parte desta Casa. A visita de hoje objetivou exatamente levantar esses problemas.

Outro ponto importante é que no Cabuçu estamos discutindo a mudança do traçado. Por que mudar o traçado do Rodoanel? Por vai haver uma devastação muito grande na região da Serra da Cantareira, o impacto ambiental será grande, e também porque muitas casas serão desapropriadas e bairros ficarão isolados. Então, aproveitando a oportunidade, fizemos uma visita técnica, conversamos com os moradores e fizemos um convite para a próxima quinta-feira, quando teremos uma audiência pública aqui na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo para discutir a alteração do traçado do trecho norte. Estamos cobrando a participação da Dersa e de todos os órgãos competentes para que a população não seja prejudicada, para que o traçado seja alterado, e para que não haja impacto no meio ambiente.

Verificamos que na região do Cabuçu haverá um impacto muito grande no meio ambiente. É muito importante que a população participe dessa audiência na próxima quinta-feira e que estejam presentes representantes da Dersa e da Sabesp para dar os esclarecimentos necessários em relação á desapropriação da favela do Flamengo na zona norte de São Paulo.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - É regimental o pedido de V. excelência. Havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos convoca V.Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da 17ª Sessão Ordinária.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 06 minutos.

 

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