10 DE MAIO DE 2006

020ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

 

Presidência: VALDOMIRO LOPES

 

Secretário: JONAS DONIZETTE

 


DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 10/05/2006 - Sessão 20ª S. EXTRAORDINÁRIA  Publ. DOE:

Presidente: VALDOMIRO LOPES

 

ORDEM DO DIA

001 - VALDOMIRO LOPES

Assume a Presidência e abre a sessão. Põe em votação o PDL 99/06.

 

002 - ARNALDO JARDIM

Encaminha a votação do PDL 99/06 pelo PPS.

 

003 - Presidente VALDOMIRO LOPES

Põe em votação e declara aprovado o PDL 99/06.

 

004 - WALDIR AGNELLO

Solicita verificação de votação.

 

005 - Presidente VALDOMIRO LOPES

Acolhe o pedido e determina que se proceda à verificação pelo sistema eletrônico, que indica quorum insuficiente para deliberação.

 

006 - EDSON APARECIDO

Pronuncia-se sobre os acordos de votação e critica o PT por descumprir as decisões do Colégio de Líderes.

 

007 - HAMILTON PEREIRA

Declara ser incompreensível a obstrução que a bancada governista faz a um projeto do Executivo.

 

008 - Presidente VALDOMIRO LOPES

Encerra a sessão.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - VALDOMIRO LOPES - PSB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido o Sr. Deputado Jonas Donizette para, como 2º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da Ata da sessão anterior.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO - JONAS DONIZETTE - PSB - Procede à leitura da Ata da sessão anterior, que é considerada aprovada.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - VALDOMIRO LOPES - PSB - Proposição em Regime de Tramitação Ordinária - Votação adiada - Projeto de decreto legislativo nº 99, de 2006, de autoria da Comissão de Transportes e Comunicações. Parecer nº 827, de 2006. Aprova a nomeação de membros do Conselho Diretor da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo - Artesp.

Em votação.

 

O SR. ARNALDO JARDIM - PPS - Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar a votação pelo PPS.

 

O SR. PRESIDENTE - VALDOMIRO LOPES - PSB - Tem a palavra o nobre Deputado Arnaldo Jardim, para encaminhar a votação pelo PPS, por 10 minutos.

 

O SR. ARNALDO JARDIM - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, nesta noite estamos tratando da nomeação de novos membros da Artesp - Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo - momento oportuno para esta Casa fazer uma reflexão sobre um tema de muita importância, qual seja, o funcionamento desse importante órgão, uma agência reguladora que, ressalte-se, não é um instrumento de governo, porque transcende governos. Deve zelar por políticas públicas duradouras, portanto, um instrumento típico daquilo que chamamos de Estado e não de governo.

O fato de termos em São Paulo duas agências reguladoras enseja a oportunidade de que um verdadeiro aprendizado ocorra no Estado de São Paulo sobre algo que é recente e novo, uma coisa que do ponto de vista tanto do seu amparo e arcabouço jurídico, como do ponto de vista da sua prática cotidiana, precisa ser sistematicamente reavaliada e aperfeiçoada.

Estamos falando da Artesp e da CSPE, duas agências reguladoras, uma no âmbito de energia e outra no âmbito de transportes, que funcionam no nosso Estado de São Paulo.

A Artesp, agência que busca regular particularmente as estradas que estão sob o regime de concessão no nosso Estado de São Paulo, tem um nascedouro profundamente vinculado ao nosso Poder Legislativo. Foi aqui na Assembléia de São Paulo que aprovamos a norma inicial que constituiu a Artesp, o dispositivo legal. Todo o seu processo de aperfeiçoamento tem sido vivenciado por esta Casa através de seus diferentes órgãos, particularmente através da Comissão de Transportes. Temos tido um sem-número de audiências, onde a Artesp sempre se faz presente através de seus membros quer seja para prestar contas da suas atribuições, quer seja para ajudar numa reflexão mais geral sobre a sua atividade como agência reguladora e sobre a questão geral de transportes no nosso Estado de São Paulo.

Quero ressaltar que de minha parte, entusiasta que sou do funcionamento das agências reguladoras, pude participar dos três congressos que ocorreram no nosso País organizados pela Abar - Associação Brasileira de Agência Reguladora. Tivemos três congressos nacionais em que esta questão da agência reguladora foi discutida.

Quero, com muita satisfação, destacar que em todos esses congressos a Artesp surgiu como uma referência do ponto de vista do funcionamento como agência reguladora.

Naqueles três aspectos que devem zelar uma agência reguladora, a Artesp tem tido uma preocupação importante.

A agência reguladora, em primeiro lugar, para bem funcionar, não pode ser objeto da captura, do ponto de vista financeiro. Isso tem ocorrido, particularmente nesse período recente, pelo Governo Federal. Ressalte-se que quando houve o contingenciamento de verbas das agências reguladoras federais tivemos quase que como um garrote, quase que como uma espada sobre a cabeça das agências reguladoras. Manifestamo-nos da tribuna sobre isso alertando que isso se constituía num instrumento de pressão e chantagem sobre as agências reguladoras nacionais.

Queremos destacar a preocupação que se teve quando da formulação da Artesp no momento em que se estabeleceram os contratos de concessão, no momento em que se estabeleceu um processo de financiamento a partir da própria agência reguladora da Artesp: o fato de ela receber parte do ônus que incide sobre as concessões. Por aí tem-se preservada a autonomia financeira da Artesp.

Num outro aspecto, é importante que essa captura não ocorra do ponto de vista tecnológico. Por isso, na oitiva que fizemos na Comissão de Transportes, buscamos destacar essa preocupação de que haja uma permanente atualização do ponto de vista de informação e de conhecimento tecnológico para que, com esse conhecimento acumulado, os técnicos que constituem o corpo da agência reguladora tenham possibilidade de estar permanentemente informados, “up to date”, como se usa no jargão técnico: estar atualizado para não poder se furtar de utilizar o instrumento ou ser de alguma forma vitimado por esse instrumento.

Um outro aspecto importante da captura de que uma agência pode ser vítima é a captura do ponto de vista político. E essa captura se preserva não porque haja ausência do ente político. Não há. Há um julgamento por parte da Assembléia, há uma indicação que se faz por parte do governante do Estado, mas temos um instrumento importante que é o da alternância de mandatos. Quero ressaltar aquilo que acredito foi uma sabedoria, foi um aperfeiçoamento introduzido aqui pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo: a alternância de mandatos. Vencem de tempos em tempos para que por um lado se tenha um sentido de continuidade e, por outro lado, se tenha uma alternância que o próprio processo democrático estabelece com a alternância de poder, com os novos questionamentos que se fazem ou no processo eleitoral ou com o resultado que daí emana.

Por isso quero ressaltar a satisfação de ver que a Artesp continua sendo uma agência da qual, acredito eu, é a minha avaliação, pode se orgulhar o Parlamento e o povo de São Paulo.

Mas há debilidades. As debilidades que sinto - e acho que este é um momento para tornar isso muito claro - são de duas naturezas. Primeiro: a debilidade por não termos um corpo permanente de funcionários da Artesp.

Hoje, parte das equipes que a constitui é contratada através de firmas gerenciadoras, são contratos temporários. E nós, aqui da tribuna, já apelamos algumas vezes para que a Artesp, que já aprovou no seu Conselho Diretivo, no seu Conselho Consultivo - onde o Deputado José Zico Prado e eu, recentemente, tivemos a incumbência de representar o Poder Legislativo -, uma proposta de quadro funcional. Isso foi encaminhado à Casa Civil do Governo do Estado e ainda se aguarda o julgamento definitivo para que seja enviada uma proposta à Assembléia, estabelecendo o quadro definitivo funcional, de forma que, por meio de concurso, sejam efetivados os funcionários da Artesp.

Uma outra debilidade é a lei de penalidades, não sobre a concessão rodoviária, mas sobre a concessão de transporte interurbano e intermunicipal. A lei de penalidades, no meu entender, possui uma legislação frouxa do ponto de vista das multas, do ponto de vista da sua eficácia. Uma legislação, portanto, que precisa ser reavaliada.

Feitas essas considerações, quero também me manifestar a respeito dos indicados. A partir da oitiva que tivemos na Comissão de Transportes, estamos analisando o nome do engenheiro Sebastião Ricardo Carvalho Martins, atual diretor da Artesp, o nome do Dr. Marco Antônio Assalve, que também já exerce cargo na Artesp e o Sr. João Carlos Coelho Rocha, que igualmente exerce cargo na Artesp. São engenheiros competentes, reconhecidos pela sua participação na questão do transporte nos diferentes aspectos, quer seja na parte de obras, ou de operação rodoviária, ou de procedimentos e normas. São pessoas realmente qualificadas.

Por essa razão, Sr. Presidente, encerro dizendo que o voto da Bancada do PPS é pela aprovação do projeto do decreto legislativo.

 

O SR. PRESIDENTE - VALDOMIRO LOPES - PSB - Em votação. Os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. WALDIR AGNELLO - PTB - Sr. Presidente, regimentalmente solicito uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - VALDOMIRO LOPES - PSB - O pedido de V. Exa. é regimental. Esta Presidência vai proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico. Os Srs. Deputados que forem favoráveis deverão registrar o seu voto como “sim”, os que forem contrários deverão registrar o seu voto como “não”.

 

* * *

 

- É feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - VALDOMIRO LOPES - PSB - Srs. Deputados, participaram do processo de votação 15 Srs. Deputados: 14 votaram “sim”, um se absteve e este Deputado na Presidência, quórum insuficiente para a deliberação.

 

O SR. EDSON APARECIDO - PSDB - Sr. Presidente, na sessão extraordinária anterior, procurei fazer uma colocação. O Sr. Presidente, Deputado Rodrigo Garcia, deu duas intervenções à base do Governo e duas intervenções à oposição. Embora o vice-líder do Governo nesta Casa, Vaz de Lima, brilhantemente falou sobre a preocupação do Governo de procurarmos votar, depois de acordado no Colégio de Líderes. São acordos feitos de forma majoritária, ampla e unânime por todas as lideranças. A aprovação desse projeto terá enorme repercussão. Trata-se de um adicional de localidade para os policiais civis e militares do Estado de São Paulo de acordo com a população do local em que trabalham, e poderão ter esse acréscimo nos seus salários a partir deste mês. Mas de forma inconseqüente o Partido dos Trabalhadores acaba não cumprindo em plenário o que acordou no Colégio de Líderes.

A mesma coisa na última reunião do Colégio de Líderes, nesta última terça-feira, quando de forma unânime decidimos que a Assembléia Legislativa votaria esse projeto que vai beneficiar milhares de policiais civis e militares. É absolutamente incompreensível. O Partido dos Trabalhadores que não discorda do projeto em si, faz alguns questionamentos.

Neste ano o Governo Federal deveria, pela Lei Kandir, repassar para o Estado de São Paulo cinco bilhões e 300 milhões. Esse número, ao longo dos primeiros meses, já caiu para pouco menos de três bilhões e meio. E na semana passada recebemos a notícia de que o Governo Federal pretende transferir um bilhão e 200 mil reais. Seguramente não vai transferir. Se a Bancada do PT quer ser tão generosa que peça ao Governo Lula que transfira os recursos da Lei Kandir que pertencem ao Estado de São Paulo e não venha aqui falar coisas que não correspondem à verdade.

Encerrada a Sessão Ordinária fui ao Secretário Saulo de Castro para discutirmos uma estratégia.Para nós é absolutamente importante atendermos mais de cem mil trabalhadores na área de segurança, homens e mulheres que estão dia após dia nas ruas, diferente daqueles que vêm ocupar este plenário, que deveriam estar prestando esse serviço nas ruas.

O Governo, com os partidos da base aliada, como disse o Deputado Vaz de Lima, fará todo o esforço possível para que amanhã ou terça-feira possamos votar esse adicional aos policiais civis e militares do Estado de São Paulo. É absolutamente incompreensível o que faz o Partido dos Trabalhadores. Se querem ser generosos, que cumpram a legislação federal. O Governo Lula que faça alguma coisa pelo Estado de São Paulo e transfira esses recursos da Lei Kandir. Poderíamos ampliar a extensão dessa lei e fazermos muito mais coisas. Por isso vamos insistir nessa questão. O mesmo em relação a este PDL que ora apreciamos, que a Assembléia mais cedo ou mais tarde vai aprovar.

Queria responder às provocações feitas pelos Deputados da oposição e cobrá-los, porque quem descumpriu o que o Colégio de Líderes decidiu foi o PT. Espero que no mais tardar até a próxima terça-feira o PT mude seu comportamento e vote esse projeto tão importante. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

 O SR. HAMILTON PEREIRA - PT - Sr. Presidente, apenas quero lembrar ao Deputado Edson Aparecido que estamos discutindo nesta sessão o Projeto de decreto Legislativo nº 99/06, de autoria da Comissão de Transportes e Comunicações desta Casa. Foi aprovado na Comissão de Transportes e Comunicação, no Colégio de Líderes. É um projeto que interessa inclusive ao Governo pretensamente defendido nesta Casa pelo Deputado Edson Aparecido. Digo pretensamente defendido porque o nobre Deputado fala sobre Luiz Inácio Lula da Silva, que não é Governador do Estado de São Paulo.

Só para lembrá-lo que o Governador do Estado de São Paulo chama-se Cláudio Lembo e esse projeto interessa ao Governo do Estado de São Paulo, à Comissão de Transportes e Comunicação e foi amplamente acordado também por unanimidade no Colégio de Líderes. Portanto, incompreensível é a obstrução que faz neste momento a bancada pretensamente defensora dos interesses do Executivo nesta Casa. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - VALDOMIRO LOPES - PSB - Srs. Deputados, está esgotado o objeto da presente sessão. Está encerrada a sessão.

 

* * *

 

- Encerra-se a sessão às 21 horas e cinco minutos.

 

* * *