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01 DE MARÇO DE 2011

020ª SESSÃO ORDINÁRIA DO PERÍODO ADICIONAL

 

Presidentes: CÉLIA LEÃO, CARLINHOS ALMEIDA, MARIA LÚCIA AMARY e BARROS MUNHOZ

 

Secretário: CARLOS GIANNAZI

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - CÉLIA LEÃO

Assume a Presidência e abre a sessão

 

002 - CARLOS GIANNAZI

Informa visita à Escola Estadual Café Filho e as precárias condições em que se encontra. Lembra que a mesma passa por reformas e ampliações desde o ano de 2009. Questiona o superfaturamento e a demora na conclusão da obra.

 

003 - MARCOS MARTINS

Comenta notícia da mídia sobre possíveis reavaliações para os preços dos pedágios. Afirma que os valores pagos no Estado são os mais caros do país. Discorre sobre a qualidade do transporte público. Considera de baixa qualidade o material empregado nas obras do Rodoanel.

 

004 - Presidente CÉLIA LEÃO

Convoca sessão solene, a realizar-se dia 21/03, às 20 horas, por solicitação do Deputado Luis Carlos Gondim, para "Homenagear os 90 anos do jornal Folha de S. Paulo".

 

005 - OLÍMPIO GOMES

Relata sua presença no funeral do soldado Renato Apolinário. Manifesta solidariedade à família do soldado. Cita matéria publicada na "Folha de S. Paulo" que denuncia a divulgação de dados sigilosos por meio de Túlio Kahn, coordenador da Secretaria de Segurança de São Paulo.

 

006 - Presidente CÉLIA LEÃO

Registra a visita de alunos da Escola Estadual "Francisco da Silveira Franco", do município de Amparo, acompanhados dos professores Marta Pereira da Fonte, Silvia Pheifer e Rafael Domingues de Almeida, a convite do Deputado Edmir Chedid.

 

007 - VANESSA DAMO

Cumprimenta os estudantes da escola visitante. Considera importante a participação de jovens na política do país. Recorda seu ingresso na vida pública.

 

008 - OLÍMPIO GOMES

Retoma discurso sobre a publicação feita pelo jornal "Folha de S. Paulo", referente à cobrança, feita por Túlio Kahn para divulgar dados sigilosos da Coordenadoria de Análise e Planejamento. Solicita a instauração de processo administrativo, a fim de apurar o caso. Critica a ação governamental por manter dados em segredo.

 

009 - LUIZ CARLOS GONDIM

Faz convite para a solene em homenagem ao aniversário de 90 anos do jornal "Folha de S. Paulo". Lamenta o aumento do número de casos de enchentes em São Paulo. Atribui tais acontecimentos à falta de saneamento básico. Pede por investimento no setor.

 

010 - ADRIANO DIOGO

Critica o cancelamento do curso de obstetrícia na USP. Ressalta a importância da profissão à sociedade. Questiona a falta de divulgação do PABX desta Casa. Explica que o número de telefone é apresentado como não identificado ou confidencial.

 

011 - CARLOS NEDER

Solicita a divulgação dos projetos estratégicos da construção do Rodoanel. Relata estudos feitos em relação aos impactos ambientais causados pelas obras no trecho da Serra da Cantareira. Destaca os prejuízos causados aos moradores da região.

 

GRANDE EXPEDIENTE

012 - CARLOS GIANNAZI

Critica o atendimento prestado pelos Departamento de Perícia e de Recursos Humanos da SPPrev. Cita denúncias exibidas no programa "Fantástico". Clama por reformas para os departamentos em questão, alegando serem antiquados. Solicita que o Governador Geraldo Alckmin intervenha através de reformas políticas.

 

013 - CARLOS GIANNAZI

Discursa sobre o anúncio do Governo Federal referente ao corte de 50 bilhões de reais no orçamento. Destaca a supressão de 3 bilhões do orçamento destinado a Educação. Trata da Desvinculação das Receitas da União (DRU) que subtrai rendas da Educação desde 1995. Defende proposta do PSOL acerca de investimentos de 10% do PIB para este assunto.

 

014 - VANESSA DAMO

Demonstra indignação com a situação das famílias de Mauá assoladas pelas chuvas e desmoronamentos. Relata visitas em solidariedade aos munícipes. Critica posicionamento do prefeito de Mauá. Informa a distribuição de 200 kits de ajuda. Ressalta a importância do cadastramento das famílias prejudicadas, no âmbito do "Programa Novo Começo" e "Bolsa Auxílio Aluguel".

 

015 - DONISETE BRAGA

Contesta o pronunciamento da Deputada Vanessa Damo. Argumenta em favor do Prefeito de Mauá Oswaldo Dias. Responsabiliza o ex-Prefeito de Mauá, Leonel Damo, pelas dívidas da cidade. Informa que as obras do Rodoanel deverão ser retomadas no dia 15/03. Comenta a gestão do ex-Prefeito Leonel Damo.

 

016 - VANESSA DAMO

Para comunicação, combate o discurso do Deputado Donisete Braga. Defende o ex-Prefeito Leonel Damo. Explica que os débitos da prefeitura são herança de gestões anteriores. Destaca que a discussão deve se ater aos danos causados pelas chuvas. Reitera apelo por assistência aos moradores atingidos pelas inundações.

 

017 - DONISETE BRAGA

Para comunicação, manifesta-se em oposição à fala da Deputada Vanessa Damo. Sugere união de forças em defesa da população de Mauá.

 

018 - SIMÃO PEDRO

Pelo art. 82, cita regiões de São Paulo que sofrem alagamentos constantes. Afirma que o fato é decorrente da má administração da cidade. Reprova a atuação das subprefeituras.

 

019 - LUCIANO BATISTA

Pelo art. 82, dá conhecimento da última reunião, neste Período Adicional, de balanço das atividades da Comissão de Esportes e Turismo, da qual é Presidente. Elogia os Deputados e os servidores da referida comissão.

 

020 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, informa que o acordo salarial entre o Tribunal de Justiça e os servidores ainda não foi cumprido. Comenta a possibilidade de uma nova greve. Solicita a deliberação imediata do PL 714, que trata dos cargos de escrevente, bem como do PLC 49, que concede reajuste aos pesquisadores e estenotipistas da instituição.

 

021 - CARLOS GIANNAZI

Pede a suspensão dos trabalhos por cinco minutos, por acordo de lideranças.

 

022 - Presidente CÉLIA LEÃO

Defere o pedido e suspende a sessão às 16h44min.

 

023 - CARLINHOS ALMEIDA

Assume a Presidência e reabre a sessão às 17h03min.

 

024 - DONISETE BRAGA

Para comunicação, comenta última reunião, neste Período Adicional, da Comissão de Defesa do Meio Ambiente. Relata dificuldades enfrentadas pelas famílias que vivem no entorno das represas Billings e Guarapiranga. Pede a aprovação de lei que regulariza moradias com menos de 125 metros quadrados na região. Considera necessária a realização de audiência pública sobre o tema.

 

025 - DONISETE BRAGA

Requer a suspensão dos trabalhos por 30 minutos, por acordo de lideranças.

 

026 - Presidente CARLINHOS ALMEIDA

Defere o pedido e suspende a sessão às 17h07min.

 

027 - MARIA LÚCIA AMARY

Assume a Presidência e reabre a sessão às 17h47min.

 

ORDEM DO DIA

028 - Presidente MARIA LÚCIA AMARY

Coloca em votação e declara sem debate aprovados os seguintes requerimentos de urgência: do Deputado Antônio Mentor, ao PL 31/11; do Deputado Campos Machado, ao PL 417/10; do Deputado Mauro Bragato, ao PL 282/07; do Deputado Raul Marcelo ao PL 281/10; e do Deputado Estevam Galvão, ao PL 33/011.

 

029 - JOSÉ BITTENCOURT

Solicita a suspensão dos trabalhos por 40 minutos, por acordo de lideranças.

 

030 - Presidente MARIA LÚCIA AMARY

Convoca, para hoje, as seguintes comissões para reuniões conjuntas: de Constituição e Justiça, de Serviços e Obras Públicas, às 18 horas; de Constituição e Justiça, de Relações do Trabalho e de Finanças e Orçamento, às 18 horas e 05 minutos; de Constituição e Justiça, de Administração Pública e de Finanças e Orçamento, às 18 horas e 10 minutos; de Administração Pública e de Finanças e Orçamento, às 18 horas e 15 minutos; e reuniões extraordinárias: da Comissão de Finanças e Orçamento, às 18 horas e 20 minutos; de Agricultura e Pecuária, às 18 horas e 22 minutos; e de Saúde e Higiene, às 18 horas e 25 minutos. Defere o pedido e suspende a sessão às 17h52min.

 

031 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência e reabre a sessão às 18h34min. Põe em votação e declara aprovado requerimento de alteração da ordem do dia. Encerra a discussão do PL 791/04. Põe em votação e declara aprovado requerimento, do Deputado Antonio Mentor, de método de votação ao PL 791/04. Coloca em votação e declara aprovado o PL 791/04, salvo partes destacadas. Coloca em votação e declara rejeitados o inciso V do Art. 2º, o Art. 4º e o Art. 6º, mantido o veto. Encerra a discussão do PL 130/08. Põe em votação e declara aprovado requerimento, do Deputado Antonio Mentor, de método de votação ao PL 130/08. Coloca em votação e declara aprovado o PL 130/08, salvo partes destacadas. Coloca em votação e declara rejeitada a expressão "programa de", constante do Art. 1º e do Art. 3º, sendo mantido o veto.

 

032 - CARLINHOS ALMEIDA

Para comunicação, agradece a deliberação do PL 130/08, de sua autoria. Despede-se da Tribuna, uma vez que vai assumir o cargo de Deputado Federal. Recorda sua gestão como 1º Secretário deste Parlamento. Elogia o Presidente Barros Munhoz. Cumprimenta os colegas do PT.

 

033 - ANTONIO MENTOR

Para comunicação, elogia o Deputado Carlinhos Almeida. Felicita sua eleição como Deputado Federal.

 

034 - Presidente BARROS MUNHOZ

Tece considerações sobre o Deputado Carlinhos Almeida. Elogia a sua atuação como 1º Secretário da Mesa Diretora. Convoca sessão extraordinária, a realizar-se hoje, com início 10 minutos após o término da presente sessão.

 

035 - ENIO TATTO

Requer o levantamento da sessão, com assentimento das lideranças.

 

036 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 02/03, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra-os da realização de sessão extraordinária, hoje, com início às 19 horas e 10 minutos. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Célia Leão.

 

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A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Carlos Giannazi para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente em exercício, Deputada Célia Leão, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente, gostaria de dizer que estive hoje pela manhã, mais uma vez, na Escola Estadual Café Filho. A escola fica na região de Campo Limpo, na Capital, a alguns quilômetros da Assembleia Legislativa. Fiquei perplexo não só com o que pude presenciar, mas pelos relatos que ouvi dos professores, dos alunos e dos pais de alunos. É a mesma escola que tínhamos denunciado no início do ano passado, quando ela entrou em processo de reforma e iniciou o ano letivo, em fevereiro de 2010, sem carteiras. Os alunos estavam sentados literalmente no chão, juntamente com as suas respectivas professoras. Eram mais de oito salas nessa situação e fomos obrigados a denunciar o fato à imprensa. Acionamos também a Secretaria da Educação.

É então uma escola que já começou mal nesse sentido, pois é uma reforma e uma ampliação, e quero também colocar sob suspeita os valores dessa obra. As placas do Governo do Estado, da FDE, estão inclusive expostas na frente da escola. É uma reforma de mais de três milhões de reais, e uma ampliação de mais de quatro milhões de reais. Temos denúncias de superfaturamento dessa obra. O fato é que desde o final de 2009 até agora a obra não foi concluída, e a escola está entregue a sua própria sorte porque não há fiscalização.

A FDE, Fundação de Desenvolvimento de Ensino, tem a obrigação de fiscalizar e orientar a realização da reforma e da ampliação. A empreiteira que está realizando a obra não tomou as devidas providências para proteger os alunos, os professores e os funcionários. Toda a comunidade escolar está exposta a diversos riscos de saúde, de segurança. À noite, por exemplo, a empreiteira que está construindo e reformando não tomou providências no sentido de iluminar os espaços que ela vem ocupando, como os corredores. Os alunos e professores estão na mais profunda escuridão e os alunos estão caindo pelas escadas. Há fiação exposta em vários espaços e o aluno pode inclusive morrer eletrificado numa dessas fiações.

Existe então toda uma parte estrutural que põe em risco não só a segurança, mas a vida de crianças, adolescentes e profissionais da Educação. Exigimos que o Estado tome providências e pressione a empreiteira que está fazendo aquela obra sem nenhuma fiscalização. A tinta que a empreiteira utilizou já está saindo e a ampliação nova já tem goteiras. Segundo informações dos próprios servidores e da população, o material utilizado é de quinta categoria, da pior qualidade. Enfim, a escola está um verdadeiro caos e abandonado. Queremos providências em relação a isso.

Como se não bastasse toda essa situação caótica, a escola só tem dois inspetores de alunos, está sem funcionários de limpeza e de merenda escolar. Inclusive, a zeladora da escola foi embora. Nem ela aguentou ficar nessa situação. Os professores trabalham em condições precárias. O projeto pedagógico da escola está comprometido por conta dessa leviandade, irresponsabilidade, tanto do Poder Público que não o fiscaliza, como também da empreiteira.

Exigimos aqui providências imediatas, que se faça uma apuração. Primeiro, que o Tribunal de Contas fiscalize essa obra que, na nossa opinião, está superfaturada e o porquê está demorando tanto. Desde 2009 que a escola está sendo transtornada com essa reforma e ampliação.

Queremos que o Ministério Público tome providências porque esses adolescentes e professores estão expostos correndo sérios riscos de saúde e de segurança, e que a Secretaria da Educação também cumpra o seu papel. Não é possível que a Secretaria se omita dessa maneira e abandone a escola à sua própria sorte, apesar de todo trabalho da diretora que está respondendo pela escola e pelos professores. A escola lá estava em estado de calamidade pública. Por isso quero utilizar a tribuna da Assembleia Legislativa para acionar o Tribunal de Contas do Estado, o Ministério Público Estadual, a Secretaria Estadual de Educação e também a Presidência da FDE.

Sra. Presidente Célia Leão, solicito que cópias do meu pronunciamento sejam encaminhadas ao Tribunal de Contas do Estado, ao Ministério Público Estadual, ao Secretário Estadual de Educação, ao Presidente do FDE e que providências sejam tomadas imediatamente para livrar as crianças, os adolescentes e os profissionais da educação de sérios riscos de saúde e de segurança na Escola Estadual Café Filho. Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlinhos Almeida. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia e aqueles que nos acompanham pelas galerias da Casa, temos aqui uma nota do jornal a respeito dos famigerados pedágios: “Pedágios podem ter valores revistos e o índice de reajuste reavaliado”. Esperamos que isso aconteça porque a população continua sofrendo e isso acaba encarecendo o preço das mercadorias para o consumidor final e até os que não têm carro pagam pedágios.

Os pedágios mais caros do país estão aqui no Estado de São Paulo. Esperamos que o governador reveja o preço dos pedágios absurdos que acaba trazendo transtorno para a população com cidades que acabam ficando fechadas, isoladas, ilhadas e tendo que pagar o pedágio a todo custo - e isto pelo Estado todo.

Recentemente, na Região de Paulínia, para comprar pão na padaria pagando um, dois reais, tem que pagar sete reais de pedágio. Dentro da própria cidade pagando pedágio.

Gostaria que a câmera focalizasse esta manchete para que o Governador do Estado cumpra essa revisão dos pedágios porque, no finalzinho da sua campanha, ele acabou falando sobre isso.

Esperamos que os pedágios sejam revisados e parem de implantá-los em todos os cantos da cidade, como no caso da rodovia da Cidade de Jundiaí e da Cidade de Itatiba em que, antes de concluir a obra, de fazer a nova pista que era seu compromisso, também instalaram as praças de pedágio. E isso vai ocorrendo por todo Estado. Em alguns lugares, o próprio Estado faz o investimento, constrói e, depois, repassa para a iniciativa privada para ela só receber os recursos do pedágio.

Sabemos como ocorrem as manutenções. Por Exemplo, o Rodoanel trecho Oeste deve ser feito com o pavimento reforçado de concreto para aguentar 20, 30 anos. Mas, passando quatro ou cinco anos, precisa de reparos. É reparo atrás do outro. Então alguma coisa está errada nessas construções das estradas do Estado de São Paulo. O trecho Sul do Rodoanel foi inaugurado antes de ser concluído. Nas Marginais já tentaram colocar pedágios. Foram entregues obras, principalmente a do Tietê, antes de concluir. Sinalização mal feita e com isso acontece quilômetros e mais quilômetros de congestionamento no Estado de São Paulo.

O sucateamento de ferrovias. Vemos na televisão muitas propagandas. Parece que os trens novos já estão chegando e o metrô enroscado, que não deveria se chamar de metrô. Metrô quer dizer metropolitano, uma região grande do Estado. Então deveria se chamar metrô da Cidade de São Paulo porque só atende a Cidade de São Paulo.

Estamos cobrando já bastante tempo para que ele vá também para Osasco, Itapevi, ABC, para a população ter transporte de qualidade, para ir e vir, porque, além de não ter transporte coletivo adequado, tem pedágios que sacrifica a população. A população não tem para onde correr, então essa política, por 20 anos do PSDB no Estado de São Paulo, precisa mudar. A população já não aguenta mais porque nesta cidade, além das enchentes, acontecem o desmoronamento e os prejuízos de toda sorte.

Sra. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, encerro aqui o meu pronunciamento em função do tempo. Obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência, atendendo a solicitação do Deputado Luis Carlos Gondim, convoca V. Exas., nos termos do Art. 18, inciso I, letra “f”, da XIII Consolidação do Regimento Interno, para uma Sessão Solene a realizar-se no próximo dia 21 de março, de 2011, às 20 horas, com a finalidade de homenagear os 90 anos do jornal “Folha de S.Paulo”.

Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sra. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, jovens que hoje ocupam as galerias da Casa para conhecer a estrutura do Legislativo paulista, quero inicialmente manifestar a minha tristeza e o meu pesar - tenho certeza que de todo cidadão de bem do Estado de São Paulo e por que não dizer do Brasil - pelo sepultamento de mais um soldado.

Hoje estive em Santos para acompanhar o sepultamento do soldado Renato Apolinário, que ontem foi covardemente executado a tiros de fuzil 556, uma AR-15 na versão automática americana: quatro projéteis 556 alojaram-se no seu corpo provocando sua morte. Mais de 20 disparos foram desferidos contra o valoroso soldado Apolinário, que tinha 20 anos de trabalho e uma folha de serviços inestimáveis prestados a toda população. Serviu aqui em São Paulo no Choque, na Rota; serviu em Santos, na Praia Grande e estava servindo em Itanhaém. Pai de seis filhos. Ontem, após a notícia de sua morte, sua esposa começou a entrar em trabalho de parto e hoje, após o seu enterro, seria deslocada para um hospital. Possivelmente o seu sexto filhinho(a) terá como data de nascimento o dia em que seu pai foi enterrado. E fica parecendo que nada está acontecendo. O Governo do Estado insiste em mentir para a população.

É preciso que os jovens presentes saibam que políticos e governos mentem mesmo. Aqui no caso, tentam passar a impressão de que o crime no Estado de São Paulo está absolutamente sob controle, o que não é verdade. E mais. Em pouco mais de um ano, seis PMs na Baixada Santista foram executados, a grande maioria a tiros de fuzil, mas como ele morreu em horário de folga não há de se dar muita importância. Será que ele morreu no ‘bico’? Será que ele tinha alguma treta pessoal ou passional? Isso é o que diz hoje o Governo e desgraçadamente para a população e para sorte dos policiais nenhuma providencia é tomada. Agora gostaria de mudar esse foco da tragédia do nosso companheiro Apolinário para mostrar uma outra tragédia na segurança pública que vive a sociedade.

Matéria estampada hoje na "Folha de S.Paulo" mostra “Estatístico do Estado vende dados sigilosos”.

O Sr. Túlio Kahn, coordenador da CAP, Coordenadoria de Análise e Planejamento da Secretaria da Segurança Pública, desde 2003 comercializa através de uma empresa chamada Angra, de sua propriedade, dados sigilosos a que ele tem acesso como coordenador de análise policial. Qualquer um de vocês, no Estado de São Paulo, que vá a um distrito policial e pedir as informações do Infocrim, que é o mapeamento criminal da região em que você mora, a resposta vai ser ‘não’ (porque é um dado sigiloso) para não alarmar a população. Agora quem pagar para o seu Túlio Kahn - e a Deputada que preside a sessão é de Campinas, veja Deputada até mesmo o Poder Público tem de ‘pagar pau’ para o seu Túlio Kahn (pagar pau é propina) - tem as informações.

A Agemcamp, Agência Metropolitana de Campinas, através da Emplasa, Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano, que são empresas do Governo de São Paulo, tiveram de contratar a Angra para o seu Túlio Kahn mostrar as informações sigilosas. Peço que a câmera mostre a página do jornal - a Deputada Célia Leão vai se interessar logicamente porque ela é de Campinas - que traz vários mapeamentos criminais da região de Campinas que não se pode ter acesso, a não ser se pagar e contratar a empresa do seu Túlio Kahn. E ele diz que foi recomendado fazer isso até pela Secretaria Segurança Pública em 2003 porque ele ganhava só cinco mil reais e a sua qualificação profissional exigia que tivesse ganhos maiores. Ele diz que “quando chegou ao órgão, em 2003, o salário que lhe caberia seria de R$ 5.000. Daí a sugestão de que cobrasse por certos projetos e recebesse por meio de nota.”

Meu deus do céu, mais essa vergonha. Eu sinto vergonha. Sei que a Assembleia Legislativa não vai tomar grandes providências porque a maioria governista não está muito preocupada com o que o Governo faz nos desmandos que tem, mas já pensou se a mesma recomendação que foi dada ao seu Túlio Kahn fosse dada para todos os policias: já que você ganha pouco, cobra por fora?! Isso é lamentável. Isso é mais uma vergonha e o Governo de São Paulo tem de dar uma resposta à população.

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Esta Presidência quer registrar com muita alegria a presença, a convite do Deputado Edmir Chedid, de alunos da Escola Estadual Francisco da Silveira Franco. Os deputados agradecem a presença de vocês.

Também se fazem presentes as professoras. Marta Pereira da Fonte e Silvia Pheifer e o professor Rafael Domingues de Almeida. Registramos aqui, além da alegria, a importância de vocês, estudantes, conhecerem o andamento dos trabalhos desta Casa. Com certeza vocês voltarão para Amparo como testemunhas do que representa o Parlamento do Estado de São Paulo, que é a maior casa legislativa da América Latina.

Saibam da honra em tê-los aqui, porque vocês estudantes são não o futuro deste País, mas o presente deste País. Educação e conhecimento é desenvolvimento de uma sociedade.

Uma salva de palmas aos nossos alunos e professores. Sintam-se na casa de vocês, aliás, a Assembleia Legislativa de São Paulo é chamada de a casa do povo. Então vocês estão na casa de vocês. Desfrutem bastante da visita, perguntem bastante, passem em alguns gabinetes e voltem para Amparo com mais cidadania.

Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Prandi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Neder. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo.

 

A SRA. VANESSA DAMO - PMDB - SEM REVISÃO DA ORADORA - Sra. Presidente Célia Leão, que conheço desde que eu era criança e a quem admiro pelo caráter, pelo trabalho e pela transparência. É uma felicidade tê-la presidindo esta sessão. Cumprimento os jovens que estão nesta Assembleia hoje e peço que venham mais vezes.

Sou a deputada mais jovem daqui. Tenho 29 anos e entrei aqui com 25. Fui vereadora aos 22 anos na cidade de Mauá. É muito difícil ver jovens aqui, participando indiretamente ou até diretamente das atividades parlamentares. Sou a deputada mais jovem do Brasil e quero dizer a vocês o seguinte: que vocês possam participar de um projeto extremamente importante que é o Parlamento Jovem. Faço esse convite aos professores da Escola Estadual onde vocês são alunos no sentido de que mandem projetos de vocês para cá e assim possam participar do momento da posse aos deputados mirins. É analisado cada projeto na área de Educação, Saúde, Meio Ambiente. Participem. Acreditem em vocês, nos seus sonhos. Persigam o que vocês querem de coração aberto. Na verdade, quando se é jovem, muitas vezes pensam; é jovem demais, será que sabe o que está falando? Acreditem muito na força de vocês porque precisamos de jovens; jovens nos movimentos sociais, jovens na política do nosso país. Porque, se queremos algo novo, diferente, se queremos transformar a política é um instrumento para isso. Mas precisa da participação da juventude. Jovens no mercado de trabalho, nas escolas, inovando, jovens fazendo valer a sua voz.

Por isso, enquanto deputada mais jovem deste estado cumprimento-os e desejo-lhes que possam realizar seus sonhos. Não desistam diante dos obstáculos. Quando fui vereadora em Mauá, com 22 anos, muita gente dizia. Por que você quer se meter em política, Vanessa. É tão jovem. Será que você vai dar conta de representar a população na Câmara Municipal? Eu digo que quando se tem vontade, quando se tem força de trabalho, quando se acredita, quando se quer transformar é possível fazer as coisas acontecerem. Acreditem na boa política que faz parte do dia a dia de vocês. Por isso, se esta for a primeira visita de vocês a este Parlamento, façam outras. Pensem em ser candidatos a vereador, prefeito, deputado, em participar da política de forma geral. Precisamos dessa força jovem e eu acredito demais na juventude. Não somente na do Estado de São Paulo, mas na do Brasil.

Parabéns a vocês que estão antenados no que está acontecendo aqui no Parlamento que, como disse a nobre Deputada Célia Leão, é o maior da América Latina. Parabéns aos professores pela iniciativa e não desistam diante dos obstáculos. Pessoas para desmotivar aparecem muitas, mas, quando se acredita, quando se tem certeza do bom trabalho, quando a luta é justa é bom que prevaleça a vontade e o trabalho. E vocês têm competência de sobra para fazer isso. Parabéns, juventude do Estado de São Paulo e continue assim. É para mim um grande orgulho recebê-los aqui. Obrigada, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - CELIA LEÃO - PSDB – Obrigada, nobre Deputada Vanessa Damo. De fato, ela veio para cá muito jovem, mas na verdade ela já conhecia os caminhos da Casa. Ela é filha do ex-deputado Leonel Damo, portanto, desde menina participava do plenário, dos gabinetes, das sessões. Hoje é nossa colega, o que muito nos honra. Agradeço à Deputada, aos alunos e especialmente ao Deputado Edmir Chedid que teve o carinho, a atenção de convidar a Escola Estadual Francisco da Silveira Franco para estar conosco nesta tarde. Parabéns pelo trabalho de Vossa Excelência.

Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.)

Srs. Deputados, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à lista suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Neder. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlinhos Almeida. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Uebe Rezeck. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Augusto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vanderlei Siraque. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Estevam Galvão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, volto a esta tribuna para continuar explicando à população o que está contido nesta matéria da ‘Folha de S. Paulo’ de hoje, que o estatístico, o coordenador de análises criminais da Secretaria de Segurança Pública tem uma empresa em que ele comercializa as informações sigilosas que ele detém como coordenador do CAP - Coordenadoria de Análises Policiais da Secretaria de Segurança Pública.

O que me deixa de olhos arregalados é saber que as próprias empresas públicas, como a Emplasa, como a Agemcamp - Agência Metropolitana de Campinas - tem que contratar o Sr. Túlio Kahn através da sua empresa, Angra, para que ele forneça dados. Diz a matéria que o Sindicato de Transportes de Carga também o contrata. Ele diz que recebeu a recomendação da própria Secretaria em 2003 para assim proceder porque ele ganhava só 5 mil reais por mês - um salário insignificante segundo ele -, para que ele pudesse cobrar por alguns projetos e receber por meio de nota.

Essa, agora, é para fechar de vez para balanço. Já pensou se o secretário da Segurança dá o mesmo conselho aos policiais civis e militares? Deputado Adriano Diogo, já pensou? Esse senhor está dizendo para a ‘Folha de S. Paulo’ que recebeu recomendação da própria Secretaria de Segurança Pública, porque ganhava só 5 mil reais por mês, para fazer projetos com os dados sigilosos que tem e receber por meio de nota.

No decorrer da matéria ele diz que não, que essas empresas financiam projetos de auxílio à Segurança Pública. Já não é mais salário.

Espero que sejam tomadas providências de ordem administrativa e não vejo outra providência de ordem administrativa que não a demissão desse senhor do cargo e a apuração, para efeitos civis e criminais, dos responsáveis que permitiram essas práticas desde 2003.

Não leio sobre a polícia, conheço bem, vivo a polícia há 33 anos e sei o poder que tem a CAP, até porque o que ela avalia e analisa torna-se motivo de reconhecimento dos comandantes de comandantes e delegados ou de punição, pela redução ou pelo aumento de incidência criminal. Toda a polícia morre de medo da CAP. É preciso se fazer uma análise minuciosa agora se nos locais contratados pelo Sr. Túlio Kahn, teria essa empresa GR contratado para fazer uma avaliação de uma região para construir um condomínio, para saber se ele identificava o risco e depois dava a solução com a implantação de policiamento privilegiado para aquela região.

Essa história de que informações devam ter total sigilo faz parte de uma retórica dos dirigentes da Segurança Pública para esconder incompetências governamentais, porque dizer e mostrar em mapas onde está a incidência de roubos, de furtos, de furtos de automóveis, como o Sr. Túlio disponibilizou no trabalho para Agemcamp, em Campinas, que precisou pagar a ele por isso. Só que ele ganha para fazer isso, ele é nomeado num órgão da secretaria de Segurança Pública.

Então, gostaria que meu pronunciamento fosse encaminhado ao Governador de São Paulo e ao Secretario da Segurança Pública, para que tomem conhecimento do conteúdo da minha fala, porque hoje o próprio jornal “Folha de S.Paulo” está escancarando o fato. Mas a coisa pode ser muito pior.

Então, espero que haja uma resposta do governo do estado a mais essa vergonha. E tomara Deus que tenha sido uma coisa pessoal, individual e não uma coisa institucional de governo.

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - O pedido de V.Exa. é regimental e será feito o encaminhamento.

Tem a palavra o nobre Deputado Camilo Gava. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cássio Navarro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. LUIS CARLOS GONDIM - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, Srs. Deputados, público que assiste pela TV Assembleia, no dia 21 de março, passado um mês do aniversario do jornal “Folha de S.Paulo”, faremos aqui uma homenagem que faz história. Geralmente todos os jornais trazem denúncias, acompanhamentos de problemas sérios, discussões de problemas do Legislativo e do Executivo, e divulgam os problemas atuais, como o de falta de drenagem na capital de São Paulo, que é um problema seriíssimo, um desafio.

Resolvi não vou passar o carnaval em São Paulo após receber um telefonema de um amigo de Portugal que disse ser impossível andar em São Paulo por causa das enchentes. É o que mostram a televisão e os jornais denunciando a falta de saneamento básico no Estado de São Paulo. Não querem investir em saneamento básico. É um desafio ao nosso colega deputado Edson Giriboni, que está no comando da Secretaria de Saneamento Básico, com quem muito iremos colaborar. O governo terá de investir muito para desassorear rios para que evitar essas situações de calamidade. Hoje, quando vinha de Mogi das Cruzes para cá me disseram para voltar porque a Marginal Tietê estava totalmente alagada e parada.

Recebi um telefonema do Vereador Davi, de Auriflama, cancelando sua vinda a São Paulo, amanhã, quando participaria de uma reunião com um vereador da cidade de Birigui, seu sobrinho. Ele disse que não vinha porque não conseguiria chegar até aqui. É o que passa na televisão.

O jornal “Folha de S.Paulo” faz história denunciando todos os problemas e também ajudando porque as críticas são construtivas.

Então, quero dizer que estamos revoltados com as consequências das enchentes na capital de São Paulo. Nas próximas eleições o prefeito quer se candidatar a governador, o governador vai se candidatar à reeleição; há discussões e brigas entre PSDB e PT, há discussões entre grupos do PSDB que vão ficar aliados, e continuamos com problemas de enchentes.

Até quando devemos deixar de resolver os problemas sérios e pensar na política? A política serve para resolver todos os problemas, mas não pensando em candidatura posterior. É uma coisa que chama atenção de todo o mundo. Os partidos se preparam para as candidaturas, mas não resolvem um problema básico de escoamento de água numa capital que recebe tantos turistas como é o caso da capital de São Paulo.

Até quando vamos conviver com isso? É preciso investir muito em saneamento, em desassoreamento, em canalização, para que não deixemos o povo sem poder andar nessa selva de pedra, de asfalto. As pessoas perdem empregos, os ônibus não podem trafegar, os trens param, o metrô para. Sr. Governador, temos um desafio. Vamos a ele.

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, querida Deputada Célia Leão, é muito bom ter V. Exa. na Presidência, mesmo que seja temporariamente; gostaria de saudar os alunos da Escola Estadual Francisco Silveira Franco, de Amparo, mesmo os alunos já não estando mais aqui, e parabenizar o Deputado Edmir Chedid, por trazer esses jovens do interior. Nada como ter uma companhia de ônibus para trazer a garotada do interior. Parabéns, Deputado Edmir Chedid.

Há dois médicos aqui no plenário, Deputados Carlos Neder e Luis Carlos Gondim, e o nosso amigo Deputado Aguimarães de Caldas. Acreditem se quiserem: existe uma Escola de Obstetrícia, na USP, que já formou algumas turmas, há quatro turmas em andamento, e está para ser fechada. Sr. Reitor, Dr. Grandino Rodas, faça alguma coisa para que não se cometa essa injustiça contra o movimento do parto humanizado.

Dr. Grandino Rodas, o Dr. Adib Jatene, com o saudoso David Capistrano, abriu a primeira casa de parto lá em Sapopemba, assim como a casa de parto da favela Monte Azul. Não é justo, não é normal no século 21, depois da publicação da matéria da jornalista Laura Capriglione sobre a desumanização do parto, que não reconheçamos uma das profissões mais antigas da terra, que é a profissão de parteira. Não é possível que interesses corporativos, de curto prazo, imediatos, impeçam o desenvolvimento dessa profissão.

Mas, Deputados, a coisa que mais me surpreendeu, relativa à questão interna da Assembleia, é que o PABX da Assembleia Legislativa - e vou falar “in on”, porque não falo “in off” para desmoralizar qualquer instituição, não sou traiçoeiro de falar “in off” - agora não se identifica. E fui me informar por quê. Aparece número não identificado, número confidencial, isso na Casa do Povo.

Número confidencial, não identificado é número de telefone de sequestro e de presídio, de organizações que não podem se identificar. Respeitosamente dirigi-me à estrutura da Casa para perguntar o porquê dessa medida. Fui informado que isso representa uma economia de recursos significativos. Concordo, acho que temos que fazer economia. E por que eu não valorizava, por exemplo, toda a reformulação da economia de energia elétrica. Primeiro, porque sou deputado, tenho que perguntar por que o número da Assembleia Legislativa aparece como confidencial, não identificado, e valorizo todas as atitudes positivas. Só não imaginava ser enquadrado.

Sr. Presidente, meu querido Presidente Barros Munhoz, tome uma providência, mantenha a sua linha rigorosa de austeridade, de economia, mas grafe, ao invés de número não identificado, Assembleia Legislativa. Mantenha todo o sistema das operadoras de celular, mantenha a economia, e parabéns pela economia, só não peça para seus assessores me desqualificarem e me dizerem o que devo ou não devo falar como deputado. Fazia muito tempo que eu não era enquadrado por assessor. Fazia muito tempo que eu não era enquadrado por um assessor que nem funcionário da Assembleia Legislativa é. Posso ser prejudicado nas entranhas do poder, mas não vou me conformar e não vou me calar porque a Assembleia Legislativa - estou falando bem alto - aparece no seu PABX como número não identificado. Isso é código das prisões, das masmorras e dos sequestradores. Aqui é a Casa do Povo.

Viva a Assembleia Legislativa; viva a democracia; e viva quem fala “in on”. Número não identificado é falar “in off”. É apunhalar pelas costas, coisa que não tenho hábito de fazer. Também não mando recados e não recebo recados. Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Neder.

 

O SR. CARLOS NEDER - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidenta desta sessão, Deputada Célia Leão, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, o Governo do Estado de São Paulo tem primado pela falta de transparência, de democracia na discussão de projetos estratégicos. Vejam o que está acontecendo no trecho Norte do Rodoanel: sabe-se que estudos técnicos vêm sendo realizados sem que a população, que pode vir ser afetada por esse Trecho Norte, extremamente necessário, tenha sido envolvida no processo de discussão das opções técnicas existentes para viabilizar o referido trecho.

Após a pressão de inúmeras associações, movimentos, lideranças da sociedade na Cidade de São Paulo e também de municípios vizinhos realizou-se audiência no Município de São Paulo e outras, agora, começam a ser feitas em municípios vizinhos. Entretanto, como disse, as opções técnicas não são devidamente esclarecidas, tão pouco seu impacto, do ponto de vista do meio ambiente, e principalmente o impacto sobre a população que ali reside, ou no seu entorno.

Mais recentemente soubemos que a opção do Governo do Estado se encaminha para que dentre as três alternativas em análise seja adotada aquela que terá um impacto maior na população residente no entorno da Serra da Cantareira.

Há uma estudiosa da Universidade de São Paulo, Cecília Maria de Morais Machado Angileli, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, que elaborou um documento, denominado “Considerações sobre o Estudo de Impacto Ambiental do Trecho Norte Rodoanel - referente ao Meio Antrópico”, portanto com influência sobre a população humana que ali reside. E os impactos referentes ao meio antrópico são apresentados no estudo de impacto ambiental a partir de três escalas de análise: área de influência indireta, área de influência direta e área diretamente afetada.

Ela faz inicialmente uma síntese, nesse documento, dos inúmeros impactos esperados dessa obra quando do seu desenvolvimento. E esses impactos estão enumerados, elencados no estudo de impacto ambiental. E a partir daí também os documentos oficiais fazem referências a determinadas ações mitigadoras que deveriam ser utilizadas para pelo menos diminuir o impacto na população que ali reside, ou no seu entorno.

O que eu quero chamar a atenção aqui são as recomendações feitas por essa profissional, por essa funcionária pesquisadora da Universidade de São Paulo. Ela faz referência aqui a determinadas recomendações que deveriam ser adotadas pelo Poder Público em parceria com as universidades e institutos de pesquisa.

Sra. Presidente, passo a ler o referido documento.

1. Considerações sobre o Estudo de Impacto Ambiental do Trecho Norte Rodoanel referente ao Meio Antrópico

Os impactos referentes ao meio antrópico são apresentados no EIA[1] a partir de três escalas de análise: Área de Influência Indireta (ALL), na Área de Influência Direta (AID) e Área Diretamente Afetada(ADA).

Na macro escala ALL, a análise apresentada se ateve as questões estruturais de formação do tecido da metrópole. Foi dado ênfase a problemática de expansão urbana irregular e seus impactos sobre áreas de fragilidade ambiental. Apresentam-se de forma breve os riscos da expansão urbana, para a fronteira sul da Serra da Cantareira em toda sua extensão por meio de eixos de penetração de favelas e loteamentos irregulares, que colocam sobre ameaça o território protegido. Nessas análises foram considerados estudos de expansão desordenada no período de 1991 a 2000. Como potencialidades, foram apresentadas regiões com transporte coletivo adequado. Sendo apresentados exemplos de qualidade ambiental diretamente relacionada à ampliação das opções de transporte coletivo de alta capacidade como metrô, trens e corredores de ônibus, de forma a evitar a geração de viagens por automóveis e reduzir os riscos de poluição do ar. Foram apontadas necessidades de ampliação das áreas verdes e da vegetação intra-urbana de forma a reduzir o agravamento climático, buscando segundo o estudo “um modelo de urbanização planejado e sustentável".

Nesta escala foram apontadas também diretrizes de urbanização sustentável, como a criação/potencialização de centros regionais que auxiliem o equilíbrio entre atividades residenciais e não residenciais visando reduzir os deslocamentos casa-trabalho e os gastos com viagens a grandes distâncias no interior da metrópole; a otimização e aproveitamento de áreas urbanas subutilizadas, que são dotadas de boa infraestrutura e apresentam melhores condições físicas para a urbanização; ampliação do atendimento a demanda por Habitação de Interesse Social (HIS) e Habitações de Mercado Popular (HMP) de forma a substituir e reurbanizar gradualmente as favelas e moradias precárias como forma de controlar o espraiamento urbano.

Na escala intermediária da AID, as análises pautaram-se por estudos de zoneamento, potencial de adensamento e verticalização. Foi apresentado o estoque de terras junto às áreas de impacto do projeto, bem como o potencial de transformação urbana destas áreas. As ocupações irregulares foram apresentadas como áreas potenciais, inclusive para serem ocupadas por indústrias, por estarem próximas ao Rodoanel. Recebem novamente destaque os projetos de transporte coletivo para a região, como propostas que se referem ao melhoramento do sistema de terminais e corredores de ônibus. Nesta escala é apresentada de forma muito breve os tipos de ocupações no interior da AID e o perfil sócio-demográfico da AID, além de uma breve também caracterização da Rede Viária Geral ao sul da Cantareira.

Na micro escala, a ADA, são apresentadas as características de uso e ocupação do solo e suas interferências em redes de infraestrutura. Destaca-se, que a área diretamente afetada irá atingir cerca de 14,7 hectares de ocupações subnormais, o que irá demandar trabalhos sociais de apoio à realocação de população em situação de alta vulnerabilidade, aproximadamente um total de 1300 remoções irregulares.

Os principais impactos sobre o meio antrópico apresentados no EIA são:

· Interrupção temporária de tráfego

· Aumento na circulação de veículos pesados na malha viária local durante a Construção

· Impactos nos níveis de carregamento do sistema viário da RMSP

· Alterações nos volumes de tráfego dos demais trechos do Rodoanel

· Melhoria da acessibilidade entre rodovias radiais da RMSP

· Benefícios socioeconômicos devidos à redução dos tempos de viagem

· Alterações no padrão de segurança do tráfego intraurbano e redução de acidentes

· Melhoria no grau de confiabilidade dos usuários no sistema viário metropolitano

· Redução dos custos de manutenção da malha viária intraurbana da RMSP

· Favorecimento da intermodalidade no transporte de cargas

· Interferências com fluxos transversais de pedestres

· Redução das Emissões de Gases de Efeito Estufa

· Alterações urbanísticas na ALL

· Alterações urbanísticas na AID

· Alterações dos valores imobiliários

· Aumento do grau de atratividade para usos residenciais

· Aumento do grau de atratividade para atividades econômicas

· Melhoria no padrão de acessibilidade às atividades econômicas

· Geração de empregos diretos e indiretos

· Desativação de atividades econômicas localizadas na ADA

· Descentralização da oferta de emprego

· Interferências com redes de utilidades públicas

· Aumento dos níveis de ruído próximo a equipamentos institucionais sensíveis

· Relocação de equipamentos sociais

· Alterações nos valores imobiliários

· Melhoria no padrão de acesso ao Aeroporto Internacional de São Paulo

· Alteração do padrão de acesso a equipamentos públicos durante a construção

· Incômodos à população lindeira na construção

· Interrupções de tráfego local durante a construção

· Interrupções de serviços públicos durante a construção

· Desapropriação e Relocação de Moradias

· Mobilização social durante as etapas de planejamento e implantação

· Alterações, localizadas nas relações sociais entre comunidades de áreas urbanas

· Alterações na paisagem

· Aumento nas receitas fiscais durante a construção

· Impactos nas Receitas Fiscais durante a operação

· Impactos nos níveis de investimento privado

· Aumento das demandas por infraestrutura física e social durante a construção

· Interferências com o patrimônio arqueológico e cultural

Com base nestes impactos relacionados acima, são apresentadas no EIA medidas mitigadoras. Destaco as seguintes medidas:

Fase Pré-Construtiva

 

·                                      P1 - 05 Programa de Comunicação Social Prévia

Fase de Construção

·                                      P2- 08 Programa de Gerenciamento de Dcsapropriações e Indenizações

·                                      P2 - 09 Programa de Compensação Social e Reassentamento Involuntário

·                                      P2 - 12 Programa de Comunicação Social durante a Construção

Fase de Operação

·                                      P3 -03 Programa de Monitoramento Ambiental de Operação

2. Recomendações

2.1 Análises Completamentares

São necessárias análises complementares nas três escalas apresentadas no Estudo de Impacto Ambiental, sendo estas:

·                                Na All, faltam estudos mais complexos sobre a expansão urbana junto à Serra da Cantareira, os quais devem ser contemplados os impactos de instervenções públicas nas últimas décadas na região da Zona de Fronteira, bem como devem ser identificados os principais agentes indutores do crescimento desordenado. Análises que podem levar à ações mais específicas de monitoramento da Mancha Urbana (como previsto no M3. 03. 09), bem como de reposicionamento quanto a qualificação desta obra como elemento de contenção do espraiamento irregular urbano. De acordo com estudos realizados pelo LabCidade/NEP, as ocupações na última década na região de Zona de Fronteira, foram diretamente fortalecidas pela implantação de obras públicas em regiões de fragilidade ambiental, associados a políticas habitacionais municipais de caráter indenizatório mínimo, transformando estas regiões em um grande estoque de terras para o mercado imobiliário informal. São processos que já ocorrem na região e que com o grande número de remoções previstos no projeto e as formas de indenização devem ser ampliados.

·                                 Na escala intermediária AlD, faltam estudos de expansão urbana com dados de densidade demográfica que apresentariam questões mais particulares da paisagem. São apresentados dados demográficos de forma isolada, sendo poucas as análises relacionadas entre subprefeituras e municípios. A Subprefeitura de Pirituba, por exemplo, teve o maior crescimento populacional segundo Contagem Populacional 2008 IBGE principalmente no distrito de Jaraguá e não são citadas essas informações que poderiam indicar problemas na criação de mais um vetor de adensamento. Faltam projeções estatísticas do crescimento populacional nas regiões atingidas, mesmo apontando este impacto no Volume VI. Quanto aos assentamentos subnormais, estes foram apresentados como “área de potencial de adensamento, para uso industrial. Porém, por não estarem na área diretamente afetada, essas remoções indiretas não são quantificadas, deste modo, não existem programas previstos para atender esta população. É preciso dizer que as remoções indiretas decorrentes de valorização imobiliária, ampliação de sistema viário decorrentes das transformações urbanas, também não são quantificadas, o que permitiria avaliar com maior clareza os impactos na paisagem após a implantação da obra.

·                                 Na ADA, faltam estudos dos processos locais de expansão urbana, estudos essenciais para a definição do traçado. Áreas consideradas irregulares hoje, estão em processo de regularização, e altamente adensadas diferente do diagnóstico apresentado no EIA. Assim o número de famílias removidas considerando os aspectos de coabitação podem ser muito maiores do que os previstos Faltam também estudos sobre as condições de convivência pré-existentes destas comunidades, o que levariam a ações de remoção e reassentamento adequadas a cada eealidade.

Recomendo que estes estudos, como também as medidas mitigadoras desses processos sejam feitos em parceria com Poder Público, Universidade e Institutos de Pesquisa.

2.2 Recomendações acerca da minimização dos impactos

Fase Pré-Construtiva

·                        A população referente às três escalas de abrangência do projeto da ADA, AID e All, deve participar da discussão de todo o planejamento da obra, bem como da discussão dos programas de remoção e reassentamento, tendo voz assegurada e considerada.

·                        As informações acerca do projeto devem ser divulgadas áreas (ADA, AID, e All), por meios de comunicação oficiais, bem como, meios de comunicação comunitária como rádios locais, jornais comunitários. As informações devem ser disponibilizadas para a população com antecedência e em linguagem acessível.

·                        Devem ser criados Centros de Informações fixos, localizados nas comunidades diretamente afetadas. Estes devem disponiblilizar informações para a população sobre a obra e as ações de minimização dos impactos da mesma com antecedência e em linguagem acessível. Estes centros dever se manter nas comunidades também nas outras duas etapas de obra de construção e operação.

Fase de Construção

·                         Deve ser garantido o reassentamenlo da população em regiões próximas ás áreas atuais de moradia, reduzindo o impacto nas redes sociais já estabelecidas por essa população. Garantindo inclusive que o morador não seja onerado com novos custos de deslocamento para trabalho, escola e serviços de saúde. Caso não seja possível esta adequação a população deverá receber justa compensação financeira.

·                         Deve ser feito um cadastro de grupos em condição de vulnerabilidade, idosos e deficientes físicos e mentais, bem como pessoas em tratamento de saúde, para que no processo de remoção estas pessoas recebam atendimento diferenciado e possam manter a rede de assistência atual, bem como para serem beneficiadas por unidades habitacionais adaptadas para suas necessidades específicas.

·                         Para que a moradia emergencial não se torne definitiva, garantir que o Programa de Reassentamento seja feito dentro de um período adequado para que a população não tenha que usar de programas de como "Aluguel Social", para que não se mantenham em estado de provisoriedade, interferindo de forma negativa na qualidade de vida desta população.

·                         A população afetada indiretamente também deverá ser informada do projeto de seus direitos como previsto no EIA, onde se necessário, poderão exigir seu reassentamento a partir de uma análise partcular de impacto em sua residência. Principalmente comunidades que serão seccionas pela obra e que terão alguma restrição de acesso. Estas informações deverão ser disponibilizadas amplamente, através da distribuição de folders, de informativos em rádios comunitárias, meios de comunicação locais, jornais, sites entre outros meios de comunicação.

·                         Assistência médica e psicológica durante o planejamento e execução das obras, até o reassentamento para a população diretamente afetada.

·                         Garantir a avaliação justa do imóvel removido com a adoção de ferramentas de avaliação desenvolvidas pela Coalizão Internacional do Habitat (HIC). Este método reconhece a existência de bens materiais que vão além do valor da construção, por incluir o valor da terra, dos impostos já pagos, do ponto comercial, custo do processo de reassentamento, transporte. E também reconhece os bens imateriais, como questões de saúde, psicológicas e integração da comunidade.

Fase de Operação

·                         Criar Centros de Estudos Ambientais nas áreas localizadas junto as intersecções do projeio, áreas de maior impacto da obra. Estes espaços devem ser criados, não só para que os moradores discutam os problemas socioambientais locais, bem como, para contribuir com os estudos de monitoramento do processo de expansão urbana (previsto no EIA), e também porque o respectivo trecho está sendo apresentado como possível instrumento de controle desta expansão urbana.

·                         Os estudos decorrentes do convênio entre a Dersa e Emplasa, Seade e Instituto Florestal, com o intiuto de acompanhar a evolução da mancha urbana nas regiões de implantação da obra, devem ser amplamente divulgados em meios de comunicação oficiais, bem como nas comunidades afetadas.

[1] Análise feita a partir dos estudos dos volumes III Diagnóstico Ambiental da Área de Influência Indireta (ALL) - Meio Antrópico V -Caracterização da Área de Influência Direta (AID) e Área Diretamente Afetada - Meio Antrópico, VI Identificação de Impactos - Meio Antrópico, VII Avaliação de Impactos Resultantes nos Componentes do Meio Antrópico e Proposição de Medidas Preventivas, Mitigadoras ou Compensatórias e Estruturação em Programas Ambientais

Sra. Presidente, solicito que cópia deste meu pronunciamento seja encaminhada ao Governador Geraldo Alckmin, bem como ao Prefeito Gilberto Kassab.

Observamos hoje uma prática extremamente prejudicial ao meio ambiente, na medida em que a população vai sendo deslocada das suas moradias. Temos conhecimento de pessoas que já foram deslocadas duas ou três vezes, recebendo recursos do poder público, e que vão se instalando cada vez mais na periferia da cidade e da região metropolitana, e cada vez mais na Serra da Cantareira.

E, pasmem, temos conhecimento de pessoas que receberam ofertas de recursos e material de construção por parte do poder público para construírem as suas moradias, inclusive dentro da Serra da Cantareira.

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, volto a esta tribuna para fazer um apelo ao atual governador Geraldo Alckmin, que já foi Governador do Estado de São Paulo por seis anos, e uma parte de sua equipe também, que compõe hoje o seu secretariado, e muitos cargos também do segundo escalão.

O fato é que a situação é muito grave, do ponto de vista da política para os servidores públicos do Estado de São Paulo. Gostaria hoje de focar sobretudo três departamentos, três órgãos burocráticos do aparelho estatal de São Paulo. Gostaria de falar do Departamento de Perícias Médicas, do Departamento de Recursos Humanos, o famoso DRHU, da Secretaria de Educação, e também da SPPrev, a São Paulo Previdência. São três órgãos da burocracia do Estado de São Paulo que têm agredido, têm desrespeitado os direitos básicos da população dos servidores públicos do nosso Estado.

Quanto ao Departamento de Perícias Médicas, a população já teve acesso às denúncias feitas inclusive por nós e a grande imprensa. Recentemente, por exemplo, o programa Fantástico apresentou denúncias de que professoras com excesso de peso estavam sendo discriminadas e perseguidas no Departamento de Perícias Médicas. O Departamento tem publicado perícias e laudos com atraso de dois ou três anos, prejudicando milhares de servidores do Estado de São Paulo, de várias Secretarias, não só da Secretaria da Educação. Além do mais, documentos são perdidos.

Existem, lá no Departamento, e nós já denunciamos aqui - eu trouxe fotografias -, mais de 40.000 processos atrasados. Existe um processo de 1999 ainda. Os servidores estão esperando a publicação de uma perícia médica, de um processo de readaptação, de uma licença médica, de uma aposentadoria por doença, por invalidez, e os processos estão todos lá perdidos e abandonados.

Temos ainda o assédio moral, os constrangimentos, os atrasos que vêm ocorrendo nesse Departamento. Não é à toa que ele é conhecido como a “casa dos horrores”: um servidor que viaja vários quilômetros, que vem lá da região do Pontal do Paranapanema, que vem da Baixada Santista, ou mesmo da Grande São Paulo, da Capital, para fazer uma perícia, ele vem doente porque quando ele procura o Departamento é porque ele está normalmente adoecido. Ele chega lá, e sai mais doente do que quando entrou porque ele é maltratado pelos médicos, pela burocracia do Departamento.

Enfim, nós já em exaustão denunciamos esse fato, e até agora nada foi feito. Já acionamos aqui o Ministério Público Estadual. Estamos tentando instalar uma CPI, a CPI do Departamento de Perícias Médicas, mas a base do Governo aqui, os 71 deputados que compõem a base do Governo, não tem coragem de assinar o pedido de CPI para que possamos protocolar.

A base do Governo prefere assinar pedidos de CPIs folclóricas e decorativas, que não têm nada a ver com um processo sério de investigação, como por exemplo, aquela CPI que foi feita aqui, a CPI da gorjeta, que é um absurdo; isso depõe contra a instituição, contra a Assembleia Legislativa de São Paulo.

Agora criaram uma CPI de TV por assinatura, enfim, CPI mesmo para investigar o Governo, para resolver a situação da população do Estado de São Paulo, não passa aqui. Essas CPIs que nós temos aqui na Casa são CPIs “para inglês ver”, não têm nenhuma utilidade de fato para a população do Estado de São Paulo. A base do Governo obstrui, impede a instalação de CPIs sérias, como a CPI da Educação que estamos propondo, a CPI da Segurança Pública, a CPI do Judiciário. Temos CPIs estratégicas para instalar nesta Casa, porém, como o Governo não permite, ele tem ampla maioria, são 71 deputados contra 23, as CPIs acabam não sendo instaladas e aprovadas na Assembleia Legislativa.

O fato é que o Departamento de Perícias Médicas precisa passar por uma ampla investigação, por uma ampla devassa e por uma ampla reformulação nos seus quadros. Precisa contratar novos servidores. É uma estrutura arcaica que tem que ser reformulada imediatamente. Os nossos servidores estão pagando caro. O Departamento de Perícias Médicas ataca a dignidade humana dos nossos servidores.

Na outra ponta nós temos a SPPrev, a São Paulo Previdência, que substituiu uma grande parte do Ipesp, que é o Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Estado de São Paulo. Essa mudança foi feita com a aprovação da Lei 1010/07, que criou a SPPrev. A SPPrev não tem estrutura alguma. Os servidores do Estado de São Paulo, que têm direito já a uma aposentadoria, que ingressaram com o pedido, estão esperando há muitos meses, há muitos anos. Recebemos reclamações quase que diariamente no nosso gabinete e muitos Deputados recebem também. É uma estrutura que não funciona porque tem pouquíssimos funcionários e precisa ser reformulado.

Ele herdou a velha estrutura do Ipesp e acaba não fazendo nem uma coisa e nem outra. A estrutura do Ipesp, uma parte dela continua funcionando para cuidar da extinção das carteiras dos advogados e dos cartorários extrajudiciais. Entramos com uma Adin no Supremo Tribunal Federal, para reverter esse processo de extinção das duas carteiras. Votamos contra; apresentamos projeto aqui na Assembleia para que haja a reversão da extinção dessas duas carteiras, e fomos ao Supremo Tribunal Federal, com duas Adins, que ingressamos pelo PSOL, e temos uma outra da OAB federal, não do Estado de São Paulo, porque a OAB de São Paulo defendeu a aprovação dessa lei.

Voltando à questão do SPPrev, Sras. e Srs. Deputados, é muito importante que haja uma reformulação. O Estado tem de contratar novos funcionários. Milhares de servidores estão na fila de espera para adquirir de fato um direito já conquistado, pois já têm tempo de contribuição e idade para se aposentar. No entanto, os processos estão paralisados nessa estrutura arcaica e atrasada que não funciona.

Além do Departamento de Perícias Médicas e do SPPrev, temos o Departamento de Recursos Humanos da Secretaria de Educação que também vive o mesmo drama. Os professores hoje, com direito a uma evolução funcional, não têm seus processos publicados. Isso, aliás, quase não tem impacto no salário, porque o plano de carreira da rede estadual é tão ruim, que não garante sequer essa evolução funcional. Quando o professor tem evolução funcional, após anos de seu processo ficar engavetado nessa burocracia da Secretaria da Educação, recebe três, quatro reais a mais no seu salário. Esse Departamento de Recursos Humanos tem prejudicado imensamente nossos professores.

O servidor sofre com o Departamento de Perícias Médicas, é desumanizado no SPPrev, assim como no DRHU. Eu diria que toda a estrutura do Estado está carcomida, principalmente a que deveria cuidar da vida funcional e da saúde dos servidores do Estado de São Paulo.

Fica aqui o nosso apelo ao Governador Geraldo Alckmin e aos seus Secretários para que realizem uma ampla reforma no SPPrev, no Departamento de Recursos Humanos e no Departamento de Perícias Médicas, para que funcionem de fato em defesa dos interesses e direitos dos servidores do Estado de São Paulo, que estão sendo desrespeitados, maltratados, vítimas de assédio moral e até sexual, conforme denúncias no Departamento de Perícias Médicas.

Que o Governador Geraldo Alckmin tome providências imediatas para a moralização dessa burocracia.

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Srs. Deputados, tem a palavra, por cessão de tempo do nobre Deputado Raul Marcelo, o nobre Deputado Carlos Giannazi, pelo prazo regimental de dez minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, após meu apelo e a denúncia contra essa burocracia que não funciona e desumaniza os servidores do Estado de São Paulo - estou me referindo ao SPPrev, ao Departamento de Recursos Humanos e Departamento de Perícias Médicas -, quero abordar um outro assunto que nos preocupa muito.

Na data de ontem, o Governo Federal anunciou um corte de 50 bilhões de reais no Orçamento da União, prejudicando várias áreas sociais. O que mais me chamou a atenção, como professor, como diretor de escola pública, como professor universitário, foi o corte na Educação.

O Ministério da Educação perdeu três bilhões de reais com esse corte de ajuste fiscal, um dos maiores do Orçamento, para canalizar o dinheiro do Orçamento público, da riqueza produzida pela população brasileira, para os especuladores e rentistas da dívida pública. São 50 bilhões a mais para a especulação financeira.

É muito grave o que acontece no campo da Educação. A Presidente Dilma está retirando três bilhões de reais de uma área carente, com pouco financiamento. O Brasil é um dos países que menos investe em Educação pública na América Latina, apenas 3,5% do PIB. Uma insignificância diante dos desafios, da dívida histórica que o Brasil tem com a Educação. Na verdade, nunca houve, de fato, investimento em educação pública no nosso País.

A história mostra claramente que a educação brasileira sempre foi marcada pela exclusão, pela evasão e repetência. Sempre tivemos um privatismo educacional, desde os jesuítas até os dias atuais. Esse privatismo foi potencializado, sobretudo após o golpe militar de 1964, quando os militares fizeram o famoso acordo MEC-Usaid.

Usaid era uma agência americana que ofereceu todo o suporte técnico, intelectual e financeiro para que o Brasil fizesse uma reforma educacional. Foi feita uma em 1968 e outra em 1971, que prejudicaram extremamente a Educação, pois até os dias de hoje temos os efeitos perversos dessa reforma.

A partir de então, o processo de privatização da Educação foi intensificado, por meio do financiamento de escolas privadas com o dinheiro público. O Estado canalizou o dinheiro público para as escolas e universidades privadas.

Como se não bastasse isso, tivemos no Brasil, em 1995, a aprovação da Desvinculação dos Recursos da União, a famosa DRU, no Governo Fernando Henrique Cardoso, também para pagar os juros da dívida pública. Na prática, isso significou o sequestro de 20% do Orçamento da Educação e da Saúde, áreas que recebem as chamadas “verbas carimbadas”.

Foram retirados da Educação pública, de 1995 até o ano passado, 10 bilhões de reais anualmente, para a amortização dos juros da dívida pública. Como disse, esse dinheiro tinha como objetivo central enriquecer os especuladores da dívida pública.

No final do ano passado, por meio de uma emenda constitucional, conseguimos derrubar a DRU da Educação, de uma forma gradativa. Infelizmente agora, o Governo Federal faz um corte de três bilhões de reais. Isso vai prejudicar principalmente as nossas universidades federais.

O Brasil hoje vive um privatismo educacional muito sério na área do ensino superior, uma vez que a demanda é atendida, sobretudo, pelas universidades particulares, que têm altos lucros no nosso País. Educação, no Brasil, virou mercadoria. Só tem acesso a ela quem tem condições de pagar as melhores faculdades. Esse é um fato extremamente preocupante.

Vamos votar o Plano Nacional de Educação no Congresso Nacional. A proposta do PSOL é aumentar o investimento de 3,5% para 10% do PIB, para pagar a dívida da Educação, para que possamos oferecer uma Educação pública gratuita e de qualidade em todos os níveis, desde a creche até o ensino superior. Essa tem de ser a meta. A Educação tem de ser uma política do Estado brasileiro. Por isso, o Plano tem de ser votado imediatamente. A luta do PSOL e do Magistério público nacional é por um investimento de, no mínimo, 10% do PIB e não 3,5% como é hoje.

Fica aqui o nosso total repúdio ao corte de três bilhões de reais no Orçamento do Ministério da Educação para o pagamento da amortização dos juros da dívida pública. Esse corte é um retrocesso histórico. Precisamos de mais universidades públicas tanto do Governo Federal quanto dos governos estaduais para atender à demanda do ensino médio. Temos milhões de alunos prontos para entrar nas universidades, mas não podem por dois motivos: primeiro, esses alunos não podem pagar as mensalidades das universidades particulares; segundo, porque temos pouquíssimas universidades públicas no Brasil. Se nos anos 60, nos primeiros anos da ditadura militar, a demanda do ensino superior era atendida majoritariamente pelas universidades públicas, hoje isso se inverteu. Diria que 80% da demanda na área do ensino superior é atendida pelo setor privado. Isso significa que o poder público do Brasil tem canalizado, nos últimos anos, dinheiro público, dinheiro dos nossos impostos, para beneficiar o setor privado, por meio de linhas de crédito do BNDES, linhas disponibilizadas principalmente aos donos das grandes universidades privadas para ampliar suas instalações, para comprar equipamentos de laboratório e mesmo para construir novos campi. Em vez de o BNDES - que trabalha com dinheiro público, do FAT, o Fundo de Amparo ao Trabalhador - financiar a construção de universidades públicas, canaliza dinheiro para os empresários, para os privatistas da educação. O Governo Federal cometeu um retrocesso, um verdadeiro crime ao cortar três bilhões de reais do Ministério da Educação.

Fica aqui o nosso protesto, a nossa indignação e a nossa luta para que, no Plano Nacional de Educação, possamos aumentar o percentual da Educação. Hoje, o grande lema do Governo Federal é “País rico é país sem pobreza”. Mas digo que país rico é país que investe em educação pública de qualidade, da educação infantil ao ensino superior. Só assim vamos potencializar o desenvolvimento humano, social, político, cultural, econômico do nosso Brasil. Hoje, existe um abismo entre esse possível e dito desenvolvimento econômico com a situação da educação. A educação não está acompanhando esse desenvolvimento. Não é à toa que estamos com uma educação que não forma nem para o mundo do trabalho, nem para a cidadania, pois não recebe investimento. Não é à toa que existem muitas empresas importando mão de obra especializada. O Brasil não tem investido na educação pública, gratuita e de qualidade em todos os níveis, da creche ao ensino superior. Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo, por permuta de tempo com a nobre Deputada Haifa Madi.

 

A SRA. VANESSA DAMO - PMDB - SEM REVISÃO DA ORADORA - Sra. Presidente, na primeira vez que assomei à tribuna abordei o tema da juventude, da felicidade de termos jovens visitando esta Casa de Leis no dia de hoje. Neste segundo momento, venho motivada por um sentimento de indignação. Muitos noticiários mostraram cenas trágicas ocorridas na minha Cidade de Mauá, famílias que perderam tudo por causa das chuvas, famílias que perderam entes queridos levados pela chuva ou até pelos desmoronamentos que aconteceram em muitos morros da cidade. Mediante toda essa situação de caos e de desespero, como deputada estadual - mas antes disso, como ser humano, pois esse sentimento de compaixão nunca pode faltar na vida de ninguém, muito menos de uma pessoa pública - estive no local, no Jardim Zaíra, no Macuco. Depois da tragédia em que uma mulher morreu afogada dentro de sua própria cozinha, em Mauá, estive lá, juntamente com o Sr. Antônio Grande, prestando solidariedade à família e me colocando à disposição, juntamente com o Governo do Estado, com a Secretaria da Casa Militar, com o Secretário Gervásio, a quem parabenizo.

Quando lá cheguei, falei para o Secretário que Mauá estava em estado de emergência. As famílias não têm onde morar, não podem ficar nas casas, pois são áreas de risco, muitas perderam suas casas, muitas perderam entes queridos. Na verdade, falta tudo, não há alimento, não há onde morar, não há abrigo. E um total descaso do Prefeito de Mauá, o Prefeito Oswaldo Dias, do PT, que, em vez de estender a mão no momento em que a população mais precisava de sua ajuda, virou as costas, foi ao jornal dizer que não via necessidade nenhuma de visitar nenhuma área atingida pelas chuvas. Acreditem: o Prefeito de Mauá, cidade onde houve seis mortes, não foi visitar nem ao menos uma família, nem um bairro atingido. Na opinião dele, não era necessário. Depois, na hora de ajudar as famílias que se encontravam desabrigadas, muitas morando na rua, ele colocou como ajuda uma caixa de banana. Não, vocês não ouviram errado. Foi uma caixa de bananas a primeira singela ajuda da Prefeitura de Mauá àquelas famílias que se encontravam desamparadas numa tragédia total.

Mais do que rapidamente, corri ao Governo do Estado e, junto com a Casa Militar, com a Defesa Civil estadual, conseguimos 200 kits para entregar no local. Estive lá. Eram kits com alimentação e produtos de limpeza. Depois, pensando a longo prazo, fomos até o Secretário de Desenvolvimento Social do Estado, Paulo Alexandre Barbosa, a quem cumprimento também, que me disse: “Vamos colocar essas famílias no Programa Novo Começo”. Esse programa dá mil reais à família que perdeu os móveis, os eletrodomésticos, que encontra dificuldades para recomeçar sua vida. Podemos também dar 300 reais de auxílio moradia. Dois excelentes programas do Governo do Estado.

Quero cumprimentar os secretários das pastas envolvidas, inclusive a Pasta de Habitação, o Secretário Silvio Torres. São ações interligadas. Porém, Sra. Presidente, o que mais me causou estranheza foi que chegando esse requerimento à Prefeitura de Mauá, pois só é possível liberar o Programa Novo Começo e o Bolsa Aluguel se a prefeitura entregar os cadastros das mais de 500 famílias atingidas pelas chuvas, ou que perderam tudo, ou que perderam móveis, ou que não podem voltar para suas casas porque estão em áreas de risco, de alguma forma foram atingidas. Essas famílias só podem receber o benefício se a Defesa Civil Municipal, ligada à Prefeitura de Mauá, entregar o cadastro.

Essas famílias aguardam que a Prefeitura entregue esse cadastro há um mês. Não estou falando de um dia, de dois dias, de uma semana: há 30 dias, as famílias que perderam tudo - inclusive mortes aconteceram - esperam que um papel da Defesa Civil Municipal seja entregue à CDHU para que seja dado andamento ao processo.

Por que, Prefeito Oswaldo Dias? É porque eu fiz o pedido, uma deputada que é oposição ao senhor? É porque o Governo do Estado tem um Governador do PSDB, e aí o senhor não precisa de ajuda? Por que, Prefeito, até hoje, depois de 30 dias, essas famílias que nada têm - a não ser a solidariedade de outras pessoas ou de familiares que puderam abrigá-las - não contam com a mínima atenção da Defesa Civil Municipal e da sua administração?

Não poderia esperar nada muito diferente de um prefeito que vai ao Fantástico e, ao ser questionado sobre quantas famílias estão nas áreas de risco, começa a dar gargalhadas. Isso, quando cinco mortes já haviam sido computadas. Ele começa a dar risada e diz: “Você não sabe quantas pessoas estão nas áreas de risco, em Mauá? Eu também não.” Depois, questionado se iria ajudar as famílias próximas ao Córrego Corumbé, quando da 2ª chuva mais forte na cidade, disse em rede nacional que não tinha necessidade de ajudar. Questionado se iria ao local para verificar o sofrimento daqueles que o elegeram e que precisavam, sim, da mão forte e principalmente da humanidade do Prefeito, recusou-se a fazê-lo.

Agora, quero usar esta tribuna para fazer um pedido. Se o problema é questão partidária, Prefeito, esqueça que sou oposição ao senhor. Não faça por mim. Se o problema for o partido do Governador Geraldo Alckmin, o PSDB, esqueça. Faça por aqueles que precisam e que esperam do senhor um mínimo de humanidade.

Há 30 dias, a CDHU espera a lista com os nomes das famílias atingidas. Mesmo sem ser da minha competência, um mês atrás entreguei 150 cadastros. Muitos diziam: “Vanessa, você é do Poder Legislativo estadual. Como é que colocou a sua equipe nas ruas, no Jardim Zaíra, cadastrando as famílias? Quem tem que fazer isso é a Defesa Civil Municipal. Mas, diante dessa tragédia toda, diante dessa falta de humanidade... Pode ser que não seja minha competência enquanto deputada estadual, mas acho que é minha função como ser humano. Era meu papel, sim, fazer.

Há 30 dias, 150 cadastros estão na CDHU, passando pela Casa Militar, que, inclusive, decretou na Cidade de Mauá estado de emergência. Foi um pedido, fiquei acompanhando e quero agradecê-los. Porém, se o Prefeito de Mauá, se a Defesa Civil Municipal não entregarem os nomes, as famílias que hoje aguardam os 1.000 reais do Programa Novo Começo ou os 300 reais do Auxílio-Moradia estadual não os receberão. E essa será mais uma página dessa triste história.

Sou mauaense, nasci em Mauá, moro em Mauá, sou representante de Mauá e da região do Grande ABC. Gostaria que o final dessa história que está sendo escrita seja mudado e que, com as palavras que estou proferindo, pudesse atingir o coração do Prefeito de Mauá, Oswaldo Dias, e dos representantes da Defesa Civil Municipal.

Quando falo, imagino o sofrimento daquelas famílias. Para elas, seria muito tempo esperar uma semana que fosse para receber esse auxílio, o que dirá 30 dias! Imagino o Sr. Antônio Grande, que perdeu a esposa afogada na cozinha de sua casa. Sabemos a dificuldade que ele está encontrando. No momento, está alojado na casa da filha, no Jardim Zaíra. Estive lá com ele, conversando. Essa família, como tantas outras, espera esse benefício, que é um direito.

Pude intermediar como deputada estadual, o Governo do Estado pôde estender a mão, mas sem a ajuda efetiva da Prefeitura de Mauá, esses programas não sairão do papel. Não é isso que quero que aconteça com as famílias de Mauá. Peço que elas recebam o benefício; é por isso que imploro. Não estou falando por mim, mas em nome de mais de 500 famílias na Cidade de Mauá.

Prefeito Oswaldo Dias, cobre a Defesa Civil Municipal. Peça que entreguem esse cadastro com os nomes das famílias. Não posso fazer por eles; é preciso que a Prefeitura o faça. As pessoas estão esperando e há tanto sofrimento, tanta indignação, tanta tristeza, tantas mortes que eu não posso acreditar que ainda haja mais esse sentimento de descaso ou até mesmo de falta de atenção. Obrigada.

 

A SRA. PRESIDENTE - Célia Leão - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, por permuta de tempo com o nobre Deputado Vanderlei Siraque, tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

O Sr. Donisete Braga - PT - Sra. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, servidores da Assembleia Legislativa, telespectadores da TV Assembleia, boa tarde.

Deputada Vanessa Damo, quero dizer-lhe que é nossa função tratar os temas relacionados aos municípios. O governo do professor Oswaldo Dias tem se empenhado em resolver as questões relacionadas às enchentes. Conheço, inclusive, a família do Sr. Antônio Grande. Vossa Excelência sabe que seu pai deixou ao governo Oswaldo Dias 220 milhões de reais a pagar. Infelizmente, esse é um passivo muito grande e estamos pagando a conta até hoje. Essa conta, herdada do governo do Prefeito Leonel Damo, é praticamente o orçamento da Cidade de Mauá. Inclusive, ele poderia ser candidato à reeleição, mas não quis, indicou outro nome. Não sei os motivos que levaram o ex-Prefeito Leonel Damo a não disputar a reeleição, a que ele tinha direito.

Foram 217 milhões de restos a pagar; é muito dinheiro. O orçamento de Mauá é 450 milhões, ou seja, metade do orçamento ficou comprometida. E isso não é desculpa, até porque o Prefeito Oswaldo Dias já governou a cidade por dois mandatos, está no terceiro mandato, e não está com olhar eleitoral. As eleições serão somente no ano que vem. Primeiro, teremos que trabalhar muito, esperar virar o calendário para 2012. Em junho, haverá as convenções dos partidos, para depois ter início a disputa eleitoral para as eleições municipais do ano que vem.

Esse é o debate que temos que fazer aqui. Não tenho procuração do Prefeito Oswaldo Dias, mas faço questão de debater para que possamos estabelecer o contraditório e o equilíbrio das informações. O Prefeito Oswaldo Dias tem tido iniciativas junto ao Governo do Estado. Pedimos uma agenda com o Secretário Sidney Beraldo, que foi prontamente marcada. Inclusive, a Delegada Rose disse que a Deputada Vanessa Damo havia pedido agenda e perguntou se a Deputada poderia participar da reunião. Eu disse que sim. Participou da agenda o Deputado Diniz Lopes.

Estamos então estabelecendo uma ação compartilhada com o Governo do Estado de São Paulo. Temos hoje um déficit habitacional no Estado de São Paulo, inclusive na cidade de Mauá. A culpa das fortes chuvas de janeiro e de fevereiro não pode ser do Oswaldo Dias, tampouco do DEM, do PSDB, do Geraldo Alckmin, do Fernando Henrique Cardoso ou da Dilma Rousseff, mas da natureza. E a Prefeitura de Mauá está procurando dar dignidade à vida das pessoas e instalou lá um acampamento; há bolsa-aluguel que muitas famílias não foram retirar porque, recebendo esse dinheiro, elas não poderão retornar à casa de risco. E muitas famílias voltaram para as suas moradias. A prefeitura está fazendo uma campanha de sensibilização justamente na linha do que a nobre Deputada Vanessa Damo falou, da questão da humanização. Queremos e entendemos que é fundamental que neste momento não podemos estabelecer uma guerra eleitoral, mas travar as ajudas. Fazemos isso cobrando com a mesma contundência o Governador Geraldo Alckmin, que inclusive ligou para o Prefeito Oswaldo Dias prestando solidariedade. A mesma coisa foi feita para o ministro de Integração do Governo Dilma Rousseff. Teremos uma agenda importante na sexta-feira, no consórcio, quando estará presente o ministro da Saúde para discutirmos sobre os investimentos para Mauá.

Temos então de nos associar na busca de auxílios. Não podemos ficar atirando de forma descontrolada para fazer o debate eleitoral que aí não haverá como aceitar essa discussão. Isso não ajuda em nada.

Por exemplo, dizia que o Dersa havia paralisado as obras do Traçado Sul do Rodoanel. Fiz uma crítica aqui, participei inclusive de uma agenda no consórcio quando cobrei da Presidência do Dersa. Ontem, o Presidente do Dersa me ligou me dizendo “Olha, as obras serão retomadas no dia 15 de março, com a presença do governador.” Na manhã do dia 15 de março o governador vai fazer a vistoria técnica para recomeçar as obras. E me disse que conseguiu um desconto de 17 milhões nos contratos das empresas. Seria importante informar isso ao ex-Governador José Serra. O Governador Geraldo Alckmin fez um levantamento dos contratos e conseguiu convencer as empresas de que havia um superfaturamento das obras.

Temos então de entender qual é a lógica desse desconto, e se realmente havia superfaturamento. Foram 17,5 milhões com referência ao orçamento anterior. Ou seja, o valor caiu de 99,5 milhões para 82 milhões.

Passo a ler a informação que o Dersa publicou no seu site oficial:

“Dersa inicia obras de R$ 82 milhões no Complexo Jacu-Pêssego em março

Serão feitos 4,5 km de marginais na zona leste da capital e concluído o trevo de acesso à Avenida João Ramalho, em Mauá

O Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) investirá R$ 82 milhões na segunda fase das obras do Complexo Jacu-Pêssego, na divisa entre a zona leste de São Paulo e Mauá. As obras serão iniciadas no próximo dia 15 de março e devem perdurar por seis meses.

As intervenções previstas são a construção de 4,5 km de via marginal à Avenida Jacu-Pêssego nos bairros Jardim Vitória, Jardim Conquista e Jardim Paulistano; a conclusão do trevo de acesso à Avenida João Ramalho, em Mauá; e a construção de retorno na Avenida Papa João XXIII, antes do Rodoanel, também em Mauá.

Os contratos das obras foram readequados pelo Dersa com as construtoras ao longo das últimas semanas. Com o procedimento, os custos caíram de R$ 99,5 milhões para os atuais R$ 82 milhões. Ou seja, foi obtida uma economia de R$ 17,5 milhões, o equivalente a mais de 17% do anteriormente orçado.

Além disso, a revisão resultou em mais benefícios para quem irá trafegar por ali. Foi incluído na marginal da Jacu-Pêssego um trecho de 500 metros a partir do viaduto Pedro Medeiros, na altura do bairro Jardim Manoel do Vale, na capital. Com isso, será aberto acesso da marginal à Avenida Sapopemba, o que não constava do traçado original.

O Dersa também negociou a cessão, para a Polícia Militar, das edificações utilizadas na gestão do empreendimento. No local, será instalada a sede de uma companhia da PM, o que contribuirá para propiciar mais segurança para a população da região. O local cedido pela empresa permitirá à polícia acesso direto à Jacu-Pêssego e dista cerca de 700 metros do viaduto Pedro Medeiros.

Serão diretamente beneficiados com as obras os bairros Iguatemi, Carrãozinho, Jardim Vitória, Jardim Conquista, Jardim Paulistano e Jardim Manoel do Vale, na capital, além do município de Mauá. As obras da marginal da Jacu-Pêssego ficarão sob a responsabilidade das construtoras CR Almeida e Contern. Já as intervenções no trevo de Mauá serão tocadas por Andrade Gutierrez e Serveng.

Dersa - Desenvolvimento Rodoviário S.A. Assessoria de Imprensa

(11) 3702-8175 13702-8176 13702-8177

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A revisão dos contratos, portanto, foi importante. Se isso aconteceu isso com o Dersa, imagine com os outros contratos do Governo PSDB. Quantos contratos devem estar nessa mesma situação? São quase 20 milhões, é muito dinheiro, e é público.

Há necessidade de um debate ideológico, da oposição e da situação. Respeitamos as posturas, as opiniões, mas a história não pode ser esquecida. Não podemos nos esquecer do que aconteceu com muitos municípios em que, infelizmente, os prefeitos não agiram com responsabilidade fiscal. Tivemos um custo. Não tivemos eleição em 2004 e vivemos um processo muito ruim. Depois tivemos um prefeito interino durante 11 meses - e a Deputada Vanessa Damo, inclusive, fazia parte do grupo do ex-Prefeito Diniz Lopes, que é hoje deputado conosco. Tudo isso faz parte da história.

No dia da posse do Diniz Lopes estive na Câmara Municipal. Com certeza, deve ser um dos momentos em que a Deputada Vanessa Damo se arrepende muito, de ter dado posse para o ex-Prefeito Diniz Lopes. Tínhamos um processo inacabado, infelizmente. Não tenho culpa disso, nem a Deputada Vanessa Damo, a quem respeito muito a posição. Mas temos de registrar tudo. Um município com 410 mil habitantes, com um orçamento de 400 milhões, e restos a pagar de 220 milhões, é muito dinheiro. Mágica não se faz.

O IPTU terá aumento, inclusive os impostos das empresas de Mauá. Estamos pagando um preço muito alto pela irresponsabilidade administrativa do ex-Prefeito Leonel Damo. Tenho de registrar isso, lamentavelmente. Sempre tive uma postura muito tranquila, e quando ele foi prefeito mandei emendas da minha autoria para o seu governo. As minhas emendas foram por ele reconhecidas, sempre fui elogiado por isso. Não estabeleço então qualquer conotação partidária ou ideológica. Respeito muito, repito, a minha colega e Deputada Vanessa Damo.

O nosso Prefeito Oswaldo Dias é uma pessoa do bem, está governando a cidade pelo terceiro mandato porque o povo escolheu. E certamente no final da gestão ele será avaliado. No ano que vem, se ele for candidato, ou não, é o povo de Mauá que vai dizer se foi um bom prefeito ou não. E a reeleição é o melhor momento para essa avaliação.

Fui reeleito para o quarto mandato, a Deputada Vanessa Damo para o segundo mandato, o que prova que fomos aprovados pelos eleitores. No ano que vem será a mesma coisa, e, se a Deputada Vanessa Damo for candidata, vai apresentar suas propostas, vai debater com o Prefeito Oswaldo Dias, ou com quer que seja. E o povo, de forma soberana, saberá fazer a melhor escolha.

Neste momento, não podemos brincar com a vida das seis pessoas que morreram na cidade de Mauá em função das fortes chuvas. Temos um rio que foi canalizado e não pode ser limpo porque foram colocadas pedras na parte corrente do rio. A prefeitura não consegue então limpar o rio. Este rio representa uma dívida de quase 500 milhões que Oswaldo Dias, na época como vereador, apresentou uma CEI, Comissão Especial de Inquérito. Perdemos hoje três milhões por mês em função desse precatório de 500 milhões de reais. É a única prefeitura no Brasil que deve um precatório desse tamanho. Isso aconteceu nos governos que antecedeu o Governo do Oswaldo Dias, do PT.

Faço questão então de registrar e não poderia fazer esse contraponto com a nobre Deputada Vanessa Damo. Respeito muito a nobre deputada, mas entendo a sua posição.

 

A SRA. VANESSA DAMO – PMDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente nas galerias, telespectadores da TV Assembleia, companheiro de Mauá, Deputado Donisete Braga, venho novamente à tribuna para colocar algumas questões que talvez ficaram um pouco sem respostas. Mauá é realmente uma cidade muito endividada. Sabemos que não existe nenhuma outra cidade que deve mais para Caixa Econômica Federal que a Cidade de Mauá.

O fato é que essa dívida, que foi colocada aqui como se fosse do Prefeito Leonel Damo, é uma dívida que se arrasta há muitas administrações. Inclusive, antes mesmo dessa administração do Prefeito Oswaldo Dias, o PT já governou a cidade durante oito anos. Há outros prefeitos que passaram também, os quais têm, também, a sua parcela de culpa nesse sentido.

Não podemos mais ficar reclamando. Temos que atuar. Talvez o Deputado Donisete não tivesse ouvido o início da minha fala. Eu tinha colocado exatamente a questão de não ter problemas partidários, que pudéssemos esquecer essa questão e focar o que é importante, que é a população.

Quero pedir a ajuda do Deputado Donisete Braga, que é muito próximo ao Prefeito Oswaldo Dias, para conversar com ele e cobrar da Defesa Civil Municipal porque se não for entregue o cadastramento das famílias que foram autuadas pela Defesa Civil Municipal, porque estavam morando em áreas de riscos, perderam suas casas, perderam parcialmente seus móveis, essas famílias não poderão ser beneficiadas com o programa do Governo do Estado, que se chama “Novo Começo”, que são mil reais emergenciais entregues para que elas possam comprar móveis, enfim, seus pertences que se foram com as chuvas, e os 300 reais, também, da “Bolsa Aluguel Estadual”. Por que o meu apelo? Porque estou pedindo esse cadastramento. Eu mesma já fiz uma parte e o entreguei há um mês.

Deputado Donisete Braga, para pessoas que perderam tudo uma semana já é muito tempo, 30 dias é tempo demais. Então, é nesse sentido que venho pedir.

Consertando uma fala do Deputado Donisete, quero dizer que nunca fiz parte do grupo do Diniz Lopes. Fui oposição a ele na Câmara Municipal, quando estive lá, por não concordar da maneira com que atua tanto na Câmara, como, enfim, atuou como prefeito. Aí, eu me coloquei como oposição sempre de uma forma muito clara. Só queria corrigir esse detalhe também.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sra. Presidente, para comunicar muito brevemente, até porque este Parlamento é o palco de grandes debates de posições.

Deputada Vanessa Damos, reconheço seu empenho com relação a vítimas das chuvas de janeiro e fevereiros em Mauá. Neste momento temos que nos unir para buscar soluções para aliviar esse pesadelo que as famílias sofrem na Cidade de Mauá.

Tanto V. Exa., que nasceu em Mauá, como eu que não nasci em Mauá, mas moro lá há 30 anos, temos uma coletiva. Da mesma forma que V. Exa. tem hoje uma relação muito próxima com o Governo do Estado, e eu com o Governo Federal, temos de nos unir para encontrar uma saída.

Acho que esse é o nosso maior desafio. Quando temos esse desafio, não tenho dúvida de que quem vai ganhar é a população de Mauá. É nesse sentido que gostaria de fazer aqui este debate, mas o faço com todo respeito. V. Exa. entende que temos que fazer dessa forma para trazer informações para os telespectadores de Ribeirão Preto, Araraquara, Prudente, Campinas, Baixada Santista que nos assistem porque, por mais que temos aqui a nossa ação do Estado, temos que fazer a defesa dos 645 municípios que representamos. Temos o voto regional e temos de defender os municípios. Temos que defender o Município de Mauá porque moramos lá.

Sabemos das dificuldades que passam os prefeitos dos municípios do Estado de São Paulo, porque dependem muito dos recursos do Governo Federal e do Governo do Estado. Temos que travar essa luta de forma unitária para o bem do povo de Mauá e de todos os municípios do Estado de São Paulo.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - PELO ART. 82 - Sra. Presidente, Deputada Célia Leão, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, como morador aqui da Cidade de São Paulo, não posso deixar de registrar e comentar a situação de abandono que se encontra a Cidade de São Paulo.

Domingo foi um dia de caos que atingiu a zona Sul por conta das fortes chuvas. Ontem, foi outro dia de caos, embora no mês de fevereiro as chuvas diminuíram 10% em relação às ocorridas em janeiro. Embora as chuvas sejam fortes, a impressão que temos é a de que a cidade continua completamente despreparada para enfrentar uma situação como essa. Já não são os bairros das periferias, aqueles onde a população ocupou por falta de política habitacional mais ágil, às beiras de várgeas, dos rios, agora atingem também a Vila Madalena, Vila Mariana, Pinheiros, região da Faria Lima e assim por diante. Então toda cidade sofre por conta do despreparo. Por que o despreparo? Porque foram cortados recursos do orçamento para obra antienchente por parte do Estado, em 2000 a 2009, e também da prefeitura.

Quero chamar a atenção para uma situação que estamos vivendo na Cidade de São Paulo na administração, que foi o desmonte das subprefeituras. Na gestão da ex-Prefeita Marta Suplicy, com o apoio e aprovação da Câmara Municipal, houve um novo arranjo institucional na Cidade de São Paulo com a criação das subprefeituras. O subprefeito tinha o comando da região. Não estamos falando de qualquer bairro, Deputado Aguimarães, estamos falando de regiões de 400, 500, 600 mil habitantes, maiores que muitas grandes cidades do Interior do Estado.

Pego, por exemplo, a subprefeitura de São Miguel Paulista. Ele tinha que dar a conta de serviços, obras, todas as políticas públicas da prefeitura numa região de 500 mil habitantes, que é a região de São Miguel Paulista. Só no distrito de Jardim Helena, com 200 mil habitantes, onde existia a várzea do Rio Tietê, o subprefeito tinha o comando de fato. Ele tinha o comando do orçamento. Ele poderia realizar obras, fazer licitações, obras da educação, saúde e não só cuidar da limpeza, parte da zeladoria. Isso por quê? Porque numa Cidade como São Paulo, com mais de 10 milhões de habitantes, não dá para gerenciar de forma centralizada, como voltou a acontecer como era no passado.

Deputado Carlos Giannazi, V. Exa. foi vereador na Câmara de São Paulo, participou desse debate, ajudou a votar a criação das subprefeituras, o que fez o Prefeito Serra quando ele era prefeito? Foi esvaziando o poder das subprefeituras, trazendo de volta para secretarias centrais o comando.

Hoje, no Governo Kassab, as subprefeituras acabaram. O subprefeito só tem nome porque ele é um mero administrador, um zelador, cuida da limpeza das praças, e, quando muito, tem que comandar as desapropriações, os desalojamentos.

Talvez seja por isso que o Prefeito Kassab esteja implantando essa política de militarização da prefeitura, colocando ex-coronéis da Polícia como subprefeitos. Nada contra um militar aposentado que recebeu uma grande formação, uma grande capacidade intelectual, mas isso teria que ser uma exceção. Aqui em São Paulo virou regra. Somente quatro subprefeituras das 30 e poucas não têm o coronel como subprefeito. Aliás, subprefeito é apenas de nome porque não é mais subprefeitura porque isso se acabou. Então nas regiões encontramos as administrações completamente desaparelhadas. O orçamento, as decisões sobre obras ficam todos centralizados nas secretarias.

De fato fica difícil governar uma metrópole com mais de quatro milhões de habitantes, que tem fronteira com outras tantas, quase 30 outros municípios da região metropolitana. Este é o grande problema do abandono da cidade, sem contar que o Prefeito Kassab, dois anos antes de completar seu segundo mandato, abandona a administração para jogar toda energia no seu futuro político, na construção de um novo partido, nas negociações e articulações para ir para o PMDB ou PSB e a cidade sofre com as chuvas, com a precariedade na coleta de lixo, com praças completamente abandonadas na periferia.

Visitei o conjunto habitacional Padre José de Anchieta, Itaquera-Cohab I, em Artur Alvim. A Praça Dilva Gomes com mato de um metro de altura, único espaço de lazer daquela comunidade de 70 mil habitantes completamente abandonada. Mas este é o retrato de como está a cidade hoje. O prefeito precisa tomar uma atitude para que a nossa população, que paga impostos, não sofra tanto. Não estou nem falando da população dos bairros periféricos. Estou falando da população desta cidade como um todo que infelizmente hoje sofre com o abandono e a falta de preparo da prefeitura e sua administração.

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, está esgotado o tempo do Grande Expediente.

 

O SR. LUCIANO BATISTA - PSB - PELO ART. 82 - Sra. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, público presente, encerramos há pouco a última reunião da Comissão de Esportes e Turismo desta legislatura, que tive a honra de presidir por três anos. De 2009 e 2010, fui o vice-Presidente, presidindo a Comissão o Deputado meu amigo Vicente Cândido que hoje está na Câmara dos Deputados prestando serviços agora a toda a nação brasileira.

Quero destacar a atuação significativa da Comissão de Esportes e Turismo. Tivemos 28 reuniões, onde foram apreciados 377 projetos de interesse de São Paulo relacionados à área. Projetos foram discutidos e emendados pelos deputados membros da comissão, que serviram para contribuir com o esporte e o turismo de São Paulo. É uma das poucas comissões não desta Casa de Leis, mas do Brasil, que deixa para a próxima legislatura a pauta completamente zerada. Não ficou na Comissão de Esportes e Turismo nenhum projeto aguardando por um parecer da comissão.

Este é um registro que faço questão de assinalar porque foi fruto de um trabalho forte realizado pelos colegas que compõem a comissão e pelos funcionários que prestaram serviço ao longo dos quatro anos. A união, o sincronismo dos deputados e funcionários resultou nesse número expressivo de projetos avaliados pela comissão, que favoreceram o esporte e o turismo de São Paulo com as leis aprovadas, leis que foram tratadas de forma rigorosa e com muita atenção tanto para as três regiões metropolitanas do Estado de São Paulo, como para as pequenas cidades do interior deste Estado que tem a dimensão de um país. Isto é fruto de um trabalho sério desenvolvido nos últimos quatro anos da comissão e do qual me orgulho, tendo contribuído para o nosso Estado que é exemplo tanto no turismo, pois a maior rede hoteleira do País está aqui em São Paulo, como no esporte.

Os maiores clubes do Brasil estão aqui em São Paulo e os clubes que mais fornecem jogadores para o exterior também estão aqui. São Paulo é o Estado que mais dá atletas para os jogos pré-olímpicos e Olimpíadas e que mais medalhas traz. Oitenta por cento das medalhas conquistadas pelo Brasil são oriundas do Estado de São Paulo.

A comissão realizou cursos para árbitros, para técnicos de futebol, o seminário da copa do mundo, discutiu horário de jogos, discutiu a proibição dos mastros das bandeiras, enfim, a comissão deu um exemplo de como se trabalha sério e quem ganhou com isso foi o povo de São Paulo, que teve na Comissão de Esportes e Turismo desta legislatura toda pauta zerada. Nenhum projeto desta legislatura nem das legislaturas passadas deixou de ser apreciado. Portanto, parabenizo os deputados que se empenharam e muito para que esta comissão fosse um sucesso.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sra. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Assembleia, público presente, gostaria de dizer que o acordo firmado entre os servidores do Poder Judiciário e a cúpula do Tribunal de Justiça em relação à concessão do reajuste salarial, na verdade, da reposição das perdas inflacionárias nos últimos anos, acordo feito durante o processo de greve que ocorreu no final do ano passado, esse acordo ainda não foi cumprido pelo Tribunal de Justiça. Há compromisso por escrito de reposição das perdas salariais de 20.16%.

A greve do ano passado foi apenas suspensa, ela não foi encerrada, tanto é que os servidores do Judiciário continuam em estado de greve esperando que o acordo seja cumprido, esperando que o Governo do Estado no mínimo faça um aporte orçamentário para que esse reajuste seja concedido aos servidores que estão com seus salários há muito tempo defasados e arrochados. Este é um ponto importante que vamos continuar discutindo na Assembleia Legislativa e pressionando tanto o governo estadual quanto o Tribunal de Justiça para cumprirem esse acordo, porque o próprio Governador Geraldo Alckmin, antes de tomar posse, conversou com o presidente do Tribunal de Justiça, Antonio Viana, já falecido, e assumiu compromisso público de fazer os aportes orçamentários para cumprimento desse acordo.

Espero que o Governador Geraldo Alckmin cumpra a palavra externada até pela grande imprensa e pelo próprio ex-presidente do Tribunal de Justiça, que veio aqui no final do ano, no Colégio de Líderes, e disse que já tinha negociado com o governador Alckmin, que desmobilizou todas as nossas emendas apresentadas ao Orçamento para garantir aporte maior do Orçamento do Judiciário.

Como se não bastasse tudo isso, há ainda o Projeto de lei 714 que cria os cargos de escrevente do Poder Judiciário. Há várias comarcas no nosso estado sem funcionários e é por isso que a nossa justiça é morosa, é lenta. Há muitos fóruns, principalmente no interior, com trabalhadores da Prefeitura trabalhando de forma irregular. Isso é um absurdo, significa uma afronta à legislação, porque o Tribunal de Justiça não criou os cargos de escrevente.

A Assembleia tem de aprovar o Projeto 714 que cria esses cargos, para que eles sejam ocupados por servidores de carreira do Judiciário e não servidores de Prefeituras do interior de São Paulo emprestados pelos prefeitos para que os fóruns funcionem. Temos de preservar e potencializar a carreira dentro do Judiciário e essa é uma questão que levanto aqui, que a Assembleia vote com muita rapidez, ainda antes do Carnaval, o projeto para resolver de uma vez por todas essa situação.

Apelo, também, à Assembleia, que vote o Projeto de lei Complementar 49, que faz uma correção na lei que já aprovamos aqui, a Lei 1.111, com relação à gratificação, ao reajuste de 4,77% que não foi concedido a dois segmentos dos servidores do Judiciário: os pesquisadores e os estenotipistas, que ficaram marginalizados, talvez até por um erro do Judiciário ou da própria Assembleia Legislativa. A Assembleia tem de fazer essa correção e aprovar o projeto que já está aqui para ser votado. Queremos urgência ao Projeto 714 que cria cargos de escrevente e ao Projeto de lei Complementar 49. Queremos, também, que o Tribunal de Justiça faça a chamada dos aprovados em concurso público para oficial de justiça, concurso que foi realizado há um ano. Esses servidores não estão sendo chamados, com isso prejudica-se a população de São Paulo e os servidores na ativa que acumulam trabalho. Fica nosso apelo ao presidente eleito no sentido de que chame imediatamente os concursados.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sra. Presidente, solicito a suspensão dos trabalhos por cinco minutos.

 

A SRA PRESIDENTE - CELIA LEÃO - PSDB - É regimental. Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência suspende os trabalhos por cinco minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 16 horas e 44 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 03 minutos, sob a Presidência do Sr. Carlinhos Almeida.

 

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O SR. DONISETE BRAGA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, hoje realizamos a última reunião da Comissão de Defesa do Meio Ambiente, comissão essa presidida pelo colega Deputado Chico Sardelli. Nessa reunião apresentei a sugestão de realizarmos reuniões após o dia 15 de março, quando se inicia a nossa nova Legislatura.

Vossa Excelência teve uma grande participação na aprovação da Lei Específica da Guarapiranga e também da Lei Específica da Represa Billings. E uma questão que hoje é muito cobrada pelos moradores do entorno dessas duas importantes represas é o processo de regularização fundiária. São quase dois milhões e 500 mil pessoas que moram no entorno dessas duas importantes represas.

Aprovamos uma lei extremamente importante nesta Casa, com a participação dos 94 deputados, com muitas emendas, que inclusive reconhecem moradias, lotes inferiores a 125 metros quadrados, para que esses moradores tenham direito ao registro, escritura de suas moradias. Aprovamos princípios que garantem acima de tudo a recuperação, tanto da Represa Billings, como da Guarapiranga, não permitindo mais o depósito de esgoto in natura nas represas. Criamos instrumentos rigorosos para não se permitir mais ocupação desordenada nesses mananciais.

Gostaria que, depois do dia 15, fizéssemos uma grande audiência pública, envolvendo a Prefeitura de São Paulo, as Prefeituras de Santo André, São Bernardo, Ribeirão Pires, Diadema e Rio Grande da Serra, com os movimentos de moradia, ambientalistas, com os cartórios de registro para podermos apontar os caminhos para esses moradores. Não quero acreditar que aprovamos mais uma lei importante que não será devidamente cumprida.

Essa comunicação foi reiterada pelos Deputados Rodolfo Costa e Silva, Roberto Massafera, Enio Tatto. Com certeza as prefeituras terão que unir esforços para regularizarmos a vida de milhares e milhares de pessoas. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos por 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLINHOS ALMEIDA - PT - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Donisete Braga e suspende a sessão por 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 17 horas e 07 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 47 minutos, sob a Presidência da Sra. Maria Lúcia Amary.

 

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A SRA. PRESIDENTE - Maria Lúcia Amary - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vamos passar à Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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A SRA. PRESIDENTE - Maria Lúcia Amary - PSDB - Há sobre a mesa os seguintes requerimentos:

- Requerimento de Urgência para o Projeto de lei nº 31, de 2011, do Sr. Governador, assinado pelo Deputado Antonio Mentor, com número regimental de assinaturas.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

- Requerimento de Urgência para o Projeto de lei nº 417, de 2010, de autoria do nobre Deputado Conte Lopes. Assina o Deputado Campos Machado, Líder do PTB.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

- Requerimento de Urgência para o Projeto de lei nº 282, de 2007, de autoria do nobre Deputado Mauro Bragato.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

- Requerimento de Urgência para o Projeto de lei nº 281, de 2010, de autoria do nobre Deputado Raul Marcelo, Líder do PSOL.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

- Requerimento de Urgência para o Projeto de lei nº 33, de autoria do nobre Deputado Estevam Galvão, Líder do DEM.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. José Bittencourt - PDT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos por 40 minutos.

 

A SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Antes de suspender os trabalhos, esta Presidência faz as seguintes convocações:

- Reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça e de Serviços e Obras Públicas, a realizar-se hoje às 18 horas, com a finalidade de ser apreciado o PL nº 31/2011, do Executivo.

- Reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça, de Relações do Trabalho e de Finanças e Orçamento, a realizar-se hoje às 18 horas e cinco minutos, com a finalidade de ser apreciado o PL nº 30/2011.

- Reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça, de Administração Pública e de Finanças e Orçamento, a realizar-se hoje às 18 horas e 10 minutos, com a finalidade de ser apreciado o PL nº 03/2011.

- Reunião conjunta das Comissões de Administração Pública e de Finanças e Orçamento, a realizar-se hoje às 18 horas e 15 minutos, com a finalidade de ser apreciado o PL nº 48/2010, do Executivo.

- Reunião extraordinária da Comissão de Finanças e Orçamento a realizar-se hoje às 18 horas e 20 minutos, com a finalidade de ser apreciado o PL nº 282/2007, do Deputado Rodolfo Costa e Silva.

- Reunião extraordinária da Comissão de Agricultura e Pecuária a realizar-se hoje às 18 horas e 22 minutos, com a finalidade de ser apreciado o PL nº 281/2010.

- Reunião extraordinária da Comissão de Saúde e Higiene a realizar-se hoje às 18 horas e 25 minutos, com a finalidade de ser apreciado o PL nº 417/2010, do Deputado Conte Lopes.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado José Bittencourt e suspende a sessão por 40 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 17 horas e 52 minutos, a sessão é reaberta às 18 horas e 34 minutos sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Vamos passar à Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Proposições em Regime de Urgência

Há sobre a mesa requerimento nos seguintes termos: “Requeiro, nos termos regimentais, que a disposição das proposituras da presente Ordem do Dia seja alterada na seguinte conformidade:

1.           que o Item 245, PL 791/04, passe a figurar como Item 1;

2.           que o Item 440, PL 130/08, passe a figurar como Item 2,

3.           renumerem-se os demais itens.”

Em votação o requerimento. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Item 1- Veto - Discussão e votação - Projeto de lei nº 791, de 2004, (Autógrafo nº 28309), vetado totalmente, de autoria da deputada Beth Sahão. Cria a "Política de Prevenção e Combate ao Câncer de Mama". Pareceres nºs 1134 e1135, de 2009, respectivamente, de relatores especiais pelas Comissões de Justiça e de Saúde, favoráveis ao projeto. (Artigo 28, § 6º da Constituição do Estado).

Em discussão. Não havendo oradores inscritos está encerrada a discussão. Em votação.

Há sobre a mesa o seguinte requerimento de método de votação: “Requeiro, nos termos regimentais, que a votação do PLL 791/04, vetado totalmente se processe na seguinte conformidade:

1. Projeto de lei 791/04 salvo partes destacadas,

2. Destacadamente o Inciso V do Art. 2º, Art. 4º e o Art. 6°.

Assina o nobre Deputado Antonio Mentor.”

Em votação o requerimento. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Em votação o item 1 do roteiro de votação - Projeto de lei 791/04 salvo partes destacadas. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis ao projeto e contrários ao veto queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado o projeto, rejeitado o veto.

Em votação o item 2 do roteiro de votação - Destacadamente o Inciso V do Art. 2º, Art. 4º e o Art. 6°. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem contrários ao projeto e favoráveis ao veto queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Rejeitado o projeto, mantido o veto.

Item 2 - Veto - Discussão e votação - Projeto de lei nº 130, de 2008, (Autógrafo nº 28305), vetado totalmente, de autoria do deputado Carlinhos Almeida. Inclui no Programa de Monitoramento das Praias desenvolvido pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental - Cetesb a análise periódica da qualidade da areia das praias do litoral, dos rios e represas do Estado. (Artigo 28, § 6º da Constituição do Estado).

Em discussão. Não havendo oradores inscritos está encerrada a discussão. Em votação.

Há sobre a mesa o seguinte requerimento assinado pelo nobre Deputado Antonio Mentor: “Requeiro, nos termos regimentais, que a votação do PL 130/08, vetado totalmente, se processe na seguinte conformidade:

1. Projeto de lei 130/08 salvo partes destacadas,

2. Destacadamente a expressão ‘programa de’ constante da ementa e do Art. 1º e o Art. 3º.”

Em votação o requerimento. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Em votação o item 1º do roteiro de votação - Projeto de lei 130/08 salvo partes destacadas. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis ao projeto e contrários ao veto queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado o projeto, rejeitado o veto.

Em votação o item 2º do roteiro de votação - Destacadamente a expressão ‘programa de’ constante da ementa do Art. 1º e o Art. 3º. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem contrários ao projeto e favoráveis ao veto queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Rejeitado o projeto, mantido o veto.

 

O SR. CARLINHOS ALMEIDA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, e Srs. Deputados. Agradeço os colegas deputados pela votação que acabamos de fazer do PL 130, de 2008. Esta votação derruba parcialmente um veto do governador a uma matéria de minha autoria que esta Casa aprovou e que reputo da maior importância, qual seja, o estabelecimento de avaliação pela Cetesb da qualidade da areia das nossas praias, represas e outras áreas usadas pela população como balneário. Sabemos que hoje a Cetesb faz um trabalho de avaliação da qualidade da água, bastante conhecido através das bandeiras que sinalizam aquelas que estão adequadas ou que estão com nível alto de poluição. O objetivo do projeto é que também, a partir de agora, possa ser feita a avaliação da areia. Sabemos que muitas vezes uma criança vai à praia sem ter a informação, vai brincar na areia e acaba se contaminando com doença de pele.

Agradeço a todos os deputados, ao líder da minha bancada, Antonio Mentor, ao líder do governo, Samuel Moreira, que conversou comigo sobre o roteiro de votação, e agradecer de forma especial a V.Exa., pelo apoio não só a esse projeto mas pela convivência saudável nesses dois anos em que fiz parte da Mesa Diretora desta Casa juntamente com o companheiro Aldo Demarchi. Foi uma experiência bastante gratificante defender este Legislativo, trabalhar pela sua modernização e para que aqui se faça representar a vontade da população da forma mais adequada possível, garantindo portanto adequadas estruturas físicas, modernização e uma série de coisas que são necessárias não só para os deputados trabalharem, mas para que a população possa vir aqui reivindicar, defender seus interesses, seus pleitos.

Esses dois anos na 1ª Secretaria, na companhia de V.Exa., na Mesa Diretora, foram gratificantes. V.Exa. fez um excelente trabalho. Pude conhecê-lo mais de perto e perceber que com a mesma garra que defendeu o governo, aqui, V.Exa. defende esta Casa, a prerrogativa dos deputados, a dignidade e os mandatos dos deputados. Levo desta Casa, portanto, a partir de amanhã, porque assumirei mandato de deputado federal, muita experiência, muitos momentos difíceis, momentos de disputa acalorada, mas também muitos momentos gratificantes como esse em que contribuo para o Estado de São Paulo com uma nova lei. Sobretudo, levo daqui muitos amigos, muitos companheiros que me ajudaram nesse período entre os deputados.

Não posso, evidentemente, deixar de agradecer de maneira especial e carinhosa à bancada do Partido dos Trabalhadores. Está aqui o Deputado Mentor, nosso líder; Rui Falcão, que já foi meu líder, assim como José Zico Prado e Enio Tatto, meu amigo Marcos Martins, o Deputado Aguimarães. Agradeço de forma especial a esses companheiros e devo dizer que aqui aprendi bastante. Vou procurar aplicar, na Câmara dos Deputados, todo esse conhecimento, essa experiência na defesa do governo da Presidente Dilma. Pretendo, modestamente, colaborar para que ela dê continuidade ao trabalho do Presidente Lula. Defenderei lá os interesses do povo de São Paulo, Estado que tanto contribui para o nosso país, e, evidentemente, os da minha querida região do Vale do Paraíba, do Litoral norte e Serra da Mantiqueira.

Agradeço, mais uma vez, a V.Exa., pelo apoio, e a todos os companheiros. Não poderia deixar de agradecer aos funcionários desta Casa com quem convivi mais nesse período na 1ª Secretaria nesses 12 anos enquanto deputado. Funcionários efetivos da Casa, funcionários das lideranças de todos os partidos e, obviamente, da nossa querida liderança do PT que tanto nos ajudaram nesse período. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. ANTONIO MENTOR - PT – PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, este é um momento em que se misturam algumas emoções que precisamos registrar. A primeira delas a alegria de ver o êxito desse nosso companheiro exemplar de todas as horas que assume amanhã uma cadeira na Câmara Federal, deputado federal eleito com votação muito significativa. Ao mesmo tempo um misto de tristeza porque sabemos quanta falta fará Carlinhos Almeida nesta Casa. Como líder da bancada do PT no meu primeiro mandato, como 1º secretário da Casa nos dois últimos anos, mas principalmente como companheiro de todas as horas. Nos momentos de maior dificuldade sabíamos que podíamos ter na figura do Deputado Carlinhos Almeida um ombro amigo a nos apoiar, que nos ouvia, nos orientava e que nos dava o estímulo necessário para continuarmos a nossa luta.

A bancada do PT seguramente sentirá sua falta, em que pese chegarem 12 novos companheiros deputados estaduais para a próxima legislatura. Certamente a ausência de Carlinhos Almeida será sentida por todos nós.

Aproveito para desejar a Carlinhos Almeida muito sucesso, muito êxito em sua nova atividade parlamentar em Brasília, e a certeza de que a sua presença na Câmara Federal contribuirá de maneira decisiva para o sucesso do governo da presidente Dilma, do PT, de nossos aliados de maneira a que nosso país, nossa nação continue a seguir o rumo traçado pelo Presidente Lula com a grande revolução, silenciosa revolução que está em curso em nosso país. Carlinhos Almeida, meu abraço, meu desejo de muita felicidade e muito êxito para você.

 

O SR PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência não poderia deixar de se manifestar desejando muita felicidade ao nobre Deputado Carlinhos Almeida que deixa o Parlamento de São Paulo e tenho a mais absoluta certeza de que irá engrandecer e enobrecer o Congresso Nacional. Particularmente, não posso deixar de externar meu agradecimento pela colaboração extraordinária que o Carlinhos Almeida como 1º secretário nesta Casa emprestou a nossa gestão. Agradeço em meu nome e em nome do povo de São Paulo. Quero dizer da minha imensa felicidade por ter participado de um convívio democrático em que colocamos acima de nossas divergências e diferenças o interesse da Assembleia Legislativa de São Paulo, os interesses do Parlamento e interesses, sobretudo, do povo de São Paulo. Foi para mim uma oportunidade ímpar desfrutar dessa felicidade de trabalharmos juntos, irmanados.

Despeço-me de V.Exa. de maneira fraternal. Aqui V.Exa. conquistou mais do que admiradores, conquistou verdadeiros amigos e verdadeiros irmãos. Deus o abençoe e que V.Exa. continue exatamente como é, esse líder combativo, esse político altaneiro que batalha, que luta, que acredita e que sabe, no exercício da política, dignificar essa atividade sacrossanta que é a nobre arte de fazer política. Que Deus o abençoe e obrigado em nome do Parlamento de São Paulo pelo seu profícuo trabalho que ficará indelevelmente marcado nos anais desta Casa.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do artigo 100, inciso I da XIII Consolidação do Regimento Interno, convoco V.Exas. para uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas e 10 minutos, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

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- NR - A Ordem do Dia para a 04ª Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 02/03/11.

 

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O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Havendo acordo entre as lideranças, esta Presidência vai levantar a presente sessão. Antes, porém, convoca V.Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com o remanescente da Ordem do Dia de hoje, lembrando-os ainda da sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas e 10 minutos.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 18 horas e 51 minutos.

 

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