15 DE MAIO DE 2009

020ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AOs “50 ANOS DE FUNDAÇÃO DO SINDICATO DOS METALÚRGICOS DO ABC”

 

Presidente: ANA DO CARMO

 

 

RESUMO

001 - ANA DO CARMO

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes e comunica que esta sessão solene fora convocada pela Presidência efetiva, por solicitação da Deputada Ana do Carmo, ora na direção dos trabalhos, com a finalidade de comemorar os "50 anos de Fundação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC". Convida o público presente a ouvir, de pé, o Hino Nacional Brasileiro.

 

002 - JOSÉ GENOINO

Deputado Federal, diz que se associa ao resgate de uma história vitoriosa desses 50 anos de fundação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Lembra que um presidente deste Sindicato está fazendo o melhor governo do Brasil. Manifesta a honra de encontrar o Sindicato em sua militância de esquerda, em 1970, e afirma que os metalúrgicos têm um orgulho de ser sujeito coletivo de um processo vitorioso, referência do movimento sindical brasileiro e da luta popular no Brasil.

 

003 - VANDERLEI SIRAQUE

Deputado Estadual, cumprimenta todos os metalúrgicos presentes hoje, nesta Casa do Povo de São Paulo. Diz que os 50 anos de fundação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC foram 50 anos de luta pela democracia no Brasil e pela cidadania. Afirma que se trata de um sindicato cidadão, que se preocupa com o desenvolvimento econômico, social e político do ABC.

 

004 - Presidente ANA DO CARMO

Anuncia a apresentação de vídeo institucional sobre a história do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e sua interação com as instituições públicas e privadas.

 

005 - JOSÉ LOPEZ FEIJÓ

Ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e membro da Executiva da CUT nacional, agradece à Deputada Ana do Carmo pela iniciativa de homenagear essa categoria de trabalhadores sempre dispostos a lutar por seus direitos. Diz que a luta dos metalúrgicos conseguiu colocar nas ruas a expressão de um movimento de massas, de que o Brasil precisava para evoluir para um sistema democrático. Lembra que a fundação do PT foi capaz de eleger, pela primeira vez na história, um Presidente da República operário.

 

006 - RUI FALCÃO

Deputado Estadual, manifesta a sua alegria de estar participando desta solenidade e informa que, durante algum tempo, fez um projeto de comunicação para o Sindicato. Lembra que temos um metalúrgico na Presidência da República, fruto da lutas desse período, mas alerta que o povo brasileiro precisa dar continuidade a esse processo de transformação.

 

007 - SÉRGIO NOBRE

Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, considera que o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, com seus 50 anos de fundação, é ainda bastante jovem, mas tem uma história muito rica, cheia de vitórias e de grande mobilização. Diz que o Sindicato se diferencia dos demais, porque criou um laço de solidariedade, que adquiriu em suas lutas.

 

008 - Presidente ANA DO CARMO

Manifesta a sua alegria de poder estar promovendo esta sessão solene e diz que teve a oportunidade de participar das lutas dos trabalhadores metalúrgicos em São Bernardo do Campo e que foi uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores. Lembra que o sindicato era presente na vida dos trabalhadores e que a luta dos metalúrgicos foi essencial para a existência do PT. Informa que, em cada canto do Brasil, as famílias têm energia em casa, com o programa "Luz para Todos" do Governo Federal, que tem feito a diferença para a classe trabalhadora. Presta homenagem, com entrega de placa comemorativa, ao Sr. Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Agradece a todos que colaboraram para o êxito desta solenidade. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Ana do Carmo.

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE – ANA DO CARMO - PT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

* * *

 

- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

* * *

 

A SrA. Presidente - ANA DO CARMO - PT - Na composição da Mesa, temos o nobre Deputado Vanderlei Siraque; o Sr. José Lopez Feijó, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, membro da CUT nacional; o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Sérgio Nobre; o Deputado Federal José Genoino.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, minhas senhoras, meus senhores, esta Sessão Solene foi convocada pelo Presidente desta Casa, Deputado Barros Munhoz, atendendo solicitação desta Deputada, com a finalidade de comemorar os 50 anos da fundação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Convido todos os presentes para, de pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do Maestro Sargento Maurício Moreira da Silva.

 

* * *

 

- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

A SrA. Presidente - ANA DO CARMO - PT - Esta Presidência agradece a Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Tem a palavra o nobre Deputado José Genoino.

 

O SR. JOSÉ GENOINO - Companheira Ana do Carmo, Presidente desta Sessão Solene; companheiro Vanderlei Siraque; tomei a decisão de participar desta sessão solene. Não pude participar da sessão da Câmara dos Deputados, promovida e convocada pelo nosso companheiro Vicentinho, porque estava aqui em São Paulo. E também não pude participar, na terça-feira à noite, no Sindicato, porque estava votando projetos de interesse do nosso Governo, o Governo Lula.

Portanto, em primeiro lugar, estou me associando a vocês, nesta semana de festa, de lembrança, de manifestações, de resgate de uma história vitoriosa desses 50 anos. Quero dizer ao Miguel Feijó, ao Tarcísio, aos companheiros que presidiram o Sindicato, e que não estão aqui, Vicentinho, Jair Menegheli, ao Marinho e certamente ao presidente do Sindicato, Sérgio Nobre, que está fazendo o melhor governo da história do Brasil, onde toda essa história começou. Está na nossa lembrança e nos nossos corações.

Estou participando desta sessão por um dever, de natureza política e pessoal, de solidariedade e gratidão a uma instituição muito importante. Em segundo lugar, de resgate da história do Sindicato. Quando resgatamos 50 anos de história, é como se estivéssemos andando num carro com o retrovisor e o pára-brisa. No retrovisor olhamos o passado. E vocês olham o passado do Sindicato com orgulho. E vocês olham o pára-brisa com muita confiança, com muita esperança no futuro, porque este Sindicato se inseriu na construção de um projeto de país, de um projeto de justiça, de democracia, de igualdade, de soberania, muito importante.

Por isso os trabalhadores metalúrgicos do ABC têm um orgulho, e não é um orgulho individual. É um orgulho de classe, um orgulho coletivo, de ser sujeito coletivo de um processo vitorioso. E vocês sabem, melhor do que nós, o que vocês fizeram, o que vocês passaram, o que vocês ganharam, o que vocês tiveram de derrota, de lições, de angústias.

Mas uma coisa o Sindicato ensina para nós, nesses companheiros, alguns já com muita experiência, e outros começando agora. Temos que ter perseverança. Temos que ter confiança e jamais baixar a cabeça diante da primeira dificuldade. Vocês já aprenderam isso.

Nós vimos no Sindicato lutas duras, terríveis. E vocês nunca perderam a cabeça, nunca perderam a confiança. É por isso que vocês têm - e é correto dizer assim – que o Presidente da República Federativa do Brasil foi presidente desse Sindicato, exatamente por essa determinação, por essa paciência.

Quero dizer a vocês que na minha militância de esquerda foi uma honra encontrar-me com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, no final da década de 70. E foi também uma honra muito grande viver a experiência vitoriosa de vocês.

Nesses 50 anos nós temos que parabenizar a direção do Sindicato, uma direção democrática, colegiada, uma direção que nunca perdeu o enlace com a base. É uma coisa impressionante! Eu vivi isto: uma base que se identifica com o Sindicato, e o Sindicato se identifica com ela; um Sindicato que não se burocratiza, que jamais deixa de considerar que o mais importante é a base, e não a diretoria. Vocês têm aí uma história de sucessão, de evolução, de um processo vitorioso.

Por isso, companheira Ana do Carmo, companheiro Siraque, presidente Sérgio Nobre, vocês estão de parabéns. E com o nosso pára-brisa temos muita luta pela frente. Vocês têm lições demais a nos dar. Mas vocês nos dão lições, e sempre deram estas lições: humildade, com cabeça erguida e com valentia. Por isso vocês representam essa grande referência do movimento sindical brasileiro, essa grande referência da luta popular no Brasil e, por que não dizer, o Sindicato que é referência para os valores que a esquerda almeja e tem como utopia e como sonho.

Parabéns! Viva o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC! Um grande abraço.(Palmas)

 

A SRA. PRESIDENTE - ANA DO CARMO - PT - Passo a palavra ao nobre Deputado, meu colega, Vanderlei Siraque, que veio também prestigiar esta sessão tão importante, no dia de hoje.

 

O SR. VANDERLEI SIRAQUE - PT - Boa-noite a todos os companheiros, metalúrgicos que estão aqui presentes na Casa do Povo, na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Quero cumprimentar minha amiga, companheira, Ana do Carmo, que propôs, e nós acolhemos de forma muito justa, esta Sessão Solene, para comemorar os 50 anos do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Cumprimento meu amigo, meu companheiro, esse grande lutador, José Genoino Neto, Deputado Federal do nosso Partido dos Trabalhadores, todos os companheiros, meus ex-presidentes que estão aqui: José Lopez Feijó, nosso amigo; o atual presidente, nobre até no nome, Sérgio Nobre, que tem toda uma luta pela frente. Depois desses 50 anos, não é fácil, porque foram 50 anos de grandes homens, de grandes mulheres, de lutas imemoráveis pela democracia no Brasil, contra a ditadura, a luta pela cidadania.

É um Sindicato que além de lutar pelas relações cotidianas de trabalho, é um Sindicato cidadão, assim como é a nossa CUT - Central Única dos Trabalhadores -, que tem uma preocupação com as políticas de igualdade racial e de gênero, com as políticas públicas tributárias. Esteve lutando junto com o Presidente, agora, pela redução do IPI do setor automobilístico. Há uma preocupação também, aqui no Estado de São Paulo, para que o Governador José Serra também possa também fazer sua parte, reduzindo o ICMS, que é de competência do Estado e desta Casa.

É um sindicato que se preocupa com as pessoas portadoras de deficiência, com o desenvolvimento econômico, social e político da Região do Grande ABC, do Estado de São Paulo e do Brasil, que mantém, inclusive, relações internacionais, demonstrando sua preocupação com o trabalhador no mundo em geral. Somos da classe trabalhadora e queremos o bem de todos que estão junto conosco, o bem do Brasil e do mundo.

Quero cumprimentar a todos na pessoa do companheiro Sérgio Nobre. Parabéns! Que Deus nos abençoe e ilumine nossas lutas.

 

A SRA. PRESIDENTE - ANA DO CARMO - PT - Antes de assistirmos ao vídeo que irá passar um pouco da história das lutas sindicais, quero anunciar a presença de Alfredo Alves Cavalcante, Vereador do PT da Cidade de São Paulo; Edgar Amaral, representando o Deputado Estadual Simão Pedro; Luis Carlos Biasi, presidente do Sindicato da Construção Civil de Santo André, Mauá e Ribeirão Pires, Wanderley Salatiel, presidente do PT de São Bernardo do Campo, Jacy Guarany Santos, assessora da Deputada Estadual Maria Lúcia Prandi, Ney Cardoso, representando o Deputado Estadual Antonio Salim Curiati.

Recebemos uma ligação do nosso querido presidente da Federação dos Metalúrgicos, Carlos Grana, lamentando não estar presente nesta noite de hoje e enviando um abraço a todos.

Vejo também entre nós nosso querido Deputado Rui Falcão, Líder da nossa Bancada, a quem convido para compor a Mesa.

Agora, vamos assistir ao vídeo institucional que fala um pouco da luta dos metalúrgicos do ABC e do Estado de São Paulo.

 

* * *

 

- É feita a apresentação do vídeo.

 

* * *

 

 

A SRA. PRESIDENTE - Ana do Carmo - PT - Quero citar a presença do Sr. Tarcisio Secoli e do Sr. Fábio Cassetari, presidente do PRB de São Bernardo do Campo.

Não pôde estar presente, mas me ligou e pediu para deixar um abraço a todos e à direção do sindicato, o nosso companheiro Vicentinho, que está cumprindo um compromisso agendado anteriormente.

Esta Presidência concede a palavra ao Sr. José Lopez Feijó, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e membro da CUT Nacional.

 

O SR. José Lopez Feijó - Meus companheiros, minhas companheiras, Sérgio Nobre, Tarcisio, Deputado Genoino, Deputado Rui Falcão, Deputado Vanderlei Siraque, Deputada Ana do Carmo, em primeiro lugar, quero agradecer muito por esta Sessão Solene aos metalúrgicos do ABC para, fundamentalmente, homenagear essa categoria. O sindicato é o que é pela categoria que o compõe, de trabalhadores e trabalhadoras sempre dispostos a lutar por seus direitos.

Muitas vezes, na qualidade de dirigente da CUT - vocês sabem que eu também já fui presidente da CUT Estadual São Paulo -, defronto-me com companheiros que comentam que o seu sindicato, infelizmente, não faz isso ou não faz aquilo pelos trabalhadores. Sempre respondo que o sindicato é reflexo da vontade de luta que uma categoria tem. É verdade que tem que existir uma diretoria à altura dessa categoria, mas é reflexo. Se a categoria não se dispõe a lutar, a defender seus direitos, dificilmente o sindicato será uma entidade com capacidade de produzir conquistas.

O que talvez seja mais fascinante no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC é a capacidade, o tempo todo, de ser criativo, renovador. Quando o Brasil vivia uma ditadura militar, fomos capazes de aliar a luta por desejos concretos da categoria - como aumento de salário e melhores condições de trabalho - a uma luta política por democracia. As nossas lutas conseguiram colocar nas ruas a expressão de um movimento de massas, do qual o Brasil precisava, naquele momento, para produzir a retomada de um processo democrático.

Aqui, bem lembrou o companheiro Genoino o que foi o final da década de 70 e o início da década de 80, as lutas operárias do ABC. Lutas que serviram de exemplo, que se espalharam pelo Brasil. Outras categorias se levantaram e tivemos a capacidade de perceber que, junto com a democracia na sociedade brasileira, também precisávamos de um novo movimento sindical, um movimento renovado, um movimento que fosse capaz de responder aos desafios de um mundo que estava em construção, de um mundo globalizado, em que as empresas começavam a adotar técnicas de controle da classe trabalhadora que antes não haviam adotado; técnicas mais sutis, como o Kanban, Círculo de Controle de Qualidade, técnicas gerenciais.

Fomos capazes de fazer esse debate e entender que todo esse processo fazia parte de uma disputa no local de trabalho, para que os trabalhadores não se comportassem como classe. Não é à toa que muitas empresas insistem em chamar trabalhadores de colaboradores. Não somos colaboradores coisa nenhuma: somos trabalhadores, somos classe, e nos comportamos como classe. E somos maioria. Então, é legítimo que a maioria também tenha desejo de ver expressada, na governança da sociedade, essa qualidade de maioria.

Foi aí que tivemos a ousadia de, como classe, participarmos das construções que marcaram o Brasil nesses últimos 30 anos: a criação de um partido, o Partido dos Trabalhadores, que produziu as suas lideranças, que uniu campo e cidade, que uniu operários e intelectuais, que uniu trabalhadores de todos os tipos e profissões, que foi capaz de, no processo da luta democrática, eleger, pela primeira vez na história, um Presidente da República operário - que hoje está fazendo a diferença no enfrentamento da crise.

Fomos também capazes de perceber que, por mais organizados que sejamos, por mais forte que o sindicato seja, sozinho não resolve as grandes questões da classe trabalhadora. Ao contrário, se mantiver uma postura isolada num conceito de ilha de excelência, com o tempo começa a ser alvo de ataques. Os patrões não vão ficar concedendo, numa data-base, melhores salários, melhores condições de vida, redução de jornada de trabalho, se isso não se espalhar pela classe trabalhadora brasileira, porque aí começa o que nós chamamos de chantagem social, de produzir em outro lugar onde não há direitos, sindicatos organizados e assim por diante.

E nessa compreensão é que fomos parte importante da criação da Central Única dos Trabalhadores: o sentimento de que somos trabalhadores num sindicato muito organizado, de que somos fundamentalmente parte da classe trabalhadora. E como parte da classe trabalhadora, tínhamos que estar dentro dessa classe unificada numa grande central sindical que fosse capaz de conduzir a luta da classe trabalhadora, e não a luta de um ou de outro segmento da classe. E nós construímos a maior central sindical da América Latina e a quinta maior central sindical do mundo.

Isso não é pouca coisa. A Central Única dos Trabalhadores hoje existe porque naquela década de 70, início dos anos 80, este sindicato, em conjunto com a classe trabalhadora, com uma série de lideranças progressistas e de outros sindicatos, entendeu que era preciso quebrar a lei que nos proibia de nos organizarmos. Quebramos a lei de greve, quebramos a lei que nos impedia de formar as centrais sindicais, e agora estamos num momento em que temos de, novamente, quebrar a tentativa que existe na sociedade, que é a de impedir que exerçamos os nossos direitos escritos na Constituição.

Há um tal de interdito proibitório - não vou perder a oportunidade de falar em lugar nenhum - que está virando uma arma que atenta a Constituição Federal, e que nos garante o direito de greve: os trabalhadores lutam pelos seus direitos e, aí, vai lá um juiz qualquer e consegue um tal de interdito proibitório impedindo o sindicato de chegar no local de trabalho, de fazer uma manifestação, impedindo os trabalhadores de exercer o seu justo direito de indignação, de luta e de conquista.

É, portanto, uma excrescência que temos de batalhar para derrubar. Embora na Constituição Federal esteja escrito que temos o direito de greve, eles tentam, como faziam na década de 70 e nos anos da Ditadura, por outros caminhos, impedir esse direito. E como disse o companheiro Genoino, no nosso pára-brisa está a perspectiva de continuar lutando por democracia. E lutar por democracia é ter o direito ao pleno exercício dela: o livre direito de manifestação, de organização, de luta e de conquista.

Parabéns metalúrgicos do ABC pelos seus 50 anos! (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - ANA DO CARMO - PT - Se houver alguma autoridade que não foi nomeada pela Presidência, peço que venha à Mesa para ser identificada.

Convido, com muito orgulho, o Líder do PT, Deputado Rui Falcão.

 

O SR. RUI FALCÃO - PT - Caro companheiro Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, em nome de quem saúdo todos os componentes da diretoria e os metalúrgicos e as metalúrgicas presentes; quero saudar o Deputado Federal José Genoino, nosso grande deputado e lutador das causas democráticas, ex-Presidente do Partido dos Trabalhadores, de quem todos nós nos orgulhamos pela sua história e pela sua trajetória; a minha companheira de bancada, Deputada Ana do Carmo, admirada por todos aqui nesta Casa pela sua humildade, pela sua competência e pela sua história, e que é também a 4ª Secretária da Assembleia Legislativa, nos representando na Mesa; fico muito feliz de estar aqui participando com vocês desta solenidade convocada pela Deputada Ana do Carmo por várias razões, e uma delas é até sentimental. Eu, durante algum tempo, trabalhei e fiz o Projeto de Comunicação lá para o sindicato. Tarcísio estava até lembrando que esta Mesa reúne três deputados que trabalharam no Sindicato dos Metalúrgicos: Ana do Carmo, Genoino e este Deputado que vos fala.

Foi com muita alegria, Sérgio, que esta semana também transcrevi nos Anais da Assembleia Legislativa o seu artigo na “Folha de S.Paulo”, porque ele resume, em poucas palavras, essa história - que não preciso repetir porque vocês viveram e ajudaram a construir - que nós recuperamos nesse vídeo, mas você faz um balanço dessa trajetória de lutas e diz que há muito por fazer ainda. Feijó lembrou aqui algumas das tarefas que ainda temos - tarefas num regime que nunca vivemos, sob tanta democracia. Mas ainda é pouco porque nós temos um metalúrgico na Presidência da República. E ele é fruto das lutas desse período: ele nasceu e cresceu com vocês, e governa o nosso país recolocando o Brasil no cenário mundial. Acho até que, depois desse prêmio que ele ganhou, é bem possível que o próximo seja o Premio Nobel da Paz. Seria merecido o reconhecimento pela sua luta.

Para que tenhamos condições de dar prosseguimento às conquistas do povo brasileiro, das quais vocês participaram e tiveram um papel notável, destacado e é preciso dar continuidade a esse processo. E a radicalização da democracia no Brasil, a continuidade desse processo de transformações, que nós todos estamos vivendo, não está garantido. Nós temos 2010 pela frente e a elite se mobiliza. A cada dia nós vemos na mídia conservadora novas manobras.

É uma alegria saber que o sindicato agora tem uma concessão de rádio e TV. Outros sindicatos vão abrir caminho para isso, mirando no exemplo dessa conquista, e a mídia conservadora é um instrumento contra nós todos. Nós derrubamos agora a Lei de Imprensa da ditadura. Mas não basta derrubar a Lei de Imprensa, porque o monopólio da comunicação permanece intocado, são poderosos. Tem grupos poderosos atrás de si e trabalham contra nós.

Então, acho que esclarecer os trabalhadores, mobilizá-los, relembrar dessas conquistas, avançar para conquistar outras, é uma contribuição para que nós possamos em 2010, dar continuidade a esse processo que vocês contribuíram muito, ajudando a quebrar a ditadura. E esse processo terá continuidade, acho, mantendo essa tradição revolucionária que nós criamos.

Graças à luta de vocês como parte do povo brasileiro, nós conseguimos mudar a história do País elegendo um trabalhador para governar o Brasil. Agora, nós podemos, para suceder esse trabalhador, dar outro passo revolucionário, que é colocar uma mulher na Presidência da República, para prosseguir nesse processo de mudança social, de avanço democrático e de novas conquistas para a classe trabalhadora.

Parabéns, metalúrgicos, pelos 50 anos de luta. Parabéns, Deputada Ana do Carmo, por promover essa homenagem justa aqui na Casa do Povo, que é a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - ANA DO CARMO - PT - Esta Presidência gostaria de passar a palavra ao nosso presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, companheiro Sérgio Nobre.

 

O SR. SÉRGIO NOBRE - Boa-noite a todos. Quero saudar meu companheiro Deputado Federal, Genoino; meu companheiro, ex-Presidente do Sindicato, mas que está sempre me ajudando; Feijó; Deputada Estadual Ana do Carmo a quem em nome da diretoria quero cumprimentar e agradecer por essa bela homenagem feita à nossa categoria; quero saudar nosso companheiro Rui Falcão; companheiro de comissão de fábrica na Mercedes Benz; Tarcisio, hoje ajudando nosso companheiro Luiz Marinho, que também presidiu nosso sindicato, hoje Prefeito de São Bernardo do Campo; companheiro Wanderley Salatiel, presidente do PT e demais companheiros da Mesa.

Ana, para nós, essa homenagem é um orgulho muito grande, porque se formos pensar, 50 anos na vida de uma pessoa, não é pouca coisa. Mas 50 anos na vida de uma organização, de um sindicato, é pouco. O nosso sindicato é ainda bastante jovem, mas tem história muito rica e repleta de grandes vitórias e grandes mobilizações. Não sei o número exato de quantos sindicatos há no Brasil, alguns falam que são doze mil, outros falam que são 14, 15 mil. Sei que são muitos sindicatos. E às vezes, fico pensando por que o nosso sindicato é tão diferente dos demais, porque por onde andamos, o povo fala: bom, sindicato, são vocês; o grande sindicato são vocês.

Então, o que nos diferencia? Eu acho que a diferença está numa coisa chamada solidariedade. A nossa categoria criou um laço de solidariedade que adquiriu na luta. Nos anos 80, havia um sindicato na Polônia, muito conhecido naquele período, que tinha exatamente esse nome “Solidariedade”. Aliás, se a palavra sindicato não existisse, solidariedade seria a palavra que melhor descreveria aquilo que fazemos. E quando andamos pelo Brasil, há companheiros que não tem um sindicato tão forte que nos dizem o seguinte: “Lá na minha fábrica, o sindicato é fraco, porque as pessoas não se importam com o que acontece com o outro. Lá, o patrão tira o direito de um que está do lado, ele acha que não é com ele. O cara cai do lado, ao invés de ajudar, pisa em cima. É por isso que não há luta”.

Então, num ambiente em que não há solidariedade, o sindicato não pode sobreviver. O sindicato só sobrevive forte onde há um laço forte de solidariedade. E esse laço nasce da luta. Portanto, toda aquela mobilização que vimos aqui, formou uma consciência e um laço de solidariedade que fez da nossa categoria, uma categoria muito diferente das outras. Quando acontece um problema com um, sabemos que se não ajudarmos, amanhã será conosco; é essa consciência que nos diferencia.

Acho que o sindicato tem uma marca muito importante, uma contribuição muito importante para o Brasil. Acho que essas lutas todas produziram um exército de gente boa, de bons militantes, que hoje estão espalhados pelo Brasil. Somos uma grande universidade. Dos deputados que estão aqui, três trabalharam no Sindicato.

Na semana passada estava em Brasília numa homenagem ao Sindicato, e a TV Câmara transmitia a sessão ao vivo. Ligações chegavam do Brasil inteiro. Gente do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso dizendo: “Eu fiz parte dessa história, eu fui metalúrgico do ABC.” E onde estão, estão fazendo a diferença. É gente que aprendeu na luta. Foi para a universidade e na universidade fez a diferença. É gente que foi para o movimento popular, é gente que foi presidir outros sindicatos. Tem muita gente séria que tem no compromisso social a sua causa e aprendeu isso na nossa categoria.

Eu gostaria de pedir uma grande salva de palmas a todas essas pessoas anônimas que construíram a história do Sindicato nesses 50 anos. Eles merecem essa homenagem muito mais do que a atual diretoria.

Desde a fundação do Sindicato em 59 a nossa missão é buscar a democracia. A nossa luta no Brasil e no mundo é conhecida por isso: Estádio da Vila Euclides lotado, manifestação no Paço Municipal, a Via Anchieta ocupada por nós. É a busca da democracia.

Quanto à democracia na política, a gente avançou bastante: o direito de escolher o prefeito, o governador, de eleger o Presidente da República. Muito nos orgulha o Presidente da República, que começa a pagar a dívida social que o Estado tem com o nosso povo ser um metalúrgico, um companheiro nosso e governar bem o Brasil. Tanto avançamos na democracia que no passado a gente nem podia chegar perto deste local que a polícia vinha para cima e hoje estamos aqui dentro sendo homenageados pelos 50 anos do Sindicato. Sinal de que avançamos. Nós conquistamos. (Palmas.)

Mas democracia não é só liberdade de votar, como alguns pensam. Ela não será completa enquanto não chegar nos locais de trabalho, por exemplo. O direito de voto nós conquistamos junto à sociedade, mas nas empresas a democracia não chegou ainda. Nas empresas quem manda é o patrão. Ele acha que ali o trabalhador não tem cidadania. É triste ver ainda no Brasil a pessoa trabalhar 10, 15 anos e ao ser demitido ter de ouvir:“Vá buscar seus direitos na Justiça do Trabalho”. Não teremos uma nação democrática enquanto as coisas forem assim. A Carteira de Trabalho assinada é um instrumento importante, pois garante os direitos sociais dos trabalhadores, mas infelizmente a maioria da classe trabalhadora brasileira não tem acesso a ela, apesar de ter sido criada nos anos 30. Em pleno Século XXI a gente ainda tem vergonha de ver a Polícia Federal libertar trabalhadores em situação de escravidão no Brasil. Enquanto isso existir a democracia não será plena.

A democracia também está em nível de economia. Não seremos uma nação democrática enquanto houver um brasileiro na linha de pobreza. É um desafio que temos.

Precisamos democratizar também os meios de comunicação de massa. Disse aqui o Deputado Rui Falcão que o Presidente Lula, no aniversário de 50 anos do Sindicato, assinou a concessão de um canal de TV no ABC, o canal 45. Isso tem de ser comemorado porque é muito importante para a democratização dos meios de comunicação. No dia seguinte a grande imprensa questionava: “Mas por que o Presidente concedeu um canal de TV para vocês? Nunca no Brasil um sindicato teve concessão de um canal de TV. Vocês são os primeiros”. Eu falei “Nós somos assim mesmo. Não só decidimos democratizar o Brasil, como vamos democratizar os meios de comunicação. Esta é uma luta de mais de 20 anos”.

O Presidente Lula não nos deu a concessão porque foi presidente do Sindicato ou porque queria privilegiar a nossa categoria. Deu-nos porque o primeiro pedido para concessão de um canal de TV e rádio foi dele quando deputado federal constituinte. Ele, juntamente com o companheiro Vicentinho, foi no Ministério das Comunicações pleitear isso. É a conquista de uma luta de mais de 20 anos e nós somos assim mesmo: quem luta, conquista.

 Nós vamos, sim, fazer uma televisão para valer. O nosso trabalho na área da comunicação não vai excluir a classe trabalhadora. Peguem os grandes jornais: tem de tudo, menos a luta que a gente faz no dia a dia. Peguem os grandes canais de televisão: você não vê dirigente sindical ou do movimento social falando nesses canais. O que deve ser questionado é por que os meios de comunicação no Brasil têm de pertencer a quatro ou cinco famílias, não a concessão de um canal de TV ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Por que tantos políticos nos últimos anos foram agraciados com concessão de TV e rádio e o movimento social não?

Espero que sejamos os primeiros de muitos que virão a ter uma TV para poder se comunicar porque a nossa categoria era fantástica mesmo. Uma categoria conhecida pela sua capacidade de luta, pela sua capacidade de mobilização. A nossa categoria faz a luta com alegria. Vocês não imaginam quantos companheiros cantam, dançam, fazem teatro, escrevem poesia. Eles terão espaço na nossa rádio e na nossa televisão para mostrar a sua arte também porque essa alegria é uma característica dos metalúrgicos do ABC. Não era assim que a gente batizava as nossas greves: “greve vaca brava”, “greve pipoca”, “operação tartaruga”? Então, desenvolvemos tantas e tantas lutas.

Assim, meus queridos companheiros, a contribuição muito importante que o nosso sindicato tem dado ao Brasil tem muito a ver com vocês. Acho que a democratização nos locais de trabalho é fundamental para construirmos o Brasil que sonhamos para nós e para nossos filhos. Acho que a presença do sindicato nos locais de trabalho, a criação das comissões de fábrica e dos comitês sindicais, apesar da lei não reconhecer, é fundamental. A democracia no local de trabalho é um direito que conquistamos na luta. Vejo aqui vários de vocês que conquistaram o direito de se organizar no local de trabalho. Vocês é que fazem a diferença. São vocês, dos comitês, das comissões de fábrica, que tornam forte esse sindicato como ele é.

Então, quero dar os parabéns a vocês. Muito obrigado por tudo que vocês fizeram. Nós, da diretoria, temos muito orgulho de representar vocês.

Como estamos na Assembleia Legislativa, vou encerrar minha fala com o grito que é a nossa marca: “Hu ABC! Hu ABC! Hu ABC! Hu ABC! Hu ABC!” (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE – ANA DO CARMO – PT – Quero dizer a todos os presentes que para mim é uma alegria promover esta Sessão Solene em homenagem aos 50 anos do Sindicato dos Metalúrgicos.

Quando falo do sindicato, falo com muita alegria e muito conhecimento. Quero dizer para muita gente que não sabe que quando cheguei em Ferrazópolis, em São Bernardo, morando próximo da sede do sindicato, tive a oportunidade de participar de todas as lutas dos trabalhadores metalúrgicos. Na época em que ainda trabalhava de doméstica, e era menor, já sabia da luta, passava todos os dias perto da sede do sindicato. Sempre morei naquela região.

Portanto, é um privilégio para mim ter todo esse conhecimento. Meu conhecimento é na prática, é real, é verdadeiro. Quando me tornei maior de idade, fui procurar emprego em fábrica. Naquela época, quem era menor não trabalhava. Mulher em fábrica, nem pensar; era só no escritório, e olha lá. Eu trabalhava em casa de família quando era menor. Quando me tornei maior de idade arrumei emprego na Martini&Rossi, que não era metalúrgica. Não podia ser sindicalizada, mas participava da luta do sindicato. Na Martini, fazia luta, briga, greve, orientava os trabalhadores a ir ao Ministério do Trabalho procurar os seus direitos porque trabalhavam sem registro na carteira. E o Sindicato dos Metalúrgicos estava presente na vida dos trabalhadores. Naquela época, já defendia e lutava pelos interesses dos trabalhadores metalúrgicos. Eu sonhava em fazer parte do sindicato, mas não podia. Quando trabalhei na Brastemp, fiquei muito pouco tempo, não cheguei a ser sindicalizada. Entretanto, conheço toda a luta, todo o trabalho, e conheço muitos e muitos companheiros que passaram por aquele sindicato, como o muito falado, homenageado, com muito respeito, com muito direito, com muita grandeza para todos nós, o companheiro Afonso, que foi um grande guerreiro como muitos outros que por lá passaram.

Orgulho e alegria para mim também - que já militava nas lutas populares, na igreja, em defesa da população mais pobre - é ser uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores.

 E nesta Casa, a eleição da Ana do Carmo é exemplo de que só o Partido dos Trabalhadores traz uma mulher dona de casa para ser deputada. Isso não existe. Portanto, toda a luta dos metalúrgicos muito me honra, e também o Partido dos Trabalhadores. Se não fosse o sindicato e a luta dos metalúrgicos com certeza não existiria o Partido dos Trabalhadores.

Hoje temos muitos trabalhadores governando as prefeituras por todo o Brasil, que fazem a diferença. Temos o Presidente da República que tem feito a diferença para a classe trabalhadora, para os trabalhadores do campo que nunca tiveram uma oportunidade. Com o Presidente Lula, esses trabalhadores estão tendo oportunidade em todos os cantos do Brasil. Para todos nós trabalhadores isso é um orgulho e uma alegria. Isso significa a mudança, significa que o povo voltou a ter esperança. Muitos daqueles que não tinham condição de ter uma geladeira, hoje têm. Em cada canto desse Brasil as famílias têm energia elétrica através do programa do Governo Federal chamado Luz para Todos

Poderia passar a noite inteira enumerando aquilo que o Governo fez. Portanto, Sérgio Nobre, para nós é uma alegria muito grande hoje fazer essa homenagem e saber que toda essa mudança veio do sindicato, através da luta dos trabalhadores. Isso é muito importante e essa homenagem é mais do que merecida. Os trabalhadores merecem a direção dos sindicatos, merecem nosso respeito e nosso carinho.

Não posso esquecer que agora conseguimos eleger um metalúrgico que, com muita dificuldade estudou e se formou, mas ainda o temos como companheiro metalúrgico - Luiz Marinho, prefeito da nossa Cidade de São Bernardo do Campo -, que também já está fazendo a diferença com a discussão do Orçamento Participativo dando a oportunidade da população debater.

Todas as vezes que vou falar, eu digo: “Isso é do Partido dos Trabalhadores”. Quando criamos o partido, na nossa discussão existia essa questão de que quando o PT fosse Governo, teríamos a discussão do Orçamento para dar oportunidade para a população participar. Portanto, o PT é um partido que vem fazendo a diferença, trazendo para a Câmara Estadual, para as Câmaras Municipais, desde o professor, a dona de casa, o doutor, o empresário, mas também o metalúrgico, para ser candidato a vereador, a Deputado - isso é que faz a diferença.

Com certeza, mesmo com discurso certo ou errado nas palavras, é de coração e é com honestidade que a Deputada Ana do Carmo faz o seu trabalho em defesa da população mais pobre da nossa cidade e também do Estado de São Paulo.

O que me orgulha, também, é que toda a minha família é metalúrgica. Há alguns que perderam o emprego e não conseguiram mais trabalhar na metalúrgica; mas na sua maior parte são metalúrgicos. Meu marido é aposentado metalúrgico, e meu filho já é metalúrgico há 11 anos.

Então, nós somos de origem metalúrgica. Toda essa participação me trouxe muita coragem e muita força para chegar onde estou hoje. E com certeza tenho todo o reconhecimento e toda a grandeza que tudo isso começou com os trabalhadores metalúrgicos, com o sindicato dos metalúrgicos, com vários companheiros e companheiras que por ali passaram.

Daí começou toda uma luta e toda uma organização dos trabalhadores, como o sindicato das costureiras, sindicato das domésticas. A partir daí, foram se criando muitos sindicatos de várias categorias - isso para nós é gratificante e importante.

Não poderia deixar de falar isso aqui hoje. Não cumpri o roteiro que discutimos previamente; mas teria que ser assim.

Quero, mais uma vez, dizer em nome da categoria metalúrgica, em nome da direção do Sindicato dos Trabalhadores, que vou fazer uma singela homenagem ao nosso presidente do Sindicato, que é simples mas é de coração, para representar todos vocês.

 

* * *

 

- É feita a entrega da homenagem.

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - ANA DO CARMO - PT - Finalizando nossa sessão, gostaria de justificar que o nosso querido Eduardo Matarazzo Suplicy não pôde estar presente. Quero mais uma vez agradecer também a presença do nosso presidente do PT, companheiro Wanderley Salatiel.

Esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência agradece às autoridades, aos funcionários do Serviço de Som, Taquigrafia, Atas, Cerimonial, Secretaria Geral Parlamentar, Imprensa, TV Legislativa, assessorias, Polícia Civil e Polícia Militar, bem como a todos que, com suas presenças, colaboraram para o êxito desta solenidade.

Agradeço toda minha assessoria que colaborou com esse trabalho e agradeço ainda ao Crica do sindicato que nos ajudou bastante, enfim, quero agradecer a todos vocês.

Vamos fazer uma comemoração todos os anos, aqui nesta Casa, com uma presença ainda maior dos metalúrgicos, e com certeza vai ser mais organizada - prometo a vocês. Obrigada.

Está encerrada a sessão.

 

* * *

 

- Encerra-se a sessão às 21 horas e 25 minutos.

 

* * *