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28 DE JUNHO DE 2011

021ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

 

Presidente: BARROS MUNHOZ e JOSÉ BITTENCOURT

 

RESUMO

ORDEM DO DIA

001 - Presidente BARROS MUNHOZ

Abre a sessão. Coloca em discussão o PL 624/11.

 

002 - OLÍMPIO GOMES

Discute o PL 624/11.

 

003 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Discute o PL 624/11.

 

004 - MARCOS MARTINS

Discute o PL 624/11 (aparteado pelo Deputado Marco Aurélio).

 

005 – JOSÉ BITTENCOURT

Assume a Presidência.

 

006 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência.

 

007 - DONISETE BRAGA

Discute o PL 624/11 (aparteado pelos Deputados Enio Tatto e Marco Aurélio).

 

008 - EDINHO SILVA

Discute o PL 624/11.

 

009 - JOSÉ BITTENCOURT

Assume a Presidência.

 

010 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência.

 

011 - TELMA DE SOUZA

Discute o PL 624/11.

 

012 - HAMILTON PEREIRA

Discute o PL 624/11.

 

013 - ENIO TATTO

Para comunicação, elogia a mobilização de entidades do professorado.

 

014 - Presidente BARROS MUNHOZ

Endossa a manifestação do Deputado Enio Tatto.

 

015 - ROQUE BARBIERE

Para comunicação, faz indagação sobre o eventual ingresso, na ordem do dia, de projeto de decreto legislativo da Comissão de Prerrogativas Parlamentares.

 

016 - Presidente BARROS MUNHOZ

Responde que a matéria será objeto de deliberação oportuna.

 

017 - ENIO TATTO

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

018 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido. Desconvoca a segunda sessão extraordinária de hoje. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Abre a sessão o Sr. Barros Munhoz.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Proposição em regime de urgência:

Discussão e votação - Projeto de lei nº 624, de 2011, de autoria do Sr. Governador. Autoriza o Poder Executivo a realizar operações de crédito com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, a Caixa Econômica Federal - CEF, instituições financeiras internacionais, organismos multilaterais e bilaterais de crédito, agências de fomento e bancos privados internacionais. Com 15 emendas. Parecer nº 494, de 2011, do Congresso das Comissões de Justiça e Redação e de Finanças, favorável ao projeto e contrário às emendas.

Em discussão. Para discutir a favor tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes, pelo prazo regimental.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, trabalhadores da Educação que se encontram aqui vigilantes, aguardando uma postura do Legislativo que possa proporcionar ou ser um aceno de resgate da dignidade salarial, da dignidade das carreiras dos profissionais da Educação do Estado de São Paulo.

Mas volto para discutir, e é uma discussão não a favor do governo, mas é um projeto de governo que versa sobre empréstimos mais do que necessários para a realização de investimentos no transporte público, seja na extensão do metrô para a região metropolitana, seja em projetos de meio ambiente. São financiamentos com a Caixa Econômica federal, com o BNDES e com o Bird, totalizando dois bilhões de reais de financiamentos com órgãos públicos do governo federal e 500 milhões de dólares com financiamentos junto ao Bird.

Mas o fato de se discutir a busca de investimentos óbvios para a melhoria de qualidade de vida da população me leva a fazer reflexões sobre o Orçamento do Estado de São Paulo e voltar à questão da ferramenta mestra, fundamental e imprescindível na boa prestação de serviço público, de qualquer área: Saúde, Segurança Pública, Educação, Transporte, Habitação. Enfim, temos uma massa de servidores públicos no Estado de São Paulo que vem sendo massacrada nos últimos 16 anos.

Não estou dizendo isso por fazer oposição ao governo. É uma constatação. Todas as vezes que se vai falar em dignidade para o serviço público, para o servidor público, o governo coloca todos os obstáculos.

Vamos votar, vamos dar um cheque em branco para o Governo de dois bilhões e 700 milhões de reais e não queremos gastar 300 milhões de reais para fazer com que o reajuste dos profissionais da Educação seja, pelo menos, retroativo a 1º de março, e que se cumpra a data-base. (Palmas.)

É vergonhoso termos um Orçamento de 142 bilhões. Temos os dados da arrecadação, que superou quase um bilhão/mês nos primeiros cinco meses do ano e estamos discutindo alguns milhões para cumprir lei aprovada nesta Assembleia Legislativa. Terrível isso! O Estado tem uma perspectiva, nos quatro anos, de investimento de 70 bilhões de reais e não se digna a separar dois, três bilhões de reais para resgatar a dignidade do serviço público no Estado de São Paulo. Que tristeza, que forma mais medíocre de se administrar, que coisa mais horrenda, que vergonha temos que sentir como administradores públicos, como homens públicos, como deputados desta Casa, que não fazemos respeitar o que votamos (Palmas.) em 2004. E essa lei passou a vigorar a partir de 2005.

Será que estávamos noutra federação? Noutra república, sob a égide de outra Constituição Federal, ou mesmo de outra Constituição do Estado? Não. Estávamos sob o mesmo sistema, com a mesma Constituição, com as mesmas obrigações constitucionais que tem o Legislativo e votamos. Não eram as mesmas pessoas, não eram os mesmos 94 deputados. Alguns deputados votaram essa lei e com muita tristeza assistem ao não cumprimento dela. Como vamos dar exemplo à população de respeito às leis, de respeito ao ordenamento jurídico se quando o próprio Governo, que tem que dar o respeito, não cumpre e não acontece absolutamente nada?

Isso desmoraliza, diminui a importância do Legislativo quando votamos coisas fundamentais para a sociedade, como foi a lei que estabeleceu a data-base. E por que é fundamental? Porque se temos a pujança que temos no Estado de São Paulo, se São Paulo é a locomotiva do País, não temos nos serviços públicos e nos servidores públicos problemas. O serviço público e os servidores sempre foram a grande solução para a pujança de São Paulo. (Palmas.) Todos nós, até por nossas faixas etárias, dizemos com orgulho que fomos formados pela escola pública; dizemos com orgulho: tenho uma tia, minha mãe, minha avó são professoras, vejam como apoio a Educação, mas muitas vezes esse apoiamento se restringe até o momento da decisão, da manifestação de vontade num projeto apresentado nesta Casa.

Que argumentos vamos usar para vocês, profissionais da Educação, que possam justificar o não cumprimento de uma lei votada nesta Casa, a que criou a data-base? Qual a argumentação que vamos utilizar? É triste; existe o tempo, existe a condição, existe principalmente a condição financeira e orçamentária do Estado de rever a sua posição e fazer cumprir o que é lei aprovada por esta Assembleia e sancionada pelo mesmo Governador que encaminhou esse projeto para a Assembleia Legislativa. Há a plena condição.

Não é oposição ranheta; não estamos aqui discutindo posicionamento político-partidário ou ideológico. É questão de nos posicionarmos: quem está com a Educação no Estado de São Paulo e, portanto, com a sua ferramenta principal, que são os profissionais da Educação, e quem está contra. Não dá para dizer: “olha, mas já avançamos; no passado foi muito pior. E era o mesmo Governo. Olha, não vamos olhar para o passado, e deixa disso de perdas salariais.” Quando transformamos em unidades fiscais no Estado de São Paulo o piso salarial de um professor, em 1º de janeiro de 95, e pegamos o piso salarial desse professor, em 1º de janeiro de 2011, o valor em Ufesp, Unidades Fiscais do Estado de São Paulo, que é o indexador do próprio Governo, o piso salarial hoje corresponde a 50% em Ufesp do que era em 95. Vamos desconsiderar o passado e mais, vamos insistir no erro que está capitulado no Art. 171 do Código Penal, o estelionato, de dizer que as gratificações que estão sendo incorporadas são valores novos que o Governo está colocando? Não é próprio, não podemos fazer isso.

E finalmente, quero lamentar profundamente que vamos entrar em recesso, possivelmente até o final da semana, e não deu entrada nesta Casa - agora estou me dirigindo aos meus irmãos da Segurança Pública -, não cobrem nenhum dos deputados, nem da situação, nem da oposição, porque o Governo não cumpriu a palavra empenhada de encaminhar para esta Casa qualquer projeto que verse sobre reajuste ou carreira para os profissionais da Segurança Pública.

Tenho aqui comigo um documento em que o Comandante Geral da Polícia Militar se dirige aos policiais militares do seu blog, dizendo: "O Comando Geral fez proposta de reajuste salarial, constando de um aumento linear, simples, aplicando-se um percentual sobre o padrão, evitando-se distorções como as que aconteceram no passado" - está metendo a boca no próprio Governo - "quando se davam aumentos diferenciados por posto de graduação, ou sobre alguma vantagem ou gratificação. Dessa forma também atinge todos de forma igualitária, indistintamente, ativos, veteranos e pensionistas."

É um documento oficial do Comandante Geral da Polícia Militar. Tenho recebido centenas de e-mails, telefonemas, e tenho certeza de que todos os Deputados, de todos os partidos, e quero dizer, Sr. Presidente, que não deu entrada nesta Casa nenhum projeto, como diz o Comandante da PM, versando sobre reajuste salarial, critérios de preterição para promoção, posto imediato na passagem para a inatividade.

É um documento dirigido aos policiais militares. Vossa Excelência no recesso vai ser cobrado em Itapira, V. Exa. vai ser cobrado em Santo André, V. Exas. nas suas bases. Eu preciso dar o recado a todos os profissionais da Segurança Pública: não deu entrada nesta Casa até este momento, já numa Sessão Extraordinária, nenhum projeto. Não cobrem nenhum dos 94 Deputados, porque nenhum Deputado é responsável por essa irresponsabilidade que está aposta neste documento.

Eu lamento, policiais do Estado de São Paulo. O projeto tem que nascer no Executivo, constitucionalmente, como o Presidente já explicou hoje, falando até das limitações do Legislativo. Não cabe a nenhum Deputado, bancada ou partido, fazer proposta que implique aumento de despesa. O projeto tem que nascer no Executivo e não deu entrada nesta Casa nenhum projeto sobre reajuste ou carreira da Polícia Militar.

Não durmam com esse barulho, porque vamos entrar no recesso. Se chegar algum projeto, será a partir de agosto, para início das discussões, e não como foi dito a vocês, que terão reajuste a partir de julho.

Fica aqui a minha manifestação. Vou votar favoravelmente ao empréstimo, mas continuo dizendo: pela dignidade do Legislativo, pelo menos a data-base de 1º de março aos profissionais da Educação, já!

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, o projeto em questão, PL 624/11, autoriza o Poder Executivo a realizar operações de crédito com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, a Caixa Econômica Federal - CEF, instituições financeiras internacionais, organismos multilaterais e bilaterais de crédito, agências de fomento e bancos privados internacionais e dá providências correlatas.

Temos quatro itens apresentados ao projeto. O primeiro é o prolongamento da Linha 2, Verde, sistema do Monotrilho, trecho da Vila Prudente até o Hospital Cidade Tiradentes, no valor aproximado de 922 milhões de reais. Essa obra será executada pela Companhia Metropolitana de São Paulo.

O segundo projeto apresentado, para solicitação do empréstimo, é da Linha 18, da Tamanduateí-Alvarenga, de São Bernardo do Campo, no valor estimado de 445 milhões de reais.

O terceiro ponto do empréstimo é a modernização das estações da Linha 8, estação Diamante, da CPTM - Companhia de Trens Metropolitanos, numa estimativa de 550 milhões de reais.

O quarto ponto apresentado pelo Governador para a concessão de empréstimo é o Programa de Transporte, Logística e Meio Ambiente, com valor de 500 milhões de dólares americanos. A proposta é para ser executada nas estradas de rodagem a partir do DER, também do Departamento Hidroviário e Secretaria do Meio Ambiente.

Esses quatro projetos, para serem feitos a partir do próximo ano, uma coisa é a autorização da Assembleia Legislativa para o empréstimo aproximado de 2,7 bilhões. Esse empréstimo, aprovado ou não, ainda deve ir para o Senado Federal, que é quem autoriza não só o endividamento do Estado, mas também o empréstimo a partir do BNDES.

Quero deixar consignado aqui que do mesmo jeito que nós estamos debatendo o PL 37 e o PL 38, que tratam do plano de carreira dos profissionais da área da Educação e também do quadro de carreira, a Bancada do PT também apresenta algumas emendas, num total de 15, das quais quero apresentar quatro.

A emenda nº 1 estabelece que o poder Executivo deverá apresentar mensalmente, à Comissão de Fiscalização e Controle da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo prestação detalhada de contas de toda a dívida interna e externa, contraída pelo Estado, decorrentes de autorizações concedidas para a realização de operações de crédito interno e externo, prestação detalhada de contas de toda dívida contraída pelo Estado, decorrente da operação de crédito concedida nos termos da presente lei, demonstrativo de que está cumprindo o acordo da dívida contraída entre o Estado e a União, o demonstrativo de toda a movimentação financeira decorrente da operação de crédito autorizada na presente lei.

A emenda nº 2 estabelece que o Governo do Estado de São Paulo não poderá realizar a privatização, a concessão ou a transferência a terceiros, pessoas físicas ou jurídicas, de direito privado, com fins lucrativos, do controle acionário da Companhia Metropolitana de São Paulo.

É muito fácil trazer à Assembleia Legislativa a solicitação de empréstimo, para que os Deputados possam aprovar uma autorização, e depois, na sequência, a linha de trem, tanto o metrô, como da CPTM que virá a ser construída a partir desse empréstimo, seja passada ou via concessão, ou via privatização, para o setor privado.

Não podemos admitir, e por isso a Bancada do PT apresenta a emenda nº 2, para que não seja privatizada, que não seja repassada a terceiros a concessão da linha ora debatida.

A emenda nº 3 estabelece que o poder Executivo publicará quadrimestralmente no Diário Oficial do Estado de São Paulo o demonstrativo de cumprimento do limite relativo ao comprometimento anual com amortizações, juros e demais encargos da dívida consolidada, inclusive relativo a valores a desembolsar de todas as operações de crédito contratadas e a contratar, aprovadas pelo Senado Federal.

Uma outra emenda, nº 5, institui que o poder Executivo publicará no Diário Oficial do Estado de São Paulo, em até 30 dias após a assinatura dos contratos das operações de crédito de que trata a presente lei, demonstrativo detalhado e discriminado contendo os programas e ações orçamentários destinatários dos recursos provenientes das operações de crédito, a lista de todos os projetos que serão executados com os recursos provenientes das operações de crédito e os órgãos responsáveis pela execução dos projetos.

Apresentei apenas cinco das 15 emendas porque a Assembleia Legislativa autorizou o Executivo a contrair, nos últimos anos, 18 bilhões e 945 milhões de reais de empréstimos. Desse valor contraído, 10 bilhões foram contratados até agora. E, desse valor contratado, apenas cinco bilhões foram executados até agora. O Governador do Estado de São Paulo pensa em um projeto, solicita a autorização do empréstimo, mas depois, na prática, a obra não é executada.

Por isso são muito importantes as emendas do Partido dos Trabalhadores. Queremos o acompanhamento efetivo desde o momento que o empréstimo é autorizado até o momento de execução da obra. Na prática, não podemos acompanhar, fiscalizar a execução ou não da obra.

São quatro obras que estão sendo apresentadas nesse projeto: o prolongamento da linha 2 - Verde do Metrô, via sistema monotrilho, de Vila Prudente até o Hospital Tiradentes; a linha 18, de Tamanduateí; a linha Turquesa, de CPTM, que passa por São Bernardo do Campo, interliga com o Paço Municipal, numa extensão de 14,3 quilômetros. O Secretário fez uma apresentação nesta Casa na última semana, mas no projeto apresentado não consta o detalhamento da quilometragem, o início e o fim da obra, o cronograma.

Dos 18,9 bilhões de empréstimos que a Assembleia Legislativa já autorizou nos últimos anos, temos algumas obras que deveriam ser executadas, mas não o foram até agora. Cito algumas:

Aquisição de materiais rodantes do sistema para a linha CPTM e do Metrô, no valor de 1,774 bilhões de reais.

O programa de saneamento ambiental nos mananciais do alto Tietê também não foi executado.

A expansão da linha 5 - Lilás do Metrô no trecho do Largo 13 até a Chácara Klabin. Inclusive esse é um dos trechos parados em virtude de problemas na licitação e na execução da obra.

O programa de despoluição do rio Tietê na etapa III.

O programa de recuperação ambiental da Região Metropolitana da Baixada Santista.

O programa de investimentos do Estado de São Paulo, que foi uma resolução do Banco Central.

O programa de saneamento ambiental da expansão da linha 2 - Verde do Metrô.

O maior problema não é se somos favoráveis ou contrários à autorização dos 2,7 bilhões. A Bancada do PT é favorável ao empréstimo. O problema é que não adianta aprovar o empréstimo. Como foi feito nos anos anteriores, quase 19 bilhões de empréstimos foram aprovados ao BNDES, ao Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, mas a execução da obra não acontece como deveria.

Encaminhamos várias emendas. Queremos que junto com o empréstimo haja um cronograma detalhado da obra ora apresentada. Queremos que haja um processo de fiscalização, de acompanhamento pelas comissões desta Casa. Não adianta aprovar o projeto no escuro, sem sabermos se será executado ou não. De 20 bilhões contraídos, 10 bilhões foram contratados e apenas cinco bilhões até agora foram executados de obras no Estado de São Paulo - no Metrô, na CPTM, no meio ambiente, nas estradas. Queremos o poder de fiscalizar, de acompanhar as obras. Por isso, apresentamos 15 emendas ao projeto. Queremos que essas emendas sejam avaliadas. Não somos contra o empréstimo, mas queremos o complemento efetivo. Temos empréstimos aprovados para a CPTM, o Metrô, para o DER, para melhorar as estradas, temos problemas nas vicinais, mas não foram concluídas. Há muitas estradas estaduais que não foram recapeadas.

Estamos debatendo o projeto da educação, vamos aprovar o projeto de 2,7 bilhões de empréstimo, mas queremos o reconhecimento da educação, dos trabalhadores da área da segurança. Criamos condições de melhorar a infraestrutura do Estado de São Paulo, mas o mais importante não é a infraestrutura, é o funcionalismo que cria a condição de termos um estado cada vez mais forte. Por isso, Sr. Presidente, o Partido dos Trabalhadores apresentou 15 emendas. Gostaríamos que fossem avaliadas. Não pode acontecer como os empréstimos anteriores. Aprovamos o empréstimo e depois não é executado.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esta Presidência adita à Ordem do Dia da Sessão Extraordinária o Projeto de lei Complementar n° 38, de 2011.

Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. José Bittencourt.

 

* * *

 

O SR. Marcos Martins - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público que nos acompanha nas galerias, os educadores em especial, boa noite. Mais um ano, mais uma rodada de agonia.

É comum em São Paulo não se registrar os recursos que vêm do Governo Federal para diversas obras, em especial de infraestrutura. Vou ler alguns investimentos do Governo Federal: Rodoanel, trecho sul: 1,2 bilhão de reais; Expresso Tiradentes: 72,8 milhões de reais; Ponte em Pauliceia, ligação entre São Paulo e Minas Gerais: 65,6 milhões de reais; empréstimo para o Metrô e CPTM: 7,7 bilhões de reais; recuperação de estradas vicinais: 660 milhões de reais; recuperação de rodovias: 722 milhões de reais; Hidrovia Tietê-Paraná: 650 milhões de reais; Ponte Castilho, ligação entre São Paulo e Minas Gerais: 113 milhões de reais; recuperação de ponte em Presidente Epitácio: 24 milhões de reais; Linha 17-Ouro do Metrô: 1 bilhão de empréstimo da Caixa Econômica Federal.

Isso é para que se tenha uma noção de que o Governo Federal, de forma republicana, tem ajudado todos os estados, inclusive o Estado de São Paulo, que poderia estar fazendo muito mais. O metrô de São Paulo tem 67 quilômetros de linhas; o do México tem 200 quilômetros. E as obras começaram na mesma época. A população anda no metrô como se fosse sardinha enlatada. Recentemente, uma reportagem mostrou que o metrô de São Paulo, da região da Paulista, está pior que a CPTM: seis pessoas por metro quadrado. Imaginem a situação! Se não bastasse isso, os congestionamentos.

Neste momento, discute-se mais um empréstimo para que o Governo realize obras de interesse da população, que estão atrasadas há muitos anos. Assim como a recuperação dos salários dos servidores, que também está atrasada há muitos anos. Estão querendo acabar com o Secretário de Escola. Vão sucateando o Ensino, a Segurança Pública, a Saúde. Agora, na área da Saúde, existe a venda de 25% de leitos do Estado para a iniciativa privada, convênios e particulares. Imaginem o tanto que já é precário, ainda mais isso. O Hospital do Servidor que diga das condições que existem para se conseguir consulta, internação, enfim. É um quadro lamentável.

Surge uma oportunidade de minimamente recuperar o que não fez na gestão anterior o Governador Geraldo Alckmin. Parece que não querem abrir o que vem enlatado. Não querem que se abra. Por isso, nós, da Bancada do PT, junto com os demais partidos de oposição, estamos nesse embate porque é direito do funcionalismo, em especial das entidades aqui representadas, ter o reconhecimento do seu trabalho, do seu papel, das suas horas de dedicação.

Hoje, o Deputado brincava falando das horas de trabalho de um policial e de um professor. Ambos necessitam ter reconhecimento. Os PMS têm muitas horas de trabalho e têm até uma famigerada Operação Delegada, que é a legalização do trabalho que era clandestino. Isso significa que todas as categorias do Estado são tratadas com desprezo pelo Governo do Estado. É preciso resgatar a dignidade daqueles que trabalham e melhorar o nível de avaliação nacional. São Paulo perde para estados pobres do Nordeste, como o Piauí, que tem poucos recursos, mas onde tiveram o cuidado de fazer o reconhecimento, a participação na Educação.

Estamos aqui, mais uma vez, discutindo a que os professores têm direito, a que os servidores têm direito e agora mais um empréstimo para o Governo do Estado para a realização de obras.

Vocês perceberam, pelos dados que acabamos de ler, que o Governo Federal tem mandado recursos para o nosso Estado e nem sempre isso é mencionado, nem sempre isso é reconhecido. Muitas vezes, não tem placa em obras e investimentos do Governo Federal no Estado de São Paulo. É como se fosse tudo do Governo do Estado.

É importante que a população, os professores, os educadores, os que nos acompanham pela TV, os formadores de opinião repitam isso pelos quatro cantos. O Governo Federal tem ajudado. Se o Estado de São Paulo não tem feito mais, não é por falta de apoio do Governo Federal. Os problemas são outros: falta de vontade política, em especial para o reconhecimento do trabalho honrado dos professores, dos educadores, dos policiais, dos servidores da Saúde, que não aguentam mais ver tanta roubalheira por aí. O Complexo de Sorocaba que o diga, mas não para só lá. E os funcionários ganhando uma migalha.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

* * *

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Obrigado, Deputado Marcos Martins. Gostaria de acrescentar na sua brilhante explanação que é normal que um governo faça empréstimos para obras - e todos queremos obras, porque precisamos melhorar o sistema viário e uma série de questões no nosso Estado.

O que gostaria de deixar registrado no seu discurso é que queremos fiscalizar muito bem essas obras. Uma coisa é fazer uma obra que sirva para todos, das quais todos possam participar. Outra coisa é fazer obra para alguns, das quais alguns participam e outros ficam de fora. Vou dar um exemplo. Tivemos a notícia de que o Rodoanel, trecho norte, foi aprovado pelo Consema. É bom o Rodoanel? É óbvio que sim. É bom melhorar o sistema de trânsito? É óbvio que sim. É bom melhorar o sistema viário? É óbvio que sim. Mas não pode uma obra ser feita à custa de derrubada de casas, de sacrificar famílias, de arrebentar com laços familiares, com pessoas que são desalojadas e depois ficam sem saber onde vão morar. Às vezes o Governo quer fazer as obras e parece se importar apenas com uma determinada classe para cima. E que, de uma determinada classe para baixo não importa, tem de ser extirpado da cidade e mandado para longe.

É evidente que queremos que o Estado faça obras, que se desenvolva com obras modernas e futurísticas. Mas que fique muito claro que queremos o Estado para todos, e obras com o acesso de todas as pessoas. E dá para fazer isso? O Governo Federal está fazendo obras para ampliar os aeroportos. Por quê? Porque graças à melhoria da qualidade de vida das pessoas, muitos que não tinham acesso à viagem aérea hoje têm. É isso que queremos: obras em que todas as pessoas possam participar e uma sociedade para todos. Queira Deus que com esse dinheiro que o Governo do Estado vai pegar, mude a lógica e construa um Estado de São Paulo para todos. É o que desejamos. Obrigado pelo aparte, nobre Deputado.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - Recebemos reclamações de que as estradas vicinais que ligam uma cidade à outra, muitas do interior, não foram recapeadas ou que não foram feitas. Vieram recursos do Governo Federal para que inclusive professores e servidores possam se locomover de uma cidade para outra, para o seu trabalho, e os agricultores possam escoar a sua produção.

Muitas estradas vicinais não foram recapeadas. Aliás, há tanto buraco que avião, quando passa em cima, pula. É um absurdo. Esse quadro precisa mudar. Mas os pedágios vêm rapidamente. Faz um trecho do Rodoanel e já transfere para a iniciativa privada para ser explorada. E muitas obras, antes da inauguração, já têm de ser reparados. O Rodoanel Leste, por exemplo, só vive em obras. O Rodoanel precisa ser construído com muita estrutura porque precisa aguentar 30, 40 anos. Mas após poucos anos vem uma obra, outra obra, e reparos. Certamente, esse serviço não foi feito com material de qualidade, ou com a quantidade de material necessário para o funcionamento. E muitas superfaturadas, o que a nossa bancada tem sempre denunciado.

Esse quadro precisa mudar. O Estado mais rico da Federação, São Paulo, tem muito recurso do Governo Federal - empréstimo, endividamento -, e o serviço precisa ser realizado. Os trabalhadores precisam ser reconhecidos. Fez-se muita propaganda na campanha sobre educação. E aqui estão os servidores da Educação novamente, a essa hora da noite, para que tenham reconhecimento da data-base, por exemplo. É um absurdo um estado como São Paulo não reconhecer a data-base, a data para conversar e negociar com os seus trabalhadores. E fizeram tanta propaganda. As Fatecs e as Etecs estiveram em greve recentemente e os professores fizeram tanta greve que até perderam a conta. Os funcionários de escola, inclusive os diretores de escola comem o pão que o diabo amassou.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, inscrevi-me para falar sobre o Projeto de lei 624, que autoriza o Poder Executivo a realizar operações de crédito do BNDES. Educadores presentes nas galerias, lamentavelmente a nossa discussão havia sido encerrada às 21 horas e 30 minutos, quando o Deputado Alencar foi o último orador. Depois de ter ouvido vários colegas que se manifestaram no debate do Projeto de lei Complementar 37, de reajuste ao Magistério e alteração de Carreira, quero dizer sobre a importância da luta dos professores nesse processo de valorização da Educação.

Gostaria de lembrar uma frase do nosso grande educador, o filósofo da Educação que é o saudoso Paulo Freire, que faleceu no dia 2 de maio de 1997 de infarto, aos 75 anos. Ele deixou muitos exemplos para os nossos educadores, do Brasil e do mundo. Ele dizia as verdades da profissão do professor: “Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.”

Fiz questão de pegar um dos pensamentos deste grande mestre educador para dizer que a nossa bancada, quando se manifesta neste processo já tarde da noite, justificando e argumentando as reivindicações dos educadores, deseja elevar ainda esse debate para garantirmos as conquistas dos professores do Estado de São Paulo. Por mais que muitos aqui tenham seguido o caminho suave, aquela antiga cartilha, nós queremos uma cartilha de formação, reconhecimento, valorização dos nossos professores que têm a missão nobre de educar os nossos filhos no Estado de São Paulo.

Quero, aqui, prestar as nossas homenagens. Espero, sinceramente, que até o final deste debate possamos ter por parte do Governo do Estado de São Paulo uma proposta que minimamente possa garantir os direitos e a reposição salarial dos professores que vêm vencendo esse processo tão negativo quando se discute a Educação no Estado de São Paulo.

Nós ouvimos aqui vários colegas Deputados. A Deputada, Professora Telma de Souza, quando temos debates sobre campanhas eleitorais o tema educação aparece como uma política prioritária de qualquer plano de governo.

Lamentavelmente, temos o Governo do PSDB há 16 anos que não tem valorizado e reconhecido o potencial extraordinário dos educadores do Estado de São Paulo.

Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero, aqui, fazer debate com relação a este PL 624/11, que autoriza o Poder Executivo a realizar operações de crédito com o Banco Nacional Econômico e Social - BNDES -, com a Caixa Econômica Federal, com as instituições financeiras internacionais, organismos multilaterais e bilaterais de crédito, agências de fomento, bancos privados e internacionais e dá outras providências.

Nunca, nesta Assembleia Legislativa, a Bancada do PT, como bem falou o Deputado Luiz Cláudio Marcolino, deixou de discutir e aprovar os projetos de autorização de empréstimos internacionais. A nossa bancada sempre procurou se pautar pelo debate. A nossa bancada vem a esta tribuna e apresenta vários conceitos porque queremos maior transparência na questão das autorizações de empréstimos.

Eu quero, aqui, recorrer a um projeto de lei da nossa colega, Deputada Maria Lúcia Prandi, o PL 624/11, que foi apreciada aqui, uma vez que cumpre os requisitos da Lei 97 e 90, de 26 de setembro de 97, lei que estabelece condições para apreciação do Poder Legislativo dos pedidos de empréstimos externos, a qualquer título efetuado pelo Poder Executivo. Não basta apenas a Assembleia Legislativa autorizar os empréstimos ao Governo do Estado. É importante que o Governo do Estado estabeleça o processo de gestão, dizer quando as obras serão executadas para que este Parlamento possa acompanhar a sua execução.

Eu digo isso porque o Ex-Governador José Serra prometeu que até o começo de 2010, ano passado, teríamos o Expresso ABC para atender a Linha 10, Turquesa, que sai da Estação da Luz até a Estação do Rio Grande da Serra. É uma promessa não cumprida. Agora, novamente, o Governador Geraldo Alckmin se compromete a entregar o Expresso ABC em 2015. É mais uma promessa não cumprida pelo governador. Eu tenho muitas dúvidas se ele irá cumprir a entrega do Expresso ABC em 2015. Essa linha é importante porque atende quase 300 mil usuários da Região do ABC, especialmente os Municípios do Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires, Mauá, Santo André e São Caetano do Sul.

Eu estive reunido, na segunda-feira, com o Presidente Mário Bandeira, da CPTM. Ele disse sobre os 42 projetos executivos e agora, no segundo semestre, vai ocorrer todo o processo de licitação para as reformas dos principais corredores das estações que atendem a CPTM.

Nós estaremos cobrando esse processo de execução das obras de trem, que atende especialmente a Linha 10, Turquesa, e que atenderão mais de 300 mil usuários.

Não podemos aqui simplesmente dizer que é importante, sim, os investimentos de obras para o metrô e para a CPTM em função da Copa de 2014 é fundamental, também, que o Governo do Estado de São Paulo, do PSDB, se organize porque há muito tempo deixou de investir nos transportes metropolitanos deste Estado.

Hoje temos o metrô que não chega a ter 80 km para atender o maior Estado da Federação, porque, lamentavelmente, não teve planejamento para investir nos transportes metropolitanos do Estado. É por isso que a Bancada do PT apresenta um conjunto de emendas para aperfeiçoar o projeto ora apresentado pelo Poder Executivo.

É importante salientar também que o Governo do Presidente Lula autorizou, juntamente com a nossa Presidente Dilma Rousseff, várias linhas de financiamentos e autorização de crédito para o Governo do Estado de São Paulo. O Governo Federal tem estabelecido, sim, uma política republicana de reconhecer os investimentos para transportes metropolitanos, para o Rodoanel no Estado de São Paulo. Mais de 1.2 bi de recursos já foram apresentados para a conclusão das obras do traçado Sul do Rodoanel.

O Governo Federal não tem virado as costas para o Estado de São Paulo. Portanto, queremos que o Governo do Estado estabeleça um processo de transparência para que o cidadão possa acompanhar o investimento nos empréstimos para o Estado de São Paulo. É fundamental a transparência para apresentar aos usuários do Estado de São Paulo um transporte digno, de qualidade, onde possamos fortalecer o transporte de massa para o povo do Estado de São Paulo.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Nobre Deputado Donisete Braga, quero parabenizá-lo pelo seu discurso feito com muita profundidade, com muito conteúdo, com dados concretos. Justamente, esses dados que V. Exa. levantou aqui nas discussões, no plenário, desse projeto de lei de empréstimo, fizemos a pergunta ao Secretário da Fazenda Sr. Andrea Calabi, na última quarta-feira.

É impressionante que de 2007 até este projeto, que estamos discutindo hoje de 2.700 bi, chega num total de 22 bilhões de reais. Onde está sendo colocado esse dinheiro? Não tem uma planilha, não tem uma prestação de contas para a Assembleia Legislativa sobre como está, o que está em andamento, o que já foi concretizado, se já tem projeto, se já está viabilizado. São esses dados que não temos.

O que vemos é o seguinte: o Governador Geraldo Alckmin vai fazer um evento no ABC e fala que o metrô vai chegar até São Bernardo do Campo. Vai fazer um evento na Região de Guarulhos e fala que o metrô e o trem vão chegar até Guarulhos. Vai fazer outro evento na região de Taboão da Serra ou Osasco, fala que o metrô e a extensão da CPTM vão chegar até lá. Em cada lugar que ele vai, promete a chegada do metrô ou do trem da CPTM ou até mesmo a duplicação das rodovias, como é e o caso da Rodovia dos Tamoios, que V. Exa. aqui, pelo menos por quatro mandatos, já aprovou aqui dois ou três projetos que destinavam dinheiro para a Rodovia dos Tamoios.

Tudo é muito lento. Nesse Governo dos tucanos falta agilidade, celeridade naquilo que é de mais importante aqui, no Estado de São Paulo, que é a mobilidade, o investimento em infraestrutura que faz com que este Estado se prepare para o crescimento.

Deputado Donisete Braga, parabéns pelo seu discurso. O que V. Exa. tem colocado cobramos do Secretário da Fazenda Andrea Calabi na última quarta-feira. Parabéns pelo discurso.

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Deputado Donisete Braga, V. Exa. falou muito bem da relação que o Governo Federal tem com o Governo do Estado de São Paulo, qual seja, uma clara relação republicana.

Eu fui prefeito de Jacareí por dois mandatos e quero registrar que esta mesma relação que o Governo Federal tem com os estados, independente de partido, não é a relação que o Governo do Estado de São Paulo tem com os municípios. (Manifestação das galerias.) A relação com os municípios é diferente.

Que o Governo do Estado, que se beneficia dessa relação republicana do Governo Federal, também trate os municípios de maneira republicana de tal modo que os recursos do Governo do Estado possam chegar a todos que necessitam, independente da colocação partidária, independente de qualquer tipo de apoio político porque o que o Governo Federal faz não é seguido pelo Governo do Estado.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Agradeço os apartes e para concluir a minha fala quero fazer o relato das últimas autorizações dos Governos Lula e Dilma.

O Governo Estadual já obteve do Tesouro Nacional autorização para contratar novas operações de crédito que ultrapassam a soma de 16.23 bilhões, considerando a cotação das moedas no dia 17 de junho de 2011, isso para reafirmar o compromisso republicano do Governo Federal com o Governo de São Paulo porque reconhece a importãncia dos investimentos na questão do transporte metropolitano.

Este o registro das autorizações do Governo Federal na pessoa do ex-Presidente Lula e também da nossa Presidente Dilma, que tem manifestado todo interesse nos investimentos em programas do Governo Federal com o Governo do Estado de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. Ausente S. Exa., tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva.

 

O SR. EDINHO SILVA - PT – Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, sem dúvida estamos fazendo um debate fundamental para o Estado de São Paulo hoje.

Primeiro debatemos os projetos referentes ao reajuste dos educadores, que significa estabelecernos o mínimo de valorização dos profissionais que efetivamente vão construir o futuro deste Estado. Uma categoria que foi massacrada, que foi humilhada e que mesmo assim não abriu mão da vocação de serem formadores de consciências, formadores de crianças, adolescentes e jovens que hoje ajudam a construir o Estado de São Paulo.

Nós estamos também debatendo hoje projetos fundamentais que mostram o compromisso do Governo da Presidenta Dilma com o povo paulista.

Quando falamos de investimentos na área de infraestrutrura para o Estado de São Paulo, investimentos na área de transportes; quando falamos de investimentos do BNDES, da Caixa Econômica Federal; quando falamos de investimentos internacionais que são lastreados e garantidos pelo Governo brasileiro, quando falamos de linhas de crédito subsidiadas, estamos falando dos compromissos do Governo da Presidenta Dilma, os mesmos compromissos construídos pelo Governo do Presidente Lula com o Estado de São Paulo.

Nós podemos recuperar o que fez o Governo Lula quando assumiu o compromisso com a construção do rodoanel; quando investiu na construção e expansão de linhas do metrô; quando investiu em projetos de sustentabilidade nas Represas Billings e Guarapiranga propiciando a melhoria da qualidade de vida do povo paulista; quando investiu na construção de 184 mil unidades do Programa Minha Casa,Minha Vida. Essa foi a demonstração do compromisso do então Governo do Presidente Lula com o povo paulista.

E agora estamos falando de investimentos do Governo da Presidenta Dilma de 922 milhões de reais no prolongamento da Linha 2, Linha Verde, do sistema monotrilho, trecho da Vila Prudente até o hospital da Cidade Tiradentes. Isso não é discurso. Isso é o Governo Federal liderado pela Presidenta Dilma garantindo linha de crédito para que a população de São Paulo melhore a sua qualidade de vida.

Nós estamos falando em 445 milhões de reais na Linha 18, Tamanduateí a São Bernardo do Campo. Isso não é discurso. Isso é linha de crédito. Isso é compromisso do Governo da Presidenta Dilma com o povo de São Paulo. Isso é fato!

Nós estamos falando de 550 milhões de reais e de 691 milhões de reais na modernização das estações da Linha 8, Diamante, da CPTM.

Nós estamos falando de garantias do Governo Federal com operação de 714 milhões de dólares com organismos internacionais.

 

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- Assume a Presidência o Sr. José Bittencourt.

 

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Quero dizer aos deputados desta Casa que a posição da Bancada do Partido dos Trabalhadores é favorável a todas estas operações. Somos favoráveis a que se invista efetivamente na construção da sustentabilidade, na melhoria do sistema de transporte público. Mas também queremos que em cada projeto desses haja diálogo com a comunidade. Queremos que a população envolvida nessas obras, não só em relação ao impacto, mas a população beneficiada, participe de amplo processo de diálogo para que também possam opinar e participar da construção desses projetos. Queremos, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, que aconteça um processo em que tenhamos condições de evitar o impacto sobre comunidades inteiras e que elas não sejam pegas de surpresa, como aconteceu no Rodoanel. Agora estão tentando evitar que aconteça a imposição de um projeto no trecho que vai impactar comunidades inteiras até que o Rodoanel chegue à cidade de Guarulhos, onde também haverá impacto não só ambiental, mas também sobre as comunidades.

É preciso, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, que o Estado de São Paulo enfrente a questão de trânsito e de transporte, principalmente na região metropolitana. E somos favoráveis, a nossa bancada tem o compromisso de ajudar não só na aprovação, mas na mobilização para o diálogo, na organização das comunidades. Esse é o nosso compromisso. Junto com a questão das enchentes, que é um drama vivenciado pelas comunidades das regiões metropolitanas, principalmente a de São Paulo, a questão de trânsito e transportes é outro problema de infraestrutura gravíssimo. E a nossa bancada tem compromisso.

Votaremos a favor desses projetos, dessas operações de crédito. Assumimos o compromisso de colaborar não solução desses problemas. Mas, é evidente, queremos que esses projetos sejam desenvolvidos com muito diálogo, com espírito democrático, e que as comunidades atingidas possam participar da sua construção. Esse é o compromisso do PT. E, como já disse, não é compromisso de discurso, não é um compromisso pautado por uma carta de intenções. O governo da presidente Dilma mostra isso com ações concretas ou mediante linhas de crédito, ou mediante o aval que o governo dela dá às operações internacionais. São mais de 4 bilhões e meio de reais a serem investidos em infraestrutura, recursos que efetivamente vão responder aos problemas de trânsito e de transporte publico na região metropolitana de São Paulo. Recursos investidos na busca da sustentabilidade é um compromisso concreto do governo da presidente Dilma com o povo paulista.

Às vezes por interesses partidários, por disputa pequena e porque interesses comunitários não estão no primeiro plano, porque interesses da sociedade não estão no primeiro plano, em campanha eleitoral, em programas de partido muitos dizem que o PT, que o governo do presidente Lula não investiu e que o governo da Presidente Dilma não investe em São Paulo.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

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Os servidores públicos que estão aqui, a população que nos acompanha em Casa, hoje tem uma mostra concreta. Como teve na linha de crédito para o Metrô, como teve no Rodoanel, como teve em programas habitacionais, programas de infraestrutura em favelas, programas como o “Minha Casa, Minha Vida.” Hoje estamos tendo outra demonstração. Linhas subsidiadas; linhas de crédito facilitadas por um governo comprometido com o povo paulista; linhas de credito que mostram que efetivamente no governo da Presidente Dilma o maior investimento que passa pelo BNDES passa pelos bancos públicos e tem aval do governo federal, porque operação de crédito internacional tem que ter aval do governo federal, porque, se o Estado de São Paulo não pagar, quem vai pagar é o governo federal. A maior operação acontece para o Estado de São Paulo. A maior operação de financiamento do governo Dilma acontece para o Estado de São Paulo, para resolver problemas históricos.

Portanto, Sr. Presidente, encerro minha fala dizendo que - e com respeito a todos os partidos desta Casa, porque uma nação e um país não se fazem com apenas uma força política, mas se faz com ideias majoritárias, pela capacidade de construção da hegemonia. Portanto, não se dá apenas por um partido, mas por aquelas forças políticas que acreditam na construção de um projeto de nação - tenho muito orgulho de hoje o governo liderado pela primeira mulher a presidir esta nação mostrar seu compromisso com o Estado de São Paulo, o seu compromisso com a solução de problemas históricos do nosso estado. Muito obrigado, Sr. Presidente e Srs. Deputados, senhoras e senhores.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza.

 

A SRA TELMA DE SOUZA - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, pessoas que nos acompanham pela TV Alesp, pessoas que nos acompanham até esta hora no plenário desta Casa, queria dizer que muitos dos meus colegas, companheiros, deputados de outros partidos formalmente ou informalmente nesta tribuna já discutiram sobre o Projeto de lei 624 de 2011 de autoria do governador do estado, do Poder Executivo.

Queria chamar atenção para a profunda ironia de vermos mais uma vez a postura republicana do governo federal ser colocada para o conjunto das forças políticas do estado de São Paulo, para o povo e para o governo do estado de São Paulo. Evidentemente que a bancada agirá da maneira mais correta possível, pois sabemos o que significa esse montante de dinheiro para a execução de obras que são sempre necessárias. Mas, ao mesmo tempo, quero chamar a atenção dos senhores deputados de que não poderemos, em hipótese alguma, permitir um tipo de empréstimo dessa envergadura se não tivemos a contrapartida do controle de fiscalização de peças que possam determinar os detalhes e, principalmente, da ação especial desta Casa para acompanhar os projetos, principalmente por meio da Comissão de Finanças e Orçamento.

Nesse sentido, nós do PT oferecemos 15 emendas que deverão ser submetidas a esse Plenário de maneira a aperfeiçoar a garantia, a fiscalização e o acompanhamento detalhado dessas obras. Que obras são essas basicamente?

Alguns companheiros partidários já declinaram, mas é sempre bom lembrar: o prolongamento da Linha 2 Verde, do sistema monotrilho do trecho de Vila Prudente até o Hospital Cidade Tiradentes, no valor de 922 milhões de reais - obra a ser executada pela CPTM/Metrô; Linha 1, do Tamanduateí - São Bernardo do Campo, bairro do Alvarenga, até o valor de 445 milhões de reais, também a ser executada pela CPTM/Metrô; modernização das estações da Linha 8-Diamante, da CPTM, até o valor de 550 milhões de reais; programa de transporte, logística e meio ambiente, até o valor equivalente de 500 milhões de dólares norte-americanos, portanto, essa envergadura chega a mais ou menos de 650 milhões de reais, a ser executada pelo Departamento de Estradas de rodagem - DER.

Se fizermos um levantamento dessas situações veremos que os empréstimos estarão na seguinte proporção. O total a ser financiado é da ordem dois bilhões, 715 milhões, 950 mil reais. O valor total dos programas é de 10 bilhões, 491 milhões, 434 mil e 600 reais. E o valor total dos investimentos do governo do estado de São Paulo é de 7 bilhões, 775 milhões, 484 mil, 600 reais.

Esses números têm uma grandeza bastante alta e será interessante falar sobre percentuais para entenderemos melhor essas transações e esses pedidos.

Os programas terão 74% de financiamento pelo governo estadual e 26% pelo governo federal, ou seja, ¼ desses programas pedem a liberação do BNDES, da Caixa Econômica Federal e de organismos internacionais para poderem ser realizados.

O sistema monotrilho da Vila Prudente apresenta 20% pelo governo federal e 80% pelo governo estadual. A Linha 18 do Metrô, 10% do governo federal e 89% pelo governo estadual. A modernização da Linha 8-Diamante, da CPTM, tem 80% pelo governo federal e 20% pelo governo estadual. Finalmente, transporte, logística e meio ambiente, 70% pelo governo federal e 30% pelo governo estadual.

O que quero dizer com esses números? Quero dizer que quando passamos pelo Rodoanel - e venho da Baixada Santista - quando estava em Borás o trecho que sai da Imigrantes, a placa anunciava a cobertura financeira do governo federal; era irrisória, pequena e quase desapercebida. Isso significa, no meu entender, uma ausência de postura, de integração e de parceria que deve existir entre o governo federal e os estaduais nos vários estados do Brasil.

Quando nos colocamos para fazer a possibilidade desses empréstimos se tornarem realidade, temos antes de mais nada que ter a contrapartida da fiscalização e do acompanhamento das obras para que não tenhamos efetivamente algum tipo de problema, ou de má qualificação dessas obras, como já aconteceu em trechos do metro que afundaram. Ou essa mesquinha situação em que parece que um governo faz mais do que o outro quando o nível federal, em conjunto com níveis dos vários estados, apresenta outra posição.

O PT sabe que existe luta política em todas as situações. Mas, quando se trata de fazer uma situação para que a população tenha melhor qualidade de vida, com certeza a melhor relação é do compartilhamento das responsabilidades e, mais do que isso, da possibilidade de termos uma transparência e adequar para cada órgão financiador a verdade e a declinação de seu nome.

É impossível, em estados que sejam maduros - digo estado enquanto organização social - que esse tipo de disputa acabe ocorrendo. Isso confunde a população. Isso traz um dividendo negativo para todos nós, isso não contribui em nada para a democracia.

Por isso, Sr. Presidente, caminhamos para que a aprovação desses projeto que têm vários empréstimos seja garantida. Mas temos que ter a contrapartida das diversas emendas do PT para que possamos ter a segurança de que dinheiro internacional e dinheiro público do BNDES e dinheiro da Caixa Econômica possam ser efetivamente realizados.

Durante o governo Lula fizemos uma série de transações, inclusive repassando por essas transações financeiras, um montante bastante alto, que foi o caso da compra da Nossa Caixa, que era o único banco de fomento que esse estado tinha, que foi vendido, e ainda bem que o governo federal o comprou porque pudemos ampliar a ação do Banco do Brasil e, lamentavelmente, perceber que o estado de São Paulo perdeu seu único banco de desenvolvimento e de fomento, que era a Nossa Caixa.

Hoje temos a obrigação de dizer “sim” a esses empréstimos, mas desde que eles tenham a garantia de serem devidamente detalhados e explicitados e, mais do que isso, sem a mesquinharia de se dizer que uma força política, como disse o presidente do meu partido, deputado Edinho Silva, seja a única a contribuir com o montante para determinada obra.

Penso que a expansão do Metrô é mais do que necessária. Populações inteiras, e principalmente as que moram mais distantes, precisam dessa ampliação. E vamos lá. Dados mostram que o crescimento das linhas de Metrô de São Paulo é o menor do mundo. Isso significa mobilidade urbana, isso significa conforto para aqueles que usam transporte público, que com certeza são a grande maioria da população desse estado, particularmente da capital.

Citaria outros empréstimos que foram devidamente colocados já no Governo Lula e que precisam ser registrados nos microfones desta Casa.

Eu diria, por exemplo, que nós não só permitimos, como garantimos empréstimos para o empreendimento da Linha 4 Amarela do Metrô, material rodante, sistema para linhas da CPTM e Metrô, estudos e projetos de desapropriações, implantação da segunda fase da Linha 5 Lilás do Metrô na Chácara Klabin, pavimentação e recuperação de estradas vicinais, desenvolvimento rural sustentável, Micro-bacias 2, o Programa Estadual de Apoio e Recuperação das Águas (Reágua), o Programa de Saneamento Ambiental dos Mananciais do Alto Tietê, Programa de Mananciais, a expansão da Linha 2 Verde do Metrô, a Nota Fiscal Eletrônica, o Sistema Público de Escrituração Digital e os presídios.

Vou fazer um parêntese aqui: pedimos ao líder do governo, Deputado Samuel Moreira, para que rediscuta a questão do presídio na cidade de Registro, que ele seja numa locação que não seja em frente a um complexo educacional e principalmente respeitando ainda os parcos recursos de resistência que o Vale do Ribeira, particularmente Registro tem. O Deputado Samuel Moreira sabe que os presídios são necessários, mas é preciso toda uma delicadeza de tratativa para que eles não acabem sendo uma espécie de criminalização da cidade que os tem. Mas mesmo assim o governo federal ampliou esse empréstimo e assim o fez ainda no Governo Lula. Eu diria que temos mais outras questões que passam pelas perdas de água, eficiência energética, o Teatro de Dança de São Paulo, o programa de investimentos do estado de São Paulo, o Programa Metropolitano de Macro-Drenagem e finalmente, novamente outra resolução de investimento no Estado de São Paulo.

Sr. Presidente, dinheiro público é coisa praticamente sagrada e não podemos autorizar esses empréstimos sem termos uma contrapartida. Reivindico dos nobres pares que aqui estão que as 15 emendas que o Partido dos Trabalhadores protocolou para aperfeiçoar o controle, e principalmente a execução dessas obras solicitadas pelo governo do estado, sejam acatadas. Quando fazemos isso, lembramo-nos do Deputado Barros Munhoz que, como eu, foi prefeito de uma cidade na época em que tínhamos empréstimo ARO - V. Exa. lembra? -, Antecipação da Receita Orçamentária. Era uma contrapartida com o ICMS do estado e depois havia postulação postergada para que o dinheiro antecipado viesse no lugar.

Muito bem: o empréstimo ARO não acontece mais, mas para termos outros tipos de empréstimos, insisto, precisamos ter a contrapartida da regulação de emendas para que o dinheiro público seja devidamente fiscalizado, bem usado, de maneira integrada, de maneira solidária entre os diversos governos, particularmente o governo federal e o governo do estado. É isso que se quer, é isso que se espera, e espero que as emendas do Partido dos Trabalhadores sejam acatadas em sua totalidade para aperfeiçoar cada vez mais a relação entre o estado de São Paulo e o governo federal, mas mais do que isso, para que a segurança da população, que paga religiosamente os seus impostos, saiba que aquilo que paga está retornando para ela em termos de qualidade de vida. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira.

 

O SR. HAMILTON PEREIRA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, prezados professores, professoras que valentemente, galhardamente acompanham a sessão ordinária instalada às 14 horas e 30 minutos da tarde de hoje, e que depois foi prorrogada, para que tivéssemos, após a prorrogação, a convocação de duas sessões extraordinárias.

Isso é comum acontecer nesse período na Assembleia Legislativa e no período final do ano, nesse período quando temos que discutir e votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias e, no final do ano, quando temos que discutir e votar o Orçamento do ano subsequente. Ocorre que neste ano, como a data-base de 1º de março dos professores não foi respeitada, como de resto todas as categorias do funcionalismo público, Saúde, Segurança Pública, estamos aqui também com os Projetos de lei Complementar nºs 37 e 38 na pauta, antes mesmo da discussão da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Não bastasse isso, o Governo do Estado de São Paulo envia a esta Casa esse Projeto de lei nº 624, de 2011, que pretende obter da Assembleia Legislativa a licença para a contratação de empréstimos, empréstimos do BNDES, da Caixa Econômica Federal, de bancos internacionais, instituições financeiras de outros países dizendo, na justificativa a esse projeto, que necessita desses recursos para um conjunto de investimentos no Estado de São Paulo.

Quero iniciar esta minha abordagem deste projeto relembrando que, por ocasião da primeira eleição do Presidente Lula, o Presidente Lula, em alguns dos debates que antecederam a sua eleição à Presidência da República, em 2002, afirmou que o Brasil precisaria gerar pelo menos 10 milhões de empregos, para que o Brasil saísse daquela situação de estagnação econômica para outra condição em que o desenvolvimento se desse: pelo fato de as pessoas estarem ganhando salário com carteira assinada, transformando-se em cidadãos consumidores e criando assim um círculo virtuoso na economia. Mais pessoas empregadas, mais pessoas consumindo, o comércio vendendo, encomendando mais da indústria, a indústria tendo que produzir mais e, consequentemente, contratando mais mão de obra. Dessa maneira, a tese do Presidente Lula se revelou acertada.

Faço propositadamente essa referência ao Presidente Lula, para lembrar que durante o período todo do primeiro e do segundo Governo do Presidente Lula ele se mostrou como um Presidente efetivamente republicano, porque não é a primeira vez que chega a esta Casa um pedido por parte do Governador do Estado da obtenção de empréstimos de grande monta, empréstimo esse que vem fazendo acumular uma dívida do Estado de São Paulo para com os bancos internacionais, para com o BNDES, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Banco Japonês.

Recentemente, o Governador reeditou uma estratégia que ele já houvera adotado no início dos anos 2000, quando ele ia ao interior do Estado e prometia uma série de obras, uma série de investimentos em infraestrutura nos municípios, no interior do Estado, estradas, ampliação de estradas, duplicação, vicinais. De certa forma, os prefeitos, precisando desses recursos para o desenvolvimento das mais diversas regiões do interior do Estado, acabavam apoiando o Governador. E o Governo Federal, também cônscio de suas responsabilidades e que o desenvolvimento do País passa pela injeção de recursos nos estados, acabou por apoiar, e apoiando aí no Congresso Nacional, nas duas Câmaras, Câmara baixa, Câmara Federal, dos Deputados Federais, e o Senado da República, a chamada Câmara alta. Ambos referendaram os empréstimos que pretendiam os Governos do Estado: o Governador Covas, depois o Governo Geraldo Alckmin em sua primeira gestão frente ao Governo do Estado de São Paulo, depois o Governo Serra, e depois novamente o Governo Geraldo Alckmin.

Dessa maneira, como disse, o Governo Federal apoiou uma série de empréstimos que foram tomados pelo Governo do Estado. E realmente esses empréstimos serviram, num passado muito recente, para amplos investimentos aqui no Estado de São Paulo. Para lembrar, tivemos aqui investimentos no Metrô, nas diversas estações do metrô e na ampliação da rede de trens metropolitanos no Estado de São Paulo. Tivemos recursos também investidos no Rodoanel, recursos investidos em algumas obras no Rio Tietê, também no saneamento básico e sustentabilidade ambiental: represa Billings, Guarapiranga, enfim, o Estado pretendendo empréstimos para investir em infraestrutura, importante para alavancar o desenvolvimento do Estado de São Paulo, o mais rico do nosso sistema federativo.

O Estado previa uma arrecadação, em 2010, de 118 bilhões de reais e acabou por arrecadar 130 bilhões de reais. Tem sido pujante e dinâmica a arrecadação no Estado de São Paulo, tem crescido numa projeção geométrica, ano a ano, de tal sorte que neste ano a previsão de arrecadação, de 142 bilhões de reais, com certeza chegará a cerca de 160 bilhões de reais.

Em que pese essa imensa arrecadação, e essa imensa capacidade de aumento da receita, o Estado de São Paulo, governo após governo, vem cada vez mais se tornando devedor do funcionalismo público do Estado. Data-base em 1º de março, e não se abre nenhuma negociação, nem com a Apeoesp, nem com nenhuma das entidades representativas dos educadores do Estado de São Paulo, nem com o Sindsaúde.

Queremos chamar a atenção para o fato de que esse novo empréstimo pretendido pelo Governo do Estado de São Paulo, de 2,7 bilhões de reais, prevê uma série de investimentos que os Deputados que me antecederam nesta tribuna já elencaram: no metrô, no Rodoanel novamente, infraestrutura para o interior do Estado, e estamos aqui.

Na segunda extraordinária está pautado novamente o Projeto de lei Complementar nº 37, que trata do reajuste dos servidores da Educação, dos nossos professores. Muitos Deputados já me antecederam nesta tribuna tratando desse projeto. E nós queremos tratar desse projeto na segunda Sessão Extraordinária, e, portanto encerro esta abordagem inicial que faço nesse projeto 624/11, que trata do empréstimo pretendido pelo Governo do Estado de São Paulo, exatamente para que tenhamos tempo para encaminharmos agora para o segundo debate, que é novamente a retomada do PLC 37, que interessa aos professores que estão aqui desde a tarde, acompanhando os debates na Assembleia Legislativa.

 

O SR. ENIO TATTO - PT – PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, havendo uma disposição de se fazer um acordo, nesta reta final, hoje e amanhã, dos cinco projetos que se pretende votar neste 1º semestre, antes de pedir o levantamento desta sessão, gostaria de fazer um registro, creio, em nome de toda a Casa.

Quero parabenizar toda essa liderança, professores, diretores, que estão acompanhando desde ontem na audiência pública, e no dia de hoje, todo esse debate. Parabéns pela participação, pela presença, pela disposição (Manifestação nas galerias) de estar presente até este horário, praticamente chegando à meia-noite. Isso contribuiu muito, essa presença na audiência pública de ontem e dialogando o tempo todo com as lideranças partidárias da Casa, para o avanço e a perspectiva de fazermos um acordo, melhorando esses projetos, principalmente os dois da área do Magistério.

Parabéns a vocês que persistiram, estão presentes, participando desses debates, até este momento.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência se associa à manifestação de Vossa Excelência.

 

O SR. ROQUE BARBIERE - PTB - Sr. Presidente, consulto V. Exa., se o PDL da Comissão de Prerrogativas desta Casa está incluído na Ordem do Dia de amanhã.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Na Ordem do Dia de amanhã, não. Esse PDL estamos definindo colocar na extraordinária de amanhã, conforme entendimentos havidos.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, desconvoca a segunda Sessão Extraordinária convocada para 10 minutos após esta sessão e lembra V. Exas. da Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 23 horas e 37 minutos.

 

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