24 DE AGOSTO DE 2001

21ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO DA “CERIMÔNIA DA SEMANA DO SOLDADO”

 

Presidência: WALTER FELDMAN e ROSMARY CORRÊA

 

Secretária: ROSMARY CORRÊA

 

DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 24/08/2001 - Sessão 21ª S. SOLENE  Publ. DOE:

Presidente: WALTER FELDMAN/ROSMARY CORRÊA

 

COMEMORAÇÃO DA "CERIMÔNIA DA SEMANA DO SOLDADO"

001 - Presidente WALTER FELDMAN

Abre a sessão. Nomeia as autoridades. Anuncia que a sessão foi convocada pela Presidência da Casa por solicitação da Deputada Rosmary Corrêa, para comemorar a Semana do Soldado. Convida todos a ouvirem a execução do Hino Nacional Brasileiro.

 

002 - ROSMARY CORRÊA

Assume a Presidência.

 

003 - CONTE LOPES

Homenageia o Dia do Exército Brasileiro. Historia sua carreira militar.

 

004 - Presidente ROSMARY CORRÊA

Anuncia um número musical.

 

005 - MARCO ANTÔNIO TILSCHER SARAIVA

Como General-de-Divisão, cumprimenta a Presidente Rosmary Corrêa e as demais autoridades presentes. Em nome do Comandante Militar do Sudeste, General Francisco Roberto de Albuquerque, agradece à Presidente Rosmary Corrêa e ao Presidente Walter Feldman a homenagem da Casa ao Exército.

 

006 - Presidente ROSMARY CORRÊA

Agradece a todos que colaboraram para o êxito da solenidade. Encerra a sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - WALTER FELDMAN - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido a Sra. Deputada Rosmary Corrêa para, como 2ª Secretária “ad hoc”, proceder à leitura da Ata da sessão anterior.

 

A SRA. 2ª SECRETÁRIA - ROSMARY CORRÊA - PMDB - Procede à leitura da Ata da sessão anterior, que é considerada aprovada.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - WALTER FELDMAN - PSDB - Passaremos agora a nomear os componentes da Mesa: Exmo. Sr. Marco Antônio Tilscher Saraiva, Comandante da 2ª Divisão do Exército, representando o Exmo. General-de-Exército Francisco Roberto de Albuquerque, Comandante Militar do Sudeste; Exmo. General-de-Divisão, Aloísio dos Santos, Comandante da 2ª Região Militar; Sr. Capitão-de-Corveta, Mário Hamilton de Mello Cirando, representando o Exmo. Sr. Vice-Almirante Ronaldo Fiúza de Castro, Comandante do 8º Distrito Naval; Coronel Feminina PM Laudinéa Pessan de Oliveira.

Agradecemos também a presença do Exmo. Sr. Deputado Edson Aparecido, assim como as presenças dos Srs. Capitão Roberto Nunes, representando o Comandante Major Brigadeiro José Orlando Bellon, do 4º Conar; General-de-Divisão Luís Faro; Coronel Nevoral Bucherone, Chefe da Assessoria Militar da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

Srs. Deputados, senhores, esta sessão solene foi convocada atendendo à solicitação da nobre Deputada Rosmary Corrêa, para comemorar a Semana do Soldado.

Convido todos os presentes para, neste momento, em pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Banda do Exército Brasileiro.

 

* * *

 

- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - WALTER FELDMAN - PSDB - Agradecemos a execução do Hino Nacional Brasileiro pela Banda do Exército Brasileiro. Queremos agradecer particularmente ao Sargento Jorge, Maestro da Banda do Comando Militar Sudeste. Agradecemos também a iniciativa da nobre Deputada Rosmary Corrêa para a realização desta sessão solene.

Quero lembrar aos senhores que em nossa Assembléia, desde o inicio da nossa gestão, estamos realizando uma troca periódica da guarda, exatamente para podermos saudar a bandeira nacional e executar o Hino Nacional Brasileiro, convidando as Forças Armadas, com a participação do efetivo da Policia Militar do Estado na Assembléia Legislativa, de forma a podermos trazer as escolas públicas e as escolas privadas, para que a todo momento esses valores nacionais possam ser realçados e transmitidos para as outras gerações.

Estamos convencidos de que só as Forças Armadas garantem a estrutura do processo democrático, não por sua ação efetiva, mas por sua existência. Conhecemos o papel que o Exército Brasileiro já teve na História do Brasil, assim como a história que continuarão praticando, para que possamos garantir o desenvolvimento do progresso e a ordem com que tanto sonhamos.

Agradecemos a presença de todos. Cumprimentamos a nobre Deputada Rosmary Corrêa e queremos convidá-la para que, neste momento, assuma a Presidência da sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência a Sra. Rosmary Corrêa.

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - ROSMARY CORRÊA - PMDB - Em nome da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo gostaria de dar as boas-vindas a todos os que aqui estão nesse dia para nós tão importante quando, através desta sessão solene, homenageamos o Exército Brasileiro e comemoramos o Dia do Soldado.

Esta Assembléia sente-se engalanada com a presença dos senhores e com certeza, pelo menos naquilo que depender desta deputada, todos os anos esta Casa terá o prazer de recebê-los, para que possamos comemorar juntos um dia tão importante. Quero mais uma vez, agradecer e nomear a presença do Exmo. Sr. General-de-Divisão, Marco Antônio Tilscher Saraiva, Comandante da 2ª Divisão do Exército, que neste momento representa o Sr. General-de-Exército, Francisco Roberto de Albuquerque, Comandante Militar do Sudeste.

Esta Deputada esteve com o General Francisco Roberto de Albuquerque e combinamos que estaríamos aqui, mas sabemos que fatos, que não dependeram da vontade do General, não permitiram que pudesse estar aqui neste momento, para comemorarmos juntos. Gostaria de agradecer a presença do General-de-Divisão, Marco Antônio Savaiva; do General-de-Divisão Aluísio dos Santos, Comandante da 2ª Região Militar; do Capitão-de-Corveta, Mário Hamilton de Melo Cirando, representando o Exmo. Sr. Vice-Almirante, Ronaldo Fiúza de Castro, Comandante do 8º Distrito Naval; da Coronel PM Feminina, Laudinéa Pessan de Oliveira; do nobre Deputado Edson Aparecido; do Coronel Nevoral Bucherone, Chefe da Assessoria Militar dessa Assembléia Legislativa; e do General de Divisão Luís Faro. Também agradeço a presença do Capitão Roberto Nunes, representando o Major Brigadeiro José Orlando Bellon, do 4º Conar; do Coronel Wagner Ferrari, Comandante do Corpo de Bombeiros; do Coronel Ariomar Martins Gago, Assessor Parlamentar do Comando Militar do Sudeste; do Coronel José Roberto Penteado; do Tenente-Coronel Juliano Bruno de Almeida Cardoso; do Tenente-Coronel da Policia Militar, Rangeston Benedito Bizarra Dias; e do Tenente-Coronel Roberto de Andrade Ninô.

A todas as autoridades e a todos os presentes os nossos agradecimentos.

Preparei algumas palavras, e pela importância do dia faço questão de lê-las, para que não percamos, em nenhum momento, o sentido solene e o desejo de fazer esta homenagem ao Exército Brasileiro.

O Poder Legislativo de São Paulo, aqui representado por mim, tem a subida honra de prestar uma homenagem ao Exército Brasileiro, na figura de seu patrono, Duque de Caxias, Luiz Alves de Lima e Silva.

O Barão, Marquês e Duque de Caxias nasceu no Rio de Janeiro em 1803 e faleceu em 1880. Em 1818, aos quinze anos, matriculou-se na Real Academia Militar, e aos trinta e oito anos, ascendia ao generalato, recebendo o título de Barão de Caxias. Depois de haver superado a ‘Balaiada’ na província do Maranhão, um ano depois, alcançava o posto de Marechal-de-Campo.

Em meio século de intensas atividades, tornou-se o defensor maior da manutenção da unidade e da integridade territorial do Brasil . Por suas atitudes firmes e seus gestos generosos, despontou nos campos de batalha como líder e herói, e nos fóruns políticos como parlamentar e estadista, de grande sensibilidade aos anseios do povo. O Exército a que serviu, com dedicação, liderança e espírito de sacrifício, deve sua formação, a partir da memorável Epopéia de Guararapes, 1648, onde não havia apenas homens reunidos em torno de um simples ideal de libertação, mas as bases do Exército nacional de uma pátria que se confirmaria a 7 de setembro de 1822. Após a Independência a atuação do Exército, internamente, foi decisiva para derrotar todas as tentativas de fragmentação territorial e social do país. A manutenção da unidade nacional, legada por nossos antepassados, é decorrente das suas ações, em particular da atuação de Duque de Caxias. Já no âmbito internacional, participou vitoriosamente, sob o comando de Caxias, da Guerra da Tríplice Aliança.

Em decorrência da sintonia permanente que o Exército sempre teve com a sociedade brasileira, seu papel foi decisivo na proclamação e consolidação da República. A Segunda Guerra Mundial trouxe modificações significativas na evolução do Exército, e dela participamos, com o envio de uma força expedicionária, que se cobriu de glórias em Monte Castelo e outras. A partir dos anos 60, o Exército passou por importantes transformações, acompanhando o acelerado desenvolvimento econômico e industrial do país.

O Exército de hoje está equipado para cumprir as mais variadas missões, dispondo de armamento moderno, blindados, helicópteros e tropas especializadas em guerra na selva, operações aeromóveis, pára-quedismo, operações no Pantanal, em montanhas e na caatinga. Permanentemente ajustado à realidade nacional, encontra-se presente em todos os rincões desse imenso território e nos diversos setores de atuação, nas longínquas fronteiras e nos grandes centros, provendo a segurança; na pesquisa de tecnologia, agregando nossos conhecimentos à cultura nacional, na Engenharia de Construção auxiliando a defesa civil, e em inúmeras outras atividades, participando da busca do desenvolvimento social e econômico do país. Até mesmo em terras estrangeiras, assoladas por divergências internas, está o Exército, envidando o melhor de seus esforços na consolidação da paz. Conduzindo-se assim, o Exército honra, no presente, os exemplos legados por Caxias, seu patrono; cultiva suas mais caras tradições e cumpre, diuturnamente, seu sagrado dever de preservar a soberania e a integridade do Brasil.

Este é o Exército brasileiro, composto por homens e mulheres, brasileiros de todos os cantos da país, representantes genuínos de nossa gente. Sua principal virtude é não se tornar uma casta divorciada dos objetivos na nação, mas comungar dos mesmos ideais. O Exército do presente é o mesmo povo em armas do passado, o braço forte que garante a soberania, a mão amiga que ampara nos momentos difíceis.

Parabéns a todos. (Palmas.)

Esta Presidência anuncia a presença do nobre Deputado Conte Lopes e coloca a tribuna à disposição de S. Exa.

 

O SR. CONTE LOPES - PPB - Sra. Presidente, nobre Deputada Rosmary Corrêa, Srs. Comandantes, companheiros que aqui estão, para nós é uma satisfação estar aqui, comemorando o Dia do Exército Brasileiro.

Iniciei minha carreira na Aeronáutica, em 1964 ou 65, depois fui para a Policia Militar, onde iniciei uma carreira como soldado, sendo depois promovido a cabo. Fui para Academia do Barro Branco, de onde saí aspirante. Fui para a ‘Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar’, onde tive todas as honrarias da Policia Militar no combate à criminalidade. Tive ali, também, duas promoções, por bravura. Creio ser o único policial no Brasil com duas promoções por bravura. E mesmo depois de eleito deputado nesta Casa, cheguei a participar de várias ocorrência policiais, como o salvamento de uma menina, em Moji das Cruzes, Tábata, um bebê de 65 dias. Para salvá-la tive de atingir dois seqüestradores, estudantes de Engenharia do ITA. Os dois morreram, mas antes esfaquearam a criança por duas vezes - um bebê de 65 dias -, no intestino e no pulmão. E como eu, a nobre Deputada Rosmary Corrêa, também policial e lutadora no combate à criminalidade, vive em constante luta por este ideal.

É um prazer tê-los aqui. Acompanho notícias pelos jornais, na área política, e verifico que pessoas falam: “Vamos pôr o Exército na rua para combater a criminalidade”, como se se pondo o Exército se tirasse a Polícia. Não, eu acho que todos temos que combater a criminalidade, principalmente os políticos, que têm de dar condições ao Exército - como têm de dar condições às policias civil e militar - para combater a criminalidade. Infelizmente, no entanto, temos alguns políticos que enxergam o soldado da Polícia Militar como se fosse o General Castelo Branco na Revolução de 64. Eles têm raiva de Castelo Branco e transferem esse sentimento ao PM.

Sei da situação em que nos deixou o próprio Exército, pois a acompanhei. Tive a satisfação de ter comandantes do Exército, quando tenente, como o Cel. Torres de Melo, o Cel. Braga, Cel. Erasmo Dias, homens que comandavam a Polícia nas ruas de São Paulo. Em ocorrências graves encontrávamos esses comandantes nas delegacias, à uma, duas ou três horas da manhã. Não é como agora, em que ficam alguns civis na frente da Secretaria de Segurança Pública, que sequer vão ao local de uma ocorrência, por mais grave que seja o caso. Mesmo que morram 111 na Casa de Detenção ninguém vai até lá. E aí ‘sobra’ para o coronel. E o coronel, que recebe ordem para invadir, acaba sendo condenado a 632 anos de cadeia. E enquanto isso, os bandidos estão aí, tomando conta das ruas de São Paulo. O paulistano é um povo apavorado, aterrorizado. A filha de Sílvio Santos foi seqüestrada dentro da própria casa, dentro de sua residência. Os bandidos invadiram a casa às oito horas da manhã e seqüestram a filha de um apresentador de televisão.

Foi publicada uma matéria hoje, no “Diário Popular”, com alguns empresários que me procuram. O que eles querem? Segurança. Eles querem viver. Geram empregos e pagam impostos, mas não podem ter a mínima segurança. De quinze que estavam em uma reunião, sete já tinham sido seqüestrados, sendo que alguns chegaram a ficar por mais de trinta dias em poder dos seqüestradores. Alguns mandam seus familiares para fora do Brasil, como Zezé de Camargo, Luciano e outros artistas, com medo de seqüestros. Precisaríamos, sim, de melhores condições no combate ao crime, porque vivemos em uma guerra constante.

No ano passado, em São Paulo, a Polícia Militar e a Polícia Civil perderam 288 homens. O FBI tem 75 anos, e nos 75 anos perdeu 33 homens. Dizem que em Nova York dois policiais morreram nos últimos cinco anos, mas lá existe a pena de morte para quem mata um policial. E aqui não. Enquanto fazia o meu programa de rádio, hoje pela manhã, dois policiais foram mortos. Policial anda com medo. Policial tem que andar sem identidade e desarmado. Ele tem que esconder a carteira de identidade na meia, porque se o bandido souber que é policial, ele será condenado à morte. Mas nossas autoridades fazem o quê? Criam o Proar, um programa. Eu fui promovido, na época dos coronéis do Exército, por bravura, por salvar reféns das mãos de bandidos. Hoje o policial salva a vida de qualquer um de nós - ou de qualquer um da sociedade - e vai para o Proar, que o Sr. Mário Covas criou. Ele foi e o Proar ficou.

O Proar é um plano para ‘recuperar’ o policial que participa de ocorrência de alto risco. Vejam que absurdo: aquele que salva a nossa vida vai ficar, de seis meses a um ano, no Proar, sendo ouvido por meninas, recém-saídas de uma faculdade de Psicologia, que perguntam a ele se consegue fazer sexo depois de haver matado um ser humano. É esta a situação do policial. E o que eles querem fazer? Agora põem o Exército nas ruas, talvez até com outro intuito, o de desmoralizar o próprio Exército, porque combater o crime é difícil, é estar nas ruas, envolvendo-se com traficantes, com seqüestradores. E o trabalho do Exército, até o momento, é outro. E nas vezes em que pedirem aos senhores para agir, terão condições de fazê-lo, até pela própria disciplina e hierarquia que tem a Polícia Militar, que segue do Exército.

É importante que todos estejam aqui, para que possamos trocar idéias, porque o militar normalmente não fala. Eu também aprendi isto, desde o tempo de soldado. Ele não fala e não gosta de políticos. Ele tem o seu caminho, e estão certos em certos aspectos. Mas na verdade algumas coisas têm que ser ditas, porque as pessoas às vezes têm o poder nas mãos e conduzem as coisas de forma errada. Todo o mundo quer ter condições de segurança. A função dos senhores é dar segurança à Nação Brasileira, ao povo brasileiro. A função das Forças Armadas, em caso de guerra, é colocar a vida de seus integrantes em defesa do povo brasileiro, da Nação Brasileira, tanto o Exército quanto a Marinha e a Aeronáutica, da mesma forma que a Polícia Militar.

De vez em quando, escutamos alguém dizer: “É preciso acabar-se com o militarismo na PM”. Por quê? O que tem o militarismo de errado? Pelo contrário, ele permite, através da disciplina e da hierarquia, que o policial execute sua atividade. Quantas vezes tive que sair de São Paulo para ir ao ABC, quando havia greves monitoradas por Lula? Conheci Lula em 78, à época das greves. Nós saíamos da Rota às vezes às três horas da manhã, e então o pessoal dormia na Rota, porque o militar não pode falar: “Cheguei atrasado porque não havia ônibus”. Então, às três da manhã estava a tropa em forma para embarcar, como em qualquer ação que se tem.

A disciplina militar nunca atrapalhou ninguém. Mas alguém quer falar que a Polícia Militar é incompetente por causa da disciplina militar. Pelo contrário, a Policia Militar prende bandidos todos os dias. Hoje mesmo, em meu programa, o Sargento Roger, um soldado, em tiroteio, com outros, matou o seqüestrador e salvou uma pessoal. Outros prenderam cinco bandidos, em Diadema. Este é o dia-a-dia deles, onde mais de dez mil bandidos são presos. Mas os civis não querem entender a realidade, em que o policial prende mas o bandido não fica preso, porque algum diretor de presídio ou agente penitenciário, corrupto, solta-o.

Cumprimento novamente, então, a nobre Deputada Rosmary Corrêa por esta solenidade. É a nobre Deputada a Presidente da CPI do Sistema Prisional, como o foi da CPI do Narcotráfico. Estamos apurando tudo isso. Ontem tivemos a oportunidade de ouvir, na CPI, um advogado do PCC, que defende cerca de vinte bandidos. Um deles é ‘Timba’, que invadiu a Delegacia de Policia do 45º DP, na Brasilândia na 45ª DP, em Brasilândia, liderando um grupo de bandidos, armados de AR-15 e de metralhadoras. Mataram o Sargento Paiva dentro da viatura, balearam um soldado, Sérgio Caner, que perdeu a perna, espancaram o delegado de polícia e sua esposa, que trabalhava na delegacia, e soltaram 97 presos. Fizeram a Companhia da Policia Militar sair correndo, devido ao armamento que usaram.

Esse bandido, em uma denúncia que me chegou às mãos, foi preso, em uma ocorrência de que participei, acompanhando o Dr. Edson Santi, na Praia da Enseada, no Guarujá. Ele estava na praia, em um hotel de cinco estrelas, nadando na piscina e com as armas das Forças Armadas escondidas ali. Esse é, então, o crime que estamos enfrentando. E vem o advogado, defensor do bandido, falar que defende o PCC. Então realmente, como policial militar, quero cumprimentá-los pelo ‘Dia do Exército’ - o que para nós é uma satisfação - e explicar algumas coisas a respeito dos problemas que, como policial, enfrentei.

Alguns devem estar-se perguntando: “O que esse capitão xarope está fazendo aí? Por que ele não está pegando bandidos, na PM?” Porque em 1982, quando o Sr. Franco Montoro assumiu o Governo de São Paulo, a primeira coisa que fez foi acabar com a Rota, que era o esteio da defesa do povo no combate à criminalidade. E depois tirou-me da Rota e colocou-me dentro de um hospital militar. Eu, como homem de comando de tropa, de combate ao crime nas ruas, não aceitei ficar dentro do hospital militar, cuidando de enfermeiras, e transformei-me em político. E graças a Deus tive sorte, como qualquer um dos senhores pode ter: fui eleito pela primeira vez com 26 mil votos, na segunda, com 44 mil, na terceira com 66 mil, e na última com 148 mil votos.

Este é o trabalho de um militar como os senhores, que começou a carreira como soldado e hoje é Capitão da Polícia Militar e Deputado estadual, em seu quarto mandato. Quero cumprimentar os comandantes, todos os senhores que aqui estão e, repito, a nobre Deputada Rosmary Corrêa, pela iniciativa desta solenidade. Muito obrigado a todos e parabéns ao Exército Brasileiro, que tem fibra, honra, dignidade e moral para continuar sendo o que é, diferentemente de muitos, que pregam a moral hoje e nada mais são que ex-seqüestradores e ex-assassinos. Eu às vezes fico triste ao ver um Alberto Mendes Júnior sendo encostado, e um Carlos Lamarca virar herói nacional. Fico triste com isto. Foram homens que combateram a guerrilha, combateram os bandidos. E hoje são endeusandos os bandidos, seqüestradores e assassinos.

Obrigado e parabéns ao Exército Brasileiro. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - ROSMARY CORRÊA - PMDB - Ouviremos agora, executado pela Banda do Comando Militar do Sudeste, regida pelo Sargento Jorge, o Hino a Caxias. Quero agradecer ao Sargento Jorge.

Muito obrigada.

 

* * *

- É executado o Hino a Caxias, pela Banda do Comando Militar do Sudeste.

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - ROSMARY CORRÊA - PMDB - Esta Presidência, neste momento, gostaria de entregar ao General-de-Divisão, Marco Antônio Tilscher Saraiva, uma pequena lembrança da solenidade do dia de hoje.

 

* * *

 

- É feita a homenagem.

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - ROSMARY CORRÊA - PMDB - Tem a palavra o General-de-Divisão, Marco Antônio Tilscher Saraiva.

 

O SR. MARCO ANTÔNIO TILSCHER SARAIVA - Exma. Sra. Deputada Rosmary Corrêa, autoridades já mencionadas por protocolo, senhores oficiais, sub-tenentes e sargentos, vivenciamos a Semana do Soldado, e nela foi inserida esta homenagem que a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo presta ao Exército brasileiro, por iniciativa da nobre Deputada Rosmary Corrêa.

Em uma bela página, descreveu a nobre Deputada o papel do Exército brasileiro, ao longo da nossa História, desde a sua criação, nas colinas de Guararapes, até os dias atuais. O Exército brasileiro realmente faz parte da História do Brasil. A História do Brasil e do nosso Exército se entrelaçam, e isso foi muito bem descrito pela nobre Deputada Rosmary Corrêa - o papel de Caxias na unidade do nosso território. Não fosse o nosso patrono - patrono da nacionalidade brasileira, durante uma época conturbada de nossa História - a fase do Império, que manteve unido esse território e o seu povo - talvez vários ‘brasis’ tivessem sido formados.

A atuação de Caxias foi de norte a sul, no Maranhão, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Foi a ação pacificadora da Caxias que nos legou esse território imenso, essa nação que cultuamos e amamos - a nossa Pátria.

Nobre Deputada, é com muita satisfação que o Exército brasileiro aqui está, representado por seus quadros de oficiais e de subtenentes e sargentos. Em nome do nosso comandante, o Comandante Militar do Sudeste, General Albuquerque, queremos agradecer a iniciativa de V. Exa., agradecer ao Presidente desta Casa de Leis, o nobre Deputado Walter Feldman, pela acolhida da iniciativa, reafirmando que o Exército é o braço forte e a mão amiga que, como V. Exa. mencionou, esteve e estará sempre presente, ao lado do povo brasileiro, atendendo aos seus anseios. Sempre que for chamado ele estará presente, como tem feito ao longo da História.

Muito obrigado, em nome do Exército, por esta homenagem. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - ROSMARY CORRÊA - PMDB - Gostaria de, mais uma vez, agradecer a todas as autoridades presentes, na figura do General-de-Divisão, Marco Antônio Tilscher Saraiva, e cumprimentar, em meu nome - e posso, com certeza, dizer que em nome dos 93 deputados que pertencem a esta Casa de Leis, desejar muitas felicidades a todos e cumprimentá-los, com muito carinho, pelo “Dia do Soldado” e pela semana de homenagem ao Exército Brasileiro.

Saibam os senhores que esta Casa tem um respeito muito grande pelo Exército Brasileiro, um respeito muito grande pelas autoridades, pelos oficiais, pelos praças que compõem o nosso Exército. Conhece as dificuldades, sabe das necessidades e do valor de cada um dos componentes do Exército, sabe da sua luta, do seu trabalho na proteção de nosso país, na proteção da nossa população e de sua integridade.

Parabéns a todos os senhores. Se Deus quiser, em todos os anos, faremos acontecer uma sessão solene comemorando a Semana do Exército. Gostaríamos que esta solenidade realmente entrasse no calendário de festividades da Semana do Exército, porque esta Casa tem um grande prazer em receber todos os senhores e homenageá-los.

Muito obrigada pela presença de todos.

Declaro encerrada esta sessão solene.

 

* * *

- Encerra-se a sessão às 10 horas e 55 minutos.

* * *