19 DE MAIO DE 2008

021ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO ao “CENTENÁRIO DAS DIOCESES DE CAMPINAS, BOTUCATU, RIBEIRÃO PRETO, SÃO CARLOS  E TAUBATÉ”

 

Presidentes:  VAZ DE LIMA e CÉLIA LEÃO

 

 

 

RESUMO

 

COMEMORAÇÃO DO "CENTENÁRIO DAS DIOCESES DE CAMPINAS, BOTUCATU, RIBEIRÃO PRETO, SÃO CARLOS  E TAUBATÉ"

001 - Presidente VAZ DE LIMA

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia autoridades presentes. Informa que a sessão solene foi convocada pela Presidência efetiva, a pedido da Deputada Célia Leão, com a finalidade de comemorar o "Centenário das Dioceses de Campinas, Botucatu, Ribeirão Preto, São Carlos  e Taubaté". Convida todos a ouvir, de pé, o Hino Nacional Brasileiro. Tece elogios à Deputada Célia Leão, solicitante desta sessão. Enaltece o trabalho do líder religioso de amor ao próximo.

 

002 - CÉLIA LEÃO

Assume a Presidência. Anuncia autoridades presentes.

 

003 - OLÍMPIO GOMES

Deputado Estadual, cumprimenta os presentes. Elogia a Deputada Célia Leão pelo seu trabalho como parlamentar. Considera importante o papel da Igreja na contenção da violência e na redução da criminalidade.

 

004 - Presidente CÉLIA LEÃO

Justifica ausência de autoridades.

 

005 - DAVI ZAIA

Deputado Estadual, cumprimenta os presentes. Presta testemunho da importância da Igreja na manutenção das suas tradições, além do trabalho religioso realizado pelos padres.

 

006 - GUILHERME CAMPOS

Deputado Federal, cumprimenta os presentes. Homenageia as Dioceses pelo seu centenário.

 

007 - ROBERTO MASSAFERA

Deputado Estadual, afirma que a Igreja Católica está presente no Brasil desde o seu descobrimento, o que reforça que uma sociedade justa é aquela regida por Deus.

 

008 - Presidente CÉLIA LEÃO

Informa que está recebendo telefonemas de congratulações por esta sessão solene. Procede à entrega de diplomas comemorativos do Centenário das Dioceses às autoridades eclesiásticas.

 

009 - D. BRUNO GAMBERINI

Arcebispo de Campinas, sente-se emocionado de estar na Assembléia Legislativa de São Paulo. Comenta o crescimento das dioceses no Estado. Refere-se a São Paulo como terra da promessa, onde os brasileiros vêm plantar suas raízes, construir suas famílias e encontrar seu trabalho. Relembra a história de Campinas, desde a primeira missa celebrada naquele município.

 

010 - D. ODILO PEDRO SCHERER

Cardeal Arcebispo de São Paulo, saúda os presentes. Agradece à Deputada Célia Leão pela iniciativa desta solenidade, que faz o reconhecimento da presença da Igreja Católica no Estado de São Paulo.

 

011 - Presidente CÉLIA LEÃO

Faz alusão à presença de Deus na vida de toda a sociedade. Cita como exemplo fatos que justificam a Sua presença. Agradece a todos que colaboraram para o êxito da solenidade. Encerra a sessão.

 

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O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

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- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

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O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Temos a honra de receber nesta sessão Dom Odilo Pedro Scherer, Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Bruno Gamberini, Arcebispo de Campinas, Dom Aloysio José Leal Penna, Arcebispo de Botucatu, Padre André Luiz Massaro, Vigário Arquiepiscopal  da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Padre Kleber Rodrigues da Silva, Coordenador Diocesano da Pastoral Taubaté.

Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta Sessão Solene foi convocada por este Presidente, atendendo solicitação da nobre Deputada Célia Leão, com a finalidade de comemorar o “Centenário das Dioceses de Campinas, Botucatu, Ribeirão Preto, São Carlos e Taubaté”.

Convido todos os presentes para, de pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do PM Maestro Benedito Paulo de Aguiar.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

 

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O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Esta Presidência agradece à Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

 Antes de passar a Presidência à nobre Deputada Célia Leão, permitam-me dizer, em nome da Assembléia, algumas palavras, agradecendo inicialmente a presença de todos, inclusive dos colegas Deputados Davi Zaia, Roberto Massafera, Olímpio Gomes, que vejo no plenário, fazendo uma menção especial à Deputada Célia Leão.

A Deputada Célia Leão é uma pessoa queridíssima nesta Casa, que só granjeou amigos. Ela é unanimidade, pela correção de seu caráter, pela forma de conduzir sua atividade parlamentar. Usando uma expressão evangélica, é uma pessoa de muito bom testemunho, que tem absoluto comprometimento com seu mandato, com as causas de São Paulo e com a fé que abraçou.

Em nome dos parlamentares que compõem esta Casa, quero dizer que a Deputada Célia Leão orgulha e engrandece o Parlamento de São Paulo. Temos de agradecer a Deus a vida da nobre Deputada e tudo que ela tem feito, com as dificuldades e limitações que todos conhecemos.

Falar de Deus é uma das mais belas manifestações que o homem de bem pode fazer. Afinal, todos são seus filhos. Nesta Sessão Solene, prestamos homenagem à Arquidiocese de Campinas, que comemora seu centenário no início de junho.

Quero expressar meu respeito e carinho pelo trabalho dos religiosos que prestam esse importante serviço de amor ao próximo. Quando uma pessoa está doente no corpo, procura um médico, doente do espírito, da alma, com incerteza sobre o futuro, certamente busca um conforto na fé. Nunca devemos perder essa fé, a vontade de sempre ajudar o próximo tem de prevalecer.

A Arquidiocese de Campinas faz isso muito bem desde a aprovação de sua criação pelo Papa Pio X, em 1908. Junto com ela, foram criadas também arquidioceses e dioceses, como a de Ribeirão Preto, Taubaté, Botucatu, São Carlos e São Paulo.

Na minha sala, Dom Odilo, há um exemplar da Bíblia. É uma Bíblia pintada por um artista, Carlos Aquino, que entregou um exemplar quando o Papa esteve aqui. Todo dia, ao chegar, a primeira coisa que faço é abrir a Bíblia para ler um trecho da Escritura. Esse texto vem seguido de uma pintura. Uma obra muito bonita.

Um dia desses, abri em uma parte que dizia: “A fé sem obras é morta.” Palavras de São Tiago.

Nesses cem anos, muitas obras foram realizadas em benefício dos menos favorecidos, em todas as áreas: alimentos a quem passa fome, agasalho a quem sente frio, ouvindo aqueles que não têm com quem desabafar e ainda muito na área da Educação.

Estamos falando de Campinas e sabemos que a PUC de Campinas, uma das mais importantes universidades do País, está ligada à Igreja. Portanto, tem um expressivo serviço prestado também à educação brasileira. A instituição já formou importantes profissionais deste país.

Nas palavras de Cristo, o trabalho do líder religioso e de seus seguidores é amar ao próximo sempre como a si mesmo, não importa a cor, raça, ou crença. Desde D. João Batista Corrêa Nery, que dirigiu pela primeira vez a Arquidiocese de Campinas, até os dias atuais, esse tem sido o dia-a-dia e a tônica desses amigos.

 Mais uma vez, parabéns à Deputada Célia Leão pela iniciativa e a todos envolvidos nessa celebração. Em nome da Assembléia Legislativa de São Paulo e do povo de São Paulo, meu muito obrigado a todos. (Palmas.)

 

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- Assume a Presidência a Sra. Célia Leão.

 

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A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Quero cumprimentar todos os presentes, senhoras e senhores, amigos e convidados desta Sessão Solene muito especial. Quero dizer da alegria em receber não só as nossas autoridades eclesiásticas, as nossas autoridades civis e militares, mas sobretudo a nossa comunidade de São Paulo, de Campinas e região, de Ribeirão Preto, de Botucatu, de São Carlos. Enfim, toda a comunidade organizada, entendendo as dificuldades de uma segunda-feira, início de semana e particularmente uma semana que tem um feriado e, portanto, uma semana diferenciada, com mais afazeres e menos tempo. Mesmo assim essa comunidade respondeu de pronto a um convite, e tenho certeza correspondeu não só pelo Parlamento de São Paulo, pelo convite feito pela Presidência desta Casa, pelo nosso gabinete, mas sobretudo respondeu por ser uma Sessão Solene em homenagem à nossa Igreja Católica e também às nossas dioceses e arquidioceses que completam 100 anos nesta noite.

O Presidente Vaz de Lima foi muito solícito. É regimental que o Presidente abra os trabalhos da Casa, mas não necessariamente em todas as sessões ele tem a oportunidade de fazê-lo, uma vez que tem dezenas de compromissos. Mas, hoje, o Presidente Vaz de Lima fez questão absoluta de permanecer no Parlamento até agora, 20 horas, para poder fazer a abertura desta sessão com todos os presentes.

Já foram nominadas, mas rapidamente quero dizer da alegria de receber essas grandes autoridades, autoridades que fazem a diferença na Igreja Católica, fazem a diferença não só na nossa Cidade de São Paulo, mas em todo o estado de São Paulo.

Quero dizer a alegria pessoal em receber D. Odilo Scherer, o nosso cardeal e arcebispo de São Paulo. Ao nosso lado está o meu bispo e meu particular amigo, D. Bruno Gamberini que, ao longo desses poucos anos, está à frente da nossa região de Campinas. Aprendi a respeitá-lo, amá-lo, como toda a nossa comunidade. Também gostaria de agradecer a presença de D. Aloysio José Leal Penna, que de pronto disse ter um compromisso, uma viagem. Ele cumpriu a sua tarefa e, hoje, voltou diretamente para São Paulo para participar conosco, não voltando para a sua cidade de Botucatu. Também quero registrar as presenças do Padre André Luiz Massaro, vigário da Arquidiocese de Ribeirão Preto, também representando aqui o nosso bispo, e o Padre Kleber Rodrigues, o nosso coordenador diocesano da Pastoral de Taubaté. Muito obrigada pelas presenças.

Quero fazer um registro das pessoas presentes e daqueles que nos telefonaram, enviaram e-mails, cartas e telegramas. Acho que é minimamente fazer justiça às pessoas que de alguma forma estão presentes, pelo menos em oração, em pensamento, em coração: deputados Major Olímpio, Davi Zaia, Roberto Massafera; coronel da PM Celso Pinhata Junior, Chefe da Assessoria Policial da Polícia Militar da Assembléia Legislativa, representando o Cel. Roberto Diniz, Comandante Geral da Polícia Militar do nosso Estado de São Paulo; Sr. Emerson Pires Leal, vice-prefeito, representando o prefeito de São Carlos, Sr. Nilton Lima; nosso querido Dude, Laércio Betarelli, prefeito de Elias Fausto, e também a primeira-dama, Dra. Marina Betarelli, assim como todo o grupo dessa cidade que os acompanha; nosso particular amigo e prefeito de Vinhedo, Dr. Kalu Donato, acompanhado de amigos dessa cidade; Vereador Clayton Machado, aqui representando a Câmara Municipal de Valinhos.

O nosso queridíssimo Monsenhor Valdemiro Caran, juiz do Tribunal Eclesiástico de Campinas, foi meu mestre e doutor na Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Quero dizer que tenho certeza de que muito do aprendizado e da possibilidade de hoje eu ser uma parlamentar do Estado de São Paulo foi porque aprendi do seu coração, da sua inteligência e da sua dedicação.

D. Nelson Westrupp, presidente do Conselho Episcopal Regional Sul da CNBB e bispo da Diocese de Santo André; D. Pedro Luiz, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo; Dr. Tarcísio Scaramussa, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo; D. João Mamede, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, região da Lapa; Padre Eugênio, que compõe a Arquidiocese de Campinas, aqui representando Hortolândia e Sumaré, toda a nossa região; Sr. João Benedito, representando a Vereadora de Valinhos, Dalva Berto; Sra. Maria Aparecida Trovó, representando Vereador Jorge Schneider, da comunidade católica de Campinas; Dr. Fernando Eduards, representando o Dr. Maurício Vasconcellos, presidente da AutoBan, que trabalha e cuida das estradas da nossa região; Dra. Marizete Medeiros, médica e nossa amiga pessoal, aqui representando o Secretário de Saúde, Dr. Barradas, e toda a Secretaria de Saúde; Sr. Ney Cardoso, representando o nosso decano na Assembléia Legislativa, Deputado Antonio Salim Curiati; o queridíssimo Dr. Kleber Antonio Torquato Altale, delegado de polícia e diretor da Polícia Judiciária do Deinter 2 de Campinas; Dr. Carlos Cruz, que representa aqui a Associação Paulista dos Municípios; Dr. Antonio Dias, aqui representando a figura ímpar, singular e, ao mesmo tempo plural, do Dr. Armindo Dias, seu pai, que é um empresário da região de Campinas, do Royal Palm Hotéis e de outras empresas, pelas quais eles têm, com muita dignidade, ajudado na geração de emprego e renda de todo o Estado de São Paulo.

Vejo no plenário um número imenso de amigos, de pessoas que estão aqui representando os municípios de toda a região. Vereador Carlos Signorelli, obrigada pela presença. Além de ser meu amigo pessoal, permita-me relatar que, há 20 anos, tive o privilégio de ser Vereadora ao lado de Vossa Excelência. O Vereador Carlos está representando a Câmara de Campinas, o que, para nós, é uma honra muito grande. Leve o nosso abraço, Vereador Carlos!

Vejo também o Padre João Luiz, que é do município de Valinhos. Que bom que esteja aqui conosco!

Quero também registrar a presença do Vereador Jonas, de Santa Branca, representando os vereadores de várias cidades.

Enfim, gostaria de nominar cada um e a todos que se encontram tanto no plenário quanto nas galerias. Tenho a certeza de que todos estão se sentindo muito homenageados, pois esta é uma sessão diferente.

Dom Odilo, V. Eminência já teve a possibilidade de estar neste mesmo plenário, há exatos 32 dias. Esta Casa teve não só a feliz idéia - como também o carinho e a atenção, através dos Deputados Paulo Alexandre Barbosa e Olímpio Gomes - de fazer uma homenagem pelo centenário da Arquidiocese de São Paulo.

Naquela noite memorável, Deputado Olímpio Gomes, tive o privilégio de participar um pouco da solenidade. Conversando com padres e amigos da Igreja Católica da nossa região, já havíamos pensado em convidar a comunidade que hoje está aqui para prestar esta homenagem, quando V. Exa. também teve esse mesmo sentimento positivo de amor e gratidão para com a Arquidiocese de São Paulo.

Tenho que ser muito justa, como tento ser em minha vida. Quando comentei com Dom Bruno a respeito de fazermos uma Sessão Solene lembrando o centenário da Arquidiocese de Campinas - o que nos aprazaria e seria para a Assembléia Legislativa uma honra -, na grandiosidade de seu coração, ele me disse: “Celinha, vamos fazer essa Sessão Solene, já que você está pensando com o coração tão aberto, e vamos pensar também nas outras dioceses que fazem 100 anos, como Botucatu, São Carlos, Ribeirão Preto, São Paulo e Taubaté”. De pronto, assumi essa orientação absolutamente positiva, inteligente, colocada no momento certo e hoje estamos aqui. Todo aquele sonho tornou-se realidade.

Eu e minha assessoria imaginávamos fazer uma Sessão Solene. Sabemos das dificuldades, principalmente porque é interior e, para chegar na capital, é um pouquinho complicado. Para os nossos padres e bispos que aqui estão, para nós que somos caipiras do interior, a capital não tem sido uma tarefa fácil no transporte, na chegada, no acolhimento. Embora o povo seja muito querido, São Paulo não é fácil. Pensávamos numa data e num horário para fazer a sessão. A Casa tem um Regimento Interno que não nos permite tantos dias da semana. Pensamos que uma segunda-feira seria muito difícil. De público, quero dizer da minha grata surpresa de, numa segunda-feira à noite, ver este plenário lotado.

Com muito carinho, quero ainda registrar a presença do Deputado Davi Zaia, que é nosso companheiro, nosso amigo e é da cidade de Campinas. Obrigada, Deputado! E ele é o meu melhor vizinho: o gabinete dele fica em frente ao meu.

Antes de fazermos a entrega dos diplomas aos homenageados, convido o nobre Deputado Olímpio Gomes para assomar à tribuna.

 

O sr. Olímpio Gomes - PV - Nobre Deputada Célia Leão, que preside estes trabalhos, na pessoa de quem cumprimento as autoridades legislativas; Dom Odilo Pedro Scherer, nosso Cardeal Arcebispo, na pessoa de quem cumprimento todas as autoridades religiosas presentes; comunidades de todos os segmentos do Estado de São Paulo que aqui comparecem para prestigiar a nossa Igreja Católica e prestigiar a Deputada Célia Leão.

Sou deputado de primeiro mandato e é um grande privilégio aprender a ser deputado com a Deputada Célia Leão, pela sua forma, pela sua conduta, pela sua capacidade de trabalho, principalmente em relação às comunidades de Campinas e região, que interagem com a Deputada Célia Leão até mesmo nos períodos de recesso parlamentar, em que é raríssimo encontrar um deputado nesta Casa.

Por necessidade profissional e por ser da cidade de São Paulo, várias vezes encontrei nesta Assembléia a Deputada Célia Leão. Para ela, não existe recesso parlamentar, o compromisso com a sociedade é permanente. A Deputada tem a sua jornada de mãe, tem a sua jornada de mulher e tem a sua jornada de parlamentar. Não sei onde ela encontra tanto vigor para fazer tanta coisa ao mesmo tempo.

Não sou encomiástico, bajulador, nada disso, mas tenho na Deputada Célia Leão alguém em quem tento - sei que jamais vou conseguir - espelhar-me: na sua conduta parlamentar, na sua ética profissional e na sua responsabilidade que, muitas vezes, até faltam a este parlamento, mas que transbordam no comportamento da nossa querida Deputada.

Homenagear a nossa Igreja Católica é mais do que obrigação deste Parlamento. Esta Casa homenageou, pelo dia 17 de abril, o Centenário da Arquidiocese de São Paulo. Desta feita, homenagem semelhante é feita à Arquidiocese de Campinas e, até mesmo dentro da minha área de origem profissional como major da Polícia Militar, vejo o importantíssimo papel da Igreja na contenção da violência e redução de criminalidade. Quando se perde a referência da fé, o passo seguinte é perder o respeito à família - os valores da família acabam caindo por terra. Perdendo os valores da família, o próximo passo é não reconhecer os valores da formação, da escola e dos princípios da vida em sociedade. Deixar de reconhecer o papel da formação e da escola é se alijar, ou se abster em reconhecer o papel da lei como algo que provoca o equilíbrio das relações sociais.

O princípio de tudo está na fé e no respeito a Deus, e o papel da Igreja Católica no mundo como um todo, no nosso País, tem um papel preponderante não só na evangelização, mas também na formação de conduta da sociedade - num momento em que temos segmentos da sociedade, como a mídia, que estimula o desapego à fé, a desagregação familiar, o desrespeito à formação e à própria lei -, com a nossa Igreja Católica cada vez mais firme e forte nos seus princípios, levando ao seu povo a palavra de Deus, de esperança e um norte certo, buscando uma sociedade melhor.

Todos os dias, na abertura dos nossos trabalhos, as primeiras palavras regimentais do presidente da sessão são: “Sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos.” Esta Casa, com seus 94 Deputados, representa os 41 milhões de habitantes deste Estado, e os trabalhos não podem, de forma nenhuma, não estarem amparados sob a proteção de Deus.

Meus cumprimentos à Deputada Célia Leão pela iniciativa, ao Deputado Roberto Massafera e ao Deputado Davi Zaia, também presentes. Parabéns à sociedade, aos paulistas e aos presentes da sessão numa segunda-feira. Como disse a Deputada Célia Leão, o motivo vale mais. Neste momento, através deste ato da deputada, os 94 Deputados, em tese, representam a população do Estado de São Paulo, os 41 milhões de habitantes, dizendo o seguinte à nossa Igreja Católica: muito obrigado por tudo que faz pela sociedade brasileira, e que vai continuar a fazer, porque essa é vontade de Deus.

Parabéns a todos. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Obrigada, Deputado Olímpio Gomes, por suas palavras e considerações. Antes de passar a palavra ao nobre Deputado Davi Zaia, queremos registrar e agradecer a presença do Padre Tiago, que é pároco do município de Elias Fausto; do nosso querido Deputado Federal Guilherme Campos, do município de Campinas, diria, mas que é, na verdade, deputado de todo o nosso Estado de São Paulo.

Gostaria registrar todas as justificativas, mas não teremos condição de anunciar tudo, pois são muitas. Muitos pediram que lêssemos o telegrama, o e-mail ou a carta, mas esta Presidência registrará uma parte: do Governador do Estado de São Paulo, José Serra; do Sr. Secretário do Estado de Comunicações, Sr. Bruno Caetano; do Frei Gilberto Gonçalves Garcia, Reitor da Universidade São Francisco; do Frei José Antonio Cruz Duarte, vice-Reitor da Universidade de São Francisco; do Sr. José Antonio Bacchim, Prefeito de Sumaré; do Sr. Aparecido do Carmo de Souza, Vereador de São Carlos; do Deputado Chico Sardelli, Líder de Partido Verde; da Dra. Maura Pardini Bicudo Véras, Reitora da PUC de São Paulo; do Engº Carlos Antonio Vilela, Prefeito de Caçapava; do Sr. José Alberto de Souza Freitas, Superintendente da USP; do Vereador Edson Antonio Fermiano, Presidente da Câmara Municipal de São Carlos; do Vereador Sidney José Vieira, Presidente da Câmara Municipal de Ibitinga; do Padre Ildefonso Salvadego, da Paróquia Nossa Sra. da Salete; do Vereador Carlos Chiminazzo, Líder do PDT na Câmara Municipal de Campinas.

Registramos ainda a justificativa do Presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha; do Arcebispo de Mariana; Dom Francisco José Zugliani; do Bispo da Diocese de Amparo; Cônego Álvaro Padovani, Vigário Geral da Arquidiocese de Ribeirão Preto; do Padre Sérgio Donizetti Carmona, de Sertãozinho; do Comandante de Policiamento do Interior 2, Almir Gonçalves Albuquerque; do Senador Eduardo Suplicy; da Prefeita de Andradas, Minas Gerais, Margot Pioli; do Sr. Ademar de Campos, Presidente do Lar da Criança Feliz, entidade importante do nosso município; do Sr. Marcos José da Silva, Prefeito de Valinhos; do Deputado João Mellão Neto, do Partido Democratas desta Casa; da Deputada Haifa Madi, do PDT desta Casa; do Sr. Antonio Bacchim, com uma carta carinhosa a todos os arcebispos, bispos presentes e convidados; do Vereador Paulo Roberto Monteiro, do município de Valinhos; do Bispo Emérito de Taubaté, Dom Antonio, aqui representado; do Prefeito Hélio de Oliveira Santos, do município de Campinas que está em viagem, fora do Brasil - além do ofício, ele nos telefonou pedindo que déssemos um abraço ao cardeal, a todos os bispos e arcebispos e também ao Dom Bruno, de Campinas; do Deputado Jonas Donizette; do Presidente da Câmara Municipal de Piracicaba, Vereador João Manoel dos Santos.

Todos se justificaram, embora com muita vontade de estarem presentes, mandando abraços carinhosos e votos de pleno êxito. Temos ainda outras justificativas muito carinhosas, mas que, por causa de falta de tempo, não poderemos lê-las.

Passamos agora a palavra ao nobre Deputado Davi Zaia.

Muito obrigada, Deputado, pela presença nessa sessão solene, trazendo o abraço dos Deputados Estaduais da nossa região de Campinas.

 

O SR. DAVI ZAIA - PPS - Boa-noite. Quero cumprimentar a Presidente desta sessão, Deputada Célia Leão; Dom Odilo Scherer, Cardeal Arcebispo de São Paulo; Dom Bruno Gamberini, Arcebispo de Campinas; Dom Aloysio, Arcebispo de Botucatu; autoridades presentes; Deputados Guilherme Campos, Olímpio Gomes, Roberto Massafera; cumprimentar os prefeitos na figura do Prefeito Kalu; na figura do Vereador Signorelli, cumprimentar os vereadores, todos os presentes.

Os cem anos das Dioceses de Campinas, Botucatu, Ribeirão Preto, São Carlos e Taubaté, que hoje fazem a razão desta sessão solene, para todos nós, evocam a presença marcante da igreja, seus fiéis, padres, bispos, na formação do nosso povo, na garantia do desenvolvimento de muitas comunidades, porque pensamos Arquidiocese de Campinas e pensamos na cidade de Campinas, mas na verdade, estamos falando da presença da Igreja em cada pequena localidade.

Eu, que vim do bairro do Cascalho, no município de Cordeirópolis, posso testemunhar a importância da Igreja na organização da comunidade para manter as tradições, as lembranças, além do trabalho religioso realizado pelos padres.

Saí de Cordeirópolis, fui para Araraquara estudar no seminário na época, depois vim para Campinas fazer filosofia na PUC, onde me formei, concluí minha formação, através da atuação da igreja nessa importante área do conhecimento.

Minha presença, hoje, reconhecendo a importância da igreja, o trabalho realizado, sua história, suas realizações, é para homenagear a todos os bispos, padres, dirigentes da igreja, fiéis que, com seu trabalho voluntário, na maioria das vezes, com seu trabalho de doação a uma causa, fazem em cada comunidade a diferença no sentido de termos uma sociedade melhor.

Parabéns e nossa homenagem a todos aqueles que com seu trabalho e sua fé constroem o dia-a-dia das Arquidioceses aqui homenageadas.

Parabéns a todos.

Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Muito obrigada pelo carinho, pela atenção, Deputado Davi Zaia. (Palmas.)

Queremos registrar a justificativa do Dr. Silvino de Godoy, amigo do município de Campinas, dono de uma rede de comunicações, que traz aos bispos e arcebispos um e-mail muito carinhoso, com o seu abraço pelo centenário das Dioceses e Arquidioceses.

Gostaríamos, com muita honra e alegria, de convidar o Deputado Guilherme Campos para fazer uso da palavra neste momento. É uma honra para esta Casa que V. Exa. possa se manifestar.

O Deputado Guilherme Campos é Deputado Federal, e na nossa região, era vice-prefeito do município de Campinas.

 

O SR. GUILHERME CAMPOS - Boa-noite. É uma grande honra estar aqui hoje na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, nessa homenagem dos cem anos das Dioceses.

Deputada Célia Leão, pego de surpresa, não sabia que usaria da palavra, e vendo figuras tão ilustres, cardeais, arcebispos, Dom Bruno, querido, nosso titular da região, tem feito um trabalho muito amplo e competente na destinação da palavra de Deus e na organização da igreja da nossa região.

Quero cumprimentar o Prefeito Kalu, em seu nome cumprimentar todos os prefeitos; o Clayton, Vereador de Valinhos, o Vereador Carlos Signorelli, bem como todos os vereadores presentes. Antonio Dias que, como representante do setor empresarial, vem prestar a sua homenagem à igreja, juntamente com sua família têm uma participação muito acentuada e decisiva em todas as ações da igreja na cidade e na região.

Falar do trabalho da igreja é algo até redundante em cima de tudo aquilo que já foi dito por aqueles que me antecederam. É um trabalho determinante e fundamental na formação de todos nós, na educação de todos nós, porque temos em Campinas a nossa PUC - Pontifícia Universidade Católica de Campinas -, cuja contribuição tantas pessoas e profissionais de relevante competência têm trazido à nossa nação brasileira.

Temos o Colégio de Aplicação Pio XII, onde fui aluno, tendo a oportunidade de completar o colegial e com os ensinamentos aprendidos galgar a faculdade, a atividade profissional, e hoje ter a felicidade, enquanto Deputado Federal eleito por São Paulo, mas na cidade de Campinas - Deputada Célia Leão, o bom campineiro é bairrista, e sou bairrista - de aqui prestar a nossa homenagem aos cem anos da Diocese.

É uma homenagem, na mesma época em que homenageamos os cem anos da imigração japonesa, evento que tratava desse tema, e é uma feliz coincidência, os cem anos dos nossos irmãos nipônicos, que contribuíram para o crescimento e a consolidação da nossa nação brasileira, e os cem anos de várias Dioceses que oportunamente trabalham para a consolidação e a organização da Igreja Católica no Estado de São Paulo.

Que a palavra de Deus esteja sempre junto a nós. É uma honra poder falar por Campinas, pelo Estado de São Paulo e pelo Brasil.

Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Muito obrigada, Deputado Guilherme Campos pela presença, agradecemos muito, certamente não só a região de Campinas, mas todo o estado de alguma forma representado.

Convidamos agora o Deputado Roberto Massafera, nosso amigo, para fazer a sua saudação.

O SR. ROBERTO MASSAFERA - PSDB - Boa-noite. Nobre Presidente desta sessão, Deputada Célia Leão, autoridades eclesiásticas, cumprimento a todos na pessoa de Dom Odilo Scherer, autoridades legislativas, executivas, judiciárias, eclesiásticas.

Hoje, esse evento, convocado pela nossa musa da Casa, Célia Leão, que nos dá o exemplo de luta, de garra, de mulher, de dedicação, de exemplo de política.

Eu não poderia deixar de vir aqui, Célia, pela sua convocação nesta homenagem que prestamos a Dioceses que completam os 100 anos. Dioceses de Campinas, Botucatu, São Carlos, Ribeirão Preto, Taubaté e outras.

Ao descobrir o Brasil, em 1500, já tínhamos aqui os jesuítas. Então, a Igreja Católica está presente aqui no Brasil há mais de 500 anos. Ela tem uma ação muito efetiva. O mundo hoje é materialista, esquece de Deus. É um mundo onde prevalece a individualidade, pois estamos destruindo as famílias, a crença do homem na espiritualidade em Deus. A presença da Igreja Católica, ou outras, reforça que uma sociedade justa é aquela regida por Deus.

Eu estava pensando aqui, neste momento, no que falar, como preparar alguma coisa que pudesse deixar de exemplo. Eu me lembrei de uma aula de Física, onde o professor falou que Deus existe. Se Ele é bom, por que deixou ter o mal?  Quem conseguiu responder foi um jovem físico, que se levantou e falou: “Professor, a luz existe em vários níveis e podemos transformá-la em cores. Mas a falta de luz, a escuridão não existe. A escuridão é a falta de luz, mas não existe escuridão. Existe, sim, a falta de luz. O frio existe? Não. O frio não existe. O que existe é a ausência de calor. O calor existe e você mede. Quando acaba o calor, dizemos que está no zero absoluto. Nós temos o frio que se determina, mas o frio não existe. Existe a ausência do calor. O bem existe? Claro, é o bem que todos nós prestamos aos nossos semelhantes, aos nossos familiares porque a igreja ensina a palavra de Deus. O mal não existe. O mal é a ausência do bem”. Então, quero aqui, hoje, dizer que a igreja leva o bem à população e mostra que a ausência do bem é o mal, mas que o mal não existe. O que existe é a ausência do bem.

Eu sou de Araraquara, mas o meu bispo é de São Carlos e não está aqui presente, mas está representado. Antes dele, conheci o Dom Ruy Serra, há mais de 50 anos. O tempo passa, mas a igreja fica e ela representa pujança. Temos que lutar neste país. Temos aqui 94 deputados do naipe da Célia Leão. Não sei se existe um aqui que possamos dizer que deixa de seguir os parâmetros da ética, mas em outros lugares temos dezenas. Temos tido no nosso Judiciário um ou outro mau exemplo, como também na própria igreja. Mas não é por isso que não temos que respeitar essas instituições que dão uma solidez à nossa sociedade.

Deputada Célia Leão, senhores autoridades eclesiásticas, o nosso País precisa continuar no caminho do respeito à família, à espiritualidade e à crença. Deus fez o bem, e o mal é a ausência do bem. Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Obrigada, nobre Deputado, pelas suas palavras, seu carinho, sua atenção.

Quero, aqui, fazer um registro especial. Só quero contar, rapidamente, que esta Casa tem atividades de segunda a sexta-feira, todos os dias. Mas os debates ou as votações deliberativas acontecem às terças, quartas e quintas-feiras, e segundas e sextas temos o trabalho nos plenários das comissões, um trabalho diferenciado de plenário. Portanto, segunda-feira à noite - e de dia não, mas, como regra, à noite - os deputados ou estão em algum compromisso, ou estão vindo dos seus municípios para São Paulo. E um parlamentar de fora da Capital, o Deputado Roberto Massafera, teve o carinho de estar aqui conosco. Quando ele soube desta nossa Sessão Solene, de pronto quis estar aqui presente.

Continuamos aqui recebendo e-mails da nossa assessoria que, a cada tempo, vem aqui nos trazer um telefonema de pessoas que estão nos aplaudindo, aplaudindo os senhores, a igreja, os bispos, os padres, os arcebispos que estão aqui. Isso muito nos lisonjeia. É uma noite memorável.

Quero também registrar as presenças aqui das comunidades do Município de Elias Fausto, das nossas cidades de Campinas, Sumaré, Hortolândia, Santa Branca, Taubaté, enfim, de pessoas que saíram das suas casas para vir aqui e participar desta Sessão Solene.

Vamos dar agora seguimento ao nosso trabalho. Chegou o momento de, de fato, registrar não só com palavras, não só com oração, não só com agradecimento, mas, também, com alguma coisa concreta que possa ficar nos Anais desta Casa e também na história concreta, em que nossos bispos e arcebispos possam estar representando esses 100 anos.

Gostaríamos de convidar para fazer a entrega dos diplomas o Deputado Roberto Massafera, o Deputado Major Olímpio e o Deputado Davi Zaia.

Convido agora o nosso querido Deputado Major Olímpio para a entrega do Diploma Comemorativo do Centenário das Dioceses ao Dom Carmo João Rhoden, que está aqui representado pelo Padre Kleber Rodrigues da Silva, da Pastoral de Taubaté. (Palmas.)

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-  É feita a entrega do diploma.

 

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A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Esse o diploma comemorativo do Centenário da Diocese onde o senhor tem sua trajetória.

Obrigada, Padre Kleber. Leve o nosso abraço, o nosso carinho a Dom Carmo, que teve a delicadeza de falar conosco por telefone para justificar a sua ausência.

Convidamos agora o Deputado Davi Zaia para entregar o nosso diploma ao Arcebispo Dom Aloysio. 

Dom Aloysio, receba em nome da Arquidiocese de Botucatu das mãos do Deputado Davi Zaia este diploma que, tenho certeza, vai guardar para fazer valer toda a história dos 100 anos do trabalho da nossa Igreja.

Uma salva de palmas ao nosso Dom Aloysio José Leal Penna, que recebe a homenagem merecida em nome da Arquidiocese de Botucatu. (Palmas.)

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-  É feita a entrega do diploma.

 

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A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Convidamos o Deputado Roberto Massafera para fazer a entrega do diploma ao Padre André Massaro, da Arquidiocese de Ribeirão Preto. O Padre André Massaro recebe esta homenagem em nome de Dom Joviano de Lima Júnior.

Por favor, Padre André, leve o nosso carinho, a nossa amizade a Dom Joviano, que também de pronto aceitou o convite. Não pôde vir, mas pediu que o senhor o representasse, o que faz com grande dignidade.

Uma salva de palmas a Dom Joviano, ao Padre André Massaro e à Arquidiocese de Ribeirão Preto. (Palmas.)

 

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-  É feita a entrega do diploma.

 

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A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Convidamos, mais uma vez, o nosso querido Deputado Roberto Massafera para fazer a entregar do nosso diploma ao vice-Prefeito da cidade de São Carlos o Sr. Emerson Pires, que aqui representa o Prefeito Newton Lima.

Leve a Dom Paulo Sérgio Machado o nosso diploma.

Um salva de palmas a Dom Paulo Sérgio Machado, Bispo de São Carlos. (Palmas.)

 

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-  É feita a entrega do diploma.

 

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A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Queremos ter o privilégio, a alegria, a honra de entregar o nosso diploma a Dom Bruno. Sentimos o carinho, a ternura, a emoção da comunidade da nossa região quando adentrou a este plenário Dom Bruno, que de fato tem uma história, uma caminhada não de longos anos na cidade, mas pelo pouco tempo em que está lá já mostrou, Dom Odilo Scherer, a sua missão, não só a sua tarefa de evangelizador, mas o seu compromisso com Cristo e a comunidade.

Quero também fazer justiça a uma figura que ao longo de muitos anos à frente da Arquidiocese de Campinas teve uma tarefa ímpar, pessoa atenciosa e dedicada às causas da sociedade. Não está hoje aqui porque tinha uma viagem agendada, continua trabalhando e muito presente. Refiro-me ao nosso querido Dom Gilberto. Dom Gilberto foi nosso arcebispo por longos anos.

Quero chamar o Padre João Luiz para receber em nome de Dom Gilberto este diploma, como agradecimento por grande parte de sua vida ter se dedicado ao centenário da Arquidiocese de Campinas. (Palmas.) 

 

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-  É feita a entrega do diploma.

 

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A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Leve este diploma como sinal de muita gratidão de toda Arquidiocese de Campinas.

Neste momento convido o Deputado Davi Zaia para ter o privilégio de, junto com S. Exa., entregar o próximo diploma dos 100 anos de caminhada da nossa Arquidiocese de Campinas, que representa os municípios de Sumaré, Hortolândia, Valinhos, Vinhedo, Campinas, Elias Fausto, Paulínia, Indaiatuba.

O Brasil é um país católico, mas a nossa região, Dom Odilo, tem tido uma tarefa regular e direta com a nossa Igreja Católica e quando houve a troca dos nossos bispos, o que é natural - graças a Deus não foi pela ausência de Dom Gilberto, pelo contrário, ele está muito vivo e muito atuante - obviamente a comunidade sentiu o afastamento daquele que foi sempre nosso bispo e arcebispo, mas tenho certeza de que a nossa fala vem em consonância com os amigos que estão presentes, pois foi uma grata surpresa, uma grande alegria, um momento que marcou e tem marcado as atividades da nossa Igreja. Por isso eu quero mudar um pouco o encaminhamento daquilo que é oficial aqui na Assembléia Legislativa - o Presidente Vaz de Lima diz que quando estamos na Presidência numa sessão solene tudo aquilo que for dentro da legalidade, da seriedade e da decência, mesmo que não esteja em consonância com o Regimento Interno, pode acontecer. Como tenho certeza de que isso está acima inclusive da legalidade, da decência e da honestidade, quero convidar também o nobre Deputado meu amigo particular Guilherme Campos para que suba até aqui para, junto com o Deputado Davi Zaia e eu termos, o privilégio de entregar este diploma ao nosso queridíssimo Dom Bruno Gamberini, que representa toda essa comunidade de mais de três milhões de habitantes da nossa região, levando seu amor e carinho. Aliás, ele foi muito feliz em estender esta idéia a outras comunidades que estão completando 100 anos.

Por favor, Dom Bruno, dê-nos o privilégio de entregar ao senhor o diploma dos 100 anos de caminha da nossa Arquidiocese de Campinas. (Palmas.)

 

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-  É feita a entrega do diploma.

 

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A SRA. PRESIDENTE - CELIA LEÃO - PSDB - Esta sessão não teve início exatamente às 20 horas porque queríamos que todos estivessem aqui na hora da abertura dos trabalhos. Dom Odilo, cardeal arcebispo de São Paulo, naturalmente com uma agenda cheia, já havia comparecido a esta Casa com os Deputados Olímpio Gomes e Paulo Barbosa para receber a homenagem da Arquidiocese de São Paulo. Todavia, ele foi muito gentil marcando na sua agenda esta sessão e aqui comparecendo novamente. Por isso digo que de fato a ação faz a diferença. Há poucos dias fui falar com o Padre Ricardo, um dos assessores diretos de Dom Odilo, pedindo-lhe que tentasse colocar na agenda esta noite, que ele pudesse estar conosco nesta noite. Para minha alegria esta data já estava agendada.

Aos poucos vamos descobrindo o amor por inteiro; numa reunião da igreja Dom Bruno estava presente e teve a gentileza de convidar um dos bispos para esta sessão. Acredito que foi naquela mesma noite que Dom Odilo teve o cuidado de reservar esta data. Há gestos na vida que marcam profundamente, e um velho adágio diz que palavras convencem e o exemplo arrasta. V. Eminência é exatamente esse exemplo vivo de homem, de homem de Deus, de homem de caráter, de compromisso.

Enquanto nominava os bispos e os padres imaginei como todos eles se sentem tão acarinhados, atendidos, tendo ao seu lideranças como o senhor. O senhor que é um dos poucos cardeais nominados no Brasil e representando os cardeais do mundo quando se reúnem para tarefas específicas e especiais. Com a responsabilidade de arcebispo de uma arquidiocese o senhor teve a delicadeza de reservar um tempo para esta noite. Por tudo isso que nos sentimos extremamente honrados por receber todas essas autoridades eclesiásticas que aqui estão - bispos, arcebispos, padres. Aprendi com um professor da Faculdade, o Dr. Jamil Miguel, e acho que o Cônego Caran se recorda, que costumava dizer que a gente descobre que o professor é bom quando o aluno supera o mestre. E com certeza, ao longo da vida, dos anos que se passarão, todos esses padres, bispos e arcebispos presentes hão de lhe dar mais orgulho do que o senhor já tem na Igreja Católica com pessoas tão vocacionadas para a evangelização, para o trabalho missionário de sua cidade, sua região, na sua Diocese. Exatamente por isso que, embora o senhor já tenha sido homenageado, embora esta Casa já tenha prestado justa homenagem à Arquidiocese de São Paulo, não poderíamos, ainda na lembrança de Dom Bruno, nesta noite, fazer esta homenagem pelos cem anos sem a presença da Arquidiocese de São Paulo.

Neste momento quero ter o privilégio, com Dom Bruno, Dom Aloysio, com os padres que representam bispos e arcebispos que não puderam comparecer como o de São Carlos e de Ribeirão Preto, de convidar os Deputados Guilherme Campos, Davi Zaia, Roberto Massafera, Major Olímpio e os já nominados padres e bispos para entregarmos a V. Eminência este diploma, que é simples, mas que lembra o brilho do sol, que é democrático e aquece a todos. Fazemos isso em nome do povo de São Paulo, em gratidão pelo que a Arquidiocese de São Paulo vem fazendo. Uma salva de palmas para São Paulo, para Dom Odilo. (Palmas.)

 

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-  É feita a entrega do diploma.

 

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A SRA. PRESIDENTE - CELIA LEÃO - PSDB - Com muita alegria damos a palavra ao Dom Bruno para fazer sua homenagem a toda a comunidade.    

 

O SR. DOM BRUNO GAMBERINI - Quero dirigir minhas palavras a todos vocês chamando-os de meus irmãos e minhas irmãs. Isso eu faço por me sentir emocionado de estar aqui nesta Assembléia Legislativa de São Paulo.

Sou paulista, de Matão, e como paulista é claro que esta Casa nos enche de orgulho e de esperança pelos trabalhos aqui realizados. E esta esperança que temos, que bate no nosso coração de brasileiros, mostra que esta homenagem que a nossa deputada querida Célia Leão presta através da Assembléia Legislativa à Igreja de Jesus Cristo, à igreja católica presta nesta noite, lembrando que o Estado de São Paulo, até 1908, era uma só diocese, a Diocese de São Paulo, que tem hoje como seu bispo e arcebispo o Eminentíssimo Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer.

Em 1908, o Papa S. Pio X, considerando a grandiosidade, o tamanho enorme das dioceses - “Diocesium Nimian Amplitudnem”, começa a sua Bula - ele cria cinco dioceses – Campinas, São Carlos, Taubaté, Ribeirão Preto e Botucatu.

São Paulo, portanto, em 100 anos ganha mais cinco igrejas contando São Paulo como igreja-mãe, em que todo o estado estava antes reunido, e agora pode ver as suas filhas, as dioceses nascidas de São Paulo, crescer nas paróquias, nas comunidades, que depois darão frutos, e esses frutos serão as outras dioceses que hoje chegam ao número de 50 dentro do nosso Estado de São Paulo. Até 1.908 tínhamos uma só. Em 100 anos quantas outras igrejas nasceram, essas cinco dioceses.

É claro que o meu coração emocionado pensa uma coisa - o pensamento do coração é diferente do pensamento da mente. Vejo aqui os meus irmãos bispos, fico feliz com a presença dos bispos da arquidiocese de Botucatu, Dom Aloysio; os padres que representam as outras dioceses centenárias, cujos bispos não puderam vir; mas preciso fazer menção de uma pessoa de coração grande, que é o nosso presidente da regional sul, Dom Nelson Westrupp. (Palmas.) Dom Nelson, a sua gentileza, como presidente do Conselho Episcopal Regional Sul, de estar aqui, nesta noite, faz com que possamos dizer “que presidente bom que nós temos na regional sul!”.

E neste pensamento do coração, digo, interessante como é Campinas, como é o Estado de São Paulo, como é esta grande cidade de São Paulo. Por quê? Aqui temos prefeitos da nossa região que nos honram com suas presenças: Vinhedo, Elias Fausto, vereadores, vereador de Campinas, o presidente do Conselho Nacional do Laicato, órgão ligado à CNBB, sua presença para nós é uma alegria; religiosos, religiosas, que trabalham em tantos lugares na nossa arquidiocese de Campinas. Neste pensamento do coração, Campinas tem gente do Brasil Todo. E São Paulo tem não só gente do Brasil todo, mas bispos do Brasil todo. Entre os arcebispos de São Paulo, sou o único paulista. Todos os outros são de outros estados, inclusive o nosso eminentíssimo cardeal, que é gaúcho. Todos eles vieram aqui chamados por um trabalho. E esta é a vocação da nossa grande região de Campinas: uma terra da promessa. E assim é São Paulo: terra da promessa, para onde os brasileiros vêm para plantar suas raízes, construir suas famílias, encontrar o seu trabalho. Ficamos felizes porque eu também vim de uma outra região, e hoje sou campineiro, e me sinto acolhido pelo povo de Campinas, me sinto amado por esse povo. Acredito que todos nós padres, bispos, religiosos e religiosas, que trabalhamos com nossos cristãos leigos, em todas as dimensões, como foram citadas pelo Deputado Roberto Massafera e pelos outros deputados que usaram da palavra – Davi Zaia, Olímpio Gomes – que a Igreja está presente em todas as dimensões – Educação, Saúde, Promoção Social. Foi citada aqui a Pontifícia Universidade Católica de Campinas, várias vezes. Todos nos sentimos como Igreja construindo o Brasil, construindo São Paulo. E me sinto feliz por estar na região de Campinas.

Às vezes, sinto-me acabrunhado por tanto trabalho, mas me sinto feliz por estar com cristãos leigos, religiosos, religiosas, os meus padres queridos. Sem eles o que pode um bispo fazer?

E no pensamento do coração, quero ainda lembrar um pouquinho da história de Campinas. No dia 14 de julho de 1774, Campinas teve a celebração de sua primeira missa. O Bispo de São Paulo, Dom Frei Manuel da Ressurreição, que mandou seu sobrinho, Frei Antonio de Pádua, celebrar a missa. Assim nasceu Campinas. A data de nascimento de Campinas é 14 de julho de 1774, data da primeira missa na antiga matriz.

A história de Campinas é muito rica. Conhecer Morgado de Mateus, toda a expansão das cidades pelo interior paulista. E há um caminho: São Paulo, Jundiaí, até o Campo dos Goyazes, que passava por Mogi Mirim. E lá no meio existia um local muito aprazível, onde vai nascer a nossa Campinas.

Campinas, como Diocese, começa de fato em 1908, com o Papa Pio X.

Teve o primeiro Bispo, Dom João Batista de Corrêa Nery, um homem fabuloso. Campineiro que foi Bispo do Espírito Santo, depois em Minas Gerais, em Pouso Alegre, aí vem para Campinas, volta para sua terra, e lá a primeira preocupação, a Educação, segunda preocupação, a Saúde.

Dom João Batista Corrêa Nery é tão querido dos campineiros, que tem um monumento na frente da Catedral dedicado a Dom João Batista de Correia Néri, primeiro Bispo de Campinas, do povo campineiro.

O povo fez aquele monumento, reconhecendo a grandeza daquele homem de Deus.

O segundo, Dom Francisco de Campos Barreto. Criou a Pontifícia Universidade Católica de Campinas, criou as Missionárias de Jesus Crucificado, e foi um homem dedicado, amoroso, cuidadoso do seu rebanho. O terceiro Bispo, Dom Paulo de Tarso Campos, jauense, foi o homem que pensou no seminário, na formação. Que pensou também, na administração da Diocese, que hoje em Campinas se mantém, graças à visão, e previsão desse grande Bispo.

A Arquidiocese de Campinas se mantém hoje por causa das construções e de tudo que Dom Paulo preparou.

Depois de Dom Paulo de Tarso Campos, vem Dom Antônio Maria Alves de Siqueira. Foi arcebispo coadjutor de São Paulo, transferido para Campinas, como arcebispo de Campinas. O homem santo, literato, homem bondoso. Sofreu na santidade pessoal todos os embates. Depois o concílio, as transformações que o Brasil passava, depois da revolução militar, Dom Antônio Maria Alves de Siqueira foi um homem que acreditou que junto de Deus continua na sua santidade rezando por nós.

Depois de Dom Antonio vem Dom Gilberto Pereira Lopes.

Interessante que Dom Gilberto Pereira Lopes foi citado aqui pela Deputada, e que recebe das mãos do Padre João Luis, nosso coordenador de Pastoral, esta justa homenagem.

Dom Gilberto Pereira Lopes está em Campinas há 33 anos. Ou seja, se a nossa Diocese tem cem anos, Dom Gilberto Pereira Lopes está praticamente a um terço da história de Campinas presente na nossa história. Tem sido para mim, um grande amigo, irmão, um Bispo que continua me ensinando a ser Bispo, a ser pastor, a estar junto com os irmãos; a ele sou muito grato.

Um pouco da história de Campinas, para que também percebêssemos o que acontece nesta grande região, nesta metrópole que é Campinas, e que tem uma missão, uma promessa de Deus de acolher as pessoas, acolher a todos que vêm, para que possam construir, construir sim uma história que já tem cem anos e que continuamos a construir.

Gostaria de agora dizer mais uma vez, meus queridos irmãos e irmãs, muito obrigado por esta noite, pela história que acontece, que passa pela Assembléia Legislativa de São Paulo.

Penso, minha amiga Deputada Célia Leão, se a Assembléia Legislativa não tivesse marcado na sua agenda neste ano centenário algo que marcasse também a história do nosso povo destas cinco dioceses, que nasceram da diocese de São Paulo, penso que a Assembléia Legislativa não teria tido a alegria de poder reunir hoje tanta gente, que veio aqui para reconhecer, e dizer aos Deputados, na pessoa ímpar da nossa querida amiga Deputada Célia Leão, muito obrigado. Os Srs. Deputados estão de parabéns.

Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Obrigada Dom Bruno. Receba carinhosamente os aplausos dos nossos convidados, das nossas comunidades, dos nossos Bispos, arcebispos, nós é que agradecemos a presença do senhor e das demais autoridades eclesiásticas aqui presentes.

Já estamos encerrando esta sessão solene, com muita alegria, com muita emoção, mas obviamente não poderemos encerrar sem antes ouvir as sábias e importantes palavras desse grande mestre, que é mestre de todos nós, e aqui de pronto representa nossa querida e amada Igreja Católica Apostólica Romana, respeitando obviamente as nossas divisões dentro da Igreja, no sentido de Diocese, Arquidioceses, e ele é que representa a Arquidiocese de São Paulo.

Por favor, Dom Odilo Pedro Scherer, para a nossa alegria, a palavra com Vossa Eminência.

 

O SR. DOM ODILO PEDRO SCHERER - Exma. Deputada Célia Leão, na sua pessoa saúdo os demais parlamentares aqui presentes, Exmo. Dom Bruno Gamberini, Arcebispo de Campinas, Dom Luiz Antônio Guedes, Bispo de Bauru, Dom Aloysio José Leal Penna, Arcebispo de Botucatu, Dom Nelson, Bispo de Santo André, Presidente do Regional, demais irmãos Bispos, Dom Pedro Luiz, Dom Tarcísio, Dom Joaquim Mamede da Silva Leite, Bispos auxiliares de São Paulo, demais religiosos, padres aqui presentes que representam as dioceses homenageadas, padres no plenário, religiosos, meus irmãos, minhas irmãs, minha palavra será muito breve, porque depois das palavras de Dom Bruno Gamberini, é até exagerado querer falar ainda, mas quero manifestar, mais uma vez, como já pude fazê-lo há um mês, neste plenário, minha palavra de agradecimento pela iniciativa de hoje da Deputada Célia Leão, desta homenagem às dioceses centenárias do Estado de São Paulo, e também à Arquidiocese de São Paulo, que foi a diocese mãe das cinco que comemoram o seu centenário.

Essa iniciativa é meritória, e faz o reconhecimento da presença da Igreja Católica no Estado de São Paulo durante esse período da história, cem anos.

É claro que a Igreja Católica esteve presente em São Paulo desde o nascimento, não só da cidade de São Paulo, com o Padre Anchieta, com o Padre Nóbrega, jesuítas que estiveram na missão aqui no planalto de São Paulo de Piratininga na missão indígena e que deu origem à cidade de São Paulo, mas em todo o vasto interior. As cidades sempre nasceram com a presença religiosa. Isso para nós é importante recordar.

Não podemos esquecer a contribuição que também a Igreja deu para a edificação da sociedade no Estado de São Paulo. Hoje, evidentemente, a sociedade é muito mais complexa; não somente está presente a Igreja Católica, mas várias outras igrejas cristãs e religiões. No entanto, estamos presentes ainda em São Paulo com uma ampla presença no meio da população.

Já foi lembrado o significado dessa presença, não somente na área religiosa como também no que diz respeito à Educação, à Saúde, à formação do povo, ao amparo da infância, das pessoas desvalidas, ajuda também na formação da cultura e para o discernimento que a sociedade precisa fazer sobre cada momento do seu caminho, da sua história, para tomar os rumos certos.

Por isso, quero registrar mais uma vez o agradecimento, não só meu, mas também de todos os outros bispos e das dioceses homenageadas, ao Poder Legislativo do Estado de São Paulo por esta iniciativa, na pessoa da Deputada Célia Leão.

Que Deus continue a iluminar também o Parlamento do Estado de São Paulo, tão importante, tão expressivo no contexto brasileiro e que Ele possa ajudar o povo de São Paulo a seguir sua trajetória de progresso, de justiça e eqüidade social na sabedoria de seus legisladores, dos seus governantes e administradores para que o povo de São Paulo, formado hoje por uma população tão expressiva, de tão variadas procedências - São Paulo acolheu gente de todo o Brasil e do mundo - possa continuar a dar ao Brasil todo esse exemplo de harmonia na convivência, na vontade comum de edificar o bem de todos e também da busca daquilo que é bom, justo para todos os seus habitantes.

Muito obrigado, e que Deus lhes pague.

 

A SRA. PRESIDENTE - CÉLIA LEÃO - PSDB - Amém. Uma salva de palmas a Dom Odilo, da Arquidiocese de São Paulo, nosso cardeal e arcebispo da Arquidiocese. (Palmas.)

Encerrando os nossos trabalhos, queria, mesmo que rapidamente, até pelo adiantado da hora, fazer alguns registros: Dom Odilo, Dom Mamede, Dom Bruno, Dom Scaramussa, Dom Nelson, Dom Pedro Luiz, Monsenhor Valdemiro Caran, nosso Padre João Luiz, Padre Eugênio, Padre André, enfim as autoridades eclesiásticas presentes que temos vontade de nominar mais uma vez a todo instante, exatamente para marcar esta noite.

E por que esta noite? Porque a Arquidiocese de São Paulo e as demais, as outras cinco dioceses e arquidioceses, estão completando 100 anos: a de Campinas, São Carlos, Botucatu, Ribeirão Preto, Taubaté e São Paulo.

Obviamente a primeira razão desta sessão solene é a homenagem que foi feita, com diploma simples, mas com muito amor, para marcar esses 100 anos de caminhada. Mas a pergunta é exatamente esta, Dom Odilo: para que marcar 100 anos de caminhada da nossa Igreja Católica? Para que convidar a comunidade, embora o Parlamento seja um lugar bonito, sagrado - pelo menos do meu ponto de vista e certamente dos parlamentares que aqui estão? Recentemente eu disse que o plenário desta Casa, ou dos Parlamentos, é um chão sagrado e alguém me contestou dizendo que chão sagrado é da Igreja. Respondi que certamente é, mas o Parlamento também é um chão sagrado pois aqui dentro repousa as esperanças de uma vida melhor, com qualidade para nossa sociedade como um todo, seja de um município, de um estado ou de uma nação.

Tenho certeza de que os vereadores que aqui estão, como o Vereador Signorelli, têm um mesmo sentimento de luta constante para trazer qualidade de vida e dignidade à nossa sociedade.

Mas fica esta pergunta: por que fazer uma homenagem desta não só pelos 100 anos? Vendo essa comunidade aqui reunida, queria me reportar a pessoas presentes de um antigo movimento cristão, o FCD, Fraternidade Cristã de Doentes Deficientes, que começou com um padre francês, Henri François. Aqui há algumas pessoas que trabalham nessa comunidade. Foi bem ali que comecei a minha trajetória na sociedade e que acabou me levando para a vida pública e política, refletindo-se também minha vida pessoal.

Vemos aqui neste plenário prefeitos, que já foram aqui nominados, representantes de prefeitos, vereadores de Santa Branca, de Elias Fausto, de Valinhos, de Campinas, meu querido Signorelli. Vemos aqui empresários, como o Sr. Antonio Dias, que além do carinho, com muito coração, está nos ofertando a todos um coquetel. Agradeça ao senhor seu pai, por gentileza; aliás, vindo de vocês sempre esperamos só coisas grandes e boas.

Temos aqui a Polícia Civil; o Cel. Pinhata, que é da Polícia Militar; Dr. Kleber, delegado; as comunidades de todas as cidades já nominadas; Dona Yeda, nossa funcionária mais antiga da Casa, uma senhora jovem de espírito e de coração. Não tem horário e sai dirigindo seu carro. Há pouco me disse que é cristã e não falta à missa em nenhum domingo. Sua comunidade é São Gabriel.

Quero ainda registrar algumas coisas. Tudo isso que acontece nesta noite, Dom Odilo, tem de ter uma razão maior do que só os 100 anos: são 100 anos de evangelização, 100 anos de um Deus presente, 100 anos de uma trajetória para mudar para melhor a sociedade, e são 100 anos de atividade, luta e trabalho de muita gente, autoridades da igreja e gente do povo, dos mais simples aos mais abastados onde há um Deus presente.

Com isso quero dizer, Dom Odilo, que Deus está presente na nossa vida mesmo, e os senhores sabem disso. Quem sou eu - como diz o dito popular - para ensinar o “Pai Nosso” ao vigário. Obviamente os senhores são os nossos mestres. Mas, algumas vezes, aprendemos - além da oração - na prática, na atividade do dia-a-dia, nas dificuldades por que passamos.

Tive o privilégio de ter a visita, hoje, de três meninas muito lindas: a Ana Paula, a Ana Maria e a Eva. Só está aqui a Evinha. Por que estou falando delas? Porque Deus existe. São três meninas lindas, literalmente lindas, por dentro e por fora, e por questões genéticas, elas nasceram lindas e com um problema genético de rins comprometidos.

Do zero aos dois aninhos, quando apareceu o problema nas três - duas são gêmeas - até os seus 20 e tantos anos, elas viveram momentos difíceis com pai e mãe e hemodiálise a cada 48 horas. É um dilema que o Brasil conheceu, porque só havia um rim, o da mãe, e tinha que dar para três filhas.

E o tempo passou, mais de 20 anos. A Evinha está aí, com um rim novo. As outras irmãs também, do pai e de uma prima.

Claro que a comunidade se organiza, que a sociedade se mobiliza. Mas essas coisas só acontecem porque existe um Deus presente. Não tenho a menor sombra de dúvida disso. Deus age na nossa vida. Por que uma Polícia Militar ou uma Polícia Civil precisam de uma igreja? Já fazem o seu trabalho, que não é fácil. Um empresário que já tenha seu sucesso, o seu trabalho, os políticos, prefeitos - a maior autoridade da cidade, os vereadores - representantes do povo, mas ninguém, em cargo nenhum, do mais importante ao mais simples, pode prescindir da presença de Deus, das diversas formas, e respeitando todas as denominações e fé que cada um possa professar, está aqui o vereador Clayton, que também representa na sua fé a Igreja Evangélica, enfim, existe esse Deus, e ele é presente.

E é exatamente assim que quero terminar esta noite, dizendo a todos vocês, permitam-me por um segundo, sem nenhum desrespeito de senhoras e senhores, eminências, V. Exas, mas num particular, de uma intimidade, se nós podemos ter agora, de que todos nós, literalmente, somos iguais perante Deus. Assim somos perante a Lei, assim diz a nossa Constituição Federal. Esta pode falhar, e lamentavelmente às vezes falha. Mas podemos dizer, sem medo de errar, que somos iguais perante Deus. E com Ele não há falha. Se houver falha, é da nossa parte para com Ele, jamais Dele para conosco.

Para encerrar, mostrando um pedacinho de algo muito importante para mim e para toda a comunidade, e muito sagrado, mas contar que é por coisas assim que acreditamos na Vida, e acreditamos que Ele está aqui.

Dom Odilo, não quero terminar esta Sessão Solene sem dizer a V. Emª, a todas as autoridades e toda a comunidade que está aqui, que Deus se faz presente na nossa vida, mesmo, mesmo quando pensamos que Ele não está presente. É só emoção, mas sem nenhuma tristeza, só constatação de fato, faz 33 anos que por livre e espontânea pressão eu ando nesta cadeira de rodas. Meu amigo Davi Zaia conhece a minha história um pouquinho.

Isso não é nenhuma tristeza, pelo contrário, é alegria. Como, alegria? Alegria, porque quando eu sofri o acidente e parei de andar, claro que existe aquela tristeza natural do ser humano. A Evinha sabe disso. Quando parei de andar eu entendi a grandeza de Deus, quando Ele nos mostra que andar é bonito, é prático, é a vida, é o natural do ser humano, mas andar é apenas um acessório, assim como ter um braço ou enxergar, ou ter uma casa maior ou menor, ou poder ouvir. São acessórios importantes, mas são acessórios.

Quando eu deixei de andar eu só perdi o acessório, e me ficou o principal, porque o principal é a Vida. Cônego Caran, eu aprendi com o senhor, nos bancos escolares da Faculdade, que Deus era presente, que Deus é a nossa força, e portanto não podia passar 100 anos assim. Não só pelos 100 anos, mas por tudo o que significa a Igreja, e por tudo o que significa Deus na nossa vida.

Por fim, deixo aqui uma história que me fez fazer esta Sessão Solene. Há uns oito ou dez anos, assisti nesses noticiários da TV, quando houve um assalto a um banco, em São Paulo. Acho que está na memória de muitos. E durante o assalto, um bebê chorava. Imagino que na cena do nervoso o assaltante quis calar o choro do bebê. E ele deu um tiro naquela criança de três meses. Aquele bebê estava no colo da mãe. O tiro pegou o bebê e a mãe, de 26 anos. Obviamente ambos faleceram.

E a Imprensa, cumprindo o seu papel, foi perguntar ao pai como ele estava se sentindo naquele momento. Perguntas difíceis, mas a Imprensa tem também a sua obrigação. E aquele pai, naquele “Jornal Nacional”, respondeu para quem pudesse ouvir. Era o filho único, e a esposa era muito jovem. A Imprensa perguntou: “Como o senhor vê essa violência?” E ele respondeu: “Isso é falta, é ausência de Deus no coração das pessoas”.

Aquilo me marcou, e com certeza a todos que puderam ouvir, profundamente. E dali em diante, se não só pela minha trajetória de vida, e com os amigos e família, depois daquilo eu entendi que podemos ser muito, fazer muito, mas sem Deus não fazemos nada, não somos nada.

E quem nos leva a conhecer esse verdadeiro Deus é a Igreja, que é o caminho certo, o caminho único de levar a nossa sociedade para o caminho do bem. Foi só por isso. Foi exatamente por isso que eu pedi ao Presidente que nos desse a oportunidade de realizar esta Sessão Solene.

E não foi por acaso, porque Deus estava lá. Talvez 1,5 milhão de pessoas, no dia em que o Santo Papa esteve no Brasil, na canonização do Frei Galvão. E entre milhares de pessoas, não me perguntem como, naquele começo de tarde, eu não andei, porque eu não ando, mas acho que eu voei. E consegui chegar numa sala onde não chegava ninguém. Não sei nem como cheguei lá, mas cheguei. E quando cheguei lá tive a feliz presença de três figuras: Deus no meu coração, Dom Odilo Scherer ao meu lado direito e à minha frente o Santo Papa.

E ele, num gesto carinhoso, de bênção, me deu este terço, abençoando naquele momento. Foi por isto, Dom Odilo, que esta noite para mim tinha que acontecer. Nós tínhamos que convidar essa comunidade para fazer valer a presença de Deus no coração das pessoas.

Só tenho a agradecer a cada um e a todos, a essas grandes autoridades, à comunidade, e com certeza nos Anais desta Casa teremos uma história das Arquidioceses, antes e depois dos 100 anos. Que Deus abençoe a todos.

Esgotado o objeto da presente Sessão, antes de encerrá-la, esta Presidência agradece às autoridades, aos funcionários desta Casa e àqueles que com suas presenças colaboraram para o êxito desta solenidade e convida para um coquetel, ofertado pelo Dr. Antonio e o Dr. Armindo Dias, no Hall Monumental.

Está encerrada a sessão.

 

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-  Encerra-se a sessão às 22 horas e 34 minutos.

 

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