24 DE AGOSTO DE 2001

22ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO CLUBE DOS OFICIAIS DA RESERVA DA POLÍCIA MILITAR E À COOPERATIVA DE ECONOMIA E CRÉDITO MÚTUO DOS SERVIDORES DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO - COOPMIL

 

Presidência: EDSON FERRARINI

 

Secretário: GILBERTO NASCIMENTO

 

DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 24/08/2001 - Sessão 22ª S. SOLENE Publ. DOE:

Presidente: EDSON FERRARINI

HOMENAGEM AO CLUBE DOS OFICIAIS DE RESERVA DA POLÍCIA MILITAR  E À COOPERATIVA DE ECONOMIA E CRÉDITO MÚTUO DOS SERVIDORES DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO - COOPMIL

 

001 - EDSON FERRARINI

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades. Anuncia que a sessão foi convocada pela Presidência da Casa, atendendo à solicitação do Deputado ora na Presidência, com a finalidade de homenagear o Clube dos Oficiais da Reserva da Polícia Militar e a Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Servidores da Polícia Militar do Estado de São Paulo - Coopmil. Convida todos a ouvirem a execução do Hino Nacional Brasileiro.

 

002 - GILBERTO NASCIMENTO

Cumprimenta o Presidente Edson Ferrarini e demais componentes da Mesa. Declara seu respeito à Polícia Militar. Enaltece a figura do policial militar, seu trabalho em prol da comunidade, seu sacrifício e sua abnegação.

 

003 - HÉLIO CÉSAR ROSAS

Representando o Deputado Michel Temer, saúda o Presidente Edson Ferrarini e, em sua pessoa, todas as autoridades e todos os presentes. Reporta-se ao tempo em que foi Deputado na Casa. Homenageia o Clube dos Oficiais de Reserva da PM e a Coopmil.

 

004 - EDILBERTO MELO

Como Presidente da Associação, saúda o Presidente Edson Ferrarini e demais autoridades. Historia a Polícia Militar de São Paulo.

 

005 - HÉLIO LOURENÇO CAMILI

Saúda todos os presentes, em especial o Capitão Newton Campos e o Presidente da Associação dos Deficientes Físicos, Sr. Jeferson Patriota. Historia a Coopmil.

 

006 - EDSON FERRARINI

Anuncia entrega de lembranças da Coopmil ao Deputado ora na Presidência e ao Deputado Hélio César Rosas pelo Capitão Hélio Lourenço Camilli. Agradece a todos que colaboraram para o êxito da solenidade. Encerra a sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido o Sr. Deputado Gilberto Nascimento para, como 2º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da Ata da sessão anterior.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO - GILBERTO NASCIMENTO - PSB - Procede à leitura da Ata da sessão anterior, que é considerada aprovada.

 

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O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Tenho o prazer de anunciar que à minha direita encontra-se o Cel. Edilberto de Oliveira Melo, presidente do Clube dos Oficiais da Reserva da Polícia Militar, que é o clube homenageado nesta solenidade. Peço a todos que aplaudam o Cel. Edilberto. (Palmas).

À minha esquerda encontra-se o Capitão Hélio Lourenço Camilli, presidente da Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Policiais Militares do Estado de São Paulo - Coopmil. Gostaria que o aplaudíssemos. (Palmas).

Estão presentes também o Cel. Hermes Bittencourt Cruz; o Capitão da Reserva PM Newton de Paula Campos; o sempre Deputado Hélio César Rosas, representando nesta solenidade o nobre Deputado Federal Michel Temer; e o nobre Deputado Gilberto Nascimento.

Quero fazer uma menção muito especial à nossa sempre querida Cel. Hilda Macedo, dizendo-lhe que temos muito prazê-la em recebê-la.

O Presidente efetivo desta Casa, Deputado Walter Feldman, atendendo à solicitação deste Deputado, convocou esta sessão solene para a noite de hoje. Minha intenção é homenagear esse clube tão combativo e ao qual tenho orgulho de pertencer, que é Associação dos Oficiais da Reserva da Polícia Militar - e também a Coopmil.

Dando início aos nossos trabalhos, convido todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, comandada pelo 1º Sargento Músico, Ismael Alves de Oliveira, da 2ª Seção da Banda do Corpo Musical da PM.

 

* * *

- É executado o Hino Nacional pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Nossos agradecimentos ao 1º Sargento Músico, Ismael Alves de Oliveira, da 2ª Seção da Banda do Corpo Musical da PM de São Paulo.

Está presente também a Cel. Hilda Magro, representando a Sra. Hortência D’Asti de Lima, Presidente da União das Pensionistas da Caixa Beneficente da PM; o Capitão Marcelo Nagy, representando o Presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Vereador José Eduardo Cardoso; o Sargento Édison Maximiano, representando a Associação Desportiva dos Bombeiros; a Capitã Clarice Gomes, representando o Comando do 1º BPGD; o Inspetor Carlos Alberto Vilella, do Comando de Inspeção do Parque do Ibirapuera; o Capitão-médico, Dr. Lúcio Figueiredo, Presidente da Associação dos Oficiais de Saúde da Polícia Militar; o Major Eduardo Belisário, representante do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, representando o Cel. Wagner Ferrari; o Sargento Jefferson Patriota dos Santos, Presidente da Associação dos Policiais Militares Deficientes Físicos do Estado de São Paulo. Nossa homenagem muito especial a vocês.

Concedo a palavra ao nobre Deputado Gilberto Nascimento, para saudar todos os presentes nesta sessão solene.

 

O SR. GILBERTO NASCIMENTO - PSB - Sr. Presidente, Cel. Edson Ferrarini; Sr. Cel. da Reserva PM Hermes Bittencourt Cruz; meu querido e sempre Deputado Hélio César Rosas, que neste momento representa o amigo Michel Temer, Deputado Federal por São Paulo; nossa querida Cel. Hilda Macedo; Cel. da Reserva Edilberto de Oliveira, Presidente do Clube dos Oficiais da Reserva da Polícia Militar, demais autoridades aqui presentes nesta noite, estou feliz em poder dirigir algumas palavras aos senhores.

Nobre Deputado Edson Ferrarini, exemplo de homem público, que tão bem representa a Polícia Militar nesta Casa, e não só a Polícia Militar, mas todos os eleitores, representando todos com muita dignidade nesta Casa, sendo o autor do requerimento da homenagem ao Clube de Oficiais da Reserva da Polícia Militar e à Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Policiais Militares do Estado de São Paulo - Coopmil, falar sobre a Polícia Militar é sempre uma alegria.

Sou delegado de polícia e deputado, mas sempre tive pela Polícia Militar grande respeito. Sempre tive pela Polícia Militar tamanho respeito que meus três filhos foram alunos da Escola da Polícia Militar e hoje têm uma excelente formação, logicamente fruto oriundo do Colégio da Polícia Militar.

O policial militar é um vocacionado, e tenho dito que o policial militar é policial 24 horas por dia, tanto que nesta Casa temos discutido muito quando dizem que o policial militar é policial só na sua hora de serviço. A grande briga é quanto ao seguro que se dá ao policial. Eu sempre disse, nesta tribuna, que o policial militar o é 24 horas por dia, porque, more onde ele morar, a qualquer problema que aconteça normalmente as pessoas vão bater à porta de sua casa, à meia-noite, à uma da manhã, e pelas mais diversas situações: porque eventualmente precisa levar a mulher ou a vizinha, grávida, ao hospital; porque alguém estaria mexendo no toca-fitas do automóvel; porque alguém teria entrado na garagem do prédio. Por essas e outras razões as pessoas correm à casa do policial militar, mesmo que ele não esteja em serviço.

O policial militar é policial o tempo todo, e aqui encaminhamos algumas discussões como, por exemplo, sobre policiais militares que saíram para trabalhar, pararam no posto de gasolina, onde estava acontecendo um assalto. Pelo ímpeto de policial ele, ao tentar fazer uma abordagem, morre. As pessoas podem argumentar dizendo que ele não se encontrava em serviço. Mas logicamente só dizem isso aqueles que não conhecem a Polícia Militar e até, por que não dizer, a Polícia Civil, porque nós, logicamente, quando vemos o problema logo o tentamos resolver, detendo aquele que está tentando cometer um crime contra a sociedade. Este é o policial militar, que infelizmente nem sempre é visto da melhor forma.

O policial militar tem salário muito pequeno, e vemos os policiais militares brigando, tentando reposição salarial de 47%, mas infelizmente, pela dificuldade do Estado, acaba recebendo um valor muito menor. Mesmo assim a Polícia está nas ruas.

A Polícia Militar do Estado de São Paulo é muito especial. Sempre que me diziam: “Deputado, a Polícia de tal lugar está em greve” eu respondia: “A Polícia Militar do Estado de São Paulo está sofrendo também - sofrendo as dificuldades”. Dizia-me há pouco o capitão da Coopmil que até 97 não havia inadimplência naquela organização. Mas hoje existe. Ou seja, o policial está com dificuldades para pagar o remédio que comprou para o filho; o policial está com dificuldades para pagar a compra do mês que fez na cooperativa. E mesmo assim está, com dignidade, dentro de uma viatura, correndo atrás do bandido.

Ele está, às vezes, colocando em risco sua própria vida, que é seu maior bem, para tentar prender aquele que ‘subtraiu’ de alguém uma ‘correntinha’ que lhe estaria pendurada no pescoço. Ele vai atrás. O policial tem dignidade e sabe o que quer. Quero deixar claro aqui o meu respeito e consignar meus parabéns a essa classe, que é a Polícia Militar, por tudo o que tem feito, por sua grande luta, por sua dignidade, por darem muitas vezes suas vidas, por aqueles que hoje já estão na Reserva, mas que, de qualquer forma, estão aí. E digo que eles poderiam ser muito bem aproveitados pelo Estado, levando suas sugestões, porque a experiência está exatamente com esses oficiais, com essas pessoas que ficaram durante 30 ou 35 anos em atividade na Polícia Militar. Eles realmente conhecem tudo, mas infelizmente acabam sendo colocados em segundo plano e sequer são consultados. (Palmas.)

São Paulo vive hoje um problema muito sério de segurança. Às vezes alguém me pergunta como isso pode ser resolvido e digo que enquanto não trouxermos aqueles que entendem de Segurança para discutir, não adianta ficar trazendo propostas americanas, chinesas, indianas ou de qualquer outro lugar, porque nossa realidade é outra. E quem conhece essa realidade é exatamente o grupo dos senhores, que aqui está dizendo: “Quero contribuir”. Mas infelizmente as autoridade superiores não querem saber dos senhores, e isso é profundamente lamentável.

Uma coisa é certa: continuem nesse trabalho, continue cada um dos senhores com a cabeça erguida, como tem sido até agora. Mesmo às vezes ganhando pouco, mesmo passando dificuldades, saibam que abraçaram uma carreira - são e sempre serão policiais -, porque os senhores nasceram para isso e para isso foram vocacionados.

Meus parabéns e que tenham muita felicidade. Que o Clube de Oficiais de Reserva da PM tenha muito sucesso, que a nossa cooperativa continue na direção do nosso Capitão, tendo também muito sucesso. Ainda sonho com uma Polícia Militar que não mais precise ir à sua cooperativa simplesmente para comprar o remédio e pagar com o seu pequeno soldo, mas uma Polícia Militar que tenha os seus salários melhorados ao ponto de o seu filho não mais ficar doente, porque há filhos de policiais militares que ficam doentes porque estão mal alimentados. Esta é a realidade que vivemos.

Mais uma vez quero parabenizá-los, porque mesmo com todas essas dificuldades a Polícia Militar está nas ruas, em todos os cantos, elevando esse nome a que faz jus, que é ‘Polícia Militar do Estado de São Paulo’.

Espero que Deus abençoe cada um, e que os senhores sejam muito felizes.

Muito obrigado e uma boa noite a todos! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Muito obrigado ao nobre Deputado Gilberto Nascimento, um amigo sempre amigo da Polícia Militar que, como Delegado de Polícia que é, não nos tem faltado nas solicitações que temos feito. S.Exa. está sempre presente e contamos com o seu brilhantismo em todas as sessões e em todas as oportunidades, na Assembléia Legislativa.

Esta Presidência saúda neste momento o Cel. Dorival Alves de Lima e concede a palavra ao sempre deputado e grande amigo da Polícia Militar em todas as horas, o Exmº Sr. Hélio César Rosas. Temos por ele muito carinho e apreço. A Polícia Militar sempre contou com seu apoio - inclusive na Câmara Federal, quando lá esteve. Ele, hoje, está aqui representando o nobre Deputado Federal Michel Temer.

 

O SR. HÉLIO CÉSAR ROSAS - Quero também saudar o Presidente desta sessão solene, Cel. Edson Ferrarini, na pessoa de quem cumprimento todas as autoridades e todos os presentes.

Todas as autoridades já foram citadas pelo Coronel Ferrarini, autoridades que conheço, que estão em meu coração e que respeito há muito pelo trabalho que têm feito junto aos clubes de serviços e às lutas da Polícia Militar.

Ocupei esta tribuna por 12 anos, e grande em parte desse longo tempo tive a honra de fazê-lo empunhando a bandeira de defesa da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Tive muito orgulho disso. Passados mais de 12 anos, enviado também pela Polícia Militar, estive na Câmara Federal. E hoje estou tendo a oportunidade de usar novamente esta tribuna, e por duas circunstâncias muito especiais: uma porque estou representando o nobre Deputado Michel Temer, que foi um grande presidente da Câmara Federal, deputado respeitadíssimo em todo o Brasil, grande amigo grande defensor da Polícia Militar; e a segunda porque estou aqui graças ao oportuno requerimento de convocação de uma sessão solene, feito pelo nobre Deputado e Coronel Edson Ferrarini, para homenagear o Clube de Oficiais de Reserva da PM, do nosso querido Coronel Edilberto Melo e do nosso querido Coronel Cruz, clube que tem relevantes serviços prestados à causa da Polícia Militar, tendo em sua presidência o eterno Coronel Edilberto, que além de todo o serviço, toda a contribuição como defensor dos interesses da Polícia Militar, das justas teses de valorização da Polícia Militar, também é um grande historiador, que tem tido a oportunidade de registrar para a posteridade esses longos anos de mais de um século e meio de páginas gloriosas escritas pela Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Meus cumprimentos ao Coronel Edson Ferrarini pela oportunidade desta sessão solene e ao Clube de Oficiais de Reserva da Polícia Militar pelo grande serviço que ele tem prestado, em todas as áreas da Polícia Militar de São Paulo.

O requerimento tem uma dupla homenagem, pois homenageia também a Coopemil, do Capitão Hélio Camilli, do Capitão Newton Paula Campos e de tantos outros. A Coopemil, além do serviço relevante que tem prestado à Polícia Militar, neste momento de dificuldades que atravessa, devido a uma certa incompreensão, tenho convicção de que, com o trabalho que tem sido feito e com a persistente insistência dos coronéis Edilberto e Melo - que tranformou-se em sindicalista, um batalhador de primeira - por essa luta muito bonita. Tenho certeza de que isso será superado e será dado à Polícia Militar o seu real valor em termos de retribuição salarial, não só para que ela tenha a dignidade de criar os seus filhos, mas também porque isso é fundamental para que possa ter tranqüilidade ao executar seus relevantes serviços. Isso é fundamental para a sociedade - para a Polícia Militar e para cada um dos seus membros, mas também pela sociedade.

A Coopemil foi pioneira, porque além dos serviços importantes que tem prestado, quando ela foi fundada não se falava em cooperativa de crédito, porque o perverso sistema bancário brasileiro atuava com garras de ferro em cima do Banco Central, para impedir que a sociedade se organizasse em cooperativas, possibilitando que as pequenas poupanças que o cooperado tem pudessem ter uma retribuição melhor do que a miserável retribuição da poupança bancária. Os empréstimos que ele é obrigado a fazer - hoje muito mais empréstimos do que poupança - também sejam feitos a custo muito mais baixo, infinitamente mais baixo do que os juros escorchantes cobrados pelo sistema financeiro.

Cooperativa, então, é alguma coisa muito importante para o cidadão brasileiro, e a Coopemil é, foi e continuará sendo importantíssima para a Polícia Militar do Estado de São Paulo. Abriu caminho. A luta que foi feita com tantos pioneiros da Coopemil, que tinha sempre como ponto de reunião o Clube de Oficiais de Reserva da Polícia Militar. Essa luta, que rompeu a barreira da ignorância, da resistência do Banco Central e, na marra, fez com que o Banco Central aprovasse a Coopemil, abriu o caminho para que outras cooperativas de funcionários públicos também se formassem. Hoje é muito maior o número de cidadãos brasileiros que se beneficiam das grandes vantagens, no sentido de escapar, de ter outra válvula para escapar das garras do sistema financeiro brasileiro.

Por tudo isso quero aqui, não me alongando, dizer que é desnecessário relembrar o trabalho que cada um dos que estou vendo aqui, no Clube dos Deficientes Físicos, no Clube das Pensionistas, na Polícia Militar Feminina, nos clubes de serviços que estão aqui, e relatar o trabalho que eles têm feito e a importância da luta que todos têm travado. É desnecessário falar que nunca foi por interesse a minha ligação com a Polícia Militar. Minha ligação com a Polícia Militar foi por convicção absoluta da importância dessa instituição da sociedade brasileira. Sempre disse que trabalhei muito para a Polícia Militar, mas recebi muito mais do que trabalhei, porque ter a honra de empunhar uma bandeira de valorização, de defesa da Polícia Militar é uma honra muito grande.

Sempre tive isso na minha história política, como uma dádiva - poder empunhar essa bandeira. Fica desnecessário falar sobre tudo isso.

Quero aqui registrar, para encerrar as minhas palavras, meus cumprimentos ao grande Coronel Ferrarini, pessoa que, em minha vida pública, tive a honra de ter como grande amigo, o que foi um dos grandes ganhos da vida pública. Quero cumprimentar o Coronel Ferrarini por sua oportuna iniciativa, que faz honra ao valor da Coopemil e do Clube de Oficiais de Reserva da Polícia Militar.

Quero saudar essas duas instituições hoje aqui homenageadas, nas pessoas do Coronel Edilberto Melo e do Capitão Hélio, por tudo que têm feito, pedindo a Deus que abençoe essas duas instituições, lhes dê uma vida longa no caminho dos relevantes serviços que têm prestado.

Parabenizo todos, especialmente o Coronel Ferrarini pela grande oportunidade de estar aqui, falando, com essas duas qualificações - representando o nobre Deputado Michel Temer e falando em duas justas homenagens.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - O nobre Deputado Hélio César Rosas nunca faltou ao chamamento da Polícia Militar. Sempre foi um dos baluartes que tínhamos no Congresso - aqui na Assembléia Legislativa e lá no Congresso. Quando precisávamos de alguém em Brasília, sabíamos poder contar com o nosso querido Deputado Hélio César Rosas. É uma pessoa pela qual temos o mais profundo respeito.

Saúdo também o Tenente-Coronel Edson Nunes, que aqui está representando o Comando CPAM 10, e também o Sr. Douglas Jaime Plásio, Ouvidor, representando o Coronel Luiz Carlos Prestes de Faria Bittar, Presidente do Círculo Militar do Estado de São Paulo. Muito obrigado por sua presença. (Palmas.)

Cumprimento o Capitão Ernesto Carlos da Costa, Chefe do Copom, responsável por essa atividade tão importante da Polícia Militar. Parabéns, Ernesto. (Palmas.)

Quero também saudar o Tenente-Coronel Arida, Presidente do Conselho Fiscal da ARPM, aqui presente, assim como os demais conselheiros que estão, do conselho deliberativo. E os diretores, que saudamos na presença do nosso querido Coronel Hermes Cruz, que é o nosso 1º Vice-presidente. (Palmas.)

Esta solenidade ocorre pela primeira vez - e tive o prazer de poder ser o responsável - para homenagear esse nosso clube tão querido.

Tem a palavra o Coronel Edilberto de Oliveira Melo, Presidente eterno da Associação. A festa é dele e é ele quem manda aqui. (Palmas.)

 

O SR. EDILBERTO MELO - Exmo. Sr. Edson Ferrarini, Presidente desta sessão, Exmo. Sr. Gilberto Nascimento, Deputado Hélio César Rosas, Coronel Bittencourt, nosso 1º vice-Presidente, Coronel Amorim, 2º vice-Presidente, Coronel Arida, Presidente do Conselho Fiscal, meu caro Capitão Hélio Camilie, Presidente da CoopMil, Srs. presidentes de entidades e representantes, conselheiros, diretores, senhoras e senhores, que sejam as minhas primeiras palavras que partem do fundo do nosso coração e da nossa alma, em homenagem ao Coronel Ídilo Ferrarini, saudoso pai de V. Exa., nobre Deputado Edson Ferrarini, e o Major Raul de Oliveira Campos, saudoso tio de V. Exa., homens impolutos que marcaram época na gloriosa tropa de Piratininga, também como diretores queridos da entidade que temos a honra de presidir.

São esses seus antecipados dois ícones na história da Polícia Militar, são dois heróis de tantas batalhas e que hoje repousam na eternidade.

Sr. Presidente Ferrarini, V. Exa. pode aquilatar neste momento a grande honra e orgulho incontido nosso, como presidente da Associação dos Oficiais da Reserva, em receber esta homenagem em nome de milhares de associados. O nosso pensamento retrocedo na máquina do tempo para encontrar os nomes consagrados de Azarias Silva, Luís Farias de Souza, Capitão Manoel de Oliveira, José Guedes, Capitão Antônio Pitt, Tenente João Caboclo, os primeiros diretores da nossa entidade que, no distante ano de 1935, fundaram esta entidade, despachado no início nos bancos do Jardim da Luz, evoluíram quando algum comandante autorizava os encontros na sala de arma do batalhão. Com o passar dos anos, sucessivas diretorias, enfrentando e afrontando mil dificuldades, deixaram a Associação dos Oficiais da Reserva beirando dez mil associados, deixaram também um patrimônio moral incontestável ao lado de um patrimônio material invejável, traduzido na sede imponente do solar da Tabatinguera, no majestoso prédio da Colônia Mares do Sul, em Itanhaém e mais sete palácios no interior, em Taubaté, Santos, Campinas, Sorocaba, Bauru, Ribeirão Preto e Jacareí, onde os associados comungam do mesmo idealismo castrense que aprendemos na saudosa convivência de tantos anos, enfrentando as agruras, os sofrimentos e os perigos inerentes à vida do policial militar. Permita, Sr. Coronel Edson Ferrarini, Digníssimo Sr. Presidente desta Assembléia, Srs. Deputados presentes, dignas autoridades, senhoras e senhores, que efetuemos agora uma digressão.

Quero pedir permissão para transferir essa homenagem para a nossa querida Polícia Militar de São Paulo. Permita-nos que elevemos as nossas mentes para a nossa grande família, para a tropa bandeirante que o Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar plantou no sacro santo chão de São Paulo, permita-nos que contemos e cantemos as glórias da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Comecemos pelo decreto de 15 de dezembro, de 1831, quando o Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar criou a nossa querida corporação.

A evolução desta força estadual de 1831 até o início deste terceiro milênio, essa soberba história de Piratininga, dos 130 de 31, até os 80 mil homens de hoje, somos, com incontido orgulho, os defensores da autonomia de São Paulo e da soberania da Pátria brasileira.

O batismo de fogo da nossa querida Polícia Militar foi na Guerra dos Farrapos, quando a República de Piratininga declarou guerra no Brasil.

Era imperioso defender a província de São Paulo, que à época se estendia até Lages, em Santa Catarina.

Em 1839 há a presença, no Paraná, na região de Campo das Palmas, combatendo os assaltantes das caravanas que demandavam Porto Alegre. Em 1842, na Revolução Liberal de Sorocaba, onde se agigantaram Rafael Tobias de Aguiar e Padre Feijó. Na Guerra do Paraguai, pasmem meus amigos, é desconhecida essa história, mas na Guerra do Paraguai todo efetivo da PM pereceu na retirada da Laguna, imortalizada no livro de Visconde de Taunay.

Meus amigos, vem depois a Revolta da Armada, quando a Marinha de Saldanha da Gama e os federalistas de Gumercindo Saraiva ameaçavam a jovem república, os nossos batalhões defenderam a legalidade no famoso cerco da Lapa, no Paraná.

Em 1896, nossos batalhões estiveram ao lado da sociedade paulista no entrevero com a colônia italiana, aqueles famosos protocolos. Em seguida, vem a campanha de Canudos, em 1897, fato histórico, deplorável ou não, passível de crítica como genocídio, mas o nosso 1º Batalhão, que o Coronel Ferrarini também teve a honra de comandar, atravessou o Rio Varza , no nordeste da Bahia, compondo a tropa do General Artur Oscar, que venceu os jagunços de Antônio Conselheiro.

Meus amigos, a missão militar francesa é um capítulo à parte. Sucede a revolta da vacina obrigatória e o quebra-campeão, no Rio de Janeiro. Estivemos lá defendendo a ordem e a lei.

Em 1910, no Rio de Janeiro, quando o marinheiro João Cândido, o famoso "Almirante Negro", enfrentou o governo federal, conseguindo o fim da Lei da Chibata.

Em 1922, no ano da Semana da Arte Moderna, também se revoltaram os tenentes, na ideologia conhecida como tenentismo, refletindo na sedição de Mato Grosso.

A PM esteve nessas duas frentes mantendo a ordem. Meus amigos, vem a Revolução de São Paulo, em 1924. Isidoro Dias Lopes e Miguel Costa, revolucionários de um lado; Pedro Dias de Campo, grande coronel legalista.

A luta em que se sublinharam os idealismos de ambas as partes, na grande marcha pelo interior da pátria, que foi a maior marcha militar da história da humanidade, que terminou em 1927, quando a coluna revolucionária comandada por Miguel Costa se exilou na Bolívia.

Agora há um erro histórico, pois essa coluna foi consagrada como Coluna Prestes, quando ele era sub-comandante, mas o comandante era o major do nosso regimento de cavalaria, Miguel Costa.

Em Itararé, 1930, começa a era Vargas. O paradoxo da nossa história porque a maior batalha em terras brasileiras não aconteceu. Paradoxo. Mas, acabou-se a Primeira República e acabou a Política do Café com Leite, quando se alternavam presidentes de São Paulo e de Minas Gerais.

Tenho os olhos marejados de lágrimas quando falo da Revolução Constitucionalista de 32. O ponto alto da história paulista. Na época o Brasil não entendeu São Paulo e a democratização demorou a voltar, mas a nossa corporação, a nossa querida Polícia Militar, teve centenas de mortos, inclusive o seu comandante, o heróico General Júlio Marcondes Salgado.

Em 1935 e 1938, debelamos no chão paulista a Intentona Comunista e a ação integralista. Vem agora a segunda grande guerra, cantemos essa história da Polícia Militar. Na Itália, em plena guerra, um contingente de guardas civis lutou nos campos da Itália, nos contingentes da antiga força pública. Defenderam todo litoral paulista.

Chega o ano de 1964, quando o perigo comunista rondava o Brasil, a nossa PM defendeu a democracia ao lado do povo, na Marcha da Família, com Deus pela Liberdade. Temos que consagrar o nosso Capitão Alberto Mendes Júlio, o herói mártir da nossa Polícia Militar.

Eis ai, meus amigos, Presidente Ferrarini, nessas rápidas pinceladas, a destinação histórica da nossa grande organização, ela sempre teve dignas autoridades, sempre esteve defendendo a lei, a ordem e a justiça em todo território nacional.

A história da Polícia Militar é paralela à história do Brasil e à história de São Paulo, pois em todos os momentos que a Pátria precisou, estávamos presentes.

Meus amigos, no plano da segurança pública, são incontáveis as ações da PM na defesa da sociedade. O COPOM, do nosso Quartel General, atende milhares de chamados, diariamente.

O telefone 190, em todo território do Estado, é acionado pela população, em busca de socorro, segurança e proteção.

As viaturas da Polícia Militar rodam e rondam as grandes e pequenas cidades, no policiamento preventivo e repressivo.

É confortador nos dias de hoje, para toda sociedade paulista, sentir a evolução e a segurança nesta nova era, quando os policiais civis e militares se irmanaram com a finalidade precípua de defender a comunidade.

Demos as mãos agora, na luta pelo reajuste salarial e daremos sempre as mãos, unidos na defesa da lei, da ordem e da justiça.

Finalizando, quero cumprimentar o nosso Capitão Hélio Lourenço Camile, digno Presidente da Coopmil, pelas homenagens que V. Exa. concedeu à Magnífica Cooperativa, que é o cartão de visita da nossa querida Polícia Militar.

Sr. Coronel Ferrarini, digno Presidente desta sessão, represento, como Presidente, milhares de associados e agradeço essa soberba homenagem.

Quero também homenagear esta Casa de leis, este querido Poder Legislativo, os deputados da nossa corporação, os incontáveis deputados amigos, na pessoa do eminente Presidente Deputado Walter Feldman, amigo de todas as horas, que num momento difícil das entidades da Polícia Militar e da Polícia Civil, ensinou-nos o caminho certo, fazendo-nos chegar ao Governador Alckmin.

Temos certeza que este Poder, presidido por Walter Feldman, ajudado pelos Deputados Ferrarini, Gilberto Nascimento e todos os deputados amigos. Todos estarão conosco em abril de 2002, valorizando a melhor polícia do mundo, que é a polícia paulista.

Sr. Presidente, há muitos anos a Associação dos Oficiais da Reserva - e eu estava na Presidência - indicamos o seu nome para concorrer às eleições da Assembléia Legislativa Paulista, mercê de suas excelsas virtudes, como se digna um superior da Polícia Militar, com esse idealismo que já vem do berço, essa vocação divina no combate ao tráfico de drogas na regeneração dos viciados.

V. Exa. foi eleito e reeleito várias vezes e há de continuar na carreira ascendente, como parlamentar paulista. Que essa vocação histórica continue, ‘ad eternum’, nobre Deputado Edson Ferrarini.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Quando eu ainda estava na ativa, o Coronel Edilberto, com essa visão que tem, indicou-me quando a Polícia precisava de um deputado para representá-la na Assembléia Legislativa. Pediu-me que aqui viesse, ensinou-me os caminhos, e eu tive a oportunidade de aqui estar inclusive participando da Constituinte, ocasião em que nada foi tirado da Polícia Militar. Acrescentamos o que era necessário. E, aqui a tenho defendido, a cada momento. A farda da Polícia Militar é minha segunda pele. Estamos aqui.

Estou aqui recebendo um livro e um boné do clube. Muito obrigado.

Quero agradecer também a presença ao Tenente-Coronel Willing Cardoso de Araújo, Sub-Chefe da Assistência Militar da Assembléia Legislativa. A ele o meu abraço e a minha saudação. Agradeço também a presença ao Sr. Marco Roberto Francisco, diretor administrativo da Associação de Defesa dos Policiais Militares do Estado de São Paulo, que aqui está, representando o Presidente da Adepom, Tenente-Coronel Luís Carlos Nogueira. A ele também o meu abraço.

Esta sessão, quando a solicitei, era para homenagear a Associação dos Oficiais da Reserva e também para prestar homenagear a Coopmil. Fará uso da palavra agora o Presidente da Coopmil, Capitão Hélio Lourenço Camili.

O Coronel Edilberto nos deu essa magnífica aula de História, que nos fez rever tudo aquilo que os que nos antecederam na corporação nos legaram, aumentando a responsabilidade de todos nós, aumentando a responsabilidade do pessoal da ativa.

 

O SR. HÉLIO LOURENÇO CAMILI - Boa-noite senhoras e senhores, boa-noite nobre Deputado e Coronel Edson Ferrarini, Presidente desta sessão solene e autor desta homenagem. Caro Deputado Hélio César Rosa, amigo da Polícia Militar, amigo, incentivador e um dos idealizadores da Coopmil. Quando aqueles idealistas, Coronel Cavalcante, Alcione e outros pensaram na Coopmil, batalharam muito para legalizá-la, o que não é tão fácil. Se o nobre Deputado Hélio César Rosa, com o prestígio de deputado federal e com o trânsito que tem nas instituições não entrasse em cena, talvez não existisse a Coopmil - ou demorasse muito a existir. Por isso, ele falou com tal desenvoltura sobre o cooperativismo e sobre a Coopmil. Devemos muito ao Deputado Hélio César Rosa. Se ele tivesse um busto na Coopmil ainda seria pouco, porque é um dos responsáveis por essa instituição, de que tanto nos ufanamos. Nobre Deputado Hélio César Rosa, um grande abraço ao amigo e xará.

Quero saudar também, com muito carinho e apreço especial o nosso eterno Presidente, Coronel Edilberto de Oliveira Melo, Presidente da Associação dos Oficiais da Reserva, de que sou diretor há muitos anos - o atual Diretor de Relações Públicas. Saúdo e cumprimento o meu presidente. Saúdo ainda o brilhante oficial da Polícia Militar, líder e excelente professor, que os oficiais aprenderam a respeitar por sua cultura e seus ensinamentos, o brilhante Coronel Hermes Bittencourt Cruz. Boa-noite, Coronel. Saúdo os demais componentes da Mesa e em especial meu companheiro de sete anos de cooperativa, o Capitão Newton Campos, meu companheiro - fiel, competente e dedicado companheiro.

Quero cumprimentar os dirigentes da nossa associação, assim como os representantes de outras entidades, como o Sr. Jeferson Patriota, Presidente da Associação dos Deficientes Físicos, das pessoas que, como sempre digo, com reverência especial, pessoas que representam o sacrifício da Polícia Militar. Ao Sr. Jeferson e a seu Vice-Presidente deixo meus cumprimentos. Saúdo, em nome do cooperativismo, o presidente da Secresp, a entidade que congrega as cooperativas de crédito, que são duzentas e poucas no Estado de São Paulo, o Sr. Manuel Messias. Muito obrigado pela presença, meu amigo Messias.

Agradeço a presença a todos os senhores, convidados que aqui estão, prestigiando o evento, assim como aos caríssimos representantes de empresas parceiras da Coopmil que aqui estão, aos caríssimos advogados do Escritório Milan e Milan, na pessoa do Sr. Milan. Muito obrigado pela presença. Agradeço a presença da Sra. Vera Borges, também nossa advogada. Se sob o ponto de vista jurídico houver algum problema, nobre Deputado Edson Ferrarini, aqui estamos, assessorados com muita competência.

Familiares presentes, senhoras e senhores, quero iniciar as minhas palavras agradecendo, especialmente ao nobre Deputado Edson Ferrarini, deputado e amigo. O Coronel Ferrarini já me acumulou de tantas gentilezas que lhe agradeço, desejando-lhe muito sucesso. Desejar-lhe sucesso, aliás, é pleonasmo, porque V. Exª merece e só faz sucesso. De qualquer maneira o desejo, cumprimentando-o pela iniciativa de nos honrar com esta homenagem. Quero guardar em minha memória, em meu coração e nos Anais da Coopmil esse generoso gesto.

Meus agradecimentos especiais, profundos e sinceros a quem é muito mais que todos nós. Agradecimentos sinceros, leais, profundos e reverentes ao Senhor Jesus Cristo, sem o qual não estaríamos aqui. Com certeza ele está entre nós, abençoando esta fraterna reunião.

Quero falar sobre alguns dos amores e das paixões que tenho - e todos os temos. Em primeiro lugar está o meu Deus, de que já falei, reitero, sem constrangimento e com o maior carinho. E, sempre serei assim. Em segundo lugar, quero dizer da minha família, aqui representada pelos meus dois filhos, os Capitães Camili, que estão na platéia e que são o meu orgulho. Um outro orgulho, especial, que me comove muito - e só quem é avô sabe disto, e aqui creio que há muitos avós - são os meus netinhos, Beatriz e Danilo. Esses pequenos, que nos passam uma energia gostosa. Sou muito feliz, principalmente quando, nos fins de semana, vão à minha casa e ficam disputando quem vai dormir comigo.

Fiz anotações, minha assessoria escreveu um discurso formal, mas com todo o respeito à minha platéia - que sempre tratei desta forma - gosto de falar assim, com os meus erros, com as minhas dificuldades. O Coronel Edilberto nos deu uma lição de história, mas ele é um historiador eloqüente, que fala com eloqüência, sentimento e propriedade. Eu vou apenas conversar com os meus amigos, porque nesta reunião, embora seja solene, como declarou o Presidente, o nobre Deputado Edson Ferrarini, quero falar informalmente, porque a maioria das pessoas que aqui estão é sócia da cooperativa. São meus associados, e aqui está o associado número um, que é o Coronel Edilberto. O Coronel Edson Ferrarini também é sócio.

Eu poderia fazer um resumo da história da Coopmil, que é uma história bonita, de serviço, de amor, de solidariedade, camaradagem, fraternidade e companheirismo. É bom que eu fale alguma coisa aos mais novos, porque agora tenho testemunhas. Se eu falar daqui a alguns anos, poderei ser desmentido, porque sou o sócio-fundador. mas o Cel. Edilberto é o número um. Ele é mesmo o primeiro. A Coopmil começou com dificuldade, e como o começo de tudo na vida é difícil, às vezes o fim de algumas coisas também são muito difíceis. Não é o caso da Coopmil, que começou com dificuldade. Ela foi hospedada no Clube dos Oficiais da Reserva, porque lá se hospeda todo o mundo. Enquanto o Cel. Edilberto lá estiver, dará abrigo a todas as idéias sensatas, corretas, voltadas ao bem, que visam o bem comum.

Tenho grande honra em ser amigo do Cel. Edilberto, porque depois de conhecê-lo mudei até o meu comportamento. Ele não tem boca para dizer ‘não’ ao que pedimos. Agasalhou a Coopmil, mesmo não sendo muito simpático aos demais diretores. Deu à Coopmil um computador velho, que pertencia ao clube; dois ramais telefônicos, que depois foram cortados, porque a Coopmil não pagava o aluguel dos ramais. Ofereceu também uma salinha de quatro por quatro, de eucatex, que era o que podia fornecer na ocasião; deu grampo, papel, e até café.

Alguns diretores reclamavam: “O pessoal da Coopmil vem tomar café e água aqui!” E ele ‘segurando’. Eu era diretor do clube e também ouvia essas coisas. As coisas continuaram assim até 94. Foram idealistas e fundadores quatro coronéis dirigentes, da maior qualidade e seriedade - alguns encontram-se aqui. Essas pessoas, porém, não tinham visão empresarial. Eles, como dizia Adhemar de Barros, “não eram do ramo”, não obstante possuíssem todos os títulos de capacidade.

A Cooperativa chegou a ter 1.800 sócios. Em 94 tinha 1.200 e o Cel. Edilberto costumava dizer que estava na UTI, ou seja, em estado terminal. O Cel. Alcione, então, caçou-me no clube e praticamente impôs que eu me candidatasse a dirigente da Coopmil. Eu relutei, porque não podia. Eu, aliás, não queria, porque tinha outras atividades e queria viver com alguma liberdade. Mas não agüentei a pressão, primeiro porque ele é um homem muito distinto; e segundo porque é coronel e meu amigo. Então aceitei.

Um dia encontrei, no corredor, por acaso, o Capitão Campos, que pouco conhecia. Eu conhecia muito o seu pai dele e seus irmãos, mas ele eu conhecia de vista. Eu, então, disse-lhe: “Campos, você está disposto a formar e assumir comigo a Cooperativa?” Ele aquiesceu e eu, então, convidei o Capitão Cardoso e outros companheiros, perguntando-lhes se estariam dispostos a arregaçar a manga.

O Cel. Alcione teceu um muitos elogios a mim, que fiquei com uma responsabilidade enorme. Candidatamo-nos, vencemos as eleições e começamos, sem nenhum tostão. Nem grampo tinha a cooperativa. Graças a Deus ganhamos, fomos às entidades, e incentivamos nossos amigos a se associarem, alegando que cooperativismo era uma coisa muito boa. Só que eu não entendia de cooperativismo, como ainda não entendo. Mas aprendi muito com o Sr. Manuel Messias, que é o seu Presidente, e seguimos seus exemplos.

Eu ia às entidades e dizia: “Gostaria que vocês, companheiros de ideal, ficassem sócios da Cooperativa”. E vinha a primeira pergunta: “E o que a cooperativa oferece?” Eu falava: “Nada, agora, mas poderá oferecer muito”. Mas ninguém quer ficar sócio de uma coisa que não ofereça nada. Mas graças a Deus assumimos aquela responsabilidade e tivemos sorte.

Um major meu amigo, então, vendeu um apartamento no litoral por 80 mil reais - ou coisa parecida - e falou: “Hélio, você está precisando de dinheiro para a cooperativa?” Eu disse: “É claro. Não temos nenhum tostão”. Então o major disse-me: “Vou doar 80 ou 90 mil reais”. Não me lembro do valor exato, mas é por aí. E hoje ele não se encontra presente. O Cel. Edilberto sabe de quem estou falando, mas não vou dizer o nome porque não é o caso. Não falamos em juros e nem em quanto iríamos pagar. Ele nos ofereceu aquele dinheiro, e imediatamente começamos a emprestar: mil para um; quinhentos para o outro; e duzentos para o outro. E formou-se aquela bola. Depois vieram outros aplicadores.

Naquele tempo não tínhamos política de juros para tomar emprestado ou para emprestar. Descobrimos uma pessoa da Bahia, o Sr. Jocemir, meu leal, fiel e competente gerente. Conversamos sobre o cooperativismo, porque ele, tendo sido gerente de banco, possui grande experiência na área. E com criatividade e orientação de quem sabia mais do que nós, imprimimos esta administração, com dedicados diretores, levando a sério o compromisso e vestindo a camisa, porque não adianta a pessoa ter bastantes títulos e não se dedicar.

Minha equipe é pequena. Vejam bem: quase todas as entidades, com mil, dois mil ou dez mil sócios, têm 40 diretores, 12 assistentes - aquela equipe toda. Nós mexemos com dinheiro, que todos sabem que a parte mais sensível do homem, e temos 44 mil associados. Eu já disse que quando iniciei tínhamos 1.200 - tínhamos 1.800 mas restaram 1.200. E hoje, sexta-feira, dia 24, temos 44 mil. Na próxima sexta-feira já não serão 44 mil, porque o número mínimo de pessoas que se associa por mês é de mil associados. Houve meses em que se associaram 1.820.

Esta é a bonita história da Cooperativa. Se eu for me alongando nós falaremos muito, e os mais antigos sabem que é isso mesmo. Eu só quero, então, dizer mais uma coisa: precisávamos de um local, porque a nossa sala era pequena. O Presidente, Cel. Edilberto de Oliveira Melo, nunca nos disse nada. Pelo contrário, ele nos dava todo o apoio e liberdade, dizendo que podíamos ‘pegar papel no almoxarifado’. Mas precisávamos comprar um local e ter vida própria, porque já tínhamos dinheiro para emprestar, tínhamos bom movimento, e os associados foram aumentando.

Quando fui eleito eu estava fora do Brasil, em Las Vegas. Telefonei para o Capitão Campos e disse-lhe: “Campos, como estão as coisas? O Banco Central já homologou a nossa posse?” E ele falou: “Se você não voltar logo isto aqui não vai dar certo”. Eu, então, disse-lhe: “’Segure aí. Vou voltar e tudo vai dar certo!” Voltei depois de dez dias e começou aquela peregrinação: o sujeito queria deixar de ser sócio e nós não tínhamos o dinheiro relativo ao seu crédito na cooperativa para devolver. E a Lei do Cooperativismo estabelece que o dinheiro que o elemento tenha na cooperativa pode ser devolvido em doze parcelas, depois de a assembléia homologar. Se o sujeito quer sair hoje e a assembléia só vai acontecer no primeiro trimestre de fevereiro, ele tem de esperar que a assembléia homologue para depois começar a contar os doze meses para a devolução do dinheiro. O sujeito, então, ficava mais irritado ainda. Era complicada a situação.

Hoje a situação é outra. Nós até financiamos outras entidades. E não há um associado que vá à cooperativa e não seja atendido, a não ser que não obedeça ao que a lei estabelece. Nós às vezes facilitamos um pouco, fugindo à lei, mas vem a auditoria, faz algumas recomendações, e o Messias nos ajuda. Às vezes saímos um pouco das resoluções do Banco Central apenas para ajudar o associado, esse que conhecemos há vinte ou trinta anos. Sei que isso justifica, mas explica, e felizmente não temos tido problema algum.

Nossa cooperativa hoje funciona, graças a essas iniciativas, a essa operacionalidade e aos juros que estabelecemos - os mais baratos da praça - ao RDC que pagamos para quem investe, que é a melhor remuneração e cuja garantia não se discute, porque somos sérios e só tratamos com gente série. Quem estiver pensando em ir à Cooperativa, para tomar dinheiro emprestado, para fazer compras ou para qualquer outra finalidade, tem de ir com o propósito de honrar o seu compromisso, porque senão terá problemas. Não é o que desejamos, mas é a imposição da lei, e temos que tomar providências.

Vou fornecer alguns dados:

1) Financiamento e crédito pessoal são elementos procurados em casos de emergência. Quem passa pela Rua Silveira Martins sabe que do quinto dia útil até o décimo quinto dia aquela rua fica intransitável, em função do número de policiais que lá está, pegando dinheiro emprestado. Se eles fossem remunerados à altura, podendo manter sua casa, ainda que modestamente, não iriam à Cooperativa exatamente no dia do pagamento - iriam em outro dia, no fim do mês. Mas é no dia do pagamento, porque o dinheiro não dá para honrarem seus compromissos. Então, recorrem à Cooperativa. Fazemos entre 7.500 e 8.000 empréstimos de crédito pessoal por mês, totalizando R$ 12.000.000,00.

2) Alimento: temos parceria com todo o grupo da rede Pão de Açúcar. E o Carrefour já está nos procurando, insistentemente, para parceria. (Pausa.) O elemento recebe da Coopmil um cartão magnético, e com ele vai a qualquer supermercado da rede, sem precisar levar cheque ou dinheiro. Ele faz a compra, respeitando o limite estabelecido pela Coopmil, e vai embora. A fatura vem para a Coopmil pagar, e ele tem 35 dias para pagar, sem juros e como achar melhor, o que é um alívio.

3) Remédios: o elemento tem uma carteirinha e compra remédios. Muita gente aqui sempre tem 50 reais no bolso, para comprar um Melhoral, mas há policiais que não têm um tostão. Chegando o final do mês, se houver uma gripe forte na casa, ele ‘estará frito’.

4) Material escolar: financiamos aproximadamente 360 mil reais por mês aos nossos associados.

O Dr. Messias, que está aqui, está nos dizendo que cooperativa é ‘para emprestar dinheiro’. A nossa é cooperativa de crédito. Sua finalidade precípua é emprestar dinheiro, mas fazemos toda essa prestação de serviço. E também emprestamos bastante dinheiro.

5) Material de construção: emprestamos aproximadamente um milhão e cem mil reais.

Em termos de medicamentos o favorecimento é de aproximadamente 180 mil reais. O valor para eletrodomésticos, como computadores, fogões e geladeiras é de aproximadamente 520 mil reais por mês. Tudo isso além dos cursos e treinamentos para esposas e dependentes de policiais. Estamos com um curso em andamento. Abrimos uma pesquisa para verificar a possibilidade de oferecermos cursos para donas-de-casa, esposas e mães de PMs e eu disse ao meu gerente: “Vão se inscrever umas dez ou quinze senhoras e não vai valer a pena.” “Vamos tentar?” “Vamos”. E estamos com seiscentas inscritas, com dificuldade de encontrar um local para tais aulas.

Contratamos uma pessoa da área, que está ministrando essas aulas com muito aproveitamento. As senhoras trocam idéias e tomam um lanchinho personalizado na Coopmil, além de receberem brindes.

Preciso falar também sobre o ‘auxílio funeral’, que para muitos pode não representar nada, mas que é de fundamental importância, porque quando falece um associado - principalmente um PM, um cabo ou um sargento - a família não sabe o que fazer e fica: “O que vou fazer agora? Telefono para quem, quem vai comprar o caixão?” Há também a parte financeira. Quando chega no fim do mês vem a mãe, a esposa ou a companheira do PM falar com os diretores - e às vezes comigo. E eu atendo: “Pois não, minha senhora”. E ela: “Meu marido faleceu e estava endividado, por causa dos remédios. Agora precisamos comprar um caixão e lá em casa estamos fritos, porque não temos dinheiro para nada”. “Eu queria saber se o meu marido tem dinheiro na Cooperativa”. Então mandamos verificamos o extrato e ele está devendo quinhentos ou seiscentos reais. Falamos: “Seu marido não tem dinheiro e está devendo quinhentos reais à Cooperativa. Mas temos um seguro que as cooperativas não têm. Nós o criamos na Coopmil. Temos seguro próprio”. O débito, então, é zerado, o que já é um alívio para a beneficiária. E se ela não usar o serviço funerário damos a ela dois mil reais, para resolver os problemas e continuar a vida. Se usou o serviço funerário oferecemos mil reais.

Temos também o escritório do Dr. Milan e o escritório da Dra. Vera, que prestam eficientes e rápidos serviços à Coopmil. E como serviço de advocacia também não é barato, a Cooperativa dispõe de uma importância razoável. A Cooperativa banca isso.

E quanto se paga por esse serviço? Em números eu não lembro. Quanto os senhores acham que o elemento paga para ter assistência jurídica gratuita, assistência funeral, financiamento de remédios e de alimentação e essas coisas todas? Devem estar achando que fica muito caro. Quem não é sócio deve estar pensando que custaria muito dinheiro. Mas custa o valor simbólico de um real, para que os benefícios da Coopmil não sejam vulgarizados. Com esse real fazemos todo esse serviço. E só para a assistência funeral nós pagamos mais de cem mil reais - acho que 120 mil. E cobramos R$ 1,00.

Eu não preciso fazer propaganda da Coopmil. Só estou fazendo os meus comerciais, ‘de leve’. Não preciso fazer propaganda porque quem freqüenta a cooperativa sabe. E quem não é sócio está perdendo uma grande chance de ser beneficiado, pagando apenas um real e fortalecendo o cooperativismo, que é uma coisa extraordinária.

O cooperativismo no Brasil ainda é incipiente, mas o Prof. Messias esteve, há dias, na Alemanha, e no exterior o cooperativismo é demasiadamente forte. Na Alemanha o banco do cooperativismo é mais forte que o banco do governo, e garante o elemento que investe nas cooperativas de crédito naquele país. No Brasil ainda não existe isso e as pessoas têm de confiar em nós. Mas elas ainda não têm garantias deste tipo. No Canadá e na Inglaterra, onde começou o cooperativismo, há todas essas garantias. No Brasil a garantia ainda é nossa. A nossa é a maior cooperativa da América do Sul. Os senhores podem ficar cientes disso. Se eu não estiver falando a verdade o Sr. Messias pode se levantar e corrigir-me.

Quando chegamos no Simpósio do Cooperativismo - e na próxima semana a Foz do Iguaçu -, a Coopmil é referencial. Isso nos dá orgulho, porque é algo a mais para a Polícia Militar, como companheiros de ideal e de farda.

Encerro minhas palavras agradecendo a presença de todos, a paciência e a homenagem a nós prestada pelo nobre Deputado Edson Ferrarini. Mais uma vez muito obrigado, Coronel. Agradeço por pertencer ao time do Cel. Edilberto de Oliveira Melo. Agradeço mais uma vez ao nobre Deputado Hélio Rosa, ao Cel. Hermes Bittencourt Cruz e a todos os presentes. Um forte abraço e fiquem com Deus. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - O Cap. Hélio Lourenço Camilli acabou de dar-nos uma excelente explicação, e o Cel. Edilberto de Oliveira Melo disse-me: “Ele deve ter ouvido algum discurso de Fidel Castro e por isso deve ter dado essa explicação detalhada”. Eu fiquei assustado, porque o último discurso de Fidel Castro durou oito horas, e pensei: “Amanhã cedo ainda estaremos aqui”. Mas foi muito importante essa explicação do nosso querido Capitão.

Resolvi propor esta solenidade porque a Associação dos Oficiais da Polícia Militar e a Coopmil lutam pelos interesses e pelos ideais da nossa querida Polícia Militar.

Na pessoa do eterno Presidente do Clube dos Oficiais da Reserva da Polícia Militar, o Cel. Edilberto de Oliveira Melo, homenageio toda a diretoria da associação, assim como todos os associados e pensionistas. O Cel. Edilberto, por seu dinamismo, simpatia e atuação vibrante, foi reeleito sete vezes Presidente da entidade. E pelo que estou vendo será reeleito ainda muitas vezes. O abraço amigo do Cel. Edilberto, seu sorriso sincero, sua lealdade e sua atuação firme levaram a Associação dos Oficiais da Reserva da Polícia Militar a congregar todas as entidades da Polícia Militar e da Polícia Civil na recente luta pela melhoria salarial. Foi com ele no Clube dos Oficiais da Reserva que tivemos essa congregação. O Cel. Edilberto nos transmite toda a confiança que os líderes devem ter.

Líder é aquele que, nos momentos difíceis, mostra-nos o caminho a seguir. É assim o nosso querido Cel. Edilberto de Oliveira Melo. Desde que criou o Museu da Polícia Militar, lembrava a todos que as raízes não podem ser esquecidas. E a Polícia Militar, nos dias de hoje, cumpre o seu papel. É uma das melhores polícias do Brasil e do mundo. É um orgulho pertencer à gloriosa Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Aqui estão reunidas as tradições da Guarda Civil e da força pública. A violência que aí está não depende da Polícia Militar. Não podemos agir nesse complicado e moroso Judiciário. Não podemos intervir; e isso dá a sensação de que a Polícia prende e o Judiciário solta. O Sistema Penitenciário, falido e caótico, está aí. Não podemos intervir nas injustiças sociais que levam à criminalidade.

O Estado de São Paulo tem uma Polícia Militar briosa e altiva, cujo passado é repleto de glórias. E nós não nos acovardamos diante do crime nem desanimamos diante da hipocrisia de todos aqueles que não querem reconhecer nosso valor. Desde a época da Revolução Constitucionalista de 1932 V. Sª é um grande historiador. Desde aquela época, mesmo com uma grande folha de serviços prestados à democracia, a Polícia Militar de São Paulo se acostumou com a ingratidão e com a maledicência de muitos, que em vez de chorar e rezar pelos nossos mortos espalhavam a mentira de que a nossa Polícia Militar estaria a serviço de separatismo de São Paulo, com São Paulo se separando do Brasil. E esqueciam-se de que na bandeira da revolução estava o mapa do Brasil. A Polícia Militar de hoje é o pronto-socorro de todas as incompetências do Estado.

Está aqui o nosso querido Capitão Ernesto Carlos da Costa, do Copom, que sabe muito bem desde realizar parto na viatura até pegar o doente mental, fazendo tudo o que o estado e a prefeitura não fazem. Eles não fazem, mas nós estamos presentes.

A Associação dos Oficiais da Reserva da Polícia Militar congrega esses baluartes que aqui estão, congrega essas pessoas que deram sua juventude, sua vida e seu entusiasmo em defesa da sociedade. Quem não ama a Polícia Militar de São Paulo é um ingrato, um doente da memória, que perdoamos. Eles vão para o céu ou para o inferno.

Esta sessão solene também homenageia os doze anos de existência da Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Militares do Estado de São Paulo, seus 140 funcionários e 44 mil associados.

O Capitão Hélio deu uma exuberante explicação de como ela funciona, atendendo as necessidades de alimento, saúde, moradia e educação. E na atual crise, em que a defasagem salarial é gritante e absurda, eles têm cumprido o seu papel, cedendo cadeiras de roda, ambulâncias e viaturas aos nossos deficientes físicos. O Capitão Hélio também nos disse que por tudo isso é paga a mensalidade de um único um real.

Quero saudar os dedicados funcionários e todos os associados, na pessoa do atuante Capitão Hélio Lourenço Camilli, dizendo a todos que esta homenagem, pela primeira vez feita na história da Associação dos Oficiais da Reserva, foi muita justa. Já imaginaram o meu orgulho, por ter sido indicado, lá atrás, a deputado, pelo Cel. Edilberto de Oliveira Melo, que pegou-me pela mão, ensinou-me e orientou-me, dizendo-me o que fazer?. E eu aqui estou todos os dias. Ninguém fala mal da Polícia Militar. Façam o que quiserem, mas quando é sério nós a defendemos. Deputado eu estou, mas Oficial da Polícia Militar eu sou - e serei sempre. Muito obrigado.

O Capitão Hélio Lourenço Camilli quer dar a mim e ao nobre Deputado Hélio César Rosas uma lembrança da Coopmil.

 

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- É feita a entrega das lembranças.

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O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Eu faço o que posso. Fiquem tranqüilos que eu aqui os represento. Se alguém falar mal da Polícia, será como falar mal de meu pai, Ítalo Ferrarini, como se tivesse aqui o meu tio, Major Raul de Oliveira Campos.

Fiquem tranqüilos que eu os estou representando. E todas as vezes em que me derem seu voto, podem crer que não se decepcionarão, porque estarei sempre honrando esta farda que é, repito, a minha segunda pele.

Esgotado o objeto da presente sessão, antes de encerrá-la esta Presidência agradece às autoridades e àqueles que com, as suas presenças, colaboram para o êxito desta solenidade e convida para um coquetel.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 42 minutos.

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