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20 DE JUNHO DE 2011

024ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO DO “CENTENÁRIO DO COLÉGIO DANTE ALIGHIERI”

 

Presidente: BARROS MUNHOZ

 

RESUMO

001 - Presidente BARROS MUNHOZ

Abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que convocara esta sessão solene, para "Comemorar o Centenário do Colégio Dante Alighieri". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Anuncia a apresentação da gravação do sino, seguida da exibição de vídeo institucional sobre o Colégio Dante Alighieri.

 

002 - RICARDO IZAR JR

Deputado Federal, que fala em nome dos ex-alunos do Colégio Dante Alighieri, faz agradecimentos à sua família e aos professores. Recorda o seu aprendizado de 17 anos de vida escolar. Dá conhecimento de projetos, de sua autoria. Propõe o retorno das aulas de Organização Social e Política Brasileira e Educação Moral e Cívica.

 

003 - LAURO SPAGGIARI

Professor, Diretor-Geral Pedagógico do Colégio Dante Alighieri, faz retrospecto sobre a fundação do Colégio, criado por grupo de italianos. Enaltece o trabalho multiplicador do ensino de qualidade recebido. Reverencia a memória dos antecessores. Elogia as atividades e a dedicação dos professores e funcionários.

 

004 - PAOLO FABBRIZIANI

Doutor, Presidente da AEDA - Associação dos Ex-Alunos do Colégio Dante Alighieri, lembra, além do Dante, o centenário de outras instituições, como o Teatro Municipal de São Paulo e o Circolo Italiano. Recorda a criação da "Ordem do Sino", bem como de seu simbolismo. Elogia alunos do Dante que se projetaram em diversos setores da sociedade.

 

005 - JOSÉ DE OLIVEIRA MESSINA

Doutor, Presidente do Colégio Dante Alighieri, trouxe reminiscências de sua atividade escolar, no edifício construído próximo ao Parque Trianon, reserva de Mata Atlântica. Informa a atuação do Presidente Jânio Quadros como professor de Geografia e História. Louva as famílias Crespi, Puglisi e Martinelli, fundadores do Colégio Dante Alighieri. Ressalta o propósito de ensino humanitário. Recorda a Revolução de 1932. Agradece ao Deputado Barros Munhoz e faz citações de parcerias político-culturais.

 

006 - Presidente BARROS MUNHOZ

Anuncia homenagens, prestadas pelos Doutores Paolo Fabbriziani e José de Oliveira Messina, com a entrega da "Ordem do Sino".

 

007 - NATAL CALABRO NETO

Mestre de Cerimônia, lê a biografia de cada um dos ex-alunos homenageados, que usam da palavra para agradecimentos.

 

008 - ANDRE RICARDO ROBIC

Enaltece o aprendizado e o respeito aos valores familiares e aos princípios morais.

 

009 - ANDREA SANDRO CALABI

Secretário de Estado da Fazenda, agradece ao Presidente Barros Munhoz e à direção da escola. Fala de sua emoção. Recorda a importância do sino na rotina escolar. Faz louvação aos professores.

 

010 - ANTONIO PENTEADO MENDONÇA

Advogado, cita o seu reconhecimento pelo ensino recebido. Fala de sua carreira profissional.

 

011 - MINO CARTA

Jornalista, lembra do Colégio Dante, no qual ingressara menino e saíra moço. Relata casos da vida "dantesca", especialmente quando escalado para integrar o time de futebol e atuar em peça teatral.

 

012 - RICARDO IZAR JR

Deputado Federal, reitera agradecimentos aos professores e funcionários do Dante, e do significado deste para sua vida.

 

013 - ROSSELLA VITORIA BEER

Agradece aos colegas, professores e sua família. Dá conhecimento do aprendizado recebido, fundamental para definir sua carreira profissional. Lembra o amor e o orgulho em integrar a instituição.

 

014 - NATAL CALABRO NETO

Mestre de Cerimônia, dá conhecimento de homenagem, prestada pelo Doutor José de Oliveira Messina, Presidente do Colégio Dante Alighieri, ao Presidente Barros Munhoz.

 

015 - Presidente BARROS MUNHOZ

Agradece a honraria. Anuncia a apresentação do "Hino do Colégio Dante Alighieri". Elogia a contribuição dos dirigentes e professores da instituição. Enaltece os valores de seriedade e respeito do Colégio Dante Alighieri. Discorre sobre a representatividade deste Parlamento. Cita a importância do Colégio Dante na formação integral do corpo discente. Ressalta a saga da imigração italiana, especialmente em São Paulo. Lembra a contribuição da colônia italiana de Itapira, sua cidade natal. Reitera a justeza da reverência ora prestada. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Abre a sessão o Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

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- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência quer agradecer as honrosas presenças do Doutor Andréa Sandro Calabi que é Secretário de Estado da Fazenda, Deputado Federal Ricardo Izar Júnior, e dos representantes que eu menciono aqui na Mesa do Colégio Dante Alighieri, o Presidente do Colégio Doutor José de Oliveira Messina, e o Doutor Paolo Fabbriziani que é o Presidente da AEDA - Associação dos Ex-Alunos do Colégio Dante Alighieri.

Eu pediria que em pé déssemos início efetivo a esta Sessão Solene, que tive a honra de convocar com a finalidade de comemorar o Centenário do Colégio Dante Alighieri. Vamos ouvir o Hino Nacional Brasileiro executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo sob a regência do Subtenente PM Rogério Carvalho.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Senhoras e Senhores, gostaríamos de agradecer a presença dos Senhores Afonso Della Mônica ex-Presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras; Senhor Enio Rocha coordenador de comunicação do gabinete representando o Vereador Celso Jatene; Doutor Frederico Carbone Filho, representando o Hospital Santa Isabel; Doutor Paulo Rios Delegado Chefe da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo representando o Delegado Geral de Polícia Doutor Marcos Carneiro Lima; Senhor Udine Verardi, representando o Senhor Deputado Antonio Salim Curiati; Senhor Pedro Horta, ex-aluno e Diretor da Associação Paulista de Imprensa; Coronel PM José Martins Navarro, Chefe da Associação Militar da Assembleia Legislativa, representando o Comandante Geral da Policia Militar Coronel Álvaro Camilo; Professor Lauro Spaggiari, Diretor Geral Pedagógico do Colégio Dante Alighieri.

Com a palavra excelentíssimo o Senhor Deputado Barros Munhoz.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência tem a satisfação de anunciar e conceder a palavra ao nobre Deputado Ricardo Izar Júnior.

 

O SR. RICARDO IZAR JÚNIOR - Boa-noite a todos, queria primeiro cumprimentar todos aqui da Mesa, cumprimentar o Senhor Presidente Barros Munhoz pela iniciativa, e fazer um cumprimento especial para minha mãe, dona Marisa, que hoje deve estar muito feliz que nós não estamos recebendo uma advertência na caderneta do Dante Alighieri, estamos recebendo uma homenagem. Dessa vez a senhora tem que ficar feliz. (Palmas.)

Queria também agradecer sem citar nomes a muitos professores da minha época que nessa última eleição acreditaram na gente, ligaram, ajudaram, apoiaram, passaram no nosso escritório, colheram materiais, dizer para vocês que eu não vou decepcioná-los. Hoje eu tenho a honra de fazer parte de 513 que representam 290 milhões de brasileiros. Acho que tudo que eu aprendi no Colégio Dante Alighieri não vai ser em vão. Nesses cinco meses de trabalho na Câmara dos Deputados a gente apresentou bastantes projetos de lei. Tivemos o projeto de lei que gera o seguro desemprego ao trabalhador rural, a prevenção de câncer de mama das mulheres, câncer de próstata dos homens, trouxemos a tona a questão das usinas nucleares através de um plebiscito que foi pedido para a população decidir se vai ter continuidade do Programa Nuclear no Brasil ou não.

Hoje nós fazemos parte da Frente Parlamentar, sou Presidente da Frente Parlamentar de Habitação e Desenvolvimento Urbano. Acho que é um tema muito importante para o Brasil a questão de infraestrutura para o crescimento do Brasil e para a geração de empregos. Fazemos parte também hoje da Frente Parlamentar em Defesa dos Animais, faço parte do Conselho de Ética, acho que muitos de vocês acompanharam aí a questão da Senhora Jaqueline Roriz, a quebra do decoro parlamentar da deputada, e faço parte como Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, que é uma Comissão muito importante e muito atuante na Câmara dos Deputados. A semana passada representantes da Aneel onde através de um requerimento de minha autoria questionamos a questão do apagão aqui em São Paulo da Eletropaulo, então o trabalho a gente começou. Queria agradecer a confiança.

Mas a gente está aqui para falar de Dante Alighieri, que o Dante Alighieri foi muito importante na minha vida, eu frequentei o Dante Alighieri durante 17 anos, os 17 primeiros anos da minha vida. E lá foi o que aconteceu minha formação, tanto do caráter pessoal como caráter profissional. No Dante Alighieri eu formei grandes amigos, grandes amizades que eu trago elas até hoje comigo. Foi no Dante Alighieri também que eu conheci a mãe da minha filha, que é o maior presente que Deus podia me dar. Foi no Dante Alighieri que eu aprendi o respeito a Bandeira. Eu lembro que de pequeno, eu era sempre o menor da classe e a gente no Dante Alighieri ia para o pátio e perfilava e eu como menor levava a Bandeira, dona Luisa deve lembrar, lá pra cima para a gente hastear e ouvir o Hino Nacional. Foi no Dante Alighieri que eu tive o primeiro contato com cidadania, OSPB, Educação Moral e Cívica que são matérias que deviam voltar para o currículo escolar. Lá a gente aprendeu muito a questão de respeito às regras, o professor entrava na sala de aula a gente se levantava. A questão do uniforme, não podia ter o jacarezinho aqui no uniforme, horário rigoroso. Então eu aprendi economia com a dona Munira, na caixinha emprestava dinheiro para gente e anotava.

Eu posso dizer que eu sou um ex-aluno do Dante Alighieri, mas ex-Dante eu não vou ser nunca, porque o Dante vai estar fazendo parte da minha vida pra sempre. Então eu queria agradecer do fundo do coração a todos os professores, diretores vigilantes, todos os funcionários do Dante que fizeram de mim o que eu sou hoje. Muito obrigado pela homenagem. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Ouviremos agora a gravação do Sino do Colégio Dante Alighieri.

 

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- É executada a gravação do Sino.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Assistiremos a apresentação de vídeo institucional da escola neste momento.

 

 

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- É feita a exibição do vídeo institucional.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência concede a palavra ao Professor Lauro Spaggiari, diretor-geral pedagógico do Colégio Dante Alighieri

Antes disto a Presidência faz questão de saudar e homenagear o nobre Deputado Itamar Borges que se faz presente e nos honra com a sua presença.

 

O SR. LAURO SPAGGIARI - Senhoras e Senhores, boa-noite. Excelentíssimo Deputado Barros Munhoz, Presidente desta Casa que nesta noite homenageia o Colégio Dante Alighieri pelo seu Centenário, e em nome de quem cumprimento os ilustres componentes da Mesa. Meus cumprimentos também a todos que aqui comparecem esta noite para esta cerimônia que muito dignifica a nossa instituição no momento que ela alcança a sua maioridade secular.

Da vontade de um grupo de italianos que aportaram em terras Bandeirantes surgia em 1911 o Instituto Médio Ítalo-Brasiliano Dante Alighieri, com a finalidade de dar continuidade aos estudos de crianças italianas e brasileiras. A rigor essas crianças em sua maioria filhos de imigrantes já frequentavam o primário nas inúmeras escolas existentes na cidade de São Paulo. Porém, mais do que reunir esses estudantes da capital, os fundadores do Colégio Dante Alighieri imaginavam uma escola que acomodasse também alunos do interior e até de outros Estados. Daí o colégio dispor também à época do regime de internato.

Nós, professores e funcionários do Colégio Dante Alighieri lisonjeados com essa Sessão Solene manifestamos a nossa alegria pelo reconhecimento de um trabalho que se multiplica em 100 anos de existência. Na qualidade de diretor geral pedagógico do Colégio, não posso senão manifestar a minha profunda deferência para com todos que nos antecederam. Do primeiro diretor pedagógico Professor Rodolfo Camure que estruturou a escola para que prosperasse com qualidade, aos primeiros professores italianos e brasileiros que compuseram o quadro inaugural de docentes, sem falar dos primeiros funcionários a homenagem desta noite dirige-se também a esses memoráveis profissionais e a todos que o sucederam até os dias atuais. Homens e mulheres que vestiram a camisa do Colégio, ou melhor, o avental, para que os ideais documentados no Estatuto de Fundação do Colégio fossem cumpridos.

Prova da ampla dedicação dessa tarefa é que as milhares de crianças e adolescentes que passaram por nossos bancos escolares receberam uma formação de qualidade, a qual lhes permitiu galgar as etapas seguintes tanto no mundo do trabalho como na esfera da responsabilidade social.

Essa excelência no ensino está atualmente refletida na presença no Colégio de filhos e netos de ex-alunos, pais que continuam confiando no trabalho de nossos professores e funcionários, bem como na solidez de uma instituição que tem no vulto dos seus presidentes desde o primeiro industrial Rodolfo Crespi ao atual o advogado José de Oliveira Messina a referência humanística da qualidade deste trabalho.

Ainda como comprovação desse trabalho realizado dentro dos muros da nossa escola está a homenagem que é prestada esta noite a alguns dos nossos ex-alunos que se destacaram nos vários campos de atividade, e que recebem aqui na Assembleia Legislativa a Ordem do Sino pelas mãos do Presidente do Colégio Dante Alighieri Doutor José de Oliveira Messina, e pelas mãos do Presidente da AEDA - Associação dos Ex-Alunos do Colégio Dante Alighieri Doutor Paolo Fabbriziani.

Deputado Barros Munhoz, Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, nós, do Colégio Dante Alighieri, professores e funcionários agradecemos a homenagem prestada a instituição em que trabalhamos, a qual dedicamos os nossos esforços para que daqui 100 anos os nossos sucessores possam também nesta Casa se reunir a fim de comemorar então o Bicentenário do Colégio Dante Alighieri. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência concede a palavra ao Doutor Paolo Fabbriziani, Presidente da Associação dos Ex-Alunos do Colégio Dante Alighieri - AEDA.

 

O SR. PAOLO FABBRIZIANI - Ilustríssimo Senhor Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo Deputado Barros Munhoz, ilustres membros da Mesa, autoridades presentes, senhoras, senhores, se a sorte ideal é estar no lugar certo no momento certo eu sou um homem de sorte. E a sorte quis que me encontrasse na Presidência da AEDA - Associação dos Ex-Alunos do Colégio Dante Alighieri, nesta ocasião tão especial como é o aniversário de 100 Anos da Fundação do Colégio Dante Alighieri, que é comemorado neste ano de 2011.

É um ano festivo, historicamente representativo, mas acima de tudo é um ano no qual em São Paulo comemora-se a vetusta idade do nascimento de 100 anos de várias entidades tais como, a da construção do magnífico Teatro Municipal, do Circolo Italiano e deste maravilhoso templo da cultura e educação que é o Colégio Dante Alighieri.

De seus alunos e ex-alunos surgiu a ideia de criar uma Associação que pudesse representar de forma apaixonada aquela plêiade de estudantes, Professores e funcionários que saídos do Dante pudessem ter um ponto de encontro e reencontro para manter o relacionamento nascido no colégio e alimentado pela estima, amizade e verdadeiro coleguismo.

Pois este grupo de inspirados colegas idealistas que realizaram o sonho acalentado durante anos de fundar a AEDA, em 6 de agosto de 1930, também houveram por bem criar a Ordem do Sino. Sob a Presidência do Doutor José Oliveira Messina, hoje Presidente do Colégio Dante Alighieri, na histórica data de 2 de outubro de 1981, com o objetivo precípuo de conclamar todas as turmas que deixaram o colégio para distinguir os colegas e mestres que mercê de suas brilhantes e operosas atividades, alcançaram níveis de alta projeção.

A escolha do sino como símbolo da novel Ordem foi realmente das mais acertadas, eis que o sino é um instrumento sagrada. Bem por isto ele é encontrado em quase todas as igrejas. No colégio ele era tocado para indicar a hora da entrada dos alunos às aulas, na hora tão esperada do recreio, de seu retorno e na hora da saída, quando finalmente os alunos voltavam para casa após terem realizado seu sagrado período de estudo.

O sino era tocado por um funcionário chamado de sineiro, que hoje utiliza apropriados tapa ouvidos, para evitar futuros problemas auditivos. Atualmente ao aproximar-se a data do final do período escolar, ou seja, perto do fim do ano, o sino é retirado do local onde habitualmente está instalado e substituído por uma gravação em CD, para evitar que os alunos do último ano, jocosamente retirem o sino e o levem como recordação de sua vida escolar, para nunca mais devolve-lo.

Mas a Ordem do Sino coube uma sublime tarefa, a de distinguir ex-alunos que foram capazes de projetar-se de forma invulgar, tornando-se exemplo em suas vidas particulares e públicas, representando o fruto da dedicação e do estudo iniciado nos bancos escolares do Colégio Dante Alighieri.

Hoje, nesta ocasião memorável é outorgada a distinção da Ordem do sino a quem por seu valor inteligência e denodo é devida a merecida homenagem. Desta data em diante, em seus anais a Ordem do Sino fará constar o nome dos que foram esta noite objeto do oportuno reconhecimento.

Enfim, desejo expressar o meu particular regozijo pela honra de poder estar e de poder falar no mais expressivo templo colegiado do Estado, numa ocasião tão representativa e onde as mais brilhantes figuras políticas de São Paulo dirigem os destinos do Estado.

Assim como a Ordem do Sino nasceu de forma inspirada e assim como foi revitalizada por obra e abnegação do Doutor José de Oliveira Messina, que ao galgar o posto de Presidente do Colégio Dante Alighieri, dentro do espírito fraterno que une o Dante à AEDA, reavivou a chama da Ordem fazendo-a ressurgir em toda sua essência. Também de forma inspirada desejo esta data relembrada como a mais lidima manifestação de apreço e consideração aos hoje agraciados. Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência concede a palavra ao Doutor José de Oliveira Messina, Presidente do Colégio Dante Alighieri.

 

O SR. JOSÉ DE OLIVEIRA MESSINA - Excelentíssimo senhor Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, Palácio 9 de Julho.

Envolvido pelo manto da alegria, como ex-aluno e como Presidente do Conselho e da Diretoria do Colégio Dante Alighieri de São Paulo, neste ano de 2011, que fixa o marco de seu Centenário, alegra-me ao dizer que conheci minha escola pela primeira vez quando, emergente da Mata Atlântica do Parque Siqueira Campos, e seguro pela mão de mamãe, que à escola me acompanhava juntamente com meu irmão, utilizando os bondes como transporte, nosso coletivo era da Linha Avenida 3, fiquei surpreso ao ouvir o som metálico de um sino, que me fez perguntar se estávamos indo para uma igreja. Tinha eu então 6 anos, e o ano era de 1934.

O edifício com a fachada de tijolos, e com grandes janelas nele incrustadas, permitia seu acesso por um monumental portão artístico de ferro. Superada a escada de mármore branco, com cinco degraus, chegávamos a um pequeno átrio. Ali, tive a impressão de que ingressava num castelo.

Mamãe chamou-nos a atenção: meninos, vejam estas figuras. Assustados, vimos os dois bronzes que ainda hoje reverenciamos. Dante, de um lado, Leonardo do outro. Um verso de Dante vimos muito tempo depois, no alto do frontispício do Colégio, já que passara despercebido por mamãe. O pensamento imperativo de Leonardo da Vinci, contudo, foi por ela logo transmitido: “La verità solo fu figliola del tempo”, que, traduzido para o português, poderíamos interpretá-lo como “A verdade é filha do tempo”, ou seja, ainda que surja de pronto, a verdade jamais ficará sepultada eternamente.

Éramos apressados pelo porteiro, e primeiro sineiro Ezio Baldi, que desde 24 de junho de 1924 cuidava do sino e carimbava as cadernetas. Nervosamente ele dizia à minha mãe: “Signora, guarda, andate in fretta”. E falando no português dele: “che i menini perdono a aula”. Ao entrarmos nas respectivas classes, vimos então carteiras com dois alunos servidas por um único tinteiro; um quadro negro imponente, com duas faces. Estranho. Como regente, lá estava a primeira mestra, Maria do Carmo Gualtieri. Ingressamos assim num novo e desconhecido universo.

Na primeira indisposição ou mal-estar, conhecemos a bedel Maria, que, no vão de uma escada, fez o seu pronto socorro: joelho ferido, azul de metileno! Com carinho, trocava até os uniformes danificados, dispondo de reservas também para os imprevistos.

Senhor Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo Deputado Barros Munhoz, vários são os momentos e elementos que constroem a história de um povo, entre os quais, cumpre ressaltar, estão os educandários de antiga tradição. Entre as escolas do Estado de São Paulo, públicas e privadas, brasileiras e estrangeiras, algumas se distinguem por suas antigas origens, na capital e no interior. A nossa, que se insere nesse grupo, nasceu com o nome de Instituto Médio Ítalo Brasiliano Dante Alighieri.

Nesta altura, abro parênteses para registrar que, seus antigos alunos o Colégio ostenta personagem de primeira grandeza, presentes no mundo parlamentar, acadêmico, profissional, cultural, religioso e social. Naquele tempo destacou-se no seu corpo docente, até mesmo um futuro Presidente da República, Jânio quadros, que no Colégio lecionava geografia e historia.

Consta, e eu sou testemunha, que o então professor Jânio Quadros desenhava no quadro negro com giz colorido os 8 mil e 500 quilômetros da costa marítima brasileira, e localizava todos os acidentes topográficos, os recursos hídricos e produtivos, assinalando também partes importantes do relevo. Ninguém ousava tisnar o trabalho durante o ano letivo, uma imposição dos próprios alunos. Por essa razão, havia nessa classe dois quadros negros.

Agora permitam-me retomar o percurso histórico do Colégio. Vale frisar que, embora a Sociedade Dante Alighieri de Roma cuidasse de divulgar a língua, a literatura e as artes da Itália no mundo muitos anos antes, foi somente em 1907 que as mais importantes autoridades do Estado de São Paulo tomaram conhecimento do projeto da referida sociedade, projeto esse apoiado pelo Ministério Exterior Italiano, e por um grupo de beneméritos subscritores italianos residentes em São Paulo, entre eles Rodolfo Crespi, da Lombardia; os irmãos Puglisi, da Sicília; e os irmãos Martinelli, da Toscana.

O emissário italiano no Brasil, Arturo Magnocavallo, teve um encontro cordial com Gustavo de Godoy, o então secretário de Estado para os Negócios Internos e para a Instrução Pública Brasileira, que autorizou a visitar as escolas locais primárias e secundárias. Retornando a Itália, Magnocavallo referiu suas ótimas impressões sobre o nível escolar em São Paulo, bem como sobre escolas estrangeiras que ensinavam quatro línguas modernas. Deu notícia também da Escola de Comércio, fundada em 2 de junho de 1902 pelo Conde Álvares Penteado, comparando-a à escola fundada em Milão pelo senador Luigi Bocconi, no mesmo ano a 10 de novembro. Referiu, por igual a um projeto de lei proposto pelo ministro do governo federal, Augusto Tavares de Lyra, que sugeria uma reforma radical para o ginásio.

Com esses cuidados preliminares, e a fim de que o Colégio iniciasse suas atividades observando modelos educacionais humanísticos e comerciais inspirados na cultura moderna de então, a nossa escola nasceu na Travessa da Sé, nº. 11, proximidades da Catedral de São Paulo, que se encontrava em construção, enquanto que o Teatro Municipal já estava em fase final, sendo inaugurado no dia 12 de setembro de 1911. Aliás, neste ano de 2011, o Teatro Municipal também festeja, como se sabe, o seu Centenário.

Foi precisamente na sede da Sociedade Dante Alighieri de São Paulo que a Assembleia dos fundadores aprovou o Estatuto Social, que passou a reger o Instituto com três categorias de alunos: interno, semi-internos e externos. O Instituto era aberto para todas as nacionalidades e religiões, e orientado para que a juventude dispusesse de educação física aprimorada, obediente a programas pedagógicos dirigidos a formar cidadãos dignos da esmerada educação e dos conceitos de liberdade.

O dia era 9 de julho de 1911, um domingo. A reunião, a presidida pelo cônsul-geral da Itália Pietro Baroli, fora convocada para as 14 horas, tarde de um dia de descanso, escolhido para dar início a um empreendimento que iria oferecer oportunidades educativas a novas gerações de cidadãos paulistas e paulistanos, bem como a cidadãos de outros Estados ou mesmo estrangeiro.

Essa data histórica de 9 de julho nos traz a recordação a Revolução Constitucionalista de 1932, cujo objetivo era restaurar a autonomia do Estado de São Paulo.

Em 1932, eu tinha 4 anos, conforme exige a fotografia projetada neste Plenário. Encontrava-me em meio de meu irmão e meu primo, os três postados à frente do tio Antonio Santos Oliveira, que participara do movimento constitucionalista. Tio Antonio, aliás, foi posteriormente secretário particular do grande Marechal Cândido Rondon, tendo publicado artigos e crônicas daquele sangrento episódio cívico ocorrido o Brasil que entre outros méritos, legou ao país em 1934 uma nova Constituição.

É uma simples coincidência, mas neste instante em que nos encontramos no tempo político 9 de Julho, proclamo com orgulho, como cidadão nascido no dia 25 de janeiro, como ex-aluno do Instituto Médio, e como Presidente do Centenário do Colégio Dante Alighieri, ao lado dos colegas aqui presentes, proclamo, repito, que a vocação secular do Colégio Dante, esculpida no Estatuto de 9 de julho de 1911, é a de formar cultores dos mais altos valores para a formação da cidadania, onde, acima de tudo, impera o amor, força maior que sublima a paz entre os homens.

Senhor Presidente José Antônio Barros Munhoz, com as seguintes palavras, sublinho que duas outras coincidências felizes, irmanam V.Exa. ao atual Conselho e Diretoria do Colégio Dante Alighieri: no dia 15 de março deste ano, V.Exa. foi reeleito Presidente desta Casa de Leis e da Fiscalização Administrativa Financeira do Estado de São Paulo, no mesmo o Conselho e a Diretoria do Colégio foram reeleitos para o segundo mandato. V.Exa., é antigo aluno da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, formado em 1967. Em 1951, sendo da Turma de 1947, colei grau na velha e sempre nova Academia.

Destaquei esses dois fatos porque eles nos aproximam, nesta histórica caminhada ao lado de V.Exa., que houve por bem homenagear no 1º Centenário o nosso Dante, para iniciarmos também parceria político cultural, a fim de que a juventude dantiana ingresse também neste campo de relevância para complementar a formação de sua cidadania.

Senhor Presidente, o Colégio, neste momento, ao agradecer também a V.Exa. a autorização para, neste Parlamento, entregar a seis ex-alunos: André Ricardo Robic, Andrea Sandro Calabi, Antonio Penteado Mendonça, Mino Carta, Ricardo Izar Jr. e Rossella Vittoria Beer, a Ordem do Sino, já historiada pelo Presidente da AEDA, o ex-aluno Paolo Fabbriziani, faz presente o texto que se encontra escrito no diploma a ser conferido, conforme poderão ler na imagem hora projetada. Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência então convida o doutor Paolo Fabbriziani e o doutor José de Oliveira Messina para fazerem a entrega da Ordem do Sino aos ex-alunos já mencionados.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Doutor André Ricardo Robic, foi aluno do Dante Alighieri de 1965 a 1976, palestrante, consultor, especialista em tendências e comportamento do consumidor, e professor. Doutor e mestre em Administração com ênfase em Marketing pela FEA-USP. Especializado em comportamento do consumidor na moda pelo Fashion Institute of Technology New York University. Em Administração pela Fundação Getulio Vargas – São Paulo, e Marketing pela ESPM – São Paulo. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da Ordem do Sino.

 

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O SR. ANDRÉ RICARDO ROBIC – Boa - noite, quero agradecer ao Colégio por este momento tão especial na minha vida. Quando recebi a carta convite para a comemoração milhares de imagens vieram no coração: o pátio do recreio, os tombos no pátio, descobertas de como funciona o mundo nas aulas de física, química e biologia, as equações trigonométricas da professora Albanese, as línguas português e italiano crescendo dentro de mim, e me aprimorando com as bolas de meias no Parque Trianon e mais milhares de imagens, todas elas ao som do sino tocadas pelo professor Marino que escutamos agora há pouco.

E vieram também ao coração as coisas que aprendi e que até hoje me são tão caras: respeito. Respeito pelos mais velhos, pelos mais inteligente, pelos mais fortes, pelos mais fracos, pelos mais humildes, por todos. Relacionamento, fazer amigos e com eles conviver. Descobrir o mundo, proteger, ser protegido, brincar, estudar, crescer junto. Compartilhar amor recebido e com ele receber mais amor. A importância da família. E também a flexibilidade para saber não apenas como conviver com as pessoas mais diferentes, mas também em algumas situações adaptar algumas normas ao meu próprio jeito de ser e de pensar.

Vieram-me também à mente os resultados. Nunca repeti de ano, encarei algumas poucas recuperações, mas provavelmente não fui um exemplo de excelência acadêmica. Mas sendo impregnado por todos os ensinamentos que tive e um, como me dei conta estava com doutorado completado pela USP, com amplo destaque no segmento da moda, mesmo tendo me formado em Agronomia na também gloriosa ESALQ, e principalmente com uma família numerosa e absolutamente especial da qual eu tenho orgulho sem tamanho.

Percebi o momento de emoção que sentia ao receber o convite é um momento que já dura mais de 50 anos, e pelo qual o Colégio Dante Alighieri é responsável, por isso agradeço mais uma vez ao Conselho, a Diretoria, aos meus professores, e ao professor José de Oliveira Messina pelo enorme carinho que me acolheu quando voltei à escola.

Agradeço ao Dante por tudo, e desejo ao colégio os mais infinitos anos de glória, formando pessoas e profissionais, e com toda certeza serão essenciais para o nosso país e para todo ambiente global. Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Nosso próximo homenageado é o Doutor Andrea Sandro Calabi.

Entrou no colégio em 1952 e dele saiu em 1961. Graduou-se em Economia pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo onde leciona desde 1971. Em 1972, recebeu o título de mestre em Economia pelo Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo. Foi Presidente do Banco do Brasil, do Instituto de Planejamento Econômico e Social e do BNDES, foi também Secretário do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda e Secretário Executivo do Ministério do Planejamento. Foi Secretário de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo e atualmente é o Secretário da Fazenda do Estado de São Paulo. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da Ordem do Sino.

 

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O SR. ANDREA SANDRO CALABI - Rapidamente duas palavras. Em primeiro lugar, quero cumprimentar o nobre Deputado Barros Munhoz, caro amigo, Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo; o Presidente do Colégio, da Associação dos ex-Alunos, diretor acadêmico, Deputado Ricardo Izar Júnior; e a todos os senhores e senhoras.

Quero também dizer, evidentemente, da emoção de receber essa comenda da Ordem do Sino. O Sino é – e aprendemos lá no Dante – um símbolo, um meio pelo qual se comandava os tempos de forma muito importante.

Devo aqui lembrar que era o Marino, Deputado Barros Munhoz, que no meu tempo tocava esse sino e, portanto, tinha esse dom de comandar o tempo do início ao fim das aulas, recreios, etc. Passaram-me nomes variados, lembranças desde o professor Dino Preti, de Português; Albanese – já citada –, de Matemática; Ofélia, de História; a Melhoretti, de Latim; Italiano, o Porca – diretor então da Faculdade; o Porretta, e até o Benedito que era o bedel que cuidava do ônibus 2 que percorria recolhendo os alunos do Pacaembu a Perdizes.

São emoções, símbolos muito importantes. Eu lembro até da irreverência e, portanto, da importância dessa comenda. Um dia postando com o meu amigo Sérgio Grimberg, que é capaz de tocar o sino fora da hora, pedi para sair da aula e ir para o banheiro e toquei o sino fora da hora que era, evidentemente, uma arte, e então fui repreendido, anotaram também na minha caderneta, não era só o local de recados que levava anotações para casa, e fui suspenso por um dia. Por sorte o Colégio me recebeu de volta e consegui concluir, e cá estou reverenciando o sino que na verdade é um símbolo. Um símbolo da escola, de sua contribuição, de todos os professores, funcionários, bedéis, e, portanto, nada mais dizendo da alegria de estar aqui apreciar também a disposição da Assembleia de nos receber, que também é um símbolo importante na homenagem dos 100 Anos do Dante Alighieri. Muito obrigado a todos. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Para receber a sua homenagem, o Doutor Antonio Penteado Mendonça, aluno do Colégio de 1959 a 1969. Advogado formado pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, Presidente da Academia Paulista de Letras, é escritor, tendo escrito seis obras e mais de mil artigos políticos, econômicos e técnicos. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da Ordem do Sino.

 

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O SR. ANTONIO PENTEADO MENDONÇA – Boa-noite a todos, contrariando o Deputado Ricardo Izar Júnior, dizem os invejosos que as homenagens são para os bons alunos. Não é verdade, eu sei, porque eu nunca fui um bom aluno no Colégio Dante Alighieri.

Eu cheguei a ter duas cadernetas, uma oficial que eu mesmo assinava, e outra extraoficial que eu entregava para o meu pai que ficava muito impressionado com as qualidades extraordinárias que o filho tinha e que acabou repetindo de ano, ao contrário do Deputado Ricardo Izar Júnior. Então os maus alunos também são recompensados e de alguma forma os maus alunos dão certo na vida.

Eu devo muito disso, sem dúvida nenhuma, ao Colégio Dante Alighieri. Sem nunca ter sido um bom aluno eu entrei na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco em quarto lugar e daí pra frente fiz uma carreira bastante razoável, se forem considerar o que dizem que eu faço, eu duvido um pouco, mas enfim.

O Colégio Dante Alighieri tem, sem dúvida nenhuma, uma característica extremamente forte. Não há aluno dele que não o odeie, e não há aluno dele que não o ame. Ele é um Colégio que vai de extremo a extremo, sem dúvida nenhuma; o Marino e o Sino da mesma forma que o Natalino e o Mariano que eram os vigilantes na minha época, e um professor que eu não posso esquecer de jeito nenhum chamado Salvador Calia, que olhava pra mim e dizia: “Mendoncinha, solvejo, ziro, ziro, ziro”, e depois ele somava todos os meus ziros e minha soma do ziro era minha média de música.

Então eu só posso dizer que eu tenho as recordações, as mais gostosas do mundo, as mais prazerosas do mundo, e pasmem, até hoje eu canto o Hino do Colégio Dante Alighieri pelo menos duas vezes por mês como bisneto do poeta Paulo Bonfim que é aluno do Colégio Dante Alighieri, e com quem eu almoço na casa do Paulo Bonfim.

Do Dante Alighieri saíram os mais valorosos pioneiros. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Convidamos agora o Doutor Mino Carta. Foi aluno da Escola de 1947 a 1950. É jornalista, editor, escritor e pintor. Dirigiu as equipes de criação de importantes publicações como: Quatro Rodas, Jornal da Tarde, Veja, Isto é, e Carta Capital da qual é o diretor de redação. Em novembro de 2006, Mino Carta recebeu o prêmio de jornalista brasileiro de maior destaque no ano da Associação dos Correspondentes da Imprensa Estrangeira no Brasil – ACIE. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da Ordem do Sino.

 

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O SR. MINO CARTA - Sempre chega neste momento em que é preciso dizer algo. Eu direi o seguinte: gostei muito da referência dos dois que me precederam, dos dois premiados desta noite ao Marino. A referência ao Marino me agradou muito. E eu quero dedicar esta Medalha, um tanto pesada devo dizer, ao Marino.

Em relação ao Dante, é claro que o Dante foi um momento maravilhoso na minha vida, mesmo porque eu era um menino no começo e um mocinho no fim. Todos os dias foram felizes, mesmo aqueles em que eu parti aos tapas com algum colega na direção do Parque Siqueira Campos, reduto de batalhas e refregas monumentais, ou mesmo quando levava nota baixa, e não foram poucas.

Eu fui um aluno medíocre, não fui tão ruim quanto o Mendonça, mas eu fui um aluno medíocre, conseguia passar pela interseção divina. De todo modo eu quero lembrar dois momentos que foram cruciais na minha vida dantesca. O primeiro diz respeito aquele momento em que o professor Carlette me escalou para o time do Colégio, esse foi realmente um instante de glória na minha existência. E o segundo momento é quando o professor Porta me chamou para interpretar o papel de Leone, e tal papel desempenhado com um brilho extraordinário devo dizer, confesso, sem falsa modéstia no Teatro Santana no final de 1950 em A Dio Geovenesa. O mesmo papel tinha sido desempenhado pelo professor Porta, de quem eu tenho imensa saudades, uma pessoa fantástica. E ele tinha interpretado esse papel 30 anos antes, e eu fui incumbido por ele, portanto, uma escolha especial para arcar com o mesmo rol.

Quero agradecer muito o Dante, esta Assembleia, as pessoas que aqui vieram tão generosamente. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Para receber a sua homenagem Ricardo Izar Júnior. Ex-aluno do Colégio Dante Alighieri de 1977 a 1985. Graduou-se em Ciências Econômicas pela FAAP, deputado federal pelo Partido Verde, e atualmente na Câmara dos Deputados é membro titular das Comissões de Direito do Consumidor e Conselho de Ética. Suplente da Comissão de Viação e Transportes, é Presidente da Frente Parlamentar de Habitação e Desenvolvimento Urbano. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da Ordem do Sino.

 

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O SR. RICARDO IZAR JÚNIOR - Quero, mais uma vez, agradecer ao Dante Alighieri e aos professores e funcionários por tudo que representaram e representam na minha vida. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Convido a professora Rossella Vittoria Beer, ex-aluna do Colégio Dante Alighieri de 1971 à 1981. Formada em Língua e Literatura Inglesa pela PUC - São Paulo, com licenciatura plena. Ela possui o RSA – Certificados para Professores de Além Mar, o Aeron Diploma, o maior diploma para Oxford para listening e speaking. E, atualmente, está cursando MBA em Recursos Humanos e é responsável pelo curso da High School do Colégio Dante Alighieri. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da Ordem do Sino.

 

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A SRA. ROSSELLA VITTORIA BEER - Boa-noite a todos. Eu não tinha intenção de falar, e nem preparei um speech como a gente fala na nossa High School. Nós temos a matéria de speech onde os alunos aprendem a retórica do discurso e aprendem a falar em público. Então agora eu me vi na obrigação de falar a vocês.

Eu quero agradecer a todos, todos os colegas, todos os meus professores e a minha família. Agradecer a todos, de verdade, por estarem comigo e me ajudarem na minha carreira. Eu ainda pertenço ao Dante e, contrariando a todos vocês, fui uma excelente aluna. Estou aqui e pretendo ainda ficar no Colégio durante muito tempo.

É um Colégio que eu amo de paixão, amo o que eu faço e, aliás, foi no Colégio Dante Alighieri que eu percebi o que eu gostava de fazer, porque eu pegava giz escolar que sobrava nas salas de aula, levava para casa e dava aula para os meus bonecos, o vidro da janela do meu quarto enchia de pó até que, finalmente, meu pai resolveu comprar uma lousa para mim. Nesse momento eu me vi como uma professora; não tinha como ser outra coisa. Tenho muito, muito orgulho disso. Muito obrigada. Obrigada a todos. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Convido agora o doutor José de Oliveira Messina que fará a entrega de uma homenagem ao Presidente Barros Munhoz. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Senhoras e senhores ,ouviremos agora o Hino do Colégio Dante Alighieri.

 

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- É executado o Hino do Colégio Dante Alighieri.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - NATAL CALABRO NETO - Senhoras e senhores, ouviremos agora as palavras do Deputado Barros Munhoz, Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Quero saudar as autoridades presentes na Mesa; o nosso querido Secretário Andrea Sandro Calabi; o professor Paolo Fabbriziani e o Deputado federal Ricardo Izar Júnior, na pessoa do professor José de Oliveira Messina. Saúdo a todos os dirigentes do Colégio Dante Alighieri, os professores, enfim, a todos que estão aqui nos honrando com suas presenças.

Eu me sinto emocionado e agradecido. Agradecido pela oportunidade que Deus me dá de participar desta Sessão Solene, de presidi-la e de ouvir discursos tão interessantes, tão emocionantes. E ver, e constatar, e testemunhar a homenagem de uma instituição vetusta, séria, respeitada como é o Colégio Dante Alighieri a ex-alunos, como: o senhor André Ricardo Robic; o extraordinário Secretário da Fazenda, atualmente, do Estado de São Paulo; o homem que já ocupou elevadíssimos cargos no Estado e na República, o nosso querido doutor Andrea Sandro Calabi; o Antonio Mendonça Penteado este advogado tão famoso; o tão respeitado Presidente da Academia Paulista de Letras, eu sou seu ouvinte inveterado e gosto muito de ouvi-lo, porque fala muito bem e sempre com muita propriedade, além do que, tem um português rigorosamente castiço, é uma honra; o senhor Mino Carta, símbolo do jornalismo brasileiro, um homem que passou por tantos órgãos de imprensa tão importantes e continua na labuta; o Deputado Ricardo Izar Júnior, fui grande amigo do seu pai, e tive por ele um grande respeito, aprendi muito com ele, agora eu o vejo brilhando também no Parlamento brasileiro e a professora Rossella Vittoria Beer, é uma satisfação muito grande.

O professor Messina disse com propriedade que aqui nesta Casa de Leis, nesta Casa de Fiscalização nós representamos o povo do nosso Estado, e é muito importante nessa função de representar a comunidade fazer o que a Assembleia Legislativa de São Paulo está fazendo, hoje, prestar homenagem as instituições importantes do nosso país.

O Brasil é um país jovem, quinhentos e poucos anos, não temos a tradição da nossa querida Itália, a história da nossa querida Itália, a longevidade da nossa querida Itália, portanto, o fato de uma instituição completar 100 anos de vida no nosso país é um acontecimento que merece ser homenageado e comemorado. Mas, o Dante não faz simplesmente 100 anos, ele faz 100 anos de uma história de respeito, uma história de formação, não apenas curricular, não apenas escolar, mas de formação integral de milhares e milhares de alunos.

Não é o Poder Legislativo do Estado de São Paulo, não é o Presidente da Assembleia, são os 94 Deputados que aqui representam milhões e milhões de votos que estão dizendo ao Dante Alighieri parabéns. Obrigado por essa história que orgulha não só o Colégio e aos seus ex-alunos, atuais alunos, aos seus professores e aos seus dirigentes. Mas que orgulha São Paulo e o Brasil.

Tenho outras afinidades com o Dante e com a colônia italiana, professor Messina, eu sou de Itapira, uma cidade onde a grande maioria da população tem sobrenome italiano. Uma cidade como tantas em São Paulo, onde a colonização italiana foi fundamental para o progresso e para o desenvolvimento, assim como foi fundamental para o desenvolvimento do nosso Estado de São Paulo. Quando meu pai era prefeito lá, ele conseguiu uma proeza na época, em 1939, a criação de um Ginásio do Estado. E quem ajudou na sua manutenção durante o período de um ano em que o Estado não tinha recursos para pagar as despesas do primeiro ano foi a Societa Italiana de Fratelli, Lavoro e Socorro Mutuo. Essa identidade, eu não sou descendente de italianos, mas a saga da colonização italiana me toca profundamente, porque eu sou brasileiro e vi a importância para o nosso país dessa colonização querida, que é a colonização italiana. E vi tantos e tantos ex-alunos do Dante, como aqui os homenageados brilharem nos mais diferentes setores da atividade humana.

Mas, meu caro professor Messina, é fundamental reverenciar quem merece ser reverenciado. Nós, tenho certeza que todos aqui, muitas vezes, com muito mais freqüência que desejamos ou pudéssemos desejar, temos muitas razões para nos preocupar, para nos desanimar e, às vezes, para nos entristecer. Por isso mesmo, para fortalecer a nossa fé nós precisamos homenagear quem merece. Por isso, eu me sinto feliz e agradecido a Deus por ter tido o privilégio de poder solicitar esta Sessão Solene e dizer que São Paulo se orgulha muito do nosso querido Colégio Dante Alighieri. (Palmas.)

Eu quero dizer que esta Sessão Solene será transmitida, na íntegra, no dia 25, sábado, às 21 horas, no canal 13 da NET, no 66 da TVA e televisão digital aberta é TV Assembleia.

Esgotado o objeto da presente sessão, antes de encerrá-la, esta Presidência anuncia novamente a execução do Hino do Colégio Dante Alighieri. Agradece as autoridades e a todos aqueles que com suas presenças colaboraram para o êxito desta solenidade, e convida a todos para um coquetel no Hall Monumental.

Está encerrada a presente sessão.

 

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- É executado o Hino do Colégio Dante Alighieri.

 

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-Encerra-se a sessão às 21 horas e 35 minutos.

 

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