28 DE MAIO DE 2010

025ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AO “10º ANIVERSÁRIO DA APROVAÇÃO PONTIFÍCIA DA ASSOCIAÇÃO ARAUTOS DO EVANGELHO”

Presidente: PAULO ALEXANDRE BARBOSA

 

RESUMO

001 - PAULO ALEXANDRE BARBOSA

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia autoridades presentes e convida-as a compor a Mesa. Informa que esta sessão solene foi convocada pelo Presidente da Casa, Deputado Barros Munhoz, atendendo sua solicitação, com a finalidade de comemorar o "10º Aniversário da Aprovação Pontifícia da Associação Arautos do Evangelho". Convida a todos os presentes para ouvirem, em pé, a execução do Hino Nacional Brasileiro.

 

002 - GABRIEL CHALITA

Vereador à Câmara Municipal de São Paulo, discorre sobre falta de valores do momento presente. Fala sobre o objetivo dos Arautos do Evangelho. Faz reflexões religiosas.

 

003 - Presidente PAULO ALEXANDRE BARBOSA

Faz leitura de mensagem enviada peloex. Governador Geraldo Alckmin. Anuncia vídeo institucional dos Arautos do Evangelho. Dá conhecimento da motivação da presente sessão. Fala sobre a contribuição dada, pela Associação, aos católicos. Discorre sobre a missão e as características dos Arautos do Evangelho. Faz elogios à instituição. Presta homenagem com entrega de uma placa ao Monsenhor João Scognamiclio Clá Dias.

 

004 - JOÃO CLÁ DIAS

Monsenhor e fundador da Associação Arautos do Evangelho, manifesta sua alegria e gratidão pela homenagem. Tece elogios ao Deputado Paulo Alexandre Barbosa e ao Vereador Gabriel Chalita. Faz reflexão religiosa. Lembra e discorre sobre a constituição do Direito no Império Romano.

 

005 - Presidente PAULO ALEXANDRE BARBOSA

Anuncia apresentação do coral e orquestra da Associação Arautos do Evangelho. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Paulo Alexandre Barbosa.

 

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O SR. PRESIDENTE – PAULO ALEXANDRE BARBOSA - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

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- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

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            O SR. PRESIDENTE - PAULO ALEXANDRE BARBOSA - PSDB - Para compor a Mesa, convidamos o nosso homenageado, Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, e o Vereador Professor Gabriel Chalita.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, minhas senhoras, meus senhores, esta Sessão Solene foi convocada pelo Presidente desta Casa, nobre Deputado Barros Munhoz, atendendo solicitação deste Deputado, com a finalidade de comemorar o 10º aniversário da aprovação pontifícia da Associação Arautos do Evangelho.

Convido todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Orquestra dos Arautos do Evangelho, regida pelo Padre e Maestro Pedro Morazzani.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O Sr. Presidente - PAULO ALEXANDRE BARBOSA - PSDB - Esta Presidência agradece à Orquestra dos Arautos do Evangelho pela execução do Hino Nacional.

Para fazer uso da palavra, convidamos o nobre Vereador Gabriel Chalita.

 

O SR. GABRIEL CHALITA - Exmo. Deputado Paulo Alexandre Barbosa, que preside esta Sessão Solene; querido amigo, Reverendíssimo Monsenhor João Clá, homenageado nesta Assembleia Legislativa; queridos amigos padres dos Arautos do Evangelho; meus amigos; minhas amigas, boa-noite.

Gostaria de cumprimentar o Deputado Paulo Alexandre por esta iniciativa tão feliz de fazer uma homenagem aos Arautos do Evangelho. Monsenhor, vivemos num mundo em que os valores vão destruindo os seres humanos. A ausência de valores acaba destruindo a natureza humana, a figura humana. Às vezes, ao refletirmos sobre a realidade em que vivemos, ficamos um pouco assustados ao percebermos o que vem acontecendo com as famílias, o que vem acontecendo com a sociedade, o que significa hoje a violência, a agressão, a ausência de uma perspectiva de vida, a ausência de um tema para viver.

Um grande poeta de São Paulo, Paulo Bomfim, príncipe dos poetas brasileiros, disse que quando uma juventude não tem um tema para viver transforma-se numa juventude perigosa. O ser humano fica perigoso quando não tem um tema para viver. Quando os Arautos do Evangelho anunciam o Evangelho levam a figura de Maria, da mulher escolhida para ser a mãe de Jesus, da sua singeleza, da sua capacidade de entrega, da sua capacidade de fazer silêncio para ouvir a palavra de Deus e realizar na vida a vontade de Deus.

Quando os Arautos anunciam a palavra de Deus - com a sua forma de educar, com a sua forma de orar, com a sua forma de rezar, com a sua forma de cantar - ajudam o Brasil a ser melhor e o mundo a ser melhor. Cada família que recebe essa mensagem, essa peregrinação, esse olhar de amor, é uma família que é melhor. E a família é a base da sociedade. Talvez, os grandes problemas que estamos vivendo hoje estejam ligados à ausência dessa base fundamental, a base familiar.

Sonhamos com famílias que possam ajudar os seus filhos a perceberem que o ser humano é um projeto que deu certo. Como educador, fico muito triste ao ver pessoas que contemplam o cenário da vida e imaginam que o ser humano é um projeto que não deu certo. Tanta gente matando, tanta gente mentindo, tanta gente violenta, tanta gente agressiva. Será que Deus errou na criação do ser humano? Algumas pessoas olham assustadas, imaginando que o ser humano não poderia agir dessa forma se é filho de Deus. Mas Deus não nos fez robôs: Deus nos fez livres para realizar o bem, e até para deixar de realizá-lo. Talvez, o nosso grande papel seja na religião, seja na política, seja na Educação, seja o de ajudar as pessoas a perceberem a beleza da liberdade quando essa liberdade dignifica o ser humano, quando essa liberdade nos aproxima de Deus.

A riqueza da reflexão de Tomás de Aquino sobre a nossa trajetória da vida, sobre a antecipação do Céu nesta vida é exatamente o que vocês fazem. É só conhecer os Arautos do Evangelho, ir a uma celebração, ver a alegria das crianças, dos adolescentes, dos jovens, ver a afinação das vozes e dos sentimentos, que percebemos que o Céu começa aqui e se dará depois.

Parabéns, Monsenhor! Parabéns a todos vocês por nos trazerem um pedaço do Céu aqui na Terra. (Palmas.)

 

O Sr. Presidente - PAULO ALEXANDRE BARBOSA - PSDB - Gostaríamos de agradecer ao Vereador Gabriel Chalita pelas palavras e parabenizá-lo. Agradeço também a presença do Padre Júlio Ubelodi, encarregado das causas de língua estrangeira dos Arautos do Evangelho; do querido Padre Alex Barbosa de Brito, diretor religioso do Colégio Arautos do Evangelho Internacional; do querido Padre Antônio Guerra de Oliveira Júnior, assistente espiritual encarregado das Casas de Formação dos Arautos do Evangelho; do Padre Caio Newton de Assis Fonseca, pároco da Igreja dos Arautos do Evangelho; do Padre Mauro Isabel, encarregado da Casa de Formação de São Paulo; o Sr.Carlos Alberto Prado, representando o Vereador Marco Aurélio Cunha; Sr. Fúlvio Rebouças, representando o Deputado Federal José Carlos Stangarlini.

Recebemos muitas mensagens parabenizando esta Casa por essa iniciativa e gostaríamos de registrar esta que passo a ler, para que conste dos Anais da Assembleia Legislativa:

“Caro Monsenhor João Clá Dias.

Seria uma grande satisfação poder estar hoje nesta Casa para participar dessa Sessão Solene.

Quero, porém, levar os meus cumprimentos pessoais a todos os presentes, por intermédio do amigo e companheiro, Deputado Paulo Alexandre Barbosa, que teve a iniciativa de solicitar a presente Sessão Solene e a quem peço a gentileza de transmitir em meu nome, algumas palavras.

As primeiras, são de congratulações com esta egrégia Assembleia Legislativa que, mais uma vez, soube demonstrar o seu reconhecimento àqueles que se dedicam a fazer o melhor que podem em benefício da coletividade.

Desejo também me associar aos ilustres representantes do povo paulista nessa justa e merecida homenagem, que nos oferece a oportunidade de enaltecer o admirável trabalho desses jovens, que se empenham, não em busca de benefícios pessoais, mas sim, numa obra comunitária inspirada pelo mais autêntico sentimento cristão que, além disso, leva a marca da responsabilidade social. Rapazes e moças que alternam uma rotina de recolhimento, estudos e oração, com atividades culturais, artísticas, esportivas e de formação profissional, que tem por finalidade garantir à nossa juventude um padrão de vida mais digno, humano e solidário.

Quero cumprimentar também a Igreja Católica, na pessoa do querido Monsenhor João Clá Dias, por mais esse edificante trabalho social, fruto de sua nobre missão evangelizadora.

As nossas homenagens, portanto, a todos esses bravos e valorosos jovens Arautos do Evangelho por consagrarem as suas vidas ao ideal de bem servir com muito amor, desprendimento e espírito fraterno.

Cordialmente, Geraldo Alckmin.” (Palmas.)

Nesse momento, convido a todos para assistirmos a apresentação de um vídeo institucional Arautos do Evangelho.

 

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 - É feita a apresentação do vídeo.

 

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O SR. PRESIDENTE - PAULO ALEXANDRE BARBOSA - PSDB - Bom-dia a todos. Gostaria de cumprimentar nosso querido Monsenhor João Clá Dias, o Vereador Gabriel Chalita, todas as autoridades eclesiásticas, civis e militares presentes, todos os arautos, todos os convidados e dizer que é uma alegria muito grande recebe-los nesta Casa de leis. 

Nesta manhã estamos aqui reunidos para prestar nossa sincera e justa homenagem pela passagem do aniversário de aprovação pontifícia do Arautos do Evangelho, associação que, na última década, tem trabalhado com ardor para levar o Evangelho e apalavra de Cristo a dezenas de países e milhares de pessoas em todo o mundo.

Esta homenagem que ora realizamos é um reconhecimento à contribuição dada por esta associação aos católicos de todo o mundo; reconhecimento este também feito pela Santa Igreja através da aprovação pontifícia desta douta entidade.  Tal honraria significa que a própria Igreja se identifica de modo substancial com esse movimento vendo nos Arautos do Evangelho uma forma real, verdadeiramente recomendável de viver a fidelidade e a santidade dos preceitos católicos.

Composta predominantemente por jovens, o Arautos do Evangelho tem como missão primordial levar assistência religiosa e material a diversos setores da sociedade em um trabalho impulsionado sempre pelo reconhecimento da face de Cristo naqueles que sofrem.

Missão esta que está consignada em seu Estatuto: “ser instrumento de santidade na Igreja, ajudando seus membros a responderem generosamente ao chamamento à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade, favorecendo e alentando a mais íntima unidade entre a vida prática e a fé”.

O rigor disciplinar, o entusiasmo dos primeiros tempos da Fé cristã, a profunda espiritualidade de seus membros, notadamente marcada pela devoção mariana, pela presença Eucarística e pela obediência ao Santo Padre são distintivos de uma atuação cheia de vitalidade e imbuída do grande espírito de renovação de Cristo.

Sobretudo, nos chama a atenção, em especial, quando nos referimos aos Arautos do Evangelho, seu carisma que, nas palavras do padre Carlos Arboleda Moura, da Universidade Pontifícia Bolivariana, “apresenta ao mundo uma atraente perspectiva do mistério de Deus", em uma abordagem evangélica que passa pelo prisma da sociologia e da psicologia do mundo contemporâneo.

Na visão do padre Carlos - visão esta que compartilhamos na sua totalidade – “os Arautos mostram uma igreja alegre a qual, em linguagem metafórica, se poderia dizer que vive à sombra da luz de Deus (...) que vai pelo mundo espargindo luz da salvação, não condenando quem vive nas trevas - voluntariamente ou por ignorância -, mas iluminando o percurso para que caminhem à sombra da luz”.

São, portanto, os Arautos verdadeiro farol que ilumina, luz que acolhe e redime, tendo sempre vivo em suas ações que tudo e todos são meios ou instrumento para se chegar a Deus.

“Quem vê um arauto, viu todos os outros, todos manifestam uma alegria especial", dizia o padre Diego Marulanda, também da Pontifícia Universidade Bolivariana.

Alegria esta permeada por grande senso de respeito, educação e cavalheirismo que fazem destes verdadeiros instrumentos da luz divina.

A constante aplicação da psicologia na formação de seus membros e no acolhimento que dão aos jovens e às famílias atendidas através de seus trabalhos de evangelização, educação e resgate, se traduzem em um modo especial de compreender o ser humano, levando-se em consideração sua integralidade e suas múltiplas dimensões.

Prova disso é o cuidado que dispensam na aplicação de seu modelo educativo, focado no desenvolvimento de crianças e jovens e no seu empenho para o seu crescimento social, seja através das escolas para vocacionados ou nas escolas externas mantidas pela associação, seja pelos projetos e ações que mantém junto à comunidade.  Exemplos não faltam como o Projeto Futuro e Vida ou as ações de ambientais realizadas na Serra da Cantareira.

“Sede perfeitos como vosso Pai Celeste é perfeito”, Mateus 5, versículo 48, é o mandamento que define o carisma desta associação que busca abraçar a verdade e praticar a virtude, sempre alicerçada na beleza que se vive a cada dia nas atitudes, na Liturgia, no respeito aos outros e até mesmo no modo de se vestir.

O carisma dos Arautos do Evangelho se traduz plenamente, portanto, em vivência e em programa, algo que somente se tornou possível graças ao empenho de seu fundador. Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias é exemplo de carisma sacerdotal consagrado ao serviço da comunidade.

Devotado aos preceitos da fé cristã e, sobretudo, empenhado na proclamação do evangelho, Monsenhor Clá Dias fundou os pilares e trabalhou com afinco para a construção desta associação, de sua vivência e de seu programa, responsável por levar, aos quatro cantos do mundo, o sopro da renovação da fé cristã.

“Vós sois o sal da terra (...) Vós sois a luz do mundo”, Mateus capítulo 5, versículos 13 e 14, nos dá a dimensão da responsabilidade do sacerdote. Quanto maior for sua virtude, fervor e empenho em pregar o Evangelho, maior será sua influência sobre os fiéis e maiores serão os benefícios àqueles que receberem os Sacramentos.

A eficácia do ministério sacerdotal do Monsenhor João Clá Dias  - comprovada amplamente pelo alcance dos trabalhos desenvolvidos por esta associação que hoje homenageamos - está relacionada diretamente a sua santidade pessoal.

Santidade esta uma das grandes responsáveis pela aprovação pontifícia dos Arautos do Evangelho, como muito bem colocou o cardeal Dom Odilo Scherer, quando convidado a falar sobre esta associação. "Esta aprovação é um sinal claro de Deus".

Que Deus, em sua infinita bondade, continue a guiar os passos de Monsenhor Clá Dias e de todos os membros desta belíssima associação, fazendo-os sempre instrumentos de Sua luz, para que milhares em todo o mundo possam compartilhar do amor e da beleza de Deus.

Parabéns a Associação Arautos do Evangelho.

Neste momento a Presidência faz a entrega de uma placa em homenagem à Associação Arautos do Evangelho, ao Monsenhor João Scognamiclio Clá Dias.

 

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- É feita a entrega da placa. (Palmas.)

 

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O SR. PRESIDENTE - PAULO ALEXANDRE BARBOSA - PSDB - Neste momento a Presidência concede a palavra ao Monsenhor João Clá Dias, fundador da Associação Arautos do Evangelho.

 

O SR. JOÃO CLÁ DIAS - Exmo. Presidente desta Sessão Solene, Deputado Paulo Alexandre Barbosa, nosso queridíssimo, também, e excelente Vereador - já familiar a nós e nós a ele nos referimos de maneira muito simples - Gabriel Chalita, autoridades aqui presentes, aos meus irmãos no sacerdócio, aos meus filhos e às minhas filhas aqui presentes, eu manifesto esta alegria e  gratidão de todos porque não se trata de uma homenagem pessoal, mas de uma homenagem à instituição.

Felicito muitíssimo ao nosso Exmo. Deputado Paulo Alexandre Barbosa, de ter tomado a iniciativa de fazermos essa homenagem ao nosso 10º aniversário. É para mim uma alegria porque, tomando as palavras muito ágeis, inteligentes, versáteis, e ao mesmo tempo cheias de cultura, do nosso professor Vereador Gabriel Chalita, e mais ainda às palavras muito ponderadas - se bem que exageradas em alguns pontos - do nosso Exmo. Deputado Paulo Alexandre Barbosa, que têm uma consonância entre si, têm uma harmonização entre si, e também se harmonizam com o nosso carisma, harmonizam com nosso objetivo.

Há um ponto que nos une. Sabemos que pela legislação nossa a Igreja é separada do Estado. Mas isso não significa que os que constituem o Estado e os que constituem a Igreja, não estejam unidos. Eles estão unidos, não por uma legislação, mas estão unidos - como dizia - um e outro por uma criação divina. Nós somos criaturas de Deus. Vivemos neste mundo com vistas a uma eternidade, como tão bem foi frisado nos discursos, tanto no primeiro quanto no segundo. Vivemos com vistas a uma vida feliz, a uma vida de intimidade com a Santíssima Trindade, com os bem-aventurados. Portanto, nosso destino não se cumpre nessa Terra. Ele se cumpre na eternidade e no céu.

E, como vimos na leitura segunda do nosso ofício divino de hoje, temos a possibilidade de encontrar a Deus e sermos instruídos por Ele em toda a obra da criação. E se não abraçamos esse caminho, acontece conosco o que São Paulo recriminava em Romanos, na sua Epístola, no capítulo 1º, versículo 18 em diante. São Paulo mostra que a decadência do Império Romano se deu porque o romano não soube aproveitar as lições que a natureza, criada a respeito da existência de Deus e da necessidade de vivermos inteiramente para Ele, com vistas a vivermos depois eternamente junto a Ele, deu. E ele mostra que todos os crimes, todas as loucuras, todos os desvarios de uma civilização que primou pelo direito, e hoje em dia todas as nações praticamente estão baseadas nesse direito, aconteceram porque se desviaram de Deus. Em nossas universidades de Direito, temos o estudo do Direito Romano para compreendermos bem as nossas legislações todas. O Direito Romano foi o mais perfeito, o mais acabado, o mais bem harmonizado com todas as necessidades sociais da época; muito bem estruturado, serviu de exemplo para o mundo inteiro.

Entretanto, de que valeu o Direito, de que valeu o poderio político, o poderio militar? Quem chega ao Coliseu e encontra aqueles três mapas do crescimento do Império Romano fica pasmo ao ver que em certo momento o mundo era quase todo romano. Mas, entretanto, tudo isso ruiu. E São Paulo nos diz que foi porque o homem virou as costas para Deus. De modo que entrar nesta Casa, que é uma Casa legislativa, e ouvir essa sonoridade vinda da eternidade e ecoando na eternidade, partindo de políticos que estão ativamente preocupados em dar ao povo, àqueles que os elegeram, inclusive aos que não os elegeram, toda espécie de meios para que possam ter uma subsistência rumo a essa eternidade e terem na vida particular essa preocupação de estarem unidos a Deus, faz com que nos sintamos em casa.

E não há uma dicotomia entre o que diz respeito às leis, o que diz respeito ao Poder Público e o poder religioso. Todos nós somos filhos de Deus. Todos nós somos, no fundo, sacerdotes. Claro que uns recebem o sacramento da Ordem e isso lhes dá uma ligação com o sacerdócio divino de Nosso Senhor Jesus Cristo; outros não receberam esse sacramento, mas, entretanto, receberam o batismo, como tão bem nos explica a Encíclica, o documento “Pontifício lumen gentium”, mostrando que todos são sacerdotes, no fundo. E a missão de fazermos bem aos outros é sacerdotal e por isso temos que ter a preocupação constante de fazer com que o reino de Cristo seja o maior exemplo possível e que assim a missão exercida, trazida e indicada por Nosso Senhor Jesus Cristo, torne-se o reino de Deus estabelecido na Terra o mais amplamente possível.

Essa missão é nossa e é nossa como religiosos, como leigos, como batizados, como criaturas humanas, porque fomos feitos por Deus e para Deus. E Deus não pode, Ele que é todo poderoso, criar nada que não seja para Ele. E Ele criou o homem para Ele. Criou a sociedade para Ele. Criou o poder, como Nosso Senhor declara diante de Pilatos, e esse poder não nasce das mãos de quem tem meios financeiros. O poder vem do alto e, uma vez instituído, deve ser respeitado, porque tem ligação com Deus.

É por isso que a Igreja nasce no respeito à autoridade romana do Império e no respeito a todas as autoridades. Há uma ligação, portanto, enorme entre nós, arautos, com os nossos objetivos, todos voltados para o bem espiritual da sociedade, esteja ela estabelecida onde for, e os que são chamados a legislar, quer no nível da Câmara de Vereadores, quer no nível da Assembleia dos Deputados, ou ainda no próprio nível federal, em Brasília. Nós todos estamos unidos por um desígnio de Deus, pelas mãos de Deus.

É por isso que nosso coração transborda de gratidão harmoniosa, toda ela feita de amizade, de simpatia, de benquerença, tão característica aqui neste Brasil. Quem vai a outros países, estes ou aqueles, não quero dizer se mais nestes ou mais naqueles, o que é certo é que quando sobe num avião brasileiro e ouve a comissária de bordo dizer “Bom-dia, Boa-tarde ou Boa-noite”, é aquela alegria. Já me sinto dentro da benquerença.

E essa benquerença do Brasil é uma nota tão marcante nossa, e é essa benquerença que encontramos nesta Casa, especialmente aqui representada pelo nosso digníssimo Presidente, Deputado Paulo Alexandre Barbosa, e o nosso velho amigo e inesquecível professor Chalita.

Muitíssimo obrigado a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO ALEXANDRE BARBOSA - PSDB - Cumprimentamos o Monsenhor pelas belas palavras. Convidamos todos a assistir à apresentação do coral e orquestra da Associação Arautos do Evangelho.

 

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 - É feita a apresentação musical.(Palmas.)

 

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O SR. PRESIDENTE - PAULO ALEXANDRE  BARBOSA - PSDB - Esta Presidência agradece ao Coral e Orquestra da Associação Arautos do Evangelho, especialmente ao Padre-Maestro Pedro Morazzani, pela brilhante apresentação.

Esgotado o objeto da presente sessão, a Presidência agradece às autoridades, à minha equipe, aos funcionários do Serviço de Som, da Taquigrafia, do Serviço de Atas, do Cerimonial, da Secretaria-Geral Parlamentar, da Imprensa da Casa, da TV Legislativa e das Assessorias Policiais Civil e Militar, bem como a todos que, com suas presenças, colaboraram para o  êxito desta solenidade e convida a todos para um “coffee break” no Hall Monumental.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 11 horas e 24 minutos.

 

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