12 DE MARÇO DE 1999

27ª SESSÃO ORDINÁRIA DO PERÍODO ADICIONAL DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA, DA 13ª LEGISLATURA

 

Presidência : VAZ DE LIMA

 

Secretário: GILBERTO NASCIMENTO


O SR. PRESIDENTE – VAZ DE LIMA – PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido  o Sr. Deputado Gilberto Nascimento para,  como     Secretário “ad hoc”,  proceder à leitura da Ata da sessão anterior.

 

O SR. 2º  SECRETÁRIO – GILBERTO NASCIMENTO – PMDB - Procede à leitura da Ata da sessão anterior, que é considerada aprovada.

 

O SR. PRESIDENTE –VAZ DE LIMA – PSDB - Convido o Sr. Deputado Gilberto Nascimento  para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º  SECRETÁRIO - GILBERTO NASCIMENTO – PMDB  procede à leitura da matéria do Expediente publicada separadamente da sessão.

 

* * *

- Passa-se ao                 

 

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB  - Srs. Deputados, esta Presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença, entre nós, em plenário, do sempre Presidente Deputado Paulo Kobayashi, que estará  conosco na próxima segunda-feira, juntamente com o Sr. Presidente da Câmara, Deputado Michel Temer, na posse dos Srs. Deputados, às 15 horas.

A S.Exa. as homenagens do Poder Legislativo. (Palmas.)

   A Presidência também anuncia a presença, entre nós, do nobre Deputado Jayme Gimenez, Presidente do PMDB.

   Tem a palavra o nobre Deputado Erasmo Dias.

 

 

O SR. ERASMO DIAS - PPB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, cumprindo uma obrigação para comigo mesmo, compareço neste último dia, no último ano desta legislatura, da mesma forma com que compareci no primeiro dia desta legislatura e das demais, inclusive no Congresso Nacional, para contribuir, talvez pela última vez, com algumas sugestões no campo da Segurança Pública.

Falar sempre na primeira pessoa pode parecer deselegante, mas não poderia deixar de fazer essa referência: no dia de ontem, dia 11 de março, fiz 58 anos da data em que assentei praça no Exército Nacional, em Porto Alegre, quando tinha 16 anos de idade. Ingressei na “Segurança” com 16 anos de idade, no dia 11 de março de 1941. E, hoje, dia 12 de março de 1998, ou seja, 58 anos após essa data, assomamos, pela última vez, a tribuna nesta Casa. Tudo, pelo menos, indica que assim o seja.

Há pouco, assistíamos, como sempre fazemos, a um jornal televisivo, onde o tema é sempre o mesmo: insegurança, insegurança, insegurança. É um estado de indignação, um estado de apoplexia em que a sociedade se vê, com explicações e justificativas de todo o tipo.

Se há alguma mágoa que levo, é a de que, até hoje, nos rumos de minha vida, não tenho encontrado quem queira discutir segurança comigo. Isto falo, em alto e bom som, como uma das poucas coisas que tenho em mim, pelo que acredito, pela formação de minhas idéias, por tudo o que, nesses 75 anos tenho feito.

Sr. Presidente, passarei a ler,  mais uma vez, aproveitando este último dia, mais algumas considerações, além de outras tantas que tenho feito, ao longo da vida. São subsídios que merecem ser lidos, até para serem discutidos. Analiso, em um deles, o que é cidadania, o que, até hoje, tem sido mal interpretado, o que é o cidadão, como testemunha de tudo o que a sociedade lhe imputa no campo do risco e da insegurança.

Analiso o indivíduo doloso -  o que é dolo e o que é culpa -, e também o que é o cumprimento do dever legal. Em uma ação criminosa, que é o grande fator deletério fato social, sempre temos de um lado o cidadão, vítima ou testemunha - e todos somos, potencialmente, vítimas ou testemunhas -, de outro lado o agente do crime doloso, com intenção de roubar e matar, não interessa por que motivo. Os efeitos são tão presentes que não adianta discutir causa. Enquanto vamos discutir causa, o efeito já nos levou para o deletério. Finalmente, o nosso grande homem, que é o policial que cumpre o dever legal. Também alguns subsídios atinentes aos problemas de estrangulamento do poder de polícia, que são: sistema policial carcerário, onde a superpopulação dos distritos de  cadeias continua. Tenho solução para isto, como já apresentei.

Outra proposta nossa é a interação entre a polícia civil e a militar, seja na rede de comunicações, de informações, seja no planejamento e execução das operações.

São todos subsídios que penso não  serem a expressão legítima da verdade, mas que submeto à apreciação de meus pares e dos interessados em Segurança Pública, como última contribuição, talvez naquilo que mais preocupa a sociedade.

A todos os que nos aturaram nesses 20 anos, desde o Congresso até hoje, nosso franco reconhecimento. (entra leitura)

 

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB  -  Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Misael Margato (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gilson de Souza.

 

O SR. GILSON DE SOUZA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR  -  Sr. Presidente, Srs. Deputados, adquiri e estou lendo um livro que diz que “o discurso deve ter 30 segundos”.

Assistindo, no entanto, nos últimos dias, à palestra de um microempresário francano, que ganhou prêmio na Espanha por qualidade, o empresário Aragão, ouvi-o dizer que o discurso deve ter sete horas. O Regimento Interno desta Casa, evidentemente, não me permite fazer um discurso de sete horas. Além disto, não poderia, pois sendo um “mineirinho” de Delfinópolis, jamais poderia fazer um discurso de sete horas neste parlamento, que é, sem dúvida, um dos maiores de nosso país em termos de representatividade.

Quero usar os cinco minutos que me são concedidos pelo Regimento Interno para agradecer à nobre Deputada Beatriz Pardi, Líder do PT; aos nobres Deputados Campos Machado, Líder do PTB;  Cândido Galvão, Líder do PSDB; César Callegari, Líder do PSB; Edmir Chedid, Líder do PFL, que é o meu partido; Edson Ferrarini, Líder do PL; Erasmo Dias, Líder do PPB; Jamil Murad, Líder do PC do B; José Carlos Tonin, Líder do  PMDB e Nabi Chedid, Líder do PSD, agradecimento este devido a forma carinhosa com que todos os partidos tiveram com minha pessoa.

Minha passagem por esta Casa teve uma duração curta, de 40 dias, mas neste período tive a oportunidade de fazer muitos amigos, e volto para minha cidade com o coração cheio de alegria, de muito entusiasmo, sabendo que, neste espaço curto, tive a oportunidade de elevar minha região, que tanto amo, minha cidade, apresentando aqui projeto de lei do crédito educativo, através da Caixa Econômica do Estado de São Paulo. Acredito que é através da educação que vamos, sem dúvida, melhorar esta Nação.

Reivindiquei também, através de algumas indicações e requerimentos, benefícios para minha região. Somos uma região rica em café.

Tive a oportunidade de deixar aqui uma pequena recordação minha, não a todos os companheiros desta Casa, mas tenho certeza de que mandarei a todos. Não esperava que fosse tão aceito. É o melhor café do Brasil. Temos nove municípios ricos em produção de café, que geram 25 mil empregos. Exportamos 850 mil sacas e para nós é um orgulho muito grande.

É uma região rica em calçados, dando muitos empregos na área de calçados. É um trabalho artesanal, mas estamos encontrando algumas dificuldades. Temos, hoje, algumas coisas que dificultam aqueles que querem iniciar suas indústrias de calçados, que dão muitos empregos, como a taxa de licença da Cetesb, assim como a necessidade de requerer-se a taxa de funcionamento, publicar por três vezes no Diário Oficial, o que passa a ser um processo demorado. Não temos agilidade nesse contexto.

Quero, sim, que a Cetesb continue fiscalizando, porque é necessário, e todos nós sabemos, a importância da fiscalização da Cetesb. Mas quero dizer que a indústria de calçados não é agente poluidora, ela é um trabalho artesanal e temos que facilitar, porque estamos vendo este desemprego que sabemos que está acontecendo no nosso País, e Franca tem esta característica. Somos também a terceira maior bacia leiteira do Estado.

Deixo também a minha mensagem e quero dizer que somos muito ricos também no setor de diamantes. Sinto-me honrado e quero neste espaço tão pequeno dizer a vocês da minha satisfação e do meu orgulho, porque tive a oportunidade de fazer parte do contexto tão forte que é o nosso Estado passando por este Parlamento.

Obrigado a todos. Desejo àqueles que foram eleitos agora e àqueles que foram reeleitos, que Deus ilumine a todos, pois o que precisamos é de pessoas com bastante entusiasmo, com muita motivação, com muita vontade, porque sabemos e estamos aqui no dia-a-dia entendendo o sofrimento deste povo brasileiro. Temos um estado rico como é São Paulo, mas temos neste parlamento a representatividade de todo o Estado aqui presente, uns mais inteligentes, politicamente falando, outros mais cultos, outros menos cultos, mas todos estão aqui por mérito, todos representam sem dúvida, o seu segmento. Então, isso é muito importante e é por isso que eu admiro e adoro o parlamento.

Meu muito obrigado e fiquem com Deus. Um abraço muito especial ao Presidente da Casa, companheiro Vaz de Lima, que esteve comigo numa sexta-feira, em minha cidade na inauguração da Procuradoria da Fazenda, dando-nos a honra de lá estar presente. Referindo-me aos funcionários, deixo um abraço ao José Carlos, da parte administrativa e à parte parlamentar fica aqui o meu abraço ao Dr. Auro e a D. Ieda, que carinhosamente me acolheram. Também a todos vocês, aos meus amigos Nelsinho e ao Levi, com toda essa simpatia e vozes bonitas, privilegiadas pela lei divina.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado José Carlos Tonin. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Lobbe Neto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Terezinha da Paulina. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dráusio Barreto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Dallari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Sampaio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Messas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jamil Murad. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dorival Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Cunha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Gouveia.(Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sylvio Martini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Flávio. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Mariângela Duarte. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Junji Abe. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Chico Bezerra. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Salvador Khuriyeh. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Nivaldo Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sidney Cinti. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Eloi Pietá. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Renato Simões. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Paulo Julião. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jayme Gimenez.  

 

O SR. JAIME GIMENEZ - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente e Srs. Deputados, pessoas que nos visitam nesta tarde, funcionários da Casa e leitores do Diário Oficial, assomo esta tribuna para, no último dia desta legislatura e provavelmente no último pronunciamento que faço durante o meu exercício do mandato de Deputado Estadual, dizer que os oito anos em que aqui estivemos procuramos realizar um trabalho de acordo com os nosso princípios,  e sempre estes trabalhos voltados em defesa da população do Estado de São Paulo. Venho da área da Educação, tenho um grande trabalho também na área da Saúde, procurei durante estes oito anos priorizar as questões da Educação e da Saúde nesta Casa, sem antes esquecer das demais áreas.

Cheguei à Assembléia em 1991, tive o prazer de receber o apoio dos companheiros da época e fui eleito o 1o Vice-Presidente. Exerci a Presidência por várias vezes, fui membro de várias comissões, Comissão de Assuntos Municipais e Relações do Trabalho, Planejamento, Finanças e Orçamento, da qual fui também Presidente, pelos oito anos fui Presidente da Comissão da Educação, nestes dois anos fui Presidente da referida comissão, fiz parte também da Comissão de Meio Ambiente, relatei vários projetos, moções, fiz muitas indicações e apresentei alguns projetos,  que reputo de importância. Um deles,  hoje  conhecido como Lei Gimenez, inclui no currículo das escolas públicas de 1o e 2o Graus do Estado de São Paulo a educação ambiental, não em forma de disciplina, mas em forma de atividades, com o objetivo de começar já no aluno de 1o grau a formação de uma consciência ambientalista. Apresentei projetos na área da Saúde, procurando defender as Santas Casas e os hospitais filantrópicos, que são entidades que atendem no Estado de São Paulo a 65% dos pacientes do SUS, que são atendidos tanto ambulatorialmente como para   internações hospitalares. Apresentei recentemente um projeto que tramita nesta Casa, regulamentando os pedágios nas rodovias do nosso Estado e espero, no Grande Expediente, - se tiver oportunidade, quando então o tempo é maior -  fazer um comentário mais detalhado a respeito da cobrança dos pedágios nas estradas do nosso Estado, principalmente nas regiões de Araraquara e de São José do Rio Preto. Resumindo, fizemos um trabalho que estava dentro das nossas possibilidades. Tenho certeza que não fui aqui o melhor deputado, mas também tenho a certeza de que não fiz aqui o pior trabalho. A minha consciência pode permitir que eu diga que deixo esta Casa com a consciência do dever cumprido. Volto para a minha atividade profissional, mas em momento algum deixarei de exercer a política. Sou atualmente o Presidente Estadual do PMDB e como tal estarei trabalhando à frente do PMDB para em primeiro lugar reorganizar o partido, fazendo com que ele readquira a  sua credibilidade que, infelizmente, perdeu em razão de problemas internos, principalmente, e como militante do PMDB ou simplesmente como alguém que faz a política porque gosta, estarei lutando sem mandato, em defesa dos interesses daqueles que me procurarem e principalmente daqueles que precisam de uma ajuda na minha região.

Mas quero deixar aqui os meus agradecimentos a todos aqueles com quem tive o prazer e a grata satisfação de trabalhar, sejam eles os funcionários desta Casa, não só aqueles que trabalharam conosco no gabinete ou na primeira vice-presidência ou nas comissões,  aos meus colegas, Srs.  Deputados, Sras. Deputadas, que tive a alegria de poder conviver em duas legislaturas, fazendo uma amizade muito grande. Sempre entre nós houve um respeito muito grande, um respeito mútuo, permitindo que pudéssemos exercer um mandato sem abrir mão dos princípios,  mas trabalhando sempre com muita amizade, muita sinceridade, muita dedicação.

   Então, a todos o nosso muito obrigado.

 

O SR. CÉSAR CALLEGARI - PSB - PELO ARTIGO 82 - Sr. Presidente, não podemos aqui deixar até de nos comover por esta manifestação do Deputado Jayme Gimenez, Presidente Estadual do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, e eu queria em nome pessoal e em nome da Bancada do PSB, dizer que foi uma enorme alegria ter convivido, no meu caso especificamente, durante estes quatro anos, com o Deputado Jayme Gimenez na Assembléia Legislativa.

 Quando fiz parte das fileiras do MDB e do PMDB, fui testemunha ocular, permanente, da sua firmeza, da retidão de caráter, do compromisso, e um dos melhores compromissos, que é o compromisso de natureza ideológica. Lembro-me perfeitamente bem que o Deputado Jayme Gimenez, durante um período difícil das decisões do PMDB aqui na Assembléia Legislativa, quando a Bancada majoritariamente se inclinou para o apoio ao governo de São Paulo,   junto comigo, -  na realidade as únicas vozes que em nome das velhas e mais importantes bandeiras do PMDB  - se colocou e se manteve numa posição crítica, independente e jamais deixou de honrar estas bandeiras que fizeram o nome, a legenda e até toda a participação do PMDB no Estado de São Paulo.

Quero também dizer que fui testemunha, durante todo o período, do enorme compromisso prático do Deputado Jayme Gimenez, sobretudo em relação às causas da educação. Como participante permanente na Comissão de Educação ou fora dela, e mesmo em relação ao plenário da Assembléia Legislativa, em todos os momentos o Deputado Jayme Gimenez deu provas concretas, permanentes deste compromisso que tem como educador que ele é, como professor que ele é de ter a clareza de estabelecer as críticas necessárias e, além das críticas, as sugestões que são também necessárias para uma mudança numa política educacional que a todos infelicita no Estado de São Paulo. O Deputado Jayme Gimenez foi aqui um batalhador permanente em relação a esta área.

Em nome pessoal, Jayme - permita-me chamar-lhe desta maneira - quero dizer-lhe que para mim, como Deputado durante este período, fui um deputado novato e inexperiente, você foi de fato um exemplo e deu lições importantes. E tendo dado a mim, tenho a certeza de que foi um referencial de qualidade, um referencial ético, um referencial de compromisso popular que você exibiu e chamou a atenção de toda a Assembléia Legislativa, de todos os deputados, de todos os partidos políticos em relação àquilo que o parlamentar deve ser, quer dizer, homens e mulheres eleitos pelo povo mas permanentemente comprometidos com a causa popular, que não se afastam dessa  causa popular e dos compromissos depois que se elegem. Você, em todo o período, foi um exemplo claro, vivo, objetivo.

Quero finalizar dizendo que certamente você vai fazer muita falta nesse período mais imediato aqui dentro de Assembléia Legislativa, mas tenho certeza que no processo político, na luta pela democracia efetiva, não apenas política mas também econômica e social, V.Exa. como líder do PMDB de São Paulo, estaremos certamente em campos muito convergentes, muito próximos nessa tentativa de construir um país que seja próspero, desenvolvido, democrático e, sobretudo, um Brasil socialmente justo.

Obrigado pela herança que V.Exa. nos deixa aqui na Assembléia Legislativa.

 

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Duarte Nogueira. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Artacho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Djalma Bom. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Wilson Tristão.

 

O SR. WILSON TRISTÃO - PFL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, primeiramente ao nobre Deputado Jayme Gimenez os nossos parabéns pela luta contra os pedágios que estão assombrando a nossa região. Faço junto a V. Exa. coro para que isso deixe de acontecer e, com toda a certeza, o nosso Presidente  Deputado Vaz de Lima, também da nossa região de São José do Rio Preto, sabe o quanto estamos sendo explorados naquelas bonitas estradas que foram dadas de presente para a concessionária, os seja, colocaram mais pedágio.

Mas na verdade, Sr. Presidente, tenho visto e ouvido, nos últimos dias, discursos dos prezados colegas que se despedem desta Casa. Despedem-se prestando contas daquilo que fizeram. Notei que esses discursos aqui feitos são formais. Parece-me que são discursos feitos para serem publicados no “Diário Oficial”. Nos apartes, os prezados deputados homenageiam aqueles que partem da Assembléia Legislativa.

Venho aqui sugerir a V. Exa., que provavelmente daqui a quatro anos poderá estar na Presidência desta Casa, para que além desta despedida formal, fria, em que a pessoa homenageia os colegas oficialmente, V. Exa. possa determinar, quem sabe em outros plenários menores, não para o “Diário Oficial”, chamar aqueles que vão embora, que partem desta Casa e lá fazer uma despedida mais amorosa, mais amiga, mais solta, uma despedida de amigos que partem.

Vejam só, eu com pouco tempo aqui consegui me relacionar com muitos colegas deputados, com muitas pessoas desta Casa. Vou embora para a minha cidade e garanto a V. Exa. que levo saudade de muita gente. Imagine aqueles que estão aqui há quatro,  oito,  doze anos; alguns por motivação própria deixaram de disputar uma eleição. Mas outros, a maioria, disputaram a eleição mas nos votos perderam sua reeleição. Vão embora tristes, machucados, vão deixar saudades porque ninguém vai embora daqui contente porque esta é uma Casa de trabalho, de prestação de serviço mas é também uma Casa onde se faz amizades de muitos e muitos anos. Se olharmos profundamente nos olhos dos que partem, notaremos uma imensa saudade, uma tristeza de partir.

Aos amigos deputados que voltam para suas famílias, suas casas, e alguns que ainda dizem que retornarão - e possivelmente isso virá a acontecer - que levem não será o debate sobre a necessária adoção de uma política de proteção social, não será o debate sobre a necessária democratização do Estado.  Na segunda-feira, o fato mais importante em nossa posse será a posse também de um vereador da Capital que está sendo investigado.

Não posso desta tribuna pré-julgar esse vereador.  Não posso desta tribuna tecer qualquer juízo ou condená-lo previamente sobre se teria ou não praticado os atos a ele imputados.  Mas desta tribuna quero dizer que é obrigação desta Casa autorizar que esse Deputado seja processado, porque não podemos, adotando uma política de corporação, impedir que aquele vereador que ora se elegeu deputado não seja investigado nem processado pelos crimes a ele imputados.

Por isso, Sr. Presidente, venho a esta tribuna trazer esta preocupação, que na próxima segunda-feira a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo possa iniciar um processo que resulte na quebra da imunidade parlamentar do Deputado eleito Hanna Garib para que ele seja processado.  Em nosso processo criminal brasileiro, todo indivíduo tem direito ao contraditório, à ampla defesa e às instâncias recursais.  Mas não podemos confundir isso com proteção e obstrução de um eventual processo necessário à vida de toda pessoa que tem uma atividade política.

A imunidade é necessária, mas nos limites estritos dos crimes de opinião na vigência do mandato. A imunidade não pode proteger eventuais crimes que não tenham relação direta com as competências do mandato legislativo.  E é por isso, Sras. e Srs. Deputados, que além de ser favorável à mudança da amplitude da imunidade parlamentar, sou favorável também que esta Casa se posicione de uma maneira contundente na segunda-feira, para que o processo em relação ao Deputado Hanna Garib tenha seu andamento bastante célere, e que esta Casa assuma com firmeza sua posição de não pactuar qualquer atividade que extrapole os limites do mandato parlamentar, não dando à população qualquer entendimento de que o sentido da imunidade parlamentar possa servir de longe à possibilidade de cometer algum crime de natureza outra que não seja aquela protegida pelo estrito sentido da palavra imunidade parlamentar. 

Era o que tinha a dizer. Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados.

 

O SR. GILBERTO NASCIMENTO - PMDB - PELO ART. 82 -  Sr. Presidente, eu também não poderia deixar passar esta oportunidade sem uma rápida manifestação.

Observamos há pouco os discursos de colegas desta Casa, especialmente daqueles que estão deixando seu mandato neste dia.  Seus eleitores lhes deram umas férias para que pudessem, mas por um curto período, se dedicar mais às suas famílias e a seus afazeres particulares, mas sem dúvida nenhuma a vontade dos eleitores desses deputados é que já com a próxima eleição eles estejam de volta a esta Casa.

Quero aqui citar o meu relacionamento com o nobre Deputado Misael Margato, um dos que passaram por esta Casa e também um daqueles que, se Deus quiser, também estará voltando. Foi um deputado combativo, amigo, um companheiro.

O nobre Deputado Jayme Gimenez, Presidente do PMDB no Estado de São Paulo, é um companheiro do qual já aprendemos a gostar há muito tempo.  Tem tido uma vida exemplar e, assim como outros de quem vou falar, são exemplos de homens públicos a serem seguidos.  Quero, portanto, deixar meu abraço ao querido amigo Jayme Gimenez e reafirmar por ele nosso respeito, nosso carinho e nossa amizade.  Estaremos aguardando que logo em breve ele esteja retornando a esta Casa.

Da mesma forma, o nobre colega Tristão, que muito embora tenha passado por esta Casa por um curto período de tempo, aqui pôde fazer amigos, ser simpático à causa pública, e para cá, se Deus quiser, voltará em breve.

Quero também lembrar nosso caro amigo Lívio Giosa, com quem temos uma caminhada muito próxima, pela sua fé e pela sua forma de encarar a vida.  Quero a ele também deixar meu abraço, meu carinho e meu respeito.

   E digo a esses companheiros que deixam esta Casa nesta tarde: V. Exas. farão muita falta. Não tenho dúvidas quanto a isso.  E estendo isso a todos que não voltaram a esta Casa e que estarão tirando essas breves férias.  Dedico a todos meu abraço, meu carinho, e digo que no sexto andar cada um dos senhores tem um humilde gabinete para que façam dele sua estada nesta Assembléia Legislativa.

Que Deus os ilumine, que Deus os abençoe, e que sejam dirigidos e guiados pelo Espírito de Deus a cada dia.  São essas as minhas palavras.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PAULO TEIXEIRA - PT - PELO ART. 82 -  Sr. Presidente, quero também saudar em nome do Partido dos Trabalhadores o período que V. Exa. exerceu a Presidência desta Casa, inclusive permitindo a votação de matérias de bastante importância para o Estado de São Paulo, como essas que foram votadas em relação às mudanças nos tribunais de São Paulo.

Nobre Presidente Vaz de Lima, quero exprimir minha alegria em vê-lo passar por esse cargo, sempre amadurecendo em suas posições e intervenções.  Sei que comandar esta Casa é uma tarefa dura e árdua.  Portanto, neste último dia da nossa sessão legislativa, gostaria de parabenizá-lo por essa marcante passagem de V. Exa. entre nós.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Esta Presidência agradece a manifestação de V. Excelência, o carinho e a amizade nela expressados.

 Tem a palavra o nobre Deputado Hatiro Shimomoto.  (Pausa.)  Tem a palavra o nobre Deputado Marcelo Gonçalves.  (Pausa.)  Tem a palavra o nobre Deputado Lívio Giosa.

 

O SR. LÍVIO GIOSA - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre Deputado Vaz de Lima, amigo e companheiro, Sras. e Srs. Deputados, companheiros aqui presentes, neste último dia de minha missão aqui na Assembléia Legislativa, gostaria de fazer um último pronunciamento, levando em consideração dois momento básicos que demonstram nossa reflexão a respeito desse tema.

O primeiro é nosso compromisso firmado ao longo dos 13 meses que permaneci nesta Casa, dedicando-me absoluta e intensamente à Assembléia, tendo a clara visão do que é o exercício da legislatura em São Paulo, do ser deputado e da grande responsabilidade que representa esse exercício perante o cidadão, do papel fundamental que desempenha no processo de mudanças dentro da sociedade.  Na verdade, cada um de nós aqui é um agente de transformação.  A nossa expectativa é que todo parlamentar tenha relevantemente essa visão.

Por ser um agente de transformação, perseguimos esse momento de mudança para o Estado de São Paulo, e acabamos desenvolvendo um trabalho que teve sua repercussão, aliado a toda nossa vontade de realmente interagir com a sociedade paulista. 

Tivemos a oportunidade de exercer, como membro da Comissão de Educação, como membro da Comissão de Ciência e Tecnologia, como membro da Comissão do Trabalho esse mesmo compromisso, interagindo, discutindo, colocando as nossas opiniões a cada um dos projetos em reuniões que foram desenvolvidas nessas comissões. Ao mesmo tempo, trouxemos para a Assembléia um verdadeiro fórum de discussão para diversos assuntos, pauta dos quais nós encaminhamos, bem como realizar nesta Casa um fórum para discutir a questão da aquisição e do uso do álcool junto às crianças e jovens adolescentes. Esse fórum que se originou  de um seminário, transformou-se num fórum permanente. Hoje vimos a repercussão desse assunto em nível nacional e desenvolvemos ações internamente.

Criamos um fórum e a comissão relativa ao apoio às micro e pequenas empresas. Com outros deputados, estivemos à frente desse processo e, com isso, consagramos mudanças expressivas na legislação para a micro e pequena empresa, ocorrendo, por final, a assinatura da lei pelo nosso governador institucionalizando mudanças no ICMS para micro e pequenas empresas.

Discutimos ainda inúmeras ações, dentre elas a introdução da Assembléia Legislativa na campanha “Sou da Paz” e a criação, como representante da Assembléia, do instituto “São Paulo contra a violência”.

Desenvolvemos projetos, que foram transformados em lei, dos quais cito um dos mais importantes: novos critérios para a instituição de estâncias no Estado de São Paulo.

Criamos, no calendário escolar já deliberado, noções e atividades contra o uso e a venda indiscriminada de bebida alcoólica para crianças e adolescentes em todas as escolas públicas.

Instituímos o Dia Estadual contra a Violência, que gerará, através da ação parlamentar que fica, discussões permanentes sobre o assunto aqui em São Paulo.

Criamos salas especiais para os autistas, com isso valorizando e dando condições para que essas crianças tenham um encaminhamento ideal nas salas de aula.

Esse exercício de reflexão que faço agora, junto aos senhores e senhoras, merece também uma avaliação para o que vem  pela frente Os deputados que ficam e os novos, que assumem, terão uma enorme responsabilidade nesse período turbulento que vive a nossa nação e o nosso Estado. Todos têm uma enorme contribuição a dar a este Estado, desde que queiram.

Sabemos dos princípios que estão levando o nosso companheiro Vanderlei Macris a assumir esta Casa e transformá-la num grande fórum de discussão. Não dependerá só dele, mas sim de todos os que ficarem aqui e, com ele, exercerem efetivamente a natureza clara desta Casa, que é a ação política. Não só o exercício da ação política, mas a contribuição para a transformação do nosso Estado e da vida da nossa sociedade.

Para os que ficam e para os que vêm, deixo aqui o meu carinho e o meu abraço, assim como para os meus colegas aqui presentes. Inspirado na atividade parlamentar de cada um deles, vou permanecer um pouco distante, nas minhas atividades profissionais, nas entidades de que faço parte, como o PNBE, a DVB, a Associação Comercial e o Centro Nacional de Modernização, dando a minha contribuição para aquele espaço  em que irei atuar. Mas não poderei deixar de acompanhar a atividade do governador, dos parlamentares do PSDB, partido ao qual estou filiado e de cujas executivas faço parte, tanto em nível municipal como federal.

Quero deixar claro que caberá a cada um dos senhores que permanecerão nesta Casa o exercício pleno da cidadania, buscando a transformação deste nosso Estado.

Deixo ainda um especial cumprimento aos funcionários da Casa, que tanto contribuíram para que a nossa atividade pudesse ser complementar e vitoriosa. Muito obrigado.(Entra leitura)

 

O SR. GÍLSON DE SOUZA - PFL - Sr. Presidente, quero registrar a presença da minha esposa, Cidinha, e dos meus filhos, Lincoln, Fernanda e Gílson, no plenário desta Casa. (Palmas.)

 

 SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB  - Esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

* * *

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Misael Margato, pelo tempo regimental. (Entra leitura)

 

O SR. HATIRO SHIMOMOTO - PFL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, como estou nos últimos dias de meu mandato, quero deixar consignado  o meu profundo agradecimento aos Srs. Deputados pela atenção, bem como aos funcionários desta Casa, enfim, a todos aqueles com quem convivi nesses 24 anos de mandato.

Quero comunicar à Casa que deixo esta Assembléia com vários projetos de lei e moções ainda tramitando pelas Comissões e prontos para a Ordem do Dia, 18 projetos de lei já aprovados nas Comissões. E para que fiquem registrados nos Anais da Casa eu passarei à sua leitura:

 

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Erasmo Dias.

Há sobre a mesa requerimento de permuta de tempo com o Deputado Jayme Gimenez.

Tem a palavra o nobre Deputado Jayme Gimenez, por permuta de tempo com o Deputado Erasmo Dias, pelo tempo regimental de 15 minutos.

 

O SR. JAYME GIMENEZ - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, pessoas que nos visitam nesta tarde, venho novamente a esta tribuna, infelizmente, para externar a minha preocupação com os altíssimos custos de pedágios, cuja situação se agravou com a implantação de novas praças e a cobrança nos dois sentidos, em vários trechos.

Já no ano passado, em 02/09/98, preocupado com a insatisfação principalmente dos empresários de transportes rodoviários, enviei ao Sr. Governador o Ofício JG 383/98, abordando a questão e alertando as autoridades para a necessidade de um diálogo com segmentos envolvidos, buscando assim uma solução para esse problema, que hoje se torna grave.

Pressionado, naquela época, o governo estadual acabou concedendo um pequeno desconto para veículos de carga, o que, embora não satisfazendo a todos, acabou acalmando os ânimos, adiando a ocorrência de um movimento maior e de conseqüências imprevisíveis.

Enquanto a população aguardava medidas que viessem atender aos seus reclamos, nossas praças de pedágio foram sendo construídas em ritmo aceleradíssimo e o que vemos hoje é uma seqüência interminável de vários postos de cobrança, castigando os usuários, independente da categoria de rodovia.

Há trechos que não receberam das concessionárias nenhuma melhoria que justificasse a construção de novas praças e a cobrança do pedágio. Certamente essa medida está amparada nas entrelinhas dos contratos de concessão, porém, não há nada que a justifique. É uma imposição impiedosa que a população não merece.

Se não bastasse o até aqui mencionado, alguns trechos da estrada foram contemplados com a adoção de cobrança de pedágios nos dois sentidos, impondo aos seus usuários um sacrifício, como observo a seguir.

É sabido que Araraquara é o pólo para onde converge a população de várias cidades da região central do Estado, que à Morada do Sol vai efetuar compras, freqüentar escolas, buscar lazer e entregar o produto de seus pomares à grande indústria de suco cítrico ali localizada. Assim ocorre com as cidades de  Matão, de  Santa Ernestina, de Dobrada, de Nova Europa, de Tabatinga, de Ibitinga, de Itápolis, de Itaquaritinga, de Borborema, entre outras. Os gastos com pedágio, após a implantação da cobrança nos dois sentidos, citando como exemplo no Km 282, 4, que fica entre Matão e Araraquara, considerando um veículo de passeio que de qualquer dessas cidades vá para Araraquara,  com exceção de Itápolis, cujo custo é ainda maior, pois tem mais uma praça de pedágio no trajeto, aumentaram algo em torno de - pasmem Srs. Deputados! - 80%. Não há desajuste na economia ou melhoria implantada - o que não ocorreu - que justifique tamanha brutalidade. Chegamos ao absurdo de ter, considerando um veículo de passeio trafegando de Matão a Araraquara, com distância de 70 km aproximadamente, nos dois sentidos, um gasto com pedágio 100% acima do consumido com combustível. Se considerarmos os dotados com motores diesel, os índices tornam-se impublicáveis.

Pode-se argumentar que a implantação de novas praças, a adoção de cobrança nos dois sentidos e os ajustes são legais, previstos nos contratos de concessão, porém, desumanos, sobrecarregando apenas uma parcela da população, quando poderiam ter sido efetuados de uma maneira mais racional, com melhor distribuição de sacrifícios. Ninguém quer deixar de pagar pedágio. Queremos pagar, mas pagar um pedágio justo. Termos contratuais não impedem a adoção do bom senso, quando se objetiva a prática da justiça.

Quais as razões que determinaram a cobrança nos dois sentidos no Km 282,4, entre Araraquara e Matão, pergunto? O que impede que seja efetuada em outro ponto, por exemplo entre Araraquara e São Carlos? É questão de estatística ou custo operacional em detrimento de algumas dezenas de milhares de contribuintes, quando o fardo poderia ter sido distribuído entre algumas centenas de milhares de usuários? Isso só para ficar na praça do Km 282,4.

Antes de se cobrar nos dois sentidos, cobrado só Capital e Interior naquela praça de pedágio, pagava-se quatro reais e 40 centavos. A partir do dia 13 do mês passado, passou-se a cobrar nos dois sentidos, 3,90 de um lado e 3, 90 de outro, ou seja, a tarifa passou de 4, 40 para 7,80, um aumento de quase 80%.

Este caso que cito é um exemplo só, porque numa outra praça de pedágio da mesma região, sob a mesma concessionária, no trecho entre Catantuva e São José do Rio Preto, onde se pagava 4,40 num sentido só, hoje paga-se 3,70 nos dois sentidos, ou seja, num total de 7,40, aumentando em torno de 70%.

Outros tantos exemplos poderia citar. A concessionária responsável pelo trecho que vai de São Carlos a Mirassol distribuiu um comunicado dizendo que o preço a ser cobrado seria de 0,04573 centavos por quilômetro, só que cobrado de maneira injusta, sobrecarregando demasiadamente a população que usa aquele trecho e deixando de cobrar de outras que usam e não pagam nada. Isso sem falar do prejuízo que vêm tendo os transportadores de carga, que não conseguem e que não podem repassar, porque quem está no final não vai agüentar, para o seu frete esse aumento de pedágio.

Sr. Presidente, é imperativo a necessidade de se estudar uma solução para a anomalia criada não somente na praça de pedágio existente na Rodovia Washington Luiz, entre os Municípios de Araraquara e de Matão, que impôs aos contribuintes uma carga impossível de ser suportada.

É imperativo, Sr. Presidente, que algumas medidas sejam tomadas. Quando foi aprovada a autorização para se realizarem as concessões, foi autorizado e determinado que se criassem comissões com a participação de deputados para que fosse feita a fiscalização, não só do serviço que seria feito pelas concessionárias, mas das tarifas que fossem cobradas.

Esta Casa tem a responsabilidade com os Srs. Deputados que fazem parte das Comissões de fiscalizar e peço àqueles que aqui ficam, àqueles que aqui vão chegar e que vão fazer parte dessas comissões de fiscalização que fiquem atentos para essas cobranças abusivas que vêm acontecendo nas praças de pedágio no Estado de São Paulo.

Deixo aqui claro que ninguém está pedindo para que não se cobre pedágio. O pedágio é necessário, mas não se pode roubar o usuário. O que acontece hoje, na verdade, é um assalto. Daqui a pouco não há mais como trafegar nas nossas estradas devido à altíssima taxa de pedágio que se cobra.

Em meu último pronunciamento, sendo minha última colaboração como deputado desta Casa, para que se faça justiça, para que se faça uma reavaliação, um reestudo, principalmente nas praças de pedágio da Rodovia Washington Luiz, entre São Carlos e Mirassol.

 

O SR. WILSON TRISTÃO - PFL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Nobre Deputado Jayme Gimenez, faço das palavras de vossa excelência as minhas. Quando aqui cheguei, nesta assembléia, o primeiro pronunciamento que aqui fiz foi com referência a esses “benditos” pedágios. Naquela oportunidade, oficializei à empresa concessionária Triângulo do Sol, para que nos viesse dar algumas explicações a respeito, mas até esta data sequer um telefonema recebemos. Ele trata seus usuários assim; não dá nenhuma informação. É apenas para fazer constar que nos também estamos muito preocupados com esses pedágios. Inclusive, notícias correm que, entre as Cidades de São José do Rio Preto e de Mirassol, pretende essa mesma concessionária fazer mais uma praça de pedágio. Garanto a vossa excelência que a sociedade, o  comércio e a indústria da cidade, se isso vier a acontecer, vamos parar a rodovia e não vamos deixar construir essa praça de pedágio.

 

O SR. JAYME GIMENEZ - PMDB - Obrigado pela colaboração de vossa excelência, que é de Mirassol e conhece, como eu, o problema.

Para terminar, está pronta uma nova praça de pedágio agora, na Rodovia Brigadeiro Faria Lima, situada entre Matão e Dobrada. Não começou a funcionar e não sabemos o quanto vão cobrar. Instalou-se mais uma parte de pedágio numa rodovia de pista única, ou seja, a concessionária vai receber recursos e depois vai fazer a duplicação que, no meu modo de ver, é totalmente errado. Ela deveria fazer a duplicação e depois, sim, quando tivesse a estrada duplicada, instalaria o pedágio com uma tarifa justa para poder fazer a manutenção.

Sr. Presidente, mais uma vez, muito obrigado. Quero aproveitar estes últimos minutos do meu pronunciamento para cumprimentar V.Exa. e os demais membros da Mesa diretora desta Casa que assumiram no dia 1º de fevereiro e que vão terminar seu mandato na próxima segunda-feira.

Tanto V.Exa., como a nobre Deputada Cecília Passarelli e o nobre Deputado Roque Barbieri desempenharam um papel muito importante nesta Casa, liderando realmente os trabalhos desta Casa e conduzindo os mesmos de maneira exemplar.

Parabéns. Tenha a certeza, meu caro Deputado Vaz de Lima, eu o conheço muito bem, somos da mesma região, e entre nós não há mais aquela faixa de limite de divisa e continuaremos lutando juntos em defesa da nossa região e do nosso estado. Peço a vossa excelência que se dedique com bastante carinho a esse assunto que coloquei aqui hoje, a respeito do pedágio, porque estão cometendo uma injustiça muito grande na nossa região.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB -  Gostaria muito de dizer, nobre Deputado Jayme Gimenez que, de minha parte, gostaria de continuar tendo a divisa de Vossa Excelência.

 

O SR. JAYME GIMENEZ - PFL - Mas não no Ribeirão dos Porcos, não é?

 

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Não. Essa divisa nunca a tivemos na verdade. É uma coisa física, uma brincadeira nossa, de muito respeito pelo trabalho, pelo mandato de Vossa Excelência.

 

O SR. JAYME GIMENEZ - PFL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, com muita tristeza, peço o levantamento da presente sessão.

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - É regimental o pedido de V.Exa., antes porém de dar os trabalhos por levantados, esta Presidência lembra V.Exas. da Sessão Solene prevista para hoje, às 20 horas, com a finalidade de comemorar os 50 anos da Associação dos Funcionários da Polícia Civil do Estado de São Paulo.

   Está levantada a presente sessão.

 

* * *

 

- Levanta-se a sessão às 15 horas e 55 minutos.

 

* * *