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14 DE MAIO DE 2012

027ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AO “DIA DO CONGREGADO MARIANO"

 

Presidente: MARCO AURÉLIO

 

RESUMO

001 - MARCO AURÉLIO

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que o Presidente Barros Munhoz convocara a presente sessão solene, a pedido do Deputado Marco Aurélio, ora na condução dos trabalhos, com a finalidade de "Comemorar o Dia do Congregado Mariano". Convida o público para, de pé, ouvir o "Hino Nacional Brasileiro". Anuncia a entrada de dois representantes de cada congregação, dos municípios de São Paulo, Osasco, São José dos Campos e Belo Horizonte, com as respectivas bandeiras, seguida pela execução do "Hino da Congregação Mariana".

 

002 - JOSÉ MACIEL DA LUZ

Representando o Sr. João Batista de Souza, Coordenador da Coresp da Região de São Paulo, informa ser representante do Congregado Mariano na Região do Vale do Paraíba. Afirma que a instituição conta com a colaboração de outros representantes no Estado. Discorre acerca da importância da participação de todos na política. Agradece ao Deputado Marco Aurélio pela presente homenagem. Destaca o envolvimento da Congregação na comunidade e na política. Ressalta ser essencial trazer jovens à instituição.

 

003 - Presidente MARCO AURÉLIO

Informa que esta sessão solene deverá ser transmitida pela TV Alesp em data oportuna. Anuncia a exibição do clipe da música "Senhora e Rainha".

 

004 - JOSÉ MARIA CUNHA

Presidente da Confederação Nacional das Congregações Marianas do Brasil, informa que o "Dia do Congregado Mariano" é comemorado no terceiro domingo do mês de maio. Parabeniza o Deputado Marco Aurélio pela homenagem. Considera esta solenidade um momento marcante.

 

005 - Presidente MARCO AURÉLIO

Anuncia a apresentação do músico Maurício Antônio da Silva, com a canção "Senhora da América Latina".

 

006 - ANTÔNIO JOSÉ ALBERTINE

Padre, vice-Assistente Eclesiástico da Confederação Nacional das Congregações Marianas do Brasil, lê mensagem de Dom Raymundo Cardeal Damasceno Assis, Presidente da CNBB, na qual fez menção ao início da trajetória das Congregações Marianas. Destaca o crescimento da instituição pelo mundo. Menciona a renovação, ocorrida em 1967, em que a Federação Mundial das Congregações Marianas propôs mudanças substanciais de princípios. Ressalta que o Congregado conta com santos canonizados, beatos, fundadores de institutos religiosos, mártires, missionários e leigos. Comenta que 24 Papas eram marianos, inclusive o Papa Bento XVI. Relata a existência da Congregação no Brasil durante o período colonial. Recorda que o movimento federativo teve início em 1927, com a primeira federação no Estado de São Paulo. Informa que, atualmente, é considerada uma associação pública com normas próprias e sob jurisdição da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Afirma haver mais de 100 mil marianos, das mais variadas comunidades e classes sociais. Considera como objetivo da instituição a formação de membros para testemunho público de fé. Cita dois encontros anuais, o de jovens e a romaria do rosário ao Santuário Nacional de Aparecida. Informa que o azul que os identifica representa a cor litúrgica da Virgem Maria. Agradece ao Deputado Marco Aurélio pela homenagem. Convida o Sr. José Maria Cunha para fazer a entrega de flâmula da Congregação Mariana ao Deputado Marco Aurélio.

 

007 - Presidente MARCO AURÉLIO

Anuncia a exibição do clipe da música "Primeira Cristã".

 

008 - MARIA CRISTINA MACHADO

Destaca a importância da revista "Estrela do Mar" para a formação mariana. Lembra que, ontem, 13/05, foi comemorada a primeira aparição de Nossa Senhora de Fátima, em 1917. Fala sobre o segredo de Fátima, que consiste nas revelações de acontecimentos, pela Nossa Senhora, acerca da sociedade mundial. Agradece, em nome de todos os Congregados Marianos, o Deputado Marco Aurélio pela presente homenagem.

 

009 - Presidente MARCO AURÉLIO

Anuncia homenagem aos Congregados Marianos, com entrega de placa ao Padre Antônio José Albertini.

 

010 - ANTONIO JOSÉ ALBERTINI

Padre, faz a leitura do teor de placa.

 

011 - Presidente MARCO AURÉLIO

Menciona os dois encontros anuais do Congregado Mariano, citado pelo Padre Antônio José Albertine. Sugere que a homenagem à Congregação seja anual. Expõe o motivo que o levou a solicitar esta solene. Recorda o fechamento desta Assembleia Legislativa durante a ditadura militar. Destaca a importância da homenagem a Maria neste Legislativo. Deseja que esta Casa atue apenas em prol da população. Lembra a reintegração de posse ocorrida no bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos. Diferencia a autoridade legítima de autoridade constituída. Expõe as contradições desta Assembleia. Fala da contradição como sinal mariano. Elogia o exemplo de Eliana Zagui, com paralisia após poliomielite e internada há 36 anos, autora do livro "Pulmão de aço - Uma vida no maior hospital do Brasil". Enaltece o trabalho mariano. Faz homenagem a Dom Vaz Lima "in memorian".

 

012 - ANTONIO JOSÉ ALBERTINI

Padre, profere benção.

 

013 - Presidente MARCO AURÉLIO

Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Marco Aurélio.

 

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O SR. PRESIDENTE – MARCO AURÉLIO - PT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

* * *

 

- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

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O SR. PRESIDENTE - MARCO AURÉLIO - PT - Senhoras e Senhores, esta sessão solene foi convocada pelo Presidente desta Casa, Barros Munhoz, atendendo solicitação deste deputado com a finalidade de comemorar o Dia do Congregado Mariano.

Convido todos os presentes para, respeitosamente, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo sob a regência do maestro subtenente PM Juarez Fonseca dos Reis.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - MARCO AURÉLIO - PT - Esta Presidência agradece a Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, muito obrigado na pessoa do subtenente PM Juarez Fonseca dos Reis nossos sinceros agradecimentos. Nós também agradecemos a presença de todas as representações e Congregações Marianas, Salva Maria!

E nós teremos agora, então, a entrada das Congregações Marianas trazendo as bandeiras aqui para o nosso Plenário. Nós teremos a entrada da Federação Mariana da Arquidiocese de São Paulo, da Federação Mariana da Diocese de Osasco, da Federação Mariana da Diocese de São José dos Campos, e da Federação Mariana da Arquidiocese de Belo Horizonte. Vamos acompanhar agora a entrada das nossas bandeiras representando as nossas Congregações Marianas no Brasil.

E agora vamos ouvir o nosso Hino, o Hino da Congregação Mariana.

 

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- É executado o Hino da Congregação Mariana.

 

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O SR. PRESIDENTE - MARCO AURÉLIO - PT - Quero saudar aqui a composição desta Mesa, no nosso querido padre Antonio José Albertine, representando dom Raymundo Damasceno, assistente eclesiástico da Confederação Nacional das Congregações Marianas do Brasil; Sr. José Maria Cunha, Presidente da Confederação Nacional das Congregações Marianas do Brasil; Sra. Maria Cristina de Paula Machado, vice-Presidente da Confederação Nacional das Congregações Marianas do Brasil; e o nosso companheiro José Maciel da Luz, coordenador, representando o Sr. João Batista de Souza, que é o coordenador da CORESP - Coordenação da Região de São Paulo; também quero agradecer as presenças do Sr. Deoclides Belarmino Miranda, representando a Congregação Nossa Senhora de Fátima de Várzea Paulista; Sr. Maurício Antonio da Silva, músico de Belo Horizonte que estará nos ajudando neste dia de hoje; e o Sr. José Natal da Rocha, da Federação Mariana de São José dos Campos.

E agora nós vamos conceder a palavra ao Sr. José Maciel da Luz, representando o Sr. João Batista de Souza, que é o coordenador da CORESP, e coordenador da região de São Paulo. Então, Sr. José Maciel da Luz, pode fazer uso da palavra ali ou na tribuna, fique à vontade.

 

O SR. JOSÉ MACIEL DA LUZ - Salve Maria! Para quem não me conhece, eu sou José Maciel da Luz, e sou eleito para representar o Estado de São Paulo durante o ano de 2012 em diante, e eu estou aqui, na realidade, trazendo um abraço do João Batista, que não pode estar presente neste momento. Ele é o atual representante do Estado de São Paulo.

Eu gostaria sempre de avisar a todos vocês, que se nós tentássemos caminhar sozinhos dentro do Estado de São Paulo, seria quase impossível. Então, nós temos essas pessoas que nos dão a força, o João, por exemplo, hoje está em Sorocaba, mas tem alguém que representa. Eu, por exemplo, represento o Vale do Paraíba, há mais três representantes conosco para fazer todo o Estado de São Paulo.

E a grande importância da CORESP é que nós representamos, na grande verdade, o Presidente José Maria Cunha, porque na realidade ele também não conseguiria andar em todo o Estado. Portanto, onde nós estivermos, é um pedacinho da igreja do Brasil que está caminhando com vocês. Estar aqui nesta Casa também reflete muito para a igreja do Brasil, porque nós, como congregados Mariano, precisamos estar atentos ao que acontece dentro do nosso Estado. Começo lembrando que todos nós fazemos parte da política, e por que não participar desta política por onde andamos? Fomos batizados para sermos santos e santificar aqueles que cruzarem o nosso caminho.

Agradeço muito o Deputado Marco Aurélio pela grande iniciativa de nos convocar para este momento, e estaremos sempre fazendo as nossas orações por todos, não só pelo Deputado Marco Aurélio de Souza, mas por todos que atuam nesta Casa, para que nós possamos em qualquer lugar que nós chegarmos, sermos bem recebidos e contarmos com a ajuda de todos. Porque ninguém governa sozinho, e nós, como igreja, precisamos estar atentos à comunidade, à política, todos os cantos que nós passarmos, nós somos um pouco desse representante.

De São José dos Campos, visitaremos todo o Estado de São Paulo a partir de novembro deste ano. Tomando posse, faremos um trabalho de estar presente, principalmente para trazer para o nosso meio, essa juventude, que tanto está meio jogada às traças. Quando você consegue olhar para essa juventude e fazer com que ela aceite um pouco mais dessa realidade, sair para a luta, nós estamos preparando para um futuro melhor esse nosso país.

Salve Maria! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - MARCO AURÉLIO - PT - Uma correção, eu falei José Maciel da Silva, é José Maciel da Luz. Corrigindo aqui a forma como o anunciei.

Queria também anunciar que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pelo portal www.al.sp.gov.br, que é a TV Web, e será transmitida na íntegra no próximo sábado, dia 19, às 21 horas, pela TV Assembleia. Sábado agora, às nove da noite, toda essa sessão será retransmitida na íntegra pelos canais TVA 66, NET 13, 61.2 TV Digital Aberta.

Neste momento teremos a exibição do clipe da música de autoria do padre Zezinho, Senhora e Rainha.

 

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- É feita a exibição do clipe.

 

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O SR. PRESIDENTE - MARCO AURÉLIO - PT - Passaremos agora a palavra ao Sr. José Maria da Cunha, Presidente da Confederação Nacional das Congregações Marianas. Fique à vontade.

 

O SR. JOSÉ MARIA DA CUNHA - Quero saudar primeiro a Mesa, o Deputado Marco Aurélio de Souza, deputado estadual pelo Estado de São Paulo; a minha irmã Maria Cristina, que é vice-Presidente da Confederação Nacional; o padre Albertine, que é o nosso vice-assistente também da Confederação Nacional; o meu irmão José Maciel da Luz, que também faz parte da nossa diretoria; demais pessoas aqui presentes, Senhoras e Senhores, Salve Maria!

Em primeiro lugar, quero agradecer a Deus por conceder a nós esse espaço, esse tempo, que ele nos deu o prazer de vir até aqui. Quero agradecer também a todos, ao Presidente desta Casa, que concedeu o espaço para que fosse possível o acontecimento deste evento.

É com muita alegria que estamos aqui para representar, receber esta honrosa homenagem promovida pelo nosso irmão Deputado Estadual Marco Aurélio. É com satisfação maior que vemos aqui todos os presentes, principalmente a minha pessoa representando a Confederação, para receber e participar desta homenagem comemorativa ao Dia Nacional dos Congregados Marianos, que sempre é celebrado no terceiro domingo do mês de maio de cada ano, mas, por força de regulamento da Casa, é antecedido, porque a Casa não funciona domingo. Quero parabenizar também o nosso querido Deputado Estadual Marco Aurélio pela iniciativa de promover esta linda homenagem.

Este é um momento muito importante para todos os Congregados Mariano, porque estamos expondo nossas bandeiras, nossos distintivos para pessoas diferentes, outros Estados, outros locais, e pessoas com bastante representação no cenário nacional. Eu quero agradecer, em nome da Congregação Mariana, a todos que aqui vieram participar e prestigiar desta honrosa homenagem, que só fora possível, como eu disse, com o consentimento do Presidente desta Casa, esta que é uma Casa que tem a maior bancada de deputados no Brasil, que é a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Eu gostaria de agradecer mais pessoas, inclusive houve a falta do João, nosso amigo que não pude vir, de última hora ele não pode aparecer; quero justificar a não presença da Luciene, que ela representa a Juventude Mariana, de última hora houve um problema, não pode vir. Portanto, quero dizer a todos, principalmente ao promotor deste evento, Deputado Marco Aurélio, que para nós este é um momento muito especial e que certamente ficará nas nossas memórias. Penso que é uma homenagem de extrema grandeza, feito, como eu disse, na maior bancada de deputados do país que, é a Assembleia Legislativa de São Paulo. Salve Maria! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - MARCO AURÉLIO - PT - Quero também anunciar e agradecer a Federação Mariana de Sorocaba, também presente aqui conosco. Agradecemos a palavra do nosso Presidente Nacional.

E agora vamos ouvir a canção Senhora da América Latina, pelo músico Maurício Antonio da Silva de Belo Horizonte. (Palmas.)

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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O SR. PRESIDENTE – MARCO AURÉLIO – PT – Vamos conceder agora a palavra então ao nosso amigo, padre Antonio José Albertine, vice-assistente Eclesiástico da Confederação Nacional das Congregações Marianas do Brasil.

 

O SR. ANTONIO JOSÉ ALBERTINE - Bom dia a todos. Salve Maria!

Exmo. Sr. Deputado Marco Aurélio de Souza, autoridades aqui presentes, componentes da Mesa, José Maria, José Maciel, a Cristina, demais Congregados Marianos aqui presentes; quero cumprimentá-los com fraterna alegria pela ocasião de nossa reunião nesta Casa de Leis, por ocasião desta sessão solene em comemoração ao Dia do Congregado Mariano, que ocorrerá no próximo domingo, onde será celebrado pelos mesmos em todo o Brasil. Trago, em primeiro lugar, a fraterna saudação e as palavras do Presidente da CNBB, Dom Raymundo Cardeal Damasceno Assis, que também é assistente nacional da Confederação Nacional das Confederações Marianas do Brasil. 

Passo a ler agora então a mensagem de Dom Raymundo. Exmo. Sr. Deputado Marco Aurélio, prezados Congregados Marianos. Em razão de um compromisso anteriormente assumido, não me é possível estar presente na sessão solene na Assembleia Legislativa de São Paulo em homenagem ao Dia Nacional do Congregado Mariano a ser celebrado no terceiro domingo do mês de maio.

“As Congregações Marianas tiveram início no século XVI em Roma por iniciativa do sacerdote jesuíta padre Jean Leunis. Em sua longa história, as Congregações Marianas deram uma grande contribuição espiritual à Igreja e à sociedade, promovendo uma autentica devoção a Virgem Maria, que conduz, a seu exemplo, ao seguimento do seu Filho Jesus. Entre os papas que ocuparam a Catedral de São Pedro, o Beato Papa João Paulo II foi membro fundador de uma Congregação Mariana em Wadovice, sua cidade natal. Passados séculos desde sua fundação, fazemos votos que as Congregações Marianas, por meio de seus milhares de Congregados, animados pelo espírito da devoção a Nossa Senhora, continuem firmes e perseverantes em sua missão evangelizadora. Na oportunidade aproveito para felicitar o exmo. Sr. Deputado Marco Aurélio pela feliz iniciativa desta homenagem, e a todos os Congregados Marianos pelo justo e merecido reconhecimento. Cordialmente, Dom Raymundo Cardeal Damasceno Assis, Arcebispo de Aparecida, Presidente da CNBB”.

Queridos, mais uma vez hoje nos reunimos nesta ocasião para celebrar solenemente o Dia do Congregado Mariano. As Congregações Marianas tiveram início em 1563, quando padre jesuíta Jean Leunis começou entre os alunos do Colégio Romano, hoje a Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma, um grupo, um sodalício, cujos membros se distinguiam por uma vida cristã de Mariana fervorosa e pela prática de diversas formas de apostolado. Enquanto as Congregações Marianas espalhavam-se rapidamente pelo mundo, sobretudo nos Colégios da Companhia de Jesus, a Congregação Mariana do Colégio Romano foi elegida canonicamente em 1584 pela Bula “Omnipotentis Dei” do Papa Gregório XIII, com o título de “Prima Primária”, que quer dizer a primeira. A ela passaram a ser agregadas até 1967 as diversas Congregações de todas as partes do mundo, as quais podiam participar dos mesmos benefícios espirituais que lhe havia sido concedidos pela Santa Sé.

Em 1748, com a Bula Áurea “Gloriosae Dominae”, o Papa Bento XIV enriqueceu as Congregações Marianas com especiais privilégios. Mesmo após a supressão da Companhia de Jesus em todo mundo, as Congregações Marianas continuaram a existir, confirmadas em 1773 pelo Breve “Commendatissimum” do Papa Clemente XIV. Em 1948, no segundo centenário da Bula “Gloriosae Dominae”, o Papa Pio XII, pela Constituição Apostólica “Bis Saeculari”, deu às Congregações Marianas o que passou a ser a sua Carta Magna.

Em 1967, num impulso renovador que aconteceu nas associações religiosas após o Concilio Vaticano II, a Federação Mundial das Congregações Marianas, reunida em Roma, propôs uma modificação substancial das Regras Comuns, aprovadas pela Santa Sé em 1587 e atualizadas posteriormente em 1910, substituindo-as pelos Princípios Gerais e as Normas Gerais, bem como a mudança do nome para Comunidade de Vida Cristã - CVX, para marcar a volta às origens da Espiritualidade Inaciana. Aceitos provisoriamente e, depois em 31 de maio de 1971, de modo definitivo pela Santa Sé, esses documentos sofreram várias modificações sucessivas, sendo a última aprovada por decreto do Pontifício Conselho para os Leigos em 3 de dezembro de 1990.

Em sua longa história, as Congregações Marianas, como verdadeiras escolas de piedade e vida cristã atuante, deram até o presente à Igreja pelo menos 62 santos canonizados, 46 beatos, 22 fundadores de Institutos Religiosos, mártires, missionários, leigos de vida cristã exemplar. Sabemos que muito beneméritos cidadãos do nosso Brasil formaram-se nas fileiras Marianas, e muito contribuíram e contribuem para o crescimento de nosso Estado e de nossa nação. De 1567 até hoje, entre os 32 Papas que ocuparam a Cátedra de Pedro, 24 eram Congregados Marianos, inclusive o Papa Bento XVI, que foi membro de uma Congregação Mariana na Alemanha, no ano passado completou 70 anos de sua consagração como Congregado Mariano, onde recebeu uma bela homenagem de sua Congregação em Roma.

No Brasil, as Congregações Marianas existiram desde o início, temos notícia da primeira em 1583, portanto, 20 anos após a fundação da primeira Congregação, sobretudo nos colégios da Companhia de Jesus. As Congregações praticamente desapareceram com a expulsão dos jesuítas do nosso país, porém, em 1870 foi fundada novamente uma Congregação Mariana agrega a Prima Primária na cidade de Itu, aqui no nosso Estado. E a partir de então, as Congregações Marianas tiveram um notável crescimento em todo país, quer nas paróquias, quer nos colégios ou em outros ambientes.

Em 1927 iniciou-se o Movimento Federativo com a primeira Federação das Congregações Marianas, que foi a Federação Estadual do Estado de São Paulo. Em 1937 criou-se a Confederação Nacional, com sede no Rio de Janeiro. Foi o Brasil, nesta época, o líder em todo o mundo no número e crescimento de Congregações e Congregados. A mudança em nível mundial acontecida em 1967, como lembrei, não deixou de afetar a vida das Congregações Marianas no Brasil.

Em 1970, em reunião nacional realizada na cidade de Juiz de Fora nas Minas Gerais, foram por elas aceitos os Princípios Gerais, mas decidiu-se manter o nome tradicional de Congregação Mariana, aproveitando a liberdade concedida pela Federação Mundial das Comunidades de Vida Cristã na Assembleia Mundial de 1967.

Em maio de 1988, o Conselho Mundial das Comunidades de Vida Crista, mantendo o reconhecimento das Congregações Marianas no Brasil, admitiu também a representação naquele Conselho das primeiras Comunidades de Vida Cristã que, como tais, já começavam a existir no país. Criou-se assim, uma dupla presença do Brasil naquele Conselho Mundial através de associações que funcionavam completamente independentes uma da outra. Tal situação levou as Congregações Marianas do Brasil, na sua Assembleia Nacional realizada em novembro de 1991 em Aparecida, aqui no Estado de São Paulo, a aprovar um novo Estatuto da Confederação Nacional, no qual há uma referência explicita de uma Regra de Vida a ser elaborada a qual, substituindo em âmbito de Brasil os Princípios Gerais e as Normas Gerais, fizesse das Congregações Marianas do Brasil uma associação religiosa de leigos, autônoma, com a marca característica da devoção Mariana, como sempre foram e continuaram sendo no Brasil. Esta decisão teve aprovação do então Assistente Eclesiástico Nacional das Congregações Marianas, o Arcebispo do Rio de Janeiro cardeal dom Eugênio de Araújo Sales.

Atualmente, as Congregações Marianas do Brasil são uma associação pública de fiéis católicos leigos com normas próprias e sob a jurisdição da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Estamos hoje presentes em 88 dioceses brasileiras, quer organizada em Federações ou quer isoladamente, somos aproximadamente 100 mil congregados. Temos nas fileiras Marianas, crianças, adolescentes, jovens e adultos, que procuram viver de uma maneira sólida a vida cristã exemplar. O principal objetivo de nossas reuniões é formar os nossos membros para que possam testemunhar publicamente a sua fé, com palavras e atitudes concretas na vida.

Hoje estamos presentes nas mais diversas classes sociais e meios profissionais, por exemplo, temos Congregações Marianas para universitários, cito a Universidade Federal do Rio de Janeiro, para estudantes da Escola Naval do Rio de Janeiro. Congregações que se dedicam ao trabalho missionário da evangelização no Amazonas, Congregações que se dedicam a trabalhos sociais como coordenações de hospitais, nós temos um hospital no Rio de Janeiro que é coordenado por congregados marianos. Também profissionais que se dedicam aos meios de comunicação e também temos uma Congregação Mariana virtual na rede mundial de computadores, além da presença individual de congregados marianos nos mais diversos níveis da nossa sociedade, na esfera da administração pública, no legislativo em todos os níveis, no meio intelectual e artístico.

A cada ano, dois encontros marcam profundamente a vida dos congregados marianos no Brasil. No mês de julho, o Encontro Nacional de Jovens, que este ano acontece na sua 34ª edição e no segundo domingo do mês de novembro a chamada Romaria do Rosário, que os marianos vão até o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, cujos últimos anos tem sido o dia de maior movimento naquele Santuário, mais até que o dia da padroeira. No ano de 2010, foi registrado no dia de nossa romaria o maior número de romeiros registrados desde que o Santuário começou a fazer estatística de pessoas, no ano de 1934.

Os Congregados Marianos do Brasil podem ser reconhecidos nas reuniões ou celebrações da Igreja pela fita que pendem no pescoço de cor azul, cor litúrgica de Nossa Senhora, em cuja extremidade está uma medalha prateada com a imagem de Nosso Senhor Jesus Cristo de um lado e de outro a da Mãe Santíssima, a Senhora Conceição Aparecida, padroeira do Brasil.

Os membros da Congregação Mariana espontaneamente se apresentam. São chamados e respondem com docilidade e, nesta liberdade, querem estar reunidos com os outros de modo a juntos manter um comportamento cristão e com isso desenvolver cada vez mais uma vida cristã, buscando em tudo amar e servir.

A grande característica da Congregação Mariana é a vinculação de seus membros através da Consagração a Nossa Senhora, onde o Papa Pio XII, em uma alocução no ano de 1945, deixou claro o que é a nossa consagração. Dizia ele: “A consagração é um dom completo de si mesmo para toda a vida e para a eternidade. Um dom não de pura fórmula ou de puro sentimento, mas efetivo, que se verifica na intensidade da vida cristã e Mariana, na vida apostólica, que faz do congregado mariano o ministro de Maria, e por assim dizer, suas mãos visíveis na terra”.

A devoção a Maria insere-se no âmbito da vida cristã comprometida, expressando-se na consagração, na oferta em que o congregado mariano escolhe Maria como padroeira, protetora e advogada, e se declara servo perpétuo dela. A palavra “Oblatio”, uma palavra latina que quer dizer oblação, oferecimento, por isso a forma da consagração que o congregado mariano reza, proclama no dia de sua consagração é uma entrega solene e irrevogável a Maria, como ato de amor que resume qualquer outro ato de devoção ou finalmente como um verdadeiro contrato que converte o congregado em filho adotivo da Virgem Maria.

Hoje, agradecidos pelos inúmeros benefícios que recebemos de tão boa mãe, temos a alegria de saber que na sua intercessão constante vela ela sobre cada um de nós como nossas mães de ordem biológica, nos cercam de carinho e cuidado, ela também Maria, mãe do céu na ordem espiritual zela por todos os seus filhos que por ela foram aceitos aos pés da Cruz.

Exmo. Deputado Marco Aurélio, em nome de todos os congregados marianos do Brasil, agradecemos-lhe pelo carinho que teve conosco ao prestar esta homenagem. Sabemos que você também é um congregado mariano, sabemos do seu amor por essa Associação e que conduz a sua vida pessoal e como homem público pela espiritualidade e pela moralidade que aprendeste nas fileiras das Congregações Marianas. Que o seu trabalho nesta Casa de Leis esteja sempre apontado para a defesa da vida e da dignidade humana, valores que nós, católicos, prezamos com muito carinho. E nós, enquanto congregados mariano, temos o dever de lutar em favor da vida e da dignidade humana.

Receba com muito carinho neste momento das mãos de nosso Presidente Nacional, Sr. José Maria Cunha, uma simples lembrança, uma flâmula da Congregação Mariana e você lembre sempre dessa Associação a qual você faz parte. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da flâmula.

 

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O SR. ANTONIO JOSÉ ALBERTINE - Mais uma vez, Deputado Marco Aurélio, nosso muito obrigado, e também a todos vocês congregados marianos que vieram aqui hoje para festejarmos juntos este momento. Que Deus abençoe a presença e o carinho que tem por Nossa Senhora. Salve Maria! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - MARCO AURÉLIO - PT - Nós vamos assistir agora o clipe da música Primeira Cristã, composta pelo padre Zezinho.

 

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- É feita a exibição do clipe.

 

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O SR. PRESIDENTE - MARCO AURÉLIO - PT - Quando eu tive a ideia de fazer uma sessão como esta, procurei a minha amiga Maria Cristina Machado para saber a opinião dela e também pedir o apoio a ela. E não somente de imediato ela aceitou a ideia, como também nos ajudou e muito para fazer a consulta ao padre Albertine, foi na reunião da CORESP para levar essa proposta. Então agora queria passar a palavra à Sra. Maria Cristina Machado, que está junto conosco na realização desta sessão solene.

 

A SRA. MARIA CRISTINA MACHADO - Salve Maria! Quero começar dizendo que é uma alegria, uma grande honra mesmo estar aqui entre todos os nossos congregados marianos, uma parte deles representando o nosso Brasil. Agradecer ao Deputado Marco Aurélio, um grande amigo, e na pessoa do nosso vice-assistente Eclesiástico, padre Albertine, cumprimentar todos os congregados marianos.

E dizer que primeiro não poderia deixar de falar aqui da importância da nossa Revista Estrela do Mar, que já é a revista brasileira, é a primeira a completar 100 anos, levando a mensagem dos nossos congregados marianos, ajudando na nossa formação em todo Brasil. É uma revista que quem não conhece ainda, venha conhecer. É o nosso veículo de formação, e de integração também entre as CORES, porque aqui as CORES passam as suas informações de como é que esse movimento está acontecendo em todo o nosso Brasil, a respeito dos encontros e dos trabalhos também realizados por nossos congregados marianos.

E ao ter a oportunidade de fazer uso da palavra, fiquei imaginando neste clima mariano que nós estamos vivendo aqui nesta Casa, da Assembleia Legislativa, de lembrar o dia de ontem, dia 13 de maio, dia que Nossa Senhora Aparecida apareceu a três pastorzinhos lá na cidade de Fátima, e o que a Virgem nos pediu através dos pastorinhos? Que nós rezássemos o Terço, que a salvação viria por esse amor à oração Mariana, que é nosso Terço Mariano. E lá atrás, quando Nossa Senhora apareceu aos pastorzinhos, ela revelou três segredos aos pastorzinhos, e pediu a eles que rezassem o Terço e incentivassem as pessoas a serem melhores a partir da oração do Terço. E quando ela apareceu, em 1917 da aparição de Nossa Senhora, ela revelou alguns acontecimentos que se dariam já no final do nosso século passado, dentre eles os países comunistas que iriam cair, os muros de Berlim, que os países comunistas não continuariam mais se expressando da maneira que se expressavam à sua sociedade e os poderosos.

Foi Maria que previu e informou que isso estaria acontecendo. Lembrou das Guerras Mundiais que nós tivemos também no século passado, ela também dentro do que ela revelou, revelou o momento da chegada de João Paulo II, que foi o nosso Papa, e o momento que ele sofreu um atentado. Então, tudo foi tudo previsto e contado para os pastorzinhos. Dentre os três, Jacinta e Francisco morreram bem cedo, morreram pequenos, ainda jovens, mas Lucia viveu por 97 anos e morreu no final do nosso século passado já com essa idade e pode estar com João Paulo II e para ele revelar os três segredos de Fátima, e para nós o que foi pedido? Que nós rezássemos o Terço. Que toda essa transformação de mundo passasse também pelas mãos da nossa Mãe Maria, que pediu a nós que rezássemos. E no Terço o que nós rezamos? A cada dezena, nós rezamos um Pai Nosso, e louvamos a Maria através da Ave Maria. E lembramos na oração da Ave Maria, a infância de Jesus, a vida de entrega de Maria para aquela missão que ela teve.

Então, quero agradecer a oportunidade de falar. Agradecer ao Deputado Marco Aurélio por essa bela iniciativa que está acontecendo aqui neste momento histórico nesta Casa Legislativa. Mais uma vez, padre Albertine já agradeceu, mas eu também gostaria de agradecer, em nome de todos os congregados marianos, por esta iniciativa que o Deputado Marco Aurélio teve, muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - MARCO AURÉLIO - PT - Obrigado, Sra. Maria Cristina Machado.

Na verdade, eu gostaria de fazer uma homenagem especial a cada um dos congregados que está aqui, mas eu tenho certeza que todos se sentem muito bem representados pelo padre Albertine. Então, na pessoa dele, eu vou fazer a homenagem a todos entregando uma placa em homenagem ao Congregado Mariano. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da placa.

 

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O SR. PRESIDENTE - MARCO AURÉLIO - PT - Quero ler o que diz a placa: “À Confederação Nacional das Congregações Marianas do Brasil, pela dedicação e fidelidade aos princípios do cristianismo, de incentivo ao crescimento integral do ser humano. Sessão solene em homenagem ao Dia do Congregado Mariano realizada no dia 14 de maio de 2012, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Deputado Estadual Marco Aurélio”. (Palmas.)

Meu prezado amigo, Pe. Antonio José Albertine, que representa também dom Raymundo Damasceno, Assistente Eclesiástico da Confederação Nacional das Congregações Marianas do Brasil; Sr. José Maria Cunha, nosso Presidente da Confederação Nacional das Congregações Marianas do Brasil; Sra. Maria Cristina de Paula Machado, vice-Presidente Nacional das Congregações Marianas do Brasil, e hoje promovida a irmã do Sr. José Maria, minha irmã Maria Cristina, então Jacareí ganhou mais uma irmã aqui, Jacareí agora faz parte do nosso povo; Sr. Deuclides Belarmino Miranda, representando a Congregação Mariana Nossa Senhora de Fátima de Várzea Paulista; Sr. José Natal da Rocha da Federação Mariana, de São José dos Campos; Sr. Maurício Antonio da Silva, músico de Belo Horizonte que a gente agradece muito a presença; e o nosso companheiro e amigo José Maciel da Luz, coordenador e representante de São João Batista, coordenador da CORESP - São Paulo. Prezadas e prezados congregados marianos, Salve Maria!

Quero também saudar os meus pais aqui presentes, Sr. José Machado, Madalena, minha tia Cidinha, que está aí presente, vieram juntos também, e um cumprimento especial ao Sr. Joaquim, um agradecimento especial ao senhor. O senhor sabe o quanto é peça chave para que eu adentrasse no Movimento Congregação Mariana. Muito obrigado, muito obrigado mesmo.

E o padre Albertine fez um retrospecto muito importante na história, e ele citou que nós temos dois grandes encontros, um encontro em julho, dos Jovens, e um encontro em novembro, do Terço, a romaria que se dá na cidade de Aparecida. Então, quando encerrar a sessão, fazemos uma avaliação, quem sabe poderíamos deixar esta sessão solene como anual, fazendo parte também do nosso Calendário do Congregado Mariano. Poderíamos fazer aqui na Assembleia, fica aí a sugestão, depois se vocês acharem interessante, a gente poderia, já com mais tempo, pensar se o ideal é na terceira ou segunda-feira logo imediata depois do domingo, ou na sexta-feira que antecede, vocês fiquem à vontade. Fazendo isso com mais tempo, outras pessoas que hoje não puderam comparecer talvez possam estar juntos. Fica aí esta proposta.

E alguém pode pensar o seguinte, por que fazer uma sessão de homenagem ao Congregado Mariano na Assembleia Legislativa? Eu queria partilhar com vocês, que eu tenho um ano de deputado e neste um ano já participei de diversas homenagens aqui nesta Casa, aliás, a primeira homenagem que eu participei aqui, dom Albertine, a primeira sessão solene que eu participei, desculpe se há torcida diferente, foi ao Santos Futebol Clube. Foi campeão, Tricampeão, e ficamos muito contentes. Foi na primeira segunda-feira de agosto, a Deputada Telma de Souza, da cidade de Santos, fez aqui uma homenagem ao time do Santos, acho que tinha ganhado a Libertadores da América. É tanto título que nós nem guardamos direito, acho que foi a Libertadores.

E depois eu comecei a perceber outras sessões homenageando outros grupos de profissionais, outras datas comemorativas, então por que a gente não pode fazer a sessão solene do Congregado Mariano? Acho que é importante. É evidente que a nossa sociedade é muito rica, muito plural, há manifestações culturais, manifestações profissionais, manifestações de movimentos e manifestações religiosas, e uma das manifestações religiosas que nós poderíamos trazer aqui é o da Congregação Mariana sem excluir nenhuma outra, mas que tenha essa organização que o padre Albertine falou muito bem aqui no microfone, de tantos anos já instalados no mundo e também no Brasil. Então, foi daí que veio a idéia de nós fazermos esta sessão solene em homenagem ao Congregado Mariano dentro de uma Assembleia Legislativa.

Outro ponto também que me chama atenção é o nosso músico Mauricio, ele cantou aqui a música Mãe do Céu Morena, Senhora da América Latina. A mãe que vem a favor dos pobres da América Latina. A mãe que aparece negra, exatamente no momento onde o negro não era considerado gente. A mãe que hoje teria vários rostos para se apresentar também de tantas pessoas que não tem voz e não tem vez na sociedade. Então, esta mãe que acolhe, e é a mãe preferencial dos excluídos, homenageá-la numa Casa como a Assembleia Legislativa é significativo, sabe por quê? Porque num governo quando não é governo, num governo de opressão, num governo de ditadura, a primeira coisa que se faz é fechar a Casa Legislativa. E ao fechar a Casa Legislativa, o governo diz o seguinte, o povo não pode ter voz, o povo não pode ter vez. E esta Casa foi fechada na ditadura militar. Depois, com a redemocratização do país, essa Casa foi reaberta. Portanto, nós trazemos a memória de Maria, que é a mãe da libertação, a mãe dos pobres, a mãe dos que não tem voz, dentro de uma Casa que no governo opressor é calada também tem o seu significado. E por isso fazemos aqui a homenagem a Maria.

E mais, nós sabemos que por onde passamos, nós deixamos nossas marcas. Eu desconheço que tenha havido no passado uma sessão solene em homenagem ao Congregado Mariano aqui na Assembleia, mas é nesta Casa que se votam todas as leis do Estado de São Paulo. O governador só pode fazer aquilo que aqui for aprovado, portanto, é aqui que são decididas as regras gerais do Estado de São Paulo. E se por onde passamos deixamos a nossa marca, eu diria, deixa o nosso aroma, a passagem de vocês nesta Casa, fisicamente, também nos dá esperança de vocês deixarem o aroma de Maria, para que essa Assembleia possa ter votações mais voltadas aos interesses do povo.

Apesar do crucifixo presente lá em cima, muitas vezes aqui o que se pratica é contrário ao projeto de Jesus Cristo. Mas não é só na Assembleia Legislativa que tem a presença do crucifixo, nas Câmaras Municipais do Brasil também tem, no Congresso Nacional também tem. Às vezes acredito que esses símbolos se envergonhem daquilo que é aprovado. E a passagem de vocês aqui também tem esse significado, que o aroma mariano, que o senso de justiça, o senso de paz, o senso de uma sociedade melhor, que todos os congregados marianos carregam no seu coração ao passarem por aqui, vocês deixem nesta Casa, para que nós, deputados, possamos legislar melhor em prol do Estado de São Paulo. Para que esta Casa Legislativa olhe melhor para os nossos professores, olhe melhor para a nossa segurança, olhe melhor para a nossa saúde.

Eu quero trazer a memória, por exemplo, das pessoas que sofreram tanto e continuam sofrendo por ação governamental. E quero citar o Pinheirinho, que não foi um fato que aconteceu dia 22 de janeiro, é um fato que é uma opressão, uma violência que iniciou, padre Albertine, dia 22 de janeiro. Que as famílias estão jogadas na rua, ou então estão jogadas em casas que não há condições de habitabilidade. Portanto, o Dia das Mães de ontem, das mães do Pinheirinho, foi um dos piores Dia das Mães que eles já passaram, porque até o ano passado eles tinham casa. No Evangelho, há uma fala que Jesus diz para aqueles que vão entrar, vinde a mim vós porque eu estava sem casa e me destes casa. Estava peregrino e me deste acolhida. Estava preso e foste me visitar.

Pois bem, eu já pensei em escrever um texto em que algumas autoridades neste Estado de São Paulo fizeram exatamente o contrário ao Evangelho, e os pobres haverão de dizer, eu tinha casa e tu me tiraste. Eu tinha um lar e tu me tiraste. Eu tinha uma convivência e tu me tiraste. Padre Albertine, não é nem negar, é tirar de quem tinha. As pessoas tinham e foram retiradas pelas autoridades. Autoridades que, evidentemente, não podem ser reconhecidas como autoridades legítimas, porque a verdadeira autoridade legítima existe para servir ao povo. Autoridade legitima é a autoridade fundamentada naquele que é constituído para fazer com que as pessoas tenham uma vida melhor. Esta é uma autoridade legítima. Mas existe uma diferença entre autoridade legítima e autoridade constituída. A nossa luta é para que a autoridade constituída seja legitima, mas nem todas as autoridades constituídas estão legitimadas.

Portanto, vejam que a presença de vocês aqui é um sinal de contradição. Porque uma Casa que, por exemplo, se nega a fazer uma CPI para poder estudar e para poder verificar o que aconteceu no Pinheiro, ela não quer fazer isto e vocês vêm aqui celebrar uma fé, celebrar Maria, é um sinal de contradição. E sinal de contradição é um dos sinais dos marianos, é um dos sinais do cristão. Sinal de contradição. É vocês estarem presentes para contradizer algumas realidades. Portanto, a presença de vocês aqui tem uma importância que eu acho que nem imaginaríamos. É a presença da contradição. É a presença do reino que Maria anunciou em Lucas, capítulo 1º, daquele que derruba os poderosos do seu trono enaltece os humildes.

Eu queria aproveitar esta sessão para fazer uma homenagem a uma pessoa que eu não conheço, só conheço pela imprensa, essa pessoa chama-se Eliana Zag, e me chamou muito atenção, padre Albertine, que ela lançou um livro. O livro dela chama-se Pulmão de Aço. Alguém pode pensar o que é que tem? Tanta gente lança livro, tanta gente escreve livro. Até agora eu não escrevi nenhum, mas muitas pessoas escrevem. Mas o que me chama atenção, é que Eliana Zag, não sei se ela tem alguma fé, mas só sei que ela tem um grande testemunho. Essa menina foi vitima de poliomielite no seu primeiro ano de idade, e hoje tem 37 anos. E desde que ela foi vítima da poliomielite, ou seja, paralisia do pescoço até a ponta do pé, ela está numa UTI no Hospital das Clínicas em São Paulo, deitada, nunca se levantou. E com a boca, e com o objeto na boca, ela escreveu um livro, e ela estudou, concluiu uma faculdade e escreveu um livro. Pessoas como essa, num leito de hospital, numa UTI 36 anos, nunca ter visto uma pessoa no ângulo que nós estamos acostumados a ver em pé, de fato é uma pessoa que chama a nossa atenção. Eu quero citá-la porque hoje, quando ligamos a televisão, ligamos o rádio, vemos o jornal, parece que só tem coisa ruim, não é verdade? Mas tem muita coisa boa. Tem muita gente dando muito testemunho nesse Brasil. E pessoas escondidas, como Eliana representa também, independente dela ter fé ou alguma conotação religiosa, independente de qualquer coisa, ela representa também, em minha opinião, as diversas associações religiosas que fazem o trabalho no subalterno, no subsolo, na raiz, vamos dizer, na evangelização que às vezes não ganha grande destaques na imprensa. Por isso que, citá-la pra mim, tem um grande paralelo com os Congregados Marianos.

Padre Albertine falou 88 dioceses e 100 mil congregados marianos, é muita gente. É muita gente, que no seu dia-a-dia faz a diferença na família, na fábrica, na escola, na igreja, na comunidade, na rua. Essa evangelização silenciosa, que vai transformando o mundo, que vai salgando o mundo, que vai fermentando a massa do Brasil e a massa das pessoas, esse é o grupo, são vocês. Portanto, fazer homenagem ao Congregado Mariano acho que é uma obrigação da nossa Assembleia.

E já que eu citei a Eliana, que eu nem a conheço; quero citar uma pessoa que esse eu tive a alegria de conhecê-lo. Em 2008 ele nos deixou, mas se ele tivesse ficado conosco mais um pouquinho, em 2008 completaria 80 anos de idade. Ele, que nasceu em Ouro Preto, ordenou-se presbítero em 1957 e foi ordenado bispo em 1987 no Rio de Janeiro. E quando ouvimos falar de uma pessoa que se ordenou bispo, é natural que na nossa cabeça imagina uma pessoa longe, distante. Convidei essa pessoa para o meu casamento, que ocorreu em 16 de maio de 2008, e no dia 4 de abril de 2008 ele me manda uma carta dizendo o seguinte: “Meus caros amigos Marco Aurélio e Adriana. Salve Maria! Como já lhes disse, não me será possível ir a Jacareí no próximo dia 16 de maio, mas estarei neste dia muito unido em oração, pedindo ao Senhor e a Virgem Maria que abençoem, que acompanhem o novo lar que vão iniciar. E pedirei à família mariana que orem também por vocês. Minha benção e meu abraço fraterno com especial amizade”. Essa pessoa bispo é tão próximo, amigo nosso, acho que todos nós temos que lhe dar uma salva de palmas, em pé, dom Vaz Lima. (Palmas.)

Meus amigos e meus irmãos, eu também queria dizer, já encerrando, de que o fato da gente fazer esta sessão, traz a esta Casa oficialmente uma sessão onde se homenageou o Congregado Mariano. Então, de agora em diante, se alguém for pesquisar na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo vai encontrar uma sessão onde se homenageou o Congregado Mariano. Faz parte da história desta Casa, tem ata, é registrado. E o padre Albertine foi muito feliz, não combinamos, mas ele, ao fazer o histórico, registrou nesta Casa a nossa história, que estará à disposição, inclusive em vídeo. Agora as pessoas poderão acessar internet e verificar que essa história que o padre Albertine falou, consta aqui na Assembleia Legislativa. Portanto, padre Albertine, muito obrigado.

E antes do encerramento eu vou pedir para que o senhor, usando aquele microfone, nos dê uma benção e depois da benção, então, eu faço o encerramento. Pode ser?

 

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- É dada a benção.

 

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O SR. PRESIDENTE - MARCO AURÉLIO - PT - Com esse aroma Mariano, que nós todos, onde estivermos, possamos levá-lo, levar o seu projeto do amor, da fraternidade, da justiça e da paz e, sobretudo, o amor de mãe que é de Maria. Amor de mãe revelado em Maria, que é de Deus. Deus é paz, mas Deus também, sobretudo, é nossa mãe.

Esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência agradece às autoridades, aos funcionários da Casa e a todos que colaboraram para o êxito desta solenidade. E declara que estará encerrada a sessão ao término da apresentação do músico Maurício Antonio da Silve, de Belo Horizonte.

Bom dia a todos. Salve Maria!

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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- Encerra-se a sessão às 12 horas e 12 minutos.

 

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