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26 DE MARÇO DE 2012

032ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO e OLÍMPIO GOMES

 

Secretário: OLÍMPIO GOMES

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - OLÍMPIO GOMES

Considera insuficientes os salários pagos aos funcionários da Saúde do Estado de São Paulo. Exibe demonstrativo de pagamento de médico da rede pública de Saúde. Informa que, de 1997 a 2012, estes profissionais tiveram uma perda salarial de 59.85%. Fala sobre aumento, votado por esta Casa, para juízes e desembargadores. Questiona a razão pela qual o mesmo não é feito para os servidores da Saúde. Destaca o número de pessoas atendidas pelo SUS.

 

003 - CARLOS GIANNAZI

Comenta anúncio da Secretaria do Meio Ambiente, que pretendia criar cobrança de taxa para pessoas que utilizam carro com gasolina. Combate ideia do Secretário da Educação, que havia anunciado a possibilidade de extinção da recuperação paralela para os alunos da rede pública de educação. Afirma que as duas medidas só foram canceladas após reação negativa da sociedade.

 

004 - OLÍMPIO GOMES

Assume a Presidência.

 

005 - JOOJI HATO

Informa que a CET deve colocar em operação seis "radares pistola", com o intuito de multar motocicletas em excesso de velocidade. Lamenta o aumento no número de acidentes envolvendo esses veículos. Destaca o gasto que tais acidentes causam à Saúde Pública. Fala sobre o custo dos radares. Sugere que as motos utilizem os corredores de ônibus.

 

006 - FERNANDO CAPEZ

Lamenta briga entre as torcidas do Corinthians e do Palmeiras, ocorrida dia 25, e que resultou na morte de um jovem. Recorda sua atuação, enquanto promotor de justiça, no combate à violência nos estádios. Lembra que, na época, as torcidas organizadas foram proibidas de frequentar estádios. Informa que, atualmente, as torcidas organizadas são obrigadas a fornecer os nomes dos envolvidos em brigas. Sugere que a participação de determinados torcedores nas redes sociais seja monitorada.

 

007 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

008 - OLÍMPIO GOMES

Comenta matéria jornalística sobre briga ocorrida entre as torcidas do Corinthians e do Palmeiras no dia 25/03. Lembra que, há cerca de 15 anos, o agora Deputado Fernando Capez lutava contra a violência nos estádios de futebol. Fala sobre a realização da Copa do Mundo de futebol no País. Questiona as autoridades competentes quanto a medidas tomadas para combater tais conflitos. Informa que as brigas entre as torcidas são organizadas com antecedência, por meio das redes sociais.

 

009 - CARLOS GIANNAZI

Informa que, dia 28, neste Legislativo, deve ser realizada audiência pública em defesa dos servidores do Judiciário. Menciona denúncias realizadas contra o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Informa que dez funcionários sindicalizados do mencionado Tribunal estão sofrendo perseguição do órgão. Informa que o TJ deve pagar retroativos correspondentes ao vale refeição de seus magistrados no valor de aproximandamente 40 mil reais, enquanto os demais servidores recebem vale refeição no valor de 4 reais.

 

010 - OLÍMPIO GOMES

Assume a Presidência. Informa que, dia 28, às 13 horas, deve ser realizada assembleia dos servidores do Judiciário na Praça João Mendes.

 

011 - JOOJI HATO

Defende melhores salários aos profissionais da Saúde no Estado de São Paulo. Faz sugestão quanto ao tema. Ressalta a importância do esporte e da religião no combate à violência. Lamenta conflito ocorrido entre as torcidas do Corinthians e do Palmeiras, neste domingo. Destaca o número de armas ilegais existentes no Estado de São Paulo.

 

012 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, apela ao Deputado Edson Ferrarini que retire da pauta o PL 248/11, de sua autoria, que obriga a apresentação, por músicos, de carteira da Ordem dos Músicos do Brasil em apresentações profissionais. Opina que a matéria vai contra a profissão de músico. Combate o pagamento anual de taxa para manutenção da carteira. Cita denúncias de possíveis fraudes na Ordem dos Músicos do Brasil.

 

013 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

014 - OLÍMPIO GOMES

Pelo art. 82, lê e comenta matéria publicada em jornal, intitulada "Político ganha pouco e 15º salário não é irregular, diz senador Ivo Cassol, do PP de Roraima". Repudia argumentos apresentados pela autoridade. Considera que, embora a defesa do Senador tenha amparo legal, não tem amparo moral. Cita projeto de lei, de sua autoria, que estabelece o índice de reajustes a parlamentares.

 

015 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, comenta acerca do valor do vale-refeição do Executivo, hoje, em 4 reais. Critica o Governador do Estado de São Paulo pelo possível descumprimento da Lei 11738/08, que estabelece a jornada do piso. Explica que a matéria determina que 1/3 da jornada seja em atividades extra-curriculares. Considera que a Educação de São Paulo tem sofrido um retrocesso. Lembra protesto de professores, ocorrido recentemente. Exige a valorização do Magistério por meio de melhores salários.

 

016 - CARLOS GIANNAZI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

017 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 27/03, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra a realização de sessão solene, hoje, às 20 horas, a fim de "Homenagear os 85 anos do Rotary Club de Santos". Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - OLÍMPIO GOMES - PDT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.). Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato. (Na Presidência.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.)

Esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Samuel Moreira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes, pelo tempo regimental.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, V.Exa. havia começado a chamar outra Lista Suplementar mas a ausência de parlamentares nesta Casa é tão grande e vergonhosa que lamentavelmente acaba confundindo. Em uma segunda-feira temos 24 deputados que assinaram a lista. Isso é horrível para a Casa.

Sr. Presidente, assomo à tribuna para dizer da desconsideração do Governo com os salários da área Saúde. Na semana passada, houve dois dias de paralisação de funcionários dessa área. Só para ilustrar o que acontece na Saúde do nosso Estado, trouxe o holerite de um médico, o Dr. Elias Mutchnik, de 84 anos de idade. Ele dedicou 39 anos de sua vida à Medicina pública e é obrigado ainda hoje a trabalhar para a sobrevivência.

Peço que a câmera de televisão registre dois holerites, que mostram o salário do Dr. Mutchnik em 1997 e em 2011. Em 1997, ele tinha uma aposentadoria de R$ 1.178,73. O valor do salário mínimo, naquele momento, era de R$ 120,00. Em dezembro de 2011, o Dr. Mutchnik recebeu R$ 1.810,49, com um salário mínimo ao valor de R$ 622,00.

Como todos os médicos do Estado, como todos os aposentados do Estado da área de Saúde, o Dr. Mutchnik teve uma perda salarial nesse período de 59,85 por cento. Se a aposentadoria dele fosse corrigida com base na correção do salário mínimo, hoje ele receberia R$ 6.188,84.

Por isso é que venho debatendo, conversando com profissionais da área médica. Não tenho a pretensão de ter o domínio que têm os Deputados Jooji Hato, Carlos Bezerra Jr. e Celso Giglio, que são médicos. Mas temos que tomar alguma atitude no intuito de criar uma carreira de Estado para os profissionais da área médica.

Em 15 minutos, numa madrugada, aprovamos e votamos a correção salarial do salário inicial de juiz e promotor do Estado de São Paulo, que passou de R$ 9.000,00 para R$ 16.000,00 à época. Eles cuidam da liberdade das pessoas, do direito das pessoas. E o médico, que cuida da vida? E o médico, que tem, muitas vezes, que fazer opções que podem resultar em sobrevida ou em morte? A situação dos médicos, principalmente no Estado de São Paulo, é uma vergonha! E Vossa Excelência sabe disso melhor do que eu. O Deputado Carlos Giannazi que vive também em uma luta intensa sobre os direitos dos servidores públicos do Estado, conhece muito bem a situação. O indivíduo precisa trabalhar em 4 ou 5 lugares distintos para ter uma renda mínima de sobrevivência. Por que no Estado de São Paulo nós não avançamos na criação de uma carreira de estado para as ciências médicas para que possam trabalhar com dedicação integral, em um único ambiente e onde possam ter um salário justo e que possibilite realmente, o indivíduo ter na solidez do serviço público, um salário justo em relação a sua possibilidade? Faço essa manifestação. Temos que perseverar nesse sentido, pois pagar uma miséria para os médicos do Estado é comprometer a vida do cidadão.

Os melhores quadros acabam fazendo concurso para outras áreas da Medicina em outros estados, no serviço público federal, para alguns municípios, na iniciativa privada e abandonando o serviço público.

Não podemos esquecer que o SUS - Sistema Único de Saúde - é porta de entrada de mais de 70% da população. Vamos pensar no Estado de São Paulo e sermos inéditos em relação à criação de uma carreira de estado que valorize de fato aquelas pessoas que dedicam a sua vida a trazer vida à população.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Deputado Jooji Hato, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa e telespectadores da TV Alesp, primeiramente faço alguns comentários sobre o desgoverno da atual administração do Governador Geraldo Alckmin. Parece-me que esse Governo está batendo cabeça.

Na semana passada tivemos um anúncio feito pela Secretaria do Meio Ambiente, através do seu Secretário, o Deputado Estadual Bruno Covas, de que a Administração Pública estava propondo a cobrança de uma taxa para as pessoas que têm automóveis movidos a gasolina. Essa taxa, que me parece, seria retirada do IPVA, financiaria a construção de ciclovias no Estado de São Paulo. Logicamente houve uma contrariedade da opinião pública em relação à criação de mais um imposto no nosso Estado, uma proposta advinda da Secretaria do Meio Ambiente, representada pelo Deputado Bruno Covas.

Imediatamente, como repercutiu muito mal, o Governado Alckmin, que tem faro político, desautorizou a criação dessa taxa. Veio a público e através da imprensa desautorizou a criação do imposto.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Olímpio Gomes.

 

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Na semana passada, também, tivemos um anúncio feito pela Secretaria Estadual de Educação, do fim da recuperação paralela na Rede Estadual de Ensino, que inclusive é uma determinação da LDBEN - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - que orienta os sistemas de ensino e as escolas brasileiras a promover a recuperação paralela dos alunos com dificuldade de aprendizagem.

Aqui em São Paulo, na contramão da LDBEN, a Secretaria da Educação anunciou o fim dessa recuperação paralela que, aliás, funciona muito mal, pois a Rede Estadual não recebe investimentos. Ao invés do Governo tratar o doente, ele o elimina. Essa foi a posição da Secretaria da Educação, através do seu Secretário que disse que faria a substituição da recuperação paralela por uma recuperação que seria oferecida por um segundo professor dentro da sala de aula. Sabemos que isso não funciona do ponto de vista pedagógico. Isso é altamente questionável, pois não existe segundo professor em sala de aula. Isso tem sido uma verdadeira propaganda enganosa. O segundo professor nunca existiu na rede estadual para valer. Temos alguns estagiários em algumas escolas da rede, mas não temos dois professores por sala. Faço aqui um desafio ao telespectador e aos deputados a procurarem este segundo professor nas salas das escolas estaduais.

O Secretário, então, anunciou o fim da recuperação paralela. Isso é muito grave, é um atentado à Educação, ao processo pedagógico e aos cinco milhões de alunos matriculados na rede estadual. Logicamente que houve também a contrariedade dos educadores, da sociedade, dos pais de alunos, e, mais uma vez, veio o Governador Geraldo Alckmin a público e desmentiu, no sábado, dizendo que a recuperação paralela vai continuar. Ele reafirmou isso com letras garrafais, dizendo que ela não vai ser extinta da escola pública estadual.

O Governador recuou porque sentiu o desgaste político. Parece-me que o Governo não está se entendendo, é um desgoverno, pois as Secretarias anunciam medidas antipopulares contra a população, e o Governo vem e desmente, desautoriza. Parece-me então que falta uma coordenação das Secretarias, do Governo. O Governador Geraldo Alckmin só está apagando incêndio, fazendo as correções por conta do desgaste político. Logicamente, ele acabaria mesmo com a recuperação paralela e criaria mais taxas no Estado de São Paulo. Este é o seu perfil neoliberal de estado mínimo, de taxar a população do ponto de vista dos impostos. Não tenho dúvida nenhuma em relação a isso. Porém, há o desgaste político, a sociedade reage, a imprensa critica os professores. Enfim, tem a cidadania ativa no Estado de São Paulo e então o Governador foi obrigado a recuar. Isso mostra claramente que este Governo é antipopular de fato, que se propõe a criar mais taxas e acabar com a recuperação paralela. É um Governo que não pensa na população.

Mas, por enquanto, houve um recuo do Governo. Vamos continuar denunciando e fiscalizando este Governo, que toma medidas, muitas vezes, contra a população do nosso Estado. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, venho trazer uma notícia que está na mídia. A CET, Companhia de Engenharia de Tráfego, está colocando em operação, a partir de hoje, seis radares-pistola para multar, com exclusividade, motocicletas em excesso de velocidade. O objetivo é diminuir os acidentes de trânsito que envolvem veículos de duas rodas na cidade.

Projeções indicam um aumento de 10% no número de desastres fatais com motos em São Paulo em 2011 em comparação com 2010. De janeiro a outubro do ano passado morreram 436 condutores de motocicleta. Em todo ano de 2010, 600 perderam a vida. Os números de vítimas de acidentes com moto internadas em hospitais do SUS também assustam. Foram 5.567 em 2010 (gastos de R$7,5 milhões com os tratamentos) e 6.119 em 2011 (R$8,3 milhões), quase 17 casos por dia, fora os mutilantes. Os cadeirantes são um exemplo disso.

O controle das motos não vai parar por aí. No início de abril está prevista a instalação de 19 radares fixos, também com a finalidade de fiscalizar o excesso de velocidade desse tipo de veículo. A CET não anunciou onde os equipamentos fixos estarão instalados, mas adiantou que a definição dos pontos será feita com base nos registros de desastres.

Os radares-pistola, por sua vez, serão operados por marronzinhos, que se revezarão em 65 locais considerados de maior incidência de acidentes com motos, situados em 37 vias, como as marginais Tietê e Pinheiros e avenidas como a dos Bandeirantes, Ricardo Jafet, Aricanduva, Vinte e Três de Maio, Washington Luiz e Teotônio Vilela.

O custo de cada radar-pistola é de R$ 226.639,52 por ano. Com os seis equipamentos que já estão em operação, a Prefeitura vai gastar R$ 3.725,58 por dia. A principal crítica por parte dos sindicatos da categoria é que há poucas motofaixas na cidade. A CET admite que desastres envolvendo motos ocorrem, entre outros motivos, pela circulação de motocicletas entre veículos maiores e em velocidade diferenciada. A empresa não tem planos para criar novas motofaixas. Informa apenas que conduz estudos sobre como fará a fiscalização de motos que circulam entre faixas. As motofaixas acabariam com a disputa por espaço entre carros e motos. Poderiam ser utilizados os corredores exclusivos de ônibus.

Esta é uma proposta que fiz quando vereador. Por que não permitir que as motos circulem na faixa dos ônibus, já que eles param para receber os passageiros numa baia, deixando livre a faixa da esquerda para os motociclistas? Estaríamos, assim, fazendo a prevenção e diminuindo o número de acidentes. Mas, infelizmente, não consegui aprovar esta lei na Câmara Municipal de São Paulo. Como nossa preocupação é com os acidentes, fica aí um agravante: acidentes de moto são comuns e com os garupas de moto a probabilidade de um acidente é de mais de 70% e essa cidade já convive diariamente com acidentes, o que piora a circulação do trânsito.

Hoje pela manhã vimos pela mídia mais um acidente de moto na Marginal Tietê. Isso é comum. Todas as manhãs, todos os dias vemos acidente de moto, congestionando o trânsito, dificultando a vida daqueles que saem para trabalhar, daqueles que circulam pela cidade. Esses acidentes de moto representam um custo muito grande, consomem uma verba muito importante da Saúde.

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Eu venho me manifestar lamentando o incidente de domingo à tarde, antes do jogo Corinthians e Palmeiras no Estádio do Pacaembu, quando 500 torcedores se confrontaram na Avenida Inajar de Souza, resultando na morte de um torcedor do Palmeiras, de apenas 21 anos, envolvido no incidente.

Há 17 anos eu me encontrava no Ministério Público exercendo as funções de promotor de justiça e Defesa da Cidadania e assiste aterrorizado às imagens de televisão do dia 20 de agosto de 1995. Uma verdadeira batalha campal, num jogo de juniores, entre torcedores do Palmeiras e do São Paulo, que tomaram os gramados do Estádio Paulo Machado de Carvalho.

Durante oito anos proibimos a entrada de torcidas organizadas nos estádios de futebol; processamos as principais; foram sequestrados seus bens - dinheiro em conta bancária, aplicações, as sedes forma lacradas, seus registros e atos constitutivos em cartórios foram cancelados e foram banidas dos estádios.

Em 2003, atendendo atuando em conjunto com o 2º Batalhão de Choque da Polícia Militar reavaliamos a situação. Àquela as torcidas tinham se esfacelado e grupos de torcedores, que chamávamos de “células independentes”, começavam a marcar encontros pelas redes sociais. Muitas vezes iam armadas, efetuavam disparo a esmo contra a multidão. Já não era mais o inimigo visível das torcidas organizadas, mas grupos não identificados que partiam de vários pontos da cidade e atuavam de maneira independente, com premeditação e sem que o Estado pudesse se acautelar.

Nós, então - Ministério Público e Polícia Militar -, iniciamos o cadastramento dessas torcidas para que elas retornassem aos estádios de maneira ordeira. Elas assinaram um Termo de Ajuste de Conduta pelo qual se obrigam a expulsar os membros e fornecer seus nomes às autoridades.

Quando houve a morte do torcedor do Corinthians, também no Pacaembu, num confronto com torcedores do Palmeiras, a torcida organizada do Palmeiras levou ao gabinete da Promotoria os principais suspeitos, e, na viatura do Ministério Público, fomos até o Distrito Policial onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante.

Agora, diante dessa briga, não há como deixar de se tomar imediatamente as seguintes providências:

Executar os termos de ajustamento de conduta que as torcidas organizadas envolvidas - se ficar comprovado o seu envolvimento - assinaram com o Ministério Público. Em seguida, banir as responsáveis dos estádios, novamente, porque agora não se trata de lei ou de decisão judicial, mas de um acordo feito com o Ministério Público e homologado pelo Conselho Superior do Ministério Público, e que tem força de decisão judicial. Executar esse TAC punindo a torcida, multando-a, afastando-a dos estádios, e se possível suspendendo o exercício de suas atividades.

Paralelamente, todos aqueles torcedores que foram surpreendidos - ainda não entendi por que foram liberados no distrito se foram surpreendidos em grupo e portando armamento, no caso armas brancas, que deveriam ter sido presos em flagrante, deverá ser localizados e processados pelo crime de formação de quadrilha ou bando armado, e também pelo crime previsto no Art. 41, do Estatuto do Torcedor, com reclusão de até dois anos e multa, e afastamento dos estádios pelo prazo de três anos.

E vamos reiterar a solicitação que já vínhamos fazendo há muito tempo para que seja monitorado eletronicamente toda a atuação desses torcedores em redes sociais, para que se proceda à aplicação do disposto na Lei do Crime Organizado, lei n 9.034, de 1995, com interceptações telefônicas, infiltração de agentes e monitoramente dessas torcidas para que sejam processadas pelo crime de formação de quadrilha ou bando armado.

Esse é o momento decisivo. Vamos acompanhar quais serão as conseqüências. Se não houver um grande número de prisões dos envolvidos pela prática de formação do crime de quadrilha ou bando, ou se as torcidas não forem punidas nos termos do ajustamento de conduta formulados e assinados com o Ministério Público, ficará lamentavelmente a imagem da impunidade. Mas tenho certeza e confio que o Ministério Público do Estado de São Paulo e nossa Polícia saberão tomar as providências. Daqui do parlamento acompanharemos e cobraremos resultados.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes, pelo tempo regimental.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Alesp, continuando o assunto que vinha sendo abordado pelo nobre deputado Fernando Capez, os jornais de hoje estampam a vergonha de termos cidadãos entrando - “Briga de torcidas acaba em morte e mais seis feridos” - em digladio, como feras incontidas.

Gostaria de dizer a todas as pessoas que no final dos anos 90, começo do século XXI, o deputado Fernando Capez se notabilizou, não só no Estado de São Paulo, mas em todo o país, pelo seu posicionamento, naquele momento se dizendo duro e intransigente em relação às chamadas torcidas organizadas do futebol. Torcidas que nasceram para ajudar a administração dos clubes a trazer adeptos para os clubes, mas que ao longo do tempo acabaram se tornando antros de criminosos que usam da boa-fé de torcedores justamente para perpetrar crimes. Quinze anos e se passam e estamos vendo uma pessoa sendo mortas no meio da rua porque está usando camisa de um time de futebol.

Estamos às vésperas de fazer um evento mundial de futebol, a Copa do Mundo, muito oba-oba, omissão, o governo federal tentando se omitir, dando uma de avestruz, enfiando a cabeça na terra para dizer “olha, em relação ao álcool deixa os estádios tomar providências”. Mas continuamos com essa violência contida estimulada. Dizer que as pessoas se organizam pelas redes sociais, se organizam para tudo hoje. O estado vem dizer “agora vamos criar um serviço de inteligência”. Tem um promotor falando “vamos criar, temos que ter um serviço de inteligência”. Temos que ter? Para quando será?

Nessa Avenida situada na Zona Norte, onde aconteceu o entrevero todo mundo está cansado de saber que sai um grande aglomerado da torcida do Corinthians e que foi marcado, sim, um encontro para matar ou para morrer. Só que morreram pessoas. E agora não adianta ficar com essa operação: “não foi minha culpa, não tenho nada, nós vamos começar, nós vamos incrementar”. Já não fez. É uma vergonha para a estrutura do Estado como um todo. Polícia ostensiva, polícia de investigação, Ministério Público, autoridades de Governo, Prefeitura municipal. É uma vergonha!

Marcam pelas redes sociais que vão brigar e nada é feito para evitar. Tivemos uma morte há poucos anos no Metrô Bresser porque as torcidas marcaram data, local e hora para se encontrar, para matar ou para morrer; e se encontraram. E nesse encontro houve vítimas fatais. “Olha, agora foi só uma refregazinha, porque teve um jogo em Presidente Prudente onde mataram um corintiano e abandonaram o corpo na Marginal. Então, nós só fomos lá para dar uma matadazinha”.

E vemos o desespero das mães falando da desgraça de perder o filho. Até quando vamos aceitar isso? Até quando vamos ficar com essa improvisação, com essas explicações porcas? Duvido que a consciência de alguém não esteja doendo nesse processo todo. Eles marcam as brigas pelas redes sociais. “Ah, mas a educação começa em casa”. Sim, mas isso é até um processo maior.

Precisamos mostrar às pessoas que não ponham a camisa de seu time de futebol para ver quem é mais forte, quem é mais valente, mas exatamente para expressar o seu amor pelo clube, para fazer uma brincadeira, o ludopédio, divertimento. Brincadeira é cabível: “olha o seu time perdeu, eu sou corintiano e você é palmeirense”. Mas com relação a esse tipo de coisa - briga de torcidas - temos que tomar providências sérias.

Vi aqui um pequeno lobby há bem pouco tempo, quando foi vetado um projeto e eu votei contra. “Ah, vamos voltar a ter mastro de bandeira nos estádios de futebol”. O mastro é utilizado justamente para levar armas: estilete, rojão, bombas, para atacar, para machucar, para ferir, para matar.

Então não cabe dizer que “vamos criar serviço de inteligência”. Estão marcando os digladios pelas redes sociais. A Polícia, o Ministério Público tem que sair do discurso e ir para as ações concretas, tem que adaptar a lei para ser mais severa. Caso contrário, vamos continuar a recolher corpos nas ruas. E corpos de jovens, que às vezes inadvertidamente vestiram a camisa de um clube de futebol, e são ameaçados de morte, quando não são mortos. Pode nem estar participando da guerra entre torcidas, mas por estarem com a camisa vão morrer.

Se você não quer isso para o seu filho, para o seu vizinho, para um parente seu, também não queira isso para ninguém. E nesse momento denuncie.

Ontem, no registro policial, nobre Deputado Fernando Capez, todo mundo foi liberado. Todos. Porque “não tem culpado; não há nada, não tem evidência, não tem preservação do local do crime, não tem perícia feita”. Enfim, ninguém matou; mas tem uma mãe chorando ao redor do caixão com o filho com uma bala alojada na cabeça, outro em estado gravíssimo, porque foi chutado e pisoteado; e mais seis feridos graves.

É assim que nós estamos querendo mostrar para o País e para o mundo a grande organização da Copa do Mundo que estamos por realizar? Que vergonha! Que vergonha para São Paulo e para o País. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi, pelo tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício, nobre Deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, quero anunciar, mais uma vez , a audiência pública que vamos realizar, no próximo dia 28, na quarta-feira, às 16 horas, no Plenário Franco Montoro uma Audiência Pública em Defesa dos Servidores do Judiciário. Vamos ter, no mesmo dia, às 13 horas, uma assembleia dos servidores do Judiciário, em frente ao Fórum João Mendes.

Na audiência pública, estaremos debatendo, aprofundando o debate em torno da crise do Judiciário no Estado de São Paulo, de todas as denúncias que estão sendo feitas pelo Conselho Nacional de Justiça contra o Tribunal de Justiça do nosso Estado. Essas denúncias, na verdade, já foram feitas anteriormente, pelas próprias entidades representativas dos servidores, principalmente durante a greve de 2010, quando recebemos, aqui na Assembleia Legislativa, um dossiê imenso da Assojuris denunciando todos esses fatos que hoje são publicados na grande imprensa.

Vamos também realizar, dentro da audiência pública, um ato de desagravo a 10 integrantes da Assojuris que estão sendo perseguidos, ameaçados de exoneração dos seus cargos, porque não se curvaram ao autoritarismo de algumas comarcas. Enfrentaram todas essas injustiças colocadas hoje abertamente pela própria imprensa. Entre esses servidores, há três delegados, três diretores da Assojuris. Refiro-me ao Antonio Carlos Capela, ao Adolfo Neto Pardal e ao Carlos Alberto Alemão, que são grandes lideranças dos servidores do Judiciário. Sabemos que os servidores que estão licenciados para representar os servidores têm imunidade nesse sentido, não podem ser perseguidos dessa maneira.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Olímpio Gomes.

 

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Queremos debater e aprofundar todas essas denúncias, como por exemplo, foi publicada, na última sexta-feira, a Portaria 8539 de 2012, do Tribunal de Justiça, autorizando a concessão de vale-refeição para toda a Magistratura, juízes e desembargadores. Até aí nada contra, porque são trabalhadores, e todo trabalhador tem direito ao vale-refeição. Parece que só os servidores do Estado que não, porque o vale- refeição de um servidor do Estado é de quatro reais: de um professor, de um policial civil, policial militar, de um servidor do Sistema Penitenciário, o conhecido vale-coxinha, o vale da fome. A crítica aqui não é sobre a concessão exatamente. O fato é que essa portaria fala em retroagir a 14 de abril de 2006. Isso significa que cada membro da Magistratura vai receber 40 mil reais de indenização!

É um absurdo isso, uma afronta ao bom senso, porque o mesmo não ocorre com os servidores que têm seus atrasados para receber também. Os servidores têm férias para receber, licença-prêmio, horas a mais, e tantos outros direitos trabalhistas que não são pagos, mas para a Magistratura tudo, para os servidores nada. É assim que funciona o Tribunal de Justiça.

A matéria publicada agora na "Folha de S.Paulo" mostra claramente essas contradições do Tribunal de Justiça, dando conta de que o ex-Presidente do Tribunal de Justiça, Viana Santos, falecido recentemente, tinha, enquanto Presidente do TJ, autorizado a Tesouraria do TJ a lhe conceder um milhão de reais de indenização, em relação a verbas atrasadas de licença-prêmio e férias. Ele se autoconcedeu uma indenização milionária, um absurdo!

E os dois bilhões que são devidos aos servidores? Ninguém paga. O Tribunal de Justiça não paga. Os servidores estão amargando na fila de espera, para receber os seus direitos trabalhistas: férias, licença-prêmio, e não recebem. Mas a Magistratura recebe tudo. Imaginem receber vale-refeição atrasado, a partir do ano de 2006! Cada membro da Magistratura vai receber 40 mil reais de indenização. Isso significa, somando toda a Magistratura, uma indenização de mais de 100 milhões de reais. É inconcebível que isso esteja acontecendo.

Por isso defendemos a intervenção, sim, a investigação, a apuração. Agora não se pode falar, Sr. Presidente, que é “investigação”. Estou preocupado com essa onda de autoritarismo no nosso Estado. O Presidente do Tribunal de Justiça está dizendo que vai processar a "Folha de S.Paulo", que publicou matéria dizendo que o TJ está sendo investigado pelo Conselho Nacional de Justiça, quando a terminologia correta, para o Presidente do TJ, é “apuração”, e não “investigação”. Ele ameaçou processar a "Folha de S.Paulo".

Fico imaginando: se vai processar a "Folha de S.Paulo", que é um jornal poderoso no País, um dos principais jornais do Brasil, fico imaginando o que pode acontecer com os 10 servidores da Assojuris, que são militantes, defensores dos direitos e da dignidade dos servidores do Judiciário. Não podemos permitir que isso aconteça.

Por isso, estão todos convidados, os 94 Deputados da Assembleia Legislativa, a comparecer na nossa audiência pública, no próximo dia 28, às 16 horas, no Plenário Franco Montoro. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Apresento a minha solidariedade à manifestação do Deputado Carlos Gianazzi, lembrando que às 13 horas, nesse mesmo dia 28, haverá uma assembleia geral dos servidores do Judiciário, na Praça João Mendes, com posterior deslocamento para a Assembleia Legislativa, para essa audiência pública, sob a coordenação do Deputado Carlos Gianazzi.

Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, quero me referir à proposta do nobre Deputado Major Olímpio, de fazermos uma revolução na área da Saúde.

É extremamente importante pagar bem ao médico, não porque pertenço à classe médica, mas porque o médico tem o paciente em suas mãos. Se ele não tiver uma atuação correta, ele perde esse paciente, perde uma vida. E quanto vale uma vida? Por isso, dou o meu total apoio ao Deputado, e quero contribuir para que possamos fazer melhorias no quadro de atendimento médico-hospitalar.

Qualquer paciente, com condições de pagar, contrata o médico. Ele sabe quem é o seu médico. E os pobres, os pacientes do SUS, um dia são atendidos por um médico, e no outro dia são atendidos por outro médico. Ficam nas filas, debaixo de sol e chuva, e não contam com um atendimento médico-hospitalar condizente.

Se conseguirmos aprovar um projeto em que o médico possa se dedicar sem sofrer os efeitos do trânsito caótico que temos em nossa cidade, quando vai aos plantões dos hospitais em diferentes locais, andando pelas ruas congestionadas da grande São Paulo, talvez conseguíssemos fixar um médico para atender a população em um determinado local. Assim essa população seria muito mais beneficiada porque o médico que atender será o mesmo que dará o retorno. E assim esse cidadão que não tem condições financeiras, terá um atendimento médico-hospitalar como àquele que tem.

Apesar de o esporte ser o que mais combate a violência, ao lado da cultura, da educação, de leis que são aprovadas aqui e inclusive a religião - que é muito importante, tivemos um episódio muito triste que foi comentado pelo nobre Deputado Fernando Capez, sobre um torcedor palmeirense foi vítima da violência. Um jovem adolescente deixa toda a família e os amigos muito tristes e chorando. Coisas que poderíamos evitar. Nós sabemos, e eu repito, que o esporte é um grande instrumento na busca da segurança e da qualidade de vida, é um grande instrumento no combate da violência. Infelizmente, ontem tivemos esse quadro trágico, enquanto milhares de corintianos ficaram felizes com a virada o Palmeiras, seu arquirrival. Mas o futebol é assim.

Eu quero dizer, Major Olímpio, V. Exa. que é major da PM e se preocupa com os médicos, assim como eu que sou médico e me preocupo com os policiais da PM, então vamos trocar essa figurinha porque o policial não é bem remunerado. E quanto nós não gastamos com a violência? Há poucos instantes eu dizia aos assessores da Imprensa e aos demais presentes aqui, que temos 16 milhões de armas em circulação no país. Quase cinquenta por cento, 7 milhões e 800 mil são armas ilegais, contrabandeadas, roubadas, com numeração raspadas, armas que matam. Eu sou médico, mas V.Exa também vai entender e convir comigo que é fácil buscar a segurança: é só tirar essas armas. Essas armas que estão nos ônibus dos torcedores, que mataram esse jovem; essas armas que estão na cintura dessas pessoas; armas como metralhadoras, nas mãos de adolescentes com idade entre 12, 13 anos. Meu caro Deputado Carlos Giannazi, quando esses adolescentes deveriam estar empunhando uma caneta no banco escolar, estão com uma metralhadora. Adolescentes de 12, 13 anos. Isso foi divulgado pela mídia na semana passada.

Que país é esse? Que cidade é essa? Será que é tão difícil buscar segurança? Qual é o problema? Será que tem algum interesse econômico ou interesse particular que não conseguimos buscar essa segurança, essa qualidade de vida?

Será que as pessoas estão ganhando com a violência? É essa a impressão que temos. Parece que pessoas que têm a responsabilidade de nos dar segurança, às vezes ocupam cargos para benefício próprio e aquisição de bens particulares como possuir condomínios, fabricar coletes à prova de balas, blindar carros, fabricar armas. Não sei o que é, mas alguma coisa está acontecendo. Não é possível. Eu sou médico e a minha função não é policiar. A minha função é prolongar e proteger a vida, que é o bem maior.

Mas eu como deputado entendo que se desarmarmos, vamos tirar as armas ilegais, pois é com a utilização dessas armas que eles atiram e matam. Todos eles vão parar aonde? Nas mãos dos médicos. Eu sou cirurgião-geral e quantos baleados, quantos feridos com armas brancas - punhais, facas, estiletes e outras - que eu já atendi no pronto-socorro da Santa Casa?

É fácil buscarmos a segurança. É preciso desarmar, tirar esses quase 8 milhões de armas que estão circulando ilegalmente e derreter em praça pública. Não tem segredo.

Termino nossa fala aqui, meus caros deputados Major Olímpio e Carlos Giannazi, dizendo que se conseguirmos aprovar um projeto como esse, iremos economizar recursos fundamentais que são gastos pelo SUS com a violência. E assim vão pagar bem ao médico, vão pagar bem aos policiais, e teremos mais segurança e qualidade de vida. Muito obrigado.

 

O Sr. Presidente - Olímpio Gomes - PDT - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, está esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente.

 

O SR. Carlos Giannazi - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, nobre Deputado Olímpio Gomes, telespectador da TV Assembleia, gostaria inicialmente de fazer um apelo ao nosso colega, nobre Deputado Edson Ferrarini, para que reveja e retire um projeto de sua autoria que está tramitando na Assembleia Legislativa. Trata-se do Projeto de lei nº 248/2011, que dispõe sobre a exigência de apresentação da carteira da Ordem dos Músicos do Brasil na participação de músicos profissionais em shows e espetáculos afins e de músicos professores em cursos em geral que se realizem no Estado de São Paulo.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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Fazemos esse apelo em nome de quase todos os músicos do nosso Estado. Temos uma luta histórica que vai no sentido contrário do que propõe esse projeto de lei. Inclusive, uma luta histórica que já deu grandes resultados. Um dos resultados importantes foi a aprovação nesta Casa, em 2007, da Lei nº 12.547, que isenta todos os músicos do Estado da obrigatoriedade da apresentação da carteira Ordem dos Músicos para poder trabalhar.

O que acontece é o seguinte. Pela lei de 1960, que criou a Ordem dos Músicos do Brasil - uma lei anacrônica, que nem deveria mais ter validade, já contestada pelo Supremo Tribunal Federal -, todo músico tem que apresentar essa carteira para poder trabalhar. Mas essa carteira tem um preço, a questão é econômica, financeira. O músico trabalhador, que depende da música para sobreviver, é obrigado a pagar uma taxa anual para ter acesso à carteira da Ordem dos Músicos. Ou seja, para exercer a profissão, o músico é obrigado a pagar por isso. É uma contradição enorme.

A Lei nº 12.547/2007, aprovada pela Assembleia Legislativa, isenta todos os músicos do Estado de São Paulo da apresentação da carteira da Ordem dos Músicos do Brasil. O nosso mandato entrou com uma representação pedindo que o Ministério Público Federal ingressasse com uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) no Supremo Tribunal Federal.

O Ministério Público Federal acatou o nosso pedido e hoje temos, por conta dessa ação, a ADPF 183 tramitando no Supremo Tribunal Federal, pedindo o fim da obrigatoriedade da carteira em todo o território nacional, pedindo a revogação de vários artigos dessa lei anacrônica e nefasta, a Lei nº 3.857/1960, que não foi acolhida pela Constituição Federal de 1988.

Esse projeto do Deputado Ferrarini vai contra os músicos do Estado de São Paulo e do Brasil. Ele beneficia apenas uma autarquia, uma entidade, que é anacrônica também, está com os seus dias contados no Brasil. Já temos uma decisão do Supremo Tribunal Federal dizendo que não há a obrigatoriedade da apresentação da Carteira da Ordem dos Músicos, e ainda temos a nossa DPF, que quando for julgada, tenho a certeza que o julgamento será favorável, será o fim definitivo da Ordem dos Músicos.

Esse projeto do Deputado Edson Ferrarini, está a serviço de algo anacrônico e de uma instituição, Sr. Presidente, que não representa mais os músicos do Brasil. Uma instituição que é odiada por esses profissionais que não se sentem representados por essa instituição.

Por isso, nós apelamos em nome de todos os músicos do Estado de São Paulo, para que o Deputado Edson Ferrarini, não seja enganado por essa proposta. Ele está entrando de “gaiato” como diz a gíria popular, em uma luta insana contra os músico brasileiros.

Lembro ao Deputado Edson Ferrarini, que a Ordem dos Músicos foi investigada recentemente. Há várias denúncias de corrupção e desvio de recursos dos músicos, que tiveram como consequência uma intervenção. O Vice-Presidente da instituição mencionada precisou assumir o cargo porque o Presidente foi afastado. Enfim, são muitas as contradições dentro da Ordem dos Músicos do Brasil, que, repito, não representa mais os músicos brasileiros.

Fica aqui o nosso apelo ao Deputado Edson Ferrarini, para que retire o Projeto nº 248, que é contra os músicos brasileiros. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa e telespectadores da TV Alesp, gostaria de mostrar ao público a manifestação que foi matéria nos principais meios de comunicação do nosso País. “Político ganha pouco e 15º salário não é irregular”, diz Senador.

O Senador Ivo Cassol, se não me engano já foi inclusive cassado, não é Deputado Carlos Giannazi? Na comissão de assuntos econômicos do Senado, ele pediu vistas e impediu a votação no Senado na última semana do projeto da hoje Ministra, mas Senadora Gleisi Helena Hoffmann, que acaba com o 14º e o 15º salários de senadores e deputados, inclusive dos Deputados Estaduais em 14 estados e lamentavelmente São Paulo está entre eles.

A argumentação do Senador Ivo Cassol é mais aviltante ainda. Diz ele: “O político no Brasil é muito mal remunerado porque tem que atender com passagem, dar remédio, ser patrono de formatura. Se bater alguém na sua porta pedindo uma Cibalena - analgésico -, você não vai dar?”

Esse é o argumento do Senador Ivo Cassol para que se continue a ter no País esse descaso com os recursos públicos, do qual repito, a Assembleia Legislativa ainda é beneficiada com seus 94 Deputados, tem amparo legal, mas não tem amparo moral e nem ético. Aliás, por iniciativa do Ministério Público de São Paulo, a Justiça acolheu a manifestação e está temporariamente suspenso o pagamento dessa verba indenizatória chamada jocosamente de auxílio-paletó ou vale-paletó. Já existe projeto tramitando no Senado, que agora foi obstruído, acabando de vez com a farra. Diz ainda o grande senador Ivo Cassol, do PP de Roraima: “Defender que os deputados e senadores, contrários ao pagamento do salário extra, devolvam o dinheiro aos cofres públicos.” Quem foi contra, no mínimo, deveria ter devolvido dinheiro aos cofres públicos. E não devolveu.

No ano passado, protocolizei pedido à Administração da Casa para que, mesmo que haja entendimento do Tribunal da continuidade do pagamento de 14º, 15º salários, ou verba indenizatória, ou auxílio-paletó, eu não receba. E não faço isso para angariar votos, nem simpatias, mas simplesmente porque não existe um apelo real e formal para que isso aconteça. Temos um milhão de servidores batendo às nossas portas o tempo todo dizendo “Somos mal pagos, temos vale-coxinha de quatro reais.” Como, moralmente, vamos sustentar 14º e 15º salários, de uma legislação que é do tempo que existia, muitas vezes, grandes dificuldades de deslocamento do parlamentar para as suas bases?

Quero deixar bem claro que o posicionamento lamentável do senador Ivo Cassol não é o pensamento de boa parte dos deputados e senadores brasileiros, sejam deputados federais, sejam deputados estaduais. A Assembleia Distrital de Brasília, há 15 dias, já votou e acabou o auxílio-paletó. Assim vai acontecer em todos os Estados, e oxalá também o Senado não tenha a postura do senador Ivo Cassol e acabe com esse casuísmo. Faz-nos falta sim recurso, principalmente ao parlamentar que trilha na correção e na retidão. Mas não é argumento para comprar Cibalena, cadeira de roda, camisa de jogo de futebol, dentadura, e dizer que precisa receber mais do que é devido.

Repito: São Paulo, ainda hoje, está embasado na legalidade, mas não consegue ter substância moral, tão pouco ética para prosseguir. Antes, até, que o Tribunal acabe resolvendo. Já apresentei no ano passado um projeto que extingue, estabelece qual é o percentual de reajuste dos deputados do Estado de São Paulo. Tomara Deus que tramite pelas comissões e que haja sensibilidade da Assembleia Legislativa para não ter que engolir literalmente, empurrado goela abaixo, mais uma decisão da Justiça.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, gostaria de fazer uso da tribuna pela vice-Liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Tem a palavra, pelo Art. 82, o nobre Deputado Carlos Giannazi, pela vice-Liderança da Minoria.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, telespectadores da TV Assembleia, estávamos falando hoje sobre o vale-refeição dos servidores públicos, mas a professora Marina me alertou há alguns minutos que, além de ser um valor muito baixo que afronta a dignidade dos servidores públicos do Estado de São Paulo, muitos servidores não recebem. Porque, dependendo do valor do salário, este vale-coxinha de quatro reais não é inclusa no salário. Muitos professores, então, dependendo da sua carga horária semanal, não têm direito nem aos quatro reais. É um absurdo ainda maior.

Gostaria de fazer esse registro porque quero entrar agora num assunto importante na área da Educação. Tenho debatido muito na tribuna, na Comissão de Educação, junto aos professores da rede estadual de ensino, que é o não cumprimento da data-base salarial e nós vamos denunciar o Governo enquanto ele não cumprir a lei. Eu me refiro à Lei 11.738 aprovada em 2008. Até agora o governo do PSDB não cumpriu a lei da jornada do piso que estabelece um terço da jornada em atividade extraclasse, que é aquele momento em que o professor prepara as suas aulas, as suas avaliações, corrige as suas avaliações também, aquele momento em que o professor se dedica às leituras, à pesquisa, aquele momento em que o professor debate e discute também o projeto pedagógico da escola.

A lei federal é muito clara: determina que no mínimo um terço da jornada do professor seja destinada para essa atividade que compõe a jornada de trabalho do professor. O professor tem de ser remunerado por esse trabalho que faz fora da sala de aula. No entanto, mesmo com a lei federal e uma sentença do Tribunal de Justiça o Governo Alckmin não cumpre a legislação. Isso afronta a Educação no Estado de São Paulo, afronta os direitos e a dignidade do magistério e desmascara de uma vez por todas a postura do Governo em relação ao investimento em Educação, porque um governo sério, um governo que queira de fato valorizar a Educação vai investir prioritariamente no professor, porque o professor é o protagonista do processo educacional. Sem o professor não há Educação, esta é a verdade.

Se temos um Governo que ataca sistematicamente o magistério, criminaliza o magistério, um Governo que paga uma vale-coxinha de quatro reais para os seus profissionais da Educação, um Governo que mantém um plano de carreira destruído, desatualizado, um Governo que concede um reajuste parcelado em quatro anos, que não repõe nem as perdas inflacionárias de cada período, não é um governo sério. Um Governo que não tem coragem de debater e aprovar um plano estadual de Educação para que a política educacional do Estado seja transformada em política de Estado e não mais de partido político, de governador ou de secretário, não é um Governo preocupado com a Educação. E São Paulo é o carro-chefe da economia, é o Estado mais desenvolvido do País, eu diria até da América Latina, porém, a Educação aqui não tem o mesmo tratamento que tem a economia.

Então estamos aqui vivendo um retrocesso na Educação. A Secretaria da Educação anuncia o fim da recuperação paralela afrontando a Lei de Diretrizes e Base da Educação nacional. Vem o Governador, percebe o desgaste, desmente e desautoriza o Secretário. No ano passado o Governo Estadual baixou a Resolução 44 dividindo as férias de janeiro dos professores em duas partes. Outro ataque ao magistério. São ataques sistemáticos ao magistério, à Educação do Estado de São Paulo.

E agora o Governo não está querendo nem implantar a jornada do piso salarial dos professores da nossa rede. Um absurdo o que está acontecendo. Por isso há questão de duas semanas foi realizada uma assembleia dos professores da rede nas proximidades do Palácio dos Bandeirantes. Estivemos lá apoiando o movimento dos professores e agora no próximo dia 20 de abril haverá uma manifestação gigante na Avenida Paulista. Os professores vão acabar entrando em greve porque o Governo não cumpre a lei. O Governo só ataca o magistério, criminaliza o magistério.

Portanto, dia 20 haverá uma grande manifestação não só dos professores, mas dos alunos, dos pais de alunos em defesa da Educação pública gratuita, de qualidade e, sobretudo, em defesa da valorização do magistério. Isso consta na Constituição Federal e na Lei de Diretrizes e Base da Educação nacional. Um dos princípios da Educação nacional é a valorização dos profissionais da Educação e essa valorização tem de ser feita através de salários dignos, de investimento em formação continuada, o que não acontece neste estado.

Exigimos, então, mais uma vez, que o governo, por meio da Secretaria Estadual cumpra a Lei 11.738, de 2008, aprovada no Congresso Nacional, sancionada pela presidência da República e confirmada pelo Supremo Tribunal Federal. Não sei por que o governo estadual não aplica a lei, por que a Secretaria de Educação não cumpre a legislação para garantir no estado a oferta de qualidade de ensino. Isso que defendemos aqui e insistimos no pedido de convocação do secretário da Educação a esta Casa para explicar por que não cumpre a lei. Realizamos, recentemente, uma audiência pública, mas ele não compareceu, mandou a assessoria que não justificou nada, não convenceu ninguém. Queremos que ele venha explicar essa afronta à legislação, à educação e, sobretudo, ao magistério paulista.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, solicito o levantamento desta sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - É regimental.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência, cumprindo determinação constitucional, adita a Ordem do Dia com o Projeto de lei nº 459, de 2011, vetado.

Havendo acordo de líderes, antes de dar por levantados os trabalhos, convoco V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da sessão ordinária do dia 22 e o aditamento ora anunciado, lembrando-os, ainda, da sessão solene a realizar-se hoje, às 20 horas, com a finalidade de homenagear o Rotary Club de Santos pelos 85 anos de fundação.

Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 52 minutos.

 

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