1º DE OUTUBRO DE 2007

032ª SESSÃO SOLENE PARA COMEMORAR OS “40 Anos da Fundação da Convenção Batista Nacional - Jubileu de Rubi”.

 

 

Presidência: VAZ DE LIMA


DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 01/10/2007 - Sessão 32ª S. SOLENE  Publ. DOE:

Presidente: VAZ DE LIMA

 

COMEMORAÇÃO DOS 40 ANOS DA FUNDAÇÃO DA CONVENÇÃO BATISTA NACIONAL - JUBILEU DE RUBI

001 - Presidente VAZ DE LIMA

Abre a sessão. Anuncia as autoridades presentes. Informa que esta sessão solene foi convocada pela Presidência efetiva da Casa, com a finalidade de comemorar os 40 anos da fundação da Convenção Batista Nacional - Jubileu de Rubi. Convida todos para, de pé, ouvirem a execução do Hino Nacional.

 

002 - MÁRCIO LUÍS DA SILVA

Pastor, Secretário Executivo da Convenção Batista Nacional do Estado de São Paulo, faz uma oração a Deus.

 

003 - Presidente VAZ DE LIMA

Anuncia a execução de dois cânticos pelo Grupo Musical da Igreja Batista do Calvário de Santo André, sob a direção do maestro Anderson Neri.

 

004 - CLÁUDIO ELY DIETRICH ESPINDOLA

Pastor, presta homenagem ao Presidente da Assembléia Legislativa, Deputado Vaz de Lima, com a entrega de um exemplar da Bíblia Sagrada, de um livro com a história dos batistas nacionais do Brasil e do CD "Obra Santa do Espírito".

 

005 - Presidente VAZ DE LIMA

Anuncia a apresentação do Coral Doxa, sob a regência do maestro Rubens Spada.

 

006 - EDMILSON VILA NOVA

Pastor, Presidente da Ordem dos Ministros Batistas Nacionais, lembra os 40 anos de atuação da Convenção Batista Nacional, no Brasil.

 

007 - Presidente VAZ DE LIMA

Anuncia a apresentação do Coral Doxa, sob a regência do maestro Rubens Spada.

 

008 - MAURÍCIO ABREU DE CARVALHO

Pastor, Presidente da Convenção Batista Nacional do Estado de São Paulo, enfatiza a história da Igreja Batista no mundo e a sua missão na sociedade contemporânea.

 

009 - MARCOS TESTA

Vereador, Presidente da Câmara Municipal de Serra Negra, destaca a importância da participação da Igreja no Estado, de forma livre.

 

010 - Presidente VAZ DE LIMA

Expõe que, na Assembléia Legislativa, as pessoas têm tranqüilidade de expressar o que pensam. Enfatiza que a Assembléia prega a liberdade, a responsável liberdade da democracia. Agradece a Deus por este momento. Anuncia nova apresentação do Coral Doxa, sob a regência do maestro Rubens Spada.

 

011 - MANOEL MESSIAS

Pastor, pede a Benção Apostólica.

 

012 - Presidente VAZ DE LIMA

Agradece a todos que colaboraram para o êxito da solenidade. Encerra a sessão.

 

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O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

 

- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

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O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Inicialmente, gostaria de nominar as autoridades presentes e, posteriormente, citarei as demais quando o protocolo me chegar às mãos. São formalidades que temos de cumprir porque se trata de uma sessão solene que vai para os Anais da Assembléia Legislativa e será publicada no Diário Oficial.

Esta sessão está sendo gravada e será transmitida pela TV Assembléia. No entanto, se algum irmão estiver em casa e entrar na página da Assembléia, na TV Web, e clicar no Plenário Juscelino Kubitschek poderá assistir, ao vivo, tudo que acontece na Assembléia Legislativa, via internet, ao vivo, com absoluta transparência.

Cumprimento o meu irmão, amigo, Pastor Maurício Abreu de Carvalho, Presidente da Convenção Batista Nacional do Estado de São Paulo; Dr. Maurício José Lemos Freire, Delegado Geral da Polícia Civil no Estado de São Paulo, agradecemos a consideração e solidariedade, e espero que seja esse momento bom e agradável ao seu coração e para a sua família, esposa e três belas filhas; ex-Presidente da Convenção Batista Nacional, Cláudio Ely Dietrich Espindola; vice-Presidente da Convenção Batista Nacional do Estado de São Paulo, Pastor Manoel Messias.

Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta Sessão Solene foi convocada por este Presidente, com a finalidade de comemorar os 40 anos de fundação da Convenção Batista Nacional - Jubileu de Rubi.

Convido todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro pela banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do Maestro Subtenente PM Padovese.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

                                   

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O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Esta Presidência agradece à Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, a seus músicos e em nome do Subtenente PM Padovese.

Estão presentes também nesta solenidade, que se reveste de um culto: Pastor Márcio Luiz da Silva, Secretário Executivo da Convenção Batista Nacional do Estado de São Paulo; Vereador Carlos Alberto Bezerra Júnior, Líder do PSDB na Câmara Municipal de São Paulo; Presidente da Câmara Municipal de Serra Negra, Marcos Teseu Bailão Testa; Pastor Odair Rossi Deão do STBNet, Seminário Teológico Batista Nacional Eneas Toninho e Pastor da Igreja Batista do Calvário; Regente do Coral Rubens Spada; Sra. Rosemeire Carneiro, vice-Presidente da União Evangelizadora Feminina Batista Nacional - UEFBN, esposa do carneirinho, nosso auxiliar do plenário; Pastor Sebastião Libarino Amorim; Pastor Alberto Felske de Almeida; Pastor José Urânio de Oliveira Nogueira; Pastor José Ferreira Carneiro; Pastor Eder Billota; Pastor Luiz Roberto Xisto; Pastor Luicyl Santos Fernandes. E agora chegou o Presidente da Ordem dos Ministros Batistas Nacionais, Pastor Edmilson Vila Nova.

Quero também aproveitar para agradecer a todos os demais pastores e autoridades aqui presentes.

            Passo a palavra ao ilustre Pastor Márcio Luís da Silva, Secretário Executivo da Convenção Batista Nacional do Estado de São Paulo. Vamos, de pé, acompanhá-lo na oração.

 

O SR. MÁRCIO LUÍS DA SILVA - Convido todos a fechar os olhos para, neste momento, clamarmos pela presença daquele que é o motivo e a razão de estarmos aqui hoje.

“Santo Deus e eterno Pai, em nome de Jesus Cristo, queremos pedir que a Tua presença seja sentida, seja uma realidade na vida de cada um de nós, neste momento. 

Quero Te pedir, Senhor, a Tua benção especial por esta Casa, que é a Casa do povo de São Paulo.

Quero Te pedir a benção por esse Presidente, que teve no seu coração o desejo de nos honrar, ó Deus, pelo trabalho que fazemos na Tua obra.

Quero Te pedir, Deus, por cada um que se dispôs a estar aqui, nesta noite porque cremos que o Senhor está pronto neste momento para falar ao coração de cada um de nós.

Então, Deus, através do Teu Espírito Santo, eu Te peço que venhas e fale ao coração de cada um dos presentes, ao coração de cada um daqueles que assistem pela TV, para que o Teu nome, Senhor, seja exaltado e glorificado em todo o Estado de São Paulo e em toda nação brasileira.

Nós Te agradecemos por esta grandiosa oportunidade, Deus, em nome do Teu filho Jesus Cristo. Amém!”

 

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Vamos ter agora a execução de dois cânticos pelo grupo musical da Igreja Batista do Calvário, de Santo André, sob a direção do maestro Anderson Neri, “Tu és Santo”, de Mark Imboden e Tammi Rhoton, com versão de André Matos, e “Porque Ele é bom autor”, de Ron Kenoly.

O SR. ANDERSON NERI - Boa-noite a todos, na graça da paz do Sr. Jesus. Quero dizer que é uma honra estarmos participando desta noite, que é o marco na vida da nossa convenção e na história do povo judeus na face da terra.

Quero declarar que tudo isso tem acontecido porque o Senhor tem sido bom com as nossas vidas. Louvado seja nosso Deus por sua bondade, que é manifestada a cada dia nas pequenas e nas grandes coisas. Amém!

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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O SR. ANDERSON NERI - Ele é muito bom. E Ele é santo também. O Senhor revela a sua santidade nos seus caminhos e chegamos até aqui, nestes 40 anos, por causa disso: porque Ele é bom, Ele é santo e os seus caminhos são perfeitos. Amém. Louvado seja Deus por isso.

Muito obrigado, Senhor, muito obrigado. Nós Te louvamos porque o Senhor é digno da nossa adoração. Nós expressamos o nosso louvor porque o Senhor merece toda nossa honra.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Muito bonito. Deus o abençoe. Para ganharmos na nossa liturgia, vou convidar o Coral Doxa para a sua participação. Sob a regência do maestro Rubens de Spada, vai cantar o Hino Jesus Salvador, de Clare Cloninger, com versão de Rubens Spada.

Nós faremos da seguinte forma: o Coral vai se postar aqui à frente, o Pastor Cláudio fala e aí o Coral canta, sem se deslocar do seu lugar. Vai depois falar o Pastor Edmilson e o Coral volta.

Tem a palavra, primeiro, ao Pastor Cláudio Ely.

 

O SR. CLÁUDIO ELY Dietrich Espindola - Em nome da Convenção Batista Nacional, queremos entregar três obséquios a V. Exa., Deputado Vaz de Lima.

Primeiramente, um exemplar da Bíblia Sagrada comemorativa à celebração dos 40 anos da Convenção. Também a história dos batistas nacionais, numa versão atualizada, e um CD, que é uma marca do movimento de renovação espiritual: Obra Santa do Espírito.

 

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- É feita a entrega da Bíblia Sagrada.

 

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O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA  - PSDB -  Grato, Pastor Cláudio Ely. É um belo material. O CD “Obra Santa” e a Palavra eu conheço bem. Vou me debruçar, agora, para conhecer melhor a história dos batistas nacionais no Brasil.

Teremos agora a apresentação do Coral Doxa.

 

O SR. RUBENS SPADA - Boa-noite a todos. Sr. Presidente, amados pastores, colegas, é para nós um privilégio estarmos aqui hoje celebrando os 40 anos da Convenção Batista Nacional e não poderia começar a apresentação do Coral sem trazer as  desculpas dos nossos pastores. O Pastor Enéias Tonini, que é o fundador a Convenção Batista Nacional. Ele está em Belo Horizonte e não conseguiu voltar para estar nesta solenidade. O Pastor Jonas está junto com ele em Belo Horizonte e ambos pedem para justificar suas ausências.

O Coral Doxa é da Igreja Batista do Povo e vamos cantar o Hino Jesus Salvador, que glorifica o nome do Senhor. Esta solenidade, este culto, como disse o Presidente, é para o Senhor, porque a Convenção Batista Nacional existe para a glória do Senhor. Deus te abençoe e muito obrigado pela oportunidade.

 

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- É feita a apresentação do Coral.

 

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O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Esta Presidência concede a palavra  ao nobre Pastor Edmilson Vila Nova,  presidente da Ordem dos Ministros Batistas Nacionais, que fará uma exposição da história dos batistas  nacionais.

 

O SR. EDMILSON VILA NOVA - Exmo. Sr. Presidente da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, Deputado Vaz de Lima; Exmos. membros da Mesa Diretora; Exmos. Deputados e Deputadas presentes; Ilmo. Sr. Presidente da Convenção Batista Nacional do Estado de São Paulo, Pastor Maurício Abreu de Carvalho, em nome de quem também cumprimento os demais pastores presentes; senhoras e senhores, graça e paz do Senhor Jesus Cristo a todos.

            A Convenção Batista Nacional sente-se honrada por esta magna Assembléia que deliberou sobre a realização desta sessão solene para comemorar os seus 40 anos de existência.

            São quatro décadas de história, e história que nos deixou marcas profundas, que levaremos por toda a nossa vida e que sem dúvida marcarão as gerações futuras. Que o Senhor nos dê sabedoria e humildade para fazermos leituras dos ensinos preciosos que essas décadas de vivência batista nacional nos passaram, ao realizar a obra do Senhor.

            Na década de 1960, o mundo passava por grandes transformações, que mudariam os destinos da humanidade de forma inexorável, e o Brasil não ficou à margem dessas mudanças. Neste mesmo período, homens e mulheres de Deus também clamaram por mudanças, mudanças não decorrentes do movimento humano, mas da ação sobrenatural do Espírito Santo de Deus sobre esta nação. E Deus, criador dos céus e da terra, ouviu as orações destes santos, e os ventos do Espírito Santo começaram a soprar fortemente em resposta a estas muitas orações, entre as quais podemos fazer referência à da missionária Rosalee Appleby, que por muitos orou por um grande avivamento espiritual.  Em todos os recônditos deste País brotava uma sede de avivamento nos corações dos servos de Deus que almejavam a transformação deste País.

            E o Senhor nosso Deus, levantou inicialmente um verdadeiro profeta para aquela geração, Pastor José Rêgo do Nascimento, que na ocasião era pastor de numa igreja batista da cidade de Vitória da Conquista-BA. Aquele homem foi revestido pelo poder do Espírito Santo, e em seu coração brotou a mensagem de despertamento espiritual para o povo de Deus na Pátria brasileira.

            A voz desse profeta - José Rêgo do Nascimento, ecoou por este País afora, empunhando a bandeira da renovação espiritual. Face a esta mensagem, outros servos de Deus foram se levantando e cheios do Espírito de Deus proclamaram a mensagem de avivamento do Espírito Santo em nossa terra.

          Dentre os que foram levantados, também o Doutor Pastor Enéas Tognini, que na ocasião era pastor da Igreja Batista de Perdizes e Diretor do Colégio Batista de São Paulo. A voz desse destemido homem de Deus percorreu os quatro cantos deste País gigante, dando continuidade à pregação da mensagem de renovação espiritual.

            Renovação espiritual no Brasil foi a repetição do "fenômeno avivamento", que não surgiu, nem surge num "estalar de dedos". Houve semeadura, preparo do caminho por pessoas movidas pelo Espírito de Deus. Apesar dos espinhos, pedras e caminhos, salvaram-se os grãos que caíram na "boa terra". Não foram em vão as orações e as palestras, e a literatura escrita e espalhada pela missionária Rosalee. Nem perdidas foram as orações de todos os que sonharam com o avivamento pregado e ardentemente desejado por ela.

            Como fruto desse mover do Espírito Santo, em setembro de 1967, foi organizada a Convenção Batista Nacional, com 21 igrejas. E o trabalho Batista Nacional foi ricamente abençoado. A ponto de na comemoração destes 40 anos, contarmos com mais de 1.500 igrejas e quase 2.000 congregações/missões espalhadas pelos milhares de municípios deste imenso país. Temos mais de 2.300 pastores e aproximadamente 400 mil membros de Igrejas Batistas Nacionais. Contamos também com um número considerável de seminários, literatura própria, respeitável obra missionária - em nível nacional e transcultural.

            Ao festejarmos os 40 anos de "bom combate" da Convenção Batista Nacional, somos gratos ao nosso Deus por nos ter feito prosperar, e cremos que a melhor maneira de expressarmos nossa gratidão é continuarmos anunciando, em alto e bom tom, que Jesus Cristo é a única esperança para a Nação, que vive dias de desesperança por ver que os seus sonhos têm sido postergados, por ver que vários dos seus representantes estão envoltos num charco de lodo e podridão.

            Acorda Brasil e deixa a luz do céu brilhar em seu coração, e assim um novo tempo sobre o teu povo. Tempo de paz, justiça, fraternidade e salvação. Obrigado! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Vamos agora, mais uma vez, ouvir o Coral Doxa com o Hino Oficial, “Obra Santa do Espírito”, de autoria do Pastor Rosivaldo Araújo. E temos aqui uma recomendação da bela Yedinha, dizendo que todos estão convidados para cantar junto com o coral.

Vamos, então, ficar em pé.

 

                                                            * * *

 

- É entoado um número musical.

 

                                                            * * *

 

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Parabéns, maestro. Muito obrigado, muito edificante. Eu estava com medo que não cantássemos o Hino Oficial da Igreja.

Convido agora o Pastor Maurício Abreu de Carvalho, presidente da Convenção Batista Nacional do Estado de São Paulo, para fazer uso da palavra. Vou conceder-lhe o privilégio de fazer a sua pregação da tribuna usada por todos os deputados da Casa, um lugar sagrado da democracia, destinado, portanto, à pregação da palavra do Senhor. Por favor!

 

O SR. MAURÍCIO ABREU DE CARVALHO - Quero iniciar a minha fala cumprimentando o Exmo. Deputado Vaz de Lima, Presidente desta Casa, e agradecendo também, pela oportunidade que temos aqui de celebrarmos esses 40 Anos de Aniversário da Convenção Batista Nacional. Quer também cumprimentar a toda Mesa, as autoridades presentes e todos os colegas pastores, irmãos em Cristo Jesus que estão presentes, com a graça e a paz do Senhor Jesus.

Queridos, já que estamos numa Casa de leis, quero trazer uma breve reflexão que se encontra a partir de uma Constituição, da Constituição do Reino de Deus, que foi promulgada por Jesus Cristo, no sermão da montanha. Sabemos que o Senhor Jesus Cristo quando veio aqui nessa terra, veio aproximarmos do Reino de Deus. Ele próprio é a porta do Reino de Deus. Quando Ele estava aqui presente, junto com uma platéia, um grupo de pessoas que eram seus seguidores e seus discípulos, como rei, como legislador, Ele suprimiu, Ele também emendou, Ele reinterpretou a lei judaica, a lei de Moises.

Podemos ver no texto que se encontra em Mateus, no capítulo V, versículo 14, algumas palavras que gostaria de trazer para uma reflexão, nesta noite. Aliás, até peço escusas porque a fala pode ser a fala do professor também, e não tão propriamente a fala do orador. Nesta Casa, evidentemente, sabemos que existem pessoas muito competentes na oratória. No entanto, o texto de Mateus, no capítulo V, versículo 14, diz assim: “vós sois a luz do mundo, não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte, e nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que estais nos céus”.

No versículo 13 diz: “Vós sois o sal da terra. Ora se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta, senão para lançado fora, ser pisado pelos homens”. Gostaria de trazer uma reflexão baseada nessas duas frases: “sal da terra” e “luz do mundo”. Jonh Sttot, pastor anglicano, faz uma aplicação muito interessante ao sal da terra.

É justamente sobre essa questão que gostaria de comentar nesse momento. Como o sal da terra, aquela época o sal era utilizado para a conservação dos alimentos. Era utilizado para evitar a deterioração. E nós cristãos, como o sal da terra, também devemos ter a participação de sermos agentes de transformação das instituições sociais. Ora, também devemos participar do Governo, participar da escola, participar dos sindicatos, dos partidos políticos, e evidentemente salgá-los, assim como a nossa família também. Não podemos simplesmente nos omitir diante das questões que existem no nosso país, mas devemos estar ali imbricados, juntos, para que possamos ajudar esta nação, ajudar a sociedade a conseguir manter a sua vitalidade.

No entanto, gostaríamos de destacar outro aspecto. Quero falar agora como Batista. Não somos “batistólatras”; muito pelo contrário. Entendemos que, como Batistas, fazemos parte de um conjunto maior, que é o conjunto dos Cristãos. Fazemos parte do Corpo de Cristo; somos Cristãos. Mas dentro desse Corpo de Cristo, dentro da Igreja Cristã, do Cristianismo que temos atualmente, somos Protestantes. Dentre os protestantes, somos Evangelicais, dentre os Evangelicais, somos Batistas, e dentre os Batistas, somos Batistas Renovados. Não sei se ficou muito claro, mas esse é todo o nosso nome e sobrenome.

Mas gostaria que não nos fixássemos apenas nisso. Deveríamos entender que infelizmente essas divisões acontecem, por questões contingenciais. Diferenças doutrinárias secundárias, às vezes questões políticas que nos dividem, e também por questões históricas. No entanto, como Batistas e Batistas nacionais, gostaríamos de trazer alguns princípios pelos quais podemos ajudar a salgar esta sociedade.

Um princípio Batista que a todos nós é muito caro, que vem desde o século XVI, quando os Anabatistas foram perseguidos e também vem desde o século XVIII, quando os Batistas Congregacionais, vindo dos Congregacionais defenderam esse princípio, e até mais recentemente, com Mártir Luther King, nos Estados Unidos, no século XX, existe um princípio Batista, que é o princípio da liberdade; liberdade religiosa. Anabatistas morreram defendendo a sua liberdade de crer, liberdade de culto. Vários anabatistas foram mortos cruelmente. Tanto é que existem historiadores que dizem que morreram mais anabatistas no século XVI do que cristãos no período do Império Romano. Também acreditamos nesse princípio e mantemos esse princípio da liberdade religiosa, da separação da Igreja e do Estado. E esse princípio, graças a Deus, pode exaltá-lo, porque assim fazendo podemos ter a liberdade de nesta Casa, nesta tribuna ter a oportunidade de falar sobre o cristianismo, de falar sobre o nosso pensamento.

Temos também outro aspecto que gostaríamos de destacar. Numa Igreja Batista, temos o costume de escolher os nossos líderes. Nas nossas igrejas, fazemos assembléias. Agimos democraticamente, porque cremos que esse é o princípio que o evangelho nos ensina. Cremos que todos somos portadores do Espírito Santo de Deus. Todos aqueles que aceitaram a Cristo como Senhor e salvador. Por isso o poder não está limitado nas mãos de alguns. Não existe um clero que assume o poder dentro de uma Igreja Batista, mas o poder emana do povo, que está cheio do Espírito Santo de Deus. Cremos profundamente nisso. E queremos evidentemente trazer essa contribuição porque um Batista que participa de assembléias em sua Igreja, também tem vez e tem voto. E aprenderá também a lidar com as questões da sociedade, será um bom cidadão, saberá votar e escolher diligentemente os seus líderes.

Temos um pensador muito importante, Oss Guines, que estabeleceu três visões em relação à Igreja e à Sociedade. Ele disse que existem três propostas. Eu gostaria de citar essas três propostas.

Uma proposta é a do Universalismo Progressivo, uma proposta em que um grupo religioso deseja alcançar todas as pessoas da Terra através da coerção, através da força, através de meios até escusos. Infelizmente na História do Cristianismo houve momentos em que o Cristianismo foi pregado à força, e perseguiu os seus opositores. Não podemos aceitar esse tipo de Universalismo Progressivo, porque, afinal de contas, vai contra a palavra de Deus.

Uma segunda visão é a do Relativismo Multicultural. Vivemos numa época sem muitos valores definidos. Aliás, nós vivemos uma ética mais relativista, aliás, uma ética relativista. E por conta de uma ética relativista, alguns valores que nós consideramos que devem ser absolutos estão sendo descartados à custa dos valores étnicos, os valores culturais.

Acreditamos, sim, na liberdade, mas acreditamos que devemos lutar para que haja valores absolutos mínimos na sociedade, para que possamos conviver, para que possamos respeitar os Direitos Humanos.

            Quero citar um exemplo. Existem alguns grupos indígenas que, a despeito de todo sofrimento deles, a despeito de toda opressão que eles sofreram em centenas de anos aqui no Brasil, existe um costume que é justamente o do infanticídio. Quando crianças deformadas nascem em tribos indígenas, elas são deixadas para morrer.

Alguns acreditam que as crianças devem morrer porque afinal de contas é a cultura de um povo, mas nós não acreditamos assim. Nós acreditamos que a vida sobrepõe os valores étnicos e culturais.

Então, é importante que tenhamos, sim, liberdade, mas não caiamos no Relativismo Multicultural ou Étnico, seja lá qual for. Precisamos trabalhar para que existam valores mínimos absolutos para podermos conviver bem em sociedade.

O terceiro ponto - e é uma visão que esposamos - é de que nós, como cristãos, devemos lutar por uma aliança cívica plural. Nós devemos pregar o Evangelho. Devemos expor as nossas idéias e fazer que a sociedade seja uma grande ágora, seja uma grande praça onde possamos falar sobre aquilo em que acreditamos, com liberdade, com respeito ao outro, através do diálogo e do debate.

Os Batistas primam por isso, pela idéia de pregar, de convencer, nunca pela coerção, nunca pelo proselitismo raivoso. Nós acreditamos que quem faz a obra é o Espírito Santo de Deus. Nós somos apenas pregadores do Evangelho, e somos instrumentos de Deus para essa sociedade.

Queridos, além de sermos o sal da terra nesta nação, também somos chamados para sermos luz do mundo. E aí vem a mensagem do Evangelho, a mensagem que dá direção, que dá sentido. O que mais nós precisamos neste país e na nossa vida é de direção e de sentido. Aliás, todos buscam direção e sentido, e procuram dar algo especial à sua vida. Existem até músicas, como a do Gonzaguinha, que fala a respeito da vida e expõe os vários significados que ele encontra a respeito dela.

Temos uma mensagem que busca dar sentido à vida. Um certo filósofo, Schopenhauer, pelo menos é atribuído a ele, estava numa praça e nessa praça ele foi se demorando, foi perdendo a hora, a noite foi chegando, e evidentemente, como filósofo, eu creio que ele estava pensando, e em certo momento chegou um guarda. Vendo que a praça estava vazia e somente ele estava ali sentado, o guarda disse: “O que o senhor está fazendo aqui? De onde o senhor veio? Para onde o senhor vai?” Schopenhauer olhou para ele e disse: “Se eu pudesse responder pelo menos uma dessas questões, eu seria o sujeito mais feliz da Terra”. E foi embora.

O Cristianismo vem trazer uma resposta para “quem nós somos?” Nós somos filhos de Deus. “O que estamos fazendo aqui?” Estamos trabalhando em prol do reino de Deus, fazendo a missão que Deus destacou para que realizássemos. E “para onde vamos?” Vamos viver eternamente com nosso Deus.

Um outro filósofo, que encontrou a resposta, Santo Agostinho, disse que todo homem tem um vazio do tamanho de Deus. Isso é uma verdade. Todo homem que não conhece a Deus, ou que não tem Deus no seu coração, sofre de uma nostalgia de alguma coisa, de uma saudade de algo que ele não consegue explicar, que ele não consegue definir. E esse vazio, segundo podemos ver na fala de Santo Agostinho, mas também na palavra de Deus, só pode ser preenchido pelo Espírito Santo de Deus.

Como pregadores do Evangelho que somos, como cristão e discípulos de Nosso Senhor, como luz do mundo, queremos apontar para essa nação, para este Estado, que Jesus Cristo é a solução. E que Jesus Cristo é o Nosso Senhor e Salvador. Ele morreu na cruz do Calvário, para nos dar vida, e vida em abundância.

E no momento em que nós entregamos a nossa vida ao Senhor Jesus, Ele faz morada em nossos corações através do Espírito Santo de Deus. E a partir de então, vivemos uma vida associados com Deus, uma vida com direção, uma vida com sentido. Isso parte do indivíduo para a sociedade.

Nós desejamos, sim, termos essa função de sal da terra e luz do mundo. Nós, como Batistas Nacionais, junto com esta Casa, junto com o Governo do Estado de São Paulo, queremos servir a esta nação. Queremos servir com os nossos dons e talentos. Queremos servir também nos debates. Queremos servir acrescentando a Jesus Cristo como Senhor e Salvador desta terra.

Que Deus abençoe a todos nós. Amém. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Deus abençoe o Pastor Maurício. Que a sua palavra caia bem nos nossos corações e dê fruto.

Convido o Coral para ir se posicionando aqui à frente, novamente. Eu tinha programado, para esta hora, a palavra de dois irmãos muito ligados a vocês, à Igreja Batista Nacional. O Sr. Carlos Alberto Bezerra Júnior talvez tenha se retirado, por algum outro compromisso. Ele é vereador à Câmara municipal de São Paulo, mas veio aqui deixar um abraço. Ele não pôde falar, mas quero transmitir em nome dele um abraço a todos vocês. Ele se esforçou para estar aqui, pelo menos no início da sessão solene. Quero que fique registrado isso em nome do Vereador Carlos Alberto Bezerra.

Mas está aqui conosco outro irmão que fará uma saudação, Marcos Testa, presidente da Câmara Municipal de Serra Negra e membro da Comunidade Batista Nacional em Serra Negra.

            Portanto, tem a palavra o Sr. Marcos Testa.

 

O SR. MARCOS TESTA - Sr. Presidente, Deputado Vaz de Lima; presidente da Convenção Batista Nacional do Estado de São Paulo, Maurício Abreu de Carvalho; ex-presidente da Convenção Batista Nacional, Cláudio Ely Dietrich Espindola; nosso secretário executivo, Pastor Márcio; o Pastor Edmilson Vila Nova.

Presidente Vaz de Lima, quero saudar também a autoridade máxima da Polícia Civil do Estado de São Paulo, o delegado-geral do Estado de São Paulo, a quem quero saudar em nome do delegado de Serra Negra, delegado Rodrigo Cantadori, que tem feito um trabalho magnífico. O delegado Rodrigo é um homem de Deus e tem feito a diferença na minha cidade. Intercedo por ele diante da nossa igreja por ter sido um homem de Deus na frente de tão operoso mister, que é o mister de defender a nossa população.

Queria também falar para os meus irmãos batistas nacionais que meu pastor de Serra Negra, Pastor José Roberto, saúda a todos os pastores colegas.

            Quero falar sobre uma casualidade não tão casual assim. Hoje o legislativo paulista é governado por um pastor, o Pastor Vaz de Lima, pastor presbiteriano independente, que conosco comunga de muitos valores batistas. Por quê? Uma questão de batismo por imersão, aspersão, mas fundamentalmente os valores de liberdade, os valores da congregação, os valores cristãos.

            Vejam, senhores, a importância da igreja livre em participar do estado, separada, quase que estatutariamente, por motivo pétreo, que é o desligamento entre a igreja e o estado, mas participando ativamente. O Deputado Vaz de Lima foi pastor e, entre os pastores que conheço, muitos foram ovelhas suas, em Jardinópolis.

            Isso me orgulha e me entusiasma como membro de uma igreja e diácono, e de continuar exercendo uma função pública, de ver um pastor galgando com excelência, com ética, a Presidência de uma Casa de Leis do maior estado da Federação. Isso não é pouco, senhores. Não é pouco também a obra santa do Espírito Santo de Deus no meio dos batistas.

A Igreja Batista no Brasil é centenária, e dela advém o tronco principal - por que não? - do Movimento Pentecostal Brasileiro. Foi de um racha da primeira Igreja Batista de Belém, com os missionários Vingren e Berg, que vieram de Suécia, que dividiram a primeira Igreja Batista de Belém e fundaram a Assembléia de Deus.

Poucos sabem, mas Franciscon é oriundo da Igreja Batista de Chicago e fundou aqui, dois anos após, uma obra pentecostal, denominada Congregação Cristã no Brasil. Ambos são oriundos do que eu chamaria um caldeirão teológico forte, que sempre foram os Batistas nos Estados Unidos e no Brasil.

O casal Berg - que trouxe o movimento organizado, instituindo o Colégio Batista Brasileiro aqui em São Paulo - quero crer teve um peso muito grande na formação teológica do nosso povo. E entre os grandes ícones batistas, os grandes pilares batistas do Brasil, encontra-se o nosso reverendo Enéas Tonini, homem respeitado entre os batistas brasileiros colocado entre os teólogos mais importantes que passaram por este país. E julgo necessário fazer menção desse homem e conduzo o microfone para saudar a minha igreja.

Senhores, é com muita alegria que digo que ser batista é ter o casamento perfeito, o matrimônio entre o carisma e o caráter. Muitos movimentos pentecostais se perderam na ética e no comportamento.

Quero crer que a condução ética do nosso povo tem sido um bastião norteador para o futuro que nós vemos, que é um futuro problemático, onde o batista exerce uma função depuradora, sem tecer algum tipo de comentário, inclusive pessoal, do nosso grupo, da nossa agremiação religiosa, da nossa Igreja de Cristo, mas lembrando que continuemos dessa forma, lutando um bom combate.

Deputado Presidente, muito obrigado por honrar o meu povo. Que Deus abençoe e que os seus dons de pastor sejam aqui nesta Casa uma modificação, um encantamento todo especial. Que a presença de Deus esteja em sua vida e na sua Presidência.

Boa-noite a todos. Que Deus nos abençoe. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Franqueei a palavra também ao Dr. Maurício, que declinou e gentilmente veio nos prestigiar.

Antes que o Coral nos brinde com uma boa surpresa, quero deixar algumas palavras.

Meus queridos irmãos, colegas pastores, o Testa me colocou assim, e eu me coloco mais como ministro, porque acho que o pastor tem um rebanho, e isso hoje eu não tenho mais. Eu me lembro de uma frase do fundador do metodismo, John Wesley. Ele dizia: “a minha paróquia é o mundo”. Só posso dizer hoje, porque precisei me afastar do pastorado local, que a minha paróquia é o mundo, são todos que passam pela minha vida. De alguma forma, procuro os valores cristãos arraigados pela minha formação presbiteriana, calvinista, que procuro viver na minha vida pessoal profissional e política.

Esta é uma Casa laica, bem disse o Testa. A Constituição brasileira republicana leva ao laicismo. Aqui não se discute religião, não se discute crença, fé. Somos, aqui nesta Casa, 94 deputados de todos os credos religiosos, homens e mulheres, desde a mais jovem, uma mulher de 24 anos, ao de mais avançada idade, com 82, nosso decano, com maior número de mandatos.

            Procuramos viver harmonicamente, cada um no exercício daquilo que crê, ou às vezes daquilo que não crê. Cada um tem liberdade para isso. Aqui, temos pessoas de todos os cantos deste Estado, de todo tipo de formação cultural, acadêmica. É algo heterogêneo, plural. Aqui é a Casa em que as pessoas têm absoluta tranqüilidade de expressar o que pensam, o que sentem.

            Estou no quarto mandato, há seis meses na Presidência. Já fui Presidente por um período no passado, tenho procurado conduzir esta Casa permitindo que as pessoas discutam idéias. Essa coisa cara conquistada na democracia, de poder expor e defender seus pensamentos, é algo que esta Casa preserva e muito. Aqui, cada um se expressa de uma forma. Por exemplo, estava falando com o Dr. Maurício, delegado-geral, lembro-me de algumas sessões solenes. Recentemente, esteve aqui um maestro trazendo um conjunto bonito da favela de Heliópolis, um trabalho social, belíssimo, de recuperação, agregação das pessoas. Fizeram aqui uma sessão solene para homenagear o maestro, a orquestra e o coral. Foi uma das sessões mais bonitas da Casa. O colega deputado queria fazer esta homenagem, fazer esta sessão solene.

            Na semana passada, fizemos uma sessão solene pelos 140 anos de vida do Colégio São Luís, da Avenida Paulista. Outro dia trouxemos a Cidade de Sorocaba, pelo seu aniversário. Ao longo desses anos, foram feitas muitas sessões solenes, algumas delas ligadas à minha vida cristã. Fizemos aqui uma sessão solene pelos cem anos dos batistas no Brasil; outra pelo centenário da minha comunidade de fé, Presbiteriana Independente do Brasil, em 2003; outra pelos 60 anos da Ordem dos Ministros Batistas; outra pela Sociedade Bíblica do Brasil, pelo Mackenzie. Há pouco tempo, pelos 30 anos da Igreja Presbiteriana Renovada e, hoje, estamos aqui comemorando os 40 anos da Igreja Batista Nacional, com quem tenho uma história.

            O primeiro contato que tive com este grande nome, Ernesto, foi com a literatura. Minha mãe lia em casa, “atirai a pedra, frutos do espírito”. Isso, lá pelos idos de 60, eu era ainda muito garoto. Depois quis a providência que, ao vir para São Paulo para estudar, conhecesse um pastor chamado Onésimo Batista da Luz, que era secretário do Pastor Enéas. Eles tinham um pequeno escritório na Avenida Prestes Maia. De vez em quando eu passava por lá e cruzava com o Pastor Enéas. De alguma forma, lá no passado, no início da comunidade tive algum contato de muito respeito.

            No ano passado, estive com o Pastor Enéas na Igreja Batista de Perdizes, muito feliz com essa possibilidade de reaproximação e a humildade desse homem ao me dizer que, se fosse hoje, talvez a história teria sido outra. O mesmo me disse o Pastor Vieira, presidente da igreja no Estado de São Paulo. É uma coisa espetacular. Às vezes se divide para multiplicar. Muitas vezes Deus une para multiplicar. Enfim, são os desígnios, os propósitos de Deus.

            Vou terminar com três palavrinhas. Os sermões presbiterianos e batistas costumam ter uma introdução, três pontos e uma conclusão, que chamamos de peroração. Vou fazer a mesma coisa dizendo como introdução: gostei muito da palavra do Pastor Maurício quando disse que somos agentes de transformação da sociedade. Essa é a minha introdução.

            Como primeiro ponto gostaria de lembrar um teólogo e pastor luterano, da Alemanha, chamado Dietrich Bonhoeffer. Ele escreveu um belo livro chamado “Resistência e submissão”, na verdade são cartas da prisão. Foi preso na época de Hitler, morreu na prisão antes de completar 40 anos. Escreveu “Cartas da prisão”, traduzido para o português como “Resistência e submissão”, provavelmente o livro mais profundo que li sobre o apego ao amor e a ode à liberdade. Precisamos buscar a todo custo a liberdade. E esta é uma Casa que prega e que busca a liberdade. Aqui todos têm liberdade, a responsável liberdade da democracia.

Lembro-me de um calvinista, de um presbiteriano suíço, também teólogo. Às vezes não gostamos de tudo que as pessoas falam, mas de alguns pensamentos gostamos. Chamava-se Karl Barth, foi muito criticado no seu tempo. Ele disse uma frase que me marcou profundamente, talvez tenha sido determinante para estar onde estou. Ele disse que, na opinião dele, o cristão deve ter a Bíblia em uma das mãos e o jornal do dia na outra.

Quer dizer, o cristão deve ser absolutamente lincado com as coisas do seu tempo. Não pode haver divórcio. Por isso, quem quer de fato ser sal da terra e luz do mundo precisa ter Bíblia numa mão e o jornal do dia - atualização das coisas para ser homem do seu tempo.

Terceiro: falo agora de um batista americano, Harvey Cox, que escreveu muitas coisas e um belo livro chamado “Que a serpente não decida por nós”. Essa é outra coisa do caráter do cristão, de não delegar a ninguém a sua consciência.

Concluo dizendo muito obrigado a Deus por poder recebê-los nesta Casa do Povo. Agradeço, em nome do povo de São Paulo, por tudo que a comunidade tem feito pelo povo paulista e pelo povo brasileiro. Quarenta anos não são 40 minutos, não são 40 dias, nem 40 meses, mas uma vida. Parabéns. Deus os abençoe.

Vamos ouvir o “Aleluia de O Messias”, de G. F. Händel, pelo Coral Doxa, sob a regência do maestro Rubens Spada.

 

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- É executado o número musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Vamos receber a Benção Apostólica interpretada pelo Pastor Manoel Messias.

 

O SR. MANOEL MESSIAS  - “Recebamos a benção. Que a graça do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o amor eterno do nosso bendito Pai. A comunhão eterna do Espírito Santo repousa sobre vós não somente nesta Sessão Solene, mas para todo o sempre, hoje e eternamente. Recebamos a benção do Senhor.”

 

O SR. PRESIDENTE - VAZ DE LIMA - PSDB - Farei um comunicado e encerrarei a nossa sessão.

O Pastor Márcio Luís da Silva, Secretário Executivo, mandou um recado para, se possível, após o encerramento desta sessão, todos os pastores presentes posem para uma fotografia histórica.          

Esgotado o objeto da presente sessão, antes de encerrá-la esta Presidência agradece a todas as autoridades, aos funcionários desta Casa que têm sido tão generosos e nos ajudado muito, ficando aqui de segunda a sexta-feira, muitas vezes até duas, três, quatro, cinco horas da manhã, e a todos aqueles que com a sua presença colaboraram para o êxito desta solenidade. Muito grato a Deus e a todos.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 22 horas e 10 minutos.

 

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