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27 DE MARÇO DE 2012

033ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, ROBERTO MORAIS, ULYSSES TASSINARI e BARROS MUNHOZ

 

Secretário: LUIZ CARLOS GONDIM

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - CELSO GIGLIO

Discorre acerca do índice de desempenho do SUS, divulgado no início de março, pelo Ministério da Saúde. Acrescenta que o medidor visa avaliar a qualidade dos serviços básicos, especializado e de urgências e emergências. Lamenta que o Município de Osasco tenha ocupado a penúltima colocação entre os piores avaliados. Lembra a construção de hospitais em sua gestão como prefeito da cidade. Questiona os motivos que teriam levado o Município à obtenção de nota tão baixa, uma vez que os investimentos na Saúde são altos.

 

003 - OLÍMPIO GOMES

Lê e comenta matéria publicada na "Folha de S. Paulo" de hoje, sobre protesto de jovens contra torturadores. Acrescenta que foi realizado manifesto, ontem, na Avenida Vereador José Diniz, para a não designação de membros para compor a Comissão da Verdade no plano nacional. Discorre sobre a Lei de Anistia. Lamenta acusação contra delegado. Sugere abertura de inquérito para apurar motivações que levaram a protesto direcionado a uma única pessoa. Solicita à Secretaria de Segurança Pública que acompanhe o caso.

 

004 - ROBERTO MORAIS

Assume a Presidência.

 

005 - JOOJI HATO

Comenta sobre a inauguração, hoje, do Complexo Prates, uma iniciativa da Prefeitura de São Paulo. Destaca entre as autoridades presentes no evento, a participação do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e a do Governador Geraldo Alckmin. Explica que o objetivo do projeto é a prestação de serviços de assistência social e de saúde, voltada à recuperação de dependentes de álcool e drogas. Lamenta a morte de dois torcedores, possivelmente vítimas do uso ilegal de armas. Defende a blitz do desarmamento e a busca por drogas escondidas.

 

006 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

007 - ENIO TATTO

Fala sobre a briga envolvendo torcidas do Palmeiras e do Corinthians. Cita lei, de sua autoria, que trata do assunto. Repudia o pré-agendamento do confronto e a falta de prevenção de autoridades, a quem competia evitá-lo. Tece críticas ao Governo do Estado quanto à postura sobre o episódio. Lembra crimes semelhantes, ocorridos nos últimos 5 anos. Defende a aplicabilidade da lei, como o cadastramento de torcedores, e a punição de culpados.

 

008 - LUIZ CARLOS GONDIM

Comenta denúncias contra a UTI neonatal do Hospital de Mogi das Cruzes. Explica que a entidade hospitalar sofre com a superlotação. Informa problemas enfrentados pelos Hospitais Santa Marcelina de Itaquaquecetuba e do Itaim, e o fechamento do pronto socorro do Itaim. Sugere que o Secretário de Saúde visite as unidades hospitalares da periferia, para a apurar as necessidades.

 

009 - CARLOS GIANNAZI

Divulga a realização de audiência pública, amanhã, neste Parlamento, em defesa do Judiciário. Cita matéria da revista Veja, que afirma que o ex- Presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Antonio Viana, teria recebido indenização milionária. Defende a isonomia da Justiça, de forma que os mesmos critérios aplicados para a magistratura sejam estendidos aos servidores.

 

010 - Presidente JOOJI HATO

Registra a visita de alunos e professores da Escola Estadual Adélio Ferraz de Castro, de Vargem, acompanhados dos professores José Carlos Cerqueira, Luiz Henrique Fusel e Adalberto Letício Alessandri, a convite do Deputado Edmir Chedid.

 

011 - ROBERTO MORAIS

Discursa sobre a violência entre torcidas organizadas. Elogia os torcedores do time "XV de Piracicaba" pelo bom comportamento diante de simpatizantes de times adversários. Tece comentários sobre melhorias em rodovias da Região de Piracicaba, que receberam investimentos do Governo do Estado. Atualiza sobre o andamento de outras obras rodoviárias, via concessão.

 

012 - EDINHO SILVA

Rebate críticas do Deputado Celso Giglio contra o prefeito de Osasco, Emídio de Souza. Defende a gestão do prefeito que, adita, tem sido referência para o Partido dos Trabalhadores. Cita redução na mortalidade infantil e melhorias na estrutura de atendimento de urgência e emergência em Osasco, como a implantação do Samu.

 

GRANDE EXPEDIENTE

013 - CELSO GIGLIO

Considerou ufanista o pronunciamento do Deputado Edinho Silva. Cita dados do Ministério da Saúde sobre a cidade de Osasco, em penúltimo lugar. Comenta dados do Seade sobre a mortalidade infantil na cidade, que é maior que a média estadual. Faz referências às consultas pré-natal. Cita problemas quanto à entrega de material e uniforme escolar. Faz referências sobre os CEUs, bem como a construção de casas populares.

 

014 - ULYSSES TASSINARI

Assume a Presidência.

 

015 - MARCOS MARTINS

Para comunicação, rebate a fala do Deputado Celso Giglio. Cita problemas de Osasco quanto às ambulâncias, medicamentos vencidos e habitação, problemas solucionados pela atual gestão, que fez a regularização de moradias. Comenta emenda de sua autoria, para a construção de UTI infantil, o que levou à redução da mortalidade de crianças.

 

016 - JOÃO PAULO RILLO

Para comunicação, endossa a manifestação dos Deputados Edinho Silva e Marcos Martins sobre a administração de Osasco. Discorda da manifestação do Deputado Celso Giglio. Considera insuficientes os dados apresentados. Argumenta que houve redução da mortalidade infantil. Cita preocupação quanto à saúde preventiva. Considera o discurso do Deputado Celso Giglio eleitoreiro.

 

017 - JOOJI HATO

Reproduz noticiário sobre a morte de jovens. Lamenta a morte de torcedor palmeirense, no último domingo. Reflete sobre o papel do Legislativo sobre o assunto. Faz indagações sobre o tema. Cita a necessidade de projetos com ações preventivas sobre a segurança pública. Combate a venda de bebida alcoólica durante os jogos da Copa do Mundo.

 

018 - JOOJI HATO

Pede a suspensão dos trabalhos por cinco minutos, por acordo de lideranças.

 

019 - Presidente ULYSSES TASSINARI

Defere o pedido e suspende a sessão às 15h56min; reabrindo-a às 16h04min.

 

020 - ADRIANO DIOGO

Requer a suspensão da sessão por cinco minutos, por acordo de lideranças.

 

021 - Presidente ULYSSES TASSINARI

Defere o pedido e suspende a sessão às 16h05min; reabrindo-a às 16h14min.

 

022 - JOOJI HATO

Cita projeto de sua autoria, para plantação de árvores frutíferas na cidade de São Paulo. Fala os problemas provocados por cupins, que corroeram o edifício da Câmara paulistana. Comenta a inauguração de unidade para tratamento de usuários de drogas, que contou com a presença do ministro da Saúde (aparteado pelo Deputado Marcos Martins).

 

023 - ADRIANO DIOGO

Comenta o PL 687/11, que trata do reassentamento de terras na região do Pontal do Paranapanema. Faz analogia com o poema de Maurício Tapajós, do período militar. Recorda debates nesta Casa, ao longo da semana passada, sobre as trocas de Lideranças. Questiona o PSDB sobre o projeto citado. Tece considerações sobre a matéria. Lamenta que tenha ocorrido apenas uma audiência pública sobre o tema.

 

024 - DONISETE BRAGA

Pelo art. 82, informa que, hoje, a Represa Billings completa 87 anos. Destaca sua importância para o Estado de São Paulo. Recorda a aprovação, por esta Casa, de lei específica da represa. Afirma que o projeto ainda não é cumprido. Fala sobre a necessidade de recuperação do manancial da Região do ABC paulista. Comenta sua presença, com o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na inauguração de centro de apoio psicosocial. Combate o Governo do PSDB quanto ao tratamento dispensado aos dependentes químicos do Estado de São Paulo.

 

025 - DONISETE BRAGA

Solicita a suspensão dos trabalhos por 30 minutos, por acordo de lideranças.

 

026 - Presidente ULYSSES TASSINARI

Registra o pedido. Por conveniência da ordem, suspende a sessão às 16h36min; reabrindo-a às 16h38min.

 

ORDEM DO DIA

027 - Presidente ULYSSES TASSINARI

Coloca em votação e declara sem debate aprovados os seguintes requerimentos de urgência: do Deputado Roberto Morais, ao PLC 11/12; e do Deputado Estevam Galvão, ao PR 31/05. Coloca em votação e declara aprovados os seguintes requerimentos: do Deputado Itamar Borges, para constituição de Comissão de Representação com o intuito de acompanhar reunião da frente parlamentar de apoio às Santas Casas, na Câmara dos Deputados, no dia 28/03; e do Deputado Feliciano Filho, para constituição de Comissão de Representação com a finalidade de acompanhar audiência pública na Assembleia Legislativa de Goiás, no dia 29/03.

 

028 - ROBERTO MORAIS

Para comunicação, agradece a aprovação de requerimento que concede tramitação em regime de urgência ao PLC 11/12. Ressalta a participação do Governador Geraldo Alckmin no projeto.

 

029 - ROBERTO MORAIS

Requer a suspensão dos trabalhos por 20 minutos, por acordo de lideranças.

 

030 - Presidente ULYSSES TASSINARI

Registra o pedido. Convoca reunião extraordinária da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, para hoje, às 16h50min. Suspende a sessão às 16h43min.

 

031 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência e reabre a sessão às 17h16min.

 

032 - JOOJI HATO

Solicita a suspensão dos trabalhos até as 17 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.

 

033 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido e suspende a sessão às 17h16min; reabrindo-a às 17h29min. Registra a presença do secretário Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Marcos Belizário, acompanhado da Senhora Naiara Reis de Almeida Perrucci, Diretora do Departamento de Documentação e Informação. Informa que o Secretário realizou doação de 16 volumes de legislação em braille a esta Casa. Parabeniza a iniciativa do Senhor Marcos Belizário.

 

034 - MARCOS BELIZÁRIO

Secretário Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, destaca a importância deste Legislativo para o Estado de São Paulo. Cumprimenta os Deputados presentes. Fala sobre o trabalho realizado pela Prefeitura de São Paulo em prol dos deficientes do município. Destaca a importância de que deficientes visuais tenham acesso à legislação do País. Relata entrega de obras em braille na biblioteca Mário de Andrade. Informa que diversos fóruns paulistanos já contam com acervo em braile.

 

035 - CÉLIA LEÃO

Agradece o trabalho realizado pelo Secretário Municipal Marcos Belizário em prol de portadores de deficiência do Estado de São Paulo. Destaca a importância de que deficientes visuais tenham acesso à legislação do País.

 

036 - RAFAEL SILVA

Destaca a atenção dada pelo Secretário Marcos Belizário aos deficientes visuais.

 

037 - OLÍMPIO GOMES

Parabeniza o trabalho realizado pelo Senhor Marcos Belizário a frente da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida. Recorda a atuação do Secretário enquanto militante do Partido Verde. Destaca a necessidade de maiores políticas de inclusão para deficientes físicos.

 

038 - JOOJI HATO

Cumprimenta o Secretário Marcos Belizário, presente em plenário. Relata sua participação, enquanto Vereador pelo município de São Paulo, na criação de escola voltada para portadores de deficiências físicas.

 

039 - JOSÉ BITTENCOURT

Parabeniza a iniciativa do Secretário Marcos Belizário de distribuir livros em braile.

 

040 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara aprovada a consulta às Lideranças para que fosse dado conhecimento da íntegra e votada a emenda aglutinativa ao PL 687/11. Coloca em votação e declara aprovado requerimento, do Deputado Samuel Moreira, de método de votação ao PL 687/11. Coloca em votação o PL 687/11, salvo emendas.

 

041 - SIMÃO PEDRO

Encaminha a votação do PL 687/11, salvo emendas, em nome do PT.

 

042 - ADRIANO DIOGO

Encaminha a votação do PL 687/11, salvo emendas, em nome da Liderança da Minoria.

 

043 - OLÍMPIO GOMES

Encaminha a votação do PL 687/11, salvo emendas, em nome do PDT.

 

044 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara aprovado o PL 687/11, salvo emendas. Coloca em votação e delcara aprovada emenda apresentada no parecer do relator especial. Coloca em votação e declara aprovada a emenda aglutinativa de nº 05. Coloca em votação as demais emendas.

 

045 - CARLOS GIANNAZI

Declara voto contrário ao PL 687/11, em nome do PSOL.

 

046 - ANA PERUGINI

Encaminha a votação das demais emendas, englobadamente, em nome do em nome do PT.

 

047 - ALENCAR SANTANA

Declara voto contrário ao projeto e favorável às emendas do PT. Informa que deve encaminhar o voto por escrito.

 

048 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra as manifestações. Coloca em votação e declara rejeitadas as demais emendas.

 

049 - LECI BRANDÃO

Declara voto contrário ao projeto e favorável à emenda aglutinativa, em nome do PCdoB.

 

050 - OLÍMPIO GOMES

Declara seu voto favorável a todas as emendas.

 

051 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra as manifestações. Convoca sessão extraordinária, a realizar-se hoje, com início 10 minutos após o término da presente sessão. Registra a visita de alunos do Curso Técnico em Serviços Jurídicos do Centro Paula Souza - Etec da Zona Leste.

 

052 - SAMUEL MOREIRA

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

053 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 28/03, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra-os a realização de sessão extraordinária, hoje, com início às 19 horas. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Luiz Carlos Gondim para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - LUIZ CARLOS GONDIM - PPS - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio, pelo tempo regimental.

 

O SR. CELSO GIGLIO - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre deputado Jooji Hato, de quem sou admirador, amigo há mais de 30 anos, de que muito orgulho, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, público presente, funcionários da Casa, venho de uma reunião da comissão de Saúde e com muita tristeza falar da Saúde da minha cidade.

No início de março o Brasil tomou conhecimento dos resultados do Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde - Idsus. Esse índice é um levantamento do Ministério da Saúde, que é do mesmo partido do prefeito da nossa cidade. Esse índice avalia o acesso e a qualidade dos serviços de saúde do país. São, portanto, dados oficiais.

Não bastasse a reclamação da população, por todos os lados em que andamos, da cidade completamente abandonada, com próprios da saúde também abandonados, não bastasse a reclamação do povo mais sofrido que usa os serviços públicos de saúde que são municipalizados, o ministério criou o Idsus. Foi criado em boa hora, entre 2008 e 2010, para avaliar o grau da qualidade do serviço básico e do especializado ambulatorial e hospitalar, e do serviço de urgência e emergência. A verdade é que Osasco ficou num dos últimos lugares no grupo das cidades em que foi classificado.

Temos aqui no grupo II, as melhores: Barueri, Chapecó, Muriaé, Tubarão, Itajaí, Montes Claros, Marília, Botucatu, Barretos, Campo Largo. As piores: São Gonçalo, Niterói, Nova Iguaçu, Ananindeua, no Pará; Duque de Caxias, no Rio de Janeiro; Caruaru, em Pernambuco; Aparecida, em Goiânia; Santo André, em São Paulo; em penúltimo lugar, Osasco, uma nota baixíssima de 4.8; só está na frente de um pequeno município do Espírito Santo que se chama Serra.

Vejam bem, uma das maiores cidades do país, uma das maiores arrecadações do país, com um comportamento tão negativo na área da Saúde, Sr. Presidente, é lamentável.

A rede privada não atende o SUS na nossa cidade, porque com tabelas tão baixas e insuficientes a rede privada não se interessa, não existe um único hospital privado que queira atender o SUS no meu município. Ao pobre e ao pequeno resta somente à rede pública de saúde e a grande maioria dos equipamentos desses hospitais foram construídos na minha gestão como, por exemplo, os dois hospitais que nós temos em Osasco: Hospital Antonio Giglio, com 150 leitos e construído na minha primeira gestão; e a Maternidade Amador Aguiar, que possui o mesmo número de leitos e foi construída também no primeiro governo, porém a situação em que esses equipamentos se encontram é uma lastima.

Os prontos-socorros que nós também inauguramos, praticamente são localizados um em cada conglomerado, em cada bairro privilegiado também se encontram em péssimas condições. Isso é ocasionado por má gestão? Só pode ser. Porque o que se gasta em saúde lá em Osasco é bastante. Ficamos muito tristes em saber que o nosso município está entre os últimos colocados na área da Saúde.

Em uma próxima oportunidade, voltarei para fazer uma denúncia, Sr. Presidente, sobre alguns outros pontos da nossa região que são importantes no cotidiano dos cidadãos, mas que estão extremamente fragilizados. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Orlando Morando. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Samuel Moreira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa e telespectadores da TV Alesp, quero comentar uma notícia que saiu no jornal “Folha de S.Paulo”, entre outros, sob o título: “Jovens protestam contra torturadores.”

Tivemos uma manifestação ontem em São Paulo, na Avenida Vereador José Diniz, em frente a uma empresa de segurança de propriedade do ex-Delegado de Polícia do Estado de São Paulo aposentado, David dos Santos. O protesto o intitulou como torturador e, inclusive chamou atenção da grande mídia para o fato como um protesto pela não instauração e designação de membros para comporem a Comissão da Verdade no plano nacional.

Faço a defesa do delegado de polícia. Um policial que trabalhou mais de 40 anos no serviço policial e foi, sim, designado e escalado em determinado momento de sua vida para trabalhar no Doi-Codi em São Paulo. Não foi um convite, mas uma escala. E na sua ficha de serviço e pessoal, David dos Santos nunca foi acusado de homicídio, tortura ou sequer de quaisquer outras circunstâncias. Ele em tempo algum foi incriminado administrativamente na Polícia Civil pelas faltas ou punições disciplinares de A a F que começam com advertência e posteriormente passam a uma demissão a bem do serviço público. Mas por ter servido no Doi-Codi, chegou a ser denunciado pela Procuradoria da República em que houve uma sentença judicial o eximindo de qualquer responsabilidade, até porque, em todas as circunstâncias onde foi instado a depor e a se pronunciar, ele sempre o fez. Mas de repente uma manifestação, bastante hostil, em frente ao seu estabelecimento, o coloca como um torturador.

Devemos nos lembrar que a própria Lei de Anistia dizendo que ela é ampla, geral e irrestrita, já foi questionada e decidida em 2009, pelo Supremo Tribunal Federal. E na próxima quinta-feira, deveremos ter mais um julgamento do STF que ratificará o posicionamento do guardião da Constituição, o Supremo Tribunal Federal, pela validade absoluta da Lei de Anistia. Mesmo assim qualquer circunstância na Comissão da Verdade seja no âmbito federal ou no estadual - como foi aprovada uma lei aqui nesta Casa, em que a Comissão da Verdade, presidida pelo nosso amigo Deputado Adriano Diogo, foi criada - poderá ser apreciada. Qualquer circunstância.

O que não se pode é admitir, são os pré-julgamentos ou os julgamentos indevidos que contrariam as decisões judiciais ao longo de tantos anos, maculando a imagem de pessoas e contribuindo até para desmerecer a imagem da empresa e do hoje empresário.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Roberto Morais.

 

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Por isso venho à tribuna fazer essa manifestação encarecendo que os órgãos de Segurança Pública, através da Secretaria de Segurança Pública e da Delegacia Geral de Polícia, determinem a abertura de um inquérito policial em que sejam apuradas as circunstâncias em que foi gerada essa manifestação dirigida a uma pessoa sem que fatos novos de qualquer natureza e que possam incriminá-la administrativamente, civilmente ou criminalmente, tenham sido apresentados.

Solicito à Assembleia Legislativa e à Comissão de Segurança Pública, própria desta Casa, que acompanhem mais proximamente casos semelhantes que possam acontecer. E que esta Casa de Leis possa ser também um órgão de fiscalização permanente para que não aconteçam excessos ou, até no ímpeto de fazer uma apuração que possa modificar o contexto da história, se cometam graves erros ou injustiças.

 

O SR. PRESIDENTE - ROBERTO MORAIS - PPS - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, Deputado Roberto Morais, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, tivemos hoje a inauguração do Complexo Prates. Esse complexo é uma obra da prefeitura. Presentes ao referido evento o Governador Geraldo Alckmin, Ministro Alexandre Padilha, e não poderia deixar de estar presente o Prefeito, porque, como disse, esta é uma obra municipal.

Presentes, também, várias entidades, muitas autoridades, várias autoridades religiosas, Arcebispo Dom Odilo. Esse Complexo Prates é uma construção moderna. Gostei muito porque há uma transparência, por exemplo, aqueles que jogam basquete podem ver os que estão jogando futebol, ou ensaiando outra atividade qualquer, uma arquitetura bem moderna.

Fiquei muito feliz porque lá temos profissionais competentes como médicos, paramédicos, assistentes sociais, enfim, todos os profissionais que vão cuidar principalmente dos usuários de drogas. Esse complexo foi construído com esse objetivo.

Sei que temos que construir esse complexo, sim, e outros equipamentos para resgatar os nossos jovens, resgatar aqueles que se enveredam no caminho das drogas, que não interessa para ninguém.

Então, numa reflexão eu pergunto: quantos desses equipamentos temos ainda que construir? Isso porque aqui no nosso País, infelizmente, há uma epidemia que se inicia com a bebida alcoólica, vai para as drogas, principalmente o crack, e hoje está chegando ao oxi, que é o último andar da violência.

Pelo andar da carruagem teremos que construir todos os meses e todos os anos vários equipamentos dessa natureza, porque há uma leva de adolescentes usuários de drogas que vão por esse caminho. Portanto, ao invés desse contingente diminuir, na realidade está aumentando mais.

Para se ter uma ideia, hoje até um cortador de cana, lá em Alagoas, ou em Pernambuco, ou aqui em Olímpia, Ribeirão Preto, aqui no Estado de São Paulo, já está usando crack; e esse caminho não tem volta.

Se o Governo não fizer uma política antidroga cercando as fronteiras internacionais, impedindo que essas drogas, juntamente com as armas que matam - nós temos 16 milhões de armas, onde metade delas são usadas pela polícia e o restante são armas ilegais, contrabandeadas, roubadas, numeração raspada -, como matou um torcedor palmeirense no último domingo e também um outro que teve morte encefálica no dia de hoje, como registrado no boletim médico do hospital - essa é a segunda vítima fatal dessa violência. Como é que esses torcedores foram mortos? Com arma ilegal. Certamente foi com arma ilegal.

Voltando ao tema das drogas, nas fronteiras entre a Bolívia e o Brasil, Paraguai, Colômbia, mesmo o Peru, hoje um dos maiores produtores de drogas, pensamos que é a Bolívia. E o que acontece? Nós não cercamos as fronteiras. Essas drogas passam pelas fronteiras interestaduais se não vier via aérea. Teríamos que cercar as fronteiras interestaduais. Se essas drogas passarem, como passam, até por via aérea, ou via marítima, temos que fazer as blitz com desarmamento. Aliás, não só tirar essas armas ilegais - que matam - como também procurar essas drogas.

Temos vários recursos para procurarmos as drogas: temos cães farejadores. Esse animal que é o amigo do homem pode nos ajudar muito nesse sentido. Podemos colocá-los nas portas das escolas, nas ruas, enfim em vários locais.

Sr. Presidente, termino essa minha intervenção dizendo da esperança de que possamos cercar primeiramente as fronteiras, fiscalizar aqui nas cidades, na Capital e fazer com que essas drogas e essas armas não cheguem até os adolescentes. Infelizmente, vemos adolescentes de 13 anos empunhando uma metralhadora na maior cidade do Hemisfério Sul, que é São Paulo, nossa Capital. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ROBERTO MORAIS - PPS - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Júnior. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.)

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. ENIO TATTO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício, nobre Deputado Roberto Morais, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, ocupantes das galerias desta Casa que hoje nos visitam, assomo a esta tribuna para tecer comentários sobre o ocorrido no domingo próximo passado. Falo da guerra em que se envolveu parte da torcida do Palmeiras e do Corinthians - uma parte minoritária -, aonde pelo menos duas pessoas vieram a falecer, uma no domingo e outra no dia de ontem; parece que há uma vítima também em estado grave.

Primeiro, quero dizer que volto a esse tema não para surfar na onda de uma tragédia e levantar esse assunto, mas sim porque sou autor da Lei 11.490 de outubro de 2011, que trata desse assunto, e também da permissão da utilização dos mastros das bandeiras nos campos de futebol e que foi vetado pelo Governador Geraldo Alckmin.

Primeiro para lamentar, porque foi uma tragédia com data, local e hora marcada. Os únicos que não sabiam que ia acontecer o que aconteceu na Avenida Inajar de Souza eram as autoridades governamentais. Era o Governo do Estado, Deputado Olímpio Gomes, o Comando da PM, os responsáveis pelos jogos de futebol, e a Polícia daquela região. Exceto esses, toda a sociedade sabia, principalmente os esportistas. Isso porque naquela região esses confrontos são de costume. Portanto, tinha que ter uma prevenção; infelizmente isso não ocorreu.

Lamentamos também e muito quando o Governo do Estado de São Paulo vem a público justificar as ocorrências. Aqui em São Paulo está acontecendo o seguinte: o Governador Geraldo Alckmin vem a público justificar tudo o que acontece. Tem um problema na CTPM, ao invés de vir o Presidente da referida empresa justificar, em seu lugar vai o Governador e o faz; ocorre um problema no Metrô, não é o Presidente do Metrô, ou o Secretário de Transportes que vem justificar, mas o Governador Geraldo Alckmin. E no dia de ontem o mesmo aconteceu. Um problema de Segurança Pública, e foi o Governador Geraldo Alckmin que justificou. Qualquer dia vai ter um problema de tapa-buraco, ele que vai querer justificar também e não o seu Secretário de Obras Públicas. Ou seja, é uma má gestão.

E o Governador Geraldo Alckmin vem a público e fala que é inadmissível e intolerável; só faltava o Governador tolerar esse tipo de coisa.

Isso vem acontecendo repetidas vezes. Nos últimos três anos são pelo menos cinco mortes envolvendo essas duas torcidas. E aquilo que vimos pela televisão, aquele arsenal que os noticiários mostraram na televisão - pedaços de ferros, pedras, bombas, rojões - nós vimos com detalhes, Major Olímpio, e ali não tinha nenhum mastro de bandeira feito de taquara ou de bambu.

Na época eu desafiei para trazerem um vídeo mostrando alguma morte ou agressão que alguém tenha cometido com um mastro de bandeira, muito pelo contrário, enquanto ele está lá abanando a bandeira, não está dando porrada nos outros torcedores.

Era um arsenal e fico imaginando que o cara não leva aquelas barras de ferro e aqueles rojões dentro da carteira, nem no bolso e nem no agasalho, são levados nas mãos e eles andam com aquilo marchando na avenida. Aquela gangue, aqueles torcedores, se é que são torcedores, na verdade são bandidos, mas a polícia não viu aquilo! Todo mundo viu.

Estou falando isso porque aqui em São Paulo tem lei. E não é problema de legislação, o Estatuto do Torcedor está claro. A lei que foi aprovada em novembro, que é de minha autoria, e também um acórdão, um TAC feito em 1995, quando ocorreu o episódio no Estádio do Pacaembu quando passava por uma reforma, na final do Campeonato Juvenil, eles utilizaram todo tipo de instrumento encontrado lá e mataram um torcedor, mas em nenhum momento utilizaram mastro de bandeiras. Tudo isso foi acordado.

A ineficiência está no Governo do Estado e no comando da Polícia Militar. E vem o Coronel Camilo falando: “Os bandidos não nos avisaram a hora que eles iam se reunir lá na Avenida Inajar de Souza.” Foi exatamente isso que ele falou claramente: “Eles se anteciparam e nos pegaram de surpresa”, Deputado Celso Giglio.

Será que o cara que vai roubar uma casa avisa o horário em que irá cometer o roubo? O crime organizado avisou quando eles iriam atacar? O cara vai avisar que roubará um carro? Aquelas pessoas são bandidos travestidos de torcedores de torcida organizada. Todos sabem que é naquele local que eles se reúnem. Então o que realmente falta é a aplicabilidade da lei.

Essa lei que foi aprovada diz que o torcedor tem que ser cadastrado, não só da torcida organizada, mas todo torcedor.

Hoje tem tecnologia, pela impressão digital ou pelas vísceras. Isso é fácil de resolver. Tem que ter vontade política. Aquele pessoal que guerreou, que bateu e que matou na Avenida Inajar de Souza, Deputado Major Olímpio, V.Exa. que entende desse assunto, sabe que aquele pessoal fez isso entre 10 e 11 horas da manhã, e às 15 ou 16 horas estavam entrando no Estádio do Pacaembu como se nada tivesse acontecido.

Se houvesse um cadastro que os identificassem, no momento que eles entrassem no estádio seriam presos. O que realmente está faltando é punição e colocar a lei em prática. É isso que está faltando.

Infelizmente é uma tragédia após a outra, morte após outra. E não adianta a Federação Paulista de Futebol tomar a decisão que tomou ontem, no afogadilho, para dar uma resposta para a sociedade, fazendo coro com o senso comum “Vamos proibir a Mancha Alviverde de entrar nos estádios de futebol; vamos proibir a Gaviões da Fiel de entrar nos estádios de futebol” o que aconteceu e o que vais acontecer? Amanhã já terá outra entidade com um nome semelhante, como aconteceu no passado, mas as pessoas são as mesmas.

Então o que realmente precisa é de um cadastro para identificação de torcedores para que esses bandidos sejam punidos e fiquem no lugar deles: preso na cadeia.

Para isso nós temos tecnologia. O que precisa realmente é de organização e vontade política para enfrentar esses problemas.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ary Fossen. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim, pelo tempo regimental.

 

O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanham pela galeria, eu assomo esta tribuna para falar novamente sobre Saúde. Tem aqui uma reportagem dizendo que na UTI neonatal da Santa Casa de Mogi está próximo de uma infecção hospitalar. Lá já houve casos de óbitos: primeiro de 13 crianças e outra vez 16 crianças. Qual é a razão? O Hospital Santa Marcelina de Itaquá diz que não fará mais parte de risco, então encaminha para quem faz: o Hospital Santa Casa de Mogi e o Hospital Santa Casa de Suzano que têm o serviço de neonatologia.

Fecham o serviço ou dificultam o atendimento em toda a zona leste, onde nós estamos e principalmente no Alto Tietê.

A Santa Casa de Mogi não pode dizer ‘não’ porque tem uma neonatal funcionando com obstetras de plantão. Eles conseguem fazer 400 partos no mês, uma média de 16 partos em pacientes que não são de riscos e gestantes de riscos, mas o que vem acontecendo? Nós estamos com uma superlotação que vem aumentando nossa dívida e o governo do Estado e o Ministério da Saúde juntos precisam credenciar mais 89 leitos da UTI neonatal, mas não credenciou.

Não é possível organizar, se tem em funcionamento nove dos 10 leitos disponíveis, não é possível aumentar para 12 ou 13 sem que haja um credenciamento.

Quem paga essa conta? As Santas Casas que estão todos os dias pagando contas que o SUS não repassa o necessário para que possamos ter um atendimento adequado. Por outro lado, nós temos visto fechar a maternidade do Santa Marcelina de Itaquá, a Maternidade do Santa Marcelina do Itaim, o Pronto Socorro do Itaim, dificuldade no atendimento por falta de médicos no Hospital de Ferraz... E o que acontece? Acumula no Luzia de Pinho Melo, acumula nas Santas Casas regionais e a população fica horas e horas sendo atendida nos corredores.

Meus amigos, a situação está bastante delicada. Eu acho que o secretário de Saúde tem que sair da Secretaria e visitar esses hospitais para saber o que está acontecendo: falta de médicos; atendem quem eles querem; não atende a média complexidade, cirurgia de hérnia, cirurgia de varizes e de vesícula. A população sofre barbaridades para conseguir o atendimento.

Entra em discussão para saber se pagou mais ou menos as OS. O Santa Marcelina diz que cortaram por isso eles fecharam o pronto socorro.

As organizações sociais do Luzia dizem: “Não, cortaram e nós estamos com dificuldades no atendimento porque o nosso teto chega muito rápido”. Gente se eles estão querendo trabalhar, tem condições de trabalhar, evitam essas filas e esses atendimentos do corredor, tudo bem. Vamos pagar essas entidades, mas vamos fazer os hospitais do próprio estado funcionar. Porque quebraram totalmente o que nós tínhamos, os hospitais Santas Casas e Luzia atendiam as cirurgias, atendiam todas as especialidades, agora temos uma AME, e o hospital de retaguarda no pós-cirúrgico, no pós-tratamento, diminui ou corta o funcionamento.

Então não existe quem preste o atendimento e também faça o atendimento de pós-tratamento, que é a retaguarda, mas nós precisamos ter esses hospitais com prontos-socorros abertos, e tudo isso tem que dar vazão porque no caso de cirurgia de ortopedia, quando chega entre 20 ou 30 dias o paciente tem que voltar ao hospital de retaguarda.

É por isso que o secretário tem que sair de dentro da Secretaria e ele mesmo, que talvez nunca tenha atendido um paciente, a não ser para fazer radiologia, conhecer o que é o atendimento na periferia, o que é o atendimento da população que precisa ser atendida. Estamos hoje no Hospital do Câncer com mais de 150 viagens para São Paulo, automóveis com quatro pacientes, com cinco pacientes trazendo-os para tratamento de câncer aqui. Os hospitais de todos os municípios precisam ser visitados. É um apelo que faço ao Secretário. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, gostaria de convidar todos os deputados, todas as deputadas, o público presente a participar, amanhã, de uma grande Audiência Pública em Defesa dos Servidores do Judiciário. Será realizada às 16 horas, aqui no Plenário Franco Montoro. Antes disso, às 13 horas, estaremos participando de uma assembleia dos servidores, na Praça João Mendes, em defesa dos direitos trabalhistas dos servidores, direitos sonegados pela Presidência do Tribunal de Justiça. Estamos assistindo estarrecidos e perplexos às denúncias feitas quase que semanalmente contra o Tribunal de Justiça aqui do Estado de São Paulo, denúncias feitas pelo Conselho Nacional de Justiça, pela imprensa, em relação às indenizações milionárias a setores da Magistratura aqui do nosso Estado.

Nesta semana mesmo a revista “Veja” publicou uma matéria dando conta de que o ex-Presidente do Tribunal de Justiça, já falecido, Antonio Viana, recebeu uma indenização de um milhão que ele mesmo se autoconcedeu quando estava no exercício da Presidência do Tribunal de Justiça. É um absurdo! Ao mesmo tempo estamos aqui assistindo estarrecidos à publicação dessa Portaria 8539, de 2012, que concede agora o vale-refeição para toda a Magistratura, juízes e desembargadores. Até aí nada contra, porque são trabalhadores, e todo trabalhador tem direito ao vale-refeição. A questão nem é essa; a questão é que essa portaria é retroativa a 14 de abril de 2006, a mais de 2200 membros da Magistratura. O fato é que essa indenização vai consumir mais de 140 milhões de reais dos cofres públicos do nosso Estado, dos nossos impostos.

O vale-refeição, que hoje é de 29 reais no Tribunal de Justiça, que passou a vigorar após a heroica e justa greve dos servidores do Judiciário, em 2010, até então era de quatro reais. Era o vale-coxinha, que recebe o professor, o policial civil, o policial militar, o servidor do Sistema Prisional, enfim que recebe a maioria dos nossos servidores estaduais. Com aquela greve os servidores conseguiram essa conquista. Acontece que a retroatividade será feita em cima do valor de 29 reais, e não de quatro. Queremos também a isonomia em relação aos 40 mil servidores do Judiciário, que essa indenização seja feita também, a diferença. Por que 29 reais desde 2006 se os servidores também recebiam um vale-refeição de quatro reais? O que estamos colocando é que não há isonomia.

Para a Magistratura tudo, as indenizações são pagas na frente, indenizações milionárias com o dobro de juros, e para os servidores nada. Os servidores estão esperando também as suas indenizações, férias não pagas, licença-prêmio que não foram pagas também, e tantos outros direitos trabalhistas não pagos. O Tribunal de Justiça tem uma dívida de mais de dois bilhões de reais com os nossos servidores, que carregam, praticamente, a Justiça nas costas aqui no nosso Estado. E, no entanto não temos a garantia da isonomia.

Vamos debater também esse tema na nossa audiência pública e tantas outras denúncias feitas que chegam a nós, em nosso gabinete, em relação às contradições e às irregularidades que ocorrem no Tribunal de Justiça, desde a questão salarial, da falta do respeito à data-base, até mesmo denúncias graves de assédio moral, sexual, de perseguição. Sobretudo vamos fazer um ato de desagravo a 10 integrantes da Assojuris que estão sendo perseguidos, ameaçados de exoneração dos seus cargos, porque não se curvaram ao autoritarismo de alguns setores do Tribunal de Justiça. Enfrentaram todas essas injustiças colocadas hoje abertamente pela própria imprensa. Entre esses servidores, há três diretores da Assojuris. Refiro-me ao Antonio Carlos Capela, ao Adolfo Neto Pardal e ao Carlos Alberto Alemão, que são grandes lideranças dos servidores do Judiciário.

Não vamos permitir que sejam exonerados, porque a Constituição Federal garante o direito de manifestação, de organização sindical. É inconcebível que o Tribunal de Justiça dê um péssimo exemplo perseguindo os seus servidores que estão exercendo atividade sindical, de organização de classe em defesa dos seus servidores.

Queremos aqui repudiar essa atitude do Presidente do Tribunal de Justiça, Desembargador Ivan Sartori, de agora ameaçar processar a "Folha de S.Paulo", porque esse jornal veiculou uma matéria dizendo que o CNJ está investigando o Tribunal de Justiça. O Presidente fala que não é investigação, é apuração. Se o Tribunal de Justiça vai processar a "Folha de S.Paulo", fico imaginando o que ela não vai fazer com os 10 servidores que estão sendo perseguidos. A "Folha de S.Paulo" é um jornal poderoso, tem uma assessoria jurídica para se defender. Agora, os nossos servidores não têm quem os defenda. Então todo o apoio aqui à Assojuris; vamos lutar contra a perseguição dos seus sindicalizados, dos seus filiados e vamos defender aqui a liberdade de organização sindical e de expressão. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - A Presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença dos alunos da Escola Estadual Adélio Ferraz de Castro, da Cidade de Vargem, acompanhados pelos professores José Carlos Cerqueira, Luiz Henrique Fusel e Adalberto Leticio Alessandri, a convite do nobre Deputado Edmir Chedid. A todos as homenagens do Poder Legislativo. (Palmas.)

Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais.

 

O SR. ROBERTO MORAIS - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, alunos aqui presentes, telespectadores da TV Assembleia, quero aqui fazer coro aos demais parlamentares que já comentaram, lamentavelmente, o incidente ocorrido novamente envolvendo torcedores de futebol. Em agosto do ano passado, um torcedor do Corinthians morreu, foi atirado no Rio Tietê, e agora foi dado o troco, os torcedores do Corinthians foram para cima dos torcedores do Palmeiras. Lamentável, acima de tudo, essa violência com que convivemos no Estado de São Paulo com as torcidas organizadas.

Neste Parlamento, o maior do País, vamos fazer coro a essas denúncias para que a Federação Paulista de Futebol tenha postura firme. Hoje, inclusive, falei com o Dr. Paulo Castilho. Durante muito tempo, ele foi homem do MP nas torcidas; hoje, está no Ministério dos Esportes. Dr. Paulo, casado com uma piracicabana, mora em Piracicaba, é meu amigo pessoal. Hoje, está em São Paulo e já apontou vários caminhos que deveriam ser seguidos para evitar essa violência.

Adoro futebol. Comecei minha vida jornalística com futebol e ainda faço coberturas em rádio, jornal, TV. Meu querido XV de Piracicaba, que, espero, não volte para segunda divisão. Estamos muito preocupados com essa situação envolvendo as torcidas organizadas. Felizmente, na nossa cidade, as torcidas do XV são realmente organizadas. Tenho contato com todas elas. Até hoje, nos jogos que aconteceram nessa primeira divisão, não tivemos confronto com a torcida do Santos, do São Paulo, os grandes que lá jogaram. Amanhã, o XV estará no Pacaembu enfrentando o Corinthians e a torcida virá de Piracicaba.

Outro assunto que nos traz à tribuna hoje. Defendemos, e muito, a região de Piracicaba. É lá que trabalhamos pelo povo do Estado de São Paulo; o nosso forte político é ali. Já houve início da construção do nosso entorno: o Rodoanel de Piracicaba. Piracicaba tinha uma rua tortuosa cheia de buracos, que passava pelo distrito. Agora, não. Por meio de uma união de forças políticas, conseguimos do então Governador José Serra um compromisso e a Rodovia do Tietê já começou.

Nosso Rodoanel tem nove quilômetros, vai cortar dois distritos industriais, vai chegar à fábrica da Hyundai, que começará a produzir neste ano 150 mil carros. Rodoanel duplicado, com duas pontes de 300 metros em cima do nosso querido Rio Piracicaba, uma das coisas mais importantes que temos naquela cidade. As obras começaram, estão num ritmo forte.

Na última sexta-feira, estive com o Dr. Sebastião Ricardo, Presidente da Concessionária Rodovias do Tietê, com quem convivi durante dez anos enquanto ele fez parte da Agência Reguladora de Transportes (Artesp). Hoje, para a nossa felicidade, ele é o Presidente da Concessionária Rodovias do Tietê, que vai fazer essa obra. Também está prestes a começar a duplicação total da Rodovia do Açúcar, de Rio das Pedras a Capivari. Fizemos um pedido oficial à Dra. Karla Bertocco, na Artesp, e também ao Governador Geraldo Alckmin, há 15 dias, quando visitou Piracicaba, para que ele autorize a antecipação da obra de Capivari até Salto e também a conclusão da 101, que sai de Hortolândia e vai até Capivari.

É uma obra para 2018. A empresa concessionária está se propondo a realizar as duas obras sem ônus algum para o Estado, mas que elas sejam concluídas antes da data prevista. Possamos, ao final de 2014, entregar esse trecho de Rio das Pedras até Salto e o trecho da 101, que sai da Anhanguera, em Campinas, antiga estrada da Bosch, e vai terminar em Capivari. Trata-se de uma rodovia extremamente perigosa; muitas vidas ali se foram em função da falta de pista dupla.

Na próxima terça-feira, teremos reunião do Conselho da Artesp. Estaremos presentes para discutir também esse assunto, para que o Governo do Estado autorize antecipar essas duas importantes obras na região de Piracicaba, que são obras de vida, de segurança. A rodovia duplicada dá, sim, segurança.

Com relação à Piracicaba-Charqueada, os cinco quilômetros e meio começaram no bairro Santa Terezinha, em Piracicaba, e vão terminar na antiga Usina Costa Pinto. Essa obra também está num ritmo acelerado e acreditamos que, até o fim do ano, será entregue pelo Governo. Essa é uma obra do Governo do Estado de São Paulo. A licitação foi feita pela Secretaria de Transportes. As outras duas são obras de concessão, obras pelas quais já pagamos, já que existem as praças de pedágios instaladas naquele local. Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos visita e que nos acompanha pela TV Assembleia.

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva, um dos melhores prefeitos que Araraquara teve.

 

O SR. EDINHO SILVA - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos visita, servidores destas Casa, população que assiste à TV Assembleia.

No sistema democrático, quando nos aproximamos do período eleitoral, é natural que os ânimos políticos fiquem mais acentuados, que o senso crítico fique mais aguçado, que as lideranças estejam mais dispostas a fazer críticas. Há pouco, estava no meu gabinete e ocupava a tribuna o Deputado Celso Giglio, parlamentar por quem tenho muito respeito, foi prefeito de reconhecimento na Cidade de Osasco. Ele fazia duras críticas à administração do Prefeito Emidio de Souza em relação à Saúde pública.

O Deputado Marcos Martins, que é da região de Osasco, foi fundador do PT, companheiro histórico do Prefeito Emidio, de João Paulo Cunha, de todos aqueles que fizeram do PT de Osasco um instrumento para que aquela cidade vivenciasse outras experiências de políticas públicas, sabe que hoje são reconhecidas no Brasil inteiro. Tudo o que tem sido feito em Osasco é referência para prefeituras do País inteiro. Nas áreas da inclusão social, infraestrutura, habitação, resgate da cidadania de uma forma geral, a gestão do Prefeito Emidio tornou-se referência para todos nós do Partido dos Trabalhadores.

Fiquei incomodado e fui me informar sobre alguns dados na área da Saúde da gestão do Prefeito Emidio, com apoio do Deputado Estadual Marcos Martins e do Deputado Federal João Paulo Cunha. Impressionou-me muito, com muito respeito ao Deputado Celso Giglio, que a realidade que ele tratou desta tribuna não é a realidade da população de Osasco. Durante a gestão do Prefeito Emidio, a taxa de mortalidade infantil caiu de 16,2 para 11,9. Portanto, uma redução significativa. A cidade tinha 29 Unidades Básicas de Saúde; hoje, tem 35. A cidade não tinha Samu, não tinha estrutura de atendimento às urgências. Hoje, a cidade tem 16 ambulâncias Samu, 24 horas atendendo a população de Osasco. A cidade tem duas Farmácias Populares, um CEO (Centro de Especialidades Odontológicas), três UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) em construção e a Prefeitura está fazendo a reforma do Hospital Geral.

Essa é a realidade da Saúde em Osasco; essa é a realidade do trabalho feito pelo Prefeito Emidio, com apoio do Deputado Estadual Marcos Martins e do Deputado Federal João Paulo Cunha. Um governo que tem portas abertas em Brasília pela qualidade dos seus projetos, que tem respeito também do Governo estadual. Ele foi deputado nesta Casa e, portanto, motivo de orgulho da Assembleia Legislativa - foi o primeiro secretário da Mesa da Assembleia.

Penso então que seja natural que se faça críticas durante o período eleitoral; as eleições estão aí, todos querem disputá-las, fazer críticas, mas temos de reconhecer o trabalho que é feito. E a gestão do Prefeito Emidio não só é reconhecido pelo povo de Osasco. Ele foi reeleito, tem uma aprovação recorde e é referência para todo o Brasil. Muito obrigado, Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra, por permuta de tempo com a nobre Deputada Maria Lúcia Amary, o nobre Deputado Celso Giglio.

 

O SR. CELSO GIGLIO - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, amigos presentes, público que nos assiste, ouvi atentamente as palavras do nobre Deputado Edinho Silva, que respeito muito pela sua qualidade como político: homem sério e leal. Mas que, nesse momento, acabou entrando no mesmo discurso ufanista que o pessoal lá que faz o Governo de Osasco tem usado. Está tudo ótimo, uma maravilha, uma beleza, Osasco isso, Osasco aquilo, quando, na verdade, não é esta a sensação que o povo nos repassa.

Venho aqui com dados do Ministério da Saúde, o ranking das cidades. Por que Osasco se coloca no seu grupo em penúltimo lugar, com uma nota baixíssima? Em último lugar tem apenas um município muito pequeno, do Espírito Santo. Veja lá a relação: São Gonçalo-RJ, Niterói-RJ, Nova Iguaçu-RJ, Ananindeua-PA, Duque de Caxias-RJ, Caruaru-PE, Aparecida de Goiânia-GO, Santo André-SP e Osasco-SP. E depois, somente Serra-ES. É o índice que o SUS publicou. Muito mais do que esses discursos ufanistas, precisamos ver os dados, os números.

Tenho também alguns dados do Seade: taxa de mortalidade infantil por mil nascidos vivos no município é de 12,3 contra 11,86 do Estado. A taxa de mortalidade infantil é maior em Osasco do que a média no Estado de São Paulo. A taxa de mortalidade na infância por mil nascidos vivos, em Osasco, é de 14,20; e, no Estado de São Paulo é de 13,89. Serviços de Saúde: mães, por exemplo, que tiveram consultas de pré-natal, em percentagem: no município de Osasco são 69,18; no Estado de São Paulo são 78,11. Os índices são maiores e mais negativos do que a média do Estado.

Temos outros dados importantes na Educação também. No ano passado, não houve entrega de uniformes escolares, de materiais escolares. São crianças pobres que muitas vezes não têm roupa para ir à escola. Se tudo isso é para falar que está bom é complicado. Não consigo fazer esse tipo de coisa. É melhor falar a verdade, “Não foi possível, não conseguimos”, e não esses discursos ufanistas que não traduzem a realidade das nossas cidades. Construíram sim dois CEUs na nossa cidade. Todo mundo sabe que na Educação há recurso para esse tipo de construção. Quantas crianças esses CEUs irão atender? Mil, 1.500, dois mil? E o restante das crianças? Temos um número muito alto de crianças matriculadas nas nossas escolas. Duas andorinhas não fazem verão.

São jornais que publicam todos os dias, tentando criar um pensamento de que está tudo às mil maravilhas. Já vimos esse filme e não estou fazendo campanha política. Eu diria ao senhor que ainda não resolvi essa questão de candidatura, com toda sinceridade. Mas não posso deixar de fazer as críticas. O Prefeito Emidio tem as suas qualidades, foi meu colega como vereador, conheço-o há muitos anos e não sou inimigo dele. Mas não posso deixar de levantar situações negativas da nossa cidade. É muito comum vermos obras do Estado, com uma grande placa ao lado da Prefeitura. É o caso da Estação. O Governador está construindo uma estação belíssima em Osasco, com mais de 20 mil metros de construção. Do lado, a prefeitura que cedeu um pedacinho de uma rua atrás desta estação coloca lá a sua placa: obra em parceria com o Governo do Estado.

Essas coisas o povo precisa saber, de que não são assim. A Fatec também, na inauguração, estava lá como se a obra fosse realmente da prefeitura. E a gente sabe que isso pode enganar a população menos esclarecida.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Ulysses Tassinari.

 

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Meus caros amigos, a situação em Osasco é realmente essa. São esses dados estatísticos, mostrando a realidade, de que precisamos melhorar. É o que desejo. Não desejo que piore, mas desejo que o Prefeito Emidio tenha sucesso, que consiga melhorar as questões da área da Saúde. Torço para isso, o povo merece. Não torço para que ele vá mal e que continuem assim os serviços de Saúde e de Educação da nossa cidade, inclusive de Infraestrutura. Não quero me alongar nessas críticas porque não são muito do meu feitio, mas desejo que ele dê uma reviravolta, que a cidade se apresente em condições melhores para a população que vive lá, que é simples e batalhadora, e que construiu suas casinhas com mão de obra própria com muito sacrifício.

Quando era prefeito, urbanizamos quase 80 áreas livres e a gente acertava e reenquadrava o lote, levava água, esgoto, asfalto, guia, sarjeta, iluminação domiciliar, iluminação pública. Passava lá depois de seis meses, eles tinham construído as suas casinhas de alvenaria, com mão de obra de amigos, um trabalho feito em mutirão, de sábado e domingo. Quem passa lá hoje não diz que ali um dia foi uma favela. Hoje, as pessoas têm uma qualidade de vida muito diferente da que tinham antes.

Construir apartamento também vale, vale o esforço, mas atende-se um número muito menor de pessoas e esses apartamentos são construídos sempre às expensas de verbas do Governo do Estado e do Governo Federal e a prefeitura precisa fazer a sua parte, precisa urbanizar aquelas áreas onde é possível porque é mais barato. São muitas as áreas que podem ser urbanizadas e precisam de infraestrutura para esse pessoal que está sofrendo na beira dos córregos, nos barrancos com seus barracos quase caindo. Eu torço para que a nossa cidade se recupere e esse discurso, sobretudo na área da Saúde, é verdadeiro e pode ser provado através de dados de entes públicos pela Internet. É muito fácil de comprovar. O que me deixou muito triste foi esse índice do SUS que colocou a nossa cidade praticamente no último lugar do seu grupo na questão da Saúde.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, ouvi atentamente o Deputado Celso Giglio falar da Cidade de Osasco. A cidade teve uma melhora significativa do que era no governo anterior. Encontramos ambulâncias quebradas, abandonadas, medicamentos vencidos no Fundo Social. A situação era calamitosa.

No que diz respeito à habitação, à época se distribuía madeirite para as pessoas se virarem nas áreas livres. Hoje temos a construção de casas para essas pessoas: Morro do Socó, os Portais, Vicentina. As pessoas hoje têm autoestima porque além disso, houve a regularização de loteamentos e entrega dos títulos de propriedade. Portanto, acho que já estamos vivendo um momento pré-eleitoral, se já não é campanha. Esta a conclusão que estou tirando.

Houve uma redução da mortalidade infantil porque ajudamos com uma emenda e levamos para o hospital central uma UTI infantil. Um hospital de 15 anos não tinha uma UTI infantil. Certamente passou a salvar vidas e a reduzir a mortalidade infantil naquela cidade.

 

O SR. JOÃO PAULO RILLO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero fazer coro à fala dos meus companheiros Edinho Silva e Marcos Martins em relação à revolução social e cultural feita na Cidade de Osasco. Antes de ser uma casa legislativa, esta é uma casa política e nesse sentido é natural que a tribuna vá sediar muito debate político com vistas às eleições municipais, o que é absolutamente legítimo. Em que pese o respeito que toda a Bancada do PT tem pelo Deputado Celso Giglio, nós faremos o enfrentamento sempre que necessário no sentido de defender aquilo que é justo.

Aquela estatística é resultado de alguns pontos relacionados à Saúde. O Ministro da Saúde é um homem sério, pertence a um ministério que tem como Presidente da República uma filiada do Partido dos Trabalhadores e um ministro também filiado ao Partido dos Trabalhadores e que age com isenção. Analisar a Saúde pura e simplesmente pela informação do Ministério da Saúde é você desprezar uma visão de administração que mudou a Cidade de Osasco. E contra fato não existe argumento. A redução da mortalidade infantil mostra isso. Porque tem aquele que prefere investir na Saúde de maneira equivocada e corporativa para bater recordes como se cuidar de gente fosse entrar numa competição olímpica para ver quem dá mais remédio, quem contrata mais médico e isso é um equívoco.

Quando você analisa a felicidade das pessoas, a transformação da vida das pessoas, a divisão dos bens públicos, a redução da mortalidade infantil, aí, sim, você consegue identificar se houve ou não uma boa gestão na Saúde.

Quando a Saúde consegue fazer uma interface com a Secretaria da Educação, da Cultura, do Esporte aí ela cumpre a sua função essencial. Nunca houve na Cidade de Osasco um projeto tão eficiente de Saúde preventiva, que é o ideal, como agora.

Então quero fazer a defesa do PT na Cidade de Osasco e, acima de tudo, a defesa justa do Prefeito Emidio de Souza que não mede esforços para transformar aquela cidade. Achamos legítima a antecipação do processo eleitoral, mas pontuaremos cada injustiça dita desta tribuna contra o nosso partido e contra as administrações que têm à sua frente militantes do nosso partido.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato, por permuta de tempo com o nobre Deputado Vitor Sapienza.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, até quando vamos continuar ouvindo que jovens estão morrendo todos os dias ou porque bebem ou porque se drogam ou porque marcam encontros pela Internet para confrontos, a exemplo do que aconteceu neste domingo pela manhã em razão do jogo entre Corinthians e Palmeiras. Nós vemos isso com muita preocupação. Eu estava na Edgar Facó e este triste episódio acontecia na Avenida Inajar, bem próximo de onde eu me encontrava acompanhando o pré-candidato a prefeito. Essa briga tão bestial ceifou a vida de um jovem de 21 anos. Na segunda-feira pela manha às 5:15 o Hospital São Camilo divulgava a morte cerebral do rapaz. Outro jovem de 17 anos está hospitalizado no Cruz Azul, no Cambuci, e um outro de 23 anos no Hospital do Mandaqui. Ele foi baleado na bacia e passou por cirurgia.

Baseado nesses dados, pergunto: o que esta Casa pode fazer para evitar isso? O que nós, deputados, podemos fazer? Acho que dá para fazer uma prevenção na área da Segurança Pública. Por que não se faz blitz para o desarmamento? “Ah, mas aí fora é uma imensidão...” Por que não se faz revista nos ônibus dos torcedores? Eles levam armas como barra de ferro, paus, que são armas brancas, mas levam também armas de fogo, em sua maioria ilegal, que causam essas infelicidades de pais chorando a perda dos filhos, de jovens com um futuro pela frente. O que podemos fazer? Acredito que podemos fazer projetos no sentido da prevenção. Se a prevenção na medicina dá resultados positivos, na segurança não é diferente.

Há essa violência toda e imaginem se esses torcedores estivessem alcoolizados, Srs. Deputados. Seria muito pior. Por isso não consigo entender como vamos permitir a venda de bebida alcoólica durante a Copa do Mundo. Alguma coisa está errada. Qual é o interesse? Ajudará o Brasil? Não. Este país é o maior produtor de cachaça e pode dar o exemplo. Pode-se beber cachaça, mas em doses normais, sem se embriagar, sem agredir, sem bater na esposa. Durante a Copa o Brasil poderá dar o exemplo, pois as atenções do mundo estarão voltadas para este País.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - Sr. Presidente, por acordo de líderes, solicito a suspensão dos trabalhos por cinco minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Havendo acordo de líderes, está suspensa a sessão por cinco minutos.

 

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- Suspensa ás 15 horas e 56 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e quatro minutos, sob a Presidência do Sr. Ulysses Tassinari.

 

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O SR. ADRIANO DIOGO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo de lideranças, solicito a suspensão dos trabalhos por mais cinco minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças esta Presidência suspende os trabalhos por cinco minutos.

 

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- Suspensa às 16 horas e cinco minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 14 minutos, sob a Presidência do Sr. Ulysses Tassinari.

 

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O SR. JOOJI HATO - PMDB - Deputado Marcos Martins, quando eu era Vereador, sugeri que árvores frutíferas fossem plantadas na nossa cidade por conta da quebra da cadeia ecológica, que nos traz como consequência o desaparecimento dos pássaros. Quando retiramos as árvores, principalmente as frutíferas, Deputada Telma de Souza, da cidade de Santos, os pássaros vão embora, acarretando a proliferação dos cupins, que inclusive corroeram a coluna central do plenário da Câmara Municipal de São Paulo, que ficou interditada por quase três anos. Além desse transtorno, eles causam prejuízos grandiosos quando destroem móveis e estruturas, e o único predador desses insetos da família dos termitídeos, são os pássaros. Podemos atentar de diversas maneiras contra eles, porém sem muito sucesso.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Como fui criado no interior, eu sei que uma grande quantidade de aves que havia no campo, migraram para as cidades porque começaram a colocar veneno nas plantações a fim de que os pássaros não as comessem, os pássaros migraram para as zonas urbanas para poderem sobreviver. Com a ausência das árvores nas metrópoles, eles ficaram sem ter para aonde ir. É muito interessante essa migração e, infelizmente, é o ser humano quem a provoca. Nós, humanos, somos os maiores responsáveis por esse desequilíbrio ecológico.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - Por isso, podemos observar que em meio a tempestades, as árvores não resistem, pois a sua estrutura fora corroída pelos cupins. Com essa falta de resistência as árvores caem em cima das redes elétricas, provocam a destruição de carros, de residências e atrapalham a atividade econômica impossibilitando o funcionamento de vários estabelecimentos, fazendo com que eles tenham muitos prejuízos. Vejam quantos transtornos são causados porque retiramos os pássaros, únicos predadores de cupins, da nossa cidade.

Estivemos com o Ministro Padilha, com o Governador Geraldo Alckmin e com o Prefeito Gilberto Kassab, na inauguração da construção que atenderá os usuários de drogas, localizada na Rua Prates. Até quando construiremos equipamentos desse tipo? Sei que eles são necessários, porém precisamos nos ater na prevenção das drogas, com a finalidade de que não surjam novos usuários, pois se essa questão não for contida teremos que realmente concentrar os nossos esforços em construções como essa que mencionei.

A organização acerca da prevenção precisa ser orquestrada urgentemente para que possamos de fato cessar a incidência de usuários de drogas, tratando-os verdadeiramente e não construindo mais equipamentos como o que foi recentemente inaugurado.

Acredito que essas medidas precisam ser igualmente aplicadas a violência, pois ela está consumindo os recursos importantes dos SUS. Essa situação, igualmente a anterior, se dá porque não fazemos a prevenção na área da Segurança. Estamos dando pouca, ou nenhuma, atenção as blitz de desarmamento, medida que auxiliaria na redução de armas ilegais e que nos provoca tanta dor. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Deputado Ulysses Tassinari, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, Santa Gertrudes, meu irmão, convidados presentes, funcionários desta Casa e telespectadores da TV Alesp, venho a esta tribuna no dia de hoje para falar sobre o projeto de lei que trata da doação de terras do Pontal do Paranapanema, porém antes, exibirei um poema chamado “Pesadelo” de Maurício Tapajós, que tem muito a ver com o que discutiremos hoje.

Esse poema foi confeccionado no auge da ditadura, e o refrão diz o seguinte:

 “Você corta um verso/eu escrevo outro

Você me prende vivo/eu escapo morto”

Vocês podem notar que eu estou com um problema na voz, por isso se puderem colocar o poema no painel eu agradeceria. Estou com uma dificuldade de voz... Não vai dar? Não abriu o poema? Não vai abrir? Não tem problema.

Vocês podem notar que o poema continua subversivo. Como se dizia na nossa época, continua proibido.

Pois bem senhores, a semana próxima passada foi uma semana de discussão política muito intensa aqui na Assembleia Legislativa. Houve a escolha das lideranças, um processo interno muito doloroso. Saí muito machucado. Fiquei completamente deprimido, e porque não dizer, doente.

Mas ao recuperar esse texto de autoria do Mauricio Tapajós, de uma música que foi emblemática, assim como “Apesar de você”, do Chico Buarque, no tempo da ditadura, ouvindo essa música - até aqui no plenário -, com a ajuda do amigo e irmão Deputado João Paulo Rillo, que diz o seguinte: “respirei fundo e achei as razões da resistência para continuar lutando”.

Então, aqueles que querem sorrir do meu fracasso, aqueles que querem desdenhar da minha capacidade política, ora dizendo que eu não agrego, que eu não tenho condições, eu quero dizer o seguinte: você corta um verso, eu escrevo outro, você me prende vivo, eu escapo morto, de repente olha eu aí de novo. O muro caiu, olha a ponte da liberdade guardiã, o braço do Cristo no horizonte abraça o Brasil do amanhã.

E aí o PSDB que enveredou pelo caminho do latifúndio, da repressão, de se aliar ao golpe, apresenta esse projeto de lei que é para legalizar as terras do Pontal do Paranapanema, as terras destinadas à reforma agrária, e vejam o que o Governador nos manda: um projeto de lei que modifica uma lei de 19 de dezembro de 2003, que dispõe sobre a regularização de posses em terras devolutas na antiga 10ª região administrativa do Estado de São Paulo - como se chamava em 2003.

Qual é a grande mudança fundamental que está sendo suprimida do art. 1º? A expressão “inaptas à implantação de assentamentos fundiários a qual seria imprópria por gerar insegurança aos ocupantes de área que pretendem a regularização da posse”. Pois bem, essa expressão “inaptas à implantação de assentamentos fundiários” quer dizer o fim da reforma agrária.

Continuando, sustenta o representante da fundação Itesp que o art. 5º da forma como está atualmente redigido, também se mostra como óbice à pretendida regularização da posse de terras, motivo pelo qual se sugere a sua alteração, fazendo constar no dispositivo a obrigação do ocupante titular em proceder ao pedido de licenciamento ambiental perante o órgão competente. Por fim, postula-se a modificação do art. 11, da Lei nº 11600/03, para alterar o prazo concedido para o parcelamento de 72 parcelas, para 36 parcelas, justificando-se a redução no fato do que incentiva a regularização é incompatível com a dilação excessiva do prazo para o pagamento.

Mas perguntamos quanto vai custar o alqueire, quanto vai custar o hectare? Por quanto vão ser vendidas essas terras, companheiro, irmão “Geraldinho”? Não aparece uma linha sobre quanto os grandes latifundiários do Pontal do Paranapanema irão pagar por essas terras? Um centavo sequer, uma audiência pública para explicar o projeto. Ia passar no silêncio da madrugada, dos acordos fecundos da madrugada, na quinta-feira passada. E a Bancada do PT reagiu e abriu discussão sobre esse projeto.

E agora nós estamos esmiuçando: mas onde está a gênese desse processo? Vamos pegar a matriz desse processo que tramita no Supremo Tribunal. O voto do Ministro César Benjamin.

Estamos aqui falando de terra do Estado, terra pública, terra devoluta, terras federais que o Sr. Auro de Moura Andrade, o homem que declarou vacante a Presidência da República, mesmo João estando na posse dela, o homem que abriu a porta para o golpe é que começou essas grilagens no Pontal do Paranapanema.

Estamos diante de um projeto de lei, segundo a assessoria da Bancada do PT, que regulariza 975 propriedades que vão até 500 hectares, sendo que tem um número muito grande de 200 a 500 hectares.

Para que as pessoas que estão nos ouvindo tenham uma ideia, o Pinheirinho, aquele bairro em São José dos Campos, tinha um milhão de metros quadrados. Essas terras, no mínimo elas têm de 200 hectares a 500 hectares. O que quer dizer isso? De dois milhões a cinco milhões de metros quadrados que vão ser vendidos a preço de banana. Para quê? Para plantar cana. E qual é a grande pergunta que está no ar? A grande empreiteira Norberto Odebrecht comprou várias usinas de cana no Pontal do Paranapanema.

Para que vão servir essas terras? A Norberto Odebrecht vai usar as terras devolutas diretamente ou através de parceiros e outras formas da compra da cana que estão situadas nessas terras públicas. Esse é o debate central.

Então, não adianta o Governo, o PSDB passar com o rolo compressor nas nossas cabeças, dizer que é um projeto que tem consenso, que vai fazer a justiça social no campo. Não adianta um projeto de lei dessa magnitude ser tratado às escuras. Queremos audiências públicas, queremos explicações, queremos saber quem são os beneficiários das terras. Não adianta esconder um projeto que se arrasta desde 1964. Não adianta.

Então, a discussão está posta. Hoje não está nem o PSDB, nem o Líder do Governo, ninguém para fazer essa discussão. Ninguém. A casa caiu. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, eu quero aqui cumprimentar os parlamentares, os servidores da Assembleia Legislativa, o público que nos acompanham das galerias e também quero saudar o telespectador que nos assiste pela TV Alesp, trago uma informação: hoje estamos comemorando, Deputada Telma de Souza, 87 anos da nossa represa Billings que foi construída em 1928, pelo engenheiro Billings.

Faço questão de registrar os 87 anos dessa represa, não só pelo que ela representa hoje enquanto abastecimento para a região metropolitana, mas também porque este Parlamento aprovou a Lei Específica em 2007, uma lei que foi debatida por ambientalistas, pela sociedade civil e por estudantes. Mas, lamentavelmente, essa lei ainda não saiu do papel, nós não conseguimos garantir a aplicabilidade ideal da nossa represa, não só na preocupação dos mananciais, mas ao mesmo tempo nessa questão fundamental da regularização fundiária, instrumento que hoje disciplina e organiza a vida de meio milhão de habitantes que moram no entorno da represa Billings.

Com esta manifestação, Sr. Presidente, eu gostaria de mais uma vez conclamar o Secretário do Meio Ambiente, Bruno Covas; a Prefeitura de São Paulo, e as cinco prefeituras que margeiam a represa Billings - as prefeituras de Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo e Diadema-, para que possam constituir um comitê voltado às políticas relacionadas aos mananciais e questões habitacionais, mas também para que o Estado de São Paulo, que é o mais rico da Federação, possa pautar inclusive uma carta para o “Rio+20”, evento que será sediado no Rio de Janeiro no segundo semestre desse ano, em que mais de 180 países estarão discutindo as políticas publicas para o Meio Ambiente.

Faço essa manifestação para cumprimentar e parabenizar as pessoas que batalharam muito pela preservação e recuperação da represa Billings e ao mesmo tempo um grande alerta para que possamos recuperar esse importante manancial da região do ABC paulista.

Quero concluir minha fala, Sr. Presidente, dizendo que hoje pela manhã estive com o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha e o Prefeito Kassab, aonde foi inaugurado o Centro de Apoio Psicossocial em que o Governo Federal destina para São Paulo 520 milhões em recursos para a política de combate às drogas no Estado de São Paulo. Essa iniciativa que representa o que temos debatido aqui: que a questão das drogas é uma política de Saúde pública e ao mesmo tempo um conceito a ser concebido enquanto política de Estado e não enquanto política partidário-ideológica, principalmente porque entendemos que é fundamental a integração dos entes da Federação, sejam os municípios do nosso estado, os municípios brasileiros, os 27 estados do nosso Brasil e o Governo Federal, para que possam estabelecer um amplo debate com relação aos dependentes químicos. Mas acima de tudo não podemos conceber de morarmos em um Estado, Deputado Rillo, o estado mais importante que, infelizmente, o PSDB governa há mais de 15 anos e não teve uma política de erradicar as drogas e a dependência química.

Infelizmente, hoje nós temos esse cartão postal negativo, a Cracolândia, que não está mais localizada lá porque foi para a Praça da Sé, para a Praça da República. Infelizmente, ainda o Estado de São Paulo não tem uma política pública que possa atender seus dependentes químicos. É essa a minha manifestação, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos por 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - A Presidência registra a solicitação de Vossa Excelência.

Srs. Deputados e Sras. Deputadas, esta Presidência vai suspender a sessão por um minuto por conveniência da ordem.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 16 horas e 36 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 38 minutos, sob a Presidência do Sr. Ulysses Tassinari.

 

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O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Srs. Deputados, vamos passar à Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Há sobre a mesa o seguinte requerimento:

“Requeiro com fundamento no inciso IV do Art. 226 da XIV Consolidação do Regimento Interno, urgência para tramitação do Projeto de Lei Complementar nº 11, de 2012, de autoria do Sr. Governador do Estado, que cria a Aglomeração Urbana de Piracicaba. Assina o Deputado Roberto Morais e contém o número regimental de assinaturas.”

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Há um segundo requerimento:

“Requeremos, nos termos regimentais, tramitação em regime de urgência para o Projeto de Resolução nº 31 de 2005, de autoria do Deputado Aldo Demarchi, que institui o diploma de reconhecimento público.” Assina o Deputado Estevam Galvão, Líder do DEM.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Há sobre a mesa requerimento do Deputado Itamar Borges e outros. Propõe a constituição de uma Comissão de Representação com a finalidade de participar, no dia 28 de março de 2012, na Câmara dos Deputados, de reunião da Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas, hospitais e entidades filantrópicas na área de Saúde, instalada naquela Casa de Leis com o Ministério da Saúde.

Em votação o requerimento. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Requerimento do Deputado Feliciano Filho e outros. Propõe a constituição de uma Comissão de Representação, com a finalidade de participar como debatedor, a convite do Deputado Mauro Rubem da Audiência Pública, o Poder Público e Proteção Animal, a realizar-se no dia 29 de março, de 2012, na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, em Goiânia.

Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. ROBERTO MORAIS - PPS - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, queria agradecer aos deputados, à Liderança do Governo, Deputado Samuel Moreira, demais líderes, ao Presidente da Casa, Deputado Barros Munhoz, por aprovar a urgência do Aglomerado Urbano de Piracicaba. Esta Casa, ano passado, aprovou a Região Administrativa de São Paulo, a Região Administrativa do Vale e o Aglomerado Urbano, este ano, de Jundiaí, e agora chegou a vez da nossa região. Há 13 dias o Governador Geraldo Alckmin, numa deferência especial à Cidade de Piracicaba, foi até nossa cidade e ali assinou a mensagem que foi encaminhada a esta Casa. Correu a pauta por cinco sessões e hoje foi votada a urgência do projeto que cria esse aglomerado, Piracicaba comandando 22 cidades. Juntamente com o Deputado Aldo Demarchi, trabalhei muito por isso. Esperamos ter esse projeto rapidamente aprovado, já que é o anseio de toda a população daquela região. Meus sinceros agradecimentos a todos os deputados.

 

O SR. ROBERTO MORAIS - PPS - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos por 20 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Antes de suspender os trabalhos, a Presidência faz a seguinte convocação: esta Presidência, nos termos do Art. 18, inciso III, alínea “d" do Regimento Interno, convoca reunião extraordinária da Comissão de Finanças e Orçamento e Planejamento, hoje, às 16 horas e 50 minutos, no Salão Nobre da Presidência, com a finalidade de ser apreciada a seguinte matéria em regime de urgência, Projeto de Resolução nº 31 de 2005, do Deputado Aldo Demarchi.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Roberto Morais e suspende a sessão por 20 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 16 horas e 43 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 16 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. JOOJI HATO - PMDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre os líderes, solicito a suspensão dos trabalhos até as 17 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental, pelo que a Presidência suspende a sessão até as 17 horas e 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 17 horas e 16 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 29 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - A Presidência quer convidar para tomar assento à Mesa o Secretário Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Dr. Marcos Belizário, e quer agradecer também a presença honrosa da Dra. Naiara Reis de Almeida Perrucci, que é diretora do Departamento de Documentação e Informação dessa Secretaria. E quer comunicar às Sras. Deputadas e aos Srs. Deputados que o ilustre Secretário Marcos Belizário teve uma iniciativa que nos sensibilizou muito, que demonstra a capacidade de trabalho e o zelo com que conduziu essa secretaria até hoje e, mais do que isso, a consideração para com o Poder Legislativo do Estado de São Paulo. Ele nos faz a doação de 16 volumes de legislação e publicações institucionais desenvolvidas pela secretaria que visam à inclusão social e ao incentivo ao exercício da cidadania das pessoas com deficiência visual. São publicações em braile que todos os deficientes visuais poderão ter acesso. Essa doação será incorporada ao patrimônio da Assembleia Legislativa e ficará à disposição de todos os interessados.

Secretário, passo a palavra a V.Sa. e em nome de todos os parlamentares quero agradecer sinceramente esse gesto que realmente o dignifica e dignifica a secretaria de Vossa Excelência. Transmita também nossos agradecimentos ao Prefeito Gilberto Kassab.

 

O SR. MARCOS BELIZÁRIO - Obrigado, Sr. Presidente, Deputado Barros Munhoz. Agradeço a V.Exa. a oportunidade de estar presente neste Parlamento, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, com orgulho a mais importante do nosso país. Deputada Célia Leão, minha amiga, em seu nome gostaria de cumprimentar todas as deputadas; Deputada Regina, minha colega, líder do PV. Em nome do Deputado Rafael Silva, quero cumprimentar todos os deputados.

Esse é um trabalho que a prefeitura de São Paulo vem desenvolvendo através da Secretaria da Pessoa com Deficiência. Queremos entregar essa coleção de legislação federal com 16 títulos, entre eles a Constituição Federal, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a Lei Maria da Penha, o Código de Defesa do Consumidor, o Código Penal, o Código Comercial. Enfim, o braile significa a aprendizagem especialmente para a pessoa cega que procura o conhecimento através da escrita, e às vezes não é lembrado por nenhum dos nossos poderes.

Em conjunto com o Senado Federal fizemos um convênio com a prefeitura de São Paulo através de nossa secretaria. Publicamos todos os títulos que possam nos interessar, em braile, sem qualquer custo para a municipalidade de São Paulo. Ler para Crer é um projeto da secretaria que leva essa oportunidade na área da cultura. Hoje estive na Biblioteca Mário de Andrade entregando centenas de milhares de obras descritas através de audiovisual para as bibliotecas públicas. Esse projeto possibilitou a entrega de 50 jogos de 16 legislações, sendo que algumas têm até dois, três ou quatro volumes, em aproximadamente 40 bibliotecas que estão dentro de todos os fóruns da cidade de São Paulo através da sala dos advogados.

Então, em convênio com a OAB e o Tribunal de Justiça, colocamos para a população, em todas as salas de advogados, um jogo dessa importante legislação. Então, temos na cidade de São Paulo aproximadamente 45 salas de advogados que hoje têm um acervo braile, do qual faz parte essa coleção. Esse evento ocorreu no Tribunal de Justiça, com a presença de seu presidente, Dr. Ivan Sartori, e estendemos às OABs. Estamos agradecendo a todos vocês por permitir a entrega desse trabalho também a esta Casa, porque é muito importante do ponto de vista legislativo esse tipo de interação entre a secretaria, o parlamento e a nossa causa.

Sr. Presidente, entrego essa obra em vossas mãos para que, simbolicamente, todos os deputados possam recebê-la Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. CÉLIA LEÃO - PSDB - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, assessorias, imprensa, de forma especialíssima quero cumprimentar nosso secretário Marcos Belizário, que nessa tarde traz o resultado de um trabalho sério, competente, aguerrido e, mais do que isso, um compromisso com a sociedade e com a cidadania dos brasileiros que moram em São Paulo.

De forma muito breve, Sr. Presidente, quero parabenizar o secretário e dizer algo que é absolutamente verdadeiro: Palavras convencem, o exemplo arrasta. As palavras são boas. Elas podem muitas vezes transformar pensamentos, sentimentos, movimentos. Mas o gesto fica para sempre. V.Exa. traz a esta augusta casa de leis, o maior e mais importante legislativo estadual da América Latina, um trabalho com a chancela do Prefeito Gilberto Kassab, que resgata a dignidade de milhares de cidadãos brasileiros, de todas as idades, que moram em nosso estado. Com certeza absoluta, isso será reproduzido e bem copiado pelos demais estados do Brasil.

Na verdade, o tempo passa rápido, mas se pensarmos bem, 40 anos atrás as pessoas com deficiência não tinham espaço, voz, vez, direitos ou dignidade. E ao longo desses anos pessoas como V.Exa. encamparam a defesa das necessidades e dos direitos desse grupo.

Nesta tarde, como parlamentar da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, quero registrar que temos recebido apoio incondicional do nosso presidente, Deputado Barros Munhoz, dos líderes desta Casa e dos demais deputados, à causa da pessoa com deficiência.

A legislação é sagrada, ela estabelece um limite para que os 200 milhões de habitantes possam viver em harmonia. É dever e direito de todos ter conhecimento dessa legislação. Agora, aquelas pessoas que têm uma deficiência visual, os cegos - a nomenclatura não é o mais importante, têm a possibilidade e a facilidade de entrar num tribunal, num fórum, numa OAB, numa sala, seja aonde for, numa biblioteca, e aqui no parlamento de São Paulo, e ter acesso fácil, conhecimento e compreensão através da sua leitura, com seus dedos, seu coração e sua inteligência, também absorver um pouco, muito ou todo ou toda dessa legislação.

Então minhas palavras ficam aqui de agradecimento de ver que de fato a vida é dinâmica, o mundo é dinâmico, a sociedade e a política também. E ainda bem que nessa política maravilhosa e sagrada pessoas como V. Exa., Prefeito Gilberto Kassab e tantas outras figuras passam acreditando que justiça só se faz com a promoção da igualdade, e promover a igualdade é isso: é dar direitos iguais e oportunidades iguais às pessoas.

Leve nosso abraço. Esse Parlamento se engrandece, e a Prefeitura de São Paulo também, dando exemplo para São Paulo e para o Brasil. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva.

 

O SR. RAFAEL SILVA - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas:  Estou hoje, Secretário Marcos Belizário, muito feliz não apenas por este momento, mas pela realidade criada pelo então Prefeito José Serra, de uma Secretaria especial que pudesse defender as pessoas com deficiência. Depois o Prefeito Gilberto Kassab deu sequência a esse trabalho maravilhoso e V. Exa., Secretário Marcos Belizário, desenvolve um trabalho fantástico. Eu tenho acompanhado ao longo do tempo, um trabalho sério, responsável, voltado realmente para a valorização de pessoas que precisam de oportunidade especial.

Rui Barbosa disse: “Tratar a desiguais com igualdade é desigualdade flagrante”. E a pessoa com deficiência precisa de oportunidade. Na medida em que acompanhamos seu trabalho nesse sentido, eu como um deficiente visual, não em meu nome, mas em nome principalmente daqueles que mais precisam, daqueles que não tiveram a oportunidade que tive, para me desenvolver, para aprender, para estudar, em nome daquelas pessoas, quero agradecê-lo pelo trabalho que V. Exa. desempenha nesse sentido.

Então, Secretário, não é apenas por este momento, não, mas por tudo que V. Exa. tem feito em favor deste segmento.

Sr. Presidente, esta Casa, pode ter certeza, tem um motivo a mais para se sentir feliz em receber com carinho isso que representa a indicação do Secretário, do Prefeito, do ex-Prefeito José Serra, que teve a sensibilidade de criar essa secretaria. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, em nome da liderança do PDT quero cumprimentar e agradecer o meu amigo Secretário Marcos Belizário, mais um dos representantes do Partido Verde na Administração Municipal, com quem tive o privilégio de conviver e ter grandes recordações da postura aguerrida, muitas vezes intransigente do Marcos Belizário como representante do Partido Verde, e até me identifico pela sua forma de ser. Não esperava coisa diferente da sua condição como administrador dessa importante Secretaria.

Vejo hoje - é bom que a população de todo o Estado perceba - os efeitos das ações da Secretaria e do Secretário Marcos Belizário, quando vamos acompanhando na Cidade de São Paulo, não só a fiscalização, como também a conscientização dos cidadãos, dos comerciantes, dos dirigentes dos órgãos públicos em adequar a arquitetura dos próprios prédios para atender a questão de acessibilidade.

Isso é produto de luta, é produto de esforço. Sentimos isso no dia a dia quando vemos a padaria do bairro se adequando. Eu aprendi que quem está apertando o parafuso certo lá é o Secretário Marcos Belizário e sua equipe.

Hoje ele vem a esta Casa para nos ofertar, ofertar à Assembleia Legislativa, ofertar ao povo paulista, e dar um exemplo que vale muito a pena quando se acredita num propósito.

Secretário Marcos Belizário, meus agradecimentos a Vossa Excelência. Continue a trilhar dessa forma, não só para a grandeza do seu partido, mas os resultados estão mais do que concretos e aparentes para a população do Estado de São Paulo. Tenha a certeza que a partir de hoje também na Assembleia Legislativa um difusor das atividades positivas que V. Exa., e a Administração Municipal estão desencadeando nessa área para a melhoria da condição daquele cidadão, daquela cidadã, que por obra divina acaba não tendo a condição de igualdade por ter qualquer espécie de deficiência.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, quero com muita alegria cumprimentar o nosso querido amigo Secretário Marcos Belizário, pela sua vinda a esta Casa de leis, a maior do hemisfério Sul.

Quero dizer ao Secretário que além de ter essa alegria de recebê-lo, essa alegria de saber que V. Exa. traz a esta Casa esses livros que vão dar oportunidade àquelas pessoas que por deficiência física visual não possam ler, mas que por meio desse trabalho profícuo acredito que beneficiará muitas pessoas.

Lembro aqui neste instante, há alguns anos, coisa de uns 15 anos atrás, fui procurado por um professor com deficiência física, que é lá do Japão, o Prof. Ichijiro Oniki. Ele me procurou porque queria instalar na nossa cidade uma escola para deficientes visuais de acupuntura, de massagens, para que os deficientes físicos pudessem sentir-se úteis à sua família, e pudessem se sustentar, e nós demos o maior apoio.

Essa escola de massagem e acupuntura existe na Cidade de São Paulo. Está localizada na Zona Leste, junto ao Metrô Cidade Patriarca, e lá se profissionalizam tantas pessoas que conseguem se auto-sustentar por meio de uma profissão.

Quero aqui, em nome do PMDB, em nome dos Deputados Jorge Caruso, Baleia Rossi, Vanessa Damo e Itamar Borges, trazer aqui os votos de felicitações, trazer aqui o pleito de respeito e gratidão pelo seu trabalho. Parabéns e continue assim. Muito obrigado.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PSD - Sr. Presidente, não poderia também deixar de me manifestar e parabenizar o Secretário Marcos Belizário por essa iniciativa, por essa empreitada. Acesso ao conhecimento é inclusão social e inclusão social é cidadania.

Então, parabéns Secretário, continue nessa linha. Que todos possamos nos acercar desse exemplo e estarmos trabalhando em outras áreas da cidadania.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência agradece ao nobre Secretário mais uma vez e a Dra. Naiara.

Proposições em Regime de Urgência:

1 - Votação - Projeto de lei nº 687, de 2011, de autoria do Sr. Governador. Altera a Lei nº 11.600, de 2003, que dispõe sobre a regularização de posse em terras devolutas da 10ª Região Administrativa do Estado. Com 4 emendas. Parecer nº 1918 , de 2011,de relator especial pela Comissão de Justiça e Redação, favorável ao projeto com emenda e contrário às emendas nºs 01, 02, 03 e 04. Parecer nº 1919, de 2011, do Congresso das Comissões de Atividades Econômicas e de Finanças, favorável ao projeto e à emenda da Comissão de Justiça e Redação, e contrário às emendas de nºs 1 a 4. (Artigo 26 da Constituição do Estado). Em votação. Há sobre a mesa Emenda Aglutinativa com número regimental de assinaturas dos Srs. Líderes.

Esta Presidência, nos termos do Art. 175, § 1º do Regimento Interno, consulta se os Líderes presentes concordam em dar conhecimento e colocar em votação a Emenda Aglutinativa.

Em votação. Os Srs. Líderes que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Já sendo de conhecimento de todos a Emenda Aglutinativa, fica dispensada sua leitura.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, há sobre a mesa requerimento sobre o método de votação nos seguintes termos:

“Item nº 1 - Projeto de lei nº 687, de 2011, salvo emendas.

Item nº 2 - Emenda apresentada no parecer do relator especial em substituição ao da Comissão de Constituição e Justiça.

Item nº 3 - Emenda Aglutinativa de nº 5.

Item nº 4 - Demais emendas englobadamente.” Assina o nobre Deputado Samuel Moreira.

Em votação o requerimento. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Item 1 - Votação - Projeto de lei nº 687, de 2011, de autoria do Sr. Governador, salvo emendas. Altera a Lei nº 11.600, de 2003, que dispõe sobre a regularização de posse em terras devolutas da 10ª Região Administrativa do Estado.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar a votação pelo PT, com anuência do nosso Líder.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro, para encaminhar a votação pelo PT, por 10 minutos.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Deputado Barros Munhoz, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, estamos aqui nesse momento para deliberar sobre um projeto de lei do Governo que pretendia regularizar praticamente 80% das áreas públicas do Pontal do Paranapanema, ocupadas durante há décadas por fazendeiros, posseiros, numa diversidade de pequenas, médias propriedades e grandes latifúndios.

É uma região de conflitos sociais, de luta pela reforma agrária, uma região conhecida de todos nós por conta da grande presença de movimentos sociais que ali se dirigiram. A população se organizou em busca de um pedaço de terra para plantar, para trabalhar, para viver com dignidade com sua família, dando uma contribuição ao nosso país, ao nosso Estado na geração de emprego, produção de alimentos.

O projeto original do Governo era legalizar as terras até 500 hectares, nas mãos dos atuais posseiros. Colocamos aqui uma discussão, num primeiro momento, contrários a essa proposta. Como o Governo tem maioria, esgotou-se o tempo de discussão e estamos prestes a votar. Estabelecemos, a partir de uma audiência pública realizada na Comissão de Infraestrutura, na semana passada, uma negociação com o Líder do Governo, Samuel Moreira, com os demais líderes partidários, principalmente com aqueles deputados que conhecem a região: Deputados Major Olímpio, Mauro Bragato, Ed Thomas, Reinaldo Alguz, e aqueles deputados da nossa bancada que abraçaram esse tema da reforma agrária, de fortalecimento da agricultura familiar: Deputados Hamilton Pereira, Ana do Carmo, Ana Perugini, José Zico Prado. Fizemos uma proposta de regularizar as áreas de até 200 hectares, o que permitiria ao Governo estabelecer acordos com quase 30 mil pequenos e médios posseiros que lá se encontram.

O Governo não aceitou. A segunda proposta, que consideramos razoável e que estabelecemos um diálogo, um acordo, é de legalizar então as pequenas e médias propriedades, de acordo com os critérios de uma legislação federal, que determina que uma média propriedade no Brasil é aquela que tem 15 módulos fiscais. Varia de tamanho de município a município, mas consideramos razoável esse encaminhamento.

Quero aqui agradecer ao Líder Alencar Santana por permitir que eu encaminhasse pela bancada a votação; destacar a atuação de inúmeros deputados, como o Deputado Adriano Diogo, por entender que esse não é um projeto qualquer. Aquela região do Estado é praticamente a única que dispõe de terras públicas para realização de reforma agrária, assentamentos, num momento em que a agricultura familiar ganha destaque no Brasil. Primeiro que ela saiu da marginalidade. A agricultura familiar, que representa 36% da produção agrícola no Brasil, mais ou menos isso aqui no Estado de São Paulo, que nunca teve política pública para apoiá-la, hoje conta com políticas, do ponto de vista do Governo Federal, como o Pronaf, linhas de crédito das mais diversas para alavancar a produção do pequeno produtor; as políticas de compra direta da agricultura familiar que permite à Conab comprar do pequeno agricultor, das suas cooperativas e associações para fazer estoques para distribuição emergencial às famílias mais pobres, a compra da merenda escolar. A lei federal determina que o recurso que o Governo Federal envia aos municípios, 30% tem que ser comprado diretamente do agricultor familiar.

Esta Assembleia, em junho do ano passado, aprovou uma lei importante de criação de um programa que permite ao Governo do Estado, através das suas Secretarias, também comprar a produção da agricultura familiar para abastecer os presídios, hospitais, escolas públicas, ou seja, conseguimos, com algumas dessas políticas, viabilizar a produção da pequena agricultura, que produz alimentos, que gera empregos muito mais que o grande agronegócio, do que a grande agricultura comercial, que na sua essência é uma agricultura para produção de itens de exportação, que exige grandes extensões de terra, como a cana, a laranja para o suco, e as áreas ocupadas por plantação de madeira, como a do eucalipto, voltados para a exportação e que gera pouco emprego.

A agricultura familiar é a política que temos que apoiar e aquela região, pelo valor que as terras no Estado de São Paulo têm, muito alto, possibilitaria continuarmos um projeto de fazer reforma agrária no nosso Estado, continuando assentar famílias, como aquelas cinco mil já estão assentadas lá no Pontal. Naquela região são mais de duas mil famílias aguardando uma oportunidade.

Entendemos que o Governo do Estado deveria continuar o seu trabalho, na Justiça arrecadar aquelas terras de volta para o Estado e dar uma finalidade social, que é o assentamento, que é a agricultura familiar, que é a reforma agrária. O Governo tem sido lento com essas ações porque a Justiça, infelizmente, no Brasil e aqui em São Paulo, é lenta em relação aos pobres. Ações que poderiam em um ano, dois, três ter uma decisão favorável, levam 15, 20 anos. Então o Estado tem que colocar o seu peso, a sua estrutura para arrecadar essas terras.

Defendemos essa política. Por isso que quando aquela primeira lei de 2003 foi aprovada aqui, colocamos que o Governo poderia legalizar desde que as terras não sejam aptas à reforma agrária. E agora o Governo, com esse projeto, modifica essa visão de uma política pública de regularização dessas áreas.

A Bancada do PT, então, por princípio, vai votar contra o projeto, embora queremos reconhecer que da semana passada para cá Líderes, como Mauro Bragato, Samuel Moreira, Ed Thomas, Reinaldo Alguz, Campos Machado, Barros Munhoz, entendendo que legalizar até 15 módulos fiscais - criamos um critério técnico de acordo com a legislação federal -vamos regularizar cerca de 30, 32 mil pequenas propriedades, deixando ainda uma grande extensão, cerca de 20% das áreas acima de 300, 450 hectares, para a finalidade da reforma agrária, dando possibilidade de que aquelas famílias, que têm expectativa naquela região contribuírem com o desenvolvimento pela reforma agrária, pela produção de alimentos, pelas pequenas propriedades, desenvolver um projeto de crescimento daquela região, que precisa, além da política de regularização, de investimentos em escolas técnicas e Fatecs, ampliação da Unesp, infraestrutura viária, infraestrutura para os assentamentos, ou seja, precisamos continuar o trabalho de assistência técnica. Fico feliz em que o Governo Federal renovou um convênio com o Itesp a fim de dar assistência técnica para as famílias naquela região específica.

Deputado Mauro Bragato, quero reconhecer o esforço para chegarmos a uma emenda aglutinativa que permita ainda uma perspectiva de continuar a política de reforma agrária e assentamentos naquela região. É com o diálogo, o bom senso, a conversa, o entendimento que vamos avançar. Não só nessa área, mas também em outras áreas importantes para o desenvolvimento do nosso Estado.

Quero reconhecer a postura aguerrida do nosso Líder, dos líderes do PT e da oposição, que souberam compreender a importância desse projeto, que souberam compreender o peso que tem esse projeto para a reforma agrária, que souberam ser firmes na negociação com o Governo para que chegássemos não a uma derrota da oposição, mas a uma redação que seja razoável para prosseguir com o debate, com a perspectiva de realizar uma reforma agrária, garantindo uma área razoável para novos assentamentos, fortalecendo o desenvolvimento daquela região. Muito obrigado.

 

O SR. João Paulo Rillo - PT - Sr. Presidente, indico o nobre Deputado Adriano Diogo para falar pela Minoria.

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Para falar, em nome da Minoria, tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo.

 

O SR. Adriano Diogo - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre Deputado Barros Munhoz, em primeiro lugar, quero saudá-lo e desejar-lhe uma boa saúde, por muitos anos.

Tenho certeza de que se esse projeto de lei tivesse sido discutido com V. Exa. não teria tanta precariedade. Vossa Excelência já foi Ministro da Agricultura, Secretário da Agricultura e um dos homens que mais entende da matéria no País. Acho que não tem tristeza maior para um ser humano e para um político, na área onde tem mais acúmulo, que não ser ouvido.

O que estou fazendo não é uma simples troca de gentilezas, um rapapé, um elogio falso porque V. Exa. é sempre reconhecido pelos agrônomos, por todo o pessoal, pelo seu trabalho maravilhoso no Vale do Paraíba. O senhor é um exemplo de conduta nessa área de agricultura e agrária.

Na quarta-feira, estava presidindo a Comissão da Verdade, recebendo aquela autoridade que veio do Peru. O Deputado Simão Pedro alertou-me para que voltasse ao Plenário e ajudasse na discussão e obstrução desse projeto.

Com muita dificuldade, já estava passando da hora, a Bancada do PT começou a se juntar para tentar entender. Tentei conversar com vários jornalistas nesse fim de semana para saber qual a profundidade do assunto. Ainda estava muito emocionado. Fui ver o Zé Rainha na saída da prisão. Encontrei com o Zé Rainha, naquela quarta-feira à noite, com os seus familiares e irmãos. Zé Rainha estava muito emocionado, nove meses preso, exatamente por causa desse assunto.

Qual é o assunto desse projeto de lei? É regularizar as pequenas, grandes e médias propriedades da União no Pontal do Paranapanema para que o agronegócio possa entrar, implantando as usinas, implantando as zonas de plantio de cana com segurança jurídica.

Se fôssemos discutir à moda antiga, poderíamos chamar esse projeto de Coopersucar. Agora, tem uma nova denominação. Outro dia, os usineiros fizeram um seminário nesse Salão Nobre sobre a importância do agronegócio e da usina.

Pois bem, esse projeto de lei é tudo o que querem os grandes fazendeiros, os grandes grupos que ocupam o Pontal do Paranapanema desde 1962. Jânio Quadros fez o primeiro mapeamento, a primeira autorização, quando Presidente da República, da ocupação das terras devolutas da União para esses grandes grupos econômicos. Depois, veio o processo das barragens - Ilha Solteira, Porto Primavera, Canal de Pereira Barreto. Hoje, na semana em que se comemora o golpe militar de 64, esse projeto também poderia ter o nome de Andradina, Projeto Auro de Moura Andrade. Quem foi Auro de Moura Andrade? Foi aquele senador da República que, mesmo com João Goulart dentro do Palácio, declarou a vacância da Presidência da República e pôs, em seu lugar, Ranieri Mazzilli, que antecederia Castello Branco.

Uma das chaves do golpe militar de 64 foi a ocupação das terras públicas do Pontal do Paranapanema. Estamos legalizando, em terras devolutas da União, 15 módulos, que podem oscilar até 450 alqueires, conforme o município.

Toda vez que ouço comentários a respeito do Governo Federal regularizando terras devolutas da Amazônia, os ambientalistas dizem: “é a fronteira do boi gordo que avança; é o desmatamento; é Blairo Maggi, o rei da soja, ocupando todo o norte de Mato Grosso, toda a Amazônia.”

Meus queridos irmãos ambientalistas, e agora com essa Mega Sena para os grandes usineiros? Podem nos atacar. Financiamento do BNDES para grandes usinas, da Norberto Odebrecht. É verdade. Dinheiro público para financiar o agronegócio, a cana que de ecológica não tem nada, que de verde não tem nada a não ser os dólares, e que de combustível limpo não tem nada porque tem o sangue do trabalho escravo dos bóias-frias, dos cortadores de cana.

O PSDB está então coerente, abandonou a sua luta reformista e democrática para aderir ao agronegócio. E estamos aqui aprovando o projeto dos usineiros da cana. Lógico, as terras devolutas da União eram improdutivas. Com a chegada da cana passaram a ser produtivas. Essa mudança de conceito impede que terras consideradas improdutivas, da noite para o dia, não sejam mais passíveis, admissíveis para a realização da reforma agrária. Pequena sutileza, pequeno detalhe. Terras que foram reservadas para a agricultura familiar, para os assentamentos para produzir arroz, feijão, milho, agricultura de subsistência, pequenas criação de animais, granjas, virou uma área de monocultura.

Não tenho como pedir um minuto de silêncio. Reconheço a vazante da resistência do movimento popular, principalmente da reforma agrária. Caros companheiros, irmãos do Pontal e de outras regiões, não desanimem da luta. Não há nenhum país civilizado que sobreviveu sem a reforma agrária. A luta continua, companheiros, não desistam. O Brasil é um país grande e rico. Suas terras não podem ficar na mão dos latifundiários. Como dizia o grande Castro Alves, no seu mais maravilhoso poema, “Nossa bandeira pode ficar rota na batalha, mas não servir a um povo de mortalha.” Viva a reforma agrária, viva o MST, viva a luta dos trabalhadores.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, para encaminhar pela bancada do PDT.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, sou nascido em Presidente Venceslau no extremo Oeste do Estado de São Paulo, sou da região do Pontal. Desde menino tenho sofrido com a população as consequências de uma luta que não tem vencido, nem vencedor, e em que durante muitos e muitos anos se discutiu a questão fundiária nessa região. Devo dizer que é uma região que só não foi esquecida por Deus, mas foi esquecida pelas autoridades públicas da União, do Estado; devo dizer que os 53 municípios da Região Oeste do Estado de São Paulo - da 10ª Região Administrativa que tem como município maior Presidente Prudente, terra dos nobres Deputados Mauro Bragato e Ed Thomas, que, aliás, se desdobraram para que este momento chegasse, e para que houvesse uma expectativa de crescimento e de progresso para essa região -, durante todo esse período de lutas em que todos os lados tinham as suas razões, os seus direitos, acabou provocando um congelamento em relação ao progresso, aos investimentos e a possibilidade de crescimento da região.

Por que eu, um menino humilde de Presidente Venceslau, fui obrigado a tentar a vida fora da minha terra natal já aos 15 anos de idade? Exatamente porque não tinha a mínima sinalização para que o menino pobre, filho de pobres naquela região, pudesse sequer vislumbrar o mercado de trabalho para ter uma ocupação que pudesse levar também humildemente a constituição de uma família. Acabei tendo a felicidade de ingressar aos 15 anos de idade na Escola de Oficiais da Polícia Militar. Tantos outros colegas da minha geração trilharam por caminhos outros, buscando na Capital, em outros estados, em outras regiões do Estado de São Paulo, no Sul de Mato Grosso, uma oportunidade de trabalho e de crescimento. Não uma oportunidade de riqueza, mas de crescer um pouco que seja na vida. Temos uma terra bastante deficitária na região, a chamada areia de bauru em que a preparação daquela terra para o cultivo implica em vultosos investimentos de irrigação, de trato da terra, incompatíveis muitas vezes com a condição daquele que está na terra.

Nós não podemos também, principalmente em relação àquela região, ter uma falsa ideia de quem é proprietário de alguns acres de terra seja rico e um próspero fazendeiro não se coaduna com a realidade da região. Já havia me manifestado favoravelmente ao projeto quando dos avanços em relação ao acolhimento de emendas.

As propostas encaminhadas pelos Deputados Simão Pedro e José Zico Prado, do Partido dos Trabalhadores, que falavam em 200 hectares, seria até mais favorável para que se tivesse o acolhimento das demandas da região de uma forma mais completa.

Após extenuantes negociações, devo reconhecer o trabalho e empenho do Deputado Mauro Bragato para a realização da audiência pública e sensibilização das autoridades do Governo juntamente com os Deputados Reinaldo Alguz e Ed Thomas.

Também devo reconhecer a sensibilidade, nos momentos finais, do Deputado Samuel Moreira, que, como Líder do Governo, houve por bem, para que os trabalhos da Casa pudessem se desenvolver em harmonia, realizar mais algumas tratativas com o Governo para se chegar à emenda aglutinativa que modifica o projeto permitindo a regularização dos 15 módulos que de um município para outro fica por volta dos 450 hectares.

Milhares e milhares de propriedades poderão ser regularizadas. Uma soma significativa de recursos para investimentos na região, numa espécie de fundo, haverá de se constituir e há sinalização para que outros jovens do Pontal do Paranapanema no futuro possam sonhar em nascer na nossa abençoada terra, estudar, crescer e constituir sua família com a possibilidade de trabalho. Não sei se esse trabalho virá pelo usineiro ou pelo grande agropecuarista. O fato é que teremos crescimento, o fato é que temos uma oportunidade de sair da linha de miséria, o fato é que o cidadão do Pontal poderá sonhar em constituir a sua família.

Devo reconhecer ainda o trabalho da Assembleia Legislativa. Mais um projeto. Se o aperfeiçoamento não foi na totalidade do que imaginávamos, houve aperfeiçoamento, houve bom senso e quem vai ganhar com isso será a população do Pontal do Paranapanema e do Estado de São Paulo como um todo.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Em votação o Projeto de lei 687 salvo emendas. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Item 2 do roteiro de votação - Emenda apresentada no parecer do relator especial em substituição ao da Comissão de Constituição e Justiça. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovada.

Item 3 do roteiro de votação - Emenda aglutinativa de nº 05. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovada.

Item 4 do roteiro de votação - Demais emendas englobadamente. Em votação.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, quero declarar o voto contrário da Bancada do PSOL ao projeto.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - A Presidência registra a manifestação de Vossa Excelência.

 

O SR. ALENCAR SANTANA - PT - Sr. Presidente, indico a nobre Deputada Ana Perugini para encaminhar a votação pela Bancada do PT.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra a nobre Deputada Ana Perugini para encaminhar a votação pela Bancada do PT.

 

A SRA. ANA PERUGINI - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, o que me traz à tribuna é uma preocupação em relação à emenda porque estamos tratando de 15 módulos que na verdade chegam a 450 hectares e nós temos uma pendência judicial no 15° perímetro da região do Pontal do Paranapanema, uma extensão de terras semelhante à extensão do Estado do Rio de Janeiro. É muita terra. Essa ação está tramitando na Justiça desde 1957.

A aprovação do projeto com esses módulos, que são terras declaradas devolutas e cujo processo sofre hoje recurso após recurso, sem julgamento de mérito, vai legalizar uma situação que está sendo discutida no tribunal declarando essas terras devolutas para finalidade de reforma agrária.

Eu fico me perguntando: por que temos uma Lei de Responsabilidade Fiscal que atinge não só o Poder Executivo, mas também esta Casa - se não estaríamos incorrendo em improbidade já que há uma ação judicial tramitando na Justiça para regularizar essa extensão de área, semelhante à extensão do Estado do Rio de Janeiro, para reforma agrária. Nós poderemos ferir o Inciso XII, do Art. 10, da Lei de Responsabilidade Fiscal, que diz que podemos estar concorrendo para que terceiros se enriqueçam ilicitamente. Esta é uma preocupação que tem de ser levada em consideração.

Quero ainda salientar a fala do nosso companheiro Adriano Diogo quando disse que o nosso companheiro José Rainha ficou preso justamente no momento em que esta Casa discutia este projeto.

O Ministro Herman Benjamin negou provimento aos recursos em fevereiro de 2008 quando a Ministra Eliana Calmon pediu vista. Ela aguardou dois anos e meio para apresentar seu voto porque o tema estava sendo discutido pelo Legislativo paulista.

“Como entendo serem as soluções de consenso bem mais eficazes do que a aplicação autoritária do direito, aguardei a solução”, afirmou no voto.

A outra preocupação que me traz a esta tribuna é que o projeto original apresentado pelo governador Serra era muito pior, era descaradamente vergonhoso para esta Casa. Porque isso, sim, era regulamentar, era legalizar terra na mão de grileiros, de grandes fazendeiros. Porque ele falava descaradamente em mais de 500 hectares a ser legalizados aqui, quando isso já estava tramitando no Superior Tribunal de Justiça.

Então, todo projeto que vem a esta Casa, colocando os pequenininhos juntos, de 30 hectares, junto com os de 500, tem que no mínimo haver uma fiscalização mais profunda desta Casa, para não incorrermos na injustiça de legalizar nesta Casa, que deve ser a mais respeitada entre os parlamentos da América Latina, as injustiças que ocorrem fora desta Casa. Essa é uma questão que deve ser levada em consideração.

Outra coisa importante a se dizer aqui, ainda com relação à emenda aglutinativa que foi aprovada, é que vamos ter a média de 300 a 450 hectares sendo legalizados. É muita terra! Porque, quando falamos em 450 hectares não conseguimos imaginar 4 milhões e 500 mil metros quadrados, mas é isso que está acontecendo aqui.

A ação está tramitando; não tem trânsito em julgado, não obstante tenha sido julgado o recurso especial. É isso que acontece aqui.

Há outro detalhe: o governo do Estado de São Paulo, de posse desse projeto, que é um instrumento valioso, que deveria direcionar a formatação do projeto de lei a ser enviado a esta Casa, absolutamente ignorou. Nele dizia que na 15ª Região do nosso estado era de aproximadamente 80 hectares. Isso, sim, eliminaria os conflitos de terra que vemos hoje. Mas estamos tratando de maneira absolutamente igual aquele que tem 30 e aquele que tem mais de 450.

Essa é uma questão relevante que precisa ser registrada aqui. E me preocupo. Não é uma preocupação de tribuna, é uma preocupação de quem conhece a luta pela terra. Sei que nenhum agricultor vai sobreviver na terra sem recursos. Eu sei que aquele que tem 30 hectares não consegue ter os recursos que tem aquele que possui 450 hectares. O Sr., Presidente, conhece bem a realidade agrária de nosso país e do nosso estado. Preocupo-me com a sobrevivência desse povo na terra e preocupa-me ainda mais saber que tramita ação judicial tão importante que é de fato declarar as terras do 15º Perímetro da Região do Pontal do Paranapanema, devolutas, para fins de reforma agrária.

Hoje, a aprovação de um projeto de lei deveria ter como base estudo feito que poderia individualizar cada lote, cada gleba de terra, para que pudéssemos agir de maneira bem coerente, bem tranquila, dormir com a consciência tranquila, sem nenhum tumulto, acabando de fato com os conflitos de terra na região do Paranapanema, mas isso não acontece. Teríamos condição de fazer isso hoje, aqui, mas infelizmente isso não está acontecendo.

Deixo a denúncia. Não vou me furtar de com os demais companheiros propor a ação cabível junto ao Ministério Público, porque temos um estudo e precisamos da individualização. Não podemos ser coniventes com o enriquecimento ilícito, porque, podemos concorrer com o Poder Executivo, num crime como esse. Fica o nosso registro. O nosso líder já nos orientou, já discutimos e vamos votar contrariamente ao projeto vamos votar contrariamente às emendas que foram apresentadas. Muito obrigada.

 

O SR. ALENCAR SANTANA - PT - Para declara o voto da bancada do PT contrário ao projeto, favoravelmente às emendas apresentadas por toda a bancada, e apresentaremos declaração por escrito.

Ao mesmo tempo quero parabenizar e agradecer ao líder do governo, a V.Exa. e aos demais líderes por terem sido sensíveis, avançando o projeto pelo menos em relação até os 15, para que sejam regularizados. Houve alguns avanços e por isso agradecemos ao líder Samuel Moreira que trabalhou para isso.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Em votação o item 4 - Demais emendas englobadamente. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem contrários queiram conservar-se como se encontram. (Pausa) Rejeitadas.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - Sr. Presidente, a bancada do PCdoB vota contrário ao projeto original e a favor da emenda aglutinativa.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, quero manifestar meu voto favorável às emendas apresentadas pelos deputados.

 

O SR. ALENCAR SANTANA - PT - Sr. Presidente, gostaria de apresentar declaração de voto da Bancada do PT ao PL 687/11.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB – Esta Presidência defere a solicitação de V. Excelência.

 

O SR. ALENCAR SANTANA - PT - Sr. Presidente, passo a ler declaração de voto da Bancada do PT ao PL 687/11.

“A Bancada do Partido dos Trabalhadores declara seu voto contrário ao Projeto de lei nº 687, de 2011, pelas razões a seguir expostas.

O PL 687/2011, de autoria do Governador, altera a Lei nº 11.600 de 19 de dezembro de 2003, que dispõe sobre a regularização de posse em terras devolutas da 10ª Região Administrativa do Estado. Apesar de estar vigorando há mais de sete anos, a referida lei não conseguiu cumprir seu objetivo de regularizar a posse dos imóveis rurais até 500 há, por falta de interesse dos fazendeiros.

O governo pretende, com a aprovação deste projeto, superar as dificuldades apresentadas na Lei 11.600/2003, alterando alguns de seus dispositivos.

Como se sabe, as terras da 10ª Região Administrativa, mais conhecida como Pontal do Paranapanema, tem sido palco de inúmeros conflitos fundiários, desde o início de sua ocupação, com muita violência contra os índios Kaigangs e Caiuás e os pequenos posseiros. Os índios que não conseguiram migrar para o Mato Grosso foram exterminados e os posseiros foram expulsos.

Após a Lei de Terras de 1850, as terras não regularizadas passaram a ser consideradas terras devolutas estaduais. Teve início um engenhoso processo de grilagem dessas terras públicas, com falsificação de documentos que deram origem a dois grandes grilos: a fazenda Pirapó-Santo Anastácio, com aproximadamente 583.000 ha e a fazenda Rio do Peixe ou Boa Esperança do Aguapehy, com 872.200 ha.

Com esses documentos, os grileiros conseguiram vender milhares de áreas, aceitando qualquer tipo de negócio para comercializar as suas terras, dando origem aos grilos filhos, situação que perdura até hoje, com imensas áreas em litígio judicial.

Em 1985, a Lei estadual 4.925 estabeleceu o limite de 100 ha para a legitimação de posses em áreas devolutas, e a Lei estadual 4.957, do mesmo ano, estabeleceu que as terras públicas estaduais que se encontrassem ociosas, subaproveitadas ou aproveitadas inadequadamente, deveriam ser destinadas à implantação de assentamentos de trabalhadores rurais sem terra.

Com esses dispositivos, o Governo do Estado passou a arrecadar as terras já julgadas devolutas e a implantar os assentamentos do Pontal. Para evitar uma comoção maior entre os fazendeiros, adotou-se o critério de somente arrecadar terras acima de 500 ha.

Tentando diminuir a instabilidade jurídica das terras do Pontal, o governo conseguiu aprovar, em 2003, a Lei 11.600, que possibilita a regularização de áreas com até 500 ha. Agora tenta superar os obstáculos que impedem a adesão dos fazendeiros a essa regularização. Acontece que este limite de 500 ha foi estabelecido sem nenhum critério técnico e/ou legal.

O PT é favorável a políticas públicas diferenciadas para os pequenos e médios proprietários. Cabe, portanto, definirmos qual é o limite de área para a média propriedade.

 

Estrutura Fundiária dos EDR Pres. Prudente + Pres. Bernardes (2007)

 

UPAs

Área

Extrato de Área (ha)

(%)

(ha)

(%)

0 a 20

11.556

55,2%

137.442

8,2%

20 a 50

5.078

24,2%

152.104,30

9,0%

50 a 200

2.784

13,3%

273.831,20

16,3%

Sub Total

19.418

92,7%

563.377,60

33,5%

200 a 500

915

4,4%

287.666,50

17,1%

500 a 1000

        339

1,6%

237.667,00

14,1%

1000 a 5000

        266

1,3%

       478.172

28,4%

> 5000

          12

0,1%

115.295,00

6,9%

Total

20.950

100,0%

1.682.178,10

100,0%

                        Projeto LUPA – SAA 2007

 

Ao analisarmos a Estrutura Fundiária do Pontal do Paranapanema (EDR de P. Prudente e P. Bernardes), conforme quadro acima, verificamos que o número de propriedades com área até 200 ha abrange 92,7 % do total das propriedades. 200 ha seriam, portanto, um bom limite para considerarmos o médio proprietário.

Poderíamos, no entanto, considerar também como 15 módulos rurais o limite máximo da média propriedade, de acordo com o Estatuto da Terra (Lei Federal nº 4.504/1964, nos termos do artigo 50, parágrafo 3º, com a redação da Lei 6.746/1979).

No Pontal, os módulos fiscais (média dos módulos rurais de cada município) variam de 22 a 30 ha. Assim o limite de área da média propriedade variaria de 330 a 450 ha.

Embora tenhamos conseguido, com o avanço das negociações, que a Liderança do Governo aceitasse a adoção do limite de 15 módulos rurais, através da apresentação de emenda aglutinativa, ainda assim mantemos nosso voto contrário à proposição. Isso porque, como o tamanho do módulo fiscal foi definido pelo INCRA em 1980, já se encontra muito defasado, em função do avanço tecnológico na agropecuária. Uma propriedade que tenha entre 330 e 450 há não pode, nos dias atuais, tendo em vista a evolução das técnicas agropecuárias e a utilização de maquinário extremamente sofisticado, ser considerada propriedade de tamanho médio.

Essas são, pois, as razões de nosso posicionamento contrário ao Projeto de lei nº 687, de 2011.

Sala das Sessões, em 27/03/12

Dep. Alencar Santana - Líder da Bancada do PT”

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do artigo 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V.Exas. para uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas, com da finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: Projeto de lei nº 200 de 2011, de autoria do Sr. Governador, e Projeto de Resolução nº 31 de 2005, de autoria do nobre Deputado Aldo Demarchi.

Esta Presidência quer cumprimentar e agradecer a visita dos alunos do Curso Técnico em Serviços Jurídicos da Etec da zona leste. Sejam bem-vindos. (Palmas)

 

O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo de lideres solicito o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - É regimental. Havendo acordo de lideranças, antes de levantar os trabalhos, convoca V.Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com o remanescente da Ordem do Dia de hoje, lembrando-os, ainda, da sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 18 horas e 36 minutos.

 

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