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28 DE MARÇO DE 2012

034ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, ED THOMAS, ULYSSES TASSINARI e BARROS MUNHOZ

 

Secretário: PEDRO BIGARDI

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - MARCO AURÉLIO

Lembra episódio ocorrido no Bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos, em janeiro. Apresenta vídeo sobre a desocupação do local. Considera violenta a ação da Polícia. Cobra providências do Poder Público. Mostra slides criticando o Governo do Estado.

 

003 - Presidente JOOJI HATO

Convoca para duas sessões extraordinárias a serem realizadas hoje, sendo a primeira, com início dez minutos após o término desta sessão.

 

004 - HAMILTON PEREIRA

Faz coro ao discurso do Deputado Marco Aurélio, quanto à violência da Polícia na retirada de famílias do Bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos. Discorre sobre o falecimento de jovem torcedor do Palmeiras, atingido durante confronto entre torcidas, no último domingo. Repudia o agendamento prévio de brigas, via internet. Sugere à população acompanhar as partidas de futebol pela televisão.

 

005 - ED THOMAS

Assume a Presidência.

 

006 - JOOJI HATO

Posiciona-se contra a votação da "Lei da Copa", no que tange à liberação de bebida alcoólica nos estádios, durante os jogos. Lamenta as recentes mortes de torcedores em São Paulo. Cita a "lei do silêncio", de sua autoria, que propõe o funcionamento de bares e similares até a meia-noite. Comenta a inauguração do Complexo Prates, ontem, na Capital, voltado para a recuperação de dependentes químicos.

 

007 - ULYSSES TASSINARI

Assume a Presidência.

 

008 - ED THOMAS

Dá conhecimento de pedido de informação encaminhado ao Secretário de Saúde, sobre novo método de tratamento de crianças especiais, já usado no Estado do Paraná. Explica que o "Therasuit" consiste em um programa intensivo e individualizado, visando o ganho de força, o aumento na resistência, do controle e da coordenação muscular. Acrescenta outros benefícios do método, como ajuda na melhora de atividades funcionais, como engatinhar, sentar e andar.

 

009 - RAFAEL SILVA

Faz comentários acerca da desocupação do Bairro do Pinheirinho. Cita Patativa do Assaré, autor cearense. Recita trechos de poema do escritor. Discorre sobre o desenvolvimento do Canadá e dos Estados Unidos. Aconselha que políticos analisem os fatos cotidianos por meio de suas causas e consequências.

 

010 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

011 - EDSON FERRARINI

Discursa sobre o sucateamento da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo, a Ceagesp. Informa ser este um dos maiores entrepostos do mundo, com distribuição de 10 mil toneladas de produtos in natura por dia. Faz críticas à gestão do atual presidente da companhia, Senhor Mário Maurici de Lima Morais. Repudia a cobrança de pedágios a caminhoneiros que utilizam o recinto. Solidariza-se com membros de entidades que atuam no Ceagesp, como sindicatos, frigoríficos, pescadores, e outros, que, a seu ver, serão prejudicados com a medida.

 

012 - ULYSSES TASSINARI

Relata dificuldades enfrentadas pelas prefeituras, na contratação de médicos. Acrescenta que a Grande São Paulo concentra 57% destes profissionais. Aconselha os formandos a atuarem em cidades do Interior. Cita projeto de lei, de sua autoria, que dispõe sobre o serviço comunitário compulsório para formandos em Medicina de universidades públicas.

 

013 - MARCOS MARTINS

Convida para ato unificado do Dia Mundial da Saúde, na Praça da Sé, no dia 10 de abril. Registra o Dia Mundial do Teatro e do Circo, comemorado ontem. Presta homenagens aos artistas e ao Grupo Teatro Mágico, de Osasco. Lê e comenta matéria sobre o indiciamento de 14 representantes de empresas acusadas de fraudar licitação na linha 5 do Metrô. Fala de prejuízos advindos de quedas de árvores, ontem, na Capital. Critica pane elétrica na linha vermelha do Metrô, que resultou em fechamento temporário da Estação Barra Funda.

 

014 - LUIZ CARLOS GONDIM

Para comunicação, afirma que, após corte no orçamento dos hospitais da região de Mogi das Cruzes, há superlotação na UTI Neonatal. Informa que, por conta desse excesso de atendimentos, existe o risco de contaminações. Questiona a Secretaria da Saúde quanto à veracidade do mencionado corte.

 

015 - Presidente JOOJI HATO

Fala sobre visita dos integrantes da Frente Parlamentar de apoio às Santas Casas a Brasília.

 

016 - OLÍMPIO GOMES

Para comunicação, relata visita, hoje, dia 28/03, à assembleia geral de servidores do Poder Judiciário do Estado de São Paulo, realizada na Praça João Mendes. Informa que a categoria já estabeleceu sua pauta de reivindicações. Afirma que, hoje, a partir das 16 horas, deve ser realizada audiência pública, nesta Casa, com os funcionários do Judiciário paulista.

 

017 - WELSON GASPARINI

Para comunicação, relata audiência com o prefeito da cidade de Serrana. Informa haver hospital abandonado no município. Pede por providências quanto ao fato. Afirma que o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto se prontificou a auxiliar na administração do local.

 

GRANDE EXPEDIENTE

018 - Presidente JOOJI HATO

Registra a presença de alunos da Escola Estadual Ministro Alcindo Bueno de Assis, da cidade de Bragança Paulista, acompanhados dos professores Cleber da Costa Oliveira e Dirce Dias da Silva Commetti, a convite do Deputado Edmir Chedid.

 

019 - PEDRO TOBIAS

Considera necessária uma reformulação na tabela do SUS. Comenta pronunciamento do Deputado Welson Gasparini sobre hospital abandonado na cidade de Serrana. Considera insuficientes as verbas recebidas pelo Estado de São Paulo para a Saúde. Comenta as prévias realizadas pelo PSDB para a escolha de candidato à prefeitura de São Paulo. Destaca o currículo de José Serra (aparteado pelo Deputado Welson Gasparini).

 

020 - Presidente JOOJI HATO

Dá conhecimento da morte e presta solidariedade à família do escritor Millôr Fernandes.

 

021 - WELSON GASPARINI

Combate anúncio de possível aumento nos preços de remédios. Lamenta a variação existente no valor de medicamentos comercializados no Estado de São Paulo. Considera excessiva a carga tributária incidente sobre esse tipo de produto. Sugere isenção de impostos a remédios. Considera insuficiente a competência legislativa atribuída às Assembleias estaduais. Lamenta a quantidade de denúncias de corrupção existentes contra autoridades públicas no País. Fala sobre a Campanha da Fraternidade desse ano, que tem por tema a Saúde Pública.

 

022 - ED THOMAS

Relata a visita do Senhor Juscelino José de Santana, vereador pelo município de Santo Anastácio. Dá conhecimento de dificuldades enfrentadas pelos conselheiros tutelares do Estado de São Paulo. Destaca a importância do trabalho realizado por esses profissionais. Considera necessária a valorização da classe.

 

023 - RAFAEL SILVA

Critica o número de anúncios de cerveja exibidos pela televisão. Cita acidentes automobilísticos decorrentes do consumo de bebidas alcoólicas. Cobra maiores providências quanto à prevenção do consumo de drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas. Reflete acerca de estudos realizados sobre o subconsciente. Lamenta a existência de corrupção no País.

 

024 - ULYSSES TASSINARI

Assume a Presidência.

 

025 - JOOJI HATO

Pelo art. 82, parabeniza a polícia do Estado de São Paulo pela prisão de assaltantes responsáveis por crimes contra feirantes orientais. Lamenta o número de armas existentes no Estado de São Paulo. Pede por maior fiscalização das fronteiras nacionais. Parabeniza o trabalho realizado pelo Ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

 

026 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência.

 

027 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, informa que, hoje, deve ser realizada audiência pública em defesa dos servidores do Judiciário paulista. Cita reivindicações da categoria. Questiona indenizações concedidas pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo a alguns de seus desembargadores. Lamenta decisão da instituição, que proibiu férias para a educação infantil. Apela à Prefeitura de São Paulo para que reveja a questão.

 

028 - MARCOS MARTINS

Para reclamação, informa a ocorrência de assaltos no bairro de Presidente Altino, na cidade de Osasco, na divisa com São Paulo. Faz apelo às autoridades nessa direção.

 

029 - ALENCAR SANTANA

Para comunicação, recorda manifestação, ocorrida hoje, na Ceagesp. Argumenta que a central de abastecimento precisa de modernização. Explica a motivação do ato, relativa ao uso do estacionamento local. Fala da administração da unidade.

 

030 - ALENCAR SANTANA

Pelo art. 82, comenta os instrumentos de fiscalização deste Poder Legislativo. Contesta artigo de Deputado do PSDB contrário ao trem-bala, publicado no "Diário da Assembleia". Explica as vantagens do projeto. Questiona o PSDB por não apurar, por meio de CPI, problemas na Linha 5 do Metrô. Faz comentários sobre o caso.

 

031 - TELMA DE SOUZA

Para comunicação, lembra a criação da Procuradoria Especial da Mulher nesta Casa. Informa que estivera em contato com a Procuradoria Federal da Mulher, para estruturar a desta Casa. Recorda que o Banco Mundial pode oferecer retaguarda financeira. Acrescenta que deve se reunir com as demais integrantes e levar as conclusões à Presidência Efetiva.

 

032 - Presidente BARROS MUNHOZ

Responde que o procedimento era o correto. Acrescenta que aguardará as decisões a que chegarem.

 

033 - PEDRO BIGARDI

Para comunicação, informa que participou da sessão solene pelos 90 anos do PCdoB, no Senado Federal. Dá conhecimento de atividades realizadas no Rio de Janeiro e em outras localidades do País, pelo mesmo motivo. Saúda os militantes, filiados e a direção da legenda. Faz convite para a sessão solene pela efeméride, prevista para o dia 30/3, nesta Casa.

 

034 - Presidente BARROS MUNHOZ

Elogia o PCdoB pelos seus 90 anos de fundação.

 

ORDEM DO DIA

035 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara sem debate aprovado requerimento, com o número regimental de assinaturas, propondo a não-realização de sessões nos dias 04 e 05/04. Fala da realização, no dia 04/04, do "Grito de Alerta para a Produção e Emprego". Responde Questão de Ordem, suscitada pelo Deputado Fernando Capez, no dia 22/03, sobre a indicação de conselheiros para o Tribunal de Contas.

 

036 - FERNANDO CAPEZ

Para comunicação, informa esclarecedora a resposta a sua Questão de Ordem. Faz indagação sobre o processo de votação para escolha do conselheiro do Tribunal de Contas.

 

037 - Presidente BARROS MUNHOZ

Responde ao Parlamentar.

 

038 - CAMPOS MACHADO

Para comunicação, faz indagação sobre o processo de votação do projeto que trata da indicação do conselheiro do Tribunal de Contas.

 

039 - Presidente BARROS MUNHOZ

Responde ao Parlamentar.

 

040 - DONISETE BRAGA

Indaga sobre o tempo de discussão do PDL que trata da indicação para o conselheiro do Tribunal de Contas.

 

041 - Presidente BARROS MUNHOZ

Responde que a matéria, que tramita em regime de prioridade, tem tempo de discussão de nove horas.

 

042 - CELSO GIGLIO

Requer o levantamento da sessão, com anuência das lideranças.

 

043 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 29/03, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra-os da realização de sessão extraordinária, hoje, com início às 19 horas. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Pedro Bigardi para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - PEDRO BIGARDI - PCdoB - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Morando. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ary Fossen. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio, pelo tempo regimental.

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício, Deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, funcionários desta Casa, e as pessoas que nos acompanham das galerias desta Casa, hoje, dia 28 de março, passados dois meses do ocorrido no dia 22 de janeiro, na Cidade de São José dos Campos, que foi a questão do Pinheirinho, e até o presente momento o Governo do Estado de São Paulo não deu nenhum retorno. Pelo contrário, há duas semanas houve um Deputado que disse aqui que tudo ocorreu da melhor maneira possível sem nenhum problema por parte da Polícia Militar e por parte do Governo do Estado de São Paulo. Então, fiquei de trazer um vídeo para mostrar o que realmente aconteceu, contrariando o que foi dito aqui, que a ação foi perfeita, a ação foi ótima e que não houve nenhuma violência.

Como estive lá, no dia 22 de janeiro, vou apresentar agora algumas cenas registradas na ocasião.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Quando o Deputado do Governo fala aqui que tem que garantir o direito à propriedade privada, eu pergunto: isso é garantir o direito à propriedade privada? Quando se fala nesse Governo de garantir o direito à propriedade privada, está se falando do rico, do Naji Nahas, porque a geladeira do pobre, que é uma propriedade privada, não precisa ser preservada. Olha a propriedade privada que o Governo diz que tem que garantir o direito.

Quando você vê que o tempo vai passando - já transcorreram dois meses - inclusive o Líder do Governo disse que apuraria para verificar se houve algum excesso que seria punido. Até agora dois meses e nada.

Portanto, a cada mês que se passar eu voltarei aqui para cobrar. Pode passar seis meses ou um ano eu vou cobrar, porque ainda tenho esperança que se os órgãos do Brasil não conseguirem fazer justiça, os órgãos internacionais vão agir.

Solicito que exibam o slide “Anos 70, Brasil ame-o ou deixe-o”

 

* * *

 

- É feita a exibição do slide.

 

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Naquela época, Sr. Presidente, só tinha uma linguagem no Brasil e quem falava em contrário era convidado a sair do país porque não se admitia uma opinião contrária.

O que estamos vivendo no Estado de São Paulo haja Cracolândia, haja Pinheirinho e haja outras ações. Próximo slide.

 

* * *

 

- É feita a exibição do slide.

 

* * *

 

Para mim é “São Paulo, ame-o, ou deixe-o”, esse é o Governo de São Paulo. Porque quem ousa falar diferente aqui é retrucado, e ninguém tem humildade de vir aqui e dizer “Não, nós erramos” ou “Nós passamos da conta e nós vamos punir”. Não. A ação da Cracolândia foi perfeita, a ação do Pinheirinho foi perfeita. Tudo perfeito. Então está bom, é só assumir “Governo Militar do Estado de São Paulo, ame-o, ou deixe-o.” Isso é São Paulo que estamos vivemos hoje. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados nos termos do Art. 100, inciso I, da XIV Consolidação do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma Sessão Extraordinária, a realizar-se hoje, 10 minutos após o término da presente sessão, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

- Projeto de Decreto Legislativo nº 01/2012, que dispõe sobre a indicação de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Presidente Barros Munhoz.

Nos mesmos termos do Art. 100, inciso I, da XIV Consolidação do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma Sessão Extraordinária, a realizar-se hoje, 10 minutos após o término da primeira sessão extraordinária com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

- Projeto de Decreto Legislativo nº 01/2012, que dispõe sobre a indicação de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira, pelo tempo regimental.

 

O SR. HAMILTON PEREIRA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, caros servidores da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, nossos companheiros e companheiras de trabalho, senhores e senhoras telespectadores da TV Assembleia, acabamos de assistir aqui alguns slides apresentados pelo nobre Deputado Marco Aurélio sobre os eventos do Pinheirinho. A desocupação do Pinheirinho que foi determinada pela Justiça com todo o apoio do Estado através dos seus órgãos de Segurança Pública, para proteger o direito a propriedade, como ele bem afirmou aqui, de Naji Nahas, um devedor do fisco brasileiro, que deve uma fortuna incalculável para o Tesouro Nacional, alguém que este, sim, deveria estar atrás das grades.

Teve aqui uma propriedade que já tinha uma ocupação consolidada. As pessoas moravam lá há muito anos. Teve o seu reclamo na justiça atendido pelo Poder Judiciário e pelo Poder Executivo do Estado de São Paulo com a violência que acabamos de ver nas cenas que o nobre Deputado Marco Aurélio nos trouxe.

Já tínhamos visto algumas cenas dessas, pois na época várias emissoras de televisão mostraram a violência com que a Polícia Militar do Estado de São Paulo agiu na retirada daquelas famílias. Foi uma violência inominável.

Eu tinha visto isso antes, aliás, eu vi muitas vítimas de uma ação muito parecida com essa, na cidade de Limeira, interior do Estado de São Paulo, quando trabalhadores sem-terra ocupando uma área do Horto Florestal da ferrovia da antiga Fepasa e, portanto, uma área pertencente ao Governo Federal, sofreram um pedido de reintegração de posse por parte do prefeito de Limeira e a polícia, incontinente, atendeu aquele pedido indo até lá e agindo exatamente como agora no Pinheirinho.

É de se lamentar. Se lamentar que o Estado brasileiro tenha um órgão policial repressor como esse para atender os interesses dos caloteiros do Fisco Federal, em detrimento à vida das pessoas que foram ali, infelizmente, submetidas a pior das violências, a um verdadeiro massacre. Nós vimos ali algumas cenas de crianças correndo, deixando seus ursinhos de pelúcia pelo caminho e as bombas explodindo para todos os lados.

É um absurdo realmente e eu gostaria de fazer uma ponte desse assunto para falar também de outro evento violento que vem ocorrendo no Estado de São Paulo. Ontem foi a óbito um jovem torcedor do Palmeiras que foi pego naquela emboscada, naquele encontro das duas gangues, Gaviões da Fiel e Mancha Verde. Nesse confronto esse jovem teve sua cabeça esmagada por barras de ferro e por uma agressão das mais estúpidas que já se viu.

Ontem vimos repetidas cenas, também pelos jornais televisivos. Quando se referiam a morte desse jovem torcedor os canais de televisivos exibiam em seus jornais as cenas que culminaram na morte desse jovem.

É outro absurdo que está ocorrendo aqui nos Estado de São Paulo, ou seja, essas torcidas, essas gangues de bandidos combinam o encontro para guerra campal pela Internet. Eles combinam o lugar aonde será o confronto e o interessante é que muitas pessoas que acompanham a Internet ficam sabendo com antecedência onde ocorrerá este confronto.

Só a polícia do Estado de São Paulo não sabe que vai acontecer esse confronto, Deputado Marco Aurélio e Deputado Marcos Martins. Só a polícia não sabe, mas ela sabe onde fica o Pinheirinho, mas não sabe aonde os bandidos vão se encontrar para aquela guerra campal com tacos de beisebol, barras de ferro, rojões daqueles potentes que viram bombas em suas mãos para serem atiradas contra as pessoas. E a polícia nada faz. Então, ontem, infelizmente os jornais televisivos exibiram a morte daquele jovem.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Ed Thomas.

 

* * *

 

Eu queria Sr. Presidente, mais 30 segundos de tolerância para uma mensagem aos nossos telespectadores. Eu também tenho um time do coração; eu também torço para um time e assisto todos os jogos no sofá de casa com os meus filhos, com as minhas netas com um prato de pipocas na mão, há alguns metros da geladeira de casa. Não corro nenhum risco; meus filhos e minhas netas não correm nenhum risco.

Não vá mais aos estádios, não vá mais. Não submeta você e sua família a essa violência que está ocorrendo hoje. Dá para você assistir as partidas de casa. Aliás, ver inclusive a reprise de cada lance, dos dribles mais bonitos, dos lances mais interessantes da partida e o replay dos gols.

Veja no conforto da sua moradia, do seu lar, sem nenhuma ameaça sobre você ou sobre seus entes queridos, de violência. Fique em casa, assista pela televisão; não vá mais aos estádios, não se exponha a essa violência que essa torcida de bandidos, de marginais está proporcionando: tristes imagens que estamos vendo, hoje, aqui no Estado de São Paulo. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ED THOMAS - PSB - Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Grana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Deputado Ed Thomas, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, venho à tribuna hoje com a esperança de que no Congresso Nacional, na Câmara Federal, não aprovem a Lei da Copa do Mundo, porque estamos torcendo, orando a Deus para que ilumine nossos representantes, nossos deputados federais para que não liberem a bebida alcoólica nos estádios.

A ordem pública atrai investimento, que gera emprego, que traz segurança. Tivemos um triste episódio aqui no domingo: morreu um jovem de 21 anos. Na terça-feira, no Hospital São Camilo, teve morte cerebral outro jovem, de 19 anos. Há outro no Hospital Militar Cruz Azul, que foi baleado. Esse é o quadro dramático, e fora do estádio. Imaginem 60 mil, 80 mil pessoas num estádio com bebida alcoólica liberada. Isso pode ter consequências graves. Quem vai ser responsabilizado? São os deputados federais que estão votando esse projeto? É a nossa Presidenta da República? É o nosso Governador? Nosso Prefeito? A Polícia?

Sabemos que a bebida alcoólica é um ingrediente para a pessoa fazer o que não faz quando está sóbria e sozinha. Os 300 torcedores do Palmeiras e Corinthians fizeram o que não fariam individualmente, e quando a pessoa está embriagada faz coisa pior. Quando fiz a Lei Seca, a lei que fecha os botecos, chamada a Lei do Silêncio, baseei-me em estatística. Quantas pessoas não morrem, vítimas de acidentes, após sair dos botecos, após ingerir bebida alcoólica em demasia? Apanhei muito de uma parte da mídia, mas hoje, depois de 10 anos, temos reconhecimento. Falam que essa lei é boa, e agora querem introduzir bebida alcoólica nos estádios. Não consigo entender.

As atenções internacionais estarão voltadas para este país. Somos o maior produtor de cachaça, e o segundo maior consumidor de bebida alcoólica. Talvez graças a religiões muitos não bebem, senão seríamos o maior consumidor de bebida alcoólica, que leva nossos jovens para o crack, para o oxi. Estivemos com o Ministro Padilha, o Governador Geraldo Alckmin, com o Prefeito Kassab ontem, na Rua Prates, inaugurando um complexo. Aí refleti: quantos desses complexos teremos que construir? Quanto dinheiro foi aplicado? Se não segurarmos nossos adolescentes que vão para esse caminho, teremos cada vez mais zumbis, usuários de drogas. Quando estive na Fazenda Esperança, em Guaratinguetá, fiquei com esperança que este país consiga recuperar nossos adolescentes, porque lá o índice de aproveitamento é grande: de cada 100 usuários, 80 saem recuperados.

Deveríamos fazer blitz com desarmamento nas fronteiras interestaduais, procurando drogas, senão teremos que construir muitos complexos, como o de ontem da Rua Prates. Muito obrigado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Ulysses Tassinari.

 

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O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Tem a palavra o nobre Deputado Samuel Moreira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Deputado Ulysses Tassinari, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, venho à tribuna, no Pequeno Expediente, que é grandioso, porque damos transparência do mandato, fazemos a nossa fiscalização e a cobrança, que é de nossa obrigação, mas ao mesmo tempo fazemos solicitações.

Fiz um requerimento para solicitar informações sobre um novo método de tratamento que tem ajudado muitas pessoas, e parece-me que o Estado do Paraná está à frente, principalmente com crianças especiais. Tenho orgulho de dizer que faço parte e que construímos dentro desta Casa uma das maiores frentes parlamentares desta Casa, a Frente Parlamentar de Apoio às Apaes, nossas crianças especiais, com quase uma unanimidade nessa frente parlamentar.

Venho falar de um método que soa estranho, no primeiro momento, é um nome difícil, o método Therasuit, que “consiste em um programa intensivo e individualizado visando o ganho de força, o aumento da resistência, do controle e da coordenação muscular e que ajuda a melhorar as atividades funcionais como engatinhar, sentar e andar. Indicado no tratamento de várias doenças de crianças e adultos que tenham sequela de paralisia cerebral, atraso no desenvolvimento; espasticidade, pós-AVE - Acidente Vascular Encefálico -; ataxia - perda de coordenação dos movimentos musculares voluntários -; síndrome de Down, inclusive na última semana tivemos o Dia Internacional da Síndrome de Down com exposição nesta Casa; hipotonia - diminuição do tônus muscular -; atetose - síndrome caracterizada por movimentos involuntários, lentos e ondulatórios nas mãos - e traumatismo craniano, entre outras doenças que podem realizar o tratamento. O Método é desenvolvido através de equipamento testado cientificamente e com resultados comprovados, que consiste em roupa e gaiola terapêutica “Theratogs e Pediasuit” composta por material que oferece estímulos sensoriais.” São materiais usados pela Nasa e pelos astronautas, uma roupa especial e que esta revolucionado na recuperação de crianças especiais e pessoas sequeladas por acidentes.”

Dessa forma a pergunta deste Deputado se “existe no Governo do Estado de São Paulo estudo que possibilite tornar a prática deste método um Programa da área da Saúde de média complexidade a ser desenvolvido nas entidades filantrópicas, tais como as Apaes, credenciadas, e as Associações de Assistência as Crianças Deficientes - AACD - do Estado?”

Estamos enviando esse requerimento ao digníssimo Secretário de Saúde para que ele possa, juntamente com a nossa cidade, fazer esse estudo que visa um resultado positivo e uma esperança a mais. Os profissionais de Fisioterapia e pacientes que já utilizaram o método já deram depoimentos sobre a importância desse método que possui um nome muito difícil, mas que em pouco tempo traz um maravilhoso resultado, Método Therasuit. Ele já está sendo utilizado e aplicado no Estado do Paraná.

Esse requerimento que fiz neste instante de forma oral, já foi escrito e será enviado ao Governo do Estado, pois seria muito importante se tivéssemos esse tratamento. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva.

 

O SR. RAFAEL SILVA - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa e telespectadores da TV

Alesp: A realidade que existe hoje é fruto do passado. Temos as causas e as consequências. Muitas vezes é fácil analisarmos o que acontece sem uma visão mais profunda da raiz do fato que não surge por si só, mas acontece em razão de outro.

Recentemente tivemos o problema em São José dos Campos. Naji Nahas era o dono das terras? Parece porque ele já faleceu. Aquelas terras não pertenciam a ele e sim aos credores.

Houve uma determinação da Justiça. E qual é a lei que impera neste País acerca da propriedade? Existe o direito de propriedade? Será que esse direito deve ser respeitado? E a Polícia Militar deveria cumprir uma determinação judicial ou não? Ignorar? No cumprimento dessa determinação judicial, teria a possibilidade do policial abordar as pessoas desalojadas de maneira cordial?

Quem é bandido? Quem é mocinho? Quem é o verdadeiro culpado? Qual é a raiz? O problema social não surge por um passe de  mágica.

Patativa do Assaré tem um poema muito bonito chamado “Triste Partida” que, inclusive, foi cantado por Luiz Gonzaga e Gonzaguinha. Gostaria que vocês conhecessem esse poema cujo autor nasceu há mais de 100 anos.

Gostaria também que os colegas ouvissem “Triste Partida”, de Patativa do Assaré que provém de uma família de cearenses, nordestinos.

A família apresentada no poema foi obrigada a vir para o Estado de São Paulo porque a seca chegou naquela região e eles foram obrigados a abandonar tudo o que tinham. No poema há trechos que mencionam a felicidade do rico fazendeiro em comprar os objetos do pobre indivíduo banido pela hostil seca de sua própria terra. O texto ainda narra a viagem de caminhão que os retirantes fizeram até São Paulo. O garoto diz que chora de dor porque o cachorro lá ficou e quem dará de comer para o cachorro; o outro menino também sofre ao perguntar à mãe se o seu gatinho Mimi morrerá de fome; a menina trêmula, chorando, indaga à mãe sobre os seus brinquedos e o seu “pé de fulô”, flor, do pé de roseira que lá deixou.

Patativa de Assaré que nasceu há mais de 100 anos, repito, fala que o bravo e forte nortista, expressão do autor, mas o correto é nordestino, vive como escravo no Norte e no Sul. Por isso, seria bom conhecermos a arte porque como disse Aristóteles “A arte imita o real”, ou seja, imita a vida. É bom conhecermos a arte.

Também é bom entendermos que aqui no Estado de São Paulo temos pessoas que vieram de vários pontos deste País. Não somos contra a migração, pois é um direito que as pessoas têm de ir de um lugar para outro. Mas por que vieram para cá?

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

* * *

 

Repito, acompanhem esse poema do Patativa do Assaré, e assim vocês poderão pensar e refletir em uma raiz que já existe e que é provocada pela grande corrupção que tomou conta deste País. Quem conhece um pouco de história sabe que, em um período da história, o Nordeste foi mais rico do que os Estados Unidos e o Canadá, um povoado no norte e outro no sul. Nordeste: latifúndio, grandes propriedades e senhores de engenho, porém o Nordeste não era mais rico, exceto algumas pessoas.

A diferença social e a pobreza da cana de açúcar do senhor do engenho ficaram, e este último, ainda continua mandando neste País como mandam os banqueiros. Essas pessoas excluídas foram vítimas. Mas qual a raiz? Será que podemos pensar na raiz? Será que devemos buscá-la ou vê-la pelas conseqüências? O câncer causado pelo cigarro precisa ser analisado em sua consequência e em sua causa. Nós, políticos, precisamos conhecer um pouco dessas coisas. Aí, talvez possamos, um dia, mudar essa triste realidade brasileira.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Jr. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa)

Srs. Deputados, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Samuel Moreira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Gianazzi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, está acontecendo uma coisa desagradável no Ceagesp, aqui em São Paulo.

No Ceagesp são comercializados, todos os dias, 10 mil toneladas de produtos frescos, in natura. É o terceiro maior entreposto do mundo. Mas ele está sucateado, está abandonado, muito mal administrado pelo seu presidente atual. Pensávamos que não poderia ficar pior, mas o presidente, Sr. Mário Maurici de Lima Morais, está conseguindo. O Ceagesp envolve 1.480 municípios de 23 Estados brasileiros e vários países, com uma circulação interna de 10 mil veículos de todos os portes, 500 mil pessoas, 1.200 empresas permissionárias, carregadores.

Além de não administrar bem, quer cobrar um pedágio dentro do Ceagesp. É incrível. Para um caminhão poder entrar e estacionar, para levar seus produtos, vai ser necessário pagar um pedágio, e isso tudo vai refletir na mercadoria. Hoje o pessoal do Ceagesp, às sete horas e 30 minutos, parou as ruas da região, num movimento pacífico, porque o presidente não quer receber os permissionários; ele é o dono da verdade. Ele quer que o pedágio seja cobrado, ou seja, vai aumentar ainda mais os custos. Ao invés de melhorar as condições do Ceagesp, ele quer aumentar.

Recebi todas as comunicações possíveis, os protestos das pessoas que lá estão. Eles querem trabalhar e ter melhores condições. As condições são péssimas, eu estive lá. E o presidente quer piorar ainda mais.

Quero me solidarizar com o pessoal que trabalha no Ceagesp:

“- Sr. Fernando Ferreira - Presidente do Conepe - Conselho Nacional de Pesca e Aquicultura;

- Sr. José Ciaglia - Presidente do Sindicato dos Armadores de pesca do Est. SP;

- Sr. Tsuneo Okida - Presidente da Federação dos Pescadores do Est. SP;

- Sr. Roberto Imai - Presidente da Indústria de pesca do Estado de São Paulo;

- Sr. Giro Yamada - Pres. dos Com. Atacadistas de pescados do Estado de SP;

- Sr. José Pereira de Souza (Trovão) - Comércio dos atacadistas de pescados do Est. SP;

- Sr. Heiji Tamada - Diretor da Itiban pescados;

- Sr. Ismael Coelho - Armador de pesca (Miami pescados)

- Sr. Wagner Camis - Ass. Bras. dos Criadores de Organismos Aquáticos - Abracoa;

- Sr. Daniel de Luca - Frigorífico Jahu Ltda.;

-Sr. Eduardo Haiek – APESP (Presidente)

-Sr. Robson Coringa – SINCAESP (Presidente)

-Sr. José Pinheiro – SINDICAR (Presidente)

- Sr. Marco Antônio Febrizzi - Sindicato da Indústria da Pesca do Est. SP;

- Sr. Edivando Soares de Araújo - Presidente da Colônia de pescadores de Barra Bonita;

- Sr. Carlos Alberto de Souza - Armador de pesca;

- Sr. José Gilsemar da Silva - Itiban pescados;”

Todos eles serão prejudicados com o pedágio que o presidente quer cobrar. Eles pararam o Ceagesp, porque querem trabalhar melhor.

Nas madrugadas, o pessoal vai comprar aqueles atuns de dois metros, tudo aquilo tem que ser facilitado. Nos 46 anos de existência do Ceagesp, nunca uma direção anterior pretendeu tal absurdo, um modelo inadequado, tentando transferir recursos do setor produtivo, mais de 150 milhões, para o explorador de tarifa, que onera a produção agrícola da economia popular.

Quero protestar e me associar a todos aqueles que estão lá no Ceagesp, porque o absurdo que o atual presidente do Ceagesp está fazendo vai onerar o povo.

Portanto, lá no Ceagesp está acontecendo uma barbaridade e uma vergonha. Nós, daqui desta tribuna, estamos nos solidarizando com todos os permissionários do Ceagesp. São mais de 1.200, e o presidente quer inflacionar ainda mais. Além de todos os impostos que eles pagam, com o aluguel caríssimo de um box daqueles, agora, mais um pedágio, para onerar mais ainda o povo.

O Ceagesp pode ser um modelo, mas eles querem piorar ainda mais a situação daquele sucateado centro.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Ulysses Tassinari.

 

O SR. ULYSSES TASSINARI - PV - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, funcionários, quero comentar hoje um fato que acontece em todas as cidades do interior, principalmente nas cidades menores, a grande dificuldade que as prefeituras têm encontrado para contratar médicos.

Apesar de não estarem pagando mal, médicos dificilmente vão para o interior. Temos que tomar certas medidas para promover a interiorização do médico.

Acho uma injustiça social muito grande um médico, formado por escola pública - USP, Unesp, Unicamp, Famema, Famerp - não retribuírem esse grande investimento público, não proporcionarem um retorno social para a população.

Tenho um projeto que está tramitando para que todos os formandos em escola pública prestem um estágio compulsório remunerado, com 40 horas semanais, durante um ano. Isso seria uma condição “sine qua non”: sem o estágio, não receberiam o registro definitivo no CRM.

O Estado de São Paulo, o mais rico da Federação, com as maiores escolas, onde se formam mais médicos, tem praticamente 29% de todos os médicos do País. Mas o que acontece: a Grande São Paulo concentra 57% dos médicos do Estado. O meu projeto é para que os formandos prestem serviço em municípios com menos de 100 mil habitantes, o que representa 570 municípios beneficiados.

Praticamente, entre 500 e 600 formandos estão nas escolas públicas. Esses médicos seriam colocados à disposição das prefeituras, para que se pudesse dar um atendimento melhor à população.

Apesar desse grande número de médicos, convivemos no Estado de São Paulo com situações de Primeiro Mundo e com situações de Terceiro Mundo. Nas várias Diretorias Regionais de Saúde (DRSs), existe uma desproporção muito grande. A Organização Mundial da Saúde preconiza que haja, pelo menos, um médico para cada mil habitantes. Na DRS de São Paulo, há 2,88 médicos; na DRS de Ribeirão Preto, 3,17 médicos; na DRS de Campinas, 2,45 médicos. São índices dos Estados Unidos e da França. Enquanto isso, na DRS de Registro, há 0,77 médicos. É índice da África do Sul, da Índia.

Essas desigualdades precisam ser corrigidas. Naturalmente, o meu projeto não tem a ambição de resolver toda a problemática da interiorização dos médicos. Outras coisas estão envolvidas, como a melhoria dos salários, o plano de cargos e carreiras, a criação de melhores condições para o profissional no interior. Acredito que estaremos corrigindo uma injustiça social, o investimento público é muito grande. Além disso, esses médicos são os mais bem formados. Sendo mais bem formados, vão se projetar no mercado de trabalho, vão trabalhar em clínica particular ou conveniada. Quase ninguém vai trabalhar no SUS. Portanto, o dinheiro público está sendo investido para formar médicos para a elite.

É isso que o meu projeto quer corrigir; quer ver se ameniza pelo menos essa grande dificuldade que estão tendo os prefeitos para contratar médicos.

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins.

 

O SR. Marcos Martins - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público que nos acompanha nas galerias, ouvi atentamente o Deputado Ulysses Tassinari, que falou da problemática da área da Saúde no tocante aos médicos nas prefeituras do interior.

Está marcado um Ato Unificado do Dia Mundial da Saúde, no dia 10 de abril, às 10 horas, na Praça da Sé. Quem convida é o Movimento Unificado da Saúde: “O SUS é nosso, ninguém tira da gente. Direito garantido, não se troca e não se vende. Realização - entidades e movimentos sociais e populares, usuários e trabalhadores.” Está aí o convite porque, realmente, a área da Saúde no Estado de São Paulo precisa melhorar.

Ontem, foi o Dia Mundial do Teatro e do Circo. Gostaria de deixar um registro em homenagem a esses artistas, muitas vezes, anônimos, que nos fazem sorrir.

Aproveito a data para parabenizar esses profissionais que atuam de diversas maneiras em nosso Estado, e, na sua grande maioria, principalmente os circenses, sem o apoio necessário. Artistas, profissionais que nos trazem momentos de alegria, magia e descontração nas arenas e nos palcos.

Nesta oportunidade, quero homenagear um grupo musical brasileiro formado em 2003, na Cidade de Osasco, “O Teatro Mágico”, um projeto que reúne elementos do circo, do teatro, da poesia, da música, da literatura, da política e do cancioneiro popular, tornando possível a junção de diferentes segmentos artísticos numa mesma apresentação.

Desejo muito sucesso para todos.

Gostaria também de fazer um registro. Quem sabe, a Justiça está dando um passo à frente: “Executivos viram réus do caso do Metrô. Juiz abre processo criminal contra 14 representantes de empresas acusadas de fraudar licitações da Linha 5, Lilás. Empreiteiras negam a combinação de preços oferecidos ao Governo paulista durante a concorrência pública.”

Está aí o metrô da Linha 5; teve o da linha Amarela; tem um pedido de CPI da Bancada do PT. Trata-se daquela acusação que saiu na “Folha de S.Paulo”, dizendo que era carta marcada. Houve a publicação e o registro em cartório. Os juízes estão condenando.

Outro problema: “Cidade tem queda de árvore, alagamento e pane no metrô. Falha elétrica deixou trens mais lentos na Linha Vermelha. E a estação mais movimentada da Cidade de São Paulo, Barra Funda, teve que fechar catracas para evitar lotação. Na região central, semáforos apagaram.”

Aqui, na Assembleia Legislativa, também tivemos um apagão. A Eletropaulo precisa tomar providências! Não é possível que continue assim! Algumas cidades - sei de Osasco - também ficaram sem energia elétrica. A Eletropaulo não me parece preparada para fornecer energia elétrica no nosso Estado. Mais uma vez, cobramos a Eletropaulo e o Secretário de Energia para que tomem as providências necessárias. Ameaçou chover, apaga a luz! O Estado de São Paulo está com problema de apagão, e a Eletropaulo precisa tomar providências, inclusive o secretário de Energia, para que a cidade e o Estado não sofram tanto. Além dos apagões, os relâmpagos queimam aparelhos elétricos. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PPS - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, mais uma vez a Neonatologia da Santa Casa de Mogi das Cruzes começa a sofrer aumento na internação de crianças de auto risco. A informação que temos é que a Secretaria da Saúde fez um corte nas Organizações Sociais - hospitais - que atendem na região, como o Hospital Luzia de Pinho Melo, a Santa Marcelina. Com isso, os casos seguem para Mogi das Cruzes, superlotando a UTI Neonatal, com uma média de 16 a 20 partos por dia.

Deputado Jooji Hato, V. Exa. conhece bem o pronto-socorro e sabe que uma hora terá outra contaminação dentro da Santa Casa. Queremos então saber a verdade da Secretaria da Saúde, se existiu ou não esse corte nesses hospitais, Luzia de Pinho Melo de Mogi das Cruzes, uma Organização Social, e na Santa Casa de Suzano e de Mogi das Cruzes. Com isso, temos tido um aumento grande de pacientes de risco que chegam a nossa região. A Vigilância Sanitária foi acionada, inclusive a Promotoria Pública, mas não sabemos se a Secretaria fez ou não o corte. A nota da Secretaria diz que não, mas o temos informação de que o Hospital de Itaquaquecetuba não recebe gestantes de risco, crianças de risco; que o Pronto-Socorro do Hospital Santa Marcelina de Itaquera fechou; q o Hospital de Ferraz de Vasconcelos, do Estado, diminuiu o seu movimento. E os pacientes estão aí sem poder realizar cirurgia, indo atrás do Hospital Luzia de Pinho Melo ou da Santa Casa de Mogi das Cruzes.

Queremos fazer um alerta, pois poderemos ter novamente infecção hospitalar dentro da Neonatologia da Santa Casa de Mogi das Cruzes. O que era antes tudo organizado, com a diminuição dessas verbas voltou a acumular casos para Mogi das Cruzes.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Parabéns a V. Exa., Deputado Luiz Carlos Gondim, que tem uma preocupação muito grande com as Santas Casas. Neste instante, temos a Frente Parlamentar conversando com o Ministro Padilha sobre as Santas Casas em Brasília.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu acabo de chegar da Praça João Mendes onde está sendo realizada uma Assembleia Geral de Servidores do Judiciário de todo o Estado de São Paulo. A partir desta Assembleia Geral, ficou estabelecida uma pauta unificada com 41 itens para serem acolhidos, logicamente pelo Tribunal de Justiça. E para que isso aconteça é necessária a suplementação de recursos do Executivo, que cortou 50% do Orçamento do Judiciário no ano, e da Assembleia Legislativa que aprovou este Orçamento.

Passo a ler a pauta unificada da Assembleia Geral:

“Pauta unificada para a assembleia de 28 de março, às 14 horas na praça

João Mendes - SP - Capital

1. Índice da perda inflacionária acumulada -10,27%

2. Da fixação de um cronograma de pagamento das verbas indenizadas

Um dos grandes problemas que afligem uma grande parcela dos funcionários é quanto a questão do pagamento das verbas indenizadas, passivo de R$2.274.848.483,00, conforme relatório de proposta orçamentária - detalhado, para o exercício de 2012.

3. Arquivamento imediato dos procedimentos administrativos instaurados contra servidores em decorrência da greve, por seus atos e manifestações, em cumprimento do acordo levado a efeito no processo de dissídio coletivo n° 10.205854-9.

4. Revisão do plano de cargos e carreiras dos servidores com a readequação das tabelas salariais.

5. Pagamento imediato de direito ou benefício na folha de pagamento seguinte à aquisição/concessão, tais como férias e licença prêmio.

6. Equiparação dos salários de agente administrativo judiciário (auxiliar judiciário VI), agente de serviço judiciário (auxiliar judiciário I), agente operacional judiciário (auxiliar judiciário II) e agente administrativo judiciário (auxiliar judiciário III, IV e V) que se encontram ou estiveram em desvio de função.

7. Aumento real de salário.

8. Instituição de normas de participação dos trabalhadores nas decisões relacionadas à Saúde e Condições de Trabalho, nos moldes das Cipas, com representantes eleitos.

9. Liberação do ponto para atendimento médico no Iamspe.

10. Intervalo de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados em digitação, para descanso e prática de ginástica laboral.

11. Criação de ambulatórios médicos, odontológicos e psicossocial nos prédios de trabalho.

12. Que seja obrigação do TJ fornecer aos servidores banheiros e vestiários (quando necessário) adequados e água potável.

13. Melhoria das condições de segurança dos prédios dos Fóruns.

14. Recuperação do índice de 20% da Taxa Judiciária destinado aos oficiais de justiça para rateio para pagamento das diligências efetuadas nos mandados gratuitos. (PL 11/2010)

15. Formular expediente junto ao TJ-SP para regulamentar, de imediato, as averbações referentes à Licença Prêmio dos Servidores.

16. Equiparação salarial com os trabalhadores da Justiça Federal.

17. Reajuste nos valores dos Auxílios:

a) Auxílio transporte no valor de quatro (4) conduções por dia com base no valor da passagem da Capital;

b) Auxílio Saúde no valor de R$ 300,00 para o titular e 50% para os dependentes;

c) Auxilio creche-escola reajustado pelo INPC acumulado desde o último reajuste concedido e prorrogação do prazo de cobertura até os 10 anos de idade, extensivo a todos os servidores.

18. Incorporação do valor correspondente ao auxílio alimentação aos salários dos ativos, aposentados e pensionistas.

19. Reconhecimento pelo Tribunal de Justiça das OLT, Organização por Local de Trabalho, das comissões de prédios, com a liberação do ponto, sem desconto para os membros eleitos, para realização das reuniões e atividades.

20. Estabelecimento de cronograma de reuniões entre representantes dos servidores e a Comissão de Orçamento para acompanhamento da execução do orçamento anual, e intervenção na elaboração do Orçamento nas questões de interesse do funcionalismo.

21. Fim do Assédio Moral. Estabelecimento de canais dedicados, exclusivos e de composição paritária, com a finalidade de apurar as denúncias e encontrar soluções. Elaboração de campanha interna por parte do TJ aos Gestores.

22. Licença paternidade de 30 dias.

23. Fim das terceirizações, privatizações de setores e Oficiais de Justiça “Ad Hoc”.

24. Concursos públicos em regime urgência, para o preenchimento imediato dos quinze mil cargos vagos, visando cumprir a recomendação do Tribunal de Justiça de 300 processos por escrevente e de 500 por Oficial de Justiça.

25. Aplicação imediata, pelo Tribunal de Justiça em âmbito administrativo, de questões já decididas por Cortes Superiores do País, com o imediato enquadramento salarial e o pagamento dos valores devidos, evitando-se a necessidade de ações judiciais tais como, dentre outros:

a) sexta-parte e quinquênios sobre vencimentos integrais;

b) desvio de função.

26. Criação do cargo de Coordenador nas unidades da administração geral das Comarcas.

27. Adoção das medidas necessárias para garantir o direito ao recebimento de adicional de insalubridade e periculosidade para cargos, funções e atividades, conforme previsto nos requisitos estabelecidos pela legislação trabalhista.

28. Por dedicação especial do Tribunal na aprovação urgente do PLC 49/2009, que estabelece a criação e nomeação dos cargos de assistentes sociais e psicólogos.

29. Estabelecimento, a todos os servidores, de programas de supervisão e capacitação aos assistentes sociais e psicólogos judiciários.

30. Extensão do curso de capacitação e especialização para todos os servidores.

31. Extensão aos Psicólogos da jornada de 30 horas semanais, conquistada pelos Assistentes Sociais, por decisão judicial.

32. Comissões paritárias, com representantes dos trabalhadores e do Tribunal de Justiça, para analisar assuntos que envolvam direitos de servidores, entre outros:

a) para discussão sobre assuntos relativos aos Oficiais de Justiça;

b) para discussão sobre assuntos relativos aos Agentes de Segurança.

33. Fim da livre nomeação para os cargos de chefia. Criação de concursos internos, com critérios objetivos.

34. Fim do “cartorião”, cartório que acumula mais de uma vara. Criação dos ofícios necessários para atender as necessidades das respectivas áreas.

35. Participação efetiva da categoria, através de representantes, nas decisões administrativas do Órgão Pleno, com direito à voz.

36. Jornada especial de regime trabalho judicial para oficiais de Justiça.

37. Inclusão de representantes de entidades de comissões de Salário e Finanças e Orçamentos.

38. O pagamento dos plantões judiciais deverá ser feito a quitação desse valor deverá ser pago no mês seguinte ao da realização do plantão. A função de agente administrativo também poderá atuar nos plantões judiciários.

39. Quando houver a realização de serviço que ultrapasse o horário normal do servidor, bem como quando houver a necessidade de locomoção para a realização de trabalho fora da Comarca onde estiver lotado o servidor, deverá ser pago integralmente - e em até cinco dias após o inicio do trabalho em deslocamento - o valor das respectivas diárias e sem prejuízos dos auxílios correntes assegurados ao servidor. Também nesses casos ocorrerá o computo de horas extras sempre que a jornada do servidor ultrapassar a jornada regular de trabalho do seu respectivo cargo.

40. Suspensão imediata da Avaliação de Desempenho. Criação de Comitê de Trabalho, com a participação de representantes da categoria eleitos em Assembleia, para rediscutir, normatizar e implementar as mudanças necessárias no PCC - Plano de Cargos e Carreiras e Avaliação de Desempenho:

a) Implementação no PCC e AD, de gratificação por títulos acadêmicos de graduação, mestrado e doutorado.

41. Permitir a utilização de horas credoras na compensação de atrasos.”

Lembro ainda àqueles que nos acompanham pela TV Assembleia, especialmente aos servidores que, encerrada a reunião de servidores na Praça João Mendes, a partir das 16 horas, na Assembleia Legislativa, teremos uma audiência pública com servidores do Judiciário para debater formas de fazer o encaminhamento, e a solução desta pauta de reivindicações. Agradeço a atenção de Vossa Excelência.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB – PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, é uma comunicação e um apelo! Recebi em audiência, numa recente visita, o prefeito da cidade de Serrana. Ele me manifestou, mais uma vez, a estranheza da população daquela cidade diante do fato de, há três anos, se encontrar abandonado, embora esteja em condições de funcionamento, um prédio para hospital. O doutor Marcos Felipe, diretor do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, em contato comigo, apelou-me: “Deputado: consiga do Governo de São Paulo, da Secretaria da Saúde, a doação desse hospital para podermos torná-lo uma extensão do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.”

Já falei isso da tribuna e fiz, até, um apelo explícito, mas não obtive nenhuma resposta. Dizem que cada Secretaria tem um assessor parlamentar. Acredito que seja para saber o que está acontecendo na Assembleia e nos dar esclarecimentos. Fiz o pedido por escrito, fui à tribuna, mas não recebi nenhuma satisfação. Agora voltarei para a minha região, Ribeirão Preto, e o prefeito da cidade de Serrana vai indagar-me: “Então, deputado, este prédio vai continuar abandonado?”

O prédio para um Hospital Regional está pronto e, enquanto isso, a imprensa noticia doentes em postos de saúde, durante 10 a 15 dias esperando vagar leito hospitalar. Todos os leitos dos hospitais de Ribeirão Preto estão lotados enquanto existe um prédio, construído para ser hospital, esperando ser colocado em funcionamento pelo Estado.

 Quero dizer, de público, que o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, através de seu diretor, está habilitado a tomar conta desse hospital tão logo seja autorizado pelo Governo do Estado através da Secretaria da Saúde.

Não é possível, senhor presidente, a Saúde do jeito que está. Ouvi depoimento de mãe com criança esperando 10 dias no posto de saúde para ser internado. E a resposta é: “Não há vaga de leitos nos hospitais.” E aquele hospital, enquanto isto, está entregue às baratas. Há alguma coisa muito errada. Aguardo do assessor parlamentar da área, por favor, informações sobre eventual planejamento porque quero ser o primeiro a anunciar, desta tribuna, as providências que se pensa adotar.

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência tem a satisfação de anunciar a visita dos alunos da Escola Estadual Ministro Alcindo Bueno de Assis, de Bragança Paulista. Eles se fazem acompanhar dos queridos Professores Cleber da Costa Oliveira e Dirce Dias da Silva Commetti. Os ilustres visitantes são convidados do nobre Deputado Edmir Chedid.

Sejam bem-vindos. Esta Presidência solicita uma salva de palmas aos nossos visitantes. (Palmas.)

Há uma permuta de tempo do nobre Deputado Aldo Demarchi com o nobre Deputado Pedro Tobias.

Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias.

 

O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, juventude de Bragança Paulista, Deputado Welson Gasparini, na sexta-feira tenho três cirurgias por realizar e sei das dificuldades. Hoje, todas as Santas Casas estão fechando. Se uma Santa Casa não tem ajuda do prefeito ou do Governo do Estado, ela fecha porque trabalhar só com a tabela do SUS é prejuízo. Sou médico cirurgião. Eu não ganho numa cirurgia, mas também não coloco dinheiro como as Santas Casas. Uma cirurgia de câncer de mama não chega a cem reais. Eu não ponho dinheiro, mas o hospital investe para atender o paciente. Se não melhorar a tabela do SUS, não sei onde vamos parar.

Da verba do SUS, o Governo do Estado teve um déficit de um bilhão e 700 milhões de reais no ano passado. O Ministro Alexandre Padilha nos chamou para conversar, mas eu o chamei de fanfarrão porque as coisas não estão andando. Todos os dias eu vejo as dificuldades de um hospital.

Concordo plenamente com V. Exa. na sua queixa e como Presidente estadual do partido vou cobrar da Secretaria da Saúde no mínimo educação, ou seja, tem de dar uma resposta ao deputado. Basta de um empurrar o problema para o outro. A tabela do SUS é baixa e os hospitais particulares não atendem mais pela tabela SUS. Apenas uma meia dúzia. Na minha região apenas um hospital estadual opera pelo SUS. Lógico, vai demorar, não vai encontrar vaga.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Deputado Pedro Tobias, a título de fazer economia o Governo cortou verbas do orçamento em algumas áreas, dentre elas a Saúde. Isso é revoltante. Ela deveria corrigir a tabela SUS, que é uma vergonha. As Santas Casas e os hospitais que atendem SUS estão desesperados. É preciso reajustar essa tabela. No entanto, o que aconteceu? O Governo Federal corta do orçamento da Saúde cinco bilhões de reais para economizar.

Ora, vai fazer economia na Saúde?! Para estádio tem dinheiro.

Este Brasil ficou honrado em sediar a Copa do Mundo. São bilhões de reais sendo investidos em campos de futebol, agora para a Saúde corta-se verbas. Isso não tem sentido. Nós precisamos reagir. Mas infelizmente parece que a população brasileira está anestesiada. A gente fala, outros falam, os jornais publicam, mas nada acontece. É triste falar, mas é a verdade.

 

O SR. PEDRO TOBIAS - PSDB - Mais ainda: o Estado de São Paulo é prejudicado mais uma vez porque se leva em conta o per capita. Por per capita, São Paulo recebe menos que Alagoas, por exemplo. É como no Centrinho de Bauru: 30% atende o Estado de São Paulo e 70% são atendimentos a outros estados. Vêm na cota de São Paulo. Isso precisa mudar. São Paulo é discriminado. Cinquenta por cento dos transplantados vêm para São Paulo. Sessenta por cento dos portadores de câncer são tratados em São Paulo. Diga-se de passagem, um tratamento caro. Tem gente que vem de Goiás para pegar remédio de alto custo aqui em São Paulo porque outros estados não compram.

O PT diz que gosta de pobre. Pobre é tratado nas Santas Casas. E é dessa maneira que tratam os pobres? Isso é balela.

É preciso melhorar a tabela do SUS porque quem vai para a Santa Casa não é rico. O rico tem um bom convênio ou vai para o Sírio-Libanês, para o Albert Einstein. A Dona Maria precisa ‘abrir o olho’ para ver quem fala a verdade e quem engana.

Mas hoje venho falar da prévia realizada pelo PSDB. Muita gente achou que não iria dar certo, muita gente achou que o partido sairia dividido. Mas não. Saímos fortalecidos porque exercemos a democracia. Num passado recente era a cúpula do partido que escolhia o candidato. Hoje, é o militante. O voto de qualquer militante tem o mesmo valor do voto do Governador Geraldo Alckmin. Isso é democrático. Hoje, o militante pode falar. A imprensa deu ‘José Serra ganhou com 52 por cento.’ O nosso partido é democrático. No antigo comunismo, todos tinham 90 por cento. Em todo país ditatorial ninguém tem menos de 90 por cento.

Mas, enfim, quero agradecer a militância do partido porque a chama da democracia voltou ao partido. Finda a prévia, o partido saiu unido e vamos eleger Serra o grande prefeito. Serra é um homem preparado para ocupar qualquer cargo executivo. Foi um excelente Governador no Estado São Paulo. A maior vitória que podemos tirar dessa prévia foi a da militância. Eu trabalhei nisso desde o primeiro dia na presidência do partido. Quem sabe essa prévia não seja exemplo para outros estados, como também para eleição a governador, presidente da República. Muitas vezes o militante só é lembrado para pedir voto em época de eleição. Não. Daqui para frente vai ser consultada, vai dar palpite. 

Deputado Celso Giglio - se Deus quiser o futuro prefeito de Osasco - é preciso agradar bastante a militância. Foi o tempo em que só as lideranças do partido decidiam. A prévia mostrou que os militantes podem decidir quem deve ser o candidato.

Se por isso, hoje maior felicidade minha, se termino meu mandato, concretizei que a prévia é um fato consumado hoje e, não voltamos atrás. Outra coisa é que deveria ter votação direta para presidente de partido em âmbito municipal, estadual e nacional. Para acabar com conchavos.  Ah, não sei... Dona Maria. Eu chamo Dona Maria todo mundo, o coitado que não tem cargo alto, não tem posição alta no partido, mas sem ele não tem partido. Sempre falo que prefiro mil vezes ser sargento dentro de um exército forte, do que ser coronel sem exército.

Por isso fico muito feliz e agradeço a todos os militantes e a todos os candidatos. Tanto José Serra, como José Aníbal, como Trípoli, que ficaram até o fim, e, na primeira etapa, ficaram Bruno Covas e Andrea Matarazzo. Graças a eles consolidamos a prévia. E tanto o meu partido como outros partidos precisamos aprender a disputar eleição. Podemos perder e podemos ganhar, mas isso é democrático. Não impor uma candidatura. Às vezes o militante nem fica sabendo o que acontece.

Parabéns para o PSDB e parabéns para militância. Isso me dá prazer. Militância, pode contar comigo. Para qualquer coisa estou ao lado de gente como Dona Maria e do baixo clero. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Morre o escritor Millôr Fernandes. Esta Presidência, com pesar, em nome de todos os deputados e deputadas, se solidariza com a família do grande jornalista, escritor, dramaturgo, desenhista, roteirista de semana Millôr Fernandes. Ontem, no Rio de Janeiro, ele teve uma parada cardiorrespiratória às 21 horas. Nossos profundos sentimentos de pesar aos filhos Ivan, Paulo, ao neto Gabriel, a toda família, amigos e admiradores. Que ele descanse em paz.

Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB – Nobre Presidente Jooji Hato: quero ressaltar a atuação brilhante de V.Exa., quando substitui o Presidente Barros Munhoz  e a maneira feliz como aborda determinados assuntos na tribuna. Fico honrado em ser seu companheiro nesta Casa!

Sr. Presidente, Srs. Deputados: a partir do próximo dia 31 de março - notícia oficial - vamos ter o preço dos remédios reajustado em até 5,85%  conforme autorização da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos.

É importante desmascararmos essa situação, verdadeira mentira na área da saúde. Apelo, neste instante, no sentido de haver correções nesse sentido

Outra notícia extraída dos jornais mostra os preços dos genéricos variando, aqui em São Paulo, em até 952%. Isso é: quase mil por cento. Quem diz isso é o Procon,  um órgão oficial. Ele foi a diversas farmácias aqui de São Paulo, comparou os preços dos medicamentos e encontrou variação de até mil por cento. Ora, então esse reajuste do dia 31, de 5,85% é gozação! Se há preços de remédio variando mil por cento, constatado por órgão oficial, que fiscalização pode haver?

Quero fazer uma sugestão: a carga tributária incidindo sobre os preços dos medicamentos no Brasil é assustadora. Há necessidade, além da fiscalização do Procon, de todos nós e não sei mais de quem, de se colocar  um paradeiro nesse roubo de se cobrar até mil por cento mais caro por um remédio,  conforme  já denunciei  nesta tribuna. Mas, o que acontece? E aqui expresso uma frustração: temos, no plenário, cinco deputados, entre 94. Tudo bem: os outros estão em comissões, trabalhando em audiências públicas; na galeria, há cinco pessoas; a imprensa, regra geral, se tiver um escândalo aqui dá a notícia imediatamente. Mas os assuntos em si, infelizmente, não têm a repercussão desejada. Apelo, então, a esta Casa, à imprensa em geral: vejam se estou falando verdade ou mentira. Façam uma reportagem sobre isso. É verdade que os medicamentos estão com uma diferença de preço de quase mil por cento? É só ir ao Procon e ver se essa notícia é verdadeira ou não, para que não apareça esta manchete “Preço de remédio será reajustado em até 5,85%.” Isso é gozação, Sr. Presidente.

Os preços dos medicamentos estão uma anarquia! Tem muita gente ganhando fortuna nesse negócio e gostaria de apresentar uma solução bem prática: vamos isentar os remédios de impostos. Muita gente não sabe, mas a cada 10 reais gastos na compra de remédios, 3,30 reais correspondem a impostos pagos pelo consumidor. Quando compramos um remédio, só de impostos pagamos quase um terço do seu valor. Enquanto o governo federal reduz impostos de geladeiras, sofás, móveis em geral, televisores, automóveis etc. se eu vou comprar um remédio o próprio governo autoriza aumento de 5,85%. E o Procon diz: “Não, isso aí não é verdadeiro;  a verdade é que os preços variam 952%.” Isso é verdade ou mentira? E quem é que vai tomar providências? Pode indagar alguém, nos vendo ou ouvindo neste instante: ora, deputado, por que o senhor não toma providência? Mas qual providência pode um deputado estadual tomar? Desde o período revolucionário os parlamentos se tornaram quase brinquedos no Brasil e sequer podemos apresentar um projeto de lei criando despesa. Mas, se quase tudo cria despesa, praticamente não podemos fazer nada. Aqui, nesta Casa, podemos fazer discursos, pronunciamentos, denúncias. Mesmo assim, quem vai dar sequência a essas denúncias?

O Governo Federal cortou despesas na Saúde na ordem de cinco bilhões. E os bilhões desviados pela corrupção neste país? Vocês já viram alguém devolver um real aos cofres públicos? Mas são bilhões desviados todos os dias e todos os dias acontecem escândalos. Cada dia tem o seu escândalo do dia.

Empresas mancomunadas - cinco ou seis das maiores do Brasil - combinam os preços apresentados nas concorrências públicas e o povo, enquanto isto, pagando impostos até mesmo sobre remédios.

Tem hora que somos forçados a considerar certa a frase do Marechal Charles de Gaulle segundo a qual este País não é sério. A impunidade, infelizmente, é quase total! Aquele célebre caso do “mensalão” há quantos anos aconteceu? Propinas que eram até colocadas nas cuecas porque não cabiam mais nos bolsos, não cabiam nas bolsas. Agora, só depois de oito anos, estão dizendo sobre a possibilidade do julgamento dessas denuncias. Não estou falando se são culpados ou não. Se tiver inocente nesse processo é justo esperar oito anos para que possam seus familiares e o povo saber da sua inocência? E se são culpados, por que esperar oito anos para puni-los? Agora estão dizendo que são 32 no processo e os advogados vão pedir desmembramento para serem julgados um por um. Se isso acontecer, nem daqui dez anos vamos saber se são culpados ou inocentes.

E esses outros casos? Todos os dias surgem escândalos. É um roubo, é desvio de dinheiro público; enfim, é propina que não acaba mais.

Ora, a impunidade, efetivamente, estimula quem queira fazer negociatas, apostando na corrupção e nas propinas.

Sr. Presidente, deixo aqui minha sugestão para  o Governo Federal e o Governo do Estado de São Paulo isentarem de impostos os  remédios. A CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, está realizando a Campanha da Fraternidade e o Secretário Geral da Conferência, Dom Leonardo Ulrich Steiner, criticou o corte de cinco bilhões para a Saúde no Orçamento pelo Governo Federal.

A tese do dia é discutir a Saúde no Brasil.

Vamos tomar providências. Fica aqui a minha sugestão ao Governador Geraldo Alckmin, médico e conhecedor que é médico e conhece essa área da Saúde, para isentar os remédios de impostos no Estado de São Paulo. Tenho certeza de que o Governo Federal fará a mesma coisa no momento em que for noticiada essa isenção por parte do o Governo do Estado de São Paulo porque não vai querer passar vergonha deixando de atender essa justa reivindicação. Caso o governador atenda ao meu apelo e mande um projeto a esta a Casa isentando de impostos estaduais todos os remédios, com certeza terá 94 votos a favor.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas, pelo tempo regimental.

 

O SR. ED THOMAS - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício, Deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, trabalhadores da Assembleia Legislativa, telespectadores da TV Assembleia, ocupantes das galerias desta Casa, quero saudar com muito respeito e carinho, do meu Santo Anastácio, que é a minha terra natal, o meu companheiro Juscelino José de Santana, que é vereador, aqui presente acompanhando os trabalhos nesta Casa, digno vereador da Câmara Municipal do nosso Santo Anastácio, uma cidade que foi criada e que nasceu para ser capital da velha Alta Sorocabana, hoje Oeste Paulista, Nova Alta Paulista, Pontal.

Sr. Presidente, Santo Anastácio foi projetada para que fizesse o papel que hoje é da grande Presidente Prudente, que já teve uma das mais belas fontes luminosas deste País - continua em reforma. Continua, realmente, fechada esperando mais recursos e mais verbas. Vereador um grande abraço. Conte sempre com o nosso trabalho. Muito obrigado pela visita.

Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, pude já usar a palavra hoje no Pequeno Expediente e agora o privilégio de usar no Grande Expediente, e quero falar de um projeto que é grandioso.

Já pude, neste Parlamento, falar dos conselhos tutelares - até conversava com o digno Deputado Dr. Ulysses Tassinari sobre isso. E o problema continua o mesmo, Deputado Welson Gasparini, grande e sempre Prefeito - que sempre se pronuncia de maneira transparente, ética e digna dentro da política e nesse microfone. Temos de chamar atenção para os conselhos tutelares do Estado e do País.

Na semana que se passou, no atendimento que faço, na extensão do nosso gabinete da Assembleia Legislativa, em Presidente Prudente, onde recebemos visitas, onde recebemos pedidos, onde recebemos críticas, onde pessoas nos procuram para buscar verbas para que façamos essa distribuição para o Estado, recebi mais um caso, entre tantos outros, de uma conselheira tutelar, mais especificamente, da Cidade de Presidente Bernardes. Ela me relatava a dificuldade em fazer visitas até mesmo nos assentamentos - temos muitos assentamentos no interior, cerca de 600 quilômetros daqui, no Oeste Paulista, na 10ª Região Administrativa. Dizia que tinha que fazer as visitas com seu próprio carro. Na visita que estava me fazendo - de Presidente Bernardes à Presidente Prudente -, teve de pagar o combustível do próprio bolso. E veio para solicitar um veículo para que ela pudesse fazer a visita aos familiares e aos adolescentes.

E assistimos a um desperdício tão grande de dinheiro público. Mais do que isso: uma roubalheira sem tamanho. E uma conselheira que ganha pouco mais de 500 reais, que tem o seu nome colocado também numa eleição para ser escolhida conselheira, com o seu salário sendo bancado pelo Prefeito.

E a prefeitura, muitas vezes, é a folha de pagamento que leva todos os recursos, sobrando tão pouco para investimento. Mas conselho tutelar é uma responsabilidade do município, parecendo que só o Prefeito e os vereadores têm a responsabilidade de cuidar dele. É ele que cuida, com certeza, dos desvios acontecidos, das nossas crianças num estado de vulnerabilidade, dos nossos jovens abandonados, das famílias realmente esfaceladas, e esses conselheiros têm a responsabilidade de buscar esses familiares, de tentar dar um novo caminho, um novo projeto de vida. De que jeito? A pé, de bicicleta, um carro emprestado? A prefeitura não tem condição de bancar esse veículo, de comprar um veículo e colocar para o conselho tutelar. Muitas vezes acha que está se fazendo muito ao pagar um salário para um conselheiro tutelar. Fica lá num canto. É claro que em outros municípios é outra expectativa.

Tem Conselhos que funcionam bem, que há um investimento do prefeito, graças a Deus, felizmente que há, mas o estado é de calamidade. Porque quando você recebe um pedido dessa dificuldade analisa-se um segundo pedido, que tem um significado perigoso. Um terceiro pedido sobre o mesmo problema é sinal que alguma coisa não está bem.

Eu recebi esses pedidos, seja de Bernardes, de Maracaí e de Ouro Verde, onde nós pudemos buscar um computador e colocá-lo no Conselho Tutelar, que ainda funcionava com máquina de escrever, onde o telefone ainda é o celular do conselheiro. E coloca-se um telefone fixo, onde um computador, nessa alta tecnologia que nós vivemos, ainda é um artigo de luxo, Deputado Tassinari e Deputado Gasparini. Tem uma mesinha, eu já falei disso, mas às vezes não tem nem um sofá para o pai e a mãe chorarem a situação do filho! Analisem isso.

Eu ouvi o Senador Paulo Paim se manifestando, em um determinado período, sobre os Conselhos Tutelares. Esta é a real solução, a raiz que precisa ser vitaminada e tratada. Se nós temos tantas crianças hoje ainda fora de escola, se drogando, buscando o álcool, ou o crack - que é a droga da morte -, é porque não temos o fortalecimento dessas instituições.

Precisa haver esse investimento, porque quando um juiz faz o despacho é para o Conselho Tutelar. Mas não se tem um carro para fazer uma visita.

Existem alguns Conselhos tutelares que funcionam bem? É mais do que a obrigação, eles têm que realmente funcionar bem.

Mas fica aqui esse alerta porque nós fazemos parte da Frente de Combate às Drogas. Fica aqui um alerta maior, o Deputado Gasparini colocou aqui que ‘gasta-se milhões e está se gastando milhões em estádios.’ Ótimo, pois é geração de renda e de emprego. E quantos as festas? Nós temos problemas prioritários para resolver, que são as pessoas, e temos dinheiro para solucionar tudo isso, sim.

Vemos com tristeza quando um conselheiro ou uma conselheira vem buscar ajuda, mas às vezes, tenho que recorrer a Receita Federal, como eu já fiz algumas vezes. São carros apreendidos de traficantes e que estão apodrecendo nos pátios, Presidente, pela burocracia. E nesses pátios, nesses barracões, tem de agulha a avião, que poderiam ser repassados a essas entidades, mas dizem “esse ano não pode, porque é ano político.”

Nós temos eleições a cada dois anos, mas há um gasto estrondoso que melhoraria a Saúde, a Educação, daria infraestrutura e daria grandeza realmente para nossa gente.

Mas é vergonhoso recebermos uma pessoa que é conselheira, que está ali para melhorar a vida das pessoas, mas para fazer uma visita não tem como chegar, de maneira nenhuma, não tem um telefone para se comunicar. E vem pedir para o deputado fazer uma emenda de um veículo junto a Prefeitura Municipal em benefício do Conselho Tutelar.

Muitas vezes alguns Conselhos, e já coloquei aqui, continuam circulando com fusquinha, uma perua Kombi fora das normas de segurança. É claro que há bons investimentos de outras prefeituras, mas é preciso fazer um chamado: se não nós queremos realmente combater é preciso ir para cima e vencer as drogas, porque estamos perdendo essa guerra todos os dias e de muito para frente. Que haja o fortalecimento de uma dessas instituições das tantas que existem e que fazem o bem. Ai desse país sem as entidades! Ai desse país sem as instituições! Ai desse país sem os voluntários!

Fica esse alerta, para que haja o fortalecimento dos Conselhos Tutelares, aos conselheiros e às conselheiras, aos psicólogos e às psicólogas, assistentes sociais e médicos que também são um braço do Judiciário e que é obrigação nossa poder participar, ajudar e melhorar a vida das pessoas. Muito obrigado Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Há uma permuta de tempo entre a nobre Deputada Rita Passos e o nobre Deputado Rafael Silva. Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva, pelo tempo regimental.

 

O SR. RAFAEL SILVA - PDT - Sr. Presidente, nobres colegas, nesta Casa discutimos os problemas que existem de fato e que afligem a população do Estado de São Paulo e por extensão, a população brasileira.

Hoje foi discutido o assunto, foi falado sobre a Cracocolândia, drogados. E para a nossa tristeza é que quando você liga a televisão vê a propaganda da cerveja: o jovem que não bebe cerveja não tem namoradas bonitas, não tem lindas garotas do seu lado. E tem cerveja quadrada, cerveja redonda, tem a festa, a balada... Essas informações ficam na cabeça do adolescente, da criança e mesmo dos adultos.

Elas começam a povoar o consciente e o inconsciente, ou seja, começam a povoar a mente das pessoas e começam a fazer parte dessa realidade de vida, de alegria, de felicidade. E vem também a música que diz que para ser feliz tem que tomar cerveja. A música também é uma propaganda altamente eficiente da bebida alcoólica, que é droga lícita, mas é droga.

De repente o jovem passa a entender que outras drogas também trazem felicidade. Ele passa a fazer uso da maconha, da cocaína e do o crack. Felicidade entre aspas, depois vem a tristeza.

Um sujeito bêbado nesse final de semana, dirigindo uma perua Kombi, subiu na calçada e matou um casal de namorados. Mas ele estava bêbado, tem todo o direito de fazer isso.

Em Ribeirão Preto, na última semana, um camarada bêbado dirigindo em uma rodovia na contramão, bateu de frente com outro carro e matou o outro motorista. Ele está em estado grave no hospital. Se morrer, ele que provocou, ele que quis. Ele que quis.

Agora nós somos vítimas da bebida e vítimas das drogas. Se o Brasil resolver internar todas as pessoas que têm problemas com álcool, com maconha ou com cocaína, vamos ter que pagar mais impostos.

Um dos deputados que me antecedeu aqui, falou dos impostos elevados. Se nós começarmos a entender o que vai acontecer com os bandidos que precisarão ir para as penitenciárias, teremos certeza de que mais e mais impostos serão necessários para cobrir tantas despesas.

Não existe uma providência em nível nacional, existem discursos: “Oh! Meu Deus do céu, mas a Cracolândia, ali o desrespeito que foi feito com o jovem.” Que desrespeito, ou que violência foi praticada contra o jovem? Foi sim. A violência maior é que deixaram as drogas virem para o país. A violência maior não é essa da Cracolândia não. Eles foram vítimas antes disso tudo, ou será que nós não temos a capacidade de enxergar um pouco além do nariz? São vítimas. O camarada que fica bebendo na balada, ele provoca essa realidade, mas ele vive a consequência da publicidade, e a publicidade faz com que o sujeito assuma aquela condição psicológica. Então, de repente, busco raízes de informações. Vou para o Freud, que fala várias coisas bonitas, mas muitas coisas loucas e absurdas, mas fala. Ele fala do comportamento das pessoas, fala das neuroses, fala do consciente, do inconsciente; ele nasceu em 1856 e morreu em 1939. Faz tempo que ele nasceu.

Aí temos Jung, que foi parceiro de Freud, que no momento concordava com tudo, ou quase tudo, mas depois discordou de muitas coisas. Jung nasceu em 1875 e morreu em 1961. Era 19 anos mais novo que Freud. Jung falou que o homem é criminoso, gênio ou santo, ou seja, qualquer pessoa pode entrar para o crime, pode se transformar num bandido, pode ser gênio. Se a criança tiver oportunidade para se desenvolver e tiver uma orientação adequada, tiver exemplos adequados, poderá ser um gênio ou um santo. Santo não é aquele que faz milagre, não. Santo é o que respeita o direito dos outros, é o que respeita os semelhantes. É aquele que ajuda, sempre que possível, e não prejudica nunca.

Ainda hoje eu falava com uma pessoa sobre logoterapia. Viktor Emil Frankl, que nasceu em 1905, em Viena, e morreu em 1997, ficou preso em campo de concentração, vítima da loucura, da insanidade de Hitler e de seus companheiros. E ele já desenvolvia um estudo sobre Psiquiatria, sobre Psicologia. Era fantástico e desenvolveu esse estudo de logoterapia e tem um livro muito importante chamado “Em busca de sentido”. Quando um jovem, que está lá na penitenciária, tem oportunidade para entender o sentido de sua vida, dificilmente volta a delinquir. Isso não é dedução minha, não. Viktor Frankl, acompanhado de psicólogos e psiquiatras, fez um estudo que envolveu jovens presos da Europa. E ele tinha uma estatística de que 90% ou mais dos jovens voltariam para a cadeia. Começaram a fazer um trabalho com esses adolescentes e perceberam que dando um sentido para a vida do jovem, ele dificilmente voltaria a delinquir.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Ulysses Tassinari.

 

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Agora me pergunto: qual é a oportunidade que o jovem brasileiro tem para buscar um sentido para sua vida? Qual é o motivo? É a propaganda da bebida na televisão? E essa propaganda dá lucro para grandes conglomerados de comunicação. E depois, e a droga? Qual é o combate lá no nascedouro? Ou será que o Brasil fecha os olhos para essa realidade? E aí depois vamos ter a Cracolândia, ou a violência. É igual à violência que fazemos quando se cumpre a lei, e a lei é fria, infelizmente. A lei não pensa, não tem coração, a lei está no papel. Aí é o policial militar que é o bandido. O bandido não foi aquele que roubou o dinheiro público, que rouba o dinheiro público, não. O bandido não é aquele que inviabiliza a possibilidade de todo mundo ter uma habitação digna, um emprego digno. O bandido não é aquele que inviabiliza a possibilidade de um jovem ter um sentido para sua vida e o jovem acreditar, que lá na frente, vai ter outra realidade melhor. Esse não é bandido. Esse que rouba dinheiro público não é bandido, e o pior de todos os bandidos é aquele que rouba o sonho das pessoas. Esse é o pior. E quem rouba o dinheiro público acaba roubando também o sonho, o sentido da vida de muita gente que poderia ter outro futuro.

Mas será que o nosso pessoal de Brasília tem conhecimento disso tudo? Será que eles precisam de uma formação em Filosofia, Sociologia e Psicologia? Não, não precisam. Existem assessores que têm essa formação, que têm conhecimento disso tudo. Entendo que falta muito mais dignidade, seriedade e vontade política.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Deputado Ulysses Tassinari, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, venho à tribuna para parabenizar os policiais civis do Garra. Quatro pessoas foram presas por suspeita de assalto a comerciantes, na Zona Norte, no Parque Peruche, em São Paulo. Um dos assaltantes tentava entrar na casa de um comerciante, os outros estavam no carro, quando foram detidos. O alvo principal eram feirantes orientais.

Fico me perguntando: como é que eles matam as pessoas? Com armas ilegais, de numeração raspada, contrabandeadas, roubadas. Dão um prejuízo enorme ao SUS, sobrecarregam a Polícia, os IMLs. Imaginem que país, que cidade boa seria se não tivéssemos essas pessoas armadas atirando, assaltando, matando. Isso parece um sonho, um sonho de todos, até das mães, das famílias dos marginais, que sofrem também, porque a família às vezes é muito boa e um filho vira um marginal que acaba sendo morto pela Polícia, até por outros marginais com armas de fogo, armas brancas e outros tipos.

Por isso que sempre digo que temos que cercar as fronteiras internacionais, as interestaduais, fazer blitz do desarmamento na cidade, apreender as drogas que acabam com nossos adolescentes.

Hoje, em Brasília, temos a Frente Parlamentar Pró-Santa Casa, coordenada pelo Deputado Itamar Borges, que pertence ao mesmo partido que o meu. Este Deputado como vice-coordenador deveria estar lá, mas infelizmente não pude comparecer. Gostaria de ter comparecido ao evento juntamente com o Ministro Padilha, que acredito ser o melhor ministro que a Presidente da República escolheu. Um homem probo, digno e que quer resolver de fato o complexo problema da Saúde. Essa área necessita de cuidados, pois está abandonada por muitos anos e por vários governos.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

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O Ministro entende que precisamos combater a violência, tanto que ele me apoiou no projeto de moto sem garupa, que visava minimizar os acidentes, e a violência causada pela facilidade que os marginais encontram na rapidez das motocicletas, pois os dados confirmam que 62% dos roubos denominados “saídas de banco” são provocados por garupas de moto. Tenho uma enorme gratidão para com esse Ministro, inclusive estive com ele ontem aqui em São Paulo, na inauguração do complexo na Rua Prates.

Desejo juntamente com o Deputado Itamar Borges, os Deputados que estão em Brasília, toda a irmandade das Santas Casas deste Estado e País e com a Frente Parlamentar Federal, que a Frente Parlamentar Pró-Santa Casa, da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, tenha muito sucesso.

Termino a nossa fala dizendo que essa Frente Parlamentar tem trabalhado muito, e fico bastante feliz por pertencer ao grupo de Parlamentares desta Casa. Muito obrigado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente Barros Munhoz, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa e telespectadores da TV Alesp, primeiramente gostaria de lembrar que dentro de alguns minutos estaremos realizando no Plenário Franco Montoro, uma audiência pública em defesa dos direitos e da dignidade dos servidores do Judiciário. Teremos a presença das várias entidades representativas, que estavam presentes até agora, juntamente com os servidores, em uma assembleia em frente ao Fórum João Mendes, na Praça João Mendes.

Os servidores farão essa grande audiência pública denunciando o processo de perseguição contra os servidores, o não cumprimento dos acordos trabalhistas que foram feitos do dissídio salarial, o não pagamento da dívida que o TJ tem com os servidores do Judiciário acerca de benefícios como a licença prêmio, e férias vencidas, pois o Judiciário só paga para a Magistratura, se esquecendo dos servidores. Existe uma dívida de dois bilhões com os servidores.

No entanto, o que estamos assistindo hoje são as denúncias, inclusive do próprio Conselho Nacional de Justiça, que estão estampadas nos principais jornais do País, que falam que o Tribunal de Justiça pagou indenizações milionárias para alguns desembargadores.

Sr. Presidente, convidamos todos os Deputados a participar desse debate no Plenário Franco Montoro, a audiência pública em defesa da dignidade e dos direitos dos servidores do Judiciário.

Faço ainda um comentário em relação a uma decisão do Tribunal de Justiça, no último dia 25, que foi uma decisão desastrosa para a Educação Infantil da cidade de São Paulo. O Tribunal de Justiça, através de uma ação já julgada, proibiu as férias das professoras. Tanto as profissionais que trabalham nas creches da Prefeitura de São Paulo, as CEIs, como também as que prestam serviço as Emeis, que representam o ensino de pré-escola, não terão mais férias pela decisão do TJ de São Paulo, situação que se estende também as crianças desse ciclo. Essa decisão é desastrosa porque prejudica não somente as professoras de Educação Infantil da nossa cidade, mas, sobretudo as crianças que não terão o mínimo de contato com as suas famílias porque terão que estudar os 12 meses consecutivos do ano. É uma decisão que precisa ser revista.

Como não cabem mais recursos aqui em São Paulo, estamos pressionando a Prefeitura de São Paulo a recorrer essa decisão no Supremo Tribunal Federal. É um absurdo que um professor não tenha mais férias, ou seja, ela é uma decisão que agride e viola o direito as férias das professoras da Educação Infantil aqui na cidade de São Paulo.

Estamos fazendo um movimento juntamente com as entidades representativas do Magistério nacional, sobretudo nessa área da Educação Infantil; realizaremos uma audiência pública aqui na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal; sensibilizaremos, em momento oportuno, o Supremo Tribunal Federal, enviando-lhe uma moção de repúdio a essa decisão. Esperamos que o STF faça justiça e corrija esse grave erro do TJ de São Paulo, que repito, proíbe férias para as professoras de Educação Infantil.

A professora que trabalha o ano inteiro em uma Emei, em uma pré-escola ou em uma creche da rede municipal, não terá mais férias diante da decisão da Justiça aqui em São Paulo, essa é uma decisão totalmente desconectada da realidade das nossas escolas do Magistério municipal. Repito, além de prejudicar as nossas docentes da Educação Infantil, Deputado Marcos Martins, prejudica, sobretudo as crianças que estão matriculadas, pois uma criança não pode estudar 12 meses consecutivos.

A concepção do TJ é atrasada. Ela diz que a Educação Infantil é assistencial, mas já superamos essa fase do assistencialismo da Educação Infantil. Essa área tem uma função maior do que a da assistência, ela tem a ver com a educação. Tanto é que foi incorporada na aprovação da LDBEN de 1996: a Educação Infantil é parte integrante da Educação Básica juntamente com o Ensino Fundamental e Médio. Isso está na lei. A Educação Infantil tem um capítulo especial na Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional, Lei nº 9.394. Essa decisão é equivocada e para a Educação Infantil da nossa cidade ela é desastrosa.

Exigimos que a Prefeitura recorra imediatamente ao Supremo Tribunal Federal para que possamos reverter essa decisão na cidade de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - PARA RECLAMAÇÃO - Sr. Presidente, temos recebido inúmeras reclamações de assaltos no bairro de Presidente Altino, na cidade de Osasco, divisa com Jaguaré. A população está em polvorosa porque isso tem ocorrido durante o dia e nas residências.

Apelamos para que o Secretário da Segurança Pública, o Comando da Polícia Militar e a Polícia Civil procurem assistir, através de rondas, àquela comunidade hospitaleira e pacífica que vem sofrendo com essa onda de roubos, assaltos, dentre outras violências. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. ALENCAR SANTANA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, hoje saiu nos jornais, nos “sites” e também foi debate nesta tribuna, matérias sobre a greve da Ceagesp. Falaram do coordenador da Ceagesp e de todo o ocorrido que estaria sendo feito nesse importante entreposto do Estado de São Paulo.

Gostaria de deixar claro que a medida que está sendo tomada lá, não é de pedágio que visa encarecer os produtos como foi dito, pelo contrário, ela é de modernização desse entreposto que existe há mais 40 anos e que precisa passar por um processo de potencialização e otimização em relação ao trabalho de todos os produtores, comerciantes e consumidores.

O objetivo da medida é tão somente evitar que algumas pessoas que utilizam o estacionamento, em vez que ficar um dia, ou somente as horas necessárias para descarregar a sua mercadoria, ou fazer o carregamento, acabem permanecendo dois ou três dias, ocupando vagas de outras pessoas, de outros caminhoneiros.

Essa medida tem um valor sem um peso enorme no produto, tem uma variação pequena por tonelada, de acordo com a tonelada que o caminhão carrega.

O presidente Maurici foi prefeito da Cidade de Franco da Rocha. Se Franco da Rocha teve momentos de progresso, se avançou em algum período, teve um jeito diferente de fazer política, foi no período em que nosso companheiro Maurici esteve lá presente. Ele foi também Secretário da Cidade de Santo André, num período importante da cidade, que já teve o Prefeito Celso Daniel e o Prefeito Avamileno. É uma pessoa experiente, que está tomando medidas importantes para modernizar o Ceagesp e garantir que ele possa abastecer o nosso Estado com produtos bons, de qualidade, frescos, e que alimente muitas pessoas no nosso Estado.

 

O SR. ALENCAR SANTANA - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, este debate já veio à tona em alguns momentos, mas vamos voltar a falar, também porque hoje é capa de um grande jornal no Estado.

Uma das funções desta Casa, e de qualquer Parlamento, é a fiscalização, é nós acompanharmos os atos públicos, a utilização dos recursos e a implementação das políticas e das ações por parte do Governo do Estado. Temos instrumentos importantes aqui na Casa, que nos permitem fazer isso, inclusive com a utilização do poder de polícia.

O Diário da Assembleia traz hoje um artigo de um Deputado do PSDB, dizendo sobre o trem-bala, que ele não servirá para nada, que é um projeto que ficará pronto lá na frente, e que o Governo Federal deveria priorizar o transporte e ajudar Estado de São Paulo no transporte de massa.

É importante frisar que ajuda, como ajuda no Rodoanel, ajudará no Ferroanel, ajudará no VLT, que vai chegar a São Bernardo do Campo, por exemplo, nas linhas de metrô e também nas linhas da CPTM.

O projeto que vem não só sendo elaborado, mas tem o processo licitatório em andamento, é para garantir o início das obras e que efetivamente ele possa ligar a Cidade de Campinas, passando por São Paulo, Guarulhos, São José dos Campos e outras cidades, chegando ao Rio de Janeiro, ligando os principais aeroportos do País: do Rio, de Guarulhos, São Paulo, no caso chegando ao Campo de Marte, e também ligando a Campinas. É importantíssimo: quando chegar lá na frente, todos perceberão.

O que me estranha é que o Deputado do PSDB, e reproduzo isso a sua bancada, não quer apurar as irregularidades na Linha 5 do Metrô. Não quer assinar pedido de CPI feito pela Bancada do PT, para investigar os contratos suspeitos, o conluio que houve entre as empresas. E quem mais? Essa interrogação: houve conluio entre as empresas que ganharam a licitação, e quem mais?

Numa Promotoria, o Ministério Público entrou com uma ação pedindo o afastamento do Presidente do Metrô. Houve uma decisão judicial nesse sentido, para afastar o Presidente do Metrô. Depois, conseguiram cassar essa liminar.

A Promotoria Criminal faz a denúncia, o mesmo Ministério Público, mas Promotorias distintas, faz uma denúncia dizendo que há irregularidades, que houve um prejuízo estimado em mais de 300 milhões de reais, o que daria para fazer mais linhas de metrô. Ora, o mesmo Ministério Público diz que há envolvimento do Presidente do Metrô, de Secretários estaduais, de agentes públicos, e o outro diz que não.

Na interrogação, qual seria o papel desta Casa? Qual seria a nossa responsabilidade? É apurar e tirar as dúvidas, esclarecer os fatos para que o cidadão do Estado de São Paulo tenha a certeza de como os seus recursos estão sendo utilizados, de como o seu dinheiro está sendo empregado.

Queremos, sim, a extensão da linha do metrô, Deputado, da linha da CPTM, para que atendam mais trabalhadores, mas não as linhas sem manutenção, que acabam parando, dia sim, dia não. O Estado de São Paulo não pode brincar, pensando que o metrô e o trem são Ferrorama. Não. Eles transportam diariamente muitas pessoas, que hoje ficam duas horas ou mais, em trens lotados, inseguros às vezes.

É necessário, sim, apurar o contrato da Linha 5, mas parece que essa não é a vontade da bancada governista. Se eles têm tanta certeza de que não há irregularidades, por que não tirar as dúvidas? O próprio Governador Geraldo Alckmin disse, no início do ano, que não continuaria com a licitação da Linha 5, que não assinaria os contratos. De repente, assinou e mandou dar sequência às obras. Vejam a contradição, vejam a incerteza, a dúvida.

Mas me parece que eles têm medo, assim como têm medo de outras CPIs, como da Alstom, que tem que ser esclarecida por esta Casa, e assim tantos outros problemas. Esperamos que os Deputados da base governista tenham a disposição e demonstrem o compromisso com a Assembleia Legislativa, porque este Poder legisla mas também tem a grande obrigação de fiscalizar.

Não podemos deixar que outros órgãos façam aquilo que é nosso papel. Alguns colegas às vezes falam que o Poder Legislativo não está forte, que tem problema, que a sociedade não nos vê com bons olhos. Não vê, talvez porque alguns estão deixando de fazer a nossa parte. A Bancada do PT, todos os companheiros defendem a apuração, e com rigor, para tirarmos as dúvidas. E se for, de fato, real aquilo publicado, que os responsáveis sejam penalizados.

 

A SRA. TELMA DE SOUZA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, mais que um comunicado, é uma consulta a Vossa Excelência.

A generosidade da Mesa fez desta Deputada a primeira Procuradora Especial da Mulher, na última terça-feira. Estamos completando uma semana dessa resolução da Mesa Diretora. Estou em contato com a Procuradoria Especial da Mulher, em Brasília, para saber da estrutura básica e mínima para podermos estruturar a Procuradoria Especial da Mulher nesta Casa. Por outro lado, também a partir daí, fazer programações para que o Banco Mundial possa também dar uma retaguarda financeira, o que já acontece em Brasília.

Pretendo, se V.Exa. concordar, que na próxima semana, após esses contatos da parte burocrática, eu possa conversar com as três Deputadas, que são adjuntas - Deputada Analice, Deputada Regina e Deputada Rita - e depois possamos conversar com V.Exa., para saber como V.Exa. pensa concretamente. Isso aconteceria, no fôlego dessas questões, depois da Páscoa.

Gostaria de saber se isso está de acordo, se posso continuar nessa toada, porque é algo que não tenho poderes para resolver.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sem dúvida, Deputada Telma, caminha nessa direção. Estarei inteiramente à disposição, logo após a Páscoa, para nós conversarmos a respeito daquilo que V.Exas. entenderem mais conveniente.

 

A SRA. TELMA DE SOUZA - PT - Muito obrigada.

 

O SR. PEDRO BIGARDI - PCdoB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, na segunda-feira estivemos em Brasília, na comemoração dos 90 anos do PCdoB no Brasil, com atividades no Senado, presidida pelo Senador José Sarney, e com a participação ampla de diversos partidos políticos, comemorando os 90 anos do PCdoB. Ali, foi contada a trajetória do partido. Aliás, tem uma grande exposição no Congresso que conta a trajetória do PCdoB. Muito nos honrou participar dessa atividade no Congresso. No Rio de Janeiro, também uma grande festa comemorando os 90 anos do PCdoB, assim como outras atividades que estão acontecendo no Brasil todo. Aos 25 de março, comemoramos os 90 anos do partido.

Quero cumprimentar todos os militantes do PCdoB, os filiados, as direções do partido em todo o País, o nosso Presidente Nacional Renato Rabelo, que esteve também nessa atividade no Congresso.

Na próxima sexta-feira, na Assembleia Legislativa, às 20 horas, haverá uma Sessão Solene para homenagear esse partido que deu muito pelo País, que deu uma grande contribuição, que lutou sempre pela democracia, pelas liberdades, pela soberania nacional, pela distribuição das riquezas ao povo brasileiro.

A Presidente Estadual Nádia Campeão estará nesta Casa para participar da nossa atividade, na próxima sexta-feira, para a qual convido o Sr. Presidente, os Srs. Deputados e líderes de partido.

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - É registrada a manifestação de Vossa Excelência. Esta Presidência se associa ao regozijo de todos pela comemoração dessa data tão importante para a história política do nosso País. Vamos passar à Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se a

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, há sobre a mesa o seguinte Requerimento:

“Requeremos, nos termos do Art. 170, inciso III, Parágrafo Único, da XIV Consolidação do Regimento Interno, a não-realização de Sessão Ordinária nos dias 4 e 5 de abril.

No próximo dia 4 de abril, realizar-se-á nesta Assembleia o movimento “Grito de Alerta pela Produção e pelo Emprego”, que visa a unir o setor produtivo brasileiro e paulista, exigir mudanças na política econômica e industrial de forma a viabilizar a indústria nacional e o emprego.

Nesse sentido, requeremos a não-realização da sessão na mencionada data a fim de que se possibilite a todos os Srs. Parlamentares participarem do referido evento.

Além disso, considerando o feriado do dia 6 de abril vindouro, Sexta-Feira Santa, solicitamos a não-realização da sessão do dia 5 de abril, para que as Sras. Deputadas, os Srs. Deputados e os funcionários tenham a possibilidade de participar de cerimônias alusivas à Semana Santa.”

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

“Resposta à Questão de Ordem formulada pelo Nobre Deputado Fernando Capez

Senhoras Deputadas, Senhores Deputados

O nobre Deputado Fernando Capez suscitou Questão de Ordem na décima quinta Sessão Extraordinária, realizada em 22 de março de 2012, buscando obter esclarecimentos sobre o processo de indicação de nome pela Assembleia Legislativa para ocupar vaga de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

Invocando normas constitucionais e regimentais sobre o assunto formulou o nobre Deputado três indagações:

1) Qual será o procedimento adotado para início do processo de escolha do Conselheiro do Tribunal de Contas no que concerne à vaga a ser indicada pela Assembleia, tendo em vista que o Regimento Interno da Casa é omisso nesse sentido?

A quem cabe iniciar este procedimento?

2) Será aplicado no procedimento, por analogia, as disposições do artigo 383. II, V e VI, do Regimento Interno do Senado Federal, com exceção do escrutínio secreto?

3) Poderá ser iniciado o procedimento de escolha sem os esclarecimentos do Regimento Interno?”

Esta é a síntese da Questão de Ordem. Passo a responder.

Nobre Deputado Fernando Capez, a ordem constitucional anterior a 1988 conferia ao Chefe do Poder Executivo, com exclusividade, a indicação de membros do Tribunal de Contas, Ministros e Conselheiros, mediante aprovação do Poder Legislativo.

Já as Constituições Federal de 1988 e a Estadual de 1989, promoveram uma ampla remodelação no sistema ao partilhar a prerrogativa da indicação entre os Poderes Legislativo e Executivo.

O atual modelo constitucional supera, assim, a fase anterior a 1988, em que a composição pertencia à seara de livre disposição do Chefe do Poder Executivo, ainda que subordinada à deliberação do Parlamento. Porém, as disposições do nosso Regimento Interno, disciplinando a matéria, remontam a 1970 e, por isso, contemplam apenas a indicação do Governador.

No entanto, a ausência de norma regimental específica não impede que a Assembleia exerça o poder-dever de agir, mediante recurso à analogia e interpretação, porque tanto a Constituição como o nosso Regimento Interno contêm normas que preenchem esta lacuna.

Assim, com relação à vaga de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, por indicação de nome levado a efeito pela Assembleia Legislativa de São Paulo, além das normas constitucionais, a matéria encontra respaldo nos precedentes desta Casa de Leis e no próprio Regimento Interno, que subsidiaram as cinco indicações ocorridas após a nova ordem constitucional.

A primeira indicação se deu com o nome do Sr. Eduardo Bittencourt, com a aprovação do PDL nº 8, de 1990.

Posteriormente, a Assembleia procedeu a mais quatro indicações por sua iniciativa, a saber: Edgard Camargo Rodrigues - Decreto Legislativo n. 213, de 21 de maio de 1991; Fúlvio Julião Biazzi - Decreto Legislativo n. 215, de 1º de março de 1993; Cláudio Ferraz De Alvarenga - Decreto Legislativo n. 216, de 17 de novembro de 1993; Robson Riedel Marinho - Decreto Legislativo n. 367, de 3 de abril de 1997 - lembrando que a indicação do Sr. Antônio Roque Citadini se deu em 25 de março de 1988, pelo Senhor Governador, na sistemática anterior à Constituição de 89 e a do Sr. Renato Martins Costa pelo Decreto Legislativo n. 218, de 19 de abril de 1994, também por indicação do Governador.

E frise-se: todas as indicações seguiram o mesmo rito fixado para o primeiro Projeto de Decreto Legislativo, o de nº 8, de 1990.

Verifica-se, assim, ser desnecessário recorrer aos dispositivos do Regimento Interno do Senado Federal para se proceder à indicação de Conselheiro do Tribunal de Contas, mesmo porque a prerrogativa de Poder da indicação decorre de norma constitucional de eficácia plena, sendo a composição e a forma de escolha dos Conselheiros do Tribunal de Contas matéria de estatura constitucional.

De outra sorte, a indicação de nome para ocupar a vaga de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado permite que as Senhoras Deputadas e os Senhores Deputados possam dela participar, mediante a observância das regras já adotadas para o processo de indicação.

Além das indicações já feitas até o momento, publicadas no Diário da Assembleia de 23 de março do corrente, poderão ser recebidas outras indicações até 3 dias úteis após a publicação do Ofício do Presidente do Tribunal de Contas do Estado comunicando a este Poder a existência da vaga.

A Mesa consubstanciará em projeto de decreto legislativo a indicação do nome que obtiver o maior número de apoiamento das Senhoras Deputadas e dos Senhores Deputados, observados os requisitos constitucionais.

Será realizada arguição pública no Plenário da Assembleia, em sessão pública, antes de se iniciar a discussão e votação do PDL, dando cumprimento ao disposto no artigo 20, inciso XI, “in fine”, da Constituição Paulista, ou seja, desta arguição poderão participar todos os membros deste Parlamento.

Por força dos precedentes até então adotados, aplicando-se por analogia o rito previsto nos artigos 249 e 250, da XIV Consolidação do Regimento Interno, o PDL não figura em Pauta, portanto, não recebe emendas, não há audiência de Comissão e será incluído na Ordem do Dia, dentre as proposições em regime de prioridade, para efeito de discussão e votação.

E, finalmente, será o Plenário que vai deliberar, aprovando ou rejeitando o projeto de decreto legislativo, por maioria simples de votos, presentes, no mínimo, 48 Senhores Parlamentares, não se exigindo, portanto, na votação da matéria, quórum especial de deliberação, nos termos do “caput” do artigo 196, do Regimento Interno. O voto será público, como determina o § 2º do artigo 10 da Constituição do Estado.

Aprovado o projeto de decreto legislativo e promulgado o Decreto Legislativo, o Presidente da Assembleia oficiará ao Governador para que proceda à nomeação do indicado.

Rejeitado o projeto, a Mesa, em seguida, consubstanciará em PDL o segundo nome com maior apoiamento dos Parlamentares. Caso seja rejeitado também o segundo nome, a Presidência abrirá novo prazo para apresentação de nova indicação.

Assim sendo, para a próxima vaga de indicação de Conselheiro do Tribunal de Contas atribuída à Assembleia Legislativa, serão adotados os mesmos procedimentos que nortearam a aprovação dos cinco projetos de decreto legislativos mencionados.

São estes, portanto, nobre Deputado Fernando Capez, os esclarecimentos que me cabem prestar.”

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - Sr. Presidente, a resposta foi esclarecedora, mas, mesmo assim, gostaria de detalhar. Vai haver votação aberta dos deputados desta Casa, indicando um ou outro nome para a vaga do Tribunal de Contas?

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Haverá votação do nome que for indicado pela maioria dos Deputados. Se esse nome for rejeitado, será colocado em votação o nome que tiver o apoiamento em seguida ao primeiro.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - Colocado o nome do deputado que tiver a maioria dos apoiamentos, pelos 94 Deputados, dizendo se aceitam ou rejeitam esse nome?

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Exatamente, pelos deputados presentes. É uma proposição que não exige quorum qualificado. É necessário haver 48, metade mais um. Se tiver 48 presentes, prevalece a maioria de votos dentre os 48 presentes.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - Imaginávamos que seriam inscritos os candidatos e, num momento, o plenário votaria escolhendo um ou outro. Mas entendi a resposta de V.Exa. e iremos analisá-lo.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, entendi perfeitamente a resposta de V.Exa. à Questão de Ordem formulada pelo meu amigo, Deputado Fernando Capez. Mas gosto das coisas bem esclarecidas, claríssimas. Então indago de V.Exa.: imaginamos que tenhamos 48 votantes. Se tivermos 25 votos a favor, e uma indicação, prevalece?

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Prevalece e está aprovada a indicação.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Pela maioria?

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Pela maioria simples.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, insistindo um pouco mais nessa indagação, queria trazer mais conforto para mim. As duas próximas indicações: diz respeito às indicações da Assembleia Legislativa?

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sem dúvida. Hoje deveremos começar a discutir e não sei quando iremos votar, se ainda hoje ou não, a vaga que coube indiscutivelmente agora, porque até mediante decisão do Supremo Tribunal Federal há um auditor por indicação do Governador, acatando sugestão de lista tríplice encaminhada pelo Tribunal de Contas às duas próximas vagas: uma a ocorrer agora no dia 1º de abril, do Conselheiro Eduardo Bittencourt, e a outra, não sei exatamente a data, se outubro ou novembro, do Conselheiro Cláudio Alvarenga, são de escolha da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, também na mesma linha do Deputado Campos Machado, V.Exa. pautou duas extraordinárias justamente para discutir o PDL que aponta a vaga do auditor? Qual é o prazo de discussão?

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - São de nove horas porque o projeto tem regime de prioridade.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CELSO GIGLIO - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V.Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, informando que a Ordem do Dia será a mesma da sessão de hoje, lembrando-os ainda da Sessão Extraordinária a realizar-se hoje às 19 horas.

Está levantada a sessão.

 

* * *

 

- Levanta-se a sessão às 17 horas e quatro minutos.

 

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