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18  DE  SETEMBRO  DE 2000

34ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AOS 50 ANOS DA TELEVISÃO BRASILEIRA

 

Presidência:  AFANASIO JAZADJI

 

DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 18/09/2000 - Sessão 34ª S. Solene Publ. DOE:

Presidente: AFANASIO JAZADJI

 

COMEMORAÇÃO AOS 50 ANOS DA TELEVISÃO BRASILEIRA

001 - AFANASIO JAZADJI

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades. Anuncia que a sessão foi convocada pela Presidência da Casa, atendendo à solicitação do Deputado ora na Presidência, com a finalidade de comemorar o Cinqüentenário da Televisão Brasileira. Convida todos a ouvirem a execução do Hino Nacional Brasileiro. Anuncia um número musical.

 

002 - MURILO ANTUNES ALVES

Como Diretor do Cerimonial da Câmara Municipal de São Paulo, saúda as autoridades. Fala de sua vida e do início da TV brasileira, em 18 de setembro de 1950.

 

003 - ENÉAS MACHADO DE ASSIS

Cumprimenta as autoridades. Agradece ao Presidente Afanásio Jazadji pela solenidade. Homenageia Assis Chateaubriand como pioneiro da TV no Brasil.

 

004 - LIMA DUARTE

Reporta-se à primeira transmissão de TV para a América Latina, há 50 anos atrás.

 

005 - Presidente AFANASIO JAZADJI

Anuncia um número musical.

 

006 - MAURO SALLES

Recorda o início da TV brasileira e homenageia figuras que com ele conviveram, naqueles tempos difíceis e inesquecíveis.

 

007 - VIDA ALVES

Presidente da Pró-TV, rememora os primeiros passos da TV brasileira, relembrando uma frase que d. Hélder Câmara lhe dirigiu 'Sonho que se sonha só é sonho; sonho que se sonha junto é a realidade'.

 

008 - ALDA PERDIGÃO

Apresenta-se também como pioneira da televisão. Narra sua entrada no mundo artístico, como cantora.

 

009 - DUÍLIO PISANESCHI

Como Deputado Federal, cumprimenta as autoridades e o Presidente Afanasio Jazadji por ter proposto e instituído o dia da TV de São Paulo, no dia 18 de setembro, o 'Cinqüentenário da Televisão Brasileira'. Comunica ter entrado  na Câmara Federal, com o PL 2429/2000, instituindo o Dia da TV Brasileira.

 

010 - Presidente AFANASIO JAZADJI

Anuncia um número de arte.

 

011 - LOLITA RODRIGUES

Recita o Hino da TV Brasileira, de Guilherme de Almeida.

 

012 - Presidente AFANASIO JAZADJI

Faz entrega de medalhas comemorativas a várias personalidades ligadas à história da TV brasileira. Agradece a todos que colaboraram para o êxito da solenidade. Encerra a sessão.

 

O SR. PRESIDENTE  - AFANASIO JAZADJI - PFL - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

 

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 - É dada como lida a Ata da sessão anterior.

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O SR. PRESIDENTE AFANASIO JAZADJI - PFL - Exmo. Sr. Duílio Pisaneschi, nobre Deputado Federal, Sra. Vida Alves, Presidente da Pró-TV, Associação dos Pioneiros da Televisão Brasileira, Sr. Fernando Chateaubriand, advogado e neto do Sr. Assis Chateaubriand, Sr. Mauro Salles, Presidente do Conselho da Salles-Darcy e padrinho da Pró-TV, da Associação dos Pioneiros da Televisão Brasileira, Sra. Tatiana Belinki, escritora, Sr. Lima Duarte, ator, Sr. Enéas Machado de Assis, Diretor Pioneiro do Rádio e da Televisão, Sr. Murilo Antunes Alves, Diretor do Cerimonial da Câmara Municipal de São Paulo, minhas senhoras e meus senhores, esta Sessão Solene foi convocada pelo Presidente desta Casa, Deputado Vanderlei Macris, atendendo solicitação deste Deputado, com a finalidade de comemorar o Cinqüentenário da Televisão Brasileira.

Convido a todos os presentes, para de pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro executado pela Banda da Polícia Militar.

 

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-         É executado o Hino Nacional pela Banda da Polícia Militar.

 

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O SR. PRESIDENTE - AFANASIO JAZADJI - PFL - Esta Presidência agradece aos integrantes da Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Registramos a presença entre nós do Sr. Demerval Gonçalves, Diretor Superintendente da Rede Record de Televisão.

Colegas Parlamentares, senhoras e senhores da televisão brasileira, senhoras e senhores convidados, público presente, vivemos um momento histórico. Exatamente  50 anos atrás, neste mesmo dia, neste mesmo horário, numa mesma noite de segunda-feira como hoje, nesta mesma cidade de São Paulo, ia ao ar pela primeira vez na América Latina a imagem de uma emissora de televisão, a TV Tupi-Difusora, PRF-3, canal 3 de São Paulo.

Estamos aqui reunidos para não só festejar o cinqüentenário da imagem pioneira, mas também homenagear todos aqueles que participaram dos tempos iniciais da televisão no Brasil e os que mais recentemente ajudaram a TV a ter a expressão de hoje em dia.

Este é um momento raro, a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, a Casa do Povo, tem a honra de ser o palco de uma sessão solene em homenagem aos heróis que fazem e fizeram televisão.

Homenagem a quem aparece ou apareceu nas telas de TV, homenagem aos artistas, aos ídolos, aos imortais. Homenagem também aos que, mesmo ficando atrás das câmeras, colaboraram igualmente, de modo quase anônimo, para o sucesso de programas inesquecíveis. Portanto, hoje é dia de uma sincera e emotiva homenagem a atrizes, atores, apresentadoras, apresentadores, autoras, autores, garotas-propaganda, jornalistas, narradores, produtores, diretores de TV, publicitários, câmeras, maquiadores, cenógrafos, sonoplastas, iluminadores, cabos-men, porteiros, mensageiros e, claro, os empresários idealistas e arrojados.

Desde os tempos do pioneiro Assis Chateaubriand, de Paulo Machado de Carvalho, Vitor Costa e João Jorge Saad.

Muitos dos que inauguraram a Televisão no Brasil estão aqui entre nós e alguns vão fazer uso da palavra.

Peço licença para citar, por exemplo, minha amiga a incansável atriz Vida Alves, conhecida por seu magnífico desempenho em trabalhos na TV Tupi.

Foi ela, Vida Alves, quem viveu, juntamente com o saudoso Walter Forster, a primeira cena de um beijo na TV, na novela “Sua vida me pertence” em 1951 na TV Tupi. Vida Alves é Presidente da entidade Pró-TV, a antiga Appite, Associação dos Profissionais Pioneiros e Incentivadores da Televisão Brasileira e peço a todos os aplausos para ela. (Palmas.)

Está aqui também o nosso Lima Duarte, um dos melhores atores brasileiros de todos os tempos, hoje ainda mostrando o seu talento na Rede Globo, cinqüenta anos depois de ter participado das transmissões pioneiras da Teve Tupi. Palmas para ele. (Palmas.) Com alegria também destaco a presença de Murilo Antunes Alves, que tem mais de sessenta anos de jornalismo e que participou dos primeiros programas da Record em 1953 (Palmas.).

Mas a televisão é feita não apenas por gente que aparece na telinha e dá autógrafos. Existe um exército de heróis atrás das câmeras e cito um exemplo: Luiz Gallon, diretor de TV, ainda na pioneira Tupi. Por meio de Luiz Galon, homenageio também os câmera-men, homens que manejavam aquelas máquinas pesadas dos anos cinqüenta e estendo essa saudação a todos aqueles que desempenham ou desempenharam funções profissionais igualmente fundamentais na TV.

Esta cerimônia está sendo documentada por uma equipe de TV, a meu pedido, para perpetuar as imagens e os depoimentos que teremos a partir de agora e até o encerramento deste encontro histórico. A gravação será entregue a Vida Alves para fazer parte do tão sonhado museu da televisão. Na chegada a este plenário da Assembléia cada homenageado está recebendo como lembrança um brasão comemorativo desta sessão solene, “Cinqüenta Anos da Televisão no Brasil.” Também receberão esse singelo presente alguns familiares de pessoas inesquecíveis da TV, já falecidas, para que guardem para posteridade o símbolo do orgulho de profissionais de grande valor igualmente aqui reverenciados.

Vamos, portanto, seguir a programação e passar a palavra para figuras ilustres que nos contam agora a história da televisão desde os tempos românticos de 1950.

Inicialmente assistiremos a apresentação de números musicais pela cantora Tie Biral, neta de Vida Alves, que chegou dos Estados Unidos especialmente para homenagear a sua vovó, nossa querida Vida Alves.

Ouviremos Tie Biral, acompanhada ao violão por Jobim Lima.

 

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-          São entoadas canções.

 

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O SR. PRESIDENTE - AFANASIO JAZADJI - PFL - Esta Presidência registra a presença entre nós de ilustres figuras, todos os são, mas algumas pessoas precisam ser destacadas : a nossa querida Lolita Rodrigues, uma das personalidades mais simpáticas, versáteis e das mais longas carreiras na TV. Estava nos tempos pioneiros da Tupi, onde foi atriz,  apresentadora e cantora. Boa noite. (Palmas).

Quero registrar também a presença entre nós do Carlos Miranda, o nosso Vigilante Rodoviário. (Palmas). Registro a presença também de Marcos Lázaro, empresário de grandes cantores, como Roberto Carlos, Elis Regina, também foi responsável pela vinda de inúmeros artistas estrangeiros que apresentaram shows pela televisão brasileira.

Jane Batista está entre nós representando o belo time de garotas propaganda da Tupi dos anos 50. (Palmas). Alexandre Silvestre, filho do saudoso J. Silvestre , o grande apresentador de TV que ficou famoso ao apresentar o programa de perguntas e respostas "O Céu é o Limite" (Palmas).

Esta Presidência passa a palavra neste momento ao Dr. Murilo Antunes Alves, Diretor do Cerimonial da Câmara Municipal de São Paulo e também um dos pioneiros da nossa televisão; radialista, jornalista, advogado, poliglota, e um grande amigo, acima de tudo. (Palmas).

 

O SR. MURILO ANTUNES ALVES - Meu caro Presidente Afanasio Jazadji, colega e amiga Vida Alves, demais ilustres autoridades e personalidades já mencionadas pelo Deputado Afanasio Jazadji, vir a esta Casa é para mim sempre um perpassar de emoções. Grande parte de minha vida passei neste Palácio 9 de Julho e no anterior, no Palácio das Indústrias.

Desde 1947, era cronista parlamentar da Assembléia Legislativa de São Paulo. Depois, durante quase 35, anos, fui seu Chefe de Cerimonial. Paralelamente corria minha vida no rádio e depois na televisão.

Convidado esta noite para participar desta sessão solene, mais uma vez a nímia gentileza de Afanasio Jazadji faz com que minha voz se alteie e eu ascenda até esta tribuna. De início, era uma dúvida entre limitar o que eu pretendia dizer pela palavra escrita ou falar ao perpassar das emoções. De início, vindo de Itapetininga no final da década de 30, pensei então em alinhavar algumas despretensiosas palavras para serem lidas aqui.

Comecei. Diziam mais ou menos assim: "Hoje é uma data festiva para o Brasil e em particular para a nossa São Paulo de Piratininga, a outrora cidade da garoa, sempre presente em nossas lembranças e distante em nossa saudade. Evoquemos em nossas recordações o velho burgo anchietiano do início do nosso século, com os derradeiros lampiões de gás, tão bem cantados pela Inesita Barroso; a algaravia da turbulenta juventude das arcadas do Largo São Francisco; as românticas canções dos seresteiros, as rótulas dos solarengos casarões com suas tortuosas e escuras vetesgas. Daqui para frente achei melhor que a emoção falasse por mim.

Cinqüenta anos são decorridos daquele 18 de setembro em que a televisão entrava no ar.

Muitos dos pioneiros já passaram para o outro lado do mistério, mas é preciso que evoquemos entre eles Assis Chateaubriand, Paulo Machado de Carvalho, Vítor Costa, João Saad que souberam implantar a televisão entre nós, esse grande veículo de comunicações. Desde o primeiro instante, militamos na televisão Record onde permanecemos até hoje. Quase todos os pioneiros da época eram oriundos do rádio com os defeitos e as qualidades daquele veículo, daquele meio de comunicação.

Permitiu Deus, na sua gentileza, na sua bondade, que, meio século depois, pudéssemos participar desta solenidade. Só resta agradecer do fundo do coração - “ab imo pectore” - a homenagem que ora se presta aos homens da tevê que estão entre nós e principalmente reverenciamos aqueles que tanto fizeram para construir a televisão brasileira, mas que, por certo, estão lá do alto, acompanhando esta cerimônia.

Mais uma vez, do fundo do coração, Afanasio, colegas, companheiros e amigos, muito obrigado. Festejemos esta data da televisão brasileira, o grande meio de comunicação existente entre nós! Felicidades! Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - AFANASIO JAZADJI - PFL - Esta Presidência anuncia as presenças entre nós do Dr. Nicolau Tuma, criador dos nomes “radialista”, o locutor esportivo “metralhadora”; Jornalista Claudimir Mazza, neste ato representando o Exmo. Sr. Paschoal Thomeu, Deputado e 2º Secretário desta Casa; registramos ainda a presença de Alda Perdigão, uma das cantoras de programas feitos ao vivo, numa época em que não havia a ajuda do vídeo-tape; Ana Maria Nelman; André Casquel Madri, Leonardo de Castro; Antonio Rabo, com seu conjunto musical foi sucesso na Rádio Nacional e, mais tarde, na tevê também; César Monte Claro, o locutor da voz maravilhosa que passou do rádio para a televisão, na saudosa TV Tupi; Ciro Dell Nero, que também está entre nós, grande cenógrafo, o mestre de sempre; Elisabete Artman, atriz, participou de inúmeras telenovelas e programas de teleteatro na Tupi; Eth Freiser, atriz de grande competência, atuou nas TVs Tupi e Globo, tornou-se líder da campanha de apoio aos aidéticos. (Palmas.)

Esta Presidência informa que, logo após, haverá um coquetel, oportunidade em que as equipes de televisão vão tomar depoimentos que ficarão perpetuados no futuro Museu da TV. Peço a confraternização de todos e um pouco de paciência. Gostaríamos de tomar o depoimento, a impressão de cada um aqui presente.

Esta Presidência concede a palavra, neste momento, ao Dr. Enéas Machado de Assis, diretor pioneiro do rádio e da televisão. (Palmas.)

 

O SR. ENÉAS MACHADO DE ASSIS - Sr. Presidente, demais autoridades, minhas senhoras, meus senhores, queridos colegas, esta é uma noite especial quando a Casa do povo, mais uma vez, resguarda a história e a tradição deste País. Como é bom! É muito bom saber que essas coisas acontecem porque, na realidade, um país sem memória é um país sem futuro.

Esta noite é uma noite de agradecimento. Queremos agradecer, do fundo dos nossos corações, ao nobre Deputado e querido companheiro Afanasio Jazadji que, mais uma vez, demonstra o seu amor pelo Brasil e pela radiodifusão, onde militou com tanto brilho e deixou tantos serviços prestados.

Esta noite é uma noite de homenagens. E quero aproveitar esta oportunidade para homenagear aquele a quem devemos, a quem o Brasil deve esse milagre da televisão: jornalista Assis Chateaubriand, com quem aprendi durante longos e longos anos como amar o Brasil.

Esta noite é uma noite de reencontro porque aqui estamos revendo velhos amigos, velhos companheiros que durante tanto tempo fizeram uma longa jornada da glória da profissão que escolheram.

Esta noite é uma noite da saudade daqueles que já cumpriram a missão que Deus lhes reservou aqui na Terra e que merecem a morada do Senhor!

Esta noite é uma noite de agradecimento. Mais do que isso, é uma noite de reverências porque queremos, neste momento, homenagear uma mulher extraordinária, uma companheira inesquecível durante toda a trajetória da nossa vida profissional. Esta mulher que grande serviço está prestando ao nosso País , que chamou a si a incumbência de não permitir que as novas gerações ignorem o que foi esse esforço que realizamos: Vida Alves. (Palmas.)

Esta noite é uma noite de esperanças porque o poder do rádio e da televisão, como instrumentos de formação de massa, haverá de, um dia, transformar as fronteiras geográficas apenas em linhas de humanidade, de amizade para que os homens possam estender as mãos e dizer: “Amigo, companheiro, vamos juntos construir um mundo mais povoado de paz e amor”. Obrigado! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - AFANASIO JAZADJI - PFL - Esta Presidência registra as presenças entre nós do Sr. Evaldo de Almeida Pinto que, nos anos 50, ganhou prestígio como grande entrevistador político na TV Paulista, destacando-se em trabalhos jornalísticos entrevistando o Sr. Jânio Quadros, foi também deputado federal por São Paulo; Sr. Ferreira Neto, um dos principais apresentadores de programas de entrevistas, trabalhou em quase todas as redes de televisão e agora está na Rádio Trianon; Sr. Caetano Guerard, versátil artista dos tempos românticos da nossa televisão, diretor e autor; Sr. Homero Silva Filho que está aqui para receber ”in memoriam" também este brasão comemorativo; Sra. Irenita Duarte, alegre morena de cabelos longos, uma das mais belas garotas propaganda da TV Tupi; Sr. Irineu de Carli, diretor de TV, um dos primeiros especialistas em cenas externas; Sr. Arapuã, também aqui presente; Sr. Marcos Plonca; Sr. Mário Fanucci, homem dos bastidores da TV, versátil, foi até desenhista do símbolo da TV Tupi, aquele simpático indiozinho e Sra. Norma Avian, cantora, destacou-se na TV Record, seu nome era anunciado com alegria pelo apresentador César de Alencar.

Dando prosseguimento, concedemos a palavra ao grande ator, Sr. Lima Duarte.

 

O SR. LIMA DUARTE - Senhores, eu tinha 20 anos e hoje estou com 70. Eu estava lá naquele dia 18 de setembro de l950, na primeira transmissão para a América Latina. Era um dos 18 que estávamos no estúdio na hora da inauguração.

Como não poderia deixar de ser, lembro-me daquela noite, do Dr. Assis Chateaubriand, do Ademar, do Frei José Mojica. O Dr. Chateaubriand vivia intensamente aquele tempo. O José Mojica era um “latin lover”, naquela época. Depois, virou padre franciscano, fez voto de pobreza. Mas continuou cantando seu repertório e esteve lá na inauguração. O Dr. Assis quebrou o champagne, inaugurou e, em seguida, cantou. Ele, padre franciscano, cantou uma música que é o seu maior sucesso com a seguinte letra: “Beija-me, até a loucura”. Então, a televisão começou com um padre pedindo beijos até a loucura e champagnes quebradas. Por isso, acho que é assim até hoje.

Hoje é dia de lembrar as primeiras coisas. O primeiro beijo foi, de fato, da Vida Alves no Walter Foster, na novela “Sua Vida me Pertence”. Trabalhei nessa novela também e fui o primeiro bandido. Não sei se o primeiro bandido tem tanta importância quanto o primeiro beijo, mas eles continuam até hoje nas novelas: beijos e bandidos. Só que hoje nem é mais beijo, já extrapolou os limites do beijo e já fomos em frente.

Em l950, beijar era uma coisa. Se pegássemos na mão da namorada ela ia imediatamente ao ginecologista para ver se não estava grávida. Era uma coisa terrível. Alguns de vocês hão de se lembrar. Houve uma reunião à tarde, porque as autoridade instituídas da época como general, juiz, autoridades e instituições, não queriam beijos, lábios se unindo em lascívia, penetrando no recôndito do lar. Onde já se viu! Mas Walter Foster e outros artistas queriam o beijo, queriam terminar a novela com um beijo. A novela entrava às 19 horas. Houve uma reunião às 15 horas para decidir se beijariam ou não. Às 18 horas, saiu o veredicto: beija, mas de boca fechada. Agora que a boca e tudo mais se abriu na televisão, é bom lembrar aqueles tempos.

Pensando naqueles primeiros momentos, lembro-me do primeiro Shakespeare feito na televisão - e isso é muito importante. Foi a primeira vez que se representou William Shakespeare na televisão, na América Latina. Tive a felicidade de ser o Hamlet, uma adaptação de Dionísio Azevedo. Lembro-me que o Dionísio perdeu grande tempo dos ensaios não estudando a estranha relação que havia entre o sombrio príncipe da Dinamarca e a sua mãe, ou a relação espantosamente dramática que existia entre o sombrio príncipe da Dinamarca e o seu padrasto, o Rei Claud. Não. não estudamos nada disso. O Dionísio perdeu muito tempo ensinando Astrogildo Filho, que era o pai do Hamlet, a pronunciar corretamente Hamlet, para que não saísse errado. Então, perdemos muito tempo nisso, mas no final saiu. E a primeira palavra do Astrogildo Filho fazendo o Rei Claud, era para mim que representava o Hamlet. Ele vinha lá de trás com passos solenes, dizia para Hamlet, olhando para o chão. “Hamlet, não revolvas o pó, buscando nele a memória do teu pai. É lá em cima que ele está. “Eu renovaria esse pedido: vamos revolver o pó, buscando nele a memória daquelas pessoas que amamos muito e que fizeram a nossa televisão. É lá em cima que eles estão: Walter Foster, Otávio Mendes, Cassiano Mendes, Túlio de Lemos, Walter Darci, Dionísio Azevedo e Flora Gianini. Hoje, acordei e fiquei pensando nesses nomes, nesses rostos e nesses olhares o dia inteiro. É neles que quero pedir que todos pensemos. São eles que eu quero reverenciar. São eles que eu amo e haverei de amar sempre.

É importante que se diga que a televisão foi implantada no Brasil por radialistas. Quando ela chegou, os jornalistas foram proibidos de trabalhar, porque havia uma ordem do Dr. Assis Chateaubriand que não podia enfraquecer os quadros dos “Diários” em detrimento da televisão. A comunidade universitária também esnobou solenemente a televisão, como esnoba tudo até hoje. Os jornalistas também não tomaram conhecimento, então a televisão ficou nas mãos dos radialistas, sonoplastas, locutores, cantores e tivemos que tocar. No dia da inauguração, houve um banquete. No meio do banquete, o Cassiano disse-me o seguinte: “E, amanhã, o que nós fazemos?” Esse amanhã vem se estendendo até hoje e  vamos fazendo uma porção de coisas.

Lembro-me também - e gosto de me lembrar - de que, nesse primeiro Shakespeare feito na televisão, houve também a primeira crítica de televisão, escrita pelo príncipe dos poetas, o poeta de São Paulo, Guilherme de Almeida, que escreveu também o Hino da Televisão e o Hino do Expedicionário. A dupla que fez o Hino da Televisão, o Maestro Spártaco Rossi e o poeta Guilherme de Almeida, formam a mesma dupla que fez o Hino do Expedicionário, que diz assim: “Você sabe de onde eu venho? É de uma terra que eu tenho...” Esse Hino da Televisão, que a Lolita conhece muito bem e que a Hebe não apareceu para cantar, porque ela não gostava do hino, a Lolita decorou e sabe até hoje. Vou pedir a ela para vir cantar. Vocês sabem como começa o Hino da Televisão? Começa com uma frase verdadeiramente sintomática, hoje até profética: ‘Vingou, como tudo vinga, no teu chão, Piratininga’. Assim começa o Hino da Televisão.

Lembro-me muito bem da crítica que Guilherme de Almeida fez, que dizia o seguinte, sobre Hamlet, de Shakespeare: Shakespeare, do Dr. Assis Chateaubriand, esteve patético, mas não esteve ridículo. E eu acho isso tudo tão lindo, tão próprio, tão exato, que não posso deixar de repetir, hoje. Aqui estamos nós, pioneiros da televisão, reunidos, agradecendo ao Afanasio, agradecendo a esta Casa por permitir que continuemos a ser patéticos, sem ser ridículos.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - AFANASIO JAZADJI - PFL - Registramos a presença do grande Maestro Osmar Milani, um dos mais expressivos da orquestra que animava programas da TV Record e percorria o Estado de São Paulo, para bailes de formatura; Paulo Planet Buarque, comentarista esportivo da TV Record, nos anos 50, ao lado do saudoso narrador Raul Tabajara; Salvador Pradt, Diretor de TV, Dodô; Dª Conceição, viúva de Saracura - e aqui vai nossa homenagem a Saracura, dos tempos em que o humor na TV era realmente sadio -; Sônia Maria Dorsi, a primeira criança-prodígio da TV brasileira. Aos cinco anos ela usou um cocar e apareceu na TV, simbolizando o índio que dava nome à emissora; Tito Bianchini, também entre nós; Vilma Bentivegna, cantora, que era uma das características dos programas da TV Tupi, como o Clube dos Artistas. Hino ao Amor foi um dos seus maiores sucessos, versão brasileira da música interpretada pela francesa Edith Piaf.

Mais pessoas chegando, mais gente que fez a história da televisão: as atrizes Esterzinha de Sousa, Gessy Fonseca, Deise Fonseca, Paula Léa, Lima de Roma, Olívia Camargo, Jorge Omeh, o último Visconde de Sabugosa do Sítio do Pica-Pau-Amarelo. Régis Cardoso, que veio especialmente do Rio de Janeiro para esta solenidade. Ele, garotinho, apareceu na primeira transmissão histórica. Muito obrigado pela presença.

Chamo agora a nossa querida Inezita Barroso, para um número musical.

 

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-              É apresentado número musical, pela cantora Inezita Barroso.

 

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O SR. PRESIDENTE - AFANASIO JAZADJI - PFL - Esta Presidência registra ainda presença entre nós de Abelardo Figueiredo, grande empresário; Álvaro Dimóia; Amaral Novaes; Ana Maria Noimann; Ary Silva, aqui representado pela Jornalista Camila de Alvarenga; Ayres Campos, o famoso Capitão Sete; Borges de Barros, ainda na praça; Carlito Adese; Carlos Jaquiere; Carmem Marinho; Clarice Amaral; Cláudio de Luna; Clélia Simone; Constantino Cury, aqui representado por sua filha; Edvaldo Pacot, aqui representado por Luis Guimarães; Edith Sherer; Gilberto Botura; Hélio Souto; Idalina de Oliveira, garota propaganda da TV Record; Neli Reis; Magno Salerno, aqui representado por sua senhora Dona Maria Judite; Vera Nunes; Meire Nogueira; Jornalista Moracy Duval; Yara Marques; Valdemar de Morais; Vininha de Moraes, atriz e jornalista; Adriana Romero; Carmem Marinho e Luís Froes, esposo da nossa saudosa Maria Tereza; Mara Mesquita, a primeira Moreninha, na TV Tupi, e depois todos os programas dirigidos por Júlio Gouveia;

A Presidência concede a palavra, neste momento, ao Sr. Mauro Salles, Presidente do Conselho da Salles Darcy, padrinho da Pró-TV Associação dos Pioneiros da Televisão Brasileira.

           

O SR. MAURO SALLES - Meus amigos, sou jornalista, publicitário e fotógrafo. A televisão me pegou pelo pé. Quando o Dr. Assis, amigo do meu pai, velho Apolônio Salles, disse que iria trazer a televisão para o Brasil, meu pai disse: “Você enlouqueceu.” Eu disse, mas sem loucura como a gente vai tocar esse Brasil para frente? Sem sonho, como a gente vai tocar esse Brasil para frente? Sem muito trabalho, como a gente vai tocar esse Brasil para frente?

Quero saudar o nosso Afanasio, grande Parlamentar, líder político, homem do rádio; o nosso Fernando Chateaubriand, representando a família dos “benditos loucos”, que colocaram de pé esta televisão.

Aos 18 anos eu era repórter, fiquei esperando a inauguração da TV Tupi do Rio, que foi adiada, pois deu-se precedência, muito justa, a São Paulo.

O meu primeiro trabalho na televisão foi na TV Continental, do Rio de Janeiro, que tinha parte da sua programação dirigida pelo Sr. Gilson Amado, pioneiro da televisão educativa no Brasil. Ele tinha um programa noturno, “os Ledores do Povo”, misturava jornalistas, poetas empresários e eu tinha a obrigação semanal de ser ledor do povo. Eu lia textos de poetas, de escritores romancistas, de cronistas e reportagens. Ele dizia: “Meu filho, você pode fazer qualquer coisa, só não pode é cobrar.” Naquele tempo certas áreas não tinham o costume de pagar pelo trabalho.

Depois da TV Continental fiz carreira na Globo como fotógrafo e diretor de redação. Fui o primeiro diretor de jornalismo da TV Globo, inclusive minha carteira assinada data dois anos antes da inauguração da TV, porque a primeira diretoria foi empossada para fazer a TV nascer. Depois quis ser sócio do Dr. Roberto Marinho, homem absolutamente sem visão, que achou um abuso. Segundo ele, ele só tinha um sócio: Herbert Mouses, fundador de “O Globo” junto com o seu pai Sr. Irineu Marinho. Perguntei: “Mas seus irmãos também não são sócios? - eles eram meus amigos, Dr. Rogério e Dr. Ricardo. Ele respondeu: “São, mas pequenininhos.” Então eu disse que iria pedir demissão e fundar uma empresa de propaganda e assim fiz. Até hoje está arrependido de não ter permitido isso e me trata como se fosse um subordinado seu. Até hoje não aceitou o meu pedido de demissão e aos 90 anos de idade ainda dá ordens e eu prudentemente obedeço.

Em 77, já tinha a minha agência de propaganda. Fui convocado para assumir a vice-presidência executiva da Rede Tupi de Televisão. Quando assumi, a TV devia cinco meses de salários aos funcionários, inclusive vários deles estão presentes. São pessoas dedicadas, competentes, abnegadas.

A TV Tupi concentrou, por inspiração de Rubens Furtado, todos os esforços na novela “O Profeta”, que os “loucos” daquele momento - e eu me incluía.

Achavam que podia enfrentar a Globo que tinha “O Astro”. “O Profeta” bateu “O Astro”, permitiu que a rede Tupi, a partir daquele sucesso se recompusesse. Ao invés da ameaça da falência ela estava novamente se colocando de pé e o único defeito talvez que tivesse tido nesse momento é que, no dia 24 de dezembro desse ano, ela não só já tinha colocado os salários em dia, como pagou a primeira parcela do décimo terceiro salário, o que resultou em dois enfartes, mas graças a Deus nenhum dos dois foi fatal. Voltei para o meu jornal, para a minha agência de propaganda, porque uma incompreensão quando propus medidas duras para salvar a Rede Tupi e para salvar o condomínio acionário se tive de um lado homens como Paulo Cabral que entenderam e deram apoio, outros já achavam que estava tudo salvo, preferiram não fazer, eu estava certo, se não tivesse sido enxugada a Casa, diminuído o número de rádios, diminuído o número de jornais e concentrado um pouco a televisão, seria impossível mantê-la de pé, entre outras coisas, porque a Globo tinha levado uma surra, mas não estava disposta a levar duas. A tragédia que se abateu pela televisão brasileira pela cassação da rede Tupi até hoje dói no coração de muita gente. Um ano depois, eu estava convocado novamente pelo Dr. Roberto Marinho par ser vice-Presidente da Rede Globo aqui em São Paulo, tive mais uma experiência. Nunca larguei a televisão. Na minha sala de trabalho, em minha casa, eu sou um homem que gosta muito de automóveis, tenho alguns pequenos automóveis misturados com os livros e tem uma câmera , uma Belan Hall, que foi a câmera que eu comprei para a Rede Globo antes da fundação para toda a equipe, naquele momento era a mais moderna que existia, a câmera número 25 era a minha. Essa câmera nº 25 está lá na minha estante e dela eu muito me orgulho.

Estão aqui alguma pessoas com quem trabalhei nesse período e que gostaria de citar, como por exemplo o nosso Marcos Lázaro, um grande promotor, homem de estímulo, um homem que nos dá uma alegria muito grande porque profissionalizou uma atividade, André Casquel Madri, montamos filmes de madrugada, com muita alegria, o Lima Duarte, trabalhando. Isto que ele fez aqui, o que ele incentivava os seus colegas, seus companheiros, o que ele chamava atenção para a necessidade de ser profissionais pelo respeito ao público, as lições de vida que deu e que o público às vezes não se dá conta delas, porque o público só se dá conta das lições de competência artística que ele deu, está dando e vai continuar dando para a alegria do espectador brasileiro. A Lolita Rodrigues eu não preciso nem dizer como sou fã de carteirinha, torcedor, principalmente por exemplo permanente de juventude que ela nos dá todos os dias. Ciro Del Nero, cenógrafo, trabalhei no estúdio dele também de madrugada e foi sempre uma convivência altamente  profissional e que resultou em dividendos de amizade. A torcida que tenho pela Elizabeth Hartman, que está aqui presente, que alegria de vê-la, mas que alegria ainda maior, me permita, de ver essa Etty Freiser com sua alegria permanente, mas com sua vontade de trabalhar, com sua crença no que se pode fazer com o grande público e para o grande público. Luiz Guimarães , executivo, eu fiz parte de um grupo que adquiriu a TV Paulista para a Globo naquele momento, e o Luiz Guimarães foi uma das primeiras surpresas que tive de competência, de dedicação, de fidelidade aos conceitos de modernidade e de humildade. Ele nunca disputou espaços para dizer que mandava ou que iria fazer, quando sabíamos que era ele que mandava e era ele que ia fazer. (Palmas).

Quero prestar uma homenagem aqui - vimos a Tie Biral, neta da Dona Vida- mas acho justo mencionarmos aqui a Thais Alves, que é a mãe da Tie e filha da Dona Vida. Dentre outras coisas que tem feito por esta Associação, ela é coordenadora do programa de gravações e depoimentos.  Já há mais de 140 depoimentos gravados para serem incorporados no museu da televisão, e isto é um serviço público.

Minha homenagem especial ao Murilo Antunes Alves, esse professor de nós todos, ao Elias, com quem trabalhei também na Rede Tupi e cujos conselhos me ajudaram a errar menos tantas vezes.

Meus amigos, uma homenagem muito especial à Inesita Barroso, esta voz de Brasil (palmas), esta voz que tanto ecoa nos edifícios modernos da Berrini ou da Avenida Paulista, como nos ranchos mais modestos por este País afora e que sempre está com disposição de jogar a luz desse lampeão de gás nos lugares onde a sombra poderia firmar um pouco a verdade do povo brasileiro. A televisão sempre foi de realizadores e de sonhadores. Assis Chatebriand talvez o realizador mor e o sonhador mor. Aqui temos a tanto realizadora como sonhadora, Dona Vida Alves, que interpretando a vocês todos, um dia resolveu inventar do nada a Associação dos                                              Pioneiros - Apit Quão pouca gente acreditou no princípio. Ela com seus abnegados, silenciosos - a maioria deles, e para saber a importância dessa entidade basta olhar para o lado, nessas comemorações dos 50 anos da televisão brasileira. Os eventos, os programas especiais, as entrevistas, as exposições inclusive como uma que está aqui no hall de entrada dessa Assembléia Legislativa, os suplementos especiais. Não houve jornal sério que não fizesse o seu, e cada um procurando fazer o melhor, enaltecendo as figuras de ontem, mas principalmente mostrando que este veículo parece que agora que está nascendo, porque sua responsabilidade é muito maior para o futuro do que a responsabilidade que ele trouxe do passado.

O estatuto Pró-TV de agora, da Associação dos Pioneiros, há dois blocos de artigos muito importantes; um, pelo qual a Associação se compromete a fundar, a criar e fazer funcionar o museu da televisão. Nosso bloco de artigos diz a mesma coisa sobre a Associação Brasileira de Televisão. Dois sonhos? Sim, dois sonhos, mas já estão perto de se tornarem realidade. Posso informar talvez como furo que este museu está nascendo. Ele será anunciado formalmente ainda neste mês. Vida e os profissionais da Apit conseguiram apoio de praticamente todo mundo, mas não se faz essas coisas sem recursos, sem força, sem uma decisão quase que empresarial e a Rede Globo de Televisão atendeu ao apelo de Dona Vida e estamos na finalização dos contratos que permitem que a Rede Globo possa ajudar a criação do museu da Televisão Brasileira. (Palmas).

A notícia da sua oficialização vai ocorrer no final de novembro, quando se inaugura na Oca uma exposição do Cinqüentenário da TV Brasileira, principalmente com uma exposição de vídeo arte, organizada pela Associação dos 500 Anos do Redescobrimento, com o seu presidente entusiasmado por isto, que concordou em que, encerrada a exposição - que a primeira exposição da Oca fosse a da televisão. Essa exposição vai ficar aberta durante quase três meses - certamente baterá recorde de público -, e na sua inauguração vai - se dizer que aquele é o primeiro passo para a inauguração da televisão e se oficializará a documentação toda desse museu da televisão, que inclusive vai se comprometer a inaugurar oficialmente como museu ao final do ano 2001.

A Associação Brasileira de Televisão - ABT - virá depois para coroar essa noite de esperanças de que falou o nosso Enéas. Vamos em frente, vamos bater palmas para cada um desses pioneiros. Vamos eleger como símbolo desses pioneiros, dos sonhadores que acreditaram que podem ser realizadores, como esta grande Vida Alves. Obrigado. (Palmas)

 

O SR. PRESIDENTE - AFANASIO JAZADJI - PFL - Registramos a presença entre nós do Miro, primeiro maquiador da TV Brasileira. (Palmas); da atriz Lisa Negri, (Palmas); do Carlos Menon, um dos primeiros diretores de  estúdio da TV Tupi (Palmas); o Ênio Gonçalves, também aqui presente; (Palmas); a Kati Stuart, irmã do grande e saudoso Walter Stuart (Palmas);o Walter Ribeiro dos Santos também entre nós, um dos pioneiros, (Palmas); o Francisco Gothilf, do Mosaico da TV, programa dirigido à Colônia Judaica, que completa 39 anos no ar ininterruptos. Registramos também  a presença entre nós de outras figuras ilustres que fizeram e que fazem a história da nossa televisão: Percy Aires - infelizmente um familiar dele vai receber "in memoriam" também a sua homenagem, o brasão comemorativo. (Palmas). Também familiar de Walter Jorge Durst, grande da televisão (Palmas); o marido da nossa querida cantora Morgana também está entre nós; veio também receber esta medalha singela comemorativa (Palmas)

Solicito que compareça agora ao microfone a Presidente da Pró - TV, antiga Apit, a nossa querida Vida Alves. (Palmas)

 

A SRA. VIDA ALVES - Boa noite. Como vocês estão percebendo, fugi um pouco das cerimônias porque quero falar bem perto de vocês.

Em primeiro lugar, quero dizer que estou um pouquinho envergonhada , porque vou repetir de certa forma o que já falei ontem. Então, se alguém esteve ontem, por favor me perdoe. Ontem contei rapidamente no Teatro Municipal que há alguns anos atrás tive a imensa felicidade de visitar a casa de D. Hélder Câmara. Foi uma coisa emocionante, porque ele veio pessoalmente receber a mim e minha irmã Evelin, jornalista, e depois conversando comigo ele disse uma frase que ficou para minha vida inteira. Ele disse o seguinte: "Sonho que se sonha só é sonho; sonho que se sonha junto é realidade". 

Quando foi surgindo o mês de setembro, outubro do ano passado, eu me pus a pensar nisto: "sonho que se sonha junto". Isso remoía na minha cabeça e comecei nas minhas noites, às vezes mal dormidas, a escrever cartas. A minha secretária, quando chega de manhã, fica maluca, porque tenho 15 ou 16 cartas.           Escrevi para todos os apresentadores, todos os jornais, todos os donos de emissoras de televisão, enfim, escrevi para o mundo. E, de repente veio dezembro, janeiro e calei-me um pouco, deixando a turma em paz. Mas em fevereiro recomecei a escrever de cá para lá, de lá para cá e senti alguma dificuldade me deixando amarga, triste. Por que não tal emissora? De repente me lembrei desta Casa magnífica! E bati à porta do Afanasio Jazadji, um radialista a quem devo um favor grande porque em tempos idos o filho de um agregado meu sumiu. Bati de porta em porta e foi o Afanasio quem conseguiu achar essa criança, perdida em São Paulo, dois meses depois. Então, sou grata a ele, sou apaixonada por esse homem de coração bom, que às vezes tem palavras duras, mas com um coração sempre bom!

E quando vim aqui o Afanasio abriu as portas e no dia seguinte me telefonou dizendo que o dia 18 cairia numa segunda-feira, dia em que é possível acontecer essas sessões especiais. Dia 18, novamente às 20 horas, é muito bom! Quero música, quero uma festa, quero faixa, quero medalhas para todos. Falei: “- São muitos”. Comecei mandando 20, depois mandei 40, depois mandei para quem me  lembrei. E ele ainda acrescentou mais e mais. E resultou nesta festa linda que vocês estão vendo.

A minha emoção em ouvir, em ver aqui um deputado federal nosso amigo, que está também batalhando por nós em Brasília, a emoção de ver novamente aqui o Galon, que esteve acamado e alguns de vocês souberam. A emoção de ver todos vocês me enche o coração como aquela frase magnífica que ouvi do sábio que já não está entre nós, D. Hélder Câmara. Mas, quem o conheceu sabe que o que ele dizia era verdade. A gente então, copia porque, se é verdade, temos de repetir. Hoje, vendo as emissoras de televisão recebendo os jornais brasileiros, percebi que valeu a pena. Acontecemos! A televisão hoje aconteceu no Brasil como de fato merece. Aí concluo repetindo o que comecei a falar: “- Sonho que se sonha só é sonho. Sonho que se sonha junto de todos vocês é realidade”. Obrigada. (Palmas.) 

 

O SR. PRESIDENTE - AFANASIO JAZADJI - PFL - Esta Presidência registra a presença entre nós do grande Borges de Barros, ainda atuando na praça; Daumácio Jordão; o empresário Marcos Lázaro, aqui representando o grande Roberto Carlos, e vai levar ao Rei também o seu brasão comemorativo. Já chegou aqui o acompanhante da Alda Perdigão, Raulito. Teremos dois números musicais com a nossa querida Alda Perdigão, acompanhada pelo Raulito, filho do Raul Duarte. (Palmas.)

 

A SRA. ALDA PERDIGÃO - Não vou nem tentar cantar nessa altura toda porque, como vocês podem ver, não daria certo.

Vou esperar o Raulito chegar. Não preciso dizer que também sou pioneira de televisão. Eu não estava no dia da inauguração porque ainda era uma menina de 16 anos que estava cantando na rádio, no Grêmio Juvenil Tupi, um programa que era dirigido pelo nosso querido Homero Silva, que já vinha dirigindo, de muitos anos, o Clube Papai Noel, aonde eu cantava em dupla com o irmão, os usineiros Irmãos Perdigão, e ainda não era profissional no dia em que a televisão foi inaugurada. Mas, em seguida, fui convidada para participar nesse Grêmio Juvenil de um concurso “A mais bela voz juvenil de São Paulo”.

Eu, muito envergonhada porque estava acostumada a cantar em dupla com meu irmão e, por que não dizer, com muito medo de cantar sozinha, acabei aceitando o convite, quase uma imposição da mamãe na época. E fui para o tal concurso. Tive a felicidade de ganhar o primeiro lugar; o prêmio era a possibilidade de um contrato de três meses, aí já na televisão, e, se desse certo, se eu fosse do ramo - como se diz aqui na gíria entre os artistas - poderia ter a oportunidade de me transformar numa profissional. Graças a Deus, acho que deu certo. Fiz os três meses de contrato experimental. Em seguida, ia ser inaugurada a TV Paulista, o nosso querido Dernival Costa Lima, que já deve estar por aí assistindo a gente - já está no plano espiritual - me disse “- Olha, Alda, você vai ser chamada para fazer um contrato de dois anos. Mas, não assine aqui porque eu vou inaugurar a Rádio Nacional de São Paulo”. Para participar de uma Rádio Nacional, naquela época, era como se a gente estivesse indo para Hollywood. Então, pensei “- Meu Deus, estou recém-começando a minha vida profissional, estou terminando um contrato de três meses e já sou convidada por uma emissora. Será que vai dar certo essa emissora?” Imaginem que pretensão a minha. Eu tinha medo de sair dali das emissoras associadas. Mas, acabei indo para a Rádio Nacional, posteriormente TV Paulista, com o Dernival Costa Lima como diretor.

Foram grandes artistas, grandes nomes, na época, o nosso querido Walter Foster, a nossa querida Hebe Camargo, Vilminha Bentivgna que está aqui e pode constatar tudo o que estou falando, não é? E uma plêiade de artistas. E lá fui eu, uma menina já de 17 anos mas profissional. Já era profissional!

Assinei um contrato de dois anos, ganhando mil e quinhentos cruzeiros. Era muito dinheiro. Dava para fazer muitas coisas com esse dinheiro. A gente gastava na feira cinco cruzeiros e trazia um monte de coisas. Era, então, um super-salário!

Fiquei dois anos na Nacional, na TV Tupi. Foram seis anos de Tupi, mais quatro anos de Record, depois comecei cantando como free-lancer e estou aqui hoje conversando com vocês, esperando o Raulito descansar. O Raulito só atrasou porque estava fazendo uma prova na faculdade. Quero muito cantar com o Raulito porque me traz lembranças muito queridas. Ele é meu sobrinho e filho do grande Raul Duarte, que não está aqui, mas está representado por ele. Raul Duarte, todos sabem o que fez pelo rádio e pela televisão.

O Canindé é letra e música do Raul Duarte. Conta a história de uma empregadinha doméstica que morava no Bairro Canindé e que namorava os soldados da Força Pública, os famosos PMs. Tem algum por aí, ainda?

Sei que durante muitos anos cantei essa música em televisão, em shows. Hoje, quero parabenizar o Raul pai com o Raulito me acompanhando.

 

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-         É feita a apresentação da música.

 

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O SR. PRESIDENTE - AFANASIO JAZADJI - PFL - Registramos as presenças do Dr. Amaury Morais de Maria, representando o Sr. Paulo Camanda, Presidente da Fundação Cásper Líbero; da Dra. Mônica, filha do ator Lima Duarte, representando aqui sua mãe, a atriz Mariza Sanches; do Sr. João Kralic, câmera-man e, segundo o Sr. Luis Galon, trabalhador.

Passo a palavra neste momento ao ilustre Deputado Federal Duílio Pisaneschi.

 

O SR. DUÍLIO PISANESCHI - Boa-noite a todos. Quero cumprimentar as ilustres figuras, os artistas, os profissionais, os técnicos da TV brasileira, todos aqui já nomeados pelo Sr. Presidente desta sessão solene, nosso querido amigo, nobre Deputado Afanasio Jazadji, que propôs e instituiu merecidamente este Dia da TV de São Paulo, comemorado no dia 18 de setembro, o “Cinqüentenário da Televisão Brasileira”.’

Quero parabenizar também a Sra. Vida Alves, que tem feito um trabalho incansável para manter essa chama viva da televisão brasileira, essa história da televisão brasileira, que hoje completa seus 50 anos, que foi a primeira da América do Sul e a quarta a ser instalada no mundo pelo grande empreendedor Assis Chateaubriand, da TV Tupi Paulista.

Quero aproveitar este momento para dizer que entramos na Câmara federal, a pedido da Sra. Vida Alves, com seu Projeto de lei nº 2.429, de fevereiro de 2000, também instituindo o Dia da TV Brasileira, bem como comemorando os 50 anos da televisão do nosso País. Aproveito para cumprimentar sua filha, Taís Alves, que tem feito um trabalho brilhante para manter a história da televisão brasileira, que vocês todos fazem parte e vão fazer parte eternamente. Tenho certeza que o Museu da Televisão Brasileira brevemente vai fazer parte dessa história maravilhosa que vocês fizeram e plantaram na TV do nosso País.

Muito obrigado e meus parabéns a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - AFANASIO JAZADJI - PFL - Gostaria de anunciar as presenças entre nós do Sr. Clodomiro Nalim. (Palmas.); maestro Ciro Pereira, nesta oportunidade representado por sua filha Luciana. (Palmas.); Nilza Miranda, que receberá também a sua medalha comemorativa, que será levada pela Sra. Norma Avian. (Palmas.)

Peço que a nossa querida Lolita Rodrigues, atendendo a milhares de pedidos, não podendo cantar, pelo menos recitasse o Hino da TV Brasileira.

 

A SRA. LOLITA RODRIGUES - Acabei de falar agora no Programa do Ratinho, que me pediu que cantasse, mas o cigarro acabou com a minha voz. Sendo assim, vou declamar os versos do Guilherme de Almeida, que a pedido de Assis Chateaubriand, faz alusão ao indiozinho da TV Tupi, que era o nosso logotipo brilhantemente idealizado por Mário Fanucci, falando da Bandeira de São Paulo, das listas em vermelho, branco e preto, já antevendo a TV colorida.

“Vingou como tudo vinga no teu chão Piratininga, a cruz que Anchieta plantou. Pois, dir-se-á que ela hoje acena por uma altíssima antena, a cruz que Anchieta plantou. E te dá num amuleto o vermelho, o branco e o preto das contas do teu colar e te mostra no espelho o preto, o branco e o vermelho das penas do teu cocar.”(Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - AFANASIO JAZADJI - PFL - Esta Presidência  ainda anuncia a presença do Hélio Tosi, Diretor de TV. Receba as nossas homenagens.(Palmas.)

Neste momento, vou fazer a entrega das medalhas comemorativas à Vida Alves; ao Mauro Salles; ao neto de Assis Chateaubriand, Dr. Fernando; Tatiana Belinky, que vai levar uma medalha “in memoriam” ao seu marido Júlio Gouveia; Lima Duarte, Enéas Machado de Assis; Murilo Antunes Alves e Luis Galon. (Palmas.)

Chamo a Presidente da Pró-TV, Vida Alves, merecedora, mais do que nunca, deste brasão comemorativo. Incansável batalhadora, que vai ver, sim, o seu grande sonho realizado: o Museu da Televisão. A todos os senhores, pioneiros da televisão, profissionais de TV, parabéns.

 

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-              É feita a homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - AFANASIO JAZADJI - PFL - Chamo agora o neto de Assis Chateaubriand, o culpado de tudo isto. Fernando Chateaubriand, é uma grande honra.

 

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-              É feita a homenagem.

 

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O SR. FERNANDO CHATEAUBRIAND - Em nome de meu avô, agradeço a todos os presentes. Muito obrigado por esta bela homenagem. Ele vai ser sempre lembrado, porque para mim é uma pessoa muito querida. Amo meu avô. Muito obrigado a todos os que fazem e fizeram a TV, a todos os responsáveis por mantê-la no ar, como está, hoje em dia. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - AFANASIO JAZADJI - PFL - Convido o Sr. Mauro Salles, que contou aqui grandes e belas estórias. Ele, aliás, é um grande contador de estórias. Parabéns!

 

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-              É feita a homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - AFANASIO JAZADJI - PFL - Convido agora a Srª Tatiana Belinki. Venha receber sua placa comemorativa. Ela também levará a medalha do nosso querido e inesquecível Júlio Gouveia. Quem não se lembra dele?

Srª Tatiana, parabéns e muito obrigado por tudo o que esses educadores propiciaram a nós todos, meros espectadores da televisão.

 

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-              É feita a homenagem.

 

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A SRª TATIANA BELINKI - Muito obrigada. Quero lembrar Júlio Gouveia, com quem tivemos um programa diferente, porque não viemos do rádio. Somos os únicos pioneiros que vieram do teatro, havendo feito um projeto, durante 13 anos, de uma televisão educacional, estética e ética, formativa, em uma TV comercial, uma coisa nunca antes vista. Agradeço, então, por mim e por Júlio. E viva a televisão.

 

O SR. PRESIDENTE - AFANASIO JAZADJI - PFL -  Gostaria de convidar o Dr. Enéas Machado de Assis, um dos autores do Código Nacional de Telecomunicações. Parabéns e obrigado por tudo, inclusive pelos ensinamentos.

 

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-              É feita a homenagem.

 

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O SR. ENÉAS MACHADO DE ASSIS - Obrigado. Recebo esta placa como comemoração de meus 70 anos de rádio, em atividade.

 

O SR. PRESIDENTE - AFANASIO JAZADJI - PFL - Convidamos agora o grande Murilo Antunes Alves. Quanta experiência, quanta sapiência, com 53 anos apenas de Rede Record. Parabéns, Murilo.

 

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-              É feita a homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - AFANASIO JAZADJI - PFL  -  Convidamos agora o Sr. Luis Galon, o incansável e grande batalhador, o homem que fica do outro lado das câmeras, nosso grande diretor de TV, pioneiro da televisão, no Brasil e na América Latina.

 

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-              É feita a homenagem.

 

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O SR. LUIZ GALLON - Falou-se muito em Assis Chateaubriand. Fui amigo dele, ele me chamava pelo nome. E quando ele aparecia, de repente, no Sumaré, às dez horas da noite - a programação tinha de ser interrompida porque ele queria fazer um pronunciamento -, batia em minha barriga e me pedia para pegar uma cadeira. Ele tinha sempre uma cadeira especial, para sentar-se e falar.

 

O SR. PRESIDENTE - AFANASIO JAZADJI - PFL - Lima Duarte conta umas estórias e eu quero tirar a limpo. Ele disse que já no primeiro dia de televisão houve atraso de uma hora para a TV entrar no ar, porque na inauguração Chateaubriand teria quebrado uma garrafa de champanhe em uma câmera. É verdade?

 

O SR. LUIZ GALLON - De tanto ele contar isso, as pessoas estão acreditando. Ele já contou mil vezes. Nem havia champanhe naquele dia.

 

O SR. PRESIDENTE - AFANASIO JAZADJI - PFL - O que teria a dizer Lima Duarte?

 

O SR. LIMA DUARTE - Eu não sou teórico, não vi. Eu estava lá e vi.

 

O SR. LUIZ GALLON - Eu também estava e não vi.

 

O SR. LIMA DUARTE - Ele disse: ‘Dou por inaugurada a televisão da América Latina’. Quebrou o champanhe e a câmera. E José Mogica entrou: ‘Beija-me, beija-me até a loucura...’

 

O SR. LUIZ GALLON - Lima Duarte confunde um pouco. Mogica apresentou-se na televisão em julho e Chateaubriand inaugurou a televisão em setembro.

 

O SR. LIMA DUARTE - Eu estava lá.

 

O SR. LUIZ GALLON - Não aconteceu. (Pausa.) Há outras pessoas que inventam. Há quem diga que a câmera pifou porque d. Paulo Rolim Loureiro, que era o bispo-auxiliar de São Paulo, jogou água benta dentro dela.

 

O SR. PRESIDENTE - AFANASIO JAZADJI - PFL - Convido agora Lima Duarte, representando todos os atores, incansável, batalhador, premiado nacional e internacionalmente para receber uma homenagem.. Parabéns.

 

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-              É feita a homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - AFANASIO JAZADJI - PFL - Registramos a presença de João Restif, que trabalhava com Mazzaroppi, na televisão. (Palmas.)

Esgotado o objeto da presente sessão, antes de encerrá-la a Presidência agradece às autoridades e àqueles que, com suas presenças, colaboraram para o êxito desta solenidade, e convida todos para um coquetel e a exposição sobre os 50 anos da televisão brasileira, no Hall Monumental.

Pediria aos senhores que não fossem embora sem nos dar um depoimento. Queremos perpetuar esta data, queremos documentar, registrar porque, como disse no início, essas gravações farão parte do Museu da Televisão. Muito obrigado a todos.

Está encerrada a presente sessão.

 

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Encerra-se a sessão às 22h13min.