22 DE OUTUBRO DE 2001

35ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM À ENTIDADE LARAMARA - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ASSISTÊNCIA AO DEFICIENTE VISUAL

 

Presidência: RAFAEL SILVA

 

Secretário: DORIVAL BRAGA

 

DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 22/10/2001 - Sessão 35ª S. SOLENE Publ. DOE:

Presidente: RAFAEL SILVA

 

HOMENAGEM À ASSOCIAÇÃO LARAMARA - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ASSISTÊNCIA AO DEFICIENTE VISUAL

001 - RAFAEL SILVA

Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia que a sessão foi convocada pela Presidência da Casa, por solicitação do Deputado ora na Presidência.

 

002 - DORIVAL BRAGA

Nomeia as autoridades presentes.

 

003 - Presidente RAFAEL SILVA

Convida todos a ouvirem de pé o Hino Nacional Brasileiro.

 

004 - DORIVAL BRAGA

Homenageia a Associação Laramara pelos dez anos de existência.

 

005 - Presidente RAFAEL SILVA

Anuncia números musicais.

 

006 - TATO FISHER

Apresenta o Coral Aché e o Grupo Amígdalas Cantantes e seus números artísticos.

 

007 - DAGOBERTO BRANDÃO

Como membro do Conselho Consultivo da Associação Laramara, cumprimenta o Presidente Rafael Silva e a Mesa e os membros da Administração da Laramara. Enaltece o trabalho da Associação Laramara.

 

008 - VICTOR SIAULYS

Saúda o Presidente Rafael Silva, o Deputado Dorival Braga e demais autoridades. Descreve seu trabalho e de sua senhora em prol dos deficientes visuais. Apresenta um vídeo sobre a Associação Laramara. Registra sua participação em evento sobre os deficientes visuais, nos EUA, a convite da "National Federation of the Braile".

 

009 - Presidente RAFAEL SILVA

Anuncia vários números musicais. Agradece ao Maestro Tato Fisher pelos momentos de arte. Enaltece o trabalho da Associação Laramara e de inúmeras pessoas que nela trabalham. Agradece a todos que colaboraram para o êxito da solenidade. Encerra a sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido o Sr. Deputado Dorival Braga para, como 2º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da Ata da sessão anterior.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO - DORIVAL BRAGA - PTB - Procede à leitura da Ata da sessão anterior, que é considerada aprovada.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Rafael Silva.

 

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O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSB - Esta Sessão Solene foi convocada pelo Presidente desta Casa, Deputado Walter Feldman, a pedido deste Deputado. Agora, solicitamos ao Deputado Dorival Braga para que nomeie as autoridades presentes aqui em plenário.

 

O SR. DORIVAL BRAGA - PTB - Anuncio Sr. Presidente, neste instante, a primeira pessoa que é a Presidente da Laramara, Mara Cianzi; Sr. Dr. Dagoberto Brandão, membro do Conselho Consultivo da Laramara; Sr. Victor Siaulys, Presidente do Conselho Deliberativo Laramara; Sra. Alaíde Brandão, Coordenadora do Grupo de Voluntários da Laramara; Sr. Hugo Rocha, Diretor Social de Associação Amigos Metroviários dos Excepcionais; Sr. Cabral, Presidente da Associação da Casa dos Deficientes de Ermelindo Matarazzo.

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSB - Convidamos a todos para que, em pé, ouçamos o Hino Nacional Brasileiro que será executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

 

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O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSB - O 1º Sargento, músico, Sr. Feliciano, deu-nos o prazer de comandar aqui a Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, e é importante termos a presença da corporação aqui representada por esta banda, executando o Hino Nacional Brasileiro, porque nós precisamos realmente é de cidadania, civismo e patriotismo.

Obrigado à Polícia Militar, aqui muito representada por esta banda maravilhosa. Nós temos a satisfação aqui de contar com a presença dos senhores para esta sessão solene.

A Associação Laramara, fundada dia 07 de setembro de 1991, é uma criança que está aí representando a esperança, representando o futuro, de um povo que, com certeza, mais consciente, irá preocupar-se mais e mais com os portadores de deficiência visual. O Deputado Dorival Braga que secretariou essa sessão, vai fazer o uso da palavra, homenageando a Associação Laramara, pelos 10 anos de existência. Tem a palavra o nobre Deputado Dorival Braga, ilustre Deputado, nosso grande companheiro.

 

O SR. DORIVAL BRAGA - PTB - Muito obrigado. Sr. Presidente, srs. visitantes e todos aqueles que logicamente advogam uma causa tão linda - quer fazer todos enxergarem, todos eles, de uma forma ou de outra, alguém tem que enxergar, alguém tem que ensinar. Alguém tem que fazer qualquer coisa nesse mundo tão bravo, que eu tinha certeza, logicamente, esperando, em 1999, e que, segundo a Bíblia, diz lá que o número da besta é 666, quando o inverso é 999. Eu já esperava, e eu acho que nós estamos errados no calendário, e então esperava-se que o mundo ia ser mais hostil. E dentro dessa hostilidade tão grande que o mundo vive, que no momento em que a gente pode oferecer um pouco de calor da gente, do nosso coração, oferecer alguma coisa para alguém ao meu lado.

Eu fui prefeito por dez anos, sou há dez anos deputado. De vez em quando eu tento imitar alguém que enxerga muito mais do que eu, que é o próprio Rafael. É Rafael que enxerga com aquela grandeza do coração, e que também tem uma lanterna na sua mão que se chama Maria Clara, e é ela que o leva, nos traz aqui, a esse recinto, todos os dias, para com que a gente possa compartilhar desse coração tão grande, desta peça linda que Ribeirão Preto tem, aquela linda cidade megalópica, que para ele poder chegar a Ribeirão Preto, tem que passar por Porto Ferreira, minha terra, onde o meu filho também é prefeito e é amigo dele. E quem é e não é amigo dele? Todos são amigos dele porque todos gostam do Rafael. Eu sou um deles, fiquei aqui, como vocês estão vendo, não tem mais nenhum Deputado, fiquei aqui para participar, para poder ser testemunha não somente da presença dos senhores, mas também da grandeza daquilo que, repito, este coração fantástico, esta Ribeirão Preto que teve e tem o orgulho de ter um Rafael, como Porto Ferreira também teria se ele estivesse lá na minha terra. Graças a Deus, Ribeirão Preto ficou com ele que é bem grande, e pôde dar a ele o calor e também os votos necessários, que ele possa representar não somente aquele deficiente, mas possa representar a capacidade de um homem de Ribeirão Preto, de um homem do Estado de São Paulo, bem onde é encravado, onde é o coração do Estado de São Paulo - o Ribeirão Preto, onde nesta artéria tão linda que é Anhangüera, que faz nos unir cada vez. A nossa região - é o Mogi, o Pardo, eu ainda cheiro curimbatá, ele também deve cheirar a piracanjuba, porque vivemos ali no barro dos nossos rios, de onde nós tiramos a nossa argila para poder ser a capital da porcelana, capital da louça, e ele também, onde tira não somente a beleza, do trabalho que ele produz, que produz com as mãos ágeis e com uma vista grande, enxergando tudo, de bom e de bom tamanho.

Portanto, Laramara, vocês que participam dela, eu vim aqui apenas para dar os parabéns. Gostaria imensamente de poder ajudar como Rafael ajuda, mas me coloco à disposição dos senhores, e também por senhores terem me ouvido, pelo Rafael ter me indicado para ler a ata, apenas duas palavras, ou três. Deus te pague.

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSB - Tivemos o grande prazer de ouvir o grande amigo, grande companheiro, grande Deputado Dorival Braga, que foi Prefeito de Porto Ferreira, é Deputado já há 10 anos, e para realmente demonstrar o valor dele como político, o filho dele que era prefeito, foi reeleito com uma votação espetacular em Porto Ferreira. Então, só a reeleição do próprio filho demonstra realmente que esta família tem, junto à população de Porto Ferreira e da região, todo carinho e todo respeito. Nossos agradecimentos ao grande companheiro Dorival Braga pelas palavras e pela participação aqui, secretariando nossos trabalhos.

Agora nós ouviremos o coral do Aché Laboratórios, sob a regência do Maestro Tato, que vai alegrar esta Sessão Solene.

 

O SR. TATO FISCHER - Queria convidar o Coral do Aché, e o Grupo Amígdalas Cantantes, vocal de Santo André que canta comigo, para a gente apresentar aqui. É por causa desse grupo de Santo André que algumas pessoas acham que não tem amígdalas e não podem cantar. Eu pediria às Amígdalas Cantantes e a esse Grupo do Aché uma salva de palmas. (Palmas.)

 

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- É executado o número musical. (Palmas.)

 

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O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSB - Depois dessa apresentação maravilhosa, teremos a oportunidade de ouvir a mais uma.

 

O SR. TATO FISCHER - Vamos cantar uma canção que se chama “Garganta”, e a letra é assim: “Canta, garganta, quero ouvir vocês. Canta, garganta, teu mal espanta. Deixa no ar um gosto de quero mais. Ó, sim!”

 

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- É executado o número musical. (Palmas.)

 

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O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSB - Tivemos oportunidade de nos transportar para um mundo diferente desta realidade que vivemos. A sensibilidade, o talento aqui colocado, isso tudo colocado realmente fez, faz e fará mais ainda, que teremos o retorno do Maestro Tato Fischer e esse grupo maravilhoso. Isso nos faz esquecermos os problemas que vivemos aqui na terra, e passamos a viver momentos de amor, de reflexão e de esperança.

Ouviremos agora as palavras do Dr. Dagoberto Brandão, membro do Conselho Consultivo da Associação Laramara.

 

O SR. DAGOBERTO BRANDÃO - Nobre Deputado Rafael Silva, membros da mesa de trabalhos, membros do Conselho Consultivo aqui presentes, membros da Administração do Laramara, amigos, colaboradores de Laramara, meus senhores e minhas senhoras, disseram há pouco que seria difícil que eu falasse algumas palavras nesse momento solene, uma vez que fui pego de surpresa para dizer aqui algumas palavras. Eu digo agora que, na verdade, é muito fácil, porque fácil é falar quando se fala com a alma e com o coração. É fácil dizer algumas palavras quando nós falamos sobre uma entidade como Laramara. É fácil dizer, falar algumas palavras quando nós falamos de um trabalho tão nobre. É fácil dizer sobre Laramara quando nós vemos pessoas que dedicam não o tempo que tem de sobra, mas muitas vezes o contrário: dedica o tempo que tem na maior parte da sua vida. É muito fácil de dizer algumas palavras sobre Laramara quando nós sentimos a honra e o privilégio de poder expressar: a honra e o privilégio que não cabe a todos os seres humanos.

É verdade, por um motivo ou outro: todos nós que aqui estamos fomos escolhidos pelo grande arquiteto do universo, para que nós pudéssemos passar nossas vidas não apenas existindo, mas acima de tudo, vivendo. É muito fácil falar sobre o Laramara quando nós percebemos que os nossos sonhos não são como os anjos, que desaparecem quando nós não acreditamos neles.

Na verdade, eu queria nesse momento agradecer ao Deputado Rafael Silva, que representa nesse momento a Assembléia Legislativa, por essa homenagem tão merecedora. Queria agradecer a todos que aqui estão pela dedicação realmente profunda que todos colocam na nossa causa. Queria agradecer a todos que, acreditando nos nossos sonhos, nos tornaram realidade. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSB - Agradecemos as palavras do Dr. Dagoberto Brandão. Passaremos agora a ouvir Dr. Victor Siaulys que, além de suas palavras, irá apresentar também um vídeo sobre a Associação Laramara.

 

O SR. VICTOR SIAULYS - Meus amigos, boa noite. Queria cumprimentar e agradecer ao Deputado Rafael Silva, ao Deputado Dorival Braga que falou palavras tão gostosas sobre a nossa instituição, sobre a figura do Deputado, autoridades que foram aqui anunciadas. Também vou correr o risco de omitir algumas pessoas que estão além do alcance da minha lente, mas eu vejo aqui o Dr. Abujamra, digníssimo Presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Vejo ali no fundo nosso companheiro de luta, meritíssimo Juiz de Direito Dr. Augusto Guimarães de Souza, vejo nosso amigo Rui Ohtake que orgulha a arquitetura brasileira, vejo Vitor Foroni, inconfundível com a sua barba lá no fundo, vejo uma porção de amigos, uma porção de educadores, uma porção de colegas, amigos da Laramara, maestro Tato Fischer, muito obrigado por tudo que tem feito conosco, os meus colegas de trabalho do Aché, com quem compartilho uma parte da minha atividade mercenária. Vejo ali no fundo os meus amigos de final de semana que dividem o copo e a raquete comigo.

Você vai chegando numa determinada fase da sua vida que começa a pensar em o que você vai escrever na sua lápide. Eu já decidi: “Aqui jaz um advogado, mercenário, missionário.” Tenho um bom amigo, no período de crise e que eu procurei, pedindo algum conselho, queria estudar um pouco mais, queria sair um pouco do dia-a-dia. Ele falou: “Não está na hora. Precisamos de você agora porque você é um pregador.” De repente, me dei conta de que era um pregador - coisa meio estranha.

Na realidade, acho mesmo que sou mesmo é um pagador, eu tenho uma dívida muito grande, tenho uma dívida como a sociedade, uma dívida com vocês, por esse Estado, por esse País que recebeu meu pai, imigrante pobre, semi-alfabetizado, estudei em excelentes escolas na época em que a escola pública era uma excelente escola, estudei na melhor universidade deste país, a Universidade de São Paulo, sem dúvida, e com isso eu assumi uma dívida com vocês e que eu estou procurando pagar. Tenho certeza que a vida foi muito generosa comigo, me concedeu muitos privilégios. Eu, realmente, muito mais do que eu podia imaginar, muito mais do que eu merecia, e como reza o evangelho, acabei de deixar o meu amigo Frei Beto no Instituto Cultural Itaú, e ele me disse que a quem muito foi dado, muito será cobrado. Acho que estão me cobrando muito pouco e ainda tenho uma dívida muito grande.

Dentre os grandes privilégios que eu tenho tido, que eu tive na vida, eu, seguramente, o primeiro grande motivador, inspirador, foi ter tido Lara, quem acabou transformando a minha vida na perigosa curva dos quarenta, uma jovem universitária hoje de 23 anos, que embora sem visão como Rafael, navega na Internet, trafega nos forrós da periferia, é exímia baterista - toca numa banda de “rock” alternativo, é absolutamente resolvida, feliz e integrada. Bonita como o pai, determinada como a mãe, mãe coragem, educadora competente, pedagoga com especialização em deficiência visual na Universidade de São Paulo, oito anos de voluntariado na Santa Casa - grande currículo! Dez anos de instituição, 23 de cotidiano com Lara, experiência que lhe conferiu competências absolutamente extraordinárias. É uma mulher capaz de transformar limões azedos em doces limonadas. Capaz de transformar trevas e sombras em dias luminosos, capaz de transformar crianças deficientes algumas vezes não tão bem aceitas por filhos amantíssimos. Transformar mães que choram em mães que crêem. Seguramente Mara é também privilegiada como eu, porque ela vive cercada de anjos. Educadores só podem ser anjos. Eu vejo um monte deles aqui, não são pessoas normais. Por quê? É porque eles ensinam dedos a ler livros, dedos que lêem livros. Eles ensinam como tirar partido de toda riqueza do tato, esse sentido que, ao nascer, nós temos dez vezes mais sensibilidade do que num adulto, uma sensibilidade que no embrutecido da vida a gente vai perdendo.

Eu encontro os meus amigos e me despeço dos meus amigos com um beijo. Isso eu aprendi com os deficientes visuais, porque o tato físico é fantástico, nos torna humanos, nos torna gente. Nós esquecemos, como dizia o autor de um livro aí, tantas edições, que a carícia é essencial ao ser humano, é importante que você acaricie. Pegar na mão de um outro homem e um homem, é muitas vezes é mal interpretado, mas isso é fundamental. Tocar uma pessoa, tocar o seu filho quando você voltar para a casa, fazer sentir sua presença, sua pele, sua derme.

São essas educadoras também que nos ensinam que os nossos ouvidos, e nós não usamos os ouvidos porque temos visão. São radares fantásticos, eles nos orientam, eles permitem que a gente enxergue no escuro.

Eu estava na Alemanha, meu amigo Rui Ohtake me ligou dizendo que havia uma exposição muito interessante na Inglaterra e eu fui. Mudei o meu trajeto, fui a Inglaterra. Chamava-se “Diálogo no Escuro”. Era um lugar totalmente escuro, mais ou menos como este, onde você era convidado a entrar e fazer um passeio, com característica: nos primeiros segundos, eu ainda conseguia ver pelo menos o brilho do meu relógio. Depois de um minuto, eu já não via mais nada, mas eu era conduzido por um cego. É uma experiência que nunca mais eu vou esquecer na minha vida, nunca mais a luz vai ter o mesmo sentido que ela teve depois de caminhar num lugar totalmente escuro. Eu nunca me senti tão imbecil e tão inseguro. Quando eu contei para a minha filha, ela morreu de dar risada. Ela disse: “Eu gostaria de ver a sua cara, pai, conduzido por um cego.”

É isso. Essas educadoras, esses anjos nos ensinam a tirar todo partido do nosso olfato. Eles são capazes, é incrível. Eles são capazes de, de olhos fechados como vivem, perceber a cor da beleza de uma flor.

Lembra, no nosso videoclipe, o cozinheiro que fecha os olhos quando prova a comida? Os sabores, os aromas que alimentam o nosso espírito, será que é por acaso, não é Dr. Suel? Que a natureza colocou na gente cinco milhões de células gustativas e olfativas para enviar mensagens de prazer ao nosso cérebro? E o que fica em nossa memória, além dos sentidos? Arroz doce da minha avó, a minha mãe sempre diz: “Todo arroz que eu faço, nenhum dele é parecido com o da minha avó.” O bolo com gosto de mãe, a paçoca da escola, pão com mel que eu levava de lanche. Eu me pergunto e vos pergunto: “Será que o mundo foi feito apenas para ser visto com os olhos? Será que é só isso? Viver é só ver?”

Quem não se lembra, e acabou virando uma piada de mal gosto. Barrichelo, na primeira e talvez a única vitória que teve na vida, no pódio, lembram? Está na “Folha” até hoje, no dia mais feliz da sua vida, e fechava os olhos. E chorava, no dia mais emocionante, para interpretar a sua emoção, e ele precisava fechar os olhos.

É um privilégio, meus amigos, que eu aprendo todos os dias na Laramara, com essa gente maravilhosa, iluminada. Aprendo com educadores, todo dia alguém me ensina algo. Aprendo com crianças deficientes visuais, com a sua coragem e com a sua determinação que eu não tenho. Aprendo com pais e mães que à parte... de parecer um cara tão grande, perto deles eu me sinto tão pequenino. Eu não tenho coragem de confessar isso a eles. Será que isso não é um dos privilégios também que a vida me deu?

E afinal de contas, o que é essa Laramara que se fala tanto? Um centro assistencial, filantrópico, beneficente, de caridade, de misericórdia, clínica, escola, internato, organização religiosa, política? Francamente eu também não sei. Tenho certeza apenas de que é muito mais. De tudo isso, um pouco mais.

Hoje é um centro de referência nacional, eu não tenho dúvida, reconhecido internacionalmente, que muito nos orgulha e orgulha ao nosso país. E que talvez justifique o fato de nós estarmos hoje nesta Casa de Leis, quando completamos 10 anos. É um centro que desenvolve pessoas e transforma vidas.

Eu gostaria, por favor, de mostrar para vocês, em poucos minutos, já que uma imagem vale mais que palavras.

 

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-              É apresentado o vídeo.

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O SR. VICTOR SIAULYS - Será que isso é uma instituição? Hoje nós temos 218 funcionários diretos. Se você multiplicar pela célebre fórmula que nós usamos na empresa, pelo menos mil pessoas são beneficiadas com cada emprego que você coloca. Trinta e cinco pelo menos são deficientes visuais trabalhando, com carteira assinada na empresa. Talvez seja o maior empregador deste país de deficientes visuais. Numa empresa, cuja maior capital é o seu capital social. O que é capital social? É o que está na moda hoje, uma rede de relações, de confiança e de colaboração mútua, tão difícil de você ver nas empresas comerciais.

Afinal de contas, é uma instituição ou é uma empresa? É uma associação, todos são sócios: profissionais, usuários, família, parentes, o poder público é nosso sócio. O Poder Público aqui representado, o Ministério Público é nosso sócio, eles pedem a nossa ajuda. Uma associação - é verdade - de missionários, porque todos têm clara a sua missão. Hoje é difícil de você encontrar numa empresa.

Nesses dez anos de trabalho de missionário, não tenho dúvidas. Colecionei muito mais alegrias do que nos 35 anos de trabalho mercenário. Lembra da minha experiência no ano passado, nos Estados Unidos, quando fui convidado pela “National Federation of the Braile”. Éramos o único brasileiro e a única instituição a se apresentar, um público de três mil pessoas na cidade de Atlanta e 99% deles eram cegos. Fomos convidados como instituição para apresentar o tema “Construindo um mundo novo para o cego no Brasil.”

Eu dizia a eles o seguinte: “Meus amigos, vocês sabem muito bem que a cegueira não precisa ser uma tragédia. Ela não é uma tragédia. Eu vejo pela Lara, pela minha filha, no dia-a-dia. É uma característica apenas, como o indivíduo que é destro, que é canhoto, que é branco, que é negro, que é magro, que é gordo. Mas a deficiência, meus amigos, dizia eu para os americanos. É uma tragédia num país como nosso, quando a ela se soma a pobreza.

Do nosso Estado, que é representado por esta Assembléia em que aqui estamos, o mais rico da federação, um entre cada habitante é pobre. Cinco milhões estão abaixo da linha de pobreza, ou seja, não constam dos lados oficiais porque não consomem. Nós somos hoje medidos por aquilo que consumimos, e o nosso Deus é o mercado. E é por isso que existe a Laramara, sim senhor. Sabem por quê? Para compensar as deficiências do Estado! Para compensar a impotência do Estado de dar fim à tragédia social da nossa desigualdade.

Amigos do Laramara, crianças, pais, educadores, doadores, militantes, missionários, enfim quanto aprendi com vocês. Aprendi a compartilhar, a cooperar, a colaborar. Aprendi que a competição, que eu via sempre de mercado altamente competitivo, a competição mercenária apenas nos degenera, que a solidariedade missionária nos regenera. Aprendi que educar é servir, educar é dividir. Ninguém é dono do que sabe. Você deve repassar o que sabe. Educar para desenvolver deficientes visuais é hoje nossa missão, e quando se assume uma missão, meus amigos, você assume um compromisso. Um compromisso com o futuro, com o futuro das crianças e das suas famílias. E é assim que nos tornamos missionários. É assim que as nossas vidas deixam de nos pertencer. Elas passam a pertencer às crianças que servimos e que precisam tanto de nós.

O problema da deficiência, como disseram alguns dos nossos colaboradores, não está no indivíduo. Ele se sente absolutamente normal.

Vocês lembram da Thaís dizendo que as pessoas se surpreendiam que ela era uma pessoa normal? O problema não está nela, o problema está na sociedade, no modelo de sociedade que nós criamos, no modelo de exclusão em que nós vivemos.

Algumas vezes eu começo a achar que Odete tinha razão. É verdade, estou me tornando um pregador, um missionário. Mas posso confessar a vocês, que com muito orgulho sinto ainda que muitos dos meus colegas empresários me consideram apenas um sonhador. O problema é que eles não sabem como é gostoso, como tem sido gostoso o sonhar, o que a gente tem sonhado nesses 10 anos. E não só sonhar, mas também ver os sonhos realizados. Para outros, e quantos são os céticos! Nós somos apenas utopistas, tolos, românticos, ingênuos, que acreditam! Vejam só, que pode mudar o mundo! Sim, nós somos utopistas Graças a Deus! Graças a Deus apenas? Não, Deus não faz nada sem a nossa participação. Deus precisa de nós, de vós, meus irmãos. Sim, juntos, estamos ajudando a mudar um pouquinho o mundo, todos os dias, todos os anos.

 

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-              É apresentado o vídeo.

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O SR. VICTOR SIAULYS - Muito obrigado, meus irmãos, pelo testemunho de sua presença hoje aqui. Obrigado, irmãos de fé, na capacidade transformadora do homem. Obrigado, Deputado Rafael Silva, por este dia magnífico de comunhão. Comunhão de ideais, comunhão de valores, comunhão de amigos. Rafael, você cresceu e chegou até esta Casa com um pequeno detalhe: o detalhe que nos une, o detalhe da falta do quinto sentido. Talvez para muitos, a falta desse sentido poderia ser uma tragédia. Para você, apenas um detalhe, que nunca diminuiu a sua capacidade. Nunca inibiu a trajetória de sucesso. Rafael, meu amigo, você é um exemplo para todos nós. Para nós, esse detalhe seu inclusive acrescenta algo, a todos nós - um sexto sentido, um sentido que nos diz: “Sim, valeu a pena ter vivido esses 10 anos. Valeu a pena ter sonhado, e os sonhos não são impossíveis. Você, Rafael, vocês crianças, vocês jovens, vocês pais, vocês meus amigos, deram um novo sentido a nossas vidas. Obrigado a todos vocês, obrigado pela presença de todos. Até os próximos 10 anos.

Muito obrigado”. (Palmas.)

 

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-              É apresentado o vídeo.

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O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSB - Depois deste maravilhoso depoimento de apresentação do Laramara, ouviremos o Maestro Tato Fischer e o Coral mais uma vez, para colocarmos um perfume especial nesta sessão solene.

 

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-              É executado o número musical. (Palmas.)

 

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O SR. TATO FISCHER - Essa canção é do Jean e do Paulo Garfunkel, que são dois compositores aqui de São Paulo.

Para encerrar nossa apresentação musical, vamos fazer como iniciamos, terminando com o Hino Nacional Brasileiro para todos vocês cantarem juntos com a gente. Esta é do Pixinguinha.

 

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-              É executado o número musical. (Palmas.)

 

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O SR. TATO FISCHER - Muito obrigado a vocês, pela paciência de estarem junto com a gente nesta cantoria.

Muito obrigado do fundo do coração a todos os amigos cantantes. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSB - O Maestro Tato Fischer deixou todos tristes, não com a música, mas porque ele falou que encerrou por hoje a apresentação, que foi maravilhosa.

 

O SR. TATO FISCHER - Mas nós podemos encerrar com a que está sendo esperada, pois já vi pessoas olhando com uma cara...

 

O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSB - Quebrando o protocolo, eu nunca fiz isto, mas uma coisa até diferente, eu gostaria que o Maestro, por mais uns dois minutinhos fizesse uma apresentação, para todos saberem que vai parar, para que pelo menos acabe com um pouco da tristeza que vai ficar no nosso coração, com a ausência dessa música maravilhosa.

 

O SR. TATO FISCHER - Vamos fazer uma música japonesa, para todos cantarem juntos, inclusive o público. Temos até uma coreografia, quem quiser cantar junto. É uma homenagem para o Ruy Ohtake. A música se chama “Biombo Quimono”. Vou ficar de frente para vocês, para que vocês possam fazer a coreografia. Vale a pena. Eu faço e vocês fazem com ele.

 

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- É executado o número musical. (Palmas.)

 

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O SR. PRESIDENTE - RAFAEL SILVA - PSB - Eu fiquei cego, Dr. Victor, há quase 15 anos, no dia 13 de dezembro de 1986. Para quem acredita, para quem tem fé, pois a fé tem vários caminhos, foi no dia de Santa Luzia, e parece que estava escrito.

            Quero aqui cumprimentar todos os presentes, em nome do Dr. Abujamra, Dr. Antônio Augusto. Gostaria de citar o nome de todos, mas na minha própria deficiência... eu tenho muitos defeitos. Não sei se ser deficiente visual é um dos defeitos, ou se foi uma oportunidade que eu tive na vida, de crescer.

As oportunidades aparecem na vida de uma forma até estranha. Às vezes, uma luz surge e não se esperava que a luz se manifestasse daquela forma. A Lara surgiu - uma luz muito importante, a luz do amor, da esperança. Sua mãe Mara teve sob sua responsabilidade não apenas a educação, não apenas a responsabilidade de preparar a filha, mas dar um exemplo. A vida a gente constrói com exemplos.

O gigante Victor Siaulys, que tem um coração de ouro, determinado, falou dos sonhos. O sonho, quando existe, solteiro, separado de outras virtudes, como eu já coloquei aqui, é apenas um perfume que vem e desaparece. Outros sonhos aparecem e desaparecem. Mas quando esse sonho tem por companhia a virtude da busca, da vontade, do encontro de um objetivo, a busca da perfeição e da valorização daqueles que precisam dessa valorização, esse sonho não morre. Ele é eterno. Ele fica, porque contamina mais e mais pessoas. Quero cumprimentar Victor Siaulys, pela sua determinação e a participação de voluntários, em nome da Dona Alaíde Brandão. Quando temos todo esse acompanhamento, o sonho começa a ter uma outra cara.

A Associação Laramara representa uma luz, como a Lara representou num momento a esperança. Sete de setembro de 1991, data para nós importante, a data da Liberdade. A liberdade e a conquista podem ser dadas ao deficiente visual, mas, por ignorância - no seu verdadeiro sentido, de falta de informação - praticada pelo poder público, esse ignorância deixa de ser uma ignorância e passa a ser um verdadeiro crime. Os homens que têm nas mãos a decisão, a força para mudar os destinos de um povo, quando praticam essa ignorância, estão cometendo um verdadeiro crime contra aqueles que precisam de um tratamento diferenciado.

Rui Barbosa, num discurso que fez a uma turma de formandos, disse: “Tratar desiguais com igualdade é uma desigualdade flagrante” .

Quando fiquei cego, Dr. Victor, Dona Mara, eu pensava no suicídio. Na noite do dia 12 de dezembro eu senti que eu perderia a visão. Quando acordei no dia 13, eu estava cego. Passei a ver o mundo de forma diferente. Durante um ano fiquei em oração, e pedi a Deus a recuperação da visão. Para quem sempre enxergou, ficar totalmente cego é uma coisa no mínimo triste, para não usar um outro termo.

Durante um ano eu busquei um milagre. Eu recebi um milagre sim, o milagre de algumas respostas que eu considerei - e considero - como uma graça alcançada. A partir daquele momento eu não pensei mais na recuperação da visão. Comecei a pensar naquelas pessoas que não têm visão, e que precisam de muito mais. Comecei a pensar naquelas crianças que pertencem a famílias humildes, e que não têm oportunidade de estudar, de se desenvolver. Essas crianças deveriam ser o alvo de trabalhos realizados por muitos e muitos empresários, por muitos e muitos homens públicos.

E eu me pergunto, e pergunto a todos: quem será o próximo cego, quem terá um filho cego? Será que hoje um político importante, que tem o poder da decisão, dentro de 10, 20 50 ou 100 anos não terá um descendente seu, portador de uma deficiência, e que precise naquele momento do carinho e compreensão da sociedade? Será que se nós plantarmos uma semente hoje, não estaremos fazendo que no futuro esse fruto da esperança, da participação, da integração, não será alcançado lá no futuro? Ou, talvez, amanhã; ou talvez hoje, porque a esperança não morre. É eterna também.

Dr. Victor, a Lara representa a luz, a esperança, para muita gente. Deus nos prepara surpresas, acontecimentos que, se nós voltarmos a 20, 30 anos atrás, não imaginaríamos que passaríamos por essa realidade. Temos aqui hoje a presença de pessoas que dedicam a vida aos portadores de deficiência.

Como seria bom, muito bom mesmo, se os grandes órgãos de comunicação levassem para o povo brasileiro um pouco do que foi colocado nesta sessão solene. Tudo que foi dito aqui vai constar do Diário Oficial do Estado de São Paulo, já que esta Sessão Solene é uma sessão oficial da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. Mas pouca gente vê o Diário Oficial, pouca gente está presente aqui.

Será que é pouca gente? Cristo tinha 12 apóstolos, e mandou uma mensagem para todo o planeta. E aqui nós temos muito mais que 12 apóstolos. Nós temos muita gente aqui. Não só aqui presente, mas temos gente que acompanha o trabalho da Associação Laramara. E as pessoas podem ser multiplicadas, podem representar mais e mais esperanças. Eu tenho certeza absoluta de que a semente da Associação Laramara vai, como está no presente momento dando bons frutos, no futuro promover ainda mais a valorização do portador de deficiência visual.

Dr. Victor, o senhor fez um discurso muito bonito, o vídeo que o senhor apresentou foi fantástico. Tenho certeza de que o senhor vai realizar ainda muito mais do que isso. Se o senhor mesmo voltar a dez anos atrás, vai imaginar a realidade de hoje como utópica. E o senhor mesmo se colocou aqui como uma pessoa que busca a utopia.

Platão, há mais de dois mil anos falou da utopia, praticou a utopia. Platão entendia que uma criança, ao nascer, deveria ser cuidada pelo Estado. Naquele momento ele falava da alma de bronze, da alma de prata e da alma de ouro, porque ele entendia que a criança deveria ficar aos cuidados do Estado, para não sofrer discriminação, que o senhor colocou aqui, que existe, para não sofrer o preconceito, a exclusão que Platão imaginava e vivia lá no passado. Então, ele entendia que todo mundo deveria se sentir como pai daquela criança que nascia. Ela não seria apenas filha de uma família, de um casal. Seria filha de todos.

Eu me pergunto e pergunto às autoridades deste Estado: por que o Estado não se sente pai, principalmente das crianças portadoras de algum tipo de deficiência? Será que a criança escolheu ter esse tipo de problema? Será que o Estado não deveria entender que a oportunidade deveria ser dada a todas, como Rui Barbosa disse: “As pessoas desiguais precisam de tratamentos desiguais, de cuidados especiais”.

Todos  nós somos contribuintes, participamos com recolhimento de impostos, participamos da construção de uma realidade política, administrativa. Quando uma pessoa começa a participar de um seguro de vida, de grupo ou individual, ela não recebe ali um carimbo? Dizem: você vai ter um problema no futuro, você vai usar do seguro, a sua família vai usar. Mas, se vier a usar, precisar do seguro, a companhia seguradora está pronta para responder.

Todos recolhem impostos: ao comprar um remédio, um alimento, um refrigerante, um maço de cigarros, estamos pagando impostos, ou seja, estamos participando desse bolo de arrecadação. O dinheiro dos impostos deve ser revestido em favor da sociedade como um todo e, principalmente, em favor dos que precisam.

A exclusão mostra uma realidade perversa e totalmente diferente. Isso foi colocado aqui com muita propriedade, a ausência do Estado e também dos grandes órgãos de comunicação. A informação é a matéria prima da consciência. Sem uma informação adequada não poderemos ter também uma consciência também adequada. Se os grandes órgãos de comunicação, através das novelas, mostrassem os portadores de deficiência, mostrassem o exemplo de uma sociedade como a Associação Laramara, mostrassem um voluntariado que dá vida em favor dos que precisam, com certeza, o nosso povo teria mais consciência. O preconceito que existe no meio da população brasileira não é um preconceito criminoso, mas um preconceito que existe pela ausência da informação. E através da ausência da informação é que existe a ausência de consciência.

Esta homenagem que prestamos a Dona Marta, ao Dr. Victor, à Associação Laramara, é antes de tudo mais que uma homenagem, um agradecimento, porque a Associação não está apenas centrada na figura da Família Siaulys, mas centrada no amor, na participação de voluntários, no corpo de funcionários. Essa Associação merece a justiça do reconhecimento.

Hoje estamos promovendo o verdadeiro reconhecimento pelos grandes serviços prestados por essa entidade. Com certeza eu cresci muito, de verdade. Fico triste, porque esta Sessão Solene está terminando. Não por minha participação; fui eleito pelo povo e tenho o dever de agir desta forma, porque este pronunciamento que tivemos aqui, com Dr. Dagoberto, Dr. Victor, o vídeo apresentado, a música maravilhosa, a presença do senhores, tudo está fazendo que esta sessão tivesse motivos para continuar por muitas horas. Para mim, a alegria seria imensa.

Dr. Victor, em nome do senhor quero agradecer sua esposa, sua filha, a esse pessoal da Laramara, às pessoas que acreditam no futuro, nos sonhos e na esperança. Obrigado, em nome da Assembléia Legislativa e do povo do Estado de São Paulo, por tudo o que o senhor faz em favor daqueles que realmente precisam: uma oportunidade, um apoio, uma assistência. Muito obrigado. (Palmas.)

Agradecemos a presença de todos e damos por encerrada esta Sessão Solene, da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. Após o encerramento da sessão, peço que o pessoal fique por mais dois ou três minutos para o Coral fazer a sua despedida. Em seguida, teremos um coquetel no Hall Monumental.

Obrigado. (Palmas.)

 

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- É executado o número musical. (Palmas.)

 

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- Encerra-se a sessão às 22 horas.

 

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