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29 DE AGOSTO DE 2011

035ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM A “SOBERANA ORDEM DE MALTA, EM AGRADECIMENTO AOS TRABALHOS HUMANITÁRIOS EM PROL DA POPULAÇÃO CARENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO, PELO CENTRO ASSISTENCIAL CRUZ DE MALTA”

 

Presidente: OLÍMPIO GOMES

 

RESUMO

001 - OLÍMPIO GOMES

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que o Presidente Barros Munhoz convocara a presente sessão solene, a requerimento do Deputado Olímpio Gomes, na direção dos trabalhos, com a finalidade de "Homenagear a Soberana Ordem de Malta, em agradecimento aos trabalhos humanitários em prol da população carente do Estado de São Paulo, pelo Centro Assistencial Cruz de Malta". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Informa que esta solenidade será transmitida pela TV Assembleia em data oportuna. Lê histórico da Ordem de Malta. Destaca a visão e a missão da Ordem.

 

002 - THEREZA SAMAJA

Embaixatriz e Hospitalária da Associação dos Cavaleiros da Soberana Ordem de Malta de São Paulo Brasil Meridional, apresenta vídeo institucional. Faz explanação acerca dos objetivos que levaram à criação da Ordem de Malta. Discorre sobre o papel solidário da instituição, com ênfase para o acolhimento de pessoas carentes. Destaca a presença da organização de auxílio em âmbito mundial. Fala da participação em órgãos internacionais, como a ONU. Relata dificuldades advindas da urbanização de São Paulo. Cita o caráter emergencial do atendimento, em tragédias. Acrescenta que a atuação primeira é o suprimento às vítimas com gêneros de primeira necessidade. Explica que a Ordem prepara jovens para o mercado de trabalho, por meio de cursos profissionalizantes. Lê trechos do Estatuto da Criança e do Adolescente, nos quais a Ordem se firma. Lamenta o aumento da violência e critica as armas usadas para combatê-la. Elenca a Saúde como outra área de atuação. Fala de projeto que visa à alfabetização de adultos. Agradece pela homenagem recebida neste Parlamento.

 

003 - Presidente OLÍMPIO GOMES

Dá conhecimento de mensagens alusivas à efeméride, encaminhadas por autoridades. Anuncia a apresentação musical de crianças do Centro Assistencial Cruz de Malta e do grupo de capoeira. Entrega placa de homenagem e diploma de reconhecimento ao Doutor Dino Samaja, Embaixador da Soberana Ordem de Malta junto à República do Paraguai e Presidente da Associação dos Cavaleiros da Soberana Ordem de Malta de São Paulo Brasil Meridional, pelos relevantes serviços prestados à sociedade paulista.

 

004 - DINO SAMAJA

Embaixador da Soberana Ordem de Malta junto à República do Paraguai e Presidente da Associação dos Cavaleiros da Soberana Ordem de Malta de São Paulo Brasil Meridional, fala de sua emoção em receber esta homenagem. Agradece ao Presidente Barros Munhoz e ao Deputado Olímpio Gomes por suas atuações parlamentares em prol dos necessitados. Narra os objetivos da Ordem de Malta. Reitera as circunstâncias em que a organização de auxílio foi fundada. Lembra fatos ocorridos na África, que resultaram na transferência da sede da Ordem de Malta para Roma, onde se encontra até os dias de hoje. Fala do aspecto ecumênico da instituição, de seu papel apartidário e sem fins lucrativos. Agradece à esposa Thereza pelos 48 anos dedicados ao Centro Assistencial Cruz de Malta. Reconhece a importância da rede de parceiros. Elogia a forma como os membros se engajam na obra assistencial. Agradece pela honraria e ao público pela presença.

 

005 - Presidente OLÍMPIO GOMES

Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Olímpio Gomes.

 

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O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

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- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

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O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Sessão solene em homenagem a Soberana Ordem da Cruz de Malta.

Sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos. Nos termos regimentais, esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

É com muita satisfação que anuncio, compondo a Mesa de trabalhos, o Embaixador Dr. Dino Samaja, da Soberana Ordem de Malta junto à República do Paraguai e Presidente da Associação dos Cavaleiros da Soberana Ordem de Malta em São Paulo Brasil Meridional; Dom Abade Mathias Tolentino Braga, do Mosteiro de São Bento; Dr. Eduardo de Barros Pimentel, Presidente da Fundação de Rotarianos de São Paulo e Dr. Mauro Marsili, Cônsul-Geral da Itália.

Sras. e Srs. Deputados, minhas Senhoras e meus Senhores, esta sessão solene foi convocada pelo Presidente efetivo desta Casa, nobre Deputado Barros Munhoz, atendendo a solicitação deste Deputado, com a finalidade de homenagear a Soberana Ordem da Cruz de Malta.

Convido a todos os presentes para, de pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Lembro a todos os presentes que esta sessão solene será transmitida pela TV Assembleia no próximo sábado, dia 3 de setembro, às 21 horas, pela NET, Canal 13, e pela TVA, canal 66.

A Ordem de Malta surgiu no século XI diante da necessidade de se construir, em Jerusalém, um hospital dedicado a São João Batista, ao lado de sua igreja. A vocação humanitária da então chamada Ordem de São João ficou logo conhecida, pois, apesar do hospital destinar-se a acolher peregrinos, também prestava assistência à população local, dedicando-se igualmente a cristãos, judeus e muçulmanos. Com a expulsão dos cristãos dos lugares santos, os cavaleiros de São João transferiram-se para a Rodes e, mais tarde, para a Ilha de Malta, daí o nome Ordem de Malta. Em 1798, obrigados por Napoleão a abandonar a ilha, finalmente, se estabeleceram em Roma. Hoje, a Ordem de Malta é reconhecida como Estado Soberano e mantém relações diplomáticas com mais de 90 nações, desenvolvendo ações humanitárias em cerca de 160 países. As relações diplomáticas da Ordem de Malta com o Brasil iniciaram-se em 1952 e a sua atuação, no país, através de associações nacionais, vem aliviando o sofrimento de muitas famílias desde 1957. O Centro Assistencial Cruz de Malta, implantado pela Associação de São Paulo e Brasil Meridional, na periferia sul da capital paulistana, atende, gratuitamente, a faixa mais carente da população, sendo conhecido pela assistência prestada aos necessitados, em sua maioria, com saúde precária, baixa escolaridade e sem profissão definida, o que acarreta sérias dificuldades. Há nove séculos, a maior riqueza da Ordem de Malta são as pessoas que, com dedicação e amor, colaboram para o desenvolvimento das ações humanitárias ao redor do mundo. Além da equipe de profissionais remunerados, estagiários, contribuintes, padrinhos e membros da Ordem, milhares de voluntários, em vários países, mais de 400 só em São Paulo, dedicam parte do seu tempo livre ao amor ao próximo e formam a base da sustentação da entidade, contribuindo para transformar a triste realidade dos menos favorecidos. A nossa salva de palmas à nossa Ordem Cruz de Malta. (Palmas.)

Esta Presidência concede a palavra à Dona Thereza Samaja, que fará uso da palavra, juntamente com um vídeo institucional.

 

A SRA. THEREZA SAMAJA - Em primeiro lugar, quero agradecer essa excelente oportunidade de falar sobre o nosso trabalho. Como foi bem dito, aqui está escrito “Construindo com solidariedade”, porque nós construímos com apoio de todas aquelas pessoas, desde a mais humilde, à mais qualificada, que vão construindo o nosso trabalho. Esse desenho foi feito pela minha neta quando ela tinha 14 anos, e eu tenho muito orgulho, porque ela captou bem a mensagem, cada um pondo o seu papel. Aí foi feito um resumo pelo nobre Deputado da Ordem de São João Batista, como ela começou. Então, vamos passar rapidamente. Já foi falado como ela começou, mas, o importante, é que tem o fio condutor desde o século XI até hoje. Houve muitas diferenças na forma de agir, porque, naquela época, quando começou, as pessoas, os cristãos, achavam que havia necessidade de ter uma parte do território cristão em Jerusalém. Então, foi feito o hospital e por um período, também, haveria também uma parte física, um território. Hoje, não se pensa mais assim.

Aqui é o primeiro hospital, que ainda se pode ver. É um forte, porque como lutavam, naquela época, ainda se via o forte, que foi dado ao hospital. Isso foi em Rodes, porque, embora eles tinham a preocupação de lutar, mas a principal preocupação era a saúde, o cuidado com os doentes. Então, onde eles iam, a primeira coisa era fazer um hospital. Foram expulsos, foram para a Ilha de Malta. Hoje, quem visita a Ilha de Malta vê que há muitos monumentos e construções daquela época e foi lá que fizeram a primeira escola de medicina. Daí, surgiram outros na Europa, casos de cura, que era origem de associações nacionais.

Hoje, pode-se ver por esse mapa como cresceu a Ordem de Malta no mundo. Existe, lógico, número maior de pontinhos vermelhos na Europa, que foi onde começou, mas, na África, há muito, porque, na época que os conquistadores foram mandados embora, havia aqueles que tinham ido para fazer o bem. Esses continuam lá. Recentemente, eu estive com o Sr. do Benin e ele disse que o melhor hospital do Benin é o Hospital da Ordem de Malta. Infelizmente, tanto na América do Norte como na América do Sul, ainda não há tanto trabalho, mas estamos nos empenhando. Aí, hoje, em Jerusalém, ninguém mais está pensando em ter território e, sim, em atender doentes, que foi o começo e há um hospital muito moderno, uma maternidade, que eu visitei, e que, nessa maternidade, são atendidas as mulheres palestinas, porque são as mais pobres. Então, há preocupação com a raça ou a religião.

A Ordem de Malta, com esse pensamento, faz parte de organismos internacionais que visam o bem, como na ONU. O próximo slide, na Unesco, onde participamos de um encontro no ano passado e muitas outras organizações, como a FAO, que visam o bem da humanidade, lá estamos batalhando juntos. Aí é uma frase de Fernando Pessoa, que explica que o importante é agir, fazer. É com esse espírito que trabalhamos. “Agir é inteligência verdadeira. Serei o que quiser, mas tenho que querer. O que for, tenho que enfrentar. O êxito está em ter êxito e não ter condições de êxito”. Então, pode ser uma pessoa muito preparada, ter um conhecimento profundo, ter muitos bens, mas, se não aplica, não adianta. Então é isso o que diz. A partir de 1957, a Ordem de Malta está no Brasil e nossa missão é evitar a marginalização do indivíduo, quer seja por doença, falta de capacitação profissional ou qualquer tipo de discriminação. Hoje em dia se fala muito de exclusão, mas é sempre a mesma coisa, aqueles que não estão em condições por falta de oportunidade.

O Brasil, como todos nós sabemos, é um país muito grande, tem uma área que se pode ver pelo mapa. Unidos todos os outros países da América do Sul, faz a área do Brasil, o mesmo do ponto de vista da população. Então, um desenvolvimento harmonioso de um território tão grande é difícil, mas, por outro lado, também é uma riqueza muito grande.

O mesmo acontece com a Grande São Paulo, onde vivemos, cresceu muito, tem uma série de problemas, e não se trata de culpar ninguém por esses problemas. O que aconteceu é que houve um fluxo muito grande de imigrantes nos últimos 40 anos e a cidade inchou. Em 40 anos, dobrou a população da Grande São Paulo. É muito difícil ter toda uma estrutura para suportar esse grande número de pessoas que vieram procurando melhores oportunidades. Por isso que vieram, mas acarretam grandes problemas. E também há uma grande tendência à urbanização, não sei se dá para ver, ali, à esquerda, tem a Grande São Paulo, que está se unindo a Jundiaí, Campinas, e a partir do Litoral. Então, forma um grande bloco de urbanização, com todas as dificuldades que isso representa. Uma delas é a questão da moradia, que a pessoa quer ter uma casa minimamente decente para viver, tem que ser tão longe do trabalho, da escola, da creche das crianças, que acaba se instalando em situações precárias, e isso acaba tendo problemas muito sérios.

Vejam inundações, porque a água não é absorvida. Falamos da urbanização muito grande, então, quando chove muito, como aconteceu nesse verão, a água leva tudo, as pessoas perdem tudo o que têm e é muito triste. O mesmo acontece frequentemente, pega fogo também. Entre a água e o fogo, há famílias que, mais de uma vez, perdem tudo. Nessas ocasiões, o nosso trabalho tem que ser emergencial, porque se uma está sem nada, ela precisa, naquele momento, ser atendida com roupa, alimentos, com recursos. Mas nós procuramos fazer, principalmente, um trabalho de prevenção. Esse emergencial é necessário, unido à prevenção e à educação. Então, nós pensamos o seguinte: se fala muito de “não dê o peixe e, sim, ensine a pescar”. Nossa filosofia é a de que tem que fazer as duas coisas, dar o peixe e ensinar a pescar, porque até a pessoa aprender, leva muito tempo. Então, fazemos as duas coisas.

Aqui é com 50 anos. Nós sempre trabalhamos com uma meta estudada, através de orientação, não trabalhamos por inspiração, nem porque gostamos. Temos professores da universidade que sabem disso, mas, também, temos sempre uma esperança, um sonho, unimos às duas coisas, porque se a gente começa a ficar com medo de fazer isso, fazer aquilo, a gente não faz.

Isso foram as nossas primeiras instalações, muito pequenininhas. Quando começamos, éramos muito pequenos. Falamos em acreditar, éramos pequenos, não tínhamos recursos, mas acreditávamos que era possível. São as nossas primeiras instalações. Essas, nossas primeiras creches, que eram pequenas também e, depois, foram crescendo. Primeiros passos na parte da primeira sede que nós tínhamos. Os cursos, nós sempre procuramos atender a prioridade, na época, e, nesses 40 anos, mudou. A parte, por exemplo, de rede de água tratada, melhorou muito. Quando nós começamos a trabalhar, tinha que pôr o cloro na água, havia muita infecção intestinal, e nós nos dirigimos mais para esse lado. E também começamos já com a parte de profissionalização.

E, finalmente, chegamos ao prédio atual, que é bastante grande. No começo, parecia muito grande. Agora, a gente já está lutando por sala para poder pôr todos os serviços aí dentro. A nossa prioridade é o ser humano. A gente ouve falar muito de ecologia, e está muito bem, é importante, mas não vamos nos esquecer do ser humano. Uma vez, eu li uma campanha, “adote uma tartaruga marinha”. Coitada das tartarugas marinhas, eu gosto delas, mas as crianças são mais importantes. Então, aí fala do Estatuto da Criança e do Adolescente, a criança e o adolescente têm direito à proteção, à vida e à saúde. Nós acreditamos nisso. Aqui é onde nos localizamos, que é no Jabaquara. É uma região entre uma parte que é muito pobre e uma parte que é de classe média. Infelizmente, o que mudou nesses quarenta anos, para pior, foi a questão da violência, porque, nas favelas, hoje não se pode entrar como no começo. A grande maioria são pessoas muito boas que trabalham, mas existe, dentro aqueles grupos que exploram e fazem tráfico de drogas, e isso estimula muito a violência, principalmente aos jovens. Nós, então, para enfrentar essa situação, temos várias áreas que nós nos dedicamos, área de saúde, educação, creche, centro de juventude, serviço social. Em primeiro lugar, a saúde, porque se não há saúde, não há possibilidade de trabalho, a pessoa não pode ter uma vida útil. Nós fazemos um atendimento dando um cunho principalmente humanitário, porque não adianta você ter uma grande instalação, se você não tem o acolhimento. Quando me perguntam “como vocês trabalham?”, a palavra é “acolhimento”. E pode se ver que as pessoas respeitam isso. É errado dizer que quando o serviço não é pago não se dá valor. Não é verdade. Quando a pessoa é bem atendida, ela dá valor, ela não suja, ela não estraga, é o que ocorre conosco. Aí, a parte das crianças, pediatria. O pré-natal, que é muito importante, exames preventivos para a saúde da mulher, a parte de atendimento. Aqui, tem os representantes desse projeto, que é o atendimento à mãe adolescente. É um trabalho que tem tido até muitos pedidos que seja feito palestras e transmitida essa experiência, porque a menina, 13, 14 anos, quando chega no nosso centro, ela vem muito aflita, muito preocupada. O que vai acontecer? Ela está muito assustada. E o que se faz? A nossa enfermeira-chefe, perguntaram para ela, “o que você faz?”. A primeira coisa é o abraço, para essa menina saber que ela pode contar com o nosso apoio, que ela pode ter condições de cuidar do seu bebê. Depois, ser chamada a família. Faz-se todo um trabalho unindo a saúde. A gente procura envolver os pais, porque a cultura ainda é a de que o problema é da mãe, mas, aos poucos, a gente está começando a também chamar o pai, porque ele também, vamos dizer, ele se sente estimulado, ele tem a ver e ele é importante porque ele é pai. A parte de vacinação, e isso faz parte do conjunto, e a odontologia, que também é importante, porque a nossa saúde é um todo. E aqui, diz quando estávamos falando de criança, eu gosto muito desse trecho da Gabriela Mistral, uma escritora chilena, que ganhou o Prêmio Nobel, que ela diz: “a hora da criança é hoje, hoje somos culpados por muitos erros e equívocos. Nosso pior crime, porém, é abandonar as crianças, negligenciar a fonte de vida”. Muitas das coisas de que precisamos podem esperar, mas criança não. Esse é o momento. Seus ossos estão sendo formados, seu sangue está sendo produzido e os seus sentidos estão sendo desenvolvidos. A você, criança, não podemos dizer amanhã, o seu nome é hoje. Então, temos várias especialidades que fazem parte do todo, oftalmologia, por exemplo, por ser uma criança, ela não enxerga bem, ela não vai aprender.

Temos otorrino, temos a parte de nutrição, que é muito importante, porque, no início, por muito tempo, a gente se preocupava com a desnutrição. Hoje, também nos preocupamos, mas a prioridade é má nutrição, porque existe uma campanha muito grande para impor alimentos que são baratos, mas de má qualidade, e a mãe não sabe do valor dos alimentos. Então, temos tido vários casos de obesidade, porque o jovem está sendo mal alimentado.

Temos também atendimento de psicologia, que se pode imaginar, é muito importante e a parte de fono também. É claro que a farmácia com os medicamentos fazem parte, porque não adianta ter uma consulta, uma receita e depois não dar o remédio. Então é necessário laboratório de análise. Também fazemos os exames e temos alguns parceiros nessa parte, tanto da odontologia como da parte de enfermagem. São empresas que têm essa visão de que é importante participar.

Esse é um projeto que é desenvolvido com o laboratório Fleury, sempre na área da gestação para a menina, a jovem. Nossa clínica móvel é uma clínica médica odontológica, que trabalhamos bastante em São Paulo e, agora, está em Santo André, onde ela tem mais facilidade, que é um serviço caro, difícil de manter. Essa é a parte de dentro.

Então, agora estamos falando de educação, pensamos na saúde e que tem que estar de braços dados com a educação. Nós nos preocupamos com aquelas pessoas que têm pouco estudo, mas, também, com aquelas que estão se formando. Então, temos muitos estagiários, de várias universidades, que dão a sua contribuição, é muito benvinda, porque eles trabalham, atendem a população. Por outro lado, também se torna mais, vamos dizer, aptos a trabalhar.

Dentro da parte de educação, temos uma biblioteca e as crianças e os jovens se habituam, gostam de ler, porque tem ali os livros à sua disposição. Mas algumas não sabem ler. Então, há um projeto, que começamos agora, de pessoas, já de meia idade, que não tiveram oportunidade, porque, talvez vindo de zona rural, onde a escola era de três, quatro anos, e, então, essas pessoas estão aprendendo a entender o que leem, porque, às vezes, leem e não entendem. Estamos muito felizes com isso. Temos os cursos profissionalizantes, que é para preparar os jovens para o primeiro emprego. Há várias especialidades, porque a parte de marcenaria, que agora estamos reformulando, que vão ser cursos breves de formação, de mão-de-obra para a construção civil.

Então, tem aí costura industrial, que são para senhoras, porque mocinhas não gostam, culinária, montagem e manutenção de computadores. E temos também o preparo para o primeiro emprego, porque, às vezes, o jovem, a mocinha, vai se apresentar para o primeiro emprego, mas ela não sabe como se apresentar, a roupa, a maneira de falar, uma série de coisas que são importantes. Temos a creche, que é outro ramo importante, que é para que a mãe possa trabalhar. Na creche, as crianças ficam o dia todo. E, claro, que há uma coisa muito gostosa, a gente chegar lá e ver essas crianças bem cuidadas e muito carinho. É importante a gente ver isso quando passa lá. Logicamente, a parte de higiene é importante também e alimentação. Aí, vocês estão vendo que as crianças pequenininhas, elas mesmas se servem, porque elas aprendem a pôr no prato o que elas querem comer. Se elas querem repetir, repetem o quanto quiserem, porque, de início, as pessoas que cuidavam, que faziam aquele pratão enorme e a criança deixava metade, era um desperdício. E eles vão aprendendo, se servem direitinho e isso é muito gostoso. Depois eles descansam, todos dormem, e a gente chega lá e vê aquele abandono, aquela confiança, eles estão num lugar seguro. Lógico, aqui são os pequenininhos, e esses têm que ser ajudados e na hora de ir embora todos comem um reforço. Esse é o centro de juventude. São aquelas crianças que já vão para a escola, ficam meio período na escola, meio período conosco, porque, senão, elas ficam na rua porque a mãe trabalha o dia inteiro. E essas crianças são alvo, justamente, daqueles que querem aliciar para o roubo, para o uso de drogas. São os mais afetados.

Dentro dos nossos projetos, nós temos o cultivo de flores, porque ensinamos que é importante plantar e colher. Foi um pouco difícil, no início, para eles entenderem. Para eles, flor era uma coisa que a gente arranca e dá para a professora, mas, agora, eles já estão cultivando e temos bastantes flores. A horta não, já era mais fácil, porque é para comer. Mas também é uma coisa muito educativa porque eles colhem e comem salada, não é muito da cultura do brasileiro. Todos comem salada.

Esportes e cultura é outro lado também. O esporte é muito saudável e ele faz bem à saúde, dá uma disciplina, porque, quando você joga num time, você tem que seguir as regras. Então, temos várias especialidades e aqui chegamos à terceira idade, quando já são as pessoas que, como a maioria aqui de nós. Não estou vendo mais ou menos, mas quase todos, e, hoje, a terceira idade vai se prolongar, quem sabe, até a quarta ou a quinta. Então, temos que cuidar deles. O serviço social é aquele suporte que nós damos a todos os serviços. Vamos dar um exemplo. Uma jovem mãe, aconteceu isso, nós estimulamos que essa mãe amamentasse o bebê, mas é na terceira semana do mês, só havia a mãe para trabalhar, tinha acabado o dinheiro, essa mocinha estava com fome. É preciso atender nesse caso. Normalmente, a gente não dá alimentação, a não ser em casos necessários, e esse é um deles. Nós fazemos também programa de liberdade assistida, que são aqueles jovens que cometeram uma infração leve e que, se forem internados numa instituição, vão aprender a serem piores do que são. É um trabalho que, a princípio, achávamos muito difícil, mas temos tido resultados melhores do que o esperado. Isso aí é a parte social que eu já falei. Foi a campanha que nós fizemos quando houve as enchentes e nós fizemos uma campanha grande nos bairros. Recebemos muitas doações e fizemos questão de selecionar para não dar para um asilo uma roupa de criança. Abrimos tudo, selecionamos pela necessidade de cada organização e distribuímos através de organizações confiáveis, para que não se perdesse aquilo que nós recebemos.

O nosso trabalho vem sendo reconhecido e esse é um prêmio que recebemos daquele economista Steve Canets. Ele fez um prêmio para entidades bem organizadas e que nós ganhamos. Nós temos muitos parceiros na parte dos órgãos governamentais. As universidades de que eu falei, instituições, me confundi, antes das universidades tinham organizações privadas, mas, enfim, o que importa é que é feito uma grande rede de apoio e, sem isso, nós não poderíamos, de forma alguma, fazer o que fazemos. Acho que eu posso dizer o seguinte. Foram 40 anos da minha vida abdicados a este trabalho. Eu só recebi mais do que dei, porque a gente aprende muito e conhece muita gente que eu não teria tido oportunidade de conhecer, como os que estão nos recebendo nesta Casa, hoje, são amigos, e amigo é para ser guardado ao lado esquerdo do peito. Muito obrigada, e agradeço novamente essa oportunidade. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Essas foram as palavras da nossa Embaixatriz Thereza Samaja, Hospitalária da Associação dos Cavaleiros da Soberana Ordem de Malta de São Paulo Brasil Meridional. É com muita satisfação que anuncio a presença, entre nós, que se sinta parte da extensão desta Mesa, o Embaixador da Soberana Ordem de Malta em Brasília, Bernard Mencier. Também se encontra presente Dom Emílio Pignolli, Bispo Emérito de Campo Limpo; Sr. Marco Antonio de Bona Rossi, Superintendente da Fundação de Rotarianos de São Paulo; Sr. Ivo Nascimento e Maurício Costin, do Conselho Superior da Fundação de Rotarianos de São Paulo; Coronel da Polícia Militar Ricardo Jacob, vice-Presidente da Associação dos Oficiais da Reserva e Reformados da Polícia Militar; Sr. Marcos Pinchiari, representando a Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas - Regional de Santo André; Sr. Fernando Moreira de Andrade, médico da Associação Cruz de Malta; escritora Cleusa Badanai; Sr. Cristian Lanfredi, Delegado de Polícia, representando o Delegado-Geral de Polícia, Dr. Marco Carneiro Lima. Transmita ao Dr. Marco o nosso agradecimento. O jornalista e amigo Costa Carregosa, Presidente da Associação Paulista de Imprensa; Sr. Dacio Pretoni, da Global Advice Network.

Mandaram documentos justificando a ausência e cumprimentando esse evento o Governo do Estado de São Paulo, Palácio dos Bandeirantes. “Incumbiu-me o Senhor Governador, Geraldo Alckmin, de agradecer o convite para participar da sessão solene com a finalidade de homenagear a Soberana Ordem de Malta. Impossibilitado de comparecer, o Governador envia cumprimentos, extensivos aos organizadores e participantes, com votos de sucesso ao evento.” Assina o Dr. Fábio Lepique, Secretário Particular do Governador.

Também do Palácio do Governo, do gabinete da 1ª dama, Sra. Lu Alckmin, impossibilitada de comparecer a essa sessão solene, agradece o convite e deseja sucesso ao evento.

Agradece também o convite para participação o Coronel da Polícia Militar Álvaro Batista Camilo, Comandante-Geral da Polícia. Agradece o convite o Secretário Paulo Alexandre Barbosa, Secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia; Deputado e amigo desta Casa, Celino Cardoso, impossibilitado de comparecer, agradece ao convite.

E depois dessa maravilhosa aula de vida e cidadania da nossa Embaixatriz, Sra. Thereza Samaja, vamos ter o prazer de assistir da prática desse trabalho e do resultado desse trabalho maravilhoso, com a apresentação musical das crianças do Centro Assistencial Cruz de Malta.

Vamos recebê-los com uma grande salva de palmas. (Palmas.)

 

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- É feita a apresentação pelas crianças do Centro Assistencial Cruz de Malta.

 

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O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Maravilhoso! Eu pedi ao câmera para fazer um closet com a garotada. Eles estavam loucos para se ver no telão. Parabéns para vocês, isso é realidade, resultado concreto de possibilitar, aos menos afortunados, a cidadania. E como estamos numa festa, vamos ver mais um momento concreto das atividades da Ordem Cruz de Malta.

Assistiremos, agora, a apresentação de capoeira, com os jovens da Associação Cruz de Malta.

 

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- É feita a apresentação de capoeira com o Grupo Juvenil Cruz de Malta.

 

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O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Eu já assisti grandes embates políticos aqui, mas eu gostaria, se o Senhor me permitisse, de fazer algumas aulas com eles para os próximos embates da Assembleia. Maravilhoso! Mas é com grande satisfação que eu tenho a oportunidade, neste momento, de, em nome não só dos 94 deputados que representam os 42 milhões de habitantes deste Estado, mas em nome, sim, dessas 42 milhões de pessoas que compõem a população do Estado de São Paulo, prestar, humildemente, uma homenagem a Dom Dino com o diploma e uma placa, diploma de reconhecimento e uma placa com os seguintes dizeres: “A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo confere ao Exmo. Sr. Embaixador Dino Samaja a presente homenagem, em agradecimento aos trabalhos humanitários em prol da população carente, através do Centro Assistencial Cruz de Malta. São Paulo, 29 de agosto de 2011”. (Palmas)

 

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- É feita a homenagem ao Embaixador Dr. Dino Samaja.

 

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O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Esta Presidência concede a palavra a Dom Dino Samaja, Embaixador Doutor Presidente do Centro Assistencial Cruz de Malta.

 

O SR. DINO SAMAJA - Eu não sei se vou conseguir falar. Estou emocionado. Primeiramente, quero agradecer ao Sr. Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, Deputado Barros Munhoz, especialmente ao Deputado Major Olimpio Gomes, pela iniciativa dessa homenagem à Soberana Ordem de Malta em São Paulo pelo que tem feito em prol da população carente.

Eu quero agradecer também àqueles que estão à Mesa, que dirigem os trabalhos, ao Sr. Embaixador da Soberana Ordem de Malta em Brasília, o Sr. Bernard Mencier, que devem se considerar como se estivessem à Mesa acima. A Mesa e a tantos caros amigos que aqui estão para emprestar um brilho ainda maior a essa homenagem. É uma honra poder representar a entidade que há mais de 920 anos se dedica aos enfermos e necessitados e que tem contribuído, de forma exemplar e relevante, para combater a pobreza, a doença, a ignorância, sempre visando proporcionar uma vida mais digna para os mais necessitados. A Ordem de Malta é uma das mais antigas organizações de auxílio aos necessitados no mundo. Como já ouviram do nobre Deputado Major Olímpio, a Ordem de Malta foi fundada em Jerusalém, no século XI, e nasceu com a finalidade de prestar assistência aos peregrinos e aos doentes. Para atendê-los, foi construído, em Jerusalém, um hospital dedicado a São João Batista. Depois, como ouviram, com a expulsão dos cristãos dos lugares santos, os cavaleiros de São João, como eram conhecidos, transferiram-se para a Ilha de Rodes e, mais tarde, para a Ilha de Malta, onde a ordem foi finalmente batizada como Soberana Ordem Militar de Malta. Militar não no sentido de militar soldados, mas militar militante, atuante, não passiva, atuante, militante.

Em 1798, com a invasão da Ilha de Malta por Napoleão Bonaparte, que queria conquistar o norte da África, a Ordem de Malta se estabeleceu em Roma, onde estamos até hoje. Atualmente, a Soberana Ordem de Malta mantém relações diplomáticas com mais de cem nações em todo o mundo, nem todas elas católicas, pois a Ordem de Malta é neutra e apolítica. A sua ação em prol dos que sofrem é amplamente reconhecida e, por isso, tem representação em diversos organismos internacionais, inclusive na Organização das Nações Unidas, na ONU, em Nova York, com a qualidade de observadora permanente. Os Senhores já viram o slide de uma das sessões da ONU. Como sujeito de direito internacional público, a Ordem de Malta é soberana, tem o seu próprio Estado e o seu próprio governo e não persegue nenhum objetivo econômico ou político. A Organização, embora tenha um território muito pequeno, na realidade é muito grande, porque as suas fronteiras são os limites da solidariedade humana. Com uma longa história de solidariedade e acolhimento, a Ordem de Malta vem desenvolvendo ações humanitárias, sempre com a colaboração de voluntários, patrocinando um vasto programa assistencial por meio das suas associações nacionais presentes, associações essas, presentes em mais de 30 países e com atuação em todos os cinco continentes.

Ao redor do mundo são mais de 13 mil membros, 20 mil médicos e enfermeiros, 80 mil voluntários permanentes, 40 hospitais, 110 lares para idosos e para portadores de necessidades especiais, 1500 centros de saúde e 30 equipes de ambulância, dentre os outros serviços humanitários prestados.

Em São Paulo, as principais atividades foram apresentadas já pela diretora, Thereza Cavalcante Samaja, que justamente com os outros membros da associação da diretoria executiva, do corpo de voluntários e dos colaboradores, se dedica em mobilização permanente ao Centro Assistencial Cruz de Malta.

Aqui, mais uma vez, o meu agradecimento, em público, à minha esposa, Thereza, pelos seus 40 e muitos anos de dedicação ao Centro Assistencial, dia e noite. (Palmas) Obrigado pelas palmas. Mas tudo isso não seria possível, se não fosse essa nossa grande rede de parceiros. Como vocês viram pelos slides, através de doações, doações de pessoas físicas e jurídicas, em espécie e materiais, e dos convênios mantidos com entidades governamentais da saúde, da educação, do esporte e lazer e do bem estar social, os membros da nossa associação se engajam pessoalmente, não mandam os outros fazerem, eles se engajam pessoalmente e, muitos deles, estão aqui presentes. Repito, se engajam pessoalmente nas atividades do Centro Assistencial Cruz de Malta, e essa é a chave do sucesso, pois, como diz Fernando Pessoa, que vocês já ouviram com a Thereza, que eu admiro muito, você tem para fazer um palácio qualquer terra é larga, mas onde estará o palácio, senão os fizerem aqui? Muito obrigado. (Palmas.)

Mais uma vez, eu gostaria de ler o diploma de reconhecimento que, com muito orgulho, recebemos pelas mãos do nobre Deputado Major Olímpio e que vamos guardar de todo o coração. Diploma de Reconhecimento: “A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo confere ao Excelentíssimo Senhor Embaixador Dino Samaja, conferido a mim como pessoa, mas é dirigido ao Centro Assistencial Cruz de Malta, confere a presente homenagem em agradecimento aos trabalhos humanitários em prol da população carente, através do Centro Assistencial Cruz de Malta. São Paulo, 29 de agosto de 2011. Assinado Major Olímpio Gomes, Deputado Estadual”.

Mais uma vez, obrigado, Deputado Major Olímpio. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - O povo paulista que agradece ao senhor e toda a sua grandiosa equipe. Esgotado o objeto da presente sessão, antes de encerrá-la, esta Presidência agradece as autoridades e todos aqueles que, com as suas presenças, colaboraram para o êxito dessa solenidade. Gostaria de agradecer à minha equipe de trabalho, do meu gabinete, a equipe do Cerimonial, o apoio do som, da TV Assembleia, a equipe de suporte apoio desta Casa com a Dona Ieda. Agradecer a todos vocês que vieram para essa noite, em que a Assembleia pode agradecer, de forma singela, esse grande trabalho que é realizado em prol da comunidade em todo o nosso Estado de São Paulo, no nosso país e em mais de 160 países. As autoridades públicas, aqueles que geram o orçamento público, aqueles que aqui, nesta Casa, debatem o orçamento público para a área de assistência social, que possam se espelhar na Cruz de Malta, para melhor dirigir os recursos para que a população possa, realmente, ser melhor atendida. Todos vocês dão um grande exemplo para a sociedade. Que Deus os ilumine e continue a dar força para que continuem a realizar esse trabalho maravilhoso. E encerrando essa atividade, convidamos a todos para uma confraternização no Hall Monumental da Casa.

Está encerrada a sessão. Boa noite. (Palmas.)

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 29 minutos.

 

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