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24 DE JUNHO DE 2013

036ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM À “ASSOCIAÇÃO CÍVICA SOCIEDADE DE VETERANOS DE 32 MMDC - NÚCLEO ROTA DE BANDEIRANTES DE BARUERI, ITAPEVI, JANDIRA, SANTANA DE PARNAÍBA E PIRAPORA DO BOM JESUS”

 

Presidente: JOÃO CARAMEZ

 

 

RESUMO

001 - JOÃO CARAMEZ

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que a Presidencia Efetiva convocara a presente sessão solene, a requerimento do Deputado João Caramez, na direção dos trabalhos, com a finalidade de "Homenagear a Associação Cívica Sociedade de Veteranos de 32 MMDC - Núcleo Rota de Bandeirantes de Barueri, Itapevi, Jandira, Santana de Parnaíba e Pirapora do Bom Jesus". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".

 

002 - OLÍMPIO GOMES

Deputado Estadual, saúda o Deputado João Caramez e demais autoridades presentes. Discorre acerca da Revolução de 32. Desmitifica relatos da época, de que o movimento teria caráter separatista. Fala da importância da Polícia de hoje e faz paralelo com a atuação dos milicianos de 32. Tece elogios ao Deputado João Caramez pela iniciativa desta solenidade que, a seu ver, tem o objetivo de preservar e valorizar a história do Brasil. Lembra e lamenta a morte de soldados da PM, em 2012. Critica o Executivo paulista. Cumprimenta a Polícia Militar do Estado de São Paulo.

 

003 - Presidente JOÃO CARAMEZ

Faz a leitura de texto sobre a Associação Cívica "Sociedade de Veteranos de 32 MMDC" - Núcleo Rota de Bandeirantes, de Barueri, Itapevi, Jandira, Santana de Parnaíba e Pirapora do Bom Jesus. Anuncia a apresentação de vídeo institucional sobre a Revolução Constitucionalista de 1932. Discorre sobre a Rota dos Bandeirantes, de Itapevi, cidade onde reside. Destaca a bravura de soldados e civis, que lutaram na Revolução de 32. Fala de sua satisfação em homenagear a instituição. Tece elogios ao Deputado Olímpio Gomes. Anuncia a apresentação do Quincôncio dos Cadetes, por alunos do 1º ano do Curso de Formação de Oficiais da Academia de Polícia Militar do Barro Branco.

 

004 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Presta homenagens, com a entrega da Medalha Constitucionalista, a autoridades

 

005 - JOSÉ LUIZ DATENA

Jornalista, cumprimenta e tece elogios aos Deputados Olímpio Gomes e João Caramez. Faz analogia entre a Revolução de 32 e os recentes protestos, no Brasil. Destaca o heroísmo dos soldados, da época, em prol da Constituição Brasileira. Faz reflexão sobre o significado das atuais manifestações populares, que nasceram sem lideranças constituídas. Tece críticas ao vandalismo de alguns grupos. Fala sobre a atuação da Polícia nos atos públicos. Defende a reforma política. Enfatiza a pauta de reivindicações dos que protestam. Rende honras aos militares que, adita, são a malha protetora da sociedade. Agradece pela comenda recebida.

 

006 - Presidente JOÃO CARAMEZ

Tece elogios à atuação jornalística de José Luiz Datena. Cita Santo Agostinho. Lembra suas gestões como prefeito. Defende a revolução popular.

 

007 - ARNALDO MADEIRA

ex-Deputado Federal, saúda os presentes. Reflete acerca dos comentários críticos da Revolução de 32. Fala sobre o movimento que, do seu ponto de vista, tinha como principal objetivo a defesa da lei. Lembra a fase da ditadura militar no Brasil. Especula sobre os desdobramentos dos recentes protestos. Agradece pela honraria. Declara seu respeito e admiração pela Polícia Militar.

 

008 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Presta homenagens, com a entrega da Medalha Constitucionalista, a diversas autoridades e alunos de escolas presentes.

 

009 - Presidente JOÃO CARAMEZ

Faz considerações acerca do ensino da rede pública. Destaca a necessidade de investimento nas escolas públicas, a fim de se resgatar a qualidade do ensino disponível no passado. Lamenta a desigualdade entre as instituições públicas e privadas. Parabeniza os alunos homenageados. Presta homenagens, com a entrega da Medalha Constitucionalista, a autoridades.

 

010 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Anuncia apresentação de vídeo institucional. Destaca a homenagem feita ao aluno Guilherme, de 9 anos, que representou o Brasil num concurso mundial de cartazes que descrevessem sobre a paz. Mostra e traduz a arte produzida pelo aluno. Elogia o aluno pelo 2º lugar, obtido no concurso. Agradece pela honraria recebida. Lembra os quatro jovens constitucionalistas, mortos em 1932. Tece elogios à Polícia Militar. Destaca o trabalho da corporação em favor da população. Cita Platão. Fala da importância, para os paulistas, da data cívica de 9 de Julho. Discorre acerca da justiça. Manifesta apoio aos recentes movimentos populares, mas repudia o vandalismo praticado por uma minoria. Cita o filósofo Betinho, sobre o significado de solidariedade.

 

011 - MÁRIO FONSECA VENTURA

Coronel PM, Presidente da Associação Cívica Sociedade de Veteranos de 32 MMDC - Núcleo Rota de Bandeirantes, informa que, dos 130 mil combatentes de 32, apenas 30 ainda estão vivos. Apela aos descendentes dos constitucionalistas que se esforcem, ao máximo, para preservar a memória destes heróis para o Brasil. Fala de sua emoção ao participar desta solenidade. Tece elogios aos discursos do Deputado Olímpio Gomes e do jornalista José Luiz Datena. Convida para as comemorações do 9 de Julho.

 

012 - Presidente JOÃO CARAMEZ

Faz agradecimentos gerais. Convida os presentes para a abertura da Exposição sobre a Revolução de 32, no Hall Monumental. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. João Caramez.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOÃO CARAMEZ - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOÃO CARAMEZ - PSDB - Quero antes de mais nada desejar um bom dia a todos e a todas e dizer da nossa satisfação e alegria de estarmos aqui nesta manhã presidindo esta sessão solene que nos orgulha bastante. Eu quero anunciar aqui ao meu lado direito o Coronel PM Mário Fonseca Ventura, Presidente da Associação Cívica - Sociedade de Veteranos de 32, MMDC - Núcleo Rota dos Bandeirantes. Do meu lado esquerdo o Coronel Marco Antonio Severo Silva, representando o Coronel PM Benedito Roberto Meira, Comandante Geral da Política Militar.

Senhoras deputadas, senhores deputados, minhas senhoras e meus senhores. Esta sessão solene foi convocada pelo Presidente Samuel Moreira, atendendo o nosso pedido, com a finalidade de homenagear a Associação Cívica Sociedade de Veteranos de 32 - MMDC Núcleo Rota de Bandeirantes de Barueri. Portanto, convido a todos os presentes para de pé ouvirmos e cantarmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do Subtenente Músico Rogério Carvalho.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOÃO CARAMEZ - PSDB - Esta Presidência agradece a Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo através do seu regente Subtenente Músico Rogério Carvalho, e a todos os seus componentes.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ANGELO APARECIDO MOITINHO - Agradecemos a presença do excelentíssimo senhor deputado estadual Olímpio Gomes. Do senhor José Luiz Datena, jornalista. Senhora Coronel PM Maria Aparecida de Carvalho Yamamoto representando o senhor Sub-Comandante da Polícia Militar Coronel PM Leônidas Pantaleão de Santana; o senhor Jaci Tadeu da Silva, prefeito de Itapevi; senhor Coronel PM Ricardo Gambaroni; senhor Coronel PM Dimitrios Fyskatoris; senhor Coronel PM Kleber Danúbio Alencar Júnior; senhor Coronel PM Celso Aparecido Monari; senhor Oswaldo Luiz Borrelli, vice-prefeito de Santana de Parnaíba representando o prefeito Antonio da Rocha Marmo Sérgio; senhor Edson Pinto, Delegado de Polícia, representando o Delegado Geral de Polícia doutor Luiz Maurício Blazeck; Tenente Coronel Francisco de Souza Filho, Comandante do 25º BPM-M; senhor Major PM Aluysio Gama Baia, Coordenador Operacional do 20º BPM-M; senhor Luiz Carlos Delgado de Aguiar, governador assistente do Distrito 4610 do Rotary Internacional; senhor Thell Moraes Martins, diretor da Assistência Social da Associação dos Veteranos do MMDC; senhora Maria Aparecida Barros Carvalho Dávila, Presidente do Lions de Valparaíso; Tenente Coronel Humberto Gouveia Figueiredo, Comandante do 36º BPM-I; Major PM Marcelino Fernandes da Silva; senhor Major PM Américo Massaki Higuti; Sub-Comandante do 20º BPM-M.

Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Web, e será transmitida dia 29 no sábado às 21 horas pela TV Assembleia NET canal 13, TVA canal 66, TVA Digital canal 185, TV Digital Aberta canal 61.2.

Anunciamos também a presença do senhor prefeito de Pirapora do Bom Jesus senhor Gregório Rodrigues Pontes Maglio.

 

O SR. PRESIDENTE - JOÃO CARAMEZ - PSDB - Agradeço ao nosso Cerimonial Capitão Moitinho. E passa neste momento a palavra a um deputado que sem sombra de dúvida tem marcado aqui sua presença em defesa não apenas da sociedade paulista, mas, sobretudo, em defesa da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Nosso amigo e companheiro major Olimpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Excelentíssimo deputado João Caramez proponente dessa sessão solene, Coronel Ventura, a todos os nossos companheiros da Polícia Militar, prefeitos, vereadores, veteranos da nossa Polícia Militar. A todos os jovens que estão aqui hoje presentes, muito obrigado pela presença e da iniciativa daqueles que os trouxeram justamente para valorizar a nossa história, o sangue, o suor e as lágrimas dos nossos.

Primeiramente quero cumprimentar o deputado João Caramez, e agradecer essa iniciativa mais do que bem vinda dessa sessão juntamente com o Núcleo Rota dos Bandeirantes. Dizer que é uma grande luta, não minha, mas daqueles que cultuam a história do povo brasileiro, a história do povo paulista. Ao seu lado está o Coronel Ventura e à frente da Sociedade Veterano de 32 se desdobra às 24 horas do seu dia para fomentar a verdadeira história do Movimento Constitucionalista de 32. Já são 19 núcleos no Estado de São Paulo e o Coronel Ventura e alguns poucos abnegados levando informações, hoje não só ao nosso Estado, mas ao nosso país, ao mundo onde ele vai dizendo da verdadeira epopéia de 32. E ao longo de muitos anos de forma covarde e mentirosa se tentou incutir no povo brasileiro que se tratava de um movimento separatista, encabeçado pelos Barões do Café, e que não tinha o espírito de preservação do nosso país, inclusive com a supressão no ensino oficial da história verdadeira.

É preciso que fique muito bem claro que naquele momento em 87 dias não foi o povo paulista como bem nos ensina o Coronel Ventura quando fala, brasileiros de todos rincões encabeçados sim pela população do Estado de São Paulo inconformada com o regime ditatorial, inconformada por não ter uma Constituição, encabeçada por 10 mil heróis da Força Pública de São Paulo, e aí a importância de cultuarmos hoje, é preciso que a população entenda que o mesmo jovem soldado de política que está nas ruas defendendo a sociedade e até morrendo como na sexta-feira foi executado o Soldado Valmir Quino, simplesmente por ser soldado da Polícia Militar, o mesmo espírito do Valmir em defender a sociedade era o espírito do miliciano de 32.

O mesmo culto, o mesmo pacto de sangue, até morrer se preciso for estava internalizado no peito dos nossos heróis de 32 e que mais de 90 mil cidadãos do Estado de São Paulo homens e mulheres acabaram formando uma força que se perdeu militarmente, venceu moralmente, venceu eticamente. E nos dá uma luz e uma expectativa quando a população quer, quando o povo quer de uma forma ou de outra acaba acontecendo.

Em 1933 começava a Assembleia Nacional Constituinte, em 1934 nós passamos ou voltamos a ter uma Constituição. Então é muito importante a Assembleia Legislativa através da iniciativa do deputado João Caramez com espírito de brasileiro, preservar e valorizar a nossa história sim. E dizer quem não valoriza o seu passado não consegue entender o seu presente e não terá a visão de futuro. É preciso entender que se hoje nós temos uma série de mobilizações na sociedade de inconformismo, de insatisfação é mais do que um recado.

E por outro lado a Força Estadual Paulista dá um recado a população, que estará sempre presente para protegê-la independente de quem for o governo, independente de quem for o partido político, independente de qual for a convicção. Nosso juramente não é com os governantes é com a sociedade. O sangue daqueles que derrama como em 2012, 107 policiais militares, 5 policiais civis, 19 agentes penitenciários foram sacrificados no Estado de São Paulo. Se temos um governo covarde que se omite quando tem que agir, que faz de conta que administra pode ter certeza o povo de São Paulo o espírito do Constitucionalista de 32, o espírito que está no coração de cada soldado é que não vai abandonar a luta, é que vai cumprir a Constituição, vai cumprir o seu juramento, vai cumprir a legislação. Tenham a certeza, população do Estado de São Paulo, tenham a certeza brasileiros, nosso juramento não são palavras jogadas ao vento, é verdade internalizada no coração e nas ações.

Parabéns deputado João Caramez, sempre promovo, e nos últimos anos tenho promovido um evento no 9 de Julho, a partir das próximas eleições não estarei mais nesta Casa, mas fica extremamente feliz, tenho certeza que V.Exa. vai fazer não só o evento do Núcleo Rota dos Bandeirantes, mas assumirá, isso é muito importante pra nós, Coronel Ventura, assumirá a direção do evento de 9 Julho, ajudando, fazendo com que a Assembleia divulgue para toda população a verdade do povo de São Paulo, a verdade do povo brasileiro. Continuem a fazer pela sociedade jovens que é o futuro nosso, e um futuro muito melhor talvez com absoluta certeza. Levem no coração esse espírito, tenham no coração aquele que lutou em 32, e continuem a fazer por São Paulo essa locomotiva verdadeira do nosso país. Viva o Estado de São Paulo! Viva o nosso país! Viva a nossa Polícia Militar! Viva os nossos Heróis de 32! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - JOÃO CARAMEZ - PSDB - Obrigado deputado Major Olímpio Gomes, parabéns, e obrigado pelas suas palavras.

Décadas se passaram desde a madrugada de 9 de Julho de 1932 quando tropas do Exército Brasileiro sediadas em São Paulo e da Força Pública secundadas por civis deram início a um movimento armado de caráter revolucionário que incendiou São Paulo e seu aliado Mato Grosso. Na busca da constitucionalização do Brasil e ameaçou perigosamente a estabilidade do governo central, e obrigou a mobilização de recursos humanos, materiais e tecnológicos até então nunca vistos no Brasil.

Jamais outro movimento de opinião conseguiu alcançar no país tal intensidade e magnitude. Homens e mulheres de todas as idades, raças, credos, e condições sociais se irmanaram deixando seus lares e seus postos de trabalho para lutar pela preservação da dignidade paulista e nacional do seu torrão natal, sem qualquer expectativa de recompensa material.

A Polícia Militar, então Força Pública nesse cenário cumpriu relevante papel. Após a Revolução de 1930 Getúlio Vargas assume a presidência do governo federal auto intitulado de provisório, e não demonstrava sinais de que pretendia redemocratizar o país em curto espaço de tempo. Para muitos democratas brasileiros vivia-se o prenuncio de uma ditadura. Vitoriosa a Revolução de 30 passou o governo ditatorial a promover o desmantelamento da Força Pública buscando subjugar a sua capacidade bélica regional o chamado “braço armado do poder político paulista”, confiscando aeronaves, armamento de artilharia, proibindo-os de possuírem engenhos moto mecanizados de combate e intervindo em sua organização em si.

O desenrolar dos acontecimentos históricos levou o clímax no dia 23 de maio de 1932 quando quatro jovens, Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo sucumbiram pelas balas da ditadura durante protesto popular na Praça da República. Daí ao 9 de Julho foi apenas um passo. O Comandante Geral da Força Pública Coronel Julio Marcondes Salgado foi um dos articuladores de primeira hora do movimento revolucionário. A maioria dos oficiais da Força simpatizava com a solução aramada que se desenhava como inexorável no horizonte paulista, embora planejada em segredo. Eclodindo a luta foi a Força Pública com nove mil homens a espinha dorsal que formou o Exército Constitucionalista, integrado por efetivos da milícia, das Forças Armadas e, sobretudo, do Exército, e por voluntários civis muitos dos quais imigrantes radicados em São Paulo e veteranos da Primeira Guerra Mundial. Coube à Força Pública além de cumprir missões bélicas por todos os lados e operações ceder os seus pilotos e técnicos remanescentes para guarnecerem o Campo de Marte, sede do Grupo Misto de Aviação Paulista de onde partiam em missões de reconhecimento e de combate as poucas aeronaves disponíveis em solo Bandeirantes. A Força Pública cooperou também no alistamento, seleção e principalmente no treinamento de voluntários civis que se preparavam para incorporar-se ao Exército Constitucionalista. Foram de autoria de inventivos policiais militares projetos, tais como: a bombarda, uma espécie de morteiro, e a matraca, adaptados e desenvolvidos ante a carência de material bélico.

Mesmo com tamanho esforço o Corpo Revolucionário gradativamente perde espaço e líderes preciosos como o Comandante Geral da Força Pública Coronel Julio Marcondes Salgado falece em um acidente em 23 de julho. Após a sua morte assume o Comando Geral da Força Pública o Coronel Herculano de Carvalho e Silva que vinha comandando com brilhantismo a resistência ao avanço das forças ditatoriais na zona do Túnel da Mantiqueira, mas que no final de setembro reconhecem a impossibilidade de continuar a luta e para evitar que mais vidas brasileiras fossem ceifadas assina a paz com representante de Vargas. Nas primeiras horas de outubro de 32 encerrava-se a Revolução em todo Estado.

Hoje serenado os ânimos o povo de São Paulo reconhece na Política Militar a legítima herdeira do patrimônio moral e histórico do Movimento Constitucionalista de 9 de Julho de 32, em prol do ideal da pronta recondução do Brasil a ordem constitucional. Imortalizado o exemplo da Polícia Militar em 32 recebeu ela a grande responsabilidade extensiva a futuras gerações de policiais militares de zelar da perpetuação da memória desse episódio, um dos maiores, cristalinos e emocionantes da história da nossa pátria. Quando São Paulo pegou em armas para restaurar a lei, a democracia, e a liberdade do Brasil.

Faz-se ainda maior tal responsabilidade ao recordarmos as palavras do saudoso historiador paulista Coronel Luiz Sebastião Malvásio, durante o decorrer da luta a Força Pública trabalhou em todas as partes com heroísmo e denodo, perdendo inúmeros de seus filhos. Ao terminar a luta a Corporação recolheu-se a seus quartéis tendo sido a entidade que deu proporcionalmente a maior contribuição de sangue a causa Constitucionalista.

Feito este breve relato histórico sobre o Movimento Constitucionalista de 32 e ter uma clareza maior principalmente esses nossos jovens que nos abrilhantam com a sua presença, que brevemente serão homenageados.

Vamos neste momento assistir a apresentação de um vídeo institucional sobre a Revolução Constitucionalista de 1932.

 

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- É feita a apresentação do vídeo institucional.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOÃO CARAMEZ - PSDB - Houve uma falha técnica porque o vídeo é um pouco mais longo? Não, foi esse pedaço só. Então acho que deu para ter uma ideia da verdadeira luta e a causa daqueles Heróis de 32.

Queria dizer, deputado Olímpio Gomes, que a Rota dos Bandeirantes é um núcleo situado na minha região lá de Itapevi, Barueri, Jandira. Sou morador de Itapevi como a maioria sabe e tive o privilégio de ser homenageado há questão de alguns meses atrás. Em que pese a nossa vivência, a nossa experiência, é vendo um filme desses que a gente tem a ideia da história e da luta daqueles bravos soldados e civis que se juntaram a Força Pública naquela oportunidade. Eu disse que naquele momento para o Coronel Ventura que eu me consideraria já um voluntário, um membro do MMDC, e que gostaria realmente a me associar a essas homenagens proporcionando esse encontro de hoje. Então deputado Major Olímpio Gomes, pra mim é uma satisfação muito grande, agradeço suas palavras e pode ter certeza absoluta que V. Exa. não estará aqui no próximo mandato é porque almeja um degrau maior na sua vida pública e ela não pode ser interrompida, muito pelo contrário, tem que dar continuidade para sua luta, pelo seu denodo, pela sua perseverança, mas acima de tudo pelo seus espírito público que V. Exa. possui dentro desta Casa de Leis. Se for a vontade de Deus nós continuarmos nesta Casa aceito este desafio, aceito mesmo, dia 9 de Julho estarmos aqui Coronel todos os anos depois que Major Olímpio Gomes for aí para um outro estágio, assumir essa responsabilidade. Farei isso com muito orgulho, com muita alegria, com muita satisfação, mas, sobretudo, com muito patriotismo, pode ter certeza disso Major.

Bem, a seguir os alunos do 1º Ano do Curso de Formação de Oficiais da Academia de Polícia Militar do Barro Branco farão uma apresentação do Quincôncio dos Cadetes. (Palmas.)

 

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- É feita a apresentação do Quincôncio dos Cadetes.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOÃO CARAMEZ - PSDB - Gostaria de convidar os alunos para retornarem aqui à frente para que a gente possa realmente saudá-los. (Palmas.)

Em nome desses jovens alunos nós queremos aqui saudar a Academia do Barro Branco, que é uma das academias que nos orgulha muito nesse Estado de São Paulo, pois ela forma comandantes da Polícia Militar, transformando a nossa Polícia Militar na melhor polícia do Brasil sem sombra de dúvidas. A Academia os nossos agradecimentos e os nossos efusivos parabéns.

Neste momento eu passo a palavra ao nosso Mestre de Cerimônias para que dê continuidade à solenidade.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ANGELO APARECIDO MOITINHO - Agradecemos a presença do excelentíssimo senhor prefeito de Jandira Geraldo Teotônio da Silva; do Comandante do Exército Constitucionalista senhor Amado Rúbio; do Ex-Comandante do Exército Constitucionalista senhor Alfredo Pires; do professor José Carlos de Barros Lima, Presidente do Núcleo Lapa; doutor Pedro Paulo Pena Trindade.

Justificaram suas ausências e agradeceram o convite, senhor Fernando Haddad, prefeito de São Paulo; senhor José Américo Dias, Presidente da Câmara Municipal de São Paulo; senhor João Grandino Rodas, reitor da USP; senhor Rogério Hamam, secretário do Desenvolvimento Social; senhor Rodrigo Garcia, secretário Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia; senhor Edson Aparecido, secretário da Casa Civil; senhor Davi Zaia, secretário de Gestão Pública; senhora Linamara Rizzo Battistella, secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência, senhor deputado estadual Antonio Mentor.

Justifica também sua ausência o excelentíssimo senhor Presidente do Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo, Luiz Orlando Eduardo Geraldi, tendo em vista convocação de urgência para reunião com o senhor Presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Ivan Sartori.

Neste momento será prestada homenagem com a entrega da Medalha Constitucionalista, uma comenda emérita, significativa que representa todo o processo de civismo e de patriotismo do sacrifício que muitos tiveram, inclusive pagando com o sangue de suas vidas para que consolidássemos o estado democrático de direito em nosso país através da nossa Constituição que valida as garantias e os direitos individuais a todo povo brasileiro.

Neste contexto queremos destacar o sacrifício heróico de quatro jovens MMDC. O nobre significado da sigla MMDC deve vir do nome dos quatro estudantes, Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo que reivindicando para o povo brasileiro uma Constituição que visasse o estado democrático de direito foram baleados por parte do governo ditatorial em 23 de maio de 1932 na Praça da República na cidade de São Paulo onde faleceram. O sangue desses quatro heróis culminou na guerra denominada Revolução Constitucionalista de 32 e trouxe bons reflexos a toda nação, pois em data subsequente 1934 o governo promulgou a Carta Constitucional assegurando os direitos e garantias individuais.

A seguir convidamos para que venham à frente para receberem a Medalha o senhor deputado estadual João Caramez, que recebe ocupando o lugar da Presidência dos trabalhos. O senhor ex-deputado federal Arnaldo Madeira, e o senhor José Luiz Datena que recebem essa honrosa honraria do senhor Coronel PM Mário Fonseca Ventura.

 

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- É feita a entrega das Medalhas.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ANGELO APARECIDO MOITINHO - Salientamos que o Coronel Mário Fonseca Ventura é o eterno Comandante do MMDC. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - JOÃO CARAMEZ - PSDB - Nós vamos fazer uma quebra no protocolo, em função dos compromissos assumidos. Segundo o nosso Cerimonial, depois de todas as entregas feitas, as pessoas poderiam se pronunciar de acordo com a sua vontade. Mas como o ex-deputado Arnaldo Madeira tem um compromisso inadiável e o nosso grande amigo e polêmico José Luiz Datena também tem compromissos, nós vamos quebrar o protocolo e passar a palavra para que eles possam fazer a sua saudação.

Por favor, Sr. José Luiz Datena, fique à vontade.

 

O SR. JOSÉ LUIZ DATENA - Bom dia autoridades presentes! Bom dia Major Olímpio Gomes. O senhor foi muito feliz nas suas palavras, como sempre, deputado João Caramez. Muito obrigado, é um prazer estar aqui.

É engraçado, a gente que fala todos os dias, não pode dizer que não tem palavras, porque senão a gente perde o emprego. Mas é impressionante que palavras são palavras e se perdem ao vento, e daqui a pouco ninguém lembra mais. Agora atos heróicos como esses que nós vimos aí gravados na memória da história do Brasil, da história das civilizações, esses atos de homens de verdade que costumam falar pouco e agirem muito, esses ficam pra sempre.

Eu não tenho o cabedal, eu não tenho a capacidade tenho certeza disso de ter no meu peito uma medalha dessas que representa tantos heróis que perderam as suas vidas. Mas é interessante como a história se repete. É importante neste momento, e eu sou um cara muito católico, acredito muito em Deus, entender que atrás de cada reação, de cada sentimento, de cada expressão do ser humano existe alguém muito maior que conduz tudo isso. E repito, interessante como a história se repete. Vocês viram a Praça da Sé completamente lotada proporcionando o movimento que os brasileiros, paulistas lutavam por uma Constituição. Lutavam pela democracia. Lutavam pela liberdade. No meio desse caminho como a história conta há muitas contradições, traições que ficaram para trás, o que não ficou pra trás foi o heroísmo de quem deu o seu sangue para preservar a Constituição Brasileira, os ventos democráticos e deram um alento a este país apesar do Estado Novo e coisas que tais.

A Força Pública hoje Polícia Militar ela estava presente dando a sua vida nas trincheiras do nosso Estado, memorável Estado, Estado gigante, pujante, locomotiva realmente da nação, mas hoje cabe aqui uma palavra importante que é da solidariedade, que é da união acima de tudo. A história se repete porque jovens estão indo as ruas com certeza insatisfeitos não com 20 centavos de aumento de passagem. Não só jovens, mas uma população inteira está ganhando as ruas, da mesma forma que ganhou as ruas de São Paulo nos idos tempos de 32. Significa que alguma coisa está errada e precisa ser corrigida. Significa que não há na política brasileira mais oposição, significa que não há mais na política brasileira situação. Significa que na política brasileira há políticos interessados em rever algumas posições, alguns deles, e governar para o povo e pelo povo sempre. Significa que há de se fazer uma auto-análise e corrigir os seus caminhos e não dividir neste momento jamais. Nós somos uma única coisa, nós somos o Brasil de quem está nas ruas, de quem está representando o povo brasileiro. É necessário que se faça essa reflexão. O político verdadeiro, o bom político, aquele que sente que representa o povo de verdade esse não tem medo, já dizia um Presidente americano que o medo que ele tinha era ter medo. Político verdadeiro que não é corrupto, político verdadeiro que luta pelo povo esse não tem medo e nem vai ter medo.

Nós estamos numa situação difícil, estamos numa situação extremamente difícil. Ninguém sabe onde terminar isso, um movimento que começa sem liderança específica e que deve agora se juntar a aproveitadores de situação, baderneiros e coisas e tais que não interessam ao Brasil. Eu ouvi algumas frases de que a polícia de São Paulo principalmente, e a polícia de outros Estados não está preparada para enfrentar o povo. Evidente que não está preparada para enfrentar o povo, porque a polícia nunca foi preparada para enfrentar o povo. A polícia pode ter sido em alguns regimes de exceção utilizada para enfrentar o povo. A polícia é utilizada para defender o povo, tão usada para defender o povo que essa Revolução de 32 teve como base além dos heróis a Força Pública hoje vocês policiais militares. Gente que perde a vida todos os dias pelas ruas do Brasil numa guerra civil que só não está declarada, mas o crime organizado contra a sociedade brasileira. Também pelos desmandos, pelo mau uso do dinheiro público e pelos péssimos salários que o policial militar como todo brasileiro, ou a maioria dos brasileiros recebem. A polícia nunca deve estar preparada para enfrentar o povo, deve estar preparada para combater os exageros, os saques, o banditismo que aí está e os possíveis aproveitamentos dos de sempre, que sempre querem conturbar a situação de uma coisa que deve ser preservada acima de tudo que é a nossa cidadania. E que esses soldados provam todos os dias na rua o quanto são cidadãos.

Quantos morrem ou ficam paralíticos, deixam famílias inteiras órfãs todos os dias pelas ruas do Brasil. Evidente que a polícia vai coibir os exageros e tratar o povo como tem tratado, como povo mesmo. Porque a polícia também é povo. Há de se fazer diferença nesse caso? Não. A polícia é povo. E povo mais do que muita gente que se diz povo, e bate no peito dizendo que é povo. Não. A polícia brasileira não está preparada para enfrentar o povo brasileiro, a polícia está preparada para enfrentar baderneiros que não podem de forma alguma aviltar as instituições.

Eu repito, as palavras passam, os atos é que ficam. Como os atos de 32 que glorificaram este país e nos deram uma Constituição. Agora se fomenta mais do que nunca que há necessidade de reformas políticas, há quem fale até em revisão constitucional. Porque a gente há de convir que o cardápio é tão amplo que há necessidade de se arrumar bons cozinheiros. O cardápio de reivindicações é muito mais do que o aumento e a melhoria do transporte público. É muito mais do que só hospitais, escolas, tudo aquilo que o brasileiro tem direito. É um momento de extrema dificuldade que nós vamos passar por ele, porque esse é um país glorioso, esse é um país pujante, esse é um país emergente, mas também não funciona um país rico com povo pobre. Essa lógica nunca funcionou e jamais vai funcionar.

Não querendo falar mais e já tendo me estendido além do tempo, me sinto profundamente orgulhoso apesar de ter certeza não merecer essa Comenda, mas eu espero que vocês que são os condutores deste país contra os quais há críticas, muitas delas cabíveis e verdadeiras, como aos meus, as minhas atribuições, as minhas perspectivas, dos meus vários segmentos da minha profissão. Tem gente ruim em todo lugar, e todos nós estamos fazendo uma reflexão diante da voz que vem das ruas. É o momento ideal pra isso e que Deus os ampare para que a gente passe por esse momento, e que saia desse momento com muito mais força, muito mais qualidade de vida, muito mais igualdade e solidariedade, que é a palavra do momento. Você se preocupar com o vizinho da mesma forma que você tem a preocupação com o seu filho.

Eu quero render as minhas honras a todos os senhores. Quero render as minhas honras aos policiais militares nos quais eu confio plenamente. Eu não defendo policiais militares, eu só faço aquilo que o meu coração manda fazer. Eu defendo os verdadeiros heróis da sociedade, verdadeiros defensores da sociedade, a malha protetora da sociedade que assim vai continuar a agir com força contra os maus, mas com carinho e com um abraço ao lado do povo brasileiro e para o povo brasileiro.

Só para encerrar uma breve reflexão. Antes desses movimentos de rua a carnificina que se espalhava pelo Brasil, os atos de autêntico terrorismo do crime organizado, tráfico de drogas com menores envolvidos matando pessoas, pais de família todos os dias, uma violência indiscriminada, antes desses atos que são legítimos sim, sem baderna e são legítimos que o povo deve reclamar, antes desses atos o Brasil estava vivendo uma autêntica carnificina. Uma carnificina jamais vista na história deste país. Um derramamento de sangue que ia de jovens a pessoas de idade com gente que queimava viva pessoas de bem, com gente que baleava pessoas só para ver baleada. Quem estava lá? A Polícia Militar, a Polícia Civil, a Polícia Federal. E onde estão os covardes desses criminosos no meio dessas manifestações? Sumiram. Porque se aparecerem no meio do povo agora e a polícia não intervir o povo trucida cada um desses caras. Porque o povo brasileiro, a história está aí, jamais foi covarde, e jamais será covarde. Onde é que estão esses criminosos? Desapareceram. Onde está o crime organizado? Desapareceu. Desapareceu, mas está latente, a espreita e a qualquer momento pode voltar. E é nesse momento que sempre as pessoas se lembram da polícia e aí esquecem da polícia violenta, da polícia que eles acham truculentos. É a mesma coisa quando a gente tem um problema muito difícil, a gente pega e faz uma oração. Ai meu Deus!

Assim acontece com os senhores que são normalmente muito mal reconhecidos pela sociedade, mas que com certeza não pela história. Parabéns pela história de vocês. Parabéns Coronel pelo que vocês fizeram pelo país, pelo sangue derramado em solo paulista, esse solo que a gente ama, mas que graças a Deus permanecemos um país unido. Não temos ideias separatistas, e repito, este não é um momento para se pensar em divisões políticas. Este é um momento para se pensar num Brasil de verdade. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - JOÃO CARAMEZ - PSDB - Senhor José Luiz Datena, esta Casa se sente muito honrada com a sua presença. Você é uma pessoa admirada por muitos e odiada por muitos, mas tenha certeza de uma coisa, nós aqui do parlamento paulista reconhecemos a importância que vossa senhoria tem no contexto da nossa sociedade em São Paulo e no Brasil. Pela sua coragem, pelo seu dinamismo, mas, sobretudo, pelo seu desprendimento. Eu já tinha uma admiração sobre vossa pessoa. Hoje na conversa que tivemos no gabinete, em alguns relatos que vossa senhoria fez na minha presença e na presença do Major Américo essa admiração aumentou mais ainda.

E nas suas palavra vossa senhoria me fez lembrar de Santo Agostinho. Santo Agostinho dizia o seguinte: “Prefiro aqueles que me criticam porque me corrigem, do que aqueles que me bajulam porque me corrompem”. E é em cima desse pensamento que eu pauto a minha vida pública como prefeito que fui, quarto mandato como deputado de São Paulo, secretário de Estado da Casa Civil do governador Mário Covas do qual o deputado Arnaldo Madeira também participou. Eu acho que chegou o momento mesmo da revolução. A revolução do povo exigindo maiores responsabilidades dos nossos políticos, dos nossos governantes, e você tem um papel fundamental nesse processo todo. Parabéns, continue assim. (Palmas.)

Eu passo agora a palavra a uma pessoa que eu tenho uma admiração muito grande, é um exemplo de político. Um homem honesto, um homem sério, e um homem compenetrado das suas responsabilidades e seus deveres. Um homem que orgulha qualquer partido político tê-lo em suas fileiras, e nós somos testemunhas da sua defesa no Congresso Nacional em prol do Estado de São Paulo. Para nós também Arnaldo Madeira é uma satisfação muito grande poder contar com sua presença nesta manhã. Por favor, o microfone é seu.

 

O SR. ARNALDO MADEIRA - Meu caro deputado Presidente João Caramez, obrigado por suas palavras. Quero cumprimentá-lo aqui pela condução da reunião. Quero saudar também o deputado Major Olímpio Gomes, saudar o Coronel Mário Fonseca Ventura, tenha o meu respeito pelo seu trabalho. Coronel Marco Antonio Severo neste ato que representa o Comandante da Polícia Militar. E saudar o meu colega aqui José Luiz Datena, nesta circunstância colega de parlamento. Saudar cada um dos senhores e senhoras, autoridades presentes.

Uma breve reflexão. Sempre que ouvi comentários críticos da Revolução de 32 sempre recordava o seguinte, a principal figura para que o Brasil ficasse um país uno, país unificado foi o paulista. José Bonifácio de Andrade e Silva que foi Vice-Presidente da Província de São Paulo, patriarca da independência, e quem estabeleceu a estratégia para a Independência do Brasil. Ou seja, a articulação da Independência do Brasil foi feita por um cidadão de São Paulo. E o Movimento de 32, no meu modo de ver, aliás, um cidadão de São Paulo que tinha um projeto para o Brasil, tem textos escritos projetos para o Brasil em que ele propugnava exatamente pela construção da democracia e do cidadão brasileiro completo e complexo. Pois bem, a Revolução de 32 eu vejo nesta sequência. Porque a Revolução de 32 é uma Revolução Constitucionalista, ou seja, defesa da lei, e se é uma coisa que no meu ponto falta no Brasil é a defesa da lei. Defesa das regras. Nós estabelecemos as regras e temos que observá-la. Pior coisa que pode acontecer para um país, infelizmente nós tivemos várias situações aqui é interrupção da observância das regras. Porque quando se interrompe as regras e se instaura um certo caos nós não sabemos onde vai terminar. Pode terminar bem ou pode terminar mal. O Movimento de 32 ele deixou uma bandeira, a bandeira da Constituição. O vencedor que era o ditador na época sob pressão da Revolução de 32 e da sua repercussão no país fez a Constituição de 34, mas esperou o melhor momento pra que? Para estabelecer a ditadura, e uma ditadura pesada, uma ditadura que prendeu muita gente, que matou muita gente. Então a interrupção do processo democrático, das regras de convivência é muito ruim para a sociedade.

Acho que o Datena colocou bem, nós estamos num momento em que aflora essa indignação da população, e também foi São Paulo que começou. A repercussão em todo Brasil, estão seguindo São Paulo. São Paulo tem um papel fundamental nas coisas que acontecem na nacionalidade. Então eu acho o que estamos vivendo neste momento é algo para termos muita atenção, muita presença, saber que esses fatos todos podem levar a uma reforma no sentido de positivo de fortalecer o nosso país, fortalecer as nossas instituições, possibilitar modernizá-las, mas pode também levar por um caminho que não seja o caminho da democracia. Então nós temos que estarmos muito atentos, e pensar no Movimento de 32 neste momento tem um significado especial, porque é um exemplo maior de uma mobilização de São Paulo em torno da Constituição da República, ou seja, o país para viver, para crescer, para se desenvolver, para ser forte ele precisa ter regras. Vejam as nações mais desenvolvidas, e eu sou daqueles que gosto de ver o exemplo dos outros, eu não sou daqueles que diz assim: errei, mas o erro serviu de experiência. Eu prefiro ver a experiência dos outros e aprender e não cometer erros. A experiência dos países desenvolvidos o que é? A observância de regras. Manutenção de regras. E a luta de 32 foi uma luta pela Carta Magna do país. Nós estávamos na figura de uma pessoa que mandava no Brasil e o Movimento de 32 queria a Constituição, queria a regra do jogo. E mais uma vez temos que estar defendendo a regra do jogo, estar defendendo que mudanças sejam feitas dentro da lei para modernizar a lei e para melhorar o país.

Em relação a esta homenagem, Coronel, eu quero dizer que eu fico muito sensibilizado, muito grato com a lembrança do meu nome. Vou procurar nas minhas atitudes, nas minhas ações daqui pra frente fazer jus a esta honraria que me é concedida. E quero aqui manifestar a minha admiração a essa força, essa Polícia Militar do Estado de São Paulo, essa força que foi criada pelo Tobias de Aguiar que é o exemplo de eficiência, de profissionalismo, de competência. No país que tem muita violência, como disse o Datena, o número de assassinatos no Brasil por ano ultrapassa a 50 mil, cerca de 150 pessoas são assassinadas por dia. Os melhores índices, os menores índices, mas que não devem orgulhar são aqui de São Paulo, porque temos uma polícia mais eficiente do que em outros lugares.

Então eu agradeço esta homenagem e manifesto aqui o meu respeito, a minha admiração pelo trabalho que faz a Polícia Militar, a Polícia Civil, e por aqueles que estão dentro do espírito de 32. E digo aqui, vamos continuar cultivando o espírito de 32. Não é que São Paulo precisa disso, o Brasil precisa da permanência desse culto. Parabéns a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - JOÃO CARAMEZ - PSDB - Dando continuidade a nossa solenidade eu passo a palavra ao Mestre de Cerimônias.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ANGELO APARECIDO MOITINHO - Solicitamos aos senhores Coronel PM Mário Fonseca Ventura; Major PM Américo Massaki Higuti; senhor Amado Rúbio Comandante do Exército Constitucionalista; senhor Alfredo Pires, Ex-Comandante do Exército Constitucionalista; o Presidente do Núcleo Lapa professor José Carlos de Barros Lima, e o doutor Pedro Paulo Pena Trindade que se posicionem em frente ao plenário para que façam a entrega da Medalha Constitucionalista. Convidamos também a senhora Camila Júdice para que faça a entrega das Medalhas.

Convidamos para receber tão honrosa honraria Coronel PM Leônidas Pantaleão de Santana, representado pela senhora Coronel PM Maria Aparecida de Carvalho Yamamoto. Doutor Cosmo Feliciano, médico cardiologista e diretor do Hospital Clinocordis; senhor Tenente Coronel PM Humberto Gouveia Figueiredo; irmã Maria Regina Gonçalves dos Santos, Presidente do Instituto Madre Paula Elizabete Cerioli de Itapevi; senhor Coronel PM Francisco de Souza Filho; senhor deputado estadual Coronel PM Edson Ferrarini; senhor Antonio da Rocha Marmo César, prefeito de Santana de Parnaíba, nesta oportunidade representado pelo vice-prefeito senhor Oswaldo Luiz Morelli; senhor Coronel PM Roberto de Jesus Moretti; senhor Major PM Aluysio Francisco Gama Baia; senhor Adam Akihiro Kubo, empresário; senhor Lamar de Souza Teixeira, empresário; senhora Maria de Fátima Campos Costa, Presidente do Instituto Cacau Show. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega das Medalhas.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ANGELO APARECIDO MOITINHO - Solicitamos que as autoridades agraciadoras permaneçam e que os agraciados retornem aos seus lugares.

Convidamos para recebam a sua comenda o senhor Renato Adriano Domingues, diretor Geral do Colégio Adventista da Liberdade, neste ato representado pelo senhor Leonardo Di Batista; senhor padre Líbero Zappone, pároco do município de Vargem Grande representado pela senhora Ana Maria Ferreira Curiati; senhor Jaci Tadeu da Silva, excelentíssimo senhor prefeito de Itapevi; senhor Coronel PM Ricardo Gambaroni; senhor Tenente Coronel PM Alexandre José Bolognini e Silva; senhor Major PM Marcelino Fernandes da Silva; senhor 1º Tenente PM Varlei Zucato; senhor 3º Sargento PM Vladmir Tadeu Villodress; senhor Roberto Toshio Sato, Presidente do Grupo San de Itapevi, empresário; senhor Rogério Iório, Presidente do IBDN - Instituto Brasileiro de Defesa da Natureza; senhor Guilherme Rizzato, aluno de Valparaíso, vencedor nacional e 2º colocado no mundo no concurso “Cartaz da Paz” realizado pelo Lions Club. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega das Medalhas.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ANGELO APARECIDO MOITINHO - Prestigia este evento o senhor prefeito municipal de Valparaíso senhor Marcos Higuti da escola do vencedor nacional e 2º colocado no mundo do concurso “Cartaz da Paz” realizado pelo Lions Club.

Uma salva de palmas ao agraciados. (Palmas.) E os convido a retornarem a seus lugares.

Para que recebam as suas medalhas convidamos, o excelentíssimo senhor Gregório Rodrigues Pontes Maglio, prefeito de Pirapora do Bom Jesus; senhor Coronel PM Dimitrios Fyskatoris; senhor Coronel PM Nivaldo César Restivo, senhor Coronel Kleber Danúbio Alencar Júnior, senhor Coronel PM Celso Aparecido Monar; senhor Subtenente PM Roberto dos Santos Sales; o excelentíssimo senhor prefeito de Jandira senhor Geraldo Teotônio da Silva; e a Cabo PM Silvana Rodrigues de Carvalho. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega das Medalhas.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ANGELO APARECIDO MOITINHO - Uma salva de palmas aos agraciados. (Palmas.)

E os convidamos juntamente com as autoridades agraciadoras para que retornem aos seus lugares. As autoridades que agraciaram os nossos laureados podem retornem aos seus lugares.

Neste momento o excelentíssimo senhor Presidente da sessão solene convida os alunos Robert Guilherme da Silva, da Escola Mary Mallet Cyrino, de Itapevi; aluna Débora Cristina da Silva, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Eusébio Gianini Teixeira de Santana de Parnaíba; aluna Kauani Dias de Oliveira da Escola Paulo Mariano de Arruda de Itapevi; e a aluna Millena Mikely Moreira da Silva Vieira, da Escola Edison Alves dos Santos de Jandira que subam a este plenário que será deles para que recebam um Diploma comemorativo desta data em nome de todos os alunos aqui presentes. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega dos Diplomas.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOÃO CARAMEZ - PSDB - Eu fico muito feliz em poder participar desta homenagem aos alunos da nossa escola pública. Eu já passei dos 60, eu fiz o ginásio e o ensino médio numa escola pública, na época em que realmente a escola pública fazia inveja a qualquer escola particular. E ainda hoje conversando com o Datena no gabinete nós entramos um pouco nesse assunto. Infelizmente houve uma inversão de valores, hoje a nossa escola pública está precisando de muito investimento, muito investimento mesmo para poder resgatar a escola pública do passado. É com esse objetivo que nós trouxemos essas crianças aqui, e o reconhecimento da Assembleia pela luta, pela dedicação dos pais poderem educar essas crianças.

E ainda ontem assistindo um programa de televisão teve uma parte de humor onde alguém daquele quadro retratou a escola pública da seguinte forma: o filho de 9 anos chegou para o pai e falou assim: pai, eu quero ir para a Disney, preciso conhecer a Disney! Oh, meu filho eu estou com mais de 40 anos e não conheço a Disney, e você quer conhecer Disney? Pois é pai, mas eu preciso conhecer a Disney. Mas por que você precisa conhecer Disney? Porque todos os meus amigos da minha escola conhecem a Disney e eu não conheço. Aí o pai respondeu: então amanhã eu vou resolver o seu problema, eu vou transferir você para a escola pública. Esse é o retrato atual, infelizmente. Os pais não poderem atender a satisfação, os anseios das crianças justamente por falta de educação, por falta de saúde.

Então é com esse objetivo que estamos aqui com vocês jovens da nossa região, para que vocês possam realmente sair conscientes daqui da grande responsabilidade que vocês terão no futuro, serem grandes homens, grandes mulheres, grandes pais, grandes mães, mas, sobretudo, grandes cidadãos e cidadãs do nosso Estado. Parabéns a vocês. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ANGELO APARECIDO MOITINHO - Convidamos para que suba a tribuna o senhor Major PM Américo Massaki Higuti para receber uma placa das mãos do senhor deputado João Caramez. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da Placa.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ANGELO APARECIDO MOITINHO - Convidamos para que compareça a tribuna e receba a sua medalha o senhor Carlos Nabil Ghobril. (Palmas.)

 

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- É feita a entrega da Medalha.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOÃO CARAMEZ - PSDB - Nós estamos chegando praticamente ao fim das nossas solenidades, mas aí temos algumas homenagens ainda. Então passaria a palavra ao senhor Mestre de Cerimônias para dar continuidade e explicar a razão da exibição de um vídeo que vai ser feita agora. Por favor.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ANGELO APARECIDO MOITINHO - O 20º Batalhão de Polícia Militar do Metropolitano ele tem a honra de ser um dos herdeiros da epopeia de 1932. Desde 1910, 1890 nós temos policiais militares servindo a nossa área. Nesse espírito foi feito uma entrega de medalhas comemorativas ao MMDC. Neste momento teremos um vídeo de aproximadamente cinco minutos que retrata este momento histórico de nossa Unidade.

 

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- É feita a exibição do vídeo institucional.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOÃO CARAMEZ - PSDB - Parabéns ao Grupo Rota dos Bandeirantes pela essa exibição e pelo trabalho que vem realizando.

Esta Presidência antes de fazermos o pronunciamento final quero aqui fazer um registro e abrir a palavra para quem queira fazer uso dela. Falar um pouco o Guilherme, jovem de 9 anos de idade comentando com o Major Ventura há pouco ele me dizia que é a primeira vez que o MMDC homenageia uma criança. E tem uma justificativa muito forte, afinal de contas o prefeito Marquinhos de Valparaíso em conjunto com o Lions com o objetivo de promover a paz idealizou um concurso internacional de cartazes junto às escolas públicas para que os alunos pudessem manifestar o seu sentimento, o que ele imagina da paz. E o Guilherme acabou sendo classificado na sua cidade e mundialmente foi o 2º colocado. Então pra nós aqui de São Paulo, do Brasil nos sentimos muito orgulhosos Guilherme de você ter nos representado naquele momento.

E eu pediria agora que alguém pudesse segurar o cartaz em frente à câmera para que vocês pudessem conhecer um pouco do trabalho do Guilherme. Cartaz que ele fez e fez com que ele fosse o 2º colocado no mundo através do Lions Internacional. Se vocês puderem observar dentro do globo ele projetou o que? Projetou o início da vida. Um embrião. É ali que nasce realmente, ali começa a nascer um cidadão verdadeiro. Para que isso aconteça é necessário que aquela família esteja vivendo em paz. É necessário que aquela família esteja vivendo em harmonia. Porque nesse início de vida, nessa fecundação a criança já começa a sentir os fatores externos. Então Guilherme você foi muito feliz, e nós estamos bastante orgulhosos do seu trabalho. Parabéns. (Palmas.)

Esta Presidência solicita a manifestação daqueles que gostariam de usar o microfone, por favor, fiquem à vontade. Se alguém deseja é só se manifestar.

Com certeza o adiantado da hora faz com que as pessoas não se manifestem, mas eu quero aqui dizer da minha satisfação de ter presidido nesta manhã a sessão solene em homenagem a Associação Cívica Sociedade de Veteranos de 32 - MMDC Núcleo Rota dos Bandeirantes. Este é um evento que destaca importante momento da história do nosso Estado e do nosso Brasil, relembrando heróis que lutaram pela nação. Hoje agradecemos aos que fizeram parte da história e os que ainda lutam pela paz entre os homens. Nossos heróis Policiais Militares que todos os dias dão a vida pela população, os cidadãos que contribuem para uma sociedade mais justa e humana aqui representados por vocês ilustres homenageados.

É uma grande honra ser condecorado com a Medalha MMDC - Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, quatro constitucionalistas que faleceram durante o engajamento na causa revolucionária de 32. Também é uma grande honra prestar esta homenagem a vocês enaltecendo o importante trabalho que realizam por meio de ações de cunho social, religioso, educacional, cultural e ambiental. Esta é uma honraria que perpetua a gratidão e reconhecimento para todo sempre dos que cumpriram essa jornada física para com aqueles que hoje e no futuro continuarem abraçando os mesmos ideais da democracia, do amor, da legalidade pelos quais combateram os Veteranos de 32.

Nós, deputados estaduais, ficamos imensamente honrados de recebê-los neste que é o maior parlamento da América Latina. Recebê-los aqui para esta homenagem que simboliza o nosso agradecimento pela importante missão que executam em nossa sociedade fazendo a diferença na vida de milhares de cidadãos. O trabalho de cada um de vocês em favor da população é a prova que sempre é possível fazer mais pelo próximo. A construção de uma sociedade melhor depende da união dos esforços, e acima de tudo de coragem e fé para superar os obstáculos e vencer as batalhas da vida.

Como diria Platão, podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro. A real tragédia da vida é quando os homens tem medo da luz. As vésperas do dia 9 de julho que marca o início da Revolução de 32 data cívica do Estado de São Paulo e feriado estadual, vivemos um momento impar no Brasil que confirma que o nosso povo não tem medo da luz. A população sai as ruas, jovens, adultos e idosos, muitos remanescentes de lutas democráticas de um passado nem tão distante assim. A exemplo dos Heróis de 32 mostram sua face e entoam a sua voz pedindo justiça. Justiça ao menor abandonado. Justiça ao cidadão que luta por uma oportunidade de trabalho e sustento para sua família. Justiça ao pai que perdeu seu filho assassinado por um marginal que cruelmente interfere no ciclo da vida e continua impune nas ruas causando pânico na sociedade. Justiça ao filho que ficou órfã também por conta da violência desmedida que acontece na nossa civilização. Justiça ao jovem que procura oportunidades para o seu desenvolvimento educacional. Justiça ao doente que precisa de atendimento médico de qualidade. Justiça ao indivíduo que cansou de promessas não cumpridas e dos desmandos e irresponsabilidades de governantes que sobrepõe aos direitos da sociedade.

É tocante ver o emaranhado de gente, milhões de pessoas protestando, não somente por causa do aumento da tarifa de transporte público, mas sim para acabar com a corrupção, a criminalidade, a imoralidade, e o desrespeito ao próximo. É claro que protestar não significa badernar, por isso repudio e repudiamos a atitude dos que aproveitam desse movimento legítimo da sociedade para destruírem prédios públicos, agredirem policiais que estão ali para manter a ordem, saquearem comércio e ainda colocar em risco a vida de cidadãos honestos que participam de um movimento estritamente democrático.

É por essa democracia que lutamos, é para essa sociedade democrática que vocês homenageados deixa a sua contribuição, como diria o sociólogo Herbert Souza, o Betinho: “Solidariedade amigos não se agradece, comemora-se”. Por isso comemoramos a revolução dessa solidariedade que brota das mãos de cada um de vocês. Comemoramos esse momento histórico que vive o nosso país. Comemoramos a luta por uma São Paulo melhor. Celebramos a luta por um país mais solidário e justo. Viva a Revolução Constitucionalista de 32! Viva a Revolução Solidária dos Cidadãos Paulistas em 2013! Um grande abraço e muito obrigado a todos vocês. (Palmas.)

Nada mais justo do que deixar para encerrar esta solenidade essa pessoa que com muita dedicação, muita perseverança, muita coragem deixando a sua família muitas vezes para manter viva, manter acesa a chama desses Heróis de 32. Nada mais justo deixar para encerrar esta solenidade o nosso amigo, uma pessoa que eu aprendi a admirar Coronel Mário Fonseca Ventura. Por favor, Coronel. (Palmas.)

 

O SR. MÁRIO FONSECA VENTURA - Deputado João Caramez, meus amigos, minhas amigas, meus associados, diretores, Presidentes dos Núcleos. Que em dois anos levaram para o interior e a Grande São Paulo a chama de 32.

Nada mais justo do que o ideal de direito ser levado a todos os rincões de São Paulo, e para não dizer mais ainda, ao próprio Brasil. Aqueles que partiram eu sinto porque nós temos somente 30 vivos, perdemos no dia 4 de junho, no dia 19 de junho os 2 últimos remanescentes que moram em Itapetininga. Dia 21 dona Maria de Lurdes Camparelli completou 100 anos de idade. Nós aqui o ano passado tínhamos vivos 41, hoje nós temos somente 30. Daqueles 130 mil que partiram para o combate nós só temos 30 vivos. Por isso que eu peço, senhores Presidentes, que se esforcem ao máximo, os descendentes dos Heróis que passem a cerrar fileiras na nossa COFAM - Comissão dos Familiares dos Heróis de 32, essa Comissão praticamente ocuparão o lugar dos nossos heróis que estão sendo chamados para o batalhão lá de cima.

Ficamos felizes com a solenidade hoje, realmente eu me emocionei. Teve horas que o meu coração disparou, porque o Major Olímpio Gomes, a sua fala de 32, o nosso Datena, o Madeira, e por não dizer o nobre deputado João Caramez que a questão de um mês, um pouco mais de um mês se associou a nossa luta. Estamos numa Sociedade Veteranos de 32 - MMDC que se transformação em Federação ou numa Fundação, porque não teremos mais veteranos, talvez o ano que vem não tenhamos 30, talvez muito menos, e vamos chegar o momento de termos o último combatente vivo. Daí nós precisamos criar um sistema novo onde o Movimento de 32 não se esmoreça, aliás, não pode se esmorecer. Essa semana que passou eu recebi vários telefonemas por causa dos movimentos de rua, e os repórteres queriam saber a posição da Sociedade dos Veteranos de 32 nesse contexto todo. E eu disse a eles, a vários repórteres, a várias pessoas que se manifestaram, eu disse o seguinte: a Sociedade Veteranos de 32 ela participou de vários outros eventos, a Primavera de Praga, a Tomada da Hungria, e em 84 nós estávamos juntos, em 92 também nós estávamos juntos. Então a Sociedade Veteranos de 32 é um povo de São Paulo, uma chama que não pode se apagar. Eu conto com todos vocês. Eu gostaria que todos fossem nossos associados e batalhassem conosco.

No dia 9 de Julho teremos talvez o maior desfile de todos os últimos tempos. Muita gente quer participar do 9 de Julho. E depois aqui na Assembleia faremos algo inusitado, reuniremos todos os Presidentes de Núcleos num momento histórico, num momento que será marcante para os destinos de São Paulo e do Brasil. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - JOÃO CARAMEZ - PSDB - Nada mais havendo, nós declaramos encerrada esta sessão solene. Mais uma vez agradecendo do fundo do coração a presença de todos e dizer mais uma vez da alegria do prazer e da satisfação de poder receber a todos na nossa Casa do Povo, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Muito obrigado pela presença, e que Deus acompanhe a todos no retorno a seus lares. Um abraço. (Palmas.)

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 12 horas e 58 minutos.

 

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