30 DE OUTUBRO DE 2006

 

039ª SESSÃO SOLENE PARA COMEMORAR O “DIA DA AERONÁUTICA”

 

Presidência: ROSMARY CORRÊA

 


DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 30/10/2006 - Sessão 39ª S. SOLENE  Publ. DOE:

Presidente: ROSMARY CORRÊA

 

COMEMORAÇÃO DO "DIA DA AERONÁUTICA"

001 - ROSMARY CORRÊA

Assume a Presidência e abre a sessão. Informa que esta sessão solene foi convocada pela Presidência efetiva, a pedido da Deputada ora na condução dos trabalhos, com a finalidade de comemorar o "Dia da Aeronáutica". Anuncia as autoridades presentes. Convida a todos para, de pé, ouvirem a execução do Hino Nacional.

 

002 - EVANIR FERREIRA CASTILHO

Juiz Presidente do Tribunal de Justiça Militar, discorre sobre a importância das eleições. Lembra de sua nomeação como promotor pelo então Governador Franco Montoro. Presta homenagem às três armas. Tece comentários sobre os feitos de Santos Dumont.

 

003 - APRÍGIO EDUARDO DE MOURA AZEVEDO

Major Brigadeiro-do-Ar, Comandante do 4º Comar, narra o vôo do 14-Bis por Santos Dumont no Campo de Bagatelle, em 23 de outubro de 1906. Lembra que Santos Dumont não patenteou suas invenções, pois não cogitava obter fortuna com elas, apenas legando-as para o benefício da humanidade.

 

004 - Presidente ROSMARY CORRÊA

Anuncia a exibição de filme sobre a visita do Presidente Gaspar Dutra à Base Aérea de São Paulo, em 1950, do qual foi extraída cópia entregue ao Comandante do 4º Comar, como também placa comemorativa. Anuncia a execução do "Hino da Aeronáutica". Fala sobre sua estima pelas Forças Armadas. Tece considerações sobre a vida e a genialidade de Santos Dumont. Destaca a importância da indústria aeronáutica no Brasil.

 

005 - APRÍGIO EDUARDO DE MOURA AZEVEDO

Major Brigadeiro-do-Ar, Comandante do 4º Comar, homenageia a Deputada Rosmary Corrêa com a entrega de réplica do 14-Bis.

 

006 - Presidente ROSMARY CORRÊA

Agradece a homenagem recebida. Agradece a todos que colaboraram para o êxito da solenidade. Encerra a sessão.

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - ROSMARY CORRÊA - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

 

* * *

 

- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

* * *

 

O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - HUGO DANIEL ROTSCHILD - Senhoras e Senhores, muito bom dia! Estamos dando início, a partir de agora, à Sessão Solene em homenagem ao Dia do Aviador, comemorado no último dia 23 de outubro.

Convidamos para compor a Mesa dos trabalhos a Exma. Sra. Deputada Rosmary Corrêa, proponente desta Sessão Solene. (Palmas.)

Temos a satisfação de receber na Assembléia Legislativa e convidar para compor a Mesa o Major-Brigadeiro-do-Ar Aprígio Eduardo de Moura Azevedo, Comandante do 4º Comando Aéreo Regional, em São Paulo. (Palmas.)

Convidamos, também, o General-de-Exército Luiz Edmundo Maia de Carvalho, Comandante Militar do Sudeste; o General João Carlos Vilela Morgero, Comandante da 2ª Divisão de Exército; o Dr. Evanir Ferreira Castilho, Juiz Presidente do Tribunal de Justiça Militar em São Paulo; o Almirante Carlos Passos Bezerril, Diretor do Centro Tecnológico da Marinha. (Palmas.)

Passamos a palavra à Deputada Rosmary Corrêa, proponente desta sessão, para as boas-vindas aos senhores e às senhoras.

 

A SRA. PRESIDENTE - Rosmary Corrêa - PSDB - Bom dia a todos! Em primeiro lugar, gostaríamos de agradecer a presença de todos os senhores e senhoras e, mais uma vez, como já fizemos na Sessão Solene em comemoração ao Dia do Soldado, desculparmo-nos pelo nosso espaço.

O nosso plenário oficial encontra-se em reforma, ainda não está concluído. Tendo em vista a impossibilidade de utilizá-lo, estamos ocupando o Auditório Franco Montoro. Gostaria que a inconveniência do local fosse superada pelo carinho e pela satisfação de todos nós em recebê-los em nossa Casa.

Senhoras e senhores, esta Sessão Solene foi convocada pelo Deputado Rodrigo Garcia, atendendo solicitação desta Deputada, com a finalidade de comemorar o Dia do Aviador, que aconteceu no último dia 23 de outubro.

Convido todos para, em pé, cantarmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Banda da Aeronáutica, sob a regência do Suboficial Sidnei da Silva Oliveira.

 

* * *

 

- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - ROSMARY CORRÊA - PSDB - A Presidência agradece à Banda da Aeronáutica, sob a regência do Suboficial Sidnei da Silva Oliveira.

Gostaríamos, neste momento, de agradecer aos componentes da Mesa e às pessoas presentes: Almirante Carlos Passos Bezerril, Diretor do Centro Tecnológico da Marinha; General João Carlos Vilela Morgero, Comandante da 2ª Divisão de Exército; nosso querido homenageado, Major-Brigadeiro-do-Ar Aprígio Eduardo de Moura Azevedo, Comandante do IV Comar; General-de-Exército, Luiz Edmundo Maia de Carvalho; Dr. Evanir Ferreira Castilho, Juiz Presidente do Tribunal de Justiça Militar; Desembargador Antonio Carlos Vieira de Moraes, Presidente da 11ª Câmara de Direito Privado; Brigadeiro-do-Ar, Nilson Soilet Carminatti, Diretor do Centro Logístico da Aeronáutica; Coronel Júlio Antonio de Freitas Gonçalves, representando o Comandante Geral da Polícia Militar, Eliseu Éclair Teixeira Borges; Capitão-de-Mar-e-Guerra, Ademir Sobrinho, representando o Comandante do 8º Distrito Naval; Coronel PM Jorge Luis Alves, Chefe da Assessoria Militar da Assembléia Legislativa; meu querido amigo, Roberto Pacheco, Delegado-Titular do 9º Distrito Policial; minha amiga Evelina, esposa do Almirante Bezerril, que também nos dá o prazer da sua presença.

Neste momento, gostaria de passar a palavra ao Dr. Evanir Ferreira Castilho, Presidente do Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo.

 

O SR. EVANIR FERREIRA CASTILHO - Digníssima Deputada Estadual, Rosmary Corrêa, que preside esta Sessão Solene dedicada ao Dia do Aviador; eminentes integrantes da Mesa; Digníssimo Almirante Carlos Passos Bezerril, representando o Comandante do 8º Distrito Naval, José Carlos Cardoso, nosso eminente amigo de sempre; Sr. Comandante do Sudeste, Digníssimo General Luiz Edmundo Maia de Carvalho, presença permanente nas principais solenidades desta Cidade, deste Estado e deste País; Sr. Comandante do IV Comar, Digníssimo Major-Brigadeiro-do-Ar Aprígio Eduardo de Moura Azevedo; Srs. Oficiais; senhoras; senhores; dignas autoridades civis e militares; num momento como este em que se comemora o Dia do Aviador - e ainda há pouco entoávamos em uníssono voz a voz, coração a coração, o Hino Nacional -, acorreu-me a grandeza desta Nação, deste dia e do momento em que vivemos.

Após eleições cívicas, das mais expressivas, vê agora o Brasil definidos os seus rumos, o seu destino e a sua busca de melhores dias. E quis, por feliz coincidência, que neste Auditório Franco Montoro, um dos grandes nomes de que se orgulha São Paulo - e tenho particular lembrança quando S.Exa., então Governador do Estado, assinou em minha presença a minha promoção a Procurador de Justiça, já que não posso me olvidar de minhas raízes do Ministério Público, embora hoje, na Magistratura.

Senhoras e senhores, num momento como este em que se irmanam fraternalmente as três armas, em que a nossa bandeira é reverenciada e o nosso hino entoado em homenagem ao Dia do Aviador, essa seqüência de homenagens que se vem tecendo, de encontros, de comemorações festivas pelo centenário da conquista do espaço por um brasileiro do porte de Alberto Santos Dumont, a voz do Judiciário de São Paulo não pode calar-se. É com muita modéstia e algum temor que ousei declinar em assomar à tribuna para dirigir a palavra do Judiciário Militar de São Paulo.

O Tribunal de Justiça Militar é um profundo elo que une a nossa Polícia Militar ao Poder Judiciário de São Paulo, mas, ao mesmo tempo, está irmanado às nossas Forças Armadas, a estas três brilhantes armas que, juntamente com a força auxiliar da Polícia Militar, são responsáveis pela segurança e tranqüilidade do nosso povo.

E revendo as cores de nossa bandeira, passou pela minha consciência a grandeza do verde, esse mesmo verde envergado pelos integrantes da Força do Exército; o branco da nossa querida Marinha de Guerra, esse branco que também se vê estampado na nossa bandeira: é a paz. Mas o azul dos nossos céus, envergado pelos integrantes da nossa Aeronáutica, e no momento tão precioso como centenário da conquista dos céus por um brasileiro, em plena Europa, mostrando ao mundo a garra, a capacidade, a tenacidade que pulsa nos corações de todos nós, brasileiros. Uma Nação jovem com todo o futuro pela frente.

Deputada Rosmary Corrêa, nós que somos seus companheiros de Elos - a Deputada é Governadora do Elos de São Paulo, Distrito 2 - bem sabemos o quanto é importante este espírito de união.

Que as Forças Armadas, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, irmanados, possam caminhar na construção de melhores dias para este país, no momento em que se definem os seus governantes maiores, a sua Presidência da República, os governadores dos estados e os nossos legisladores em geral.

Que esta mesma garra que nutriu a conquista do espaço, tão bem personificada na figura de Santos Dumont, o nosso Alberto, possa alimentar a nossa busca por melhores dias, a concretização dos nossos sonhos, e que o vôo alçado por todo e qualquer aviador possa ser a síntese do nosso amor, da nossa dedicação a este país.

Sou um civil, mas tenho à minha frente contingentes das três Armas: Marinha, Aeronáutica e Exército Brasileiro, mas a própria sociedade civil aqui se encontra representada. É importante que reavivamos nos plenários, nas escolas, mas principalmente na família, o espírito de brasilidade tão bem simbolizado nesta figura, que é o aviador.

Que este dia marque a verdadeira purificação do nosso espírito na busca de melhores dias para este país.

Parabéns às três Armas, parabéns à sociedade brasileira, ao Legislativo, ao Executivo e ao Judiciário, que humildemente represento, nesta palavra totalmente despretensiosa, mas que só teve por mira dizer a cada brasileiro: vamos perseguir os melhores dias que nos aguardam. Chega, basta sermos o eterno país do futuro. Haveremos de ser o país de hoje e de sempre. Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE - ROSMARY CORRÊA - PSDB - Esta Presidência agradece ao Dr. Evanir, que muito nos honra com a sua presença. E neste momento, eu gostaria de passar a palavra ao Major-Brigadeiro-do-Ar Aprígio Eduardo de Moura Azevedo, comandante do 4º Comar.

 

O SR. APRÍGIO EDUARDO DE MOURA AZEVEDO - Bom dia a todos. Exma. Sra. Deputada Estadual, Rosmary Corrêa, DD. Presidente desta Sessão Solene em homenagem à Força Aérea Brasileira; Exmo. Sr. General-de-Exército, Luiz Edmundo Maia de Carvalho, Comandante Militar do Sudeste; Exmo. Sr. General-de-Divisão, João Carlos Vilela Morgero, Comandante da 2ª Divisão de Exército; Almirante Carlos Passos Bezerril, representando nesta cerimônia, o Comandante do 8º Distrito Naval; Dr. Evanir Ferreira Castilho, que brilhantemente nos brindou com uma palavra de tremendo incentivo e estímulo. Muito obrigado.

Brigadeiro-do-Ar, Nilson Soilet Carminati, Diretor do Centro Logístico da Aeronáutica em São Paulo; Desembargador Antonio Carlos Vieira de Moraes, que nos honra muito com sua presença, tenha certeza disso; Coronel Julio Antonio de Freitas Gonçalves, representando a Polícia Militar nesta cerimônia. Uma especial referência à Sra. Evelina Machado Perroni Bezerril. A sua presença verdadeiramente traz uma alegria muito especial em conjunto com todas as senhoras aqui presentes nos brindando com o seu comparecimento. Demais autoridades civis, eclesiásticas e militares, ilustres convidados, todos aqui presentes.

Sempre que a Casa Legislativa, o Palácio do Povo, distingue as Forças Armadas, é motivo de júbilo para os que dedicam suas vidas à causa da defesa dos interesses maiores da Pátria, pois reflete a perfeita harmonia existente entre as Instituições que sustentam os Estados democráticos de direito.

Hoje, por intermédio desta iniciativa da Deputada Rosmary Corrêa, a Assembléia Legislativa e a Força Aérea Brasileira seguramente sentem-se unidas pelos lídimos propósitos que balizam suas atividades, bem como porque, nesta Sessão Solene, juntos, podemos render homenagens ao Marechal-do-Ar Alberto Santos-Dumont, o Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica Brasileira.

Neste estimulante contexto, se coubesse folhearmos o instigante livro que descreve a trajetória da humanidade, não careceria de grandes elucubrações para percebermos que o mundo atual experimenta profundas transformações e importantes contenciosos, bastando ter em conta a realidade do fantasma nuclear, que, incrivelmente, continua presente, não obstante os discursos apaziguadores e as negociações levadas a efeito mundo afora, quase sempre inócuas por suas ambíguas proposições.

Quando nos deparamos com cenários do quotidiano em que valores pétreos sofrem desgastes ou, por outra, a despeito da evolução da humanidade, percebemos que ainda persiste o flagelo da guerra, resta-nos neste cenário lembrar, como alento e esperança, o exemplo de Santos Dumont, que doou o seu talento criativo à tarefa de construir, dia-a-dia, persistentemente, um instrumento que servisse, prioritariamente, ao bem-estar da espécie humana e a aproximação dos povos.

Assim pensava Alberto Santos Dumont. Prova incontestável é que jamais cogitou obter fortuna com o fruto de sua criatividade, ofertando à humanidade a patente do seu gênio inovador.

As instigantes palavras que aqui ouvimos tiveram o condão de nos levar até aquele 23 de outubro de 1906 e ao Campo de Bagatelle, trazendo-nos de volta Santos Dumont, com o seu 14-Bis e o vôo pelos próprios meios, proeza que elevou aos píncaros da glória o nome da sua terra natal e esculpiu o seu próprio no panteão dos heróis.

A esta altura, decerto cabe recordar o que o mineiro de Cabangu, o paulista de Ribeirão Preto, o brasileiro de todos os lugares, sentiu naquele dia, no instante mágico do esfuziante crepúsculo de Paris, a então cidade luz.

Eis suas próprias palavras:

''Chegou o grande dia, pela segunda vez, pois já tinha tentado uma vez, no dia 13 de setembro de 1906. Às 8 da manhã, já estavam em Bagatelle, Archedeacon e Surcouf, que está de Secretário da Comissão, também fotógrafos e os amigos de sempre. Tínhamos levado cedo a máquina e realizado os últimos ajustes.

Às 8h45min, pus o motor em marcha, com o arranque que desenhei. Sobre um pé móvel, uma peça em forma de U toma a hélice, que e movida por meio de uma manivela, dando voltas ao motor ate que arranca. Subi à cesta, provei os comandos, sobretudo os de subida e descida.

Atrás ficavam centenas de horas de desenho e construção, de dúvidas e certezas. Tudo ia se corroborar agora ou nunca. Tinha a meu favor o pequeno salto anterior, mas não era suficiente.

Comecei uma corrida de rolagem, sem pretender me elevar. Repeti-a quatro vezes mais, na última se danificou u ma das rodas do trem de aterrissagem, sem outras conseqüências na estrutura.

Suspendi as provas para a tarde.

Às 16 horas decidi reiniciá-las. Já havia mais de uma centena de observadores e curiosos. Tive que insistir para que se afastassem do aparelho e se separassem da rota que pensava seguir.

Dei impulso ao motor, comecei a rodar, suavemente o conduzi para cima. O comando respondeu lentamente, como eu queria, e nos desprendemos do chão. Voamos uns instantes, até que observei uma perigosa inclinação lateral, apaguei o motor e descemos com certa brusquidão, o que produziu nova ruptura no trem de aterrissagem.

Praticamente me tiraram do aparelho, enquanto se ouviam gritos de triunfo. Olhei em direção ao Archedeacon e, como há anos passados, interroguei:

'Ganhei, ganhei o prêmio?’

Respondeu com a voz entrecortada pela corrida até o aparelho: ‘Em minha opinião sem nenhum lugar a dúvidas.’ ‘Mas por que se deteve tão rápido?’

‘Porque perdi sustentação’, lhe respondi e não houve possibilidade de continuar o diálogo.

Abraços com meus ajudantes e amigos e também desconhecidos levaram-me ao meio da multidão. Novamente a feliz loucura do triunfo.

Foi tal o assombro de todos, que ninguém teve o cuidado de medir a distância percorrida. Unanimemente, considerou-se que tinham sido 60 metros de distância, a uma altura entre 2 e 3 metros do chão. A altura é fácil de calcular, pelas fotografias que tomaram.

Novamente o Maxim's, o famoso restaurante, foi o centro do festejo." (Este texto foi extraído do escrito “Eu, Santos Dumont - Palavras soltas de um diário apócrifo”).

A homenagem que está sendo prestada, neste plenário é por si só nobre. O exemplo legado exige que cultuemos nossa História e honremos a memória e as realizações dos corajosos e abnegados compatriotas que nos antecederam. Assim procedendo, estaremos transmitindo corretos valores à juventude para a construção de um Brasil melhor, mais forte e mais justo.

Resta-me, ao fim e ao cabo,em nome do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Luiz Carlos da Silva Bueno, e de todo o efetivo da Guarnição do Quarto Comando Aéreo Regional, organizações subordinadas e jurisdicionadas, agradecer, sensibilizado, esta marcante reverência, que ressalta os princípios de cidadania e de amor às origens, motivos bastantes e pelos quais cabem todas as honras a esta Casa de Leis.

À ilustre Deputada Rose, exemplo de dedicação altruísta em prol dos interesses da coletividade, modelo de doação às causas nobres, sobretudo um comportamento íntegro, retilíneo, desprendido, corajoso e aguerrido com ternura, queremos expressar, do mais profundo dos nossos corações:

Que Deus a proteja, iluminando os seus caminhos e ·sonhos, estes que, certamente, estão a projetar um futuro alvissareiro e promissor junto à estimada família. Cumprimentos a todos os parlamentares desta Casa. A vocês, vida longa, queridos amigos. Muito obrigado.

 

A SRA. ROSMARY CORRÊA - PSDB - Brigadeiro Azevedo, através de suas palavras me vi transportada a Bagatelle.

Quero neste momento fazer algo inusitado, ou seja, pedir aos componentes da Mesa que tomem assento nas cadeiras em frente, porque graças ao Dr. Sérgio, historiador da Assembléia Legislativa de São Paulo, nós conseguimos um filme que mostra a vinda do então Presidente Eurico Gaspar Dutra a São Paulo, em 1950, em visita à recém inaugurada Base Aérea de Cumbica. Portanto, será exibido o filme para sabermos como foi aquela visita, visto que nenhum de nós estava presente naquela ocasião.

 

* * *

 

- É exibido o filme.

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - ROSMARY CORRÊA - PSDB - Solicito às autoridades que retornem aos seus lugares. Quando o Dr. Sérgio, que é nosso funcionário da Assembléia, me disse que tinha conseguido esse filme, fiz questão de exibi-lo, principalmente neste dia.

Naquela época já se falava da modernidade, da beleza e de tudo que a Base Aérea de Cumbica representava. E hoje nós tivemos a condição de vê-la um pouco. O Sérgio tem uma outra cópia do DVD, que passarei às mãos do Brigadeiro, para que fique em seus arquivos. Como nós todos aqui não tínhamos tido a oportunidade de assistir ao filme, agora poderemos sempre lembrar, e principalmente o comandante da Base Aérea de Cumbica, para ter uma idéia de como era a Base naquela época.

É uma pequena lembrança para comemorar os 100 anos de Santos Dumont e uma homenagem à Força Aérea nesta Sessão Solene, a par também do nosso cartãozinho para ficar junto dos seus guardados. (Palmas)

 

* * *

 

- É feita a entrega do DVD. (Palmas.)

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - ROSMARY CORRÊA - PSDB - Neste momento peço a todos para, em pé, ouvirmos o Hino do Aviador, que será executado pela Banda da Aeronáutica.

 

* * *

 

- É executado o Hino do Aviador.

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - ROSMARY CORRÊA - PSDB - Brigadeiro Azevedo, General Carvalho, General Vilela, Almirante Bezerril, Dr. Evanir, todos os nossos amigos e autoridades presentes, já há alguns anos costumamos realizar sessões solenes para as Forças Armadas. Para mim, é sempre um prazer renovado poder realizar essas sessões. Como disse o Brigadeiro Azevedo, essa integração entre a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo - a Casa do Povo - e as nossas Forças Armadas é extremamente importante. Todos nós precisamos disso. O Brasil precisa disso.

Passamos por momentos de definição, de nova gestão. O mesmo presidente, mas uma nova gestão. Estamos cheios de esperanças. Queremos, desejamos e acreditamos que podemos ter um Brasil melhor. O nosso Brasil, a nossa terra amada, estará sempre melhor, mas precisa desse civismo, necessita das nossas Forças Armadas, desses homens e mulheres que trabalham para que possamos ter paz, ter condições de estarmos sempre com a nossa Pátria tranqüila, em paz, sabendo que pode contar com seus homens e mulheres em qualquer momento de situação difícil pela qual venha a passar.

Tenho um carinho muito grande pelas nossas Forças Armadas - pelo nosso Exército, pela nossa Marinha, pela nossa Aeronáutica. Tenho certeza de que muitos dos meus companheiros, para não dizer a totalidade deles, também compartilham comigo essa opinião.

Falo em nome do Presidente da Casa e de todos os meus companheiros Deputados. Deixo da parte deles o abraço carinhoso e o respeito por todos vocês que hoje nos visitam e aqueles que, nos mais recônditos lugares deste país estão prestando seu serviço, seu trabalho em prol da nossa pátria.

Hoje homenageamos a Força Aérea, o centenário de Santos Dumont. No dia 23 de outubro de 1906, Alberto Santos Dumont, a bordo do 14-Bis, nos arredores de Paris, provou ao mundo ser possível alçar vôo em um aparelho mais pesado que o ar. Foi a vitória desse brasileiro de espírito obstinado, como tantos brasileiros que existem, que nunca desistiu de realizar seus projetos e seus sonhos. Seria muito importante que todas as pessoas pudessem ter um pouco da obstinação desse brasileiro e nunca desistissem da realização dos seus sonhos. Esse primeiro vôo do avião fez com que o nome de Santos Dumont ficasse inscrito definitivamente na História como o Pai da Aviação.

Santos Dumont foi um predestinado, pois muitos foram os que tentaram alçar vôo ao longo dos tempos, como Ícaro e Dédalo, na Grécia Antiga, porém as tentativas feitas sem base científica fracassaram.

Nascido em 20 de julho de 1873, já na adolescência se preocupava com o problema da dirigibilidade dos balões e, em 1891, ao visitar Paris, conheceu o motor a gasolina e anteviu a sua utilização nos balões.

Essa paixão o levou a morar em Paris para estudar e ampliar seus conhecimentos de Química, Física, Astronomia e Mecânica Aplicada, retornando depois ao Brasil. Somente em 1897 volta a Paris para adquirir a prática necessária para voar por conta própria. Após dominar a técnica do vôo em balão, começou a estudar o emprego de um motor a gasolina como elemento propulsor de vôo. Idéia que foi testada e aprovada.

Na tarde de 19 de outubro de 1901, diante de milhares de pessoas, dirigiu-se à Torre Eiffel, contornou-a e regressou ao ponto de partida, fazendo jus ao prêmio Deutsch de La Meurth no valor de cem mil francos.

Santos Dumont empregou seus conhecimentos em dirigíveis até chegar no de número 11 e, a partir de então, passou a trabalhar no projeto de uma aeronave, concretizando o seu propósito no 14-Bis.

Finalmente, no dia 23 de Outubro de 1906, às 16h45, no campo de Bagatelle, em Paris, diante de enorme multidão, o 14-Bis elevou-se no ar e, mantendo-se a 80cm do solo, percorreu 100 metros, aterrissando depois, suavemente.

Brigadeiro Azevedo, faço aqui um parênteses, para dizer que realmente da sua fala, extraída do livro que V. Exa. citou, todos nós aqui - e eu olhava a fisionomia de todos que se encontram aqui neste auditório - nos sentimos transportados ao campo de Bagatelle no dia em que Santos Dumont conseguiu voar, porque nos tocou profundamente ouvir essa história de Vossa Excelência. Todos nós voamos um pouco nas asas dos sonhos de Santos Dumont naquele dia.

O brasileiro de 33 anos, que com aquele feito ganhava a Taça Archdeacon, acabava de inaugurar a Era da Aviação.

Essa foi a trajetória daquele jovem franzino de corpo, que assumiu a enorme estatura de um cientista com um invento que contribuiu para mudar o destino da humanidade. Era um ser humano incomum, ensinando dignidade, nobreza de caráter, moral elevada, coragem e determinação.

Fez aquele 23 de Outubro tão importante para o nosso país, que o dia foi consagrado, em lei de julho de 1936, ao Aviador e, em lei de outubro de 1971, ao Patrono da nossa Força Aérea.

E, iluminados pelos feitos de Santos Dumont, nossos aviadores vêm escrevendo uma história de superação de desafios, abnegação e amor ao Brasil. Eduardo Gomes, Patrono da Força Aérea e Nero Moura, Patrono da Aviação de Caça, são exemplos dignos a apresentar.

A nossa Aeronáutica esteve e continua a estar presente nos mais remotos rincões do País; exerce com firmeza e segurança o controle e a defesa de todo o Espaço Aéreo Brasileiro; coopera com o estabelecimento, no Brasil, de uma indústria aeronáutica mundialmente competitiva e participa de uma atividade aeroespacial de suma importância para o desenvolvimento do País.

Nós, representantes de grande parcela da sociedade brasileira nos associamos às justas comemorações do Centenário do grande feito de Santos Dumont - orgulho de toda uma Nação, na certeza de que os discípulos de Eduardo Gomes e os guardiões das conquistas de Santos Dumont, seguirão com firmeza, dedicação e profissionalismo o caminho que sempre trilharam no cumprimento de ideais que levam ao engrandecimento e à segurança da nossa Pátria. Muito obrigada. (Palmas.)

Neste momento, já próximo ao encerramento, vamos deixar a formalidade, pois, o nosso Brigadeiro tem uma pequena lembrança para esta Deputada, que está extremamente curiosa para saber qual é.

 

O SR. APRÍGIO DUARDO DE MOURA AZEVEDO - Como a Deputada Rose quebrou um pouco o protocolo, estou usando indevidamente o microfone, que é só da Presidência. Mas, peço-lhe permissão para agradecer mais uma vez a enorme fidalguia com que todos estamos sendo recebidos neste momento, em especial deixando um cumprimento muito particular ao Deputado Rodrigo Garcia, que é o Presidente desta Casa.

Deputada Rose, tenha a certeza que, do fundo do coração, estamos lhe trazendo esta singela lembrança. Que nas asas deste 14 Bis o infinito dos céus seja o limite para os seus sonhos. Felicidades! (Palmas).

 

* * *

 

- É feita a entrega da homenagem. (Palmas.)

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - ROSMARY CORRÊA - PSDB - Muito obrigada! Quero agradecer muito.

Já que estamos na fase das inconfidências, queremos entregar uma medalha para a nossa Força Aérea, que foi cunhada recentemente. Já estávamos querendo a medalha, mas na solenidade na Base Aérea de Cumbica, vimos o Brigadeiro recebendo-a. Assim, virei para a nossa assessora Sílvia, que cuida disso, e disse: “Sílvia, pode dizer para o seu pai, Cel. Paes, que essa não dá mais para fazermos, porque ele já ganhou.”

Infelizmente, não tivemos tanta criatividade, mas conseguimos o filme para lhe dar.

Quero dizer-lhe que agradeço porque realmente adorei. Achei esta lembrança maravilhosa e com certeza, ela vai ficar num lugar de destaque em minha casa, para que possamos lembrar e recordar deste momento tão alegre para mim.

Que os sonhos de todos nós aqui presentes possam estar nas asas desse 14 Bis e possam nos conduzir ao infinito!

Ao término desta nossa Sessão Solene, quero agradecer a presença de todos, a presença das autoridades presentes aqui à Mesa e desejar a todos uma feliz semana! Que Deus possa nos proteger e iluminar sempre o nosso caminho!

Viva Santos Dumont! Salve a Força Aérea!

Muito obrigada. Está encerrada a nossa Sessão. (Palmas).

 

* * *

 

- Encerra-se a sessão às 11 horas e 10 minutos.

 

* * *