19 DE NOVEMBRO DE 2001

40ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO DO “DIA DO BIOMÉDICO”

 

Presidência: LOBBE NETO

 

DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 19/11/2001 - Sessão 40ª S. SOLENE Publ. DOE:

Presidente: LOBBE NETO

 

COMEMORAÇÃO DO "DIA DO BIOMÉDICO"

001 - LOBBE NETO

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que esta sessão solene foi convocada pela Presidência, a pedido do Deputado ora na condução dos trabalhos, com a finalidade de comemorar o "Dia do Biomédico". Convida a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional Brasileiro pelo coral da Polícia Militar. Destaca a importância do biomédico e que a presente sessão marca o início da 1ª Conferência Regional de Biomedicina.

 

002 - TURÍBIO LEITE DE BARROS NETO

Professor, discorre sobre a pluralidade da atuação dos biomédicos na promoção da saúde pública. Destaca os problemas causados pelo sedentarismo da população das grandes cidades.

 

003 - ORLANDO GEROLA JUNIOR

Assessor especial do Ministro da Saúde, informa que os biomédicos passarão a ser autorizados a executar exame preventivo de câncer do colo do útero.

 

004 - PEDRO VIRGÍLIO DE BELLIS

Presidente da Associação Paulista de Biomedicina, expressa sua satisfação com esta solenidade e com a união dos biomédicos.

 

005 - Presidente LOBBE NETO

Anuncia a realização de cerimônia de lançamento de carimbo comemorativo ao "Dia do Biomédico".

 

006 - CARLOS ATHAYDE

Representante da Empresa Brasileira de Correios, parabeniza a classe pelo "Dia do Biomédico".

 

007 - MARCO ANTONIO ABRAHÃO

Presidente do Conselho Regional de Biomedicina, fala sobre o significado do "Dia do Biomédico" e sobre as lutas da categoria. Entrega placa comemorativa da efeméride ao Presidente Lobbe Neto.

 

008 - SILVIO JOSÉ CECCHI

Presidente do Conselho Federal de Biomedicina, elogia a luta dos biomédicos pelo reconhecimento da profissão.

 

009 - Presidente LOBBE NETO

Discorre sobre a atuação da Biomedicina e afirma que o reconhecimento efetivo da profissão passa por solenidades como esta e por realização de encontros como a 1ª Conferência Regional de Biomedicina, que têm o condão de unir mais a classe. Agradece a todos que colaboraram para o êxito deste evento. Encerra a sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - LOBBE NETO - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

 

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- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

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O SR. PRESIDENTE - LOBBE NETO - PSDB - Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Esta Presidência dá como aprovada a ata da sessão anterior.

Vamos nomear as autoridades presentes: Sr. Dr. Sílvio José Cecchi, Presidente do Conselho Federal de Biomedicina; Dr. Marco Antônio Abrahão, Presidente do Conselho Regional de Biomedicina; Sr. Pedro Virgílio de Bellis, Presidente da Associação Paulista de Biomedicina; Sr. Carlos Helcias Athayde, funcionário e representante dos Correios e Telégrafos; Sr. Ruiz Marcelo Baghin, representando o Excelentíssimo Sr. Secretário do Trabalho, Walter Barelli; Sr. Adalton Nimtz, representando a excelentíssima senhora Havanir Nimtz, Vereadora da Câmara Municipal de São Paulo e também biomédica; Sr. Dr. Prof. Turíbio Leite de Barros Neto, Doutor em Biomedicina; Sra. Dra. Carmen Cabanelas de Moura, Coordenadora do Curso de Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Sra. Iracy Léa Pecora, Coordenadora do Curso de Biomedicina da Unesp - Botucatu; Sra. Elizete S. Martins, Coordenadora de Biomedicina da Uniban, Universidade Bandeirante; Wilson de Almeida Siqueira, 1º vice-Presidente do Conselho Regional de Biomedicina e Coordenador do Curso de Biomedicina da FMU; Sr. Dr. Marcelo Abissamra Issas, Diretor Secretário do Conselho Regional de Biomedicina e também Presidente da Qualilab de São Paulo; Dr. Carlos Gabriel Tartuce, Conselheiro do Conselho Regional de Biomedicina; Sr. Berel Hofjud, Conselheiro do Conselho Regional de Biomedicina; Sr. Ricardo Cecílio, Conselheiro do Conselho Regional de Biomedicina; Sr. Ney Piroselli, Diretor Tesoureiro do Conselho Regional de Biomedicina; Dr. Robson de Moraes, Presidente da Sociedade Brasileira de Biomedicina.

Gostaria também de anunciar e agradecer a presença dos alunos da Universidade de Franca, Unifran, acompanhados pela Dra. Leila Cristina A. A. Peres, professora do Curso de Biomedicina da Unifran; alunos da Universidade de Santo Amaro, Unisa, acompanhados pela Dra. Gláucia Dehn Mahana, Vice-Diretora de Biomedicina; alunos da Universidade Metodista de São Paulo, Umesp, acompanhados do Dr. Rogério Gentil Belloti, Coordenador do Curso de Biomedicina; alunos do Centro Universitário Hermínio Ometto da Uniararas, acompanhados da Dra. Norma Gerusa da Silva Mota, Coordenadora do Curso de Biomedicina; Sr. Luiz Mascaretti, representante da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial, CBDL; Sra. Maristela Ribeiro da Silva, representante da Caixa Econômica Federal; Sra. Elizabeth Blancharal, Sra. Fabíola Pacini e Iraci Muniz Duarte, funcionárias do Conselho Regional de Biomedicina; Sr. Walter Nogueira Filho, funcionário do Serviço de Imunohematologia do Banco de Sangue - Serviço de Medicina Transfusional Ltda.

Esta sessão solene foi convocada pelo Presidente desta Casa, Deputado Walter Feldman, que pede desculpas pelo não comparecimento por estar em um outro compromisso e atendendo à solicitação deste parlamentar, com a finalidade de comemorar o Dia do Biomédico, amanhã, dia 20.

Solicito a todos para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional, pelo Coral da Polícia Militar.

 

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-              É executado o Hino Nacional.

 

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O SR. PRESIDENTE - LOBBE NETO - PSDB - Esta Presidência agradece o Coral da Polícia Militar e o Maestro Eliel Marco. Muito obrigado pela presença de vocês, abrilhantando esta sessão solene.

Esta Presidência tem muito orgulho e satisfação e recebe nesta Casa de Leis um grupo tão expressivo de universitários da Biomedicina. Com muito orgulho também recebo os amigos, companheiros de formatura, colegas de profissão nesta primeira Sessão Solene comemorativa ao Dia do Biomédico.

Esta Solene solicitada por este parlamentar, biomédico de formação, pela Universidade Metodista de Piracicaba, pretende celebrar o dia do profissional de uma área que é considerada hoje a profissão do séc. XXI, graças à sua pluralidade de atuações.

A solenidade dará início também à Primeira Conferência Regional de Biomedicina, que terá continuidade nos dias 23 e 24 de novembro no Shopping Frei Caneca, que o Conselho Estadual de Biomedicina e os seus patrocinadores estão fazendo para toda a nossa classe.

Passo a palavra agora ao Ilustríssimo Professor Doutor Turíbio Leite de Barros Neto, que falará um pouco mais sobre esta nossa profissão, principalmente para os senhores universitários, onde muitos viajaram de tão longe para prestigiar esta solenidade.

Tem a palavra o Prof. Turíbio. Antes, porém, gostaria de convidar aqui o biomédico Dr. Gerola, representando o Ministro da Saúde. Uma salva de palmas ao Dr. Gerola, (Palmas.) nosso companheiro biomédico formado na Unimep, nosso companheiro de turma.

Tem a palavra o Prof. Dr. Turíbio.

 

O SR. TURÍBIO LEITE DE BARROS NETO - Meu bom-dia a todos, às senhoras e senhores presentes, aos amigos, aos membros da Mesa.

Em primeiro lugar, não poderia deixar de aqui expressar a minha satisfação e, sobretudo, a minha honra por ter sido convidado para pronunciar nesta abertura da 1ª Conferência Regional de Biomedicina, particularmente por toda a solenidade, por toda a pompa que se reveste essa ocasião. Tenho a satisfação e a honra de ser um biomédico formado em 1972 pela Escola Paulista de Medicina e é com muita honra que hoje estou aqui tendo esta oportunidade de me dirigir a vocês, aos colegas, aos amigos, ao grande Deputado Lobbe Neto, o grande responsável por esta solenidade de hoje.

Gostaria de deixar uma mensagem a respeito da nossa área de atuação que, talvez, não seja exatamente um âmbito de atuação tão freqüentado, até hoje pelo menos, pelo biomédico, mas tenho certeza de que é uma área que todos os profissionais formados e mesmo os alunos que têm interesse nesta área vão encontrar pela frente um campo muito fértil de atuação, tanto na área de pesquisa quanto na de assistência, na área de docência e, como o Deputado Lobbe Neto disse há pouco, caracteriza bem a pluralidade de atuação do profissional biomédico.

Vou procurar abordar este assunto e o tema, que teria a conotação de fisiologia do exercício, vou procurar desenvolvê-lo dentro de uma abordagem um pouco mais abrangente, porque, com certeza, não teríamos a oportunidade de pronunciar uma palestra com uma conotação muito acadêmica, muito científica. Acredito que a mensagem, em relação a este assunto, possa ser vista muito mais no sentido de saúde pública, no sentido de promoção de saúde que, com toda a certeza, é uma prioridade dentro do nosso país, dentro do nosso estado.

Colocaria, inicialmente, uma pergunta para dar início a esta apresentação, que esta projeção que vocês vêem, através dessa figura, talvez possa dizer mais do que qualquer outra coisa. Do ponto de vista epidemiológico, se considerarmos o que leva hoje a um aumento muito preocupante da incidência de doenças nos habitantes das grandes cidades, com toda a certeza, entre os vários aspectos que poderíamos aqui abordar a questão da vida sedentária certamente é um dos ingredientes determinantes desse aumento de incidência e da certa insalubridade, até, que caracteriza a vida nos grandes centros urbanos.

Acho que essa figura de uma criança à frente de uma televisão ou à frente de um computador consumindo uma alimentação absolutamente fora dos padrões de saúde e de recomendação do ponto de vista nutricional é uma cena que preocupa todos nós e preocupa, fundamentalmente, na razão direta de qual será o prognóstico das nossas gerações futuras. É sobre esse assunto que eu gostaria aqui de caracterizar um pronunciamento e uma manifestação que acredito possa servir até usando cada um de nós como um agente formador de opinião, que com certeza todos vocês, principalmente vocês alunos acadêmicos o são, no sentido de tentar cada vez mais abordar esse assunto de uma maneira acadêmica, de uma maneira científica e que leve a um prognóstico de uma vida mais saudável, do ponto de vista populacional.

Por que a vida do habitante das grandes cidades hoje é tão sedentária? Em primeiro lugar, se observarmos nessa lista de razões, encontramos sempre, cada vez mais, um conforto ao nosso alcance que vai até no sentido da produtividade, da eficiência, cada vez mais e mais promover uma economia de energia. E é uma economia de energia não em quilowatts, mas em calorias, ou seja, é cada vez mais uma tendência a substituirmos uma atividade que até então era significativamente importante, do ponto de vista gastroenergético, pelo simples apertar de um botão.

Hoje, encontramos esses botões do automatismo à nossa disposição em vários ambiente, seja em casa, seja no escritório, no lazer e até dentro do próprio automóvel. Toda a tecnologia e toda a evolução tecnológica acaba acenando, de uma certa maneira, com um conforto a mais e uma economia de energia que vai seduzindo cada um de nós como verdadeiras vítimas desses confortos da tecnologia moderna.

Qual é o impacto disso? O impacto, evidentemente, é a redução da atividade física habitual e quando falamos em redução da atividade física habitual não estamos nos referindo, necessariamente, ao indivíduo não fazer esporte, mas sim a ele ter suas atividades ocupacionais exigindo menos gasto de energia, ou seja, mais e mais vamos nos tornando vítimas desses confortos da vida moderna.

No último desses itens, do automóvel, por exemplo, que é talvez um ingrediente, hoje, que na realidade não podemos deixar de abordar quando falamos qualquer coisa a respeito de vida moderna, no próprio automóvel o sonho de consumo de todo mundo é ter todos os controles automatizados. E se hoje o indivíduo gasta, às vezes, três, quatro horas dentro de um automóvel, principalmente nos grandes centros urbanos, se deslocando ou até trabalhando, até no automóvel essa economia de energia existe. Será que isso é significativo?

Se vocês repararem nessas barras em verde, vão ver que existe ali uma estimativa de gasto de energia da esquerda para a direita: trocar a marcha, acionar o vidro, fazer uma manobra e movimentar o retrovisor. Quando olhamos pela escala daquele gráfico, vemos que fazer uma manobra com um carro automático, onde a direção é hidráulica, gastamos não mais do que duas calorias por minuto, que é a barra laranja. Se o exemplo for fazer uma manobra com um antigo carro, com a direção manual, o gasto de energia era de cinco calorias por minuto. E naquela cena vemos a diferença: viramos a direção hidráulica com um dedo. Para fazer uma manobra com uma direção manual, evidentemente, o gasto de energia era cada vez mais significativo.

Será que isso é supérfluo? Isso é absolutamente desprezível? Com certeza não. E é um dos exemplos que nos leva a perceber mais e mais vamos estar sempre sonhando com um controle automatizado que venha a repercutir, na realidade, com o quê? Com uma economia de energia e o impacto disso começa a ser cada vez mais preocupante, de tal forma que notamos algumas características epidemiológicas, principalmente acometendo determinadas circunstâncias relacionadas até à evolução que existe dentro da nossa sociedade.

Um fato que chama a atenção, principalmente relatado nos últimos congressos de cardiologia, é o aumento da incidência de doenças cardíacas nas mulheres. Há algum tempo atrás enfartar era quase que exclusividade do homem. Hoje, cada vez mais, a mulher está fazendo parte do grupo de risco de maior incidência de doenças cardíacas e isso está levando a uma reflexão sobre quais são os seus fatores determinantes.

O que pode ter mudado na vida da mulher nos tempos modernos ou na sociedade atual que possa, pelo menos em parte explicar, a mulher se emancipou. Falar “se emancipou” parece até ser uma coisa retrógrada, uma coisa superada, mas, de fato, foi um fenômeno que se manifestou tipicamente dentro da nossa sociedade, a presença cada vez maior da mulher dentro do mercado de trabalho e vemos aqui na platéia de acadêmicos que hoje as mulheres já são maioria dentro de grande parte dos cursos acadêmicos, o que significa que elas em breve vão ser também maioria dentro do mercado de trabalho em grande número de profissões. E em muitas dessas profissões já são.

Agora, o que isso acarreta? A mulher transferiu os afazeres domésticos que no tempo das nossas mães ou das nossas avós eram exclusividade da mulher. E o que significava isso? Significava atividades que representavam atividades ocupacionais e a mulher hoje cada vez gasta menos energia nas atividades domésticas e compete no mercado de trabalho com o homem. Inegavelmente, isso acontece. Não é, absolutamente, nenhuma conotação machista de se fazer esse comentário. É a constatação do que está acontecendo. Agora, a vida no mercado de trabalho em relação à vida doméstica é mais saudável ou mais insalubre? Muito provavelmente, a vida no mercado de trabalho, da competitividade profissional é muito mais insalubre.

Também sem nenhuma conotação machista, reparem no que a mulher está abandonando: exercícios domésticos, ela literalmente abandonou a academia do lar. Deixa de gastar 235 calorias por hora limpando a casa, deixa de gastar 150 calorias por hora lavando roupa, deixa de gastar 155 calorias por hora lavando louça, quando ela, muito justamente, vai transferindo essas funções domésticas ou para quem ela remunere, para poder fazer no seu lugar, ou, quem sabe até chamando o marido para uma função que antes era exclusividade dela.

Se formos pensar do ponto de vista de saúde, poderíamos causar alguma coisa aqui que poderia, de novo, dar a impressão que vou me pronunciar, de novo, de maneira machista, que seria a tentativa de resgatar esses bons hábitos. Com certeza, nenhuma das mulheres aqui vai concordar comigo, mas do ponto de vista de saúde é a mensagem que poderíamos aqui deixar.

Para provar que não temos aqui nenhuma conotação machista, vamos ver o que acontece quando o homem é solicitado a fazer as mesmas atividades. Evidentemente, essa academia do lar também poderia ser usufruto do homem, por quê não? Vejam que as mesmas funções podem ser feitas não com tanta eficiência, nem com tanta perfeição, mas, com toda certeza, com a mesma conotação de saúde e com um agravante: para o caso do homem que não concordasse com esse argumento, que é o fato de que se compararmos esses números com os da figura anterior, vamos constatar que o homem gasta mais energia para fazer a mesma atividade que a mulher, porque ele é menos eficiente ou, como queiram dizer alguns, é mais desajeitado para fazer essas mesmas atividades funcionais. Então, se é saudável para a mulher, é ainda mais saudável para o homem. Está aí o equilíbrio que, com toda a certeza, é o ideal dentro das funções e da distribuição de atribuições domésticas em uma sociedade moderna.

Agora, ninguém está, com toda a certeza, muito convencido de que esses argumentos podem ser transformados aí em ações. Na verdade, teríamos que analisar um pouco melhor qual é esse impacto da vida sedentária e por que isso merece uma caracterização mais crítica e merece ser ventilado em uma ocasião como essa. Por que nós, agentes responsáveis por saúde, deveríamos nos preocupar com isso? Porque existe um círculo vicioso da vida sedentária, onde os confortos da vida moderna vão levar a uma diminuição da atividade física ocupacional por tudo aquilo que vimos: pelo automatismo das funções ocupacionais elaborativas, pela redução cada vez maior da atividade física espontânea de todos nós e pelo fato de estarmos cada vez mais restritos a ambientes com menos espaço.

Isso vai levar, com toda a certeza, a uma regressão da aptidão física. É a lei do desuso. Quanto menos usamos as nossa funções responsáveis por atividades físicas, mais essas funções regridem. E que funções são essas? Vão desde o próprio músculo esquelético, o sistema esquelético, o aparelho cardiorrespiratório, atividade enzimática responsável por determinados processos metabólicos. Tudo isso entra em desuso e em conseqüência do desuso, o que acontece? Mecanismos de defesa: cansaço e preguiça são mecanismos de defesa. Isso pode aliviar a consciência de muitos de nós.

Quando sentir preguiça, não se sinta constrangido; você está se defendendo de uma situação em que você está fisicamente inapto a fazer um esforço físico. Quando se levantar de uma confortável poltrona e se dirigir à parte superior de um sobrado para buscar alguma coisa lá em cima e, ao descer, parecer uma tarefa árdua no fim de um dia, isso significa que você está pagando o preço pela vida sedentária que leva e está sentindo preguiça: percebe que vai se sentir cansado ao simples convite de fazer uma atividade física aparentemente inócua como subir e descer um lance de escada.

Isso é a constatação óbvia que estamos pagando o preço da tecnologia, pagando o preço da vida sedentária conseqüente aos avanços científicos, tecnológicos que vão nos tornando cada vez mais cidadãos sedentários. E aí., o que fazemos quando temos cansaço, preguiça? Apertamos um botão e recorremos de novo ao conforto da vida moderna. Daqui a pouco vai ter um robô que vai subir a escada e buscar aquilo que queríamos lá em cima e trazer para baixo e continuamos sentados em frente da televisão com o controle remoto. Se não reagirmos a isso e não quebrarmos esse círculo vicioso, o prognóstico de saúde é tenebroso.

A conseqüência e impacto disso já faz parte de estatísticas recentes. Hoje, através de um programa da Secretaria Estadual de Saúde, chamado Programa Agita São Paulo, que tem desenvolvido inúmeras ações no sentido de atuar sobre esse estado de coisas, percebeu-se que cerca de 70% dos indivíduos que moram na Grande São Paulo, levam vida sedentária, segundo padrões da Organização Mundial de Saúde. Será que 30% freqüentam academias, clubes e fazem esporte, atividade física? Não; desses 30%, 29% são indivíduos que são ativos e não sedentários por necessidade econômica. São aqueles indivíduos que andam dois, três quilômetros por dia para pegar uma condução, são indivíduos que têm atividades laborativas de natureza braçal. Esses não são sedentários porque são ativos, do ponto de vista ocupacional. A grande maioria de nós aqui, estamos nesses 70% que faz parte daqueles que poderiam ser ativos, mas são seduzidos pelos confortos da vida moderna e se tornam sedentários.

O contingente dos praticantes de exercícios em clubes, academias, centros esportivos, é de menos de 1% da população da Grande São Paulo. Realmente, é alguma coisa que merece uma ação direcionada para mudar aquilo que pode comprometer a saúde futura de nossas crianças de hoje e dos adultos de amanhã.

O que leva à existência desses índices tão altos de sedentarismo? O indivíduo tem hoje dificuldade de ser ativo por vida profissional e familiar atribulada, por causa da violência urbana, eventualmente por não ter número suficiente de locais públicos adequados, talvez até por condição econômica, mas existe alguma coisa, e nesse fator podemos atuar, que é a existência de conceitos errados a respeito do que é ser ativo. Nem sempre ser ativo, significa que um indivíduo se torne um atleta. Se ele tiver apego pelo esporte e for um atleta, do ponto de vista da saúde ele vai se beneficiar disso.

Mas se não tiver condições, nem pretensões, nem gosto por ser atleta, precisa deixar de ser sedentário e se tornar ativo. Para isso, bastaria corrigir certos conceitos errados. Por exemplo, há uma série de fatores que contribuem para a existência de mitos a respeito de exercícios físicos e o que teríamos como profissionais promotores de saúde é ter a formação e a informação adequadas para poder modificar esses conceitos errados e, com estas ações, aumentar o número de pessoas que saiam do grupo de sedentários e se tornem indivíduos fisicamente ativos com prognóstico de vida mais saudável.

Desses mitos, alguns são muitos evidentes. Quem é que já não constatou que quando alguém se propõe a fazer exercícios, a procura do exercício está muito mais direcionada para a estética do que para a saúde. Em outras palavras, poderíamos dizer que as pessoas estão muito mais preocupadas com os músculos do que com as coronárias, por uma razão óbvia, porque o modelo, hoje, de um indivíduo bonito é um indivíduo musculoso que pode ser, sim, um indivíduo bonito segundo os padrões de beleza atual, mas não adianta a beleza física se ele não tiver saúde orgânica.

Essa saúde, na realidade, se consegue sem muito sacrifício e com muito menos sacrifício do que o necessário para se ter músculo bonito. O que caracteriza a saúde são os chamados benefícios invisíveis do exercício. E seria o quê? Seria diminuir o colesterol, controlar a pressão arterial, controlar a glicemia, que são fatores não vislumbrados em um espelho, não são mensurados por uma fita métrica ou por uma balança, mas são muito mais importantes do que aqueles centímetros a mais no bíceps.

É evidente que ninguém teria nada contra que um indivíduo fosse bonito e saudável, fosse musculoso e saudável, mas se pulamos o degrau da saúde direto para o degrau da estética, muito provavelmente tropeçamos e caímos. A proposta é implementar a saúde em primeiro lugar e depois a estética e a saúde nós conseguimos com muito menos sacrifício do que a estética.

O exercício que serve de modelo não é o exercício praticado pelo atleta profissional. O atleta não é um modelo de saúde. Tenho certeza de que nenhum de nós aqui gostaria de trocar de joelho com este atleta da foto. Talvez de conta bancária, mas não de joelho. E com certeza ele representa o contingente dos indivíduos que faz exercício físico, mas faz como profissão. E não tem saúde como propósito; tem, sim, a atividade profissional do esporte como um valor maior do que o conceito de saúde. Não é um modelo de saúde no qual devemos nos espelhar.

Esse é um mito importante para ser derrubado. O exercício, para trazer benefício, não precisa ser aquele que deslumbramos em um atleta. Ele não precisa ser intenso. O conceito de malhação popularizado pelo uso, é um conceito que presta um desserviço àqueles indivíduos que pretendem mudar seu padrão de vida. Só que se ele compra a mensagem da malhação, vai imediatamente associar exercício com sofrimento. Com exceção dos masoquistas, não acredito que haja uma outra população que vá atrás de sofrimento.

A proposta é difundir o conceito de que o modelo de exercício saudável é exatamente o modelo de exercício que traga conforto, prazer e bem-estar, realizado de uma maneira formal, como uma atividade em clube, centro esportivo, em academia, ou implementado dentro da sua própria vida diária. Esta talvez seja uma mensagem que em seguida vamos abordar, que pode ser muito mais exeqüível e convincente.

Há outros mitos que estão aí sendo utilizados como argumentos de venda que sabemos que desestimulam as pessoas a investir em um programa de atividade física. Se alguém pretende remover gordura abdominal fazendo flexões abdominais, vai ficar a vida inteira fazendo isso e não vai diminuir praticamente nenhum centímetro na cintura. Por quê? Porque não é fazendo flexão abdominal que se remove a gordura subcutânea acumulada no abdome. Só vai ser removida se desequilibrarmos o balanço calórico, reduzindo a ingesta calórica e aumentando o gasto energético diário. Na verdade, é muito menos sacrificante do que fazer 500 abdominais por dia, se é que alguém é capaz de fazer isso, como às vezes se propaga.

Outro conceito muitas vezes errado é que se associa suar com perder peso. Se fosse assim, não precisaríamos de centros esportivos, mas de imensas saunas distribuídas por toda a Grande São Paulo e no Estados Unidos, por exemplo, isso já teria virado instituição, porque se suar fizesse perder peso, com toda a certeza, o Departamento de Saúde Americano estaria investindo em saunas pelo país inteiro dada a enorme incidência de obesidade que existe lá. Suar não é perder peso, mas lutar contra o calor e perder água em conseqüência da necessidade de manter sua temperatura corporal constante.

Outro conceito muito difundido é o conceito de que determinadas formas de atividades físicas devam ser orientadas em relação à criança. A procura de exercício para fazer criança crescer é outra ansiedade que existe, principalmente, dentro da cabeça dos pais que não têm a informação correta do que o exercício pode proporcionar. É muito comum o quadro de recebermos, para fazer uma orientação, um casal que chega procurando atendimento, onde geralmente o pai tem 1,62 m, a mãe, 1,58 m, o garotinho pela mão com, geralmente, a camiseta do Chicago Bulls e o pai com aquela expectativa de que existe um esporte especial para o filho crescer. E quem sabe o basquete, porque jogador de basquete costuma ter quase dois metros de altura ou mais.

Então, vem aquela ansiedade de que o filho precisa crescer e, assim, quer um programa de exercício para que ele possa crescer. Por mais que se argumente que exercício não faz crescer e dá saúde para o crescimento normal, é difícil convencer o pai de que isso não funciona. Ele sempre ouviu falar que o Zico cresceu fazendo exercícios e que outra atleta também foi tratado com exercício para crescer. É difícil tirar esse argumento da cabeça deles. Por mais que se fale, em um determinado momento ele faz essa pergunta. E o alongamento, não faz crescer? Como se alongamento fosse esticar alguém. Não, não faz; alongamento dá flexibilidade, previne lesões, mas não faz ninguém crescer. Às vezes temos que buscar argumentos na ciência; busca-se fatos da Idade Média onde as pessoas eram literalmente alongadas naquelas rodas de tortura e a verdade é que esticava, esticava, esticava, desarticulava joelho, muitas vezes o indivíduo fazia secção de medula, morria, mas não crescia. Não adianta achar que alongamento faz crescer, porque desde a Idade Média que sabemos que isso não funciona.

Aí o pai sai, às vezes, frustrado e por mais que se fale, ele acha que vai poder encontrar uma outra fórmula mágica. O que a ciência mostra é que o exercício é importantíssimo para a criança, dá saúde para que ela tenha crescimento geneticamente determinado. Estatura final não é influenciada pelo nível de atividade física habitual. Dê saúde para seu filho, mas não queira esticá-lo com exercício que isto não existe, como também não adiante colocar a criança precocemente em atividades que não deveriam ser nem permitidas nas academias e, muito menos, exemplo como esse da foto deveriam ser vinculados em órgãos de divulgação, onde vemos uma criança de mais ou menos dois anos de idade, já satisfazendo ali o ego da mãe, segurando um peso em cada mão e, se tem alguma satisfeita além da mãe, é o “personal trainner” que está lá atrás, que está ganhando dinheiro para fazer o coitado do menino segurar um peso em cada mão e o pessoal da imprensa aproveitar para fotografar.

Musculação é, hoje, programa de grande e ampla indicação, até para o idoso é preconizada com efeitos fantásticos, mas a questão da precocidade disso é outro fato que preocupa, porque existe a necessidade da manifestação natural e fisiológica do crescimento e do desenvolvimento para depois programas de exercício poderem atuar na musculatura esquelética. Mas como modelo do garoto musculoso, como hoje é vendido e consumido, é preocupante.

Outra questão são aquelas situações onde propagandas enganosas tentam convencer as pessoas de que de novo um botão pode substituir uma atividade espontânea. O indivíduo é convencido a ficar tomando choque elétrico para desenvolver musculatura e quem é que vai ser utilizado como garoto propaganda desse processo? Nada mais, nada menos do que a Feiticeira, alguém que tem uma anatomia desejada por muita gente e que convence a muitos que tem aqueles atributos anatômicos por ter tomado choque elétrico. Mas, com toda certeza, ela sai dando risada depois que faz essa propaganda e convence alguns ingênuos a comprarem eletrodos para tomar choque em vez de se envolver em programas de atividades físicas espontâneas.

Na realidade, mais do que derrubar mitos, deveríamos apresentar propostas. Teríamos que ter alternativas concretas para tentar melhorar o nível habitual de atividade física da população. O que é preciso para convencer as pessoas, no sentido de se tornarem pessoas mais saudáveis frente à toda essa sedução dos confortos da vida moderna. Qual é o mínimo de exercícios que deveríamos preconizar para que o indivíduo não fosse sedentário? Como não ser sedentário? Cientificamente, existe um nível de corte para isso, que é gastar 2.200 calorias por semana em atividades físicas. Isso significa o quê?

Em termos mais simples, fazer 30 minutos por dia de atividades físicas, coisa que, com certeza, está ao alcance de todo mundo por mais atribulada que seja a vida, por mais profissionalmente ocupado o indivíduo seja e mesmo por menos tempo que ele tenha, é inadmissível que ele não possa dedicar 30 minutos por dia à sua saúde. Agora, fazer isso computando tudo o que ele faz como atividade ocupacional energética, não apertando um botão, mas reagindo, muitas vezes, a esses confortos da vida moderna. Essa é a proposta.

E mudar hábitos, que é o desafio maior; adotar novas propostas. Que propostas poderiam ser estas? Poderíamos aumentar o gasto calórico médio, por exemplo, adotando propositadamente algumas alterações de hábitos. Vou, em seguida, mostrar a razão de, por exemplo, descermos do elevador dois andares antes, ou seja, subir ou descer dois andares de escada, dispensar o interfone, que são prerrogativas que não vão comprometer a nossa eficiência no trabalho, nas nossas atividades ocupacionais, mas que vão, em uma somatória de ações, acabar contribuindo para que consigamos aquelas 2.200 calorias por semana, que seria a soma de tudo aquilo que possa ser representado por gasto de energia. Os 30 minutos vão incluir os minutos que você estiver subindo ou descendo escada, os minutos que você estiver andando, se deslocando de um lugar para o outro e, portanto, reagindo aos confortos da vida moderna.

Percebe-se que propositadamente, quando se vai a um “shopping”, que a maioria procura a vaga mais próxima da entrada do elevador para estacionar o carro. É quase que uma tentação irresistível achar a “pole position” ao lado do elevador para estacionar o carro. O indivíduo fica dando voltas e voltas no estacionamento do “shopping” porque parar a 50 m do elevador, nem pensar. É muito melhor ficar, às vezes, 10 minutos disputando uma vaga bem ao lado da entrada, muitas vez com uma disputa física, porque quando o indivíduo embica o carro e o outro vem dando ré para tomar a vaga dele, se não tiver alguém para intermediar, acaba saindo até uma agressão física de um para outro, sendo na realidade uma situação ridícula, porque a 50m ou menos está cheio de vagas disponíveis. Mas andar 50m em estacionamento de um “shopping” parece uma coisa inadmissível, como parece inadmissível usar uma escada convencional.

Essa foto tirei ontem em um “shopping” de São Paulo; no mesmo momento, vocês vêem que tem uma escada rolante e uma escada convencional. Vejam se tem alguém subindo pela escada convencional e fila para subir na escada rolante. Para economizar o quê? Um andar, para economizar calorias que você poderia estar gastando, subindo pela escada convencional. Não vale nem argumento do indivíduo que é deficiente, que tem dificuldade de locomoção, porque esse não pode usar escada rolante. Teria que usar elevador. A escada rolante é o recurso do preguiçoso. Infelizmente, a verdade é essa.

Será que isso é significativo? Vejam o quanto significa subir um andar pela escada rolante e quanto você poderia estar economizando, digamos assim, ou contabilizando de energia. Quando se sobe um andar pela escada, gasta-se cinco calorias; quando desce, 2,5. Então, quem não gosta de subir, pelo menos desça; para baixo todo santo ajuda. Contabilize isso e várias outras ações que podemos, com toda certeza, implementar na vida. Não fica tão difícil assim deixar de ter a conotação pejorativa de sedentário.

Na verdade, existem várias propostas de mudanças de hábito de vida. Podemos, ao procurar uma condução, andar um pouquinho a mais para pegá-la; resgatar hábitos abandonados, como lavar o carro no final de semana, trabalhar no jardim ou, talvez, aquilo que seja mais acessível de tudo e mais fácil de ser adotado, que é resgatar o hábito de caminhar. Ainda me lembro de um hábito de cidades do interior de São Paulo, não sei se ainda há, que é o hábito de andar na praça.

Para quem é do interior, com certeza vai lembrar do nome “footing”, que era um passeio pela praça, onde se tinha a percepção que homens caminhavam em um sentido e as mulheres em outro, para um encontrar de frente com o outro e, às vezes, começava um relacionamento. Quem é que faz “footing” em São Paulo, hoje? Ninguém sabe o que é isso. Lógico, é difícil, onde está a praça com segurança, o coreto com a banda tocando, não há. Mas achar um lugar para fazer uma caminhada com a esposa, com o filho, com o namorado, com quem quer que seja, não vai ser uma tarefa absolutamente impossível. Quem quiser, por exemplo, sai com o cachorro para passear, porque o cachorro pode impor algum respeito, dar alguma segurança, para não caminhar totalmente vulnerável. Mas tem aquele que vai dizer que não tem cachorro. Tudo bem, o que faz? Leva a sogra, por exemplo, no lugar do cachorro e aí você tem uma vantagem, porque a sogra geralmente fala muito, sai correndo atrás do indivíduo e ele vai andar até um pouco mais acelerado e gastar um pouco mais de calorias do que faria em uma caminhada natural.

Desculpem a brincadeira, mas acho que a mensagem fundamentalmente é essa e, talvez, o termo que devemos usar é para convencer as pessoas para serem ativos. É promoção da saúde, reagindo aos confortos da vida moderna. Acho que esta é uma proposta que podemos, com toda a certeza, propagar e tem enorme repercussão do ponto de vista de saúde populacional.

Mais uma vez agradeço a oportunidade. Parabéns a todos nós biomédicos por esta oportunidade. Meus parabéns em nome da Escola Paulista de Medicina, da qual sou professor e que tenho muita honra de estar atuando há mais de 20 anos. Mais uma vez meus agradecimentos, minhas homenagens ao Dr. Abrahão, ao Dr. Sílvio, ao Deputado Lobbe Neto por esta oportunidade de todos nós estarmos aqui usufruindo e valorizando, no sentido de valorização de nossa classe. Muito obrigado pela atenção. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LOBBE NETO - PSDB - Agradeço as palavras do Dr. Turíbio Leite de Barros Neto, que falou sobre o tema fisiologia do exercício. Quero passar a palavra agora ao Dr. Gerola, assessor especial do Ministro da Saúde, Dr. José Serra.

 

O SR. ORLANDO GEROLA JÚNIOR - Bom dia a todos. Gostaria, em primeiro lugar, de agradecer o convite para participar, não só na semana comemorativa do Dia do Biomédico, como também parabenizar a organização, sobretudo da Conferência Regional de Biomedicina, que estará acontecendo dia 23 e 24 de novembro, na rua Frei Caneca. Também agradecer o convite do Dr. Abrahão, Sílvio Cecchi, meu amigo, companheiro de turma, Deputado Lobbe Neto. Quero ser absolutamente breve, até porque tenho horário para ir embora para Brasília, mas deixar basicamente uma mensagem.

Conversei com o Ministro Serra, antes dele viajar para o Qatar, onde aconteceu uma grande vitória da saúde pública mundial, sobretudo a nossa, mas dizer que quando fomos procurados no Ministério da Saúde pelo Darso, pelo Ney, o Ministério estava fazendo um grande levantamento nacional sobre o câncer cévico uterino e os biomédicos ficaram fora naquela ocasião.

Todo um trabalho foi feito a partir de então e eu queria compartilhar a todos aqui que na próxima busca dessas mulheres com essa doença, o biomédico está incluso nesta busca. Isto deve acontecer no primeiro trimestre de 2001. Portanto, os biomédicos estão aptos agora oficialmente no Ministério da Saúde para fazer esses exames de histologia esfoliativa. Acho que esta é uma grande notícia (Palmas.) que queria participar para vocês e dividir essa conquista junto com o Conselho Estadual, com o Conselho Federal, com o Sindicato e com o Deputado Lobbe Neto.

Deixo um abraço a todos vocês, parabéns a todos nós, como biomédico que sou, amanhã é o nosso dia e temos que levar adiante sempre a bandeira dos biomédicos. Acho que muito faz e muito ainda fará pela saúde pública do Brasil. Um grande abraço a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LOBBE NETO - PSDB - Obrigado às palavras do Dr. Gerola. Ele está de cabelo branco por causa de muito trabalho em Brasília, mas é jovem ainda.

Queria anunciar agora e dar a palavra ao Dr. Pedro Virgílio de Bellis, que é o Presidente da nossa Associação Paulista de Biomedicina.

 

O SR. PEDRO VIRGÍLIO DE BELLIS - Bom dia a todos. Excelentíssimo Deputado, colega, Dr. Lobbe Neto, as demais autoridades, colegas do CRBM e da Associação Paulista de Biomedicina, meus colegas de profissão, convidados, meus futuros colegas aqui na galeria, minhas senhoras e meus senhores, comemorar o Dia do Biomédico é, sem dúvida, para nós viver com alegria e satisfação todos os nossos momentos de luta e diria até de abnegação de todos, que quando da regulamentação da profissão não mediram esforços para que a cada momento o profissional biomédico se tornasse ainda mais reconhecido na área da saúde.

Hoje, com toda a certeza e com todo orgulho podemos dizer que o biomédico é, sem dúvida, um profissional qualificado a serviço da saúde por todas as nossas conquistas profissionais, por toda qualificação profissional.

Acabamos de assistir à explanação brilhante do nosso colega, Dr. Turíbio, que é um dos exemplos dos profissionais biomédicos renomados e citaremos, sem dúvida, muitos e muitos outros colegas.

Nossa luta continua e vai continuar para sempre. Entendemos e estamos certos que o biomédico deve fazer parte do quadro de cargos e carreiras das Forças Armadas e não mediremos esforços para atingir tal objetivo. Uma profissão forte, só é forte de fato se tiver uma associação de classe forte. Meses atrás, recebi a incumbência de presidir a Associação Paulista de Biomedicina, que com a ajuda inestimável do Conselho Regional de Biomedicina, 1ª Região, particularmente do nosso Presidente Marco Antônio Abrahão, que aliás foi um dos pioneiros na luta para a regulamentação da nossa profissão, ao lado do Dr. Sílvio Cecchi, Dr. Ricardo Cecílio, Dr. Ney Piroselli, ao qual tenho o privilégio de ser amigo e sócio, com certeza tornaremos a nossa categoria cada vez mais reconhecida.

Gostaria de agradecer de maneira especial o Deputado Lobbe Neto, o qual temos o prazer de tê-lo como colega de profissão e amigo, por ter criado o Dia Nacional do Biomédico e ter sido o idealizador desta sessão solene.

Um agradecimento especial também ao Presidente desta Casa, Deputado Walter Feldman, que nos cedeu este plenário para comemorar um dia tão especial para todos nós e termino invocando a proteção divina de Deus Todo-Poderoso sobre todos os biomédicos para que nos ilumine no dia-a-dia do exercício da nossa profissão e a vocês futuros profissionais para que cada vez mais elevem a nossa profissão. Obrigado a todos, que Deus os abençoe e parabéns a todos nós biomédicos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LOBBE NETO - PSDB - Agradecemos a palavra do Dr. Pedro Virgílio de Bellis, Presidente da nossa Associação Paulista de Biomedicina.

Assistiremos agora a cerimônia de lançamento do carimbo comemorativo ao Dia do Biomédico com a presença do Sr. representante dos Correios, Carlos Athayde.

Tem a palavra o Sr. Carlos Athayde.

 

O SR. CARLOS HELCIAS ATHAYDE - Excelentíssimo Sr. Deputado Lobbe Neto, Dr. Sílvio José Cecchi, Dr. Marco Antônio Abrahão, Dr. Pedro Virgílio de Bellis, demais autoridades, senhoras e senhores, bom dia.

É uma grande satisfação para a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos participar da comemoração alusiva ao Dia do Biomédico, data que representa uma conquista desse valoroso profissional na luta pelos seus direitos legais. Sabemos o quanto é importante e nobre a missão de preservar vidas, vidas que por muitas vezes dependem do diagnóstico inicial da análise precisa e competente do biomédico.

Por isso, os Correios, como uma empresa cidadã, presente em 100% do território nacional, presta a sua contribuição divulgando o aniversário dos profissionais de biomedicina através da filatelia com o lançamento de um carimbo postal comemorativo. Colecionadores do mundo inteiro poderão, a partir de agora, receber em peças filatélicas e correspondências marcadas com este carimbo, que estará divulgando todo o significado desta carreira, suas lutas, conquistas e, principalmente, o seu inestimável trabalho.

Nesta oportunidade, quero parabenizar todos aqueles que foram os responsáveis pelas grandes realizações efetivadas durante a trajetória para o reconhecimento desta profissão e desejo que possamos comemorar grandes e novas conquistas brevemente.

Convido, então, para o lançamento do carimbo postal ao Dia do Biomédico o Deputado Lobbe Neto, bem como para receber a réplica do carimbo. (Palmas.)

Quero convidar também o Dr. Sílvio José Cecchi, Presidente do Conselho Federal de Biomedicina, convidamos agora o Dr. Marco...

Convidamos agora o Dr. Marco Antonio Abrahão, Presidente do Conselho Regional de Biomedicina. (Palmas.)

Agora o Dr. Pedro Virgílio de Bellis, Presidente da Associação Paulista de Biomedicina. (Palmas.)

Gostaria de convidar um dos universitários que estão na platéia para vir obliterar o carimbo. Podem ser dois.

 

O SR. PRESIDENTE - LOBBE NETO - PSDB - Quero agradecer a presença do Deputado Federal Ricardo Izar, que passou por aqui e deixou um abraço a todos os biomédicos. Ele tem um compromisso em uma TV e já teve que se deslocar para lá.

Dr. Turíbio, o senhor já fez escola, eles chegaram correndo. (Palmas.)

Agradeço ao Sr. Carlos Athayde, funcionário dos Correios e Telégrafos. Agradecemos a todos os funcionários dos Correios aqui presentes. Uma salva de palmas aos Correios do Brasil. (Palmas.)

Tem a palavra o nosso amigo e Dr. Marco Antonio Abrahão. Antes, porém, quero saudar e cumprimentar todas as mulheres aqui presentes e a Dra. Cristina, esposa do Sr. Abrahão. (Palmas.)

 

O SR. MARCO ANTONIO ABRAHÃO - Muito bom dia, senhoras e senhores, membros da mesa, meus caros colegas, meus amigos acadêmicos, futuros colegas, é sem dúvida, para nós que dirigimos o conselho regional que tem a maior concentração de biomédicos do Brasil um orgulho e uma satisfação muito grande por poder perceber de fato a evolução da nossa categoria.

Nós, que iniciamos os trabalhos para que hoje podemos estar ocupando os cargos que hoje estamos ocupando, temos a certeza da evolução de tudo aquilo que já conquistamos, tendo como origem tudo aquilo que era numa época difícil e que almejávamos. Então, tenho esta possibilidade de fazer um levantamento e uma análise precisa do quanto evoluímos não só na organização, mas na parte técnica e na parte científica em que hoje somos respeitados. Aqui estamos nesta Casa, exatamente porque temos um colega e que esteve sempre ao nosso lado, o Deputado Lobbe Neto, que sempre nos ajuda e nos apoia em todos os eventos.

Hoje, senhores, estamos fazendo exatamente o que? Estamos hoje iniciando e comemorando o dia 20, o Dia do Biomédico. Mas, por que dia 20? O que é o dia 20? Para aqueles que não conhecem a nossa história, o dia 20 de novembro de 1985 foi o dia em que o Supremo Tribunal Federal colocou ordem onde o Congresso Nacional tinha provocado uma das maiores injustiças com a nossa categoria, ou seja, restringindo a nossa atividade profissional a apenas alguns colegas que se formariam ou que teriam entrado em determinado ano. Por exemplo, quem teria entrado até julho de 83, ou quem teria se formado a partir dessa data.

Era realmente uma inconstitucionalidade porque a Constituição Brasileira não permite que haja privilégio de indivíduo para indivíduo dentro de uma mesma categoria e nós, naquele momento sofremos isso por forças de outras profissões muito mais velhas e corporativistas, um corporativismo doentio e covarde que era imposto aos jovens biomédicos que acreditaram no governo federal, que fizeram um curso que na verdade foi instituído pelas instituições federais. Suportamos tudo isso, vencemos e aqui estamos. Então, eu queria vocês soubessem exatamente o por que do dia 20. O dia 20 é um dia que mostra para nós o que realmente nós somos, a luta e o trâmite de toda aquela dificuldade e isso tem de ficar gravado e respeitado por todos nós.

Senhores, estamos organizando a 1ª Conferência Regional e para isso contamos com o apoio não só da nossa categoria, mas das empresas que confiaram. Por que confiaram no nosso trabalho? Porque conhecem e sabem o que representamos hoje no mercado e falo isso com conhecimento e com convicção porque como presidente do Conselho Regional tenho ali os assentos e os registros dos maiores e melhores laboratórios do nosso conselho. E por que estão registrados lá? Estão registrados lá porque os responsáveis técnicos são biomédicos e, portanto, têm de ser respeitados, respeitados por toda a sociedade pelos serviços que fazem.

Ainda, senhores, neste momento, gostaríamos de deixar o nosso mais veemente protesto pela luta que temos feito tentando conseguir o nosso lugar no Ministério da Defesa. Há anos estamos pleiteando que hoje o Ministério da Defesa, antigo Ministério das Forças Armadas, em que estão a Marinha, Aeronáutica e o Exército, que ainda por uma modificação interna em seu regimento não permite que os biomédicos desenvolvam o seu trabalho.

Quero lembrar ainda que o direito mais nobre de um homem é o direito ao trabalho e este direito é negado aos biomédicos por um corporativismo, volto a dizer, frio, duro e covarde. Acho que a sociedade não pode ficar privada de profissionais do nível da nossa categoria, porque quem será beneficiado com isso será a sociedade brasileira pois terá na disputa um número maior de profissionais e com certeza a sociedade seria a grande vitoriosa. Por isso peço aos senhores que nos ajudem nessa caminhada e esta é apenas mais uma das dificuldades que temos. Se levarmos em consideração o tempo da nossa categoria, já fizemos muito, mas sabemos que este muito é quase nada por tudo aquilo que precisamos. Mas só vamos conseguir fazer o que precisamos quando chegarmos aonde precisamos chegar se estivermos sempre juntos e unidos.

A vocês, que confiaram em nosso trabalho, os nossos sinceros agradecimentos. Para encerrar, quero prestar uma homenagem ao meu amigo e colega, o Deputado Lobbe Neto, e gostaria que estivesse aqui para receber uma placa aonde procuramos espelhar e dizer-lhe sobre o nosso sentimento: “Deputado Lobbe Neto, conquistas são alcançadas a partir de iniciativas de líderes. Agradecemos a V.Exa. pelo empenho na instituição do Dia do Biomédico, 20 de novembro. Lei nº 6.132, de 27/5/ 1988, Conselho Regional de Biomedicina”. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LOBBE NETO - PSDB - Agradeço as palavras do Dr. Abrahão, este grande amigo com quem aprendemos a admirá-lo pelo seu trabalho e pela sua luta em prol da nossa profissão e da nossa categoria.

Quero agradecer também esta homenagem. Vocês, merecem muito mais. E viva os estudantes que serão o futuro da Biomedicina no Brasil! (Palmas.)

Tem a palavra o Presidente do Conselho Federal de Biomedicina, Dr. Sílvio José Cecchi.

 

O SR. SÍLVIO JOSÉ CECCHI – Bom-dia e obrigado. Saudações biomédicas para todos nós.

Quero agradecer o convite do Dr. Marco Abrahão, nosso amigo antigo, e parabenizá-lo por esta iniciativa e pela conferência, e quero parabenizar o nosso colega Lobbe Neto. Fica difícil temos que aproveitar essas oportunidades para parabenizar e dizer ao Lobbe que antes de Deputado, ele é biomédico e que na época ruim, no início da nossa aflição quando a profissão não era regulamentada, muitos biomédicos negavam ser biomédicos, tinham vergonha e o Lobbe nunca fugiu disso, ele nunca fugiu de suas origens. É por isso que ele tem o maior prazer em falar, o biomédico e Deputado Lobbe Neto. Este dia, que para nós é um dia só alegre, é um dia só de comemoração, quero dizer muito obrigado ao Deputado Lobbe Neto por tudo o que ele tem feito pela nossa profissão durante todos esses anos.

Quero aproveitar para dizer aqui, que estamos olhando aqui - e sem querer ofender- vemos a velha guarda e a jovem guarda. A velha guarda inclui o pessoal daqui de cima, que são os grandes responsáveis por estarmos aqui hoje, porque passamos por uma situação meio difícil, o nosso curso poderia ser até extinto. E graças a esses biomédicos aqui, estamos hoje comemorando o “Dia do Biomédico”.(Palmas.)

Fica difícil falarmos de todo mundo, mesmo porque não enxergamos mais direito, mas queria em nome de todos os que estão aqui, - acho, que o mais velho aqui, da turma mais antiga, é o Dr. Tartuce, não? Então, quero homenagear o Dr. Tartuce, em nome de todos os outros biomédicos que trabalharam muito pela profissão e que faz com que tenhamos um orgulho muito grande em ser biomédico. (Palmas.)

Também quero homenagear as esposas do Dr. Tartuce e do Dr. Abrahão, porque as esposas e os esposos porque sofreram muito também naquela época e ajudaram muito o pessoal biomédico. Quero aproveitar também para falar dos funcionários da Biomedicina porque acho que há alguns funcionários que sofreram mais do que a gente e que trabalham desde aquela época e posso nomear aqui a Beth, a Iraci, a Luciana, que está lá em Ribeirão Preto, e dizer o nosso muito obrigado, porque foi um pessoal que colaborou muito conosco. (Palmas.)

Aos futuros colegas biomédicos e ficamos felizes em ver aqui a Unisa - Santo Amaro, uma das pioneiras, junto com Mogi, Ribeirão Preto e a Escola Paulista de Medicina que foram uma das primeiras escolas de Biomedicina e que lutaram muito, há mais de 20 anos. Ficamos felizes em ver, por exemplo, a Uniban, uma escola nova, mostrando que se naquela época o pessoal falava que a Biomedicina era a profissão do futuro, hoje, podemos falar com certeza que é a profissão do presente. Parabéns, vocês escolheram a profissão certa!

Hoje, não é dia de falarmos sobre as nossas brigas do passado e nem das futuras, apesar que temos muitas brigas ainda, mas aproveito para falar porque há os coordenadores de cursos aqui, porque normalmente esses cursos são de universidades ou centros universitários, aonde têm outros cursos e tem o curso de Biologia para que esse pessoal trabalhe junto conosco e para deixar bem claro em casa que análises clínicas não tem nada a ver com biólogo, e que Biologia e Biomedicina são bem diferentes. (Manifestação nas galerias.)

É uma das lutas que estamos tendo aqui e todos os biólogos que estiverem invadindo a nossa profissão e a nossa área serão processados. O Gerola, biomédico do Ministério da Saúde, tem nos ajudado muito, mas infelizmente não está aqui. Ele falou da Citologia Esfoliativa, que é uma área que estamos atuando há bastante tempo, já dominamos o mercado e éramos perseguidos pela classe médica. Ele disse aqui que colocando o biomédico neste projeto programa do Ministério da Saúde para controle do câncer do colo uterino das mulheres no Brasil, colocando o biomédico, o farmacêutico, o bioquímico e o médico, acho que dá toda a garantia de uma área que também já tomamos conta.

Muito obrigado pelo convite de poder estar aqui e logo depois estaremos aqui para batermos um papo. Aproveito para fazer uma propaganda, na homepage do Conselho de Medicina tem toda a legislação e, inclusive, tem a foto de vocês que participaram da “Interbio”. Mandaram-me fotos e tem fotos de todas as escolas. O endereço é www.cfbiomedicina.hpg.com.br. Podem acessar porque vocês vão gostar. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - LOBBE NETO - PSDB - Agradeço as palavras do Dr. Sílvio José Cecchi, o nosso Presidente do Conselho Federal de Biomedicina.

Os assessores aqui dos Correios informam que o carimbo comemorativo alusivo à data do biomédico, dia 20 de novembro, ficará à disposição do correio, aqui no subsolo desta Casa, para carimbar todas as correspondências seladas até o final deste mês.

Diante de todos os depoimentos, de todas as presenças nesta solenidade só posso sentir-me mais honrado em ser membro desta comunidade de profissionais brilhantes.

A Biomedicina, profissão regulamentada desde 79, tem um amplo leque de atuações. Poucos sabem, mas hoje não há um só projeto científico de grande importância que não tenha um biomédico à frente de todas as atividades. É o caso do Projeto Genoma Humano, genética da reprodução e da clonagem tão em moda hoje. Mas as possibilidades do biomédico não param por aí, a atuação do biomédico abrangem as áreas de imagem, acupuntura, patologia clínica, pesquisa, assessoria científica em indústria, incluindo os departamentos comercial, de produção, de controle de qualidade e de vendas. Temos ainda os bancos de sangue, radiologia, informática, fisiologia e tantos outros. Mas a nossa luta ainda continua pela ampliação de espaços no mercado de trabalho.

A reunião de todos vocês me faz crer que alcançaremos vôos mais altos através da união de todas as nossas forças. Precisamos reciclar conhecimentos, formar mais e melhores profissionais, investir na universidade e na proximidade da escola com os profissionais em favor da nossa classe. Creio que o primeiro neste sentido está sendo dado através da solenidade e da programação da I Conferência Regional de Biomedicina que acontecerá aqui em São Paulo nos próximos dias 23 e 24 no Shopping Frei Caneca.

Convido a todos para comparecerem à continuidade deste evento, que foi brilhantemente organizado pelo Conselho Regional de Biomedicina através do Dr. Abrahão, ao qual peço uma salva de palmas a este grande batalhador (Palmas.); pela Associação Paulista, através do Dr. Pedro ao qual também peço uma salva de palmas (Palmas.); e ao Dr. Sílvio, representante do nosso Conselho Federal.(Palmas.)

A nossa categoria poderá e pode ser mais unida. Tivemos uma grande união no ato da sua regulamentação e agora, quem sabe, daqui para a frente, para entrarmos definitivamente cada vez mais no mercado de trabalho.

Agradeço a todos pela presença, principalmente, aos grandes biomédicos do futuro, vocês, nossos universitários. (Manifestação nas galerias.)

Convido a todos, através do convite do Dr. Abrahão, do Dr. Sílvio e do Dr. Pedro, para que juntos possamos tomar um cafezinho na Sala Nobre da Presidência da Assembléia Legislativa, que o nobre Deputado Walter Feldman, nosso Presidente, cedeu- nos gentilmente.

Agradeço a todos pela presença, fiquem com Deus!

Está encerrada a sessão, um abraço. (Palmas.)

 

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  - Encerra-se a sessão às 12 horas.

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