13 DE NOVEMBRO DE 2006

040ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AOS “60 ANOS DO SESC - SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO”

 

Presidência: SIMÃO PEDRO e VICENTE CÂNDIDO

 

Secretário: JOSÉ ZICO PRADO


DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 13/11/2006 - Sessão 40ª S. SOLENE  Publ. DOE:

Presidente: SIMÃO PEDRO/VICENTE CÂNDIDO

 

HOMENAGEM AOS "60 ANOS DO SESC - SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO"

001 - SIMÃO PEDRO

Assume a Presidência e abre a sessão. Informa que esta sessão solene foi convocada pela Presidência efetiva, a pedido dos Deputados Simão Pedro e Vicente Cândido, com a finalidade de homenagear os "60 anos do Sesc - Serviço Social do Comércio". Anuncia as autoridades presentes. Convida a todos para, de pé, ouvirem a execução do Hino Nacional. Anuncia a apresentação de vídeo institucional do Sesc.

 

002 - MARIA PAULA GONÇALVES DA SILVA

"Magic Paula" - Esportista, discorre sobre a importância do Sesc para sua vida de atleta e destaca as atividades da instituição para todas as camadas da sociedade.

 

003 - TOM ZÉ

Cantor e compositor, faz comentários irônicos sobre o tratamento dado à cultura no Brasil.

 

004 - PAULO TEIXEIRA

Vereador à Câmara Municipal de São Paulo, fala sobre a necessidade da reforma tributária, mas que haja uma diferenciação para as entidades que promovem a cultura como o Sesc.

 

005 - VICENTE CÂNDIDO

Assume a Presidência.

 

006 - DANILO SANTOS DE MIRANDA

Diretor regional do Sesc, narra a história do Sesc nestes 60 anos de existência.

 

007 - Presidente VICENTE CÂNDIDO

Comunica o recebimento de várias mensagens relacionadas ao evento.

 

008 - EUCLIDES CARLI

Presidente em exercício da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, fala sobre as atividades do Sesc, que configuram o melhor caminho para a cidadania.

 

009 - SIMÃO PEDRO

Faz entrega de placa comemorativa do evento. Diz que o Sesc tornou-se um dos principais sistemas de desenvolvimento social do mundo, atendendo a sociedade brasileira em cultura, educação, saúde, alimentação, esporte e lazer.

 

010 - SIMÃO PEDRO

Assume a Presidência.

 

011 - VICENTE CÂNDIDO

Fala como usuário do Sesc, quando comerciário. Destaca a importância da entidade como fornecedor de cultura e lazer para a população.

 

012 - Presidente SIMÃO PEDRO

Agradece a todos que colaboraram para o êxito da solenidade. Encerra a sessão.

 

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O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Convido o Sr. Deputado José Zico Prado para, como 2º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da Ata da sessão anterior.

 

O SR. 2º SECRETÁRIO - JOSÉ ZICO PRADO - PT - Procede à leitura da Ata da sessão anterior, que é considerada aprovada..

 

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O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Sob a proteção de Deus iniciamos os nossos trabalhos.

Neste momento passo a nomear as autoridades que compõem a Mesa: Sr. Presidente. Euclides Carli, Presidente em exercício da Federação e Centro do Comércio dos Conselhos Regionais do Sesc e do Senac do Estado de São Paulo; Sr. Danilo Santos de Miranda, Diretor Regional do Serviço Social do Comércio - Sesc - no Estado de São Paulo; Deputado Vicente Cândido, co-autor desta iniciativa da Sessão Solene, juntamente com esta Presidência. Quero agradecer as presenças dos Srs. Roberto Arutim, Secretário de Industria, Comércio e Agricultura, representando o Prefeito de Barretos, Emanuel de Carvalho; Sr. Cezar Roberto Leão Granieri, representando Dr. Carlos Nuzman, Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro; cantor e compositor Tom Zé; Maria Paula Gonçalves da Silva, a Magic Paula, do Basquete; Audálio Dantas, vice-Presidente da Associação Brasileira de Imprensa; Sr. Michael Adonia Moscovici, Cônsul para os Assuntos Políticos e de Imprensa da Alemanha; Vereador João Virgílio, representando o Presidente da Câmara Municipal de Taubaté, Vereador Henrique Nunes; Mohamed Hussein El Zoghbi, Diretor Executivo da Federação dos Mulçumanos do Brasil; Sra. Wilma Motta, vice-Presidente do Instituto Sérgio Motta; Arquiteto Edson Jorge Elito, Diretor do Instituto de Arquitetos do Brasil; Sra. Eliana Michi, representando o Sr. Sebastião Misiara, Presidente da União dos Vereadores do Estado de São Paulo; Sr. Aníbal Massaini Neto, Produtor Cinematográfico; senhores Diretores da Federação e do Centro do Comércio do Estado de São Paulo; senhores Conselheiros; senhores Superintendentes; senhores Gerentes do Sesc e do Senac; Vereador Beto Custódio, da Câmara Municipal de São Paulo; Sr. Jean Martin Tidori, Adido de Cooperação e Ação Cultural do Consulado Geral da França em São Paulo; Srs. Deputados; minhas senhoras e meus senhores, esta Sessão Solene foi convocada pelo Presidente desta Casa, Deputado Rodrigo Garcia, atendendo solicitação deste Deputado e do Deputado Vicente Cândido,m com a finalidade de comemorar os 60 anos do Sesc - Serviço Social do Comércio.

Convido todos os presentes para, de pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, interpretado pela cantora Paula Lima, acompanhada pelo violonista Valmir.

 

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- É entoado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - A Presidência agradece à cantora Paula Lima e ao violonista Valmir por esta beleza de interpretação.

Assistiremos agora a um vídeo de cinco minutos, para o qual peço a atenção de todos vocês.

 

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- É feita a apresentação de um vídeo.

 

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O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Esta Presidência gostaria de anunciar a presença do nobre Deputado Palmiro Mennucci e do nobre Vereador Paulo Teixeira, da Câmara Municipal de São Paulo, eleito Deputado Federal.

Esta Presidência concede a palavra à Sra. Maria Paula Gonçalves da Silva, Magic Paula.

 

A SRA. MARIA PAULA GONÇALVES DA SILVA - Por meio do meu querido Danilo Miranda, cumprimento a todos da Mesa e, de antemão, quero agradecer a oportunidade de estar aqui representando a comunidade desportiva brasileira, em nome de quem cumprimento o Sesc pelos 60 anos tão bem vividos.

Eu poderia ficar a noite toda aqui falando do Sesc, buscando todas as palavras do dicionário que combinassem com o que penso a seu respeito.

Que coisa boa ter oportunidade de conviver com o Sesc! Que energia positiva, sabedoria! Quanta credibilidade, seriedade, competência, carisma, compromisso, bem-estar, simplicidade, qualidade de vida, carinho, referência, transparência, parceria!

Sempre acreditei que estamos nesta vida para aprender, trocar informações, procurando nos relacionar, errar, acertar. Enfim, a vida é um eterno aprendizado, e eu quero poder ter sempre a chance de aprender com vocês. Aprender a, cada dia, ser mais forte, mais empreendedor para construir um país melhor, sem culpar quem quer que seja. Simplesmente batalhar para o desenvolvimento cultural, pela educação ambiental, pela redução da desigualdade, pelo cuidado com a terceira idade, pelo despertar do portador de necessidade especial, a consciência com o esporte.

Como eu gostaria de ter um pouquinho do talento de vocês para ter a sensibilidade do que o mundo precisa. O Sesc nos mostra a cada dia como é simples fazer. Quero aprender como fazer tão bem feito.

Tenho orgulho de fazer parte da família do Sesc e, nesta noite, quero pedir um favor: estar sempre por perto, se assim me permitirem. Parabéns!

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Esta Presidência concede a palavra ao compositor e cantor Tom Zé.

 

O SR. TOM ZÉ - Primeiro quero apresentar aos senhores o representante da “Folha de S.Paulo” aqui presente e seu fotógrafo. Vocês que são da profissão ajudem-me. (Pausa.) Não estão aqui presentes. O representante da TV Globo, seu repórter (Palmas.) O representante do jornal do “Estado de S.Paulo”, o do “O Globo”, do Rio de Janeiro? (Palmas.) Se eles não vieram é porque o Sesc não presta. Então, é melhor acabar logo com essa porcaria.

Vejam vocês os problemas que esse Sesc causa às instituições do País. “Quo usque tandem abutere, o Senado, patientia nostra?”

O que acontece é o seguinte: esse diabo desse Sesc orienta milhões de pessoas a adquirir um pouco de dignidade. Isso é um perigo. Dignidade é um perigo. A pessoa é condenada, neste país, a sair de casa, passar oito horas num ônibus, 16 horas no trabalho, voltar oito horas em ônibus, assistir àquelas novelas, àquela filosofia do crime de Hollywood e dormir para sair no dia seguinte suando todo. O Sesc quebra essa corrente e começa a instruir a pessoa devagarinho a ser cidadão, a se preocupar com a coletividade e tal. Então, vamos acabar com isso, isso não presta. Isso é perigoso, vamos acabar com isso.

Vocês senadores estão enforcando culturalmente seus próprios filhos. Com que facilidade esse projeto passou no Senado! Que coisa simples!

Como disse a Fernanda Montenegro, mexer num negócio desse é mexer na nossa dignidade de povo. Mas isso não faz mal nenhum. Vamos lá, corta esse negócio, acaba com esse Sesc que isso dá problema para a nação, é o mesmo que inteligência. Inteligência não se deve desenvolver, porque inteligência faz crescer o tamanho do cérebro. E, crescendo o tamanho do cérebro, começa a aparecer Jesus Cristo e Fidel Castro por todos os lados, e isso é um perigo, vamos acabar com isso.

Não quero fazer como o Padre Antônio Vieira no Sermão para São Benedito, aquela famosa “reductio ad absurdum”. Toda vez que vez que faço um “reductio ad absurdum” em música, ninguém entende e acabam pensando que estou falando para o outro lado. Mas aqui é inevitável dizer essas coisas e, como sempre, desorganizadamente, terminando pela metade e oferecendo agora a vocês novamente isso aqui. Vocês mandem para a “Folha de S.Paulo”, mandem para a televisão. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Obrigado, Tom Zé.

Tem a palavra o nobre Vereador Paulo Teixeira, para fazer uma saudação ao Sesc, uma instituição muito presente na vida da cidade de São Paulo, nossa Capital. A Câmara Municipal concedeu o Título de Cidadão Paulistano ao Danilo Miranda e, por solicitação do Vereador Paulo Teixeira, vai outorgar uma salva de prata.

 

O SR. PAULO TEIXEIRA - Boa noite a todos. Ao fazer 60 anos, o Sesc dá uma enorme contribuição para o país, para sua cidadania, para o pensamento, para a consciência.

O Sesc tem conseguido dar uma coisa que o próprio país não tem conseguido dar. Como disse o Tom Zé, não podemos nivelar por baixo. Gostaríamos de nivelar e possibilitar que todo o brasileiro tivesse o mesmo que as pessoas têm ao conseguir acessar os serviços do Sesc. Por isso esperamos que o Congresso Nacional possa rever essa decisão dos nossos senadores que retiraram a contribuição do Sesc porque querem diminuir a tributação no Brasil. (Palmas.)

A reforma tributária poderia acontecer na medida em que tivermos mais gente contribuindo com uma massa menor de impostos, quando tivermos a capacidade de fazer uma tributação progressiva e não regressiva como é.

Queremos mais Sesc e menos alienação neste país. Por isso a nossa defesa intransigente desse patrimônio, que é um patrimônio do Brasil e que garantiu um bom passado, um bom presente e continuará garantindo um bom futuro.

Parabéns pelos 60 anos, essa idade gostosa, a melhor idade que o Sesc está vivendo e se Deus quiser possa viver muitos anos oferecendo um trabalho da melhor qualidade. Quero dar os parabéns a todos os servidores do Sesc. O Sesc consegue manter uma qualidade em toda a sua rede. Portanto, tem de continuar.

Quero parabenizar o Deputado Simão Pedro, o Deputado Vicente Cândido, proponentes dessa iniciativa e dar os parabéns a todo o corpo diretivo do Sesc, a todos seus servidores e um abraço fraterno ao meu querido Danilo Miranda. Um abraço a todos vocês. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Obrigado, Vereador Paulo Teixeira. Quero anunciar a presença do Sr. Alexandre Marucci, Prefeito de Gavião Peixoto; a diretoria do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, nas pessoas do vice-presidente João Carlos Bibo e dos secretários Antônio Roberto Martins e o Fernando Palmezan Neto; Professor Dr. Emerson Pires, Secretário Municipal e vice-Prefeito, representando neste ato o Sr. Newton Lima, Prefeito de São Carlos.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Vicente Cândido.

 

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O SR. PRESIDENTE - VICENTE CÂNDIDO - PT - Tem a palavra o Sr. Danilo Santos de Miranda. (Palmas.)

 

O SR. DANILO SANTOS DE MIRANDA - Senhoras e senhores, é com muita satisfação que participamos desta Sessão Solene com a finalidade de comemorar os 60 anos do Sesc por solicitação dos Deputados Simão Pedro e Vicente Cândido.

Deputados Simão Pedro e Vicente Cândido, que presidem coletivamente esta Sessão; Dr. Euclides Carli, presidente em exercício da Federação e Centro do Comércio e dos Conselhos Regionais do Sesc e do Senac, que neste ato representa o nosso Presidente Dr. Abram Szajman; Darcio Sayad Maia, que representa o nosso amigo Salgado, Diretor Regional do Senac; Conselheiro do Sesc, José Maria de Faria; Conselheiro do Senac, Marco Aurélio Sprovieri; Reinaldo Pedro Corrêa, Presidente do Sindicato de Tintas, Louças e Vidros de São Paulo; Antônio Martins Nogueira, Presidente do Sindicato do Comércio de Papelaria; Airton Nogueira, Presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Mogi; minha cara atleta campeã olímpica “Magic” Paula, que muito nos honrou com as suas palavras; meu caro Cônsul Geral Jean-Marc Gravier; meu caro Tom Zé e Neuza que aqui fez uma brilhante performance em defesa do Sesc; minha cara Paula Lima e Valmir, que apresentaram o Hino Nacional; Michael Adonia Moscovici, Cônsul para Assuntos Políticos e de Imprensa da Alemanha; meu caro Rafik Hussein Saab, presidente do Sindicato do Comércio de Madeira do Estado de São Paulo e membro do Conselho do Sesc; demais autoridades aqui presentes, artistas, amigos, esportistas, produtores, clientes, fornecedores e muitos dos colegas do Sesc aqui presentes, minhas senhoras e meus senhores, momentos de aniversário são momentos estranhamente elucidativos. Muita gente acha que depois de certa idade não seja mais preciso comemorar... talvez porque as velas que marcam os anos não caibam mais no bolo, talvez porque os engraçados docinhos já viraram uma coisa que engorda, ou talvez porque as línguas-de-sogra mais vigiam do que divertem...

Estas pequenas mudanças fazem a gente entender algumas coisas: que o tempo passa e transforma nossa relação com a sociedade. Se na infância, o corpo se lambuza do mundo, na maturidade as escolhas são mais serenas, pois nossa alma já aprendeu a se equilibrar.

As idades do Sesc

Com 60 anos, podemos dizer que o Sesc já é um senhor respeitado, que sua existência foi legitimada pela população. É também um parceiro confiável do Estado, que não guarda preferência por governos. Cumpre seu papel social, agindo com profissionalismo, ética e compromisso com os direitos humanos.

A sua maturidade o ensinou a dizer não, a se impor, sem deixar ninguém na mão por conta disso. Toda esta maturidade é fruto de sua herança - o Sesc é filho de empresários e políticos comprometidos com um Brasil moderno, desenvolvido e, sobretudo, igualitário.

Este Sesc maduro não esqueceu seu DNA, e expressa um Brasil onde todos possam ter qualidade de vida e promoção social. Mas, paradoxalmente, este Sesc maduro convive com um Sesc criança. Um Sesc que pulula uma inquietude, uma paixão lambuzada de presente, um brilho nos olhos, afã do vir a ser.

A gente vê que o Sesc tem uma meninice sadia, fruto da diversidade que fermenta o novo. Pois o que corre nas suas veias não é sangue, mas é a cultura, algo que não envelhece enquanto for diversa. Nós, como gestores do Sesc, estamos sempre atentos a estas duas idades dele.

Recordação - Queria pedir licença a todos para fazer desta homenagem este minuto de reflexão. No fundo, quando a gente recorda e observa estas imagens do vídeo, elas nos ajudam a reafirmar a identidade do Sesc e lembrar de sua missão em nosso país. Gostaria de falar um pouco sobre estas duas idades do Sesc - a maturidade e a meninice.

A Maturidade: herança histórica - Começo pela construção da maturidade, a sua herança histórica, seu pacto social com a modernidade, a democracia e os direitos humanos:

Nos idos dos anos 40, emergia a cultura humanística na literatura, as artes sentiam o eco da Semana de 22 e foram cunhadas as bases para o pensamento sociológico brasileiro com Gilberto Freyre, Caio Prado Jr. e Sérgio Buarque de Holanda. Capanema reformulava o ensino em todo o país, momento contemporâneo à criação da UNE, União Nacional dos Estudantes. Nascia a revista de estudos brasileiros "Cultura Política" e vários jornais, a exemplo do "A Manhã", além do memorável Repórter Esso. No campo da indústria, era criada a Companhia Siderúrgica Nacional, a Companhia Vale do Rio Doce e a Companhia Hidrelétrica de São Francisco, entre outras. Como numa enorme caldeira, o Brasil fervilhava  o desenvolvimento, a modernidade.

O ano que antecedeu o nascimento do Sesc foi marcado pelo final dos totalitarismos, da Era Vargas e da Segunda Grande Guerra. Também foi criada a Organização das Nações Unidas, em meio a uma enorme onda de redemocratização que varreu o mundo. Uma onda que derrubava ditaduras e impulsos imperialistas presentes na Europa e no Oriente.

Este foi o terreno fértil que nutriu o nascimento do Sesc: o processo de redemocratização do mundo e a caldeira que modernizava o Brasil.

O Sesc, desde cedo, se inflou deste fresco ar humanista que convocava o mundo para a "Declaração Universal dos Direitos Humanos". Um dos documentos básicos das Nações Unidas pela ética, pelo respeito, pela liberdade e pela paz foi assinado em 1948.

Em nossa São Paulo atenta às vanguardas, Mário de Andrade já anunciava, há alguns anos, a necessidade de retomar o que ele chamava de direitos imortais da sociedade. Nas palavras dele: "o abandono temporário de elementos do ser e da humanidade só prejudica e atrasa as formas novas da sociedade humana. Depois disso, então inteligência, cultura e o indivíduo retomarão de novo os direitos imortais [da sociedade]”.

Mário de Andrade foi visionário ao perceber que as idéias humanistas precisavam ser encarnadas em ações, em atitudes concretas. O Brasil só poderia crescer se investisse na distribuição da inteligência e da cultura, pois estes eram os bens que verdadeiramente formavam e formam a nação. Ele dizia: "Precisamos organizar os serviços, forçar a vitalidade dos museus e a criação de institutos culturais que ajam pelos processos educativos extrapedagógicos que cada vez mais estão se tornando os mais capazes de ensinar... são imprescindíveis igualmente os institutos culturais em que a pesquisa vá de mãos dadas com a popularização da inteligência".

Mário de Andrade rascunhava utopias no final dos anos 30. Utopias que o Sesc viria a realizar logo mais, transformando idéias humanitárias em ações. Tornou-se um lugar para desenvolver processos educativos extrapedagógicos, de vulgarizar e popularizar da inteligência, para usar as palavras do poeta. Se traduzirmos para as palavras de hoje: tornou-se um centro para a promoção social e a democratização da cultura.

O Perfil do Sesc Hoje - Hoje, em todo o Estado de São Paulo, somos 30 endereços, 15 na capital e 15 no interior do Estado, além do portal (o Sesc on line) e da emissora de televisão (o SescTV). Ao todo, somamos 3.500 funcionários e mais 4 mil empregos indiretos que oferecem para a população atividades e serviços nas áreas de cultura, esportes, atividade física, meio ambiente, alimentação, saúde, terceira idade e turismo, entre outras.

Somamos 1 milhão e 200 mil matriculados e um número atendimentos semanais que circula em torno de 300 mil nesta época do ano. Isto nos mostra que o Sesc é uma instituição viva, pulsante e presente no dia-a-dia da população.

A Meninice: a opção pela cultura - Todo este movimento mostra que a idade, para o Sesc, nunca foi sinônimo de obsolescência. Pois o Sesc trata de um bem que não se esgota nunca, que jamais envelhece ou morre. Ele trata do que amplamente chamamos de Cultura.

Chegamos aqui ao entendimento desta segunda idade do Sesc - a meninice, que renova a fonte de sua juventude na dinâmica cultural do país.

A cultura, como a língua de um povo, é viva e recriada a cada dia. Ela dá identidade para nós e cria sentido para as coisas. Nós só podemos conviver juntos, aqui, porque fazemos parte de uma mesma cultura. Se imaginarmos que um homem pode parecer sempre jovem se for congelado, podemos crer que a cultura tem uma dinâmica oposta: se for artificialmente congelada, ela envelhece e morre, sem deixar vestígios. Para não deixar a cultura congelar, é preciso injetar um tempero muito precioso nela: a diversidade.

É por isso que o tempo que o Sesc opera é o do presente, diversificando a cultura. Age e dialoga sempre com seu público, oferecendo o que é contemporâneo, o que é vanguarda, com um permanente compromisso com a diversidade. E não apenas a cultura que o Sesc apresenta é diversa. O público também é: crianças, jovens, adultos e idosos freqüentam o Sesc, assim como ricos e pobres, como analfabetos e doutores.

Quando as pessoas vão ao Sesc, é porque se reconhecem nele, sabem que encontram ali um respeito pelo diverso, pelo novo, pelo presente, pela língua que é falada no mundo de hoje. O Sesc só envelhecerá se ele deixar de ser cuidado, deixar de ser diverso.

Talvez este envelhecimento nos afete, por exemplo, com a criação de dois tipos de trabalhadores do comércio e de serviços, um com direitos e outro sem direitos. Isso desbota a nossa diversidade, a nossa meninice, da mesma forma que desalenta a nossa maturidade, nossa militância pelos direitos iguais.

Gostaríamos muito que o Sesc continuasse sendo cuidado não só pelos seus funcionários e por seu 1 milhão e 200 mil matriculados, mas também por todos os representantes políticos e pela legislação brasileira.

O Sesc sempre viveu em tensão com o presente. Quando o presente mudava, ele também mudava. Isto demonstra uma vigorosa cumplicidade com a sociedade brasileira, com o desenvolvimento do país. Nosso esforço sempre foi este ao longo da história e acho oportuno esclarecer que o Sesc sempre agiu com excelência, sempre foi um imposto bem utilizado para beneficiar o trabalhador e sua família.

A História do Sesc - Lembremos que nos anos 40, as deficiências de saneamento básico das cidades brasileiras e a incidência de doenças endêmicas, como a tuberculose, colocavam em risco a força de trabalho urbana.

Foi por isso que, nas décadas de 40 e 50, o Sesc São Paulo construiu um dos melhores sistemas de proteção à saúde em geral e, em particular, à infância e à adolescência, além de fundar, em 1948, a primeira Colônia de Férias do Brasil, em Bertioga.

... assim como nos anos 60 e 70, priorizou os programas de assistência, educação e ação comunitária, corroborando com as necessidades brasileiras de formação e amparo ao trabalhador para o desenvolvimento socioeconômico, inaugurando Centros de Atividades, Centros Infantis, o Restaurante do Comerciário, as Unidades Móveis de Ação Social e instaurando o vanguardista Trabalho Social com Idosos já em 1963.

... e, a partir da década de 80, definiu como foco a promoção do lazer e da animação sociocultural, do esporte para todos, catalisando um novo processo de democratização brasileira e transformação econômica mundial, com um novo padrão de centros culturais e esportivos, expresso no ícone Sesc Fábrica na Pompéia (Projeto da arquiteta Lina Bo Bardi), de 1982. Nesta época também foi vanguarda o Turismo Social, reconhecido internacionalmente e, mais recentemente, o Programa Mesa Brasil, adotado pelo governo federal.

Esta permanente tensão com a realidade brasileira é muito clara para nós. Neste breve histórico podemos perceber que o Sesc está "(...) sempre integrado aos interesses maiores da Nação e articulado com as instituições públicas e particulares empenhadas na mesma finalidade" (Diretrizes Gerais de Ação do Sesc).

Por isso tudo, podemos dizer que, ao longo destes 60 anos, o Sesc São Paulo acumulou um patrimônio que vai além do que podemos quantificar em números.

O Sesc não é só uma experiência que deu certo. Nestes 60 anos, ele consolidou um jeito de existir, um jeito de ser. Hoje, é comum ouvirmos em São Paulo expressões do tipo "Isso tem a cara do Sesc", quando alguém se refere a algo diferente, novo, inusitado e de qualidade.

O Jeito Sesc de Ser - Este jeito Sesc de ser é, hoje, um modelo de ação. Como disse, estes 60 anos nos deram muita experiência, certa maturidade e algumas certezas. Cremos que tudo deve ser feito para ser voluntariamente assistido, fruído e experimentado pelas pessoas que escolhem ir ao Sesc em seu tempo livre.

Esta escolha voluntária é uma primeira certeza que acumulamos ao longo dos anos: trabalhamos para oferecer experiências, a serem livremente escolhidas pelas pessoas. Ou seja, trabalhamos para o lazer. O lazer é algo voluntário. E quando escolhemos, somos co-responsáveis, donos de nossas ações, mais abertos ao contato com o outro, com o novo, com o diferente.

Nesta última semana, mais de 300 mil pessoas escolheram ir ao Sesc. Foram porque acreditaram que ali encontrariam um lugar de convivência agradável, bem cuidado, interessante. Um lugar de sociabilidade onde todos os públicos circulam, todos pertencem, todos se incluem. Esta atenção a todos, sobretudo aos públicos minoritários e sem oportunidades é uma segunda certeza que acumulamos ao longo dos anos: trabalhamos para a inclusão. Quando freqüentamos um ambiente diverso e somos aceitos e respeitados, também criamos predisposição para receber o que é desconhecido ou pouco entendido para nós.

Ao participar de eventos, cursos, espetáculos, aulas, consultas, viagens, caminhadas e tantas outras formas de atividades, nosso público se diverte, dá qualidade à sua vida. Mas não só. Em cada uma das ações do Sesc há um sentido educativo. Desenvolver autonomia, senso crítico, criatividade. Enfim, nossas ações convidam e incitam o indivíduo a alterar sua percepção do mundo e do outro. E encontramos aqui nossa terceira certeza: trabalhamos para a educação. Quando não somos apenas um consumidor ou um cliente da instituição, mas participamos da dinâmica cultural com o intuito de sentir, perceber ou pensar melhor, estamos cultivando os valores humanos.

Assim, podemos dizer que em nossa já madura vida institucional, sabemos que nosso trabalho é a inclusão social pelo lazer educativo. Mas isso não significa que tudo já esteja pronto, mas sim que alguns objetivos e métodos de trabalho já estão estabelecidos.

Nossa contínua existência no tempo se deve ao permanente estado de atenção e abertura para o novo, para a reflexão, para as inquietações. Se uma instituição estanca, ela não dura e deixa de ser apropriada vivamente pelo público.

Acreditamos que esta apropriação viva, esta pulsação do Sesc se deve à sua capacidade de mobilizar a igualdade e acolher a diversidade do presente.

Exaltação - A diversidade mobiliza as pessoas para um conhecimento intelectual e sensível do outro, seja pela diferença, seja pela semelhança. E, num mundo onde a tolerância é algo tão difícil, difundir cultura diversa e de qualidade é uma atitude política. É por isso que temos que continuar abertos ao diverso, cultivando a nossa duradoura meninice.

Do Sesc sempre virá uma vigorosa força da maturidade, com firme convicções que o crescimento do Brasil precisa ter lastro no desenvolvimento da educação e da cultura, da liberdade, da vida, enfim, do ser humano. É por isso que temos que continuar cúmplices com a nossa nação, com os nossos brasileiros, com os nossos paulistas, cultivando a nossa permanente maturidade. Que venham, pois, mais 60 anos! Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - VICENTE CÂNDIDO - PT - Gostaria de registrar mais algumas presenças: Sr. Alessandro Azevedo, representando a Cooperativa de Circo e a Cooperativa de Cultura Popular; Sr. João Andreazze, representando a Companhia de Corpos Nômades da Cooperativa Paulista de Teatro.

Não farei a leitura de textos - e-mails e telegramas - pois são muitos, mas registrar as entidades e os titulares. Recebemos e-mail da Ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, cumprimentando e dizendo-se impossibilitada de estar presente; da Ministra Matilde Ribeiro, de Combate ao Racismo; do Ministro Fernando Haddad, da Educação; do Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho; do Ministro do Estado Sergio Machado Resende, da Ciência e Tecnologia; do Ministro de Esportes, Orlando Silva; do Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Ubiratan Aguiar; do Secretário de Estado da Casa Civil, Rubens Lara; do Secretário de Estado da Cultura, João Batista de Andrade; da Secretaria de Estado do Bem-Estar, Maria Helena Guimarães e Castro; do Secretário de Estado da Saúde, Dr. Roberto Barradas Barata; do Presidente da Câmara Municipal de Araraquara em nome de todos os vereadores; do Prefeito de São Bernardo do Campo, William Dib; do Secretário Andrea Matarazzo; do Presidente da Câmara Municipal de São José do Rio Preto; do Secretário Geral da CUT, Adib dos Santos Lima; do Procurador de Justiça do Estado, Rodrigo Pinho; do Presidente da OCB das Cooperativas; da Vereadora Claudete, da Câmara Municipal de São Paulo; do Vereador Antonio Edivaldo Costa, da Câmara Municipal de Araçatuba; da Secretaria Estadual de Ciência e Movimento Social; da Secretária Maria Helena; do Ministro Mares Guia, do Ministério do Turismo; do Presidente do Tribunal de Contas da União, Ministro Guilherme Palmeira; do Vereador Beto Custódio, presente, da Câmara Municipal de São Paulo; do Assessor do Deputado Federal Vicentinho, Gilson Negrão; de José P. Neto, Secretário da Participação e Parceria, do Município de São Paulo; do Sr. Marco Sérgio, do Shopping Aricanduva; do Sr. Sonai Murama Saito, Presidente do Sindicato de Varejistas de Campinas e região; do Sr. Vitalino Cléris, Presidente do Sindicomércio; do Sr. Beladio Arroyo Martins, Presidente do Sindicomércio; Sr. Alberto Weberman, Presidente do Conselho do Senac de Santos; da Sra. Jussara Greco, Secretária da Presidência, em nome do Presidente da Fapesp, Carlos Voigt; do Sr. Antonio Oliveira Santos, Presidente da Federação Nacional do Comércio; do Sr. Gene Silva, da Sindicomércio de Araçatuba; do Sr. Antonio Carlos Caruso, Presidente do Tribunal de Contas; por último, do Governador do Estado de São Paulo de São Paulo, que manda uma mensagem de agradecimento e cumprimentando pelo nosso evento.

Passarei às mãos do superintendente para que possa agradecer pessoalmente. Passo a palavra ao Sr. Euclides Carli, Presidente em exercício da Federação e Centro do Comércio, e dos Conselhos Regionais do Sesc e do Senac de São Paulo.

 

O SR. EUCLIDES CARLI - Exmos. Srs. Deputados Simão Pedro e Vicente Cândido, Presidente desta sessão; Professor Danilo Santos de Miranda; Professor Luiz Francisco de Assis Salgado, Diretor Regional do Senac; atleta magic Paula; Cantor e Compositor Tom Zé, com a minha sempre grata admiração; Sr. Vereador Paulo Teixeira; Srs. Diretores da Federação do Comércio, do Centro de Comércio, Sesc e Senac presentes; gerentes e superintendentes; demais autoridades presentes, minhas senhoras e meus senhores, é com grande prazer que me associo à comemoração dos sessenta anos do Serviço Social do Comércio, e as razões não são poucas para essa adesão.

Em primeiro lugar, porque se trata de uma idéia e de uma solução exclusivamente brasileiras. Trata-se de uma proposta gerada e mantida por empresários brasileiros tendo por objetivo oferecer condições de melhoria de vida e de exercício de cidadania, não aos empregados do comércio e dos serviços, mas a toda a população. Ou seja, a proposta dos empresários definiu, basicamente, uma atitude tanto em favor da justiça social, como do desenvolvimento econômico. E, a partir de uma parceria entre o público e o privado, tem-se, como conseqüência, uma convivência pacífica entre o capital e o trabalho e a melhoria do padrão de vida de todos os atores.

Em segundo lugar, porque é uma entidade que sabe, desde a sua fundação, aliar pioneirismo e resistência, sendo capaz, portanto, de propor ações sociais e educativas inovadoras e conservar, ao mesmo tempo, os melhores valores humanistas.

Em terceiro lugar, porque, como instituição, é única no Brasil e no mundo, dada a diversidade de sua programação, cujos projetos se complementam entre si.

No Sesc, podemos encontrar atividades artísticas, informativas, culturais, esportivas, recreativas, de saúde, como odontologia e alimentação, de turismo, de educação ambiental, além de projetos destinados a públicos mais específicos, como aqueles infantis e da terceira idade.

Mais recentemente, tem-se ainda dedicado à publicação de livros de referência e de pesquisas importantes para o debate intelectual do país, assim como à teledifusão, porque comprometida sobretudo com o esclarecimento público, e fora dos padrões exclusivamente mercantis.

Digno de registro deve ser, também, o crescimento contínuo da capacidade física e do número de associados e freqüentadores.

Atualmente, no Estado, o Sesc já conta com trinta unidades físicas e acolhe mais de um milhão de pessoas por ano, provando, assim, ter uma vitalidade e uma aceitação incomuns.

Podemos perceber, então, que o Sesc soube conciliar uma forma dinâmica, eficaz e eficiente de gestão privada com as finalidades de sua criação, ou seja, com a responsabilidade social e a contribuição ao desenvolvimento cultural.

Portanto, em meio a tantos problemas e contradições com as quais nos deparamos no Brasil, o exemplo dado pelo dia-a-dia do Sesc nos faz acreditar ser possível, e indispensável, ao desenvolvimento das comunidades e do país, a conciliação de interesses privados ou setoriais com o bem comum; a conciliação da riqueza com o bem-estar material; e a conciliação da educação com o exercício pleno da cidadania.

Também por isso, creio que fazemos uma excelente parceria com o Estado de São Paulo: ao ocuparmos tanto a capital, como também mais quinze cidades do interior e do litoral, podemos, juntos, contribuir para o desenvolvimento humanístico dos cidadãos.

Tanto melhor seria se pudéssemos manter nossos planos de expansão: vislumbramos ampliar a rede de centros culturais e desportivos tanto na cidade de São Paulo, como em cidades do interior, como Presidente Prudente, Jundiaí e Osasco.

Para tanto, gostaríamos de contar com o, apoio dos nossos representantes junto ao poder executivo, legislativo e judiciário.

Gostaríamos de contar com o apoio de cada um de vocês às freqüentes ameaças que põem em risco o trabalho reconhecido e salutar desenvolvido pelo Sesc.

Para finalizar, quero deixar públicos os meus cumprimentos pessoais - e não me enganaria se dissesse também os da população deste Estado -, e ao Conselho Regional do Sesc, na figura de seu presidente e empresário Abram Szajman. Meu muito obrigado e boa noite a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - VICENTE CÂNDIDO - PT - O nobre Deputado Simão Pedro fará a entrega de uma placa ao Presidente Euclides Carli, num gesto simbólico dos mandatos, representando a Assembléia Legislativa de São Paulo, pelos 60 anos do Sesc. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. EUCLIDES CARLI - Diz a placa: “Os Deputados estaduais, Simão Pedro e Vicente Cândido homenageiam o Sesc, Serviço Social do Comércio, seus diretores e colaboradores, pelos 60 anos de atividades e uma história de desafios, trabalhos e sucessos. São Paulo, 13 de novembro de 2006”. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - VICENTE CÂNDIDO - PT - Tem a palavra o companheiro promotor deste evento, Deputado Simão Pedro.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Sr. Euclides Carli, Presidente em exercício da Federação e Centro do Comércio e dos Conselhos Regionais do Sesc e do Senac do Estado de São Paulo; Sr. Danilo Santos de Miranda, Diretor Regional do Serviço Social do Comércio - Sesc, no Estado de São Paulo; Sra. “Magic” Paula, Tom Zé, Paulo Teixeira, senhoras e senhores, amigos, lideranças comunitárias aqui presentes, representantes das mais diversas entidades.

Não poderia deixar de explicar o porquê de nós, o Deputado Vicente Cândido e eu, tomarmos a iniciativa de propormos à Assembléia Legislativa desta justa homenagem aos 60 anos do Sesc.

Estamos hoje reunidos para homenagear uma das mais importantes instituições do nosso país, o Sesc, em especial o Sesc - São Paulo.

É com imensa satisfação que falo sobre essa entidade, por ser conhecedor do seu trabalho e também por ser usuário das suas unidades e freqüentador das inúmeras atividades que elas nos proporcionam.

Sessenta anos depois de instituído pela Confederação Nacional do Comércio, o Sesc tornou-se um dos principais sistemas de desenvolvimento social do mundo, atendendo a sociedade brasileira, em cultura, educação, saúde, alimentação, esporte e lazer.

Graças a esses centros, muitos trabalhadores conseguem ter acesso à prática de esportes, aos espetáculos culturais, à hora de lazer com sua família.

As atividades da instituição nesses sessenta anos têm mostrado sua preocupação eminentemente social, proporcionando bem-estar e melhor qualidade de vida ao seu público.

Somente no Estado de São Paulo, o Sesc atende por mês, cerca de um milhão de pessoas, em suas 30 unidades espalhadas por diversos bairros da capital e cidades do interior. É um verdadeiro trabalho de inclusão em todas as suas frentes de atuação.

O Sesc, em muitas de suas parcerias com o poder público, empresas privadas, sindicatos, associações, atende públicos diversos, em especial, as populações da periferia.

É sabido por todos nós, que em muitos casos, a entidade é o único meio de acesso dessas populações aos serviços de saúde, educação, lazer, cultura e assistência.

O trabalho do Sesc vai mais além. É sua característica marcante a promoção de valores maiores, como o exercício da cidadania e da democracia.

Isso pode ser contemplado na promoção dos cursos, seminários e congressos, que difundem conhecimentos e técnicas, promovendo o intercâmbio permanente com a sociedade, sempre atenta às transformações sociais advindas do desenvolvimento das potencialidades humanas e das novas demandas sociais decorrentes das mudanças, por exemplo, das grandes metrópoles da vida urbana.

Não posso terminar esse discurso sem mencionar o papel fundamental que Danilo Santos de Miranda, sociólogo como eu, vem desempenhando à frente da diretoria regional do Sesc - São Paulo, desde 1984. Creio que vem dele essa visão moderna de cultura com sua proposta de inovação e ruptura, incentivando a participação e a autonomia a partir de um conceito mais amplo e menos restrito às atividades puramente artísticas.

Valendo-se de todas essas suas atividades, o Sesc tem um trabalho de transformar pessoas tornando-as melhores, mais solidárias, mais participativas e críticas capazes de sonhar e romper limites.

Parafraseando o discurso de eminente figura presente numa das atividades comemorativas dos 60 anos do Sesc, termino dizendo que este seja o primeiro dos vários 60 anos que o Sesc irá comemorar. Parabéns e muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - VICENTE CÂNDIDO - PT - Devolvo agora a Presidência ao Deputado Simão Pedro.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Simão Pedro.

 

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O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Convido então para fazer uso da palavra o Deputado Vicente Cândido. (Palmas.)

 

O SR. VICENTE CÂNDIDO - PT - Deputado Simão Pedro, companheiro, para a Assembléia Legislativa é uma honra muito grande abrir as suas portas, o microfone, a tribuna, o auditório, para todos. Aproveito aqui para pedir desculpas aos presentes pois está em reforma o plenário principal. Até pensamos em jogar para um pouquinho mais para frente esta homenagem para fazermos no plenário principal, aproveitando para inaugurá-lo, mas para o final de ano a agenda aqui está muito tumultuada e corríamos o risco de não haver agenda para este ano. Então resolvemos fazer aqui mesmo, mas o importante é que fiquem registrados nos Anais desta Casa esta homenagem e os depoimentos sobre a importância de termos uma entidade como essa no Brasil e em São Paulo.

Como muitos brasileiros, paulistanos e paulistas tenho no Sesc as melhores referências. Comecei minha vida profissional em São Paulo como comerciário e tive oportunidade de ser usuário do serviço do Sesc já com 13, 14 anos de idade. Ia muito ao Sesc de Interlagos.

E sempre me fazia a mesma pergunta para a qual só pude ter a resposta depois que me tornei parlamentar: era como havia uma entidade no Brasil que mexe com cultura, esporte e outras áreas com tanta competência, seriedade na produção cultural. Fiz-me esta pergunta durante alguns anos. E, assim que me tornei vereador na Capital de São Paulo, fui investigar o outro lado.

Como promotor de políticas públicas para a área da cultura e do esporte, áreas em que venho tentando trabalhar com muito esforço, fui visitar o Sesc por dentro: fui conversar com gerentes, superintendentes, inclusive visitas ao Danilo, tive uma longa conversa com o Antônio Carlos, um gerente de Interlagos - não sei se ele está presente aqui hoje. Aliás, ele me faz lembrar todos os dias pela manhã, praticamente quando chego em casa, porque, ao sair lá da visita, ele me deu uma muda de pau-brasil. O síndico do prédio plantou bem na entrada do prédio e portanto a vejo diariamente. É uma grande recordação.

E dentre essas visitas, indagações para que possamos produzir aqui o Fundo Estadual de Cultura Tom Zé, na Câmara Municipal a Lei de Fomento ao Teatro. Visitei vários lados. No Rio de Janeiro, fui na Vigário Geral, no Vidigal. Fui ver projetos daquela prefeitura dos artistas cariocas, na Rocinha. Fui à Porto Alegre, à Belo Horizonte ver o que poderia me inspirar para que pudéssemos produzir algo exemplar no Estado de São Paulo, no Município de São Paulo. E a referência grande que ficou marcada foi a experiência do Sesc, não só na área da cultura mas em outras, como a do meio ambiente, educação e esporte. Isso serviu como referência para debates e não foram poucas vezes que ouvi de vários artistas de São Paulo coisa do tipo “ainda bem que existe o Sesc”.

Já tivemos momentos piores, momentos mais agudos com a falta de financiamento à cultura. Hoje, felizmente, começa a ter mais produção. Debate-se hoje nesta Casa sobre cultura. Na Câmara Municipal, elaboram-se projetos dessa iniciativa para que não fique só nas costas de entidades como o Sesc. Vamos torcer para que ela não seja a única nunca, mas que se inspirem na experiência do Sesc várias outras iniciativas de prefeituras, de entidades, de ONGs que hoje crescem nesse setor. E foi exatamente no Sesc em que fui me inspirar, conversando muito com os artistas de São Paulo porque poderíamos ter como referência os melhores da produção de políticas públicas. E é exatamente o Sesc que tem a dimensão do papel da cultura na construção da cidadania do ser humano.

Então aqui, na Assembléia Legislativa, exatamente no dia 11 de abril do ano passado, homenageamos também o Sesc na pessoa do superintendente, com Raul Cortez e José Renato, reconhecendo que fazer políticas culturais, esportivas, educação e meio ambiente é do Sesc.

Então a Assembléia Legislativa hoje não faz mais do que obrigação de vir em público reconhecer esse trabalho exemplar que torcemos para que seja cada dia melhor, cada dia mais exemplos para a sociedade brasileira, para os artistas, para os produtores culturais e para toda a sociedade paulista e brasileira.

Fico muito contente, muito alegre de poder aqui, neste momento, congratular-me com todos vocês. Muito obrigado e parabéns a todos os diretores. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Esgotado o objeto da presente sessão, antes de encerrá-la esta Presidência agradece às autoridades, aos funcionários desta Casa, ao pessoal do Cerimonial, ao pessoal da Gráfica, ao pessoal da ALTV na pessoa do Florestan Fernandes Jr., à TV Cultura, que também esteve aqui, aos assessores dos nossos gabinetes, na pessoa do Tadeu e do Roberto Aquino, aos assessores funcionários do Sesc que colaboraram para a realização deste evento e a todos que com suas presenças colaboraram para o êxito desta solenidade. Convido a todos para um coquetel no Hall Monumental.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 48 minutos.

 

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