09 DE NOVEMBRO DE 2007

040ª SESSÃO SOLENE COM A finalidade de HOMENAGEAR O “JUBILEU DE PRATA DO SACERDÓCIO NA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO DO PADRE CARLOS AUGUSTO DA COSTA (PADRE NENO)”

 

Presidência: SIMÃO PEDRO


DIVISÃO TÉCNICA DE TAQUIGRAFIA

Data: 09/11/2007 - Sessão 40ª S. SOLENE  Publ. DOE:

Presidente: SIMÃO PEDRO

 

HOMENAGEM AO '"JUBILEU DE PRATA DO SACERDÓCIO NA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO DO PADRE CARLOS AUGUSTO DA COSTA  (PADRE NENO)"

001 - SIMÃO PEDRO

Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia as autoridades presentes. Informa que esta sessão solene foi convocada pela Presidência efetiva, a pedido do Deputado ora na Presidência, com a finalidade de homenagear o "Jubileu de Prata do Sacerdócio na Arquidiocese de São Paulo do Padre Carlos Augusto da Costa (padre Neno)". Anuncia a execução do Hino Nacional Brasileiro.

 

002 - Presidente SIMÃO PEDRO

Cita os motivos que o levaram a solicitar esta sessão solene.

Informa que, por intermédio do padre Neno, estará homenageando a Igreja e todas as pessoas que trabalham pelas comunidades carentes.

 

003 - MARIA LÚCIA NICÁCIO

Professora da região de São Miguel Paulista e na qualidade de mestre-de-cerimônias desta sessão solene, saúda os presentes. Afirma ser este um momento de festa, pelos 25 anos de dedicação do padre Neno ao trabalho comunitário.

 

004 - ANTONIO CARLOS RODGRS

Teólogo e assessor do padre Neno em seu trabalho, hoje exercendo a função de mestre-de-cerimônias desta sessão solene, anuncia a apresentação musical.

 

005 - FÁBIO LUIZ DA COSTA

Sobrinho de padre Neno, cumprimenta os presentes. Reporta-se às pessoas com quem o padre conviveu durante seus 25 anos de sacerdócio, enfatizando o orgulho de seus parentes em tê-lo em seu convívio.

 

006 - ISABEL MIRANDA

Professora, participante de movimentos em São Miguel Paulista ao lado do padre Neno, dá o testemunho de sua atuação em favor dos necessitados.

 

007 - Presidente SIMÃO PEDRO

Anuncia a presença da Irmã Terezinha, da Pastoral da Juventude.

 

008 - MARIA LÚCIA NICÁCIO

Na qualidade de mestre-de-cerimônias, refere-se a Dom Angélico Bernardino Sândalo como uma pessoa marcante, que sempre tratou seus fiéis como filhos. Impossibilitado de comparecer, anuncia a exibição de sua homenagem a padre Neno.

 

009 - ANTONIO CARLOS RODGRS

Na qualidade de mestre-de-cerimônias, anuncia uma apresentação musical.

 

010 - APARECIDO DA SILVA

Discorre sobre a trajetória religiosa do padre Neno em prol das comunidades carentes, e sobre a influência do padre em sua vida.

 

011 - IRMÃ TEREZINHA

Representando a Pastoral da Juventude, comenta seu trabalho, juntamente com padre Neno e outros, em prol dos jovens carentes de São Miguel Paulista.

 

012 - MARIA LÚCIA NICÁCIO

Na qualidade de mestre-de-cerimônias, anuncia apresentações musicais.

 

013 - ANTONIO CARLOS RODGRS

Na qualidade de mestre-de-cerimônias, anuncia uma apresentação de vídeo.

 

014 - JOSÉ VALTER DE LIMA

Psicólogo, representando a Paróquia Santa Luzia do Jardim Nordeste, discorre sobre o trabalho do padre Neno na comunidade do Jardim Nordeste.

 

015 - CARMELA  LUIZ

Moradora do bairro do Bom Retiro, comenta o trabalho cativante do padre Neno em sua comunidade conservadora.

 

016 - MANOEL RODRIGUES PINHEIRO

Representando a Paróquia Nossa Senhora do Ó, fala da contribuição de padre Neno na Comunidade Santa Terezinha.

 

017 - MARIA LÚCIA NICÁCIO

Na qualidade de mestre-de-cerimônias, anuncia uma apresentação musical.

 

018 - IVANIRA RICIERI

Membro da Comunidade Santa Terezinha,  comenta o trabalho do padre Neno nas comunidades carentes e as modificações feitas em sua paróquia.

 

019 - JOSÉ BENEDITO SIMÃO

Bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, cumprimenta os presentes. Considera o jubileu de prata da ordenação do padre Neno um grande acontecimento para a centenária Arquidiocese de São Paulo. Elogia seu trabalho na região da Brasilândia.

 

020 - MARIA LÚCIA NICÁCIO

Na qualidade de mestre-de-cerimônias, anuncia apresentações musicais.

 

021 - Presidente SIMÃO PEDRO

Procede à entrega de placa em homenagem ao padre Neno.

 

022 - CARLOS AUGUSTO DA COSTA (PADRE NENO)

Agradece a todos pela homenagem recebida. Discorre sobre seus 25 anos de sacerdócio, trabalhando em prol da comunidade carente de São Miguel Paulista, e sobre sua defesa pela vida e por liberdades democráticas. Pede ao Deputado Simão Pedro e a todos os deputados que mudem a imagem das instituições políticas, eliminando a corrupção e aprovando leis que garantam uma vida digna a todo o povo do Estado de São Paulo.

 

023 - ANTONIO CARLOS RODGRS

Na qualidade de mestre-de-cerimônias, anuncia uma apresentação musical.

 

024 - Presidente SIMÃO PEDRO

Anuncia uma apresentação musical. Informa que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Assembléia, através do site da Assembléia Legislativa. Agradece a todos que colaboraram para o êxito da solenidade. Encerra a sessão.

 

* * *

 

-  Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Simão Pedro.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

 

* * *

 

- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Boa-noite a todos. Gostaria de anunciar a presença do padre Carlos Augusto da Costa, o padre Neno, nosso homenageado; dom José Benedito Simão, bispo auxiliar da arquidiocese de São Paulo e trabalhando na região episcopal da Brasilândia; Sr. Aparecido  da Silva, o Cido, que atua na Pastoral da Juventude da Vila Jacuí e Vila Reis; Sra. Maria Lúcia Nicácio, professora na região de São Miguel Paulista; Sr. Antonio Carlos Rodrgs, teólogo e assessor das comunidades e grupos por onde passa o padre Neno; Sr. José Valter de Lima, psicólogo, atua na paróquia da Santa Luzia, no Jardim Nordeste; Sra. Ivanira Ricieri, membro paróquia Santa Terezinha; Sra, Isabel Miranda, professora; Sra. Carmela Luiz; moradora do bairro do Bom Retiro; Sr. Manoel Rodrigues Pinheiro, membro da comunidade Santa Terezinha, paróquia Nossa Senhora do Ó; vereador José Américo, do PT, da Câmara Municipal de São Paulo. Uma saudação aos amigos da paróquia Santo Eduardo, do Bom Retiro; da paróquia Santa Terezinha; das comunidades Santo Eugênio, Nossa Sra. de Lourdes, São Joaquim, São José do Icaraí; de São Miguel Paulista, da paróquia Santa Luzia, no Jardim Nordeste, onde o padre Neno foi ordenado;

Senhores, Senhoras, esta sessão solene foi convocada pelo Presidente desta Casa, Deputado Vaz de Lima, atendendo solicitação deste Deputado, com a finalidade de homenagear o Jubileu de Prata de Sacerdócio na arquidiocese de São Paulo do padre Carlos Augusto da Costa, o padre Neno.

Convido todos os presentes para, de pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Hoje é um dia especial para todos nós. Algumas pessoas, alguns jornalistas perguntaram-me o porquê de a Assembléia Legislativa, o Parlamento do Estado de São Paulo homenagear o padre Neno, que não é uma figura da mídia, não é uma figura conhecida dos meios de comunicação. Eu disse que quem o conhece, acompanhou a sua trajetória, aprendeu a gostar dele e admirá-lo.

O que nos motivou requerer a realização desta sessão solene é que homenageando o padre Neno estamos homenageando muitos outros padres, sacerdotes, leigos, irmãs, religiosos, agentes pastorais que trabalham nas regiões mais distantes da periferia de São Paulo, nas comunidades mais pobres, mais carentes, animando o povo, sendo fermento na massa, como dizemos, ajudando o povo a se organizar, a batalhar pelos seus direitos, construindo o reino de Deus na prática entre os pobres, entre aqueles que mais precisam da nossa atenção. Homenagear o padre Neno é homenagear essa Igreja que está junto do povo, dos pobres, dos jovens, das crianças.

Com estas palavras quero dizer, padre Neno, da minha satisfação e da satisfação do nosso mandato, dos amigos que estão aqui em realizar esta sessão solene em sua homenagem.

Agradeço à Dona Yeda e ao pessoal do Cerimonial e vou passar a partir de agora a palavra para a Maria Lúcia e para o Antonio Carlos, que vão conduzir a sessão solene.

 

A SRA. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - MARIA LÚCIA NICÁCIO -  Boa-noite a todos. Esta noite é especial para nós, que teremos oportunidade reencontrarmos com a nossa própria história. Reconstruiremos parte de nossa trajetória em busca de um novo céu e de uma nova terra. É momento para reconhecermos e valorizarmos aqueles que sempre dignificam e cumprem com honradez e ética o mandato que foi legitimamente constituído. É a oportunidade que temos de ocupar o mesmo palco e cenários de tantos debates e conflitos que decidem e constroem a história do nosso Estado. É hora de termos a certeza de que estamos fazendo história, estamos girando a roda do mundo. Hoje, um de  nossos irmãos, Carlos Augusto da Costa, o nosso querido amigo padre Neno, terá seu trabalho de 25 anos de sacerdócio na arquidiocese de São Paulo reconhecido e homenageado. São 25 anos em defesa da vida, do amor e da paz. Sendo assim, meus irmãos, hoje é dia de festa.

 

O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - ANTONIO CARLOS RODRGS -Convidamos o cantor e compositor Milton Freitas, que sempre participou dos eventos promovidos pelo padre Neno em suas comunidades, fazendo de suas canções uma mensagem de esperança e fé. A canção escolhida nos remete à poesia e à vida de um cidadão que como muitos de nós, ao chegar à cidade grande, se depara com um mundo distante daquele que tanto sonhou e, na busca de sua identidade como cidadão, passa por diferentes locais e neles não se reconhece como tal. É na Igreja que ele se reconhece como filho de Deus. Essa mesma Igreja acolheu e consagrou nosso querido irmão padre Neno que, a partir de agora, vamos homenagear nosso querido irmão, padre Neno, que a partir de agora vamos homenagear.

 

* * *

 

- É feita a apresentação de número musical.

 

* * *

 

A SRA. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - MARIA LÚCIA NICÁCIO - Falar em Neno é pensar em sua inquietação quanto à necessidade de nos encontrarmos mais, nos reunirmos mais vezes, para juntos celebrarmos a vida e a paz.

Sendo assim, para enriquecer esse encontro, hoje não poderiam faltar pessoas de sua família, amigos de longa data, fiéis companheiros de jornada e de fé.

Por esse motivo, ouviremos alguns depoimentos que certamente traduzirão de maneira singela e carinhosa a presença forte, amiga e marcante do nosso irmão Neno em nossas vidas.

A primeira pessoa que convidamos a participar desta homenagem é o Sr. Fábio Luiz da Costa, nosso amigo, um dos sobrinhos do Neno, que nos reportará às lembranças de sua família.

 

O SR. FÁBIO LUIZ DA COSTA - Boa-noite. Exmo. Sr. Simão Pedro, Deputado Estadual de São Paulo; Dom José Benedito Simão, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, atualmente na região episcopal Brasilândia; Exmo. Sr. José Américo, Vereador de São Paulo; senhoras e senhores aqui presentes; padre Carlos Augusto da Costa, ou melhor, nosso querido e estimado padre Neno, que nesta noite recebe esta homenagem pelo seu Jubileu de Prata de sacerdócio na arquidiocese de São Paulo. Com certeza, também uma noite muito especial para seus familiares, que tanto se orgulham de tê-lo como irmão, tio, padrinho, compadre, enfim, de tê-lo acima de tudo como amigo.

Sabemos que estes 25 anos de jornada foram marcados por diversos momentos, alguns até difíceis, mas sobretudo o que deixou sua marca verdadeira foram momentos de felicidade, de paz, de conforto e amparo, de sabedoria e de conquistas, e principalmente de sua presença em nossas vidas.

Quando digo nossas vidas me refiro a todas as pessoas que tiveram o prazer de conviver ao seu lado, sejam elas do Jardim Nordeste, da Ponte Rasa, da Vila Jacuí, Vila Reis, São Miguel Paulista, do Bom Retiro, da freguesia do Ó, da Vila Brasilândia, enfim, de todas as partes de São Paulo e do Brasil por onde passou e deixou seu recado. Foram lugares onde você sempre soube como fazer o seu melhor por todos nós.

Seus pais, José e Isidora Lopes; seus irmãos, Fafá e Maria José, que já partiram, eram só orgulho de tê-lo como filho, irmão e padre. Hoje, com seus irmãos Maria Eliete e José Lopes Filho, não é diferente. E isso é fácil de perceber. É só ver a forma como eles te olham, a forma como eles falam de você, e a forma como eles lhe dão carinho.

Seus tios, seus sobrinhos, primos, afilhados, pedem muito a Deus que lhe dê força, muita força, sabedoria e fé, para continuar nesta linda jornada de fazer o bem sem olhar a quem, sem discriminar e continuar dividindo o que tem com seus irmãos.

Padre Neno, que deus lhe ilumine sempre, porque assim nós também continuaremos sendo abençoados.

Muito obrigado, padre Neno. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - ANTONIO CARLOS RODRGS - O Sr. Carlindo lhe mandou um grande abraço da Bahia, mandou uma mensagem que depois vamos passar às suas mãos. Da Bahia, também, seu primo Esmeraldo Lopes mandou uma carta muito bonita parabenizando-o pelos 25 anos de sacerdócio.

Nos braços da família, o jovem Neno se entregou à grande vocação de sua vida, que é o trabalho com o povo santo de Deus. Com este povo, passou a sonhar e a lutar por uma sociedade justa e fraterna, que tenha como princípio maior a preservação da vida em seus mais diversos aspectos.

Convidamos, neste momento, para dar o seu depoimento, a professora Isabel Miranda, que desde a década de 80 - com os cabelos pretos, padre Neno - acompanha sua caminhada, participando de diferentes movimentos em São Miguel Paulista, partilhando os sonhos e esperanças com centenas de pessoas que acreditam que o reino de Deus começa mesmo nesta terra.

 

A SRA. ISABEL MIRANDA - É com muita emoção que cumprimento a Mesa, todos os presentes, em especial o nosso queridíssimo amigo padre Neno que hoje, com tanto mérito, recebe esta homenagem.

Neno, crescer é estar em consonância com os outros, é assimilar o outro num amor maior, no amor divino. Foi o que você fez. Eu sou testemunha disso. Você foi um anjo protetor dos mais humildes, dos mais necessitados, sonhou com eles, e caminhou com eles. Educou evangelizando, realizou, transformou vidas, e celebrou a paz, fortalecendo na fé e na esperança o povo de Deus, o seu povo, que você sempre prestigiou. E eu, o Marcelo, a Marlene, e demais pessoas de São Miguel Paulista, somos testemunhas porque andamos e caminhamos com você nesta mesma esperança, a esperança que você sempre acreditou.

Neno, o seu vôo foi alto, altíssimo, belo, brilhante, forte, firme e perseverante. Você recebeu como uma águia do céu essa força que faz você estar aqui hoje recebendo essa homenagem tão bonita e tão merecida. Ao lado de seu sorriso, esse sorriso que todo o mundo conhece, existe sempre um olhar preocupado com o outro, com as injustiças sociais, questionando as grandes diferenças e lutando sempre para torná-las menores. Foi o que você sempre fez.

Nesses 25 anos de espiritualidade você fez história no sertão e na cidade. Hoje você está aqui na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo onde os homens fazem as leis, fechando mais capítulo dessa brilhante história, pontuando, sem dúvida, a força e o poder de Deus sobre o poder dos homens.

O tempo passa, não tem jeito, mas a história fica para que possamos lembrar com orgulho e com saudade até de seu violão, do som do violão, do seu cantar, despertando-nos na madrugada e fazendo-nos felizes porque você nasceu para ser e fazer os demais felizes. Foi para isso que você teve essa missão, a missão da alegria.

E hoje quero dizer que tudo o que você fez, a sinfonia desses cantos que você fez, não apenas comigo mas com o Marcelo e com todos os seus amigos, foi sempre para fortalecer o amor de Deus em nós.

Obrigada por você existir; obrigada pelo carinho que você nós dá. Desejo-lhe muita saúde e muito sucesso porque é merecedor. Seja muito feliz e esteja sempre do lado daqueles que o fazem feliz.

Parabéns! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - É uma grande alegria para todos nós recebermos a Irmã Terezinha, lá de São Miguel, da Pastoral da Juventude, que acabou de chegar. Obrigado, Irmã.

 

A SRA. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - MARIA LÚCIA NICÁCIO - Bem Neno, a cada momento, a cada pessoa que vai falando, fica mais difícil para cada um de nós segurar a emoção. Meu coração já está batendo forte, aquela sensação de lembrança do passado, não querendo aqui que as pessoas sejam saudosistas, mas nos reportando à bela vida que construímos.

Particularmente refiro-me aqui, por enquanto, aos tempos em que vivemos lá em São Miguel. Lembrar da família e dos amigos de caminhada é muito tocante porque vamos relembrando cada passo que demos. Não podemos esquecer também - aqui fazendo um improviso - dos momentos de dureza. Quanta dureza para chegar a ser padre, seminarista. E estava me lembrando que todo o pessoal de São Miguel conheceu o famoso fusquinha azul do padre Neno; com ele o Neno passava nas casas das paroquianas.

O Fusca era movido a gás, isso há quase 30 anos. Ele já era alternativo. Era um fusquinha bem danado. E o Neno saía pedindo emprestados os botijões de gás na casa das senhoras das nossas paróquias. “Pelo amor de Deus acabou o gás. Tire o seu da cozinha.” E deixava a mulherada sem gás em casa para cozinhar para poder continuar caminhando, levando as pessoas, indo buscar pessoas em hospital, fazendo mil e uma coisas.

Havia o Corcelzinho vermelho também que nunca foi carro dele. Sempre foi carro da gente. Sempre tivemos carro na comunidade porque o Neno tinha carro. Era uma garantia de transporte coletivo para nossos encontros e reuniões. Bons tempos.

É o mínimo que tenho para falar. Riquíssimos tempos em que partilhar era algo de fato vivido. Nosso pão era partilhado, nossa gasolina, o dinheirinho parco de cada um, as dores, as alegrias. E o Neno está, com certeza, em cada casa, gravado no coração de cada um.

E há uma pessoa que foi muito marcante para nós, que dizia uma frase muito forte: “Todo menino é um rei. Eu também já fui rei.” Essa pessoa continua dizendo essa frase. Ela sempre era repetida nas homilias e encontros de formação por alguém a quem queremos muito bem e que é responsável pela construção de um povo forte, corajoso, animado. São poucos os que tratam seus fiéis como filhos e filhas, não permitindo que nenhum deles desista de lutar por seus sonhos e pela construção do reino de Deus. Esse pai espiritual sempre esteve presente e intimamente ligado a seus filhos. E a esse pai podemos chamar com muito orgulho de Dom Angélico.

Padre Neno teve a honra de ser ordenado diácono pela imposição das abençoadas mãos de nosso querido bispo. Nesta noite, apesar de não poder estar aqui presente por força de compromissos anteriormente assumidos, Dom Angélico, de maneira muito fraterna e carinhosa, dispôs-se a gravar um depoimento para você, Neno, como forma de prestigiar um dos seus mais amados filhos.

Vamos então ouvi-lo.

 

DOM ANGÉLICO BERNARDINO SÂNDALO - Quero participar da homenagem que a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, por iniciativa do Deputado Simão Pedro, presta ao meu querido irmão, padre Neno.

Quero me associar a esta homenagem porque padre Neno, durante esses 25 anos como padre, tem sido peregrino da paz. Inserido nas periferias da metrópole, tem sido um discípulo missionário de Jesus, valoroso na defesa da vida, da dignidade da pessoa, da cidadania a partir das periferias desprotegidas da nossa cidade de São Paulo.

Também padre Neno tem sido, no meio de tanta luta, o homem da esperança. E como é importante que caminhemos, de esperança em esperança, nos dias que atravessamos, marcados de um lado por muita violência mas, por outro, marcado por tanta gente que se dá as mãos no grande mutirão de construção de um Brasil que, conforme o sonho de Jesus, todos são vida e atendem em plenitude.

Padre Neno, parabéns! E parabéns também à Assembléia Legislativa por esta homenagem merecida que presta a esse sacerdote nos 25 anos comemorativos de sua ordenação presbiteral. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - ANTONIO CARLOS RODGRS - Mas a caminhada de um sacerdote se faz ao lado do seu povo, valorizando-o e apoiando-o sempre que possível. A música, a cultura regional, as diferentes manifestações artísticas existentes em São Miguel Paulista foram sempre prestigiadas pelo Padre Neno.

Por esse motivo, convidamos Edvaldo Santana, músico que desenvolveu toda a sua trajetória artística na Zona Leste, a cantar conosco um de seus sucessos como forma de prestigiarmos a riqueza da nossa cultura: o “Samba do Trem”.

 

* * *

 

- É entoado um número musical.

 

* * *

 

O SR. EDVALDO SANTANA - Estamos lançando este CD intitulado “Reserva de Alegria”. Quero doar esse presente aos 25 anos do Neno, um grande amigo, parabenizá-lo e presenteá-lo com este CD, que é o meu mais recente trabalho.

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Parabéns Edvaldo. É um prazer tê-lo aqui na Assembléia Legislativa nesta homenagem. Edvaldo Santana, um dos fundadores do movimento popular de arte, que revolucionou, elevou a auto-estima da nossa região da Zona Leste, particularmente de São Miguel. Edvaldo, muito obrigado pela presença. 

 

A SRA. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - MARIA LÚCIA NICÁCIO - Ainda falando em anos 80, destacamos a atuação do padre Neno entre os jovens e adolescentes das comunidades eclesiais de base de São Miguel Paulista. Nesses espaços eles podiam se encontrar com os amigos e cantar, evangelizar, sorrir, exercer sua cidadania. Enfim, era um tempo de crescimento, amadurecimento, novos horizontes. Muitos de nós que hoje aqui estamos, muito temos a contar sobre a importância de termos o padre Neno do nosso lado como amigo, como companheiro, como confidente e orientador. Um homem com o coração eternamente jovem e incansável, sempre pronto a nos animar.

Sobre esse período, convidamos o amigo Aparecido da Silva, o Cidão, a dar o seu depoimento.

 

O SR. APARECIDO DA SILVA - Boa noite. Por meados de 1979, este rapaz de 44 anos tinha 16, 17 anos, era um jovem cabeludo, rebelde, filho de um pai extremamente católico e que implorava para o filho ir à igreja.

Um belo dia eu fui à igreja. Fui na Santa Luzia de Jacuí, conheci alguns padres, conheci muita gente boa, gente que inclusive não está conosco hoje, e conheci o Neno, que na época nem diácono era ainda; era seminarista. Passou um tempo, começamos a participar e meu pai tinha um sonho, que era ter um filho que fosse padre também. Daí pensei: quem sabe no meio desse rolo meu pai vai ter um filho que vai ser padre? Conversando com o Neno, o evangélico estava montando as casas de formação na região, e eu acabei, por um tempo, morando junto com o Neno, na casa da irmã dele, a Mazé. O Nando e o Hernandez que estão aqui eram então bem pequeninos, de vez em quando, tínhamos que dar mamadeira para eles. Enfim, na falta de quem isso fizesse, tínhamos que ajudar nessa tarefa. E vi o apego que o Neno tinha à família dele, e o carinho que os irmãos tinham por ele. A Mazé, que é uma pessoa a quem devo muito, hoje não está mais conosco, assim como o Fafá, assim como o Sr. Zé Lopes, e tantos outros que não eram da família, como o Sr. José Sales, pai da Lúcia que está aqui, meu pai, não é mesmo Dona Miziha.

Eu não dei certo como padre; não deu certo. Gostava muito de namorar, era um tempo muito bom. Eu e o Toninho, que estava ali, aprendemos a tocar uns instrumentos, cantávamos nas igrejas, viramos sucesso por lá. Tocávamos em tudo quanto é comunidade, mas eu marcava o ponto na missa, cantando na missa, ajudando na evangelização, e mais ainda, porque era um tempo bom, que era o tempo da teologia da libertação. Tínhamos um grande expoente na nossa região que era o Dom Angélico. Era ao tempo das comunidades eclesiais de base, onde Estrabelli, o Neno, várias pessoas iam buscar dinheiro na Europa para montar centros comunitários, que era para a comunidade rezar, aprender a alfabetizar os adultos, era para os jovens se encontrarem, fazerem teatro, dança, música, porque era disso que o povo pobre precisava, naquele lugar fim de mundo, onde as ruas não tinham asfalto, não tinham nada.

Era disso que as pessoas precisavam. Precisavam ter consciência de que podiam mudar aquela realidade.

E o Neno é uma pessoa desapegada. Quem conhece o Neno, sabe que ele é desapegado às coisas materiais. A Lúcia falou do Fogão, que era o nome do fusquinha azul. Uma vez fomos descer para Santos, quase capotou na serra. Outra vez fomos fazer formação política, ficamos na rodovia Castelo Branco, porque furaram os três pneus de uma só vez. O Corcel era um estrago. Mas tinha isso de bom. É verdade o que a Lúcia falou, ele tinha esse desapego às coisas materiais.

Quem conhece o Neno nas comunidades, o pessoal da Santa Terezinha sabe que aquele carro que ele anda vive com as portas abertas, seja a hora que for e onde parar. Não sabemos como é que os ladrões não roubam aquele carro. Não é verdade? É um negócio impressionante. E é isso que é o exemplo. Quem conhece o Neno, sabe que ele tem defeitos. Mas a gente não consegue apontar os defeitos do Neno, porque as obras que ele faz, são tão boas, as mentes que ele ajudou a formar são tão boas, que quando nos lembramos dele, só nos lembramos de coisa boa; a gente não é capaz de botar um de efeito nele. Isso é importante.

Mas o Neno nosso irmão, tem capacidade de provocar revolta. Experimenta tirar ele da Santa Terezinha e mandar para outra paróquia, para ver o quanto de fiéis aparecem. Porque foi assim com a gente no Jacuí, quando o Neno saiu e foi para a Santa Luzia. Juntamos umas 100 ou 150 pessoas e fomos lá brigar com o Dom Angélico, “Isso é um absurdo!” E ele foi de uma Santa Luzia para outra. E lá nós conhecemos o Fred, a Terezinha, o Manoel, Dona Cida, enfim tanta gente boa do Jardim Nordeste que não dá para falar o nome de todo mundo, aqui. E lá ele foi ordenado padre; estávamos lá presentes. Cheguei, inclusive, a morar lá por um tempo. Depois o Neno sai de lá, vai para outra Igreja. E o povo vai outra vez revoltado; há outra revolta. Vai todo mundo falar com o Dom Angélico. Pessoas querendo deixar de ser católico porque o padre sai de lá.

Essa capacidade que ele tem, foi assim na Santo Eduardo, foi assim na Freguesia do Ó, vai ser assim na Santa Terezinha, a hora que perder esse padre que lá está.

Como já disse, ele não é candidato a santo, mas é uma pessoa que dedica, principalmente nos dias de hoje, quando vemos nossa igreja jogada a execração pública, mas quando olhamos esse padre que não é pop star, não reza a missa aos domingos na televisão, mas cada um de nós sabe o que ele significou para nós. E a gente da Pastoral da Juventude daquela época, fui coordenador de juventude do setor de São Miguel, a Verinha, que está lá no canto, era coordenadora do Itaim, e o irmão dele era coordenador da diocese. Muitos que estão aqui, o Nelson que está aqui filmando, o Valter, todos éramos da Pastoral da Juventude. E ajudamos, por conta da nossa formação, junto com o Neno, o que aprendemos com ele, muitos padres, muitos de nós ajudamos a formar os sindicatos que têm por aí, muitos de nós nos tornamos professores, muitos de nós ajudamos a fundar o PT, a lutar. Então esse é o legado que o Neno nos deixa. Por isso que hoje ele consegue juntar aqui gente que conheceu em 1979, e gente que ele conheceu há alguns dias.

Isso é um exemplo para nós. Ele não é só um cara que chega na comunidade, na igreja, e se a igreja está detonada, quando ele sai tem um salão comunitário, um Mova funcionando, está distribuindo leite, está atendendo aos pobres, enfim, está evangelizando, e anda nas comunidades pobres. Isso também é difícil, inclusive hoje, entre alguns padres que estão se formando. Não são todos que são como você; e eu conheço muitos deles. Estão mais preocupados em benzer, em rezar. Mas o pobre da favela, se você não for lá dar o consolo que àquele que está no sufoco, o evangélico vai lá. Por isso temos que ter mais padres como o Neno. E de novo, não é candidato a santo, tem os seus defeitos, mas não conseguimos percebê-los.

Então, Neno, em nome de tudo aquilo que você fez por nós, com o teu exemplo, com o teu desapego às coisas materiais, mas com o seu apego pelo ser humano, pelas crianças, pelas coisas de Deus, pelo Cristo que acreditamos, muito obrigado pelo que você fez por mim, pelo que você fez por cada um de nós. Obrigado.

 

O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - ANTONIO CARLOS RODGRS - Falando de juventude, padre Neno, um jovem que é jovem há bem mais tempo do que nós te mandou um grande abraço, te mandou uma mensagem. Foi o Sr. Plínio de Arruda Sampaio, que está rezando um terço por você lá no sítio, ele que é devoto de Nossa Senhora, mandou um grande abraço a você, e pediu as bênçãos da Virgem Maria sobre você.

Sabemos que nas comunidades eclesiásticas de base muitas pessoas colaboraram no processo de formação, acompanhamento e organização dos grupos e das Pastorais. De modo carinhoso queremos trazer nessa noite um grande marco em nossas vidas, a Pastoral da Juventude, reunindo milhares de jovens em toda a cidade. Vimos passar como formadores e animadores de seus grupos de jovens várias pessoas que se dedicaram de maneira incansável, propondo parcerias, tecendo sonhos, construindo projetos, elaborando e organizando pequenos e grandes eventos, como as Caminhadas da Juventude, as Caminhadas da Ressurreição.

Nas noites do sábado de Páscoa lá estávamos nós caminhando em direção a um mundo melhor, que construíamos a cada passo, a cada canção, a cada oração.

Por isso queremos chamar agora, padre Neno, para enriquecer com seu depoimento esta noite, a querida Irmã Terezinha, que assim como outros padres e freiras lá de São Miguel deixaram exemplos de compromisso, ética e coragem. (Palmas.)

A SRA. IRMÃ TEREZINHA - É chover no molhado dizer que o Neno é querido. Se ele não fosse querido, nós não estaríamos aqui. E querido realmente por aquilo que ele é e por aquilo que ele faz.

Convivi mais tempo com o Neno, lá no início dos anos 80, quando ele era novinho, 24 aninhos, e eu também. Neno está fazendo 50, menos 25. É uma característica dele a proximidade com as pessoas, a proximidade com os jovens. Fizemos parte da chamada Comissão Regional da Pastoral da Juventude, de que a Vera, que é muito querida também, participou, assim como outros.

Foi um tempo realmente muito rico na Pastoral da Juventude, porque tínhamos uma característica que infelizmente não é de todos, que os então chamados agentes pastorais tinham ou têm, que é acreditar no jovem. Acreditar na juventude, acreditar na sua capacidade de doação, de transformação, de  criação.

Nós acreditamos nessa juventude e pudemos realizar coisas muito bonitas. Muito simples e muito bonitas. E tenho muito orgulho e alegria por ter participado desse momento da Pastoral da Juventude, na região antigamente de São Miguel, e agora da Diocese de São Miguel, porque nós convivemos com jovens realmente extraordinários, de uma dedicação, de uma doação! O tempo que eles tinham livre era dedicado à juventude. Eram reuniões à noite, em dias de semana. Naquele tempo não havia quase ninguém fazendo Faculdade. Quando muito, conseguiam chegar ao final do ensino médio. Sábados e domingos, saindo para visitar as pessoas, levar livros, conversar, preparar reunião.

Portanto, foi um tempo muito rico. Nós acreditávamos que era possível mudar muita coisa no país, por causa daquela juventude com quem convivíamos. E o Neno era muito próximo. Falaram do Fusca, e eu vou falar da casa. A casa dele também era uma casa aberta. Muitas e muitas vezes nós fazíamos reuniões lá, em Santa Luzia, no Jardim Nordeste. A casa sempre foi aberta, como o coração do Neno.

Estávamos saindo do tempo da ditadura, começando os tempos gloriosos dos movimentos populares, do movimento sindical, das oposições sindicais, e vários jovens participavam e animavam a participar desses vários movimentos. O Cidão já fez essa referência. O próprio surgimento do PT lá na região se deveu às comunidades de base e à participação dos jovens. Esse enraizamento popular foi realmente importante.

Na Igreja nós tínhamos um grande ponto de referência, que representava bastante a mística da ocasião, a experiência do êxodo, da escravidão do povo, do sofrimento do povo e da capacidade de organização e de libertação do povo, do povo pobre, do pobre oprimido. Nós acreditávamos, e continuamos acreditando nisso.

Não quero falar do passado, porque esse passado é presente hoje na luta, na ação de todos os que continuam acreditando que o mundo pode ser diferente se nós tivermos duas referências muito fortes: o pobre e a juventude, como era naquela ocasião. Eram as famosas opções preferenciais de Puebla e de Medelin, sobretudo Puebla: o jovem e os pobres.

Atualmente encontro o Neno eventualmente, mas em momentos significativos. Uma das últimas vezes foi na casa de uma senhora, lá no fundão do Jardim Noêmia, da dona Ana Lina. Ele foi lá para comemorar o aniversário. Por isso, eu testemunho outra vez a proximidade do Neno, a sua solidariedade com as pessoas. Isso é muito importante nos nossos tempos, quando vivemos no corre-corre, e quando damos valor a muitas outras coisas.

Mas esse valor da pessoa, esse estar próximo, esse ser amigo, esse poder contar, esse acreditar é importante. Espero que ele continue apaixonado pela juventude, com aquele mesmo amor, aquela mesma atuação, aquela mesma crença que nós tivemos, e continuamos a ter. Que você continue um sacerdote segundo o coração de Deus e segundo nosso coração também. Que Deus te proteja e abençoe. Que Nossa Senhora cubra com o seu manto, a sua bênção e o seu amor. (Palmas)

 

A SRA. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - MARIA LÚCIA NICÁCIO - Um coração cheio de desejos, incontroláveis até, pelo povo que Deus lhe confia. Um coração que sabe amar, sabe chorar, sabe sorrir, sabe compreender, sabe se aventurar. Sabe que precisa sempre aprender e tem muito a ensinar. Um coração como um estudante, que quer sempre o novo, o que gera desafios, o que provoca. Um “Coração de Estudante”, como Milton Nascimento escreveu, e o Toninho vai tocar e cantar para nós agora. O Toninho é um dos membros da Pastoral da Juventude de São Miguel Paulista, das nossas boas épocas, e tinha um grupo de música chamado “Goró”.

 

* * *

 

- É feita a apresentação de número musical.

 

* * *

 

O SR. TONINHO - Neno, estou muito emocionado. O Neno foi quem me deu o primeiro violão. Quando eu comecei a fazer as primeiras notas, ele me deu o primeiro violão, no aniversário. Este aqui é meu irmão! (Palmas.)

 

O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - ANTONIO CARLOS RODGRS - E eu tenho a alegria; eu fiz o casamento dele. Ele casou lá no Bom Retiro. E batizei, sou padrinho daquela menina linda, a Analícia, filha dele.

O exemplo, o companheiro das horas difíceis, aquele que compreendeu sem nenhuma explicação, o pastor, o líder, o orientador, o pai que corrige o filho, o amigo que apóia, o guerreiro que vai à frente, o comandante que dá forças, o profeta que mostrou Deus no meio do povo, o sonhador que vive de esperança em esperança.

Com amor e com respeito, vamos assistir a um vídeo com as palavras do grande apóstolo da Cidade de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns.

 

* * *

 

- É feita a apresentação de vídeo.

 

* * *

 

A SRA. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - MARIA LÚCIA NICÁCIO - O exemplo, o companheiro das horas difíceis, aquele que compreendeu sem nenhuma explicação, o coração está sempre presente, pois o do padre Neno é dilatado não pela mordida dos barbeiros que povoam o Nordeste, mas pelo toque santo do carpinteiro de Nazaré, um grande coração para amar muito, para adorar sempre, para viver eternamente.

Ouçamos a música “Coração Civil”, que nos fala sobre uma utopia, a utopia que foi e continua sendo o horizonte do padre Neno e de todos nós que estamos aqui nesta noite.

Convido o João Sérgio para cantar essa música do Milton Nascimento.

 

* * *

 

- É feita a apresentação de número musical.

 

* * *

 

O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - ANTONIO CARLOS RODGRS - O músico João Sérgio é da Brasilândia, de onde também é o padre Abib, da Paróquia de Santo Antônio da Brasilândia.

Maria atravessou a Palestina para encontrar sua prima Isabel e levar a ela a alegria de ser a primeira a reconhecer o Salvador. O padre Neno atravessou São Paulo para levar a palavra do ressuscitado a todos. Nunca escolheu a terra onde iria profetizar. Se pudesse escolher, estaria na saudosa Curaçá, mas sempre obedeceu. Chegava como estranho, sempre recebido com olhares desconfiados. Os primeiros passos sempre difíceis, pois há tantos que pensam diferente. No dia-a-dia conquistava com sorriso fácil e alegria constante. Quando chegava a hora de ir embora, havia construído uma verdadeira comunidade. Seus olhos poucas vezes mareiam de lágrimas, pois ele conta uma piada para disfarçar a emoção. Olhos pequenos, escondidos atrás dos óculos, mas abençoados por Santa Luzia.

Por isso queremos convidar aqui o psicólogo de todas as horas, o nosso amigo José Valter de Lima para nos falar sobre sua passagem, Neno, pelo jardim que tem o nome da sua terra, o Jardim Nordeste.

 

O SR. JOSÉ VALTER DE LIMA - Boa-noite, senhoras e senhores, quero agradecer a honra de estar aqui representando o bairro Jardim Nordeste, embora tenha certeza de que há muitas outras pessoas no bairro que o representariam de forma muito nobre. Humildemente quero contar a vocês que partilhei alguns trabalhos com o padre Neno na comunidade do Jardim Nordeste - alguns movimentos políticos, questionamentos, reuniões, debates nas comunidades eclesiais de base, projetos sociais, como o OSEM, o envolvimento com as famílias do bairro em movimentos religiosos como a catequese, crisma, grupo de jovens. Nesses projetos de vida fui ganhando consciência, clareza, crescendo e enxergando um mundo diferente através dos olhos dessa comunidade e, principalmente, através dos olhos do padre Neno, amigo profundo e fiel, que em muitos momentos foi para mim e para tantos outros dessa e de outras comunidades um pai, um pai que acolhe com sabedoria, humildade, sempre com uma alegria contagiante. Tem sido um irmão que caminha ao lado, mesmo quando está longe se faz presente, visita, pergunta, quer saber. Quando é solicitado em momentos de dor ou de festa, novamente comparece com a mesma espontaneidade e entrega. É também um grande amigo, que com a segurança do companheirismo, se necessário for, é duro, de forma humilde, mas justa, para que eu e tantos outros compreendamos algo além de nós mesmos. Com a mesma simplicidade nos procura como um filho, como um irmão mais novo, que tem a humildade de ouvir, refletir e mudar a forma de pensar e de agir.

Sem dúvida o padre Neno tem muitos dons. Um deles é o sacerdócio. Hoje comemoramos juntos um quarto de século, 25 anos de desenvolvimento de trabalhos ousados.

Ele tem um outro dom notável. O dom de envolver e desenvolver as pessoas de forma simples, mas eficaz. Esse padre cria tempo, em um tempo que muitos de nós não tem tempo. Chega atrasado muitas vezes, mas vai ou vem bem-humorado e com muita energia. O relógio sempre o desafia, mas aos poucos vai se tornando seu aliado, pois com toda essa paixão pela vida e pelas pessoas esse relógio da vida não permite que ele envelheça. Provavelmente esse é o segredo dessa juventude e desses cabelos naturalmente pretos. Dessa forma simples, ele vai seguindo o caminho, envolvendo as pessoas, e criando uma grande rede, como essa, que temos aqui. Tantas pessoas estão aqui - somos nós - que são multiplicadores. Multiplicadores de tantas outras que hoje não vieram, mas que são parte dessa grande rede, que ele vem tecendo ao longo da sua história.

E, aí, eu me pergunto: O que temos em comum? Provavelmente, muitos sonhos, muitos ideais, muitas emoções. Mas com certeza o que temos em comum e por isso estamos aqui é pela amizade e pelo amor que sentimos por esse ser humano, que denominamos padre Carlos Augusto da Costa, padre Neno, ou para muitos, simplesmente Neno.

Tem um poema que fala de sonhos, e é o que ele me passa:

“Sonhei que era um pássaro

planando e voando num imenso céu de anil

 Quando, de súbito, num vidro invisível,

 meu bico bati

 

 Atordoado e perplexo, assim compreendi,

Que até na fantasia, um limite excedi.

 Vai ver que eu nasci!

 Ou será que eu morri?

 

Acordei assustado e depressa parti

 A vida é apressada e exige de mim

 Já no meio do dia, desiludido e cansado

Enfim, resolvi!

 

 Que sonhar nunca mais!

 E, nesta realidade, foi assim que vivi

 Agora compreendo

Que de fato eu morri!”

 Deixar de sonhar é isso. E sonhar é ter um amigo como esse cara. Um grande abraço a todos, um beijo especial. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE -DE -CERIMÔNIAS - MARIA LÚCIA NICÁCIO - A família longe, poucas vezes pode se reunir com todos. A mãe e a sua irmã, que foi a sua segunda mãe, lá do céu abençoam. O pai teve a graça de se casar pela segunda vez. Família, família, família. A minha também é sua, padre Neno. E sei que todos que aqui estão também o têm como se fosse da sua própria família. Abençoa as nossas famílias sempre, padre Neno. Santo Eduardo, padroeiro das famílias, ensinou a fazer isso muito bem.

Lá no Bom Retiro, ele lhe deu muitas mães. Uma delas agüentou todas as suas manias, seus horários sempre difíceis de acertar, geralmente depois das onze da noite, meia-noite, uma hora da manhã. Dois compromissos na mesma hora; às vezes, três. Às vezes, quatro casamentos no mesmo dia e no mesmo horário. Batizado depois. Velório. Mas, tinha sempre alguém ali a lhe agüentar os horários.

 Agora, essa mamãe que te acolhia no Bom Retiro já é vovó. Com a doçura do mel, Carmela Luiz, em nome da Comunidade de Santo Eduardo, conte-nos um pouco sobre o padre Neno. (Palmas.)

 

A SRA. CARMELA LUIZ - Tudo o que ela falou é verdade. Estou aqui para constatar. Só não digo boa noite, senhoras e senhores, porque daqui a pouco já é bom dia. Mas, eu devo constatar que o padre Neno fez grandes coisas na minha paróquia, mas custou para a gente entender.

Como nada é eterno, depois de 12 anos de trabalho de um sacerdote excelente, um dia as coisas mudam. E mudou. Aquele que durante 12 anos permaneceu conosco, foi embora. E nós esperávamos por um novo padre. Espera, espera. Foi uma espera de quase um mês. E nós, doidos para sabermos quem era a pessoa que iria substituir o nosso antigo padre.

 De repente, houve uma missa de 7º dia, e alguém falou: “Quem vem celebrar é o novo pároco.” E nós estávamos esperando. Chegou a hora da missa. Passou a hora da missa. E nós, esperando o novo padre. O povo dizia que ele vinha de longe. Tudo bem. E o povo levantava, sentava, ia lá fora e voltava. E nesse vai-e-vem, no meio desse povo, entra um jovem, apressado, barbudo, cabeludo. E entra na igreja, conversando, sorrindo, alegre, barulhento. Entra na sacristia. Olhamos uns para o outro e dissemos: “Será que é ele?” E era! Iniciou a missa e ele começou a nos cativar ali.

 Mas quando olhávamos para aquele jovem, todo moderno e olhávamos para dentro da nossa comunidade, uma comunidade mais fechada, mais conservadora, não dava, as coisas não se juntavam. E ele falava e nos perguntava, e tínhamos até medo de responder, porque não entendíamos o que ele queria nos dizer. Porque na verdade, diante dele, não havíamos ainda percebido que éramos pequenos demais. Mas, logo, com as atitudes, com a sua alegria, com o seu sorriso, com o seu canto, com o seu barulho, ele começou a se mostrar e começou a nos cativar. Não com palavras, mas com atitudes. E, aos poucos, ele foi se tornando o nosso grande - não pároco - o nosso grande mestre, o nosso grande irmão, com quem aprendemos e a quem ele deixou uma grande mensagem, um grande ensinamento.

 Ele veio nos mostrar a verdadeira face da igreja hoje. Ele veio nos dizer e aí começamos a entender que oração, trabalho pastoral, tudo é importante. Mas é importante quando transformamos aquilo em atitudes, atitudes de amor, de acolhida, de caridade. Mostrou-nos que realmente a igreja é muito mais do que quatro paredes de um templo, é muito mais do que um limite geográfico. Uma igreja de portas escancaradas, onde permitia que todo mundo entrasse e tinha lugar para todo mundo. E obrigava quem estava dentro, sair, porque a verdadeira igreja está onde está o povo de Deus, está onde o povo está celebrando, cantando, alegrando-se com as suas vitórias, chorando as suas mazelas, as suas misérias.

Esse é o nosso grande mestre, essa é a grande missão que aprendemos e tentamos pôr em prática, não totalmente, porque não temos a capacidade dele. Mas tentamos colocar em prática. 

E, você, padre Neno, pode estar longe, aonde for, podemos não nos comunicar, ficar muito tempo sem nos ver, mas está sempre perto de nós. Tudo o que vamos fazer, cada cantinho da nossa paróquia, cada trabalho que vamos executar, lembramos do padre Neno, do grande amigo. E como costumo dizer, do meu grande mestre. Que Deus te abençoe, que Deus te cubra de sabedoria e de graça para que você possa continuar sendo essa pessoa bonita que você é, de coração aberto, uma pessoa que é realmente o sinal de Cristo na Terra.

Cristo não construiu templos. Cristo caminhou no meio do povo, Cristo amou, Cristo abriu os braços, Cristo acolheu e Cristo disse: venham a mim, vocês, que estão cansados, porque o meu jugo é leve. É isso que o nosso grande amigo, o nosso grande mestre, sabe fazer com muita maestria: acolher, amar, perdoar e até sorrir para aqueles que são seus inimigos e transformá-los em verdadeiros amigos.

Se Deus não tivesse criado, se Deus Pai não tivesse aceito, haveria uma grande lacuna no mundo, porque jamais seria preenchida por ninguém. Teria que ser por você mesmo! Que Deus te guarde! (Palmas).

 

O SR. MESTRE -DE-CERIMÔNIAS - ANTONIO CARLOS RODGRS -  Pois é, padre Neno, as ovelhas estão todas aí. Deus o quer missionário e quer ensinar você pelo exemplo de Santa Terezinha. Ele quer lhe estimular a ir por todo o mundo e levar o evangelho a toda criatura. Lá na Freguesia do Ó, ele lhe confiou uma pequena comunidade, como era a comunidade de Belém de Judá, mas uma comunidade de fé.

Por isso convido agora um amigo, cuja missão diaconal você ajudou a florescer. Manoel, nosso futuro diácono permanente lá da região de Brasilândia, venha falar em nome da comunidade Santa Terezinha, da Freguesia do Ó. (Palmas.)

 

O SR. MANOEL RODRIGUES PINHEIRO - Boa noite a todos e a todas, autoridades aqui constituídas, quero destacar o nosso irmão, padre Jorge, que está escondidinho lá no canto e a todos vocês, leigos e leigas, irmãos na caminhada.

Para falar do Neno, já utilizamos todos os adjetivos, todas as virtudes. A Comunidade Santa Terezinha, da Freguesia do Ó, é pequena, inserida na Paróquia Nossa Senhora da Expectação do Ó. Por lá, passou um cometa “harley”, essa linguagem nova. Neno passou por lá. Foi uma passagem curta, meteórica, mas incandescente na ação, no Espírito Santo de Deus. Lá, ele deixou uma comunidade efervescente, unida, com paz, com entendimento. Isso não existia. Era uma comunidade muito quieta, muito dependente.

Lembro-me, muito bem, de que na metade daquele ano de 2000, o Bispo Dom Eusébio comentou: como é o padre Neno para vocês? Disse-lhe: “Ele tem o fogo do Espírito Santo. Ele age com todos e leva todos à união do Reino de Deus”. E foi lá que conheci Neno.

Eu estava lá, terminando o meu Ministério, mas ele tinha um outro propósito, que vou expor. Ele não era um Pedro. Pedro edificava a Igreja; Paulo ia para os confins levar a Palavra. Mas lá ele também edificou uma capela, construiu um prédio. Como? Só Deus pode dizer porque verbas não existiam. Vamos fazer, vamos pôr a mão na massa. Ele tem esse carisma e fizemos um prédio.

Na metade desse ano, o bispo conversou comigo. Por volta do mês dez, Neno foi nomeado pároco em Santa Terezinha, uma outra comunidade. Terminou o meu Ministério. Naquela época, a Campanha da Fraternidade era “ide às águas profundas” Falei: “Neno, ide às águas profundas”. Ele disse: “Vem comigo, vamos lá!”. Foi tão de repente que, em outubro, eu já estava recebendo o Ministério da Palavra, estamos trabalhando juntos. São cinco comunidades, três estão praticamente em favelas. Nessas, Neno também está edificando. Há duas comunidades que não têm verbas, não têm nada. Neno conseguiu edificar, derrubar prédios em duas comunidades.

Portanto, ele não só evangeliza, mas também edifica, cria. Esse é o carisma que ele tem. Repitam comigo: “Obrigado, Senhor, pela existência do padre Neno”. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - MARIA LÚCIA NICÁCIO - Ser sacerdote é ser pai da comunidade; aquele que ensina e corrige; diz “sim” e “não”, com a mesma tranqüilidade; alegra-se com as conquistas de seu povo e dá forças, nos momentos difíceis; luta, junto, sem medo de ser feliz.

Evelyn, permita-nos ouvir sua voz a nos ensinar a sermos como nossos pais. A Evelyn vai cantar a canção “Como nossos pais”, de Belchior. Ela é do Jardim Nordeste, da Paróquia Santa Luzia.

 

* * *

 

- É feita a apresentação de número musical.

 

* * *

 

O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - ANTONIO CARLOS RODGRS - Padre Neno, agora chegou a vez do povo que Deus escolheu para que você fosse pai e pastor, nos últimos anos.

Todos temos a nossa cruz. Cinco comunidades, com as suas necessidades próprias, com as suas lideranças, com os seus anseios e os seus sonhos. Para uni-los, Deus andou por esta cidade olhando cada padre e, quando viu você, Neno, sorriu e disse: “É você quem quero cuidando do meu povo na Brasilândia, na Vila Terezinha, e de todo o povo ali por perto”.

Para lhe ajudar, Ele escolheu no céu sete grandes colaboradores: Santa Terezinha do Menino Jesus, padroeira das missões; São José, o escolhido, o homem do “sim”; São Joaquim e Santa Ana, os avós queridos; Santo Eugênio, Papa e defensor da fé; e a grande Mãe de Deus e da Igreja Nossa Senhora, sob o título de Lurdes.

Além desses grandes Santos, tem aquele que, com simplicidade, está sempre junto de você e em quem você se escora nas horas que precisa, de forma especial: o querido São Francisco de Assis.

Para falar em nome de todo esse povo, reunido em torno do seu mundo sacerdotal, convidamos a querida Ivanira, da Comunidade de Santa Terezinha.

 

A SRA. IVANIRA RICIERI - Antonio, você sabe que cinco minutos para falar é muito pouco tempo, principalmente de uma pessoa que é um ser humano grandioso, como o nosso amigo padre Neno.

Boa-noite a todos! Quero parabenizar você, padre Neno, pelos seus 25 anos de sacerdócio. Sabemos que é uma caminhada difícil, mas que tem as recompensas, que são os amigos que vamos conquistando na longa data.

Mais uma vez, nesta noite, só vou enumerar as suas qualidades, a grandeza que você tem em seu coração. Como o Antonio bem lembrou, são cinco comunidades carentes, difíceis de serem trabalhadas.

Quando temos muito dinheiro, é muito fácil governar, mas quando temos as dificuldades... O padre Neno sabe lutar pelos seus direitos, reivindicar para as suas comunidades.

Padre Neno, só vou relatar um pouquinho do seu grandioso trabalho, que você está fazendo e que vai continuar a fazer em nossas comunidades.

Quando você chegou em nossa paróquia, padre Neno, não tínhamos noção das mudanças que ocorreriam. Logo no início, tudo indicava que você era uma pessoa alegre e expansiva, um pouco diferente do outro padre. Realmente, os outros eram bons, mas você foi o que mais se destacou, com seu coração bondoso e, sem fazer distinção de raça e idade, logo cativou e aumentou o número dos fiéis com o seu carisma.

A integração da comunidade da paróquia se fortificou, aprendemos a ser mais organizados com a sua disposição. Começamos a melhorar as atividades como, por exemplo, a Missa de Páscoa, às cinco horas da manhã, meu Deus! Pensamos: “Vamos sair daqui à meia-noite porque a missa começa às oito e antes da meia-noite não acaba o Sábado de Aleluia. Mas que beleza, que missa! Realmente nós partilhamos a Missa da Ressurreição. Depois disso, um belo café da manhã e aí sim há a partilha, a ressurreição do Cristo.

Em relação à Campanha da Fraternidade, você faz um belo trabalho também sendo coordenador da campanha. Nas outras, temos um relato muito pequeno das pessoas, mas a partir de agora, com você, as pessoas serão iluminadas. Elas se fortificam e temos uma obra muito grande, que é a Campanha da Fraternidade.

A nossa novena é um sucesso e a nossa paróquia fica até pequena. Os nove dias a paróquia fica sempre cheia porque você está com o seu carisma. O que nos toca muito é essa diferença, de evangelizar na rua. A nossa novena é dentro da paróquia, mas no final ela vai para a rua e é grandiosa. O que nos toca muito é essa sua vontade de levar o Cristo a quem não conhece. Essas festas, depois que fazemos na rua, enumera muitas pessoas.

Uma vez, nós reunimos mais ou menos duas mil pessoas. A nossa rua é pequena e falamos: “Precisamos aumentar o nosso espaço na rua porque temos tantos jovens que precisam conhecer Jesus”. E você está lá presente com o seu carisma, orientando, animando e pregando o Evangelho na rua, e nós nos gratificamos muito esse seu gesto. Você monta e levanta a barraca e, se falta ajudante, mete a mão na massa.

Isso faz diferença e os resultados vêm, como disse Toninho. As nossas comunidades estão com aspecto mais aconchegante e acolhedor. Você diz que temos de acolher as pessoas, e assim temos feito com a graça da pessoa e do aconchego. Está ficando muito bonito.

Como político, amigo e cidadão comum, você não é só pároco, não vemos só aquele santo no altar. Você põe a mão na massa como cidadão. Aquele trabalho que fez em São Joaquim é de ficar registrado porque você abrigou muitas pessoas. Com a sua vontade, você ajuda amigos e políticos e é um trabalho que merece ser relembrado. Você abrigou muitas pessoas que seriam desapropriadas. Você é um cidadão líder nato e passa isso com o seu coração, sem interesse.

Há 25 anos, você plantou uma semente, acolhendo hoje os bons frutos. Agradecemos a Deus por tê-lo colocado em nosso caminho. Que ele permaneça até o final dos seus dias, dando saúde e sabedoria.

Agora quero lhe dar um abraço das cinco comunidades. Fica aqui o meu abraço porque fui escolhida para vir aqui. Mas todos, igualmente, gostariam de estar aqui hoje deixando esse abraço. De amigos da paróquia, fica o nosso agradecimento a você. (Palmas.)

 

A SRA-MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - MARIA LÚCIA NICÁCIO - Fiel ao seu compromisso sacerdotal, assumido há 25 anos diante de Dom Paulo Evaristo Arns e Dom Angélico Sândalo Bernardino, neste mesmo solo sagrado da Cidade de São Paulo que ora pisamos, de ser fiel e obediente ao seu bispo e seus sucessores.

Padre Neno fez absoluta questão da presença de Dom José Benedito Simão, Bispo Regional de Brasilândia, que está aguardando conosco pacientemente a vez de dar o seu depoimento, onde atua como pároco e na Coordenação do Colégio Presbiterial. Colega de turma de padre Neno na Faculdade de Teologia, Dom Simão tem uma história de vida e compromisso cristão com o nosso homenageado, na paz e na esperança - “pax et spes”, como prega seu lema episcopal.

Querido pastor, pedimos sua palavra. (Palmas.)

 

O SR. JOSÉ BENEDITO SIMÃO - Exmo. Sr. Deputado Simão Pedro, em seu nome cumprimento as demais autoridades presentes, senhoras e senhores, boa noite, gostaria neste momento de protestar os meus agradecimentos a esta Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo por este Ato Solene em homenagem a um religioso, a um sacerdote, ao presbítero da Igreja, uma instituição civil a serviço do Estado laico prestando homenagem a um religioso. Tenho propósito porque o Estado é laico, mas constituído pelo povo, que é religioso. E o padre Neno representa os tantos padres da nossa querida Região Episcopal Brasilândia, e lá está também o padre Jorge, outro batalhador dentre outros queridos padres da periferia que não medem sacrifício a serviço dos pobres, dos necessitados, dos excluídos dessa sociedade globalizada. Eles de fato encarnam o martírio de Nosso Senhor Jesus Cristo todos os dias de suas vidas.

Gostaria de cumprimentar esta Assembléia Legislativa por este importante ato porque o padre Neno, como homem de Deus, é também do povo, de todos os homens, de todas as mulheres, de todas as crianças, de todos os idosos. Enfim, de todas as pessoas. E como padre da nossa região, ele não mede sacrifício porque está a serviço da vida, da busca de qualidade de vida. Nesses 100 anos que comemoramos na Arquidiocese de São Paulo, o Jubileu, o Centenário da Arquidiocese de São Paulo, um grande marco foi a ordenação presbiterial do padre Neno. É um grande acontecimento que devemos registrar na história da nossa arquidiocese - 25 anos.

Comemorei o meu Jubileu de Prata no ano passado e nem sei porque me ordenei um pouco antes do padre Neno. Somos contemporâneos, sentamos nos bancos da mesma classe, e um tempo interessante foi em 1978 quando conheci o padre Neno. Eu vim de um seminário menor e médio da arquidiocese e o padre Neno veio de outros centros de formação. Mas nós nos encontramos na Teologia, no Ipiranga, em 1978, um ano muito desafiador para a Igreja e para o Estado. A sociedade civil buscava novas perspectivas, a classe estudantil era uma classe efervescente. Naquela época não se contentava só em invadir reitoria de universidade, mas íamos às ruas de fato conquistar cidadania à população.

Padre Neno, acredito que nós pertencemos a uma fase feliz da juventude. Nós somos ainda um pouco jovens, e Neno tem aquele espírito mais jovem do que eu. Ele é aquele padre menino, com aquele sorriso maroto que conquista e evangeliza - isso já foi dito aqui.

Padre Neno é um pároco da Paróquia Santa Terezinha e acumula tantas outras funções: é coordenador do Setor Cântaros e como padre me ajuda muito. Nós, de fato, fizemos juntos a Teologia, retomando um pouco daqueles tempos difíceis, da busca de um novo modelo sócio-econômico e de uma teologia de uma igreja que fosse viável para aquilo que propúnhamos realizar.

Foi então um tempo de busca de novos paradigmas em termos de reflexão teológica, e acredito que o nosso pessoal contribuiu muito para o avanço do pensamento teológico, como também para a nova maneira de ser igreja, de estar efervescente naquele momento que até hoje nós chamamos de sebes.

Tudo isso foi muito importante e marcante, trazendo muitas saudades. Nós nos ordenamos, eu me ordenei em 1981 e você em 1982. Cada um foi para um lugar porque São Paulo é assim. Todo ano se ordena uma fornada de padres, que se dispersam porque a cidade é muito grande. A megalópole absorve os padres. Neno foi para leste e eu fui para Santo Amaro. E depois nos encontramos aqui, e eu na condição de bispo. A minha grande alegria é reencontrar Neno e tê-lo como um dos pares, um amigo, um irmão, um camarada de luta e de fé.

Tudo isso foi importante. Neno, como pároco da Santa Terezinha, zeloso pelo povo a ele confiado como zelador dos bens materiais e, sobretudo, espirituais da paróquia. Além disso, é também o coordenador do Setor Cântaros, assessor dos movimentos eclesiais, muito preocupado e atento com as pastorais sociais. Além disso, é também o coordenador dos padres da região.

Vejam quantas funções o padre Neno tem. É um padre com tantos carismas que deveríamos dar bastante serviço mesmo, não tem jeito. Só Neno poderia desempenhar muito bem isso. Sabemos que há na própria igreja diversas tendências e orientações, mas os carismas são diversos e o espírito é um só. Neno sabe trabalhar com os diversos carismas, está lá com os movimentos eclesiais e, ao mesmo tempo, está com os movimentos sociais, com os padres organizando o evento da Campanha da Fraternidade. É aquele que tem jogo de cintura e sabe navegar pelas águas da região Brasilândia, ou dizer caminhar pelas montanhas da região Brasilândia.

Neno, seja feliz! É uma alegria tê-lo conosco. Você, de fato, faz diferença na região Brasilândia, tanto é que quando temos de nomear alguma pessoa para algum cargo, você sempre tem uma grande quantidade de votos dos padres, que muito te amam, que muito te querem.

Você é de fato, um discípulo e um missionário de Jesus Cristo da nossa região Brasilândia. Seja fiel, feliz e parabéns pelo seu jubileu sacerdotal. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - ANTONIO CARLOS RODGRS  - Como diria um padre que conheço, já são quase 10 horas. Neno, Deus habita na Cidade de São Paulo e habita no seu coração. Que seja feita tua vontade assim na terra como no céu, ensinou-nos Jesus a rezar.

Cantando, queremos lembrar a sua ordenação e sua caminhada nas marcas visíveis de suas ações nos símbolos da sua vida.

A SRA. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - MARIA LÚCIA NICÁCIO - Essa canção que faremos agora se chama “Na Terra como no Céu”, e foi a  única canção da ordenação do Neno, que escolhemos para representar esse momento, muito significativo para quem estava naquela situação, e que vai trazer, com certeza, grandes  recordações. Canção de Geraldo Vandré. Acompanhem.

 

O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - ANTONIO CARLOS RODGRS  - Como o Toninho disse, na hora em que ele cantou a música de Belchior, o Neno deu o primeiro violão para ele, e havia  um problema na nossa comunidade de Santa Luzia, que as músicas  eram tocadas no disco, não havia jovens que  cantassem na igreja. E apareceu um grupo, eu, Toninho, Lúcia, e ficávamos tão nervosos antes de cantar, porque era a primeira, que íamos a sacristia  e tomávamos um gole do vinho do padre, e virou o grupo Goró.

* * *

 

- É feita a apresentação de número musical.

 

* * *

 

A SRA. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - MARIA LÚCIA NICÁCIO - Neste momento, vamos entregar a placa ao padre Neno, e para isso vamos cantar a música de Milton Nascimento.

 

* * *

 

- É feita a apresentação de número musical.

 

* * *

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Homenagem da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, dos amigos e do povo, pelos 25 anos de sacerdócio do padre Carlos Augusto da Costa, padre Neno, a serviço da vida  e da esperança, iniciativa do Deputado Simão Pedro, 09 de novembro de 2007. (Palmas.)

 

* * *

 

- É feita a entrega da placa ao homenageado.

 

* * *

 

O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - ANTONIO CARLOS RODGRS -  Agora vamos ouvir a fala do nosso homenageado padre Neno.

 

O SR. CARLOS AUGUSTO DA COSTA (PADRE NENO) - Não sei o que dizer. O que vou dizer? Por que vou dizer? Só sei dizer que eu amo vocês  e o meu sacerdócio. (Palmas.)

Deus reserva grandes surpresas e muitas alegrias na vida da gente, não é mesmo? E esta foi uma surpresa grande, uma grande alegria. Esta homenagem de hoje toca profundamente o meu coração, primeiro em ver aqui todos vocês. Isso me dá certeza de que valeu a pena  e está valendo a pena essa opção de vida de servir o povo através do ministério sacerdotal. Está valendo a pena só em ver vocês aqui. Creio que o grande sentimento que flui no meu coração, durante todo o transcorrer desse momento, não é outro senão o de gratidão. Este é o momento de graça, de ação de graças de dizer obrigado!

O tempo urge como o vento, veloz! Vinte e cinco anos se passaram. Parece que foi ontem. Eu era menino lá no Jardim Nordeste, subúrbio de São Miguel, região de tanta militância, de tanta profecia e ainda um tempo marcado pelo execrável regime militar. Tempo em que curtimos juntos com muita gente que está aqui os mesmos sonhos de liberdade, de justiça social, democracia, direitos de falar, ousar, direitos de viver. A mística profunda de uma teologia que unia numa simbiose perfeita a fé e a vida, a nossa tão necessária e útil teologia da libertação, que o nosso querido Papa João Paulo II assim disse. Essa mística nos empurrava para as ruas na defesa da vida e das liberdades democráticas. Nós brigamos juntos, nós apanhamos juntos. Acreditamos que na constelação do céu brasileiro precisava de uma estrela, há mais de 25 anos.

Vocês lembram de quando nós cantamos e caminhamos juntos assim?

 

* * *

 

- É feita a apresentação de número musical.

 

* * *

 

O SR. CARLOS AUGUSTO DA COSTA (PADRE NENO) - Quem não se lembra desse tema? O meu obrigado vai nessa direção. Primeiro, aos mestres, profetas desse tempo. Mestres de todos nós que estiveram aqui conosco de uma forma tão visual. Dom Angélico, Dom Paulo, obrigado! Santos, profetas da esperança e da paz.

Gostaria de, rapidamente, recordar a todos vocês o tema da minha ordenação marcado pela palavra sedução. Palavra forte usada pelo profeta bíblico, o jovem Jeremias: “seduziste-me, Senhor, e eu me deixei seduzir”. Que mais seduz o ser humano?

O Frei Beto, grande amigo, eterno sonhador, ele aponta em seu livro: “A mosca azul”, três forças avassaladoras de sedução: poder, dinheiro e sexo. O Frei Beto, depois da experiência no poder, reconsidera e pontua em seu livro: “Calendário do poder”, não três, mas cinco forças de sedução: “poder, poder, poder, dinheiro e sexo”.

Deputado Simão Pedro e grande amigo Deputado Federal Paulo Teixeira, amigos de longa caminhada, eu aceitei esta homenagem aqui, hoje, porque continuo acreditando em uma outra escala de valores, razão pela qual eu me tornei  sacerdote. A forte sedução do Deus, do amor e da justiça que nos inspira para a construção do reino que começa aqui e agora. E nós estamos aqui numa Casa de poder, que faz leis. Casa hoje que se transformou num santuário da ação de graça, de gratidão.  

Peço ao nobre Deputado Simão Pedro e aqueles deputados, que todos os dias estão sentados nos lugares que o meu povo está aqui sentado, nesse tempo de falta de credibilidade nessas instituições, façam desta uma Casa de justiça para o povo, exorcizando toda a sombra de corrupção, aprovando leis que garantam vida digna para todo o povo do nosso Estado e que possa ecoar por todo o Brasil.

Marcado ainda pelo sistema capitalista neoliberal que acredita na supremacia do trabalho sobre o capital, que acreditemos no ser humano sobre a força do dinheiro. Marcado ainda por uma sociedade hedonista, do prazer pelo prazer, que acreditemos na força sobre-humana do amor que nos torna guerreiros, mas sem revolta.

Obrigado, Simão Pedro, amigo e nobre Deputado, tenho certeza que o registro desta homenagem não se encontra somente no livro da minha história, mas de nossa história comum de sonhos e lutas.

Divido com todos os amigos de caminhada, bispo, irmão, padres, religiosos, leigos que continuam a sonhar com um outro mundo possível, com a mesma teimosia de Moisés que, mesmo diante de um povo de cabeça dura e de frágeis assessores, não se deixou sucumbir, lutou em busca da terra de leite e de mel, a prometida. Não chegou lá, mas deixou a herança para o seu povo. Talvez, também nós não veremos o brilho dessa terra, mas luzes já indicam que estamos no caminho para chegar lá. Continuemos sonhando e lutando.

Simão Pedro, quando D. Angélico também recebia essa homenagem, afirmou uma coisa que eu gostaria de repetir: que políticos da sua envergadura, como outros que aqui se encontram, fazem com que nós não deixemos de acreditar que vocês vão continuar a contribuir para sanear os ventos da maldade, da corrupção e dos interesses que sobrevoam esta Casa, que vocês vão continuar nesse trabalho e que nós poderemos apóia-los para que no mundo de tanta descrença vocês vão continuar ajudando a sociedade a ser um pouco melhor.

É preciso amor para poder pulsar, é preciso paz para poder subir, é preciso chuva para florir. Um beijo no coração de todos vocês com a minha benção.

Muito obrigado! (Palmas.)

 

O SR. MESTRE-DE-CERIMÔNIAS - ANTONIO CARLOS RODGRS -  Pois é, padre Neno, assim como o pescador Simão, um Simão como seu bispo, um Simão como grande amigo e aquele lá do céu lhe abençoando sempre. Por isso damos graças à vida.

A Ana e Fernando, que o acompanham há muito tempo, querem dar graças à vida pela sua vida, pela sua existência.

 

A SRA. ANA - Vinte e cinco anos de amizade. Faz cinco anos que não canto, já deu para ver pela voz. Quero lembrar aqui a Bete, minha companheira de cantar na igreja, minha companheira de caminhadas na juventude. Em todos os lugares em que era preciso a nossa presença, a gente levou a nossa voz.

Quero dizer também que você é capaz de fazer acordar dentro de nós, nossos dons e nossos talentos. Também trouxe uma frase para ser dita aqui hoje: Sonha e serás livre de espírito, luta e serás livre na vida. Che Guevara.

Vamos cantar “Gracias a la Vida”, de Mercedes de Sosa.   

 

* * *

 

- É feita a apresentação de número musical.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - A gente ainda vai ter uma palhinha do Edvaldo Santana com a música “Seja Feliz”.

Nós queremos, antes de encerrar a sessão, convidar a todos para um lanche no Hall Monumental para que gente possa se confraternizar com o padre Neno.

Quero dizer, Dom Simão, padre Neno, que para o nosso mandato, juntamente com a Sueli, assessora do Paulo Teixeira, foi um prazer muito grande prestar esta homenagem da Assembléia Legislativa. Quero agradecê-los por terem aceitado esta homenagem muito merecida.

Quero agradecer ao Vladimir, à Dona Yeda, à Maura, que nos ajudaram na realização desta sessão. Quero agradecer ainda a presença do pessoal da TV Assembléia que está transmitindo este evento para o Estado de São Paulo. O evento foi transmitido pela TV WEB Assembléia. Quem acessou o “site” da Assembléia pôde assistir ao vivo. Quero agradecer o nosso gabinete na pessoa do Marcos, da Sueli, enfim, a toda turma do gabinete.

 O padre Neno está lembrando que quinta-feira, à noite, na Paróquia Santa Luzia, Jardim Nordeste, haverá uma grande festa.

Com vocês, Edvaldo Santana.

 

* * *

 

- É feita a apresentação de número musical.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Esgotado o objeto da presente sessão esta Presidência, antes de encerrá-la, agradece às autoridades, aos funcionários desta Casa e àqueles que com suas presenças colaboraram para o êxito desta solenidade.

Está encerrada a sessão.

 

* * *

 

- Encerra-se a sessão às 23 horas e 53 minutos.

 

* * *