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21 DE OUTUBRO DE 2011

048ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AS “COMUNIDADES TERAPÊUTICAS QUE TRATAM AS DEPENDÊNCIAS DAS DROGAS E DO ÁLCOOL”

 

Presidente: EDSON FERRARINI

 

RESUMO

001 - EDSON FERRARINI

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que o Presidente Barros Munhoz convocara a presente sessão solene, a pedido do Deputado Edson Ferrarini, ora à Presidência, para "Homenagear as Comunidades Terapêuticas que Tratam as Dependências das Drogas e do Álcool". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro". Informa que esta sessão solene será transmitida pela TV Assembleia em data oportuna. Discorre acerca de dificuldades enfrentadas pelas famílias de dependentes químicos. Ressalta o trabalho da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao "Crack". Cumprimenta entidade de recuperação de viciados, de Osasco.

 

002 - JOOJI HATO

Deputado Estadual, parabeniza o Deputado Edson Ferrarini pela luta contra as drogas e o alcoolismo. Cumprimenta o Deputado Olímpio Gomes pela oposição às drogas. Saúda o Vereador Marco Aurélio da Cunha, pela atuação na área esportiva, o que, adita, contribui para tirar os jovens das drogas. Enaltece o trabalho de Emiliano Dias Linhares. Cita a preocupação do Papa Bento XVI, que visita a Fazenda Esperança, entidade que trata de dependentes químicos. Repudia a postura de Fernando Henrique Cardoso, que, a seu ver, faz apologia às drogas. Critica a declaração do Deputado Federal, e ex-jogador de futebol, Romário, pelo apoiou à liberação de bebida alcoólica durante a Copa do Mundo.

 

003 - Presidente EDSON FERRARINI

Lembra a história do soldado Heraldo Serpa, ex-dependente de álcool, que o incentivou a estudar as causas e o tratamento da doença. Comenta seu ingresso na faculdade de psicologia, a partir do convívio com o policial, na expectativa de ajudá-lo a vencer o vício.

 

004 - HERALDO SERPA

Soldado PM, agradece o apoio recebido do Deputado Edson Ferrarini. Discorre sobre o alcoolismo. Tece comentários sobre o estilo de vida de dependentes do álcool. Lamenta as perdas pelas quais os viciados passam. Encoraja os dependentes a buscarem ajuda especializada. Cita caso de amigo, liberto do vício há 22 anos.

 

005 - OLÍMPIO GOMES

Deputado Estadual, cumprimenta as autoridades presentes. Destaca a atuação dos Deputados Edson Ferrarini e Donisete Braga contra as drogas. Fala de resultados obtidos pela Frente Parlamentar de Enfrentamento ao "Crack". Parabeniza as entidades que tratam de dependências químicas. Justifica o posicionamento contrário à liberação das drogas, por parte de policiais e familiares de viciados. Ressalta a destruição e o sofrimento provocados pelos entorpecentes. Chama a atenção da sociedade para os danos advindos de uma possível liberação da maconha.

 

006 - DONISETE BRAGA

Deputado Estadual, saúda o Deputado Edson Ferrarini, a quem chama de professor, no combate às drogas. Parabeniza as políticas públicas defendidas pelos Deputados Olímpio Gomes e Jooji Hato. Comenta reconhecimento, pela Anvisa, às Comunidades Terapêuticas, o que permitirá a elas receber recursos do Governo Federal. Elogia o depoimento do soldado Heraldo Serpa. Coloca-se à disposição do público presente, na luta contra as drogas.

 

007 - Presidente EDSON FERRARINI

Saúda os ex-dependentes químicos, presentes na plateia. Apresenta a ex-alcoólatra, Senhora Eneida Santucci Migotto.

 

008 - ENEIDA SANTUCCI MIGOTTO

Serventuária da Justiça e ex-alcoólatra, relata sua história de vida. Compara seu amor às três filhas, ao que sentia pela bebida. Recorda sua chegada ao Centro de Tratamento, dirigido pelo Deputado Edson Ferrarini. Declara estar há 12 anos sem beber. Aponta as mudanças psicológicas pelas quais passou durante este período, com destaque para o resgate do amor próprio.

 

009 - EMILIANO DIAS LINHARES

Xamã Gideon dos Lakotas, Líder do Movimento Contra a Liberação da Maconha, pela Vida, fala de sua satisfação em participar desta solenidade. Comenta a Caminhada Nacional contra a Liberação da Maconha, pela Vida, ocorrida no ano passado. Lamenta a falta de apoio da mídia, que teria feito notificações falsas sobre o evento. Chama de insignificante o papel jornalístico da imprensa. Indigna-se com declarações do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, favoráveis à liberação da maconha. Considera insano o posicionamento da autoridade, a quem convida para a audiência pública que acontecerá no dia 18 de novembro, neste Parlamento, para debater o tema. Mostra imagens de ex-viciados. Afirma que a maconha é a porta de entrada para drogas mais pesadas. Fala de audiências públicas que acontecerão em Brasília. Divulga o endereço do "site" da entidade. Faz agradecimentos gerais.

 

010 - Presidente EDSON FERRARINI

Comenta o tamanho de países como Holanda, Dinamarca e Suíça, se comparados ao do Brasil. Faz a divulgação de manual de orientações sobre os danos causados pelas drogas.

 

011 - MARTA HELENA DE SOUZA REIS

Assessora de Gabinete do Conselho Estadual de Política sobre Drogas, representando a Secretária de Justiça e Defesa da Cidadania, Eloisa de Sousa Arruda, destaca a falta de apoio do Poder Público às comunidades terapêuticas. Coloca-se à disposição de entidades para orientações gerais. Enfatiza a importância da reinserção social de ex-dependentes químicos. Esclarece o papel da Secretaria que representa, o de promover a cidadania.

 

012 - Presidente EDSON FERRARINI

Relata o envolvimento do ex-jogador Diney com a cocaína. Comenta sua suspensão do futebol, como forma de punição. Lembra o pedido de ajuda que o atleta fez ao Parlamentar. Fala de seu papel como advogado e da defesa judicial do ex-jogador. Destaca a recuperação do atleta.

 

013 - MARCO AURÉLIO CUNHA

Vereador da Câmara Municipal de São Paulo, agradece o convite para participar deste evento. Ressalta o respeito e a gratidão ao Deputado Edson Ferrarini. Cumprimenta os Deputados que integram a Frente Parlamentar de Enfrentamento ao "Crack". Defende os valores familiares. Lembra sua passagem por times de pequeno porte Parabeniza o trabalho do Senhor Emiliano Dias Linhares. Discorre acerca da possível legalização da maconha. Comenta a luta do Governo contra o cigarro. Cita o arrependimento declarado pelo humorista Chico Anysio, por ter sido fumante. Enumera personalidades esportivas vitimadas pelo alcoolismo e pelo vício do cigarro, entre elas, os ex-jogadores Sócrates, Casagrande e Mané Garrincha. Lamenta o alto número de acidentes de carros, provocados por pessoas alcoolizadas. Propõe a formação de alianças em prol do combate às drogas. Enaltece o poder de comunicação e de convencimento do Deputado Edson Ferrarini, contra a dependência química.

 

014 - Presidente EDSON FERRARINI

Elogia o trabalho como médico de Marco Aurélio Cunha. Destaca sua atuação como vereador. Fala sobre os efeitos de remédios contra as drogas. Defende a pesquisa neste setor. Considera a prevenção, por meio da educação, a melhor forma de combate às drogas. Convida os pais de dependentes químicos a visitarem seu "site". Defende a instituição familiar. Atribui ao público presente a tarefa de multiplicar a mensagem contra as drogas. Reitera o convite para a audiência pública que acontecerá no dia 18 de novembro, nesta Casa. Divulga a passeata contra as drogas no dia 17 de dezembro, às 10 horas, na Avenida Paulista. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Edson Ferrarini.

 

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O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

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- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

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O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Bom dia a todos, estamos iniciando uma sessão solene aonde nós vamos homenagear as Comunidades Terapêuticas pelo seu trabalho, pela sua luta em salvar vidas. E nós também estamos iniciando as atividades da Frente Parlamentar em Defesa da Família, Contra as Drogas e pela Não Legalização da Maconha. Esse trabalho é feito, tem apoio de inúmeros deputados desta Casa como Deputado Campos Machado, Deputado André Dias Do Prado, Deputado Antonio Salim Curiati, Deputado Cauê Macris, Deputado Celso Giglio, Deputado Donisete Braga, Deputado Hélio Nishimoto, Deputado Chico Sardelli, Deputada Heroilma Soares, Deputado Itamar Borges, Deputado Jooji Hato, Deputado José Zico Prado, Deputado Milton Vieira, Deputado Orlando José Bolçone, Deputado Reinaldo Alguz, Deputada Rita Passos, Deputado Roberto Morais, Deputado Sebastião Santos, Deputado Vinícius Camarinha, Deputado Welson Gasparini, Deputado Alencar Santana, Deputada Ana Do Carmo, Deputado Carlão Pignatari, Deputada Célia Leão, Deputado Dilmo Dos Santos, Deputado Ulysses Mario Tassinari, Deputado Fernando Capez, Deputado Geraldo Vinholi, Deputado Geraldo Cruz, Deputado Isac Reis, Deputado José Bittencourt, Deputado José Cândido, Deputada Leci Brandão, Deputado Luiz Moura, Deputado Marcos Zerbini, Deputado Milton Leite Filho, Deputado Olímpio Gomes, Deputado Rodrigo Moraes, Deputado Luiz Cláudio Marcolino. Enfim, vejam o apoio enorme deste trabalho pela não legalização da maconha.

E nós temos aqui, compondo a nossa tribuna, esse meu amigo, querido amigo, que é o vereador da Câmara de São Paulo, vereador Marco Aurélio Cunha, que eu queria que vocês aplaudissem esse meu querido amigo. (Palmas.) Vereador dos mais atuantes de São Paulo e certamente é um médico, meu médico, já cuidou do meu ombro, já cuidou dos meus problemas; sem contar que o time que ele torce tem o maior estádio particular do mundo, que é o São Paulo Futebol Clube.

Deputado Jooji Hato é um dos deputados mais atuantes desta Assembleia Legislativa, é médico também e luta contra as drogas há muitos anos. Um deputado que a Assembleia Legislativa ganhou aqui pra nós, nós ganhamos este homem pra cá. Tem presidido as sessões, os seus projetos são da maior relevância. Queria que vocês aplaudissem, também, o Deputado Jooji Hato, que está aqui. (Palmas.)

Aqui ao meu lado esquerdo, tenho o Sr. Emiliano Dias Linhares, ele é Xamã Gideon dos Lakotas, é o líder do Movimento Contra a Liberação da Maconha e pela Vida. Eu participei com ele, a poucos meses atrás, de uma passeata pela não legalização da maconha na Avenida Paulista, e viemos até a Assembleia Legislativa. Mais de três mil pessoas, carro de som, e nós não conseguimos divulgar isso em nenhuma linha de jornal, foi muito pouco. Os que são favoráveis à liberação da maconha, conseguem páginas inteiras de jornais, mas nós estamos aqui. Nós, a grande maioria das famílias, somos absolutamente contra isso. Então, queria que vocês aplaudissem o Sr. Emiliano Dias Linhares. (Palmas.)

O governo do Estado está fazendo um movimento grande em relação à prevenção as drogas, temos aqui também a Frente Parlamentar Contra o Crack, é uma Frente Parlamentar muito atuante, da qual eu faço parte. O Estado já está fazendo grandes trabalhos. Estamos aqui hoje, e a Sra. Marta Helena de Souza Reis, ela é assessora do gabinete do Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas, representando a secretária de Justiça e Defesa da Cidadania, a promotora Eloísa de Sousa Arruda. O trabalho que ela faz é muito grande, por isso, o nosso aplauso a Sra. Marta Helena de Souza Reis. (Palmas.)

Quero agradecer também, a presença do Deputado Olímpio Gomes, que faz parte da Frente Parlamentar em Defesa da Família, Contra a Liberação das Drogas e pela Não Liberação da Maconha, quero aplaudir o Deputado Olímpio Gomes também. (Palmas.)

A intenção do nosso trabalho é mostrar para a sociedade, acordar as pessoas, do problema da maconha. Eu lido com pessoas drogadas há 40 anos. Todos os dias passam pelas minhas mãos, 10, 20 pessoas viciadas. Não conheço um único drogado feliz, um único. Eu queria conhecer um drogado feliz, dizer que eu uso crack e estou feliz da vida. A eu vir junto e falar, que lá em casa, temos o maior orgulho de termos esse maconheiro na família, esse cheirador de cocaína é o orgulho da família. Não tem. É problema, sofrimento. E essa Frente Parlamentar é para que as pessoas de bem, digam não à liberação da maconha.

Outro dia, vi o Arcebispo de São Paulo dizendo que as pessoas são a favor da liberação da maconha fazem passeata, agitam a Avenida Paulista, e as famílias onde estão? As pessoas que são contra? Aqui está a representação delas. Quero também, cumprimentar as Comunidades Terapêuticas, que estão aqui presentes, a Agadef, de desintoxicação, é uma comunidade da cidade de Osasco, e eles estão aqui hoje, também, sendo representados. Depois nós vamos ouvir as pessoas.

O Deputado Jooji Hato é um médico dos mais atuantes e deputado, eu queria então, ouvir a manifestação do Deputado Jooji Hato. (Palmas.)

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - Bom dia a todos, quero parabenizar o nosso querido Deputado Edson Ferrarini, que tem, na sua vida inteira, lutado contra as drogas, a bebida alcoólica e as drogas ilícitas.

Quero parabenizar todas as Comunidades Terapêuticas aqui presentes neste evento maravilhoso, que vai fortalecer a luta não desta Casa, mas a luta de todos nós, de todas as famílias brasileiras.

E quero dizer aqui, cumprimentando o nosso Deputado major Olimpio Gomes, que é também um grande batalhador nessa luta, que faz parte da Frente Parlamentar junto conosco, que o Deputado Olimpio Gomes tem feito ao lado de outros companheiros, inclusive o nosso querido Presidente da sessão, Deputado Edson Ferrarini.

Quero cumprimentar aqui, o meu amigo de muitos anos, grande desportista, diretor do São Paulo Futebol Clube, médico renomado, que tem dado a sua vida para o esporte, e sabemos que o esporte combate as drogas. O esporte encaminha os nossos adolescentes ao caminho do bem. Parabéns, nobre Vereador Marco Aurélio, e que tenha, V.Exa., muita saúde para continuar lutando nessa causa tão nobre, que é resgatar os nossos adolescentes.

Quero cumprimentar também aqui, a nossa querida Marta Helena de Souza Reis, que representa a nossa secretária de Justiça Eloísa de Souza Arruda, que inclusive eu estive num evento anti-droga, lá na Secretaria da Justiça, recentemente. Quero que V.Exa. leve a nossa secretária, o nosso pleito de respeito e gratidão.

Quero cumprimentar aqui também, o Sr. Emiliano Dias Linhares Júnior, que fez uma demonstração pública de que nós somos contra a legalização da segunda droga. Porque nós temos a primeira droga oficializada, que é a bebida alcoólica, que leva milhares de famílias, milhares de pessoas, ao infortúnio, à infelicidade, aos prontos socorros, às UTIs; consumindo grandes recursos do SUS, consumindo e ocupando leitos fundamentais, deixando aquelas pessoas que tem, que precisam de um atendimento médio hospitalar, porque acabam ocupando e impedindo que essas pessoas utilizem. Parabéns, meu querido Presidente desse Movimento, Sr. Emiliano Dias, e que você continue nessa luta, que é a luta de todos nós.

Termino aqui a nossa fala, meu caro Deputado Edson Ferrarini, dizendo que eu disse várias vezes e estou repetindo, que eu prefiro seguir o nosso Papa Bento XVI, que veio visitar o nosso país. Um líder de uma das grandes religiões mundiais, um líder religioso, que, preocupado com os nossos adolescentes que estão indo para o caminho das drogas, fez uma visita a Guaratinguetá, na Fazenda Esperança. Que nós, certamente, estaremos segunda-feira, não é, meu caro Deputado Edson Ferrarini, lá na Fazenda Esperança, ao lado do Deputado Olimpio Gomes, Deputado Donisete Braga e de outros deputados que pertencem a Frente Parlamentar.

O Papa, preocupado com os nossos adolescentes, foi lá visitar a Fazenda Esperança, aquela fazenda que é o exemplo a ser seguido, como tantas outras que nós temos no nosso país, graças a Deus. Porque o governo só tem 450 leitos para tratar alcoólatras e drogados, e nós temos 645 cidades no Estado. Não temos nem um leito por cidade, meu caro Vereador Marco Aurélio, e o Papa Bento XVI, preocupado, foi lá. E nós temos líderes aqui, líderes que vem a público, que deveriam ficar até calados, dizer que é favorável a maconha. Líder política, que chegou até a Presidência da República, nós vimos nos jornais de anteontem, meu caro Vereador Marco Aurélio, diferente de V.Exa., que é um esportista. É um ídolo que eu amava, admirava, que todos os brasileiros amavam e gostavam muito dos gols que ele fazia na Seleção Brasileira, que era o Romário, e que hoje é deputado federal, foi lá no Congresso Nacional defender a liberação da bebida alcoólica na Copa do Mundo. O que é muito errado, porque sabemos que o álcool é a porta de entrada para as drogas ilícitas.

Termino a minha fala, dizendo que o Deputado Romário está muito errado. Ele foi pego em março do ano passado e outra vez em julho deste ano, e recusou a fazer Bafômetro. E disse desta tribuna no dia de ontem, se a polícia não tem Bafômetro no Rio de Janeiro, se ele não quiser fazer Bafômetro, peça a ele, que fique de pé com uma perna só e faça o número quatro com a outra perna, e veja se ele consegue se equilibrar. Se ele cair, está bêbado e encana o cara.

Eu quero terminar a minha fala, meu caro Presidente, dizendo que nós temos uma tarefa muito difícil. Essa tarefa que é de todos nós, é uma luta difícil, que a pouco dissemos e foi dito aqui neste instante, quando se faz uma apologia à liberação da maconha uma parte da impressão publica. Infelizmente, quando fazemos um evento como este, fazemos um movimento antidrogas, não tem tanta mídia, não tem tanta publicação, por isso que essa luta é difícil, porque fere interesses econômicos. Fere interesses das indústrias, da Ambev e de outros fabricantes, e nós somos um país campeão de bebida alcoólica. Nós fabricamos, nós somos o maior fabricante do mundo de bebida alcoólica, só que a nossa bebida alcoólica é de má qualidade, e dá cirrose, dá doenças.

Eu quero então, finalizando, parabenizar a todos vocês. Vamos todos unidos e irmanados à luta, que é a luta de todos nós, a luta dos nossos adolescentes, dos futuros herdeiros. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Muito obrigado, Deputado Jooji Hato.

Esta sessão foi iniciada sob a proteção de Deus. Nos termos regimentais, houve a dispensa da leitura da ata da sessão anterior.

E neste momento, convido os presentes para ouvirem o Hino Nacional Brasileiro, que é regimental neste início da nossa sessão.

 

* * *

 

- É reproduzido o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esta sessão solene foi convocada pelo Presidente desta Casa, Deputado Barros Munhoz, atendendo solicitação deste deputado, para homenagear as Comunidades Terapêuticas e para o lançamento desta Frente Parlamentar em Defesa à Família e Contra as Drogas e pela Não Legalização da Maconha. Essa é a nossa intenção.

Os senhores poderão assistir a esta sessão solene na íntegra, no próximo domingo, dia 23 de outubro, às 20 horas, pelos canais TVA, canal 66, Net, canal 13 e pela TV Digital Aberta, canal 66.2. E está sendo transmitida agora, ao vivo, pela Net Web pelo Portal da Assembleia www.al.sp.gov.br.

Antes de dizer aos Srs., como é possível salvar vidas, eu queria apenas trazer como símbolo, um rapaz, um homem, um ser humano, para que tenhamos forças, queria que ele ficasse em pé, ao meu lado, ele se chama Heraldo Serpa, nesse microfone aqui, por gentileza.

Para os Srs. entenderem como tudo isso começa. Deputado Olimpio Gomes conhece bem essa história. Eu era comandante de um Batalhão da Zona Norte de São Paulo, era o 5º. Batalhão, perto da Serra da Cantareira. E eu tinha um soldado no meu Batalhão, que bebia de um a dois litros de pinga num final de semana. A gravidade era que, por mais hilariante, por mais complicado que seja, aquele homem, naquela viatura policial, a sua dependência era tamanha, que ele ia a toda Serra, nos espaços de macumba, literalmente como eu estou falando; tinha na viatura, um garrafão e um funil, e ele pegava aquela pinga de macumba, enchia e levava para casa e bebia.

E eu tinha esse homem na minha frente, ele era o meu soldado, eu tinha que expulsá-lo, tomar uma atitude. Eu era advogado naquela época, e esse homem, que já tremia, já tinha 3 ou 4 passagens pelo hospital militar, eu resolvi ajudar aquele filho de Deus que estava na minha frente. E fui pra casa, estudar o ocorrido, fui ao Alcoólicos Anônimos, na União Fraternal de Laborterapia, e saí por aí estudando e ele ficou uma semana sem beber. E o homem que tremia, ficou um mês sem beber.

Eu peguei outros soldados no Batalhão, que tinham e já estavam seis meses sem beber, e fui me animando. Junto com outros soldados, fui ajudando, e ele que bebia todos os dias, já estava um ano sem beber. E o tempo vai passando, eu pego o CPA inteiro, outros que tinham, e outros me traziam os filhos com problemas de álcool e droga eu me animei tanto, que fiz a faculdade de psicologia, e fiquei cinco anos na faculdade. E quando terminou isso, este homem já estava há 15 anos sem beber. E se aposentou como primeiro sargento. Eu o puni, uma punição grave, séria, mas eu aprendi que, sozinho, ele não conseguiria. Esse homem que está aqui, atrás de mim, é o primeiro sargento Heraldo Serpa, que o mês que vem receberá, botarei no peito dele, uma medalha. Aquele homem, que bebia compulsivamente um litro de pinga num final de semana, e meio litro por dia e tinha quatro filhos, tem uma esposa coronel, é o melhor soldado do Batalhão quando não bebe. Ele está aqui, e este homem a semana que vem vai receber a medalha de 40 anos sem uma gota de álcool na boca, ele chama Heraldo Serpa, é esse homem aqui. (Palmas.)

É possível você salvar vidas. Não tem cura o álcool. Nós temos o Moraes internado, 45 vezes, fique de pé, Moraes, este homem foi internado 45 vezes. Está ali, ao lado da esposa, da filha, do amigo. E ele veio pra mim, depois de todos os desesperos da vida, está quanto tempo sem beber Moraes? Sete anos e 20 dias sem uma gota de álcool na boca, o herói é ele, vamos aplaudi-lo. (Palmas.)

Então, você entende? Olha a força da comunidade, como é possível fazer. Passou um Maracanã lotado de pessoas drogadas, 200 mil pessoas a gente pode estar aqui. Valeu Serpa?

 

O SR. HERALDO SERPA - Poxa vida, valeu coronel! Em primeiro lugar, agradeço a Deus mais um dia de vida, total abstinência ao álcool. Agradeço também, a presença de vocês, e a grande oportunidade de estar aqui, e poder mandar uma pequena mensagem, não é todos que o alcoolismo atinge diretamente, de 10 a 12 pessoas, um vai ser o portador da doença do alcoolismo. É uma doença incurável e de determinação fatal para o elemento que não para em tempo. O que acontece com o alcoólatra? Ele é tão infeliz que ele é despatriado.

Meu pai é oficial da Policia Militar, ele já estava prestes a falecer, entrou o meu irmão na frente no quarto dele e eu entrei atrás e fique ouvindo, ele falando: Nenê, que é meu irmão e primeiro sargento da Policia Militar também, Nenê, olha o seu irmão Heraldo, que ele vai morrer de tanto beber, não tem jeito. Aquilo me pegou de tal maneira, mas eu estava muito enfraquecido, que o álcool foi tão poderoso sobre a minha personalidade, sobre a minha pessoa, porque o álcool tira tudo que é de bom que a pessoa tem. Tira a felicidade, envergonha a família, eu estou falando de mim, e a pessoa quando o alcoolismo atinge essa tremenda gravidade.

E minha gente, e fui salvo pelas mãos milagrosas, porque comigo, houve um milagre, o milagre, eu tinha que parar. E parar como se eu não tinha mais força? E o coronel me deu oportunidade, trocou ideia comigo, mandou me servir um café e eu não achava a minha boca, tremia tanto! Por que você está tremendo? Porque eu estou na presença de um coronel. Mas não era nada disso, era delírio tremulem, era por causa da bebida. E isso foi minha luta.

Hoje eu estou muito feliz, tenho 13 netos, 3 bisnetos, meus netos nunca me viram alcoolizado. Então é uma grande felicidade imensa a gente poder enxergar esse mundo maravilhoso, porque aqui, esse mundo nosso, é a coisa mais maravilhosa que tem. Temos que agradecer o ar, tudo que a gente tem de bom na vida. Porque dificuldades, todo mundo tem.

Eu agradeço muito vocês, que estão me ouvindo, e pedindo para aquele que tiver algum problema na família, alguma coisa encaminhe lá para o coronel, não é para o cara parar, é para o cara ficar esperto e ver onde está prejudicando.

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Em 40 anos, quanto você me pagou?

 

O SR. HERALDO SERPA - Nada. Eu estou devendo ainda.

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Você não pode levar auxilio, donativo, contribuição, nada. Há 40 anos, eu estou pessoalmente na Avenida Jabaquara, 2669, esperando você que está aqui nos assistindo. Álcool, drogas, vai lá, não tem cura, mas você estaciona como Heraldo Serpa, muito obrigado, o herói é você. (Palmas.)

 

O SR. HERALDO SERPA - Nós temos um colega, que eu fui buscar no Cemitério da Cachoeirinha, ele estava morrendo lá. Passei na mãe dele e ela me disse que estava lá na Cachoeirinha, eu fui lá e ele estava praticamente morto. Eu levei-o ao coronel e ele está 20 anos sem beber.

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Fique de pé, Manilton. Esse que dormia no cemitério, ele foi buscar e está ali, o Manilton. Quanto tempo sem álcool? 22 anos. Vamos aplaudir esses dois heróis.

 

O SR. HERALDO SERPA - Eu agradeço esta oportunidade que estão me dando, e pedindo para Deus, para proteger todos nós, porque a luta é dura, mas não é nada impossível neste mundo, basta a gente querer. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRINI - PTB - Parabéns para você, Serpa, o herói é você.

Eu queria cumprimentar e agradecer a presença do Deputado Donisete Braga, é o Presidente da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack, ele vai falar daqui a pouco.

Deputado Olímpio Gomes, com suas palavras pra nós. Vamos aplaudir o major Deputado Olimpio Gomes, que veio prestigiar a nossa sessão solene. Ele, que é um deputado atuante também nesta área, esteve lá na Cracolândia. Deputado Olímpio Gomes, a palavra é sua.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Muito bom dia a todos. Quero cumprimentar o Deputado coronel Edson Ferrarini, pela iniciativa de abrir as portas do legislativo para uma solenidade tão significativa.

Vereador Marco Aurélio Cunha, grande vereador, grande amigo, defeitinho por ser São Paulino, totalmente perdoável; Deputado Jooji Hato, nosso deputado estadual na primeira legislatura aqui, mas com um trabalho imenso realizado na cidade de São Paulo como vereador e companheiro do vereador Marco Aurélio Cunha nas lutas pela nossa população de São Paulo. Deputado Donisete Braga, nosso Presidente da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack, que vem nos dando uma aula de administração de Frente Parlamentar com grandes evoluções na sociedade, no Estado de São Paulo graças à atuação da Frente. E a coordenação que é realmente digna dos maiores elogios pela interlocução que o Deputado Donisete Braga proporciona com o governo federal, com o governo do Estado, com os órgãos que estão interagindo no sistema, com as comunidades terapêuticas, com os representantes da Secretaria da Justiça aqui presentes, representantes das comunidades terapêuticas, cidadãos, exemplos de vida que agora o Deputado Edson Ferrarini acabou de nominar alguns deles.

Eu só posso dizer da minha satisfação, de ver o bem fazendo força para equilibrar essa luta contra as drogas. Deputado Edson Ferrarini vem numa luta, há mais de 40 anos como policial, como psicólogo, como advogado, e como entusiasta de um homem com muita esperança, que com suas ações e com a sua força do seu mandato e cargos exercidos, está lutando em defesa da sociedade.

Mas eu deixaria uma reflexão, por que os policiais são contra a legalização das drogas? Por que as pessoas, os voluntários, as pessoas que atuam nas comunidades terapêuticas, são contra a legalização das drogas? Por que será, que os familiares de pessoas, ou famílias que tem a tristeza e a tragédia de ter drogados no seio familiar, são contrários a legalização das drogas? Exatamente porque só aquele que tem o contato e a proximidade, e, às vezes, pela tragédia familiar, às vezes pela obrigação profissional, no caso dos policiais, dos promotores, dos juizes, dos defensores públicos; e aqueles que dão uma parcela da sua contribuição nas comunidades terapêuticas, tentando recuperar pessoas, conhecendo tragédias familiares, tragédias de vida que muitas vezes tem a condição de avaliar o flagelo das drogas.

Vivemos numa sociedade e estamos na onda do politicamente correto. E muitas vezes, temos que nos focar no socialmente necessário. E fico muito feliz quando a Assembleia Legislativa, através de iniciativas como a do Deputado Edson Ferrarini, do Deputado Donisete Braga, se volta as suas ações, a sua força, ao seu esforço para fazer da Assembleia, uma caixa de ressonância em nome do povo paulista, de uma grande mobilização que pode começar com poucos cidadãos abnegados, mesmo que não repercuta a grande mídia, que está focada no politicamente correto e não no socialmente necessário, mas, aos poucos, chamar atenção da sociedade que tudo que nós estamos querendo é justamente é o bem das pessoas.

Imaginem a legalização de outras drogas, como faria o controle disso? Vamos criar a “Drogabrás”? Uma agência governamental para fiscalizar a pureza, a defesa do consumidor drogado, o peso, a qualidade, o controle de preços? Então, nós não podemos correr o risco de fazer com que a sociedade fique mais a mercê do traficante, daquele que comercializa a morte.

Parabéns, Deputado Edson Ferrarini, parabéns a todos os parlamentares aqui presentes, a todos os cidadãos, a esses exemplos de vida, a essas pessoas que tem a coragem de se levantar e dizer para a sociedade “eu estive doente”, se não é curável como a experiência de profissionais demonstra não ser, mas é controlável. Então, por que não continuarmos a empreender uma luta a empunharmos e ajudarmos homens como o Deputado Edson Ferrarini, como o Deputado Jooji Hato, como o Vereador Marco Aurélio Cunha, como o Deputado Donisete Braga, que estão dizendo: cidadãos, vamos conosco pela paz, pelo bem, pela saúde, pela manutenção da estrutura familiar.

Parabéns, Deputado Edson Ferrarini, parabéns a todas as comunidades, a todos vocês, que dão exemplo de vida, e continuem a contar com o meu esforço. Não sou um profissional na área terapêutica, vamos acompanhando as lições de casa que vamos tendo dos deputados que estão envolvidos e que são profissionais nesta área e de todos vocês. Parabéns, e que Deus continue abençoando-os. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Obrigado, Deputado Olimpio Gomes. A sua atuação tem sido muito significativa.

Deputado Donisete Braga, V. Exa. nos honraria com suas palavras, falando sobre sua luta, sobre nós que estamos juntos nessa Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Muito bom dia a todos os presentes aqui. Quero cumprimentar, saudar fraternal o nosso sempre querido, Deputado Edson Ferrarini, que eu conheci, na verdade o conheci pelo rádio, vou revelar aqui a nossa pouca idade, no programa do Zé Betio, ouvimos muito o Deputado Edson Ferrarini, e hoje contribui muito aqui na Assembleia Legislativa, com um tema tão fundamental. O nosso professor, nessa questão do combate as drogas, apresentou uma Frente importante nessa questão da liberação da maconha, a favor da vida. Deputado Edson Ferrarini, para a Assembleia Legislativa é motivo de muito orgulho.

Quero cumprimentar aqui também, o Deputado major Olimpio Gomes, que é também um defensor desta causa, tem sido um grande parceiro nesta Frente que nós estamos coordenando, e é um grande amigo, que debate os assuntos fundamentais, não só de segurança pública, mas as políticas fundamentais do nosso Estado.

E o grande amigo, o nosso vice-coordenador da Frente Parlamentar, Deputado Jooji Hato, que exerceu mandatos exemplares na Câmara Municipal de São Paulo sobre a questão das drogas, fechamento dos bares, e também tem sido um grande amigo, um grande companheiro, que está me ajudando muito nesta Frente Parlamentar.

E cumprimentar o Vereador Marco Aurélio Cunha, que ontem eu senti, eu vi que o Vereador Marco Aurélio Cunha não esteve ontem no Fielzão, estava na Câmara Municipal de São Paulo e não compareceu lá ontem.

Mas, Deputado Edson Ferrarini, eu fiz questão de passar aqui a Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no final do mês de junho passou a reconhecer as Comunidades Terapêuticas. Este reconhecimento, deputado, inclusive o próprio ministro da Saúde Alexandre Padilha me falou, me disse, que com esse reconhecimento da Anvisa, elas poderão receber agora recursos do governo federal. Nós sabemos que muitas hoje cumprem uma lacuna, que muitas vezes o poder público não consegue atingir. Faz o trabalho de formiguinha. E nós entendemos que uma sessão como esta, nesta manhã, sem dúvida alguma, não só vai fortalecer essa luta, esse trabalho porque nós não queremos ter a Cracolândia aqui no centro da nossa capital. Como temos várias Cracolândias no nosso Estado. Nós não queremos também que as pessoas entrem nesse mundo do álcool.

Hoje, são três mil pessoas que morrem no Brasil por acidentes de trânsito, mas, a grande maioria, pela questão do álcool também. Então, nós entendemos que, mais do que nunca, é fundamental realizarmos atividades como esta, ouvirmos pessoas como o Serpa, que deu uma declaração importante, um depoimento extraordinário, que vai servir como exemplo o testemunho dele, como tantas outras pessoas que o Deputado Edson Ferrarini tem trabalhado.

Não poderia de passar aqui e fazer esse registro, e parabenizar todos vocês. E podem contar conosco nessa luta, nessa batalha, e mais uma vez, parabenizar o nosso Deputado Edson Ferrarini. Bom dia a todos e muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Muito obrigado, Deputado Donisete Braga. A sua luta na Presidência dos trabalhos coordenando estudos, onde nós temos o prazer de fazer parte dessa Frente Parlamentar, como o Deputado Jooji Hato, Deputado Olímpio Gomes, eu e todos nós, ele tem coordenado, tem feito o entrelaçamento entre o federal e o estadual, e tem sido muito bom.

Queria saudar as pessoas aqui presentes também, o Sr. Alex Francischelli, Sr. Sérgio Américo de Lima, Sr. José Dionísio Pereira, Sr. Octávio Cavalcante Tamandaré Uchoa, Sr. Reinaldo Pereira, acompanhado de sua esposa, Sra. Fátima Pereira, Sr. Clóvis Antonio Azevedo Pereira, Sr. Ademir de Souza Guimarães. Cada um desses daí, tem uma história, uma história como uma moça que os senhores vão conhecer, Sra. Eneida Santucci Migotto. Essa moça, imagina, uma senhora, vejam como a Comunidade Terapêutica pode fazer, essa senhora, mãe de três filhas lindas, maravilhosas, muito bem casada, muito bem financeiramente, ela é serventuária da Justiça, só que essa senhora olha a dificuldade que ela tinha, ela chegava a beber num dia e terminava o dia alcoolizada. Valeu à pena procurar ajuda, Eneida?

 

A SRA. ENEIDA SANTUCCI MIGOTTO - Com certeza.

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Sra. Eneida Santucci Migotto, é o nome dela, serventuária da Justiça, marido muito bem posto na vida, ela tem o carro de último tipo, tem tudo de bom, mas ela descobriu que era doente para o álcool. E aquela briga dentro de casa, olha como a Comunidade Terapêutica pode ser útil. Valeu à pena ter começado essa luta Eneida?

 

A SRA. ENEIDA SANTUCCI MIGOTTO - Valeu. Antes de mais nada, bom dia a todos, e obrigada por me chamar, para ter essa oportunidade de passar um pouquinho do que eu vivi.

Um dia eu tive uma briga, eu vou falar do jeito que eu falo no Centro do coronel, porque eu acho que é muito importante. A última briga que eu tive com o meu marido, ele pediu que eu tomasse uma posição na minha vida, senão ele me tiraria as três filhas. Então, tive que escolher entre as minhas filhas ou a bebida. Era duro, porque da mesma maneira que eu amava minhas filhas, por incrível que pareça, eu também amava a bebida. Mas eu tive que tomar essa decisão. E estava sentada no domingo assistindo um programa de televisão e vi o coronel, eu falei para o meu marido, eu quero ir lá, na Avenida Jabaquara. Leva-me lá, que eu vou tentar, mas achei que eu ia enganar o meu marido. E no dia 26 de junho de 1999, eu fui assistir a primeira reunião no Centro do coronel.

Alguma coisa bateu muito forte, então eu tinha que me policiar, como eu tenho que me policiar até hoje. Eu não posso nem tentar pegar um copo de cerveja porque senão volta tudo.

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Você bebia quantas latas de cerveja por dia?

 

A SRA. ENEIDA SANTUCCI MIGOTTO - Latas, 24, fora as garrafas.

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Duas dúzias de cerveja, fora as garrafas. Então, era impossível fazer. Essa mulher que tem tudo na vida, as filhas mais lindas, um marido que a ama desesperadamente e ela então jogava tudo isso fora, e pedia ao marido que fosse embora de casa imediatamente. Ela queria ficar com as filhas e com o álcool.

Mas vejam que foi possível mudar o cérebro dela e hoje ela está aqui, sendo homenageada, sem uma gota de álcool na boca. Sem uma gota. Estacionou, ela bebia todos os dias de manhã, à noite, e você não bebe há quanto tempo Eneida?

 

A SRA. ENEIDA SANTUCCI MIGOTTO - Doze anos.

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Doze anos, pode aplaudir os 12 anos dela. É incurável, mas ela freqüenta o Centro de Recuperação e eu criei um método que se chama “Espelhoterapia”, um método moderníssimo, depois de eu andar e ver o que é feito no mundo inteiro, eu fui à Europa, Estado Unidos várias vezes, agora ela está há 12 anos. O que eu mudei no seu cérebro Eneida? Capaz de saber ou não da para perceber?

 

A SRA. ENEIDA SANTUCCI MIGOTTO - Perceber a primeira coisa coronel, a gente tem que gostar da gente mesmo, é isso que o senhor muda na gente. Que se a gente não se gostar, se não formos honesto com a gente mesmo, nada dá certo. Então, tem que ser honesto, tem que falar: eu não faço. Tem que compreender os malefícios que, tanto a bebida alcoólica, como qualquer outra droga, porque pra mim o álcool é uma droga infinitamente ruim, desmonta qualquer coisa, como o Serpa disse, como o Moraes fala sempre, desmonta. Desmonta qualquer família, desmonta qualquer estrutura, leva à falência, e o pior de tudo, a desmoralização da sua, porque o meu marido tem uma posição e nessa posição dele, ele era apontado por todo mundo como o “marido da bêbada”. Hoje ele é visto assim, ele é o marido da vitoriosa, porque eu me considero uma vitoriosa. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Olha que palavra bonita, hoje ela é Presidente do Cisplatina Futebol Clube, e esse casal maravilhoso.

Obrigado, Eneida. Parabéns.

Queria chamar o Sr. Emiliano Dias Linhares Júnior. Nós vamos ouvir o Xamã Gideon dos Lakotas, que também é um líder, ele organizou o Movimento pela Não Legalização da Maconha, onde três mil pessoas estiveram na Avenida Paulista, e nós não conseguimos nenhuma linha de jornal. Quando os outros fazem movimento a favor da maconha, nós temos páginas inteiras de jornal, nós temos cobertura inteira de jornais, mas não faz mal, nós estamos de mãos dadas com as famílias. Isso que é importante.

Sr. Emiliano Dias Linhares Júnior, a palavra é sua.

 

O SR. EMILIANO DIAS LINHARES JÚNIOR - Bom dia. Estou muito feliz de encontrar aqui, hoje, nessa sessão solene, a oportunidade de comentar a todos, inclusive pela TV Net, que está sendo ao vivo hoje, que dia 17 de dezembro deste ano, faremos a Caminhada Nacional Contra a Liberação da Maconha e pela Vida. Dia 30 de julho passado, mais de três mil pessoas caminharam da Avenida Paulista até aqui, a Assembleia Legislativa, apenas para dar um aviso ao governo, um aviso de que faríamos uma Caminhada Nacional Contra a Liberação da Maconha e pela Vida dia 17 de dezembro.

Então, aquele mundaréu de pessoas que estiveram presentes na caminhada, o Deputado Edson Ferrarini comentou que foram três mil pessoas, na verdade, foram mais de cinco mil pessoas, três mil é que um jornal ou outro colocou na verdade. Mas ficamos muito sentidos pela falta de apoio da mídia. A falta de apoio da impressa, sobre aqueles que são contra a liberação da maconha, é uma coisa drástica no Brasil, é uma coisa vergonhosa.

Porque, imaginem vocês, em Coritiba teve uma passeata com menos de 200 pessoas a favor da liberação da maconha, e saiu na primeira página de diversos jornais. Contudo, nós reunimos mais de cinco mil pessoas, pais e mães e de famílias contra a liberação e a mídia decididamente nos evita, ou publica notificações totalmente falsas a nosso respeito. Por exemplo, a Folha de São Paulo, que notificou que tivemos apenas 800 pessoas na caminha contra a liberação da maconha. Isso simplesmente tem uma palavra que define isso, chama-se ridículo. Um papel jornalístico ridículo.

Sou fundador e Presidente da Caminhada Nacional Contra a Liberação da Maconha pela Vida, com a graça e misericórdia do Papai do Céu, tenho reunido os pais e mães de famílias do Brasil, que queriam muito ter alguém que pudesse representar as suas vozes. Pessoas indignadas com 11 juizes do STF e um político falido, querendo decidir sobre drogas, em nome de 200 milhões de brasileiros. Isso no Brasil é inaceitável.

Sinto-me uma pessoa muito indignada, não só pelo movimento que represento, mas pela indignação também que percebo naqueles que estão nas fileiras desse céu, em relação ao Sr. Fernando Henrique Cardoso. Um homem, que um dia foi Presidente da República e que, infelizmente, ou insanamente, não sei qual a melhor palavra usar em relação a ele, hoje defende o uso, a liberação das drogas.

Gente, transformar o Brasil numa nação de drogados não pode ser papel de alguém são, tem que estar com alguma demência, não é possível. Sr. Fernando Henrique Cardoso, tenho algo muito forte a lhe falar, tenho mais de 7.500 dependentes químicos totalmente recuperados na instituição que eu represento, com a probabilidade de estar chegando hoje a 13 mil dependentes totalmente recuperados. É o maior índice da América do Sul, se não for dos países do mundo, esses dados que eu dou e comprovo.

Nessa experiência, até hoje todas as pessoas que eu vi, que defendem o uso ou a liberação de droga, é usuário. É uma experiência ao longo de sete anos de batalha que eu adquiri. Em minha opinião, entendo que o senhor é usuário, Sr. Fernando Henrique Cardoso. Gostaria que o senhor tivesse, um dia, a coragem de poder chegar e falar ao público, e para isso eu estou lhe dando a possibilidade, dia 18 de novembro estarei na Audiência Pública, aqui mesmo. Eu gostaria muito de ouvir o Sr. Fernando Henrique Cardoso, aqueles argumentos furados que o senhor e a sua equipe derramam, sujam as páginas dos jornais, da mídia, e revistas do Brasil inteiro. O senhor anuncia coisas falsas para pessoas mal informadas, por exemplo, o senhor anunciou publicamente que a Holanda liberou as drogas e isso é informação totalmente mentirosa, isso é fraudulento que o Sr. disse. A Holanda jamais liberou drogas. Não existe um único país no mundo, que tenha liberado a maconha. Nem o Bob Marley na sua Jamaica, não teve a liberação da maconha, no entanto, o senhor anunciou que ela é liberada na Holanda, e não é, e isso nunca aconteceu. Eu gostaria muito, que no dia 18, o senhor estivesse aqui presente, e o senhor teria a oportunidade de apresentar todos os dados que alega para a liberação da maconha, porque é sempre a opinião pessoal sua, da sua equipe, daquela Bia Labate, que tem te assistido também.

Agora, eu lhe daria referências científicas, eu lhe daria e vou lhe dar, se o senhor fizer a honra de comparecer aqui para esse debate, no dia 18 de novembro, nessa Audiência Pública, apenas dados científicos, aquilo que é inquestionável. Aquilo que não tem como ser questionado, porque é constatação cientifica. E eu quero lhe mostrar, Sr. Fernando Henrique Cardoso, neste momento, e a todo público que aqui está nos assistindo, algumas fotografias que levam você a refletir, além de uma perguntinha muito bacana que eu costumo fazer: você daria maconha ao seu filho? Você daria maconha ao seu filho? Porque se você não dá maconha ao filho, que é teu, do teu sangue, como pode querer dar maconha aos filhos dos outros, aos filhos dessa nação?

Eu não vi ainda um pai ou uma mãe orgulhoso de ter um filho maconheiro. Por favor, vejam as fotos que estão aqui em cima, de pessoas que eram usuários de drogas e agora como elas se encontram alguns anos depois. Observem bem, olhem o feitio bonito daquele senhor de cima, daquele homem e poucos anos depois o que ele se torna. Isso é o exemplo vivo, de quando uma pessoa entra no mundo negro das drogas.

E quero deixar claro aqui outra coisa, a maconha é sim, porta de entrada para drogas mais fortes. Isso é um fato cientifico, inclusive, não é o álcool como muitas pessoas pensam, é a maconha. Voltem as fotos, por favor. Gente. Observem a aparência de quem começou, de quando a pessoa começou a entrar no negro mundo das drogas e olhem como estavam. A indignação que causa ver essas fotos, não só em mim, mas também em vocês. É isso, e isso começou com a maconha meu filho, isso não começou direto com a cocaína, com o ox, isso começa com a maconha. Aliás, é má conha, não é boa conha.

Próxima foto, por favor. A do cérebro. Mostrarei para vocês o que acontece com o cérebro do usuário de drogas, para que vocês vejam os danos, as pessoas como as alegações dessa Pró-Maconha, que dizem que a maconha não faz mal. Vamos ver aqui a fotografia do cérebro do ser humano. A foto, por favor. Daqui eu não consigo ler, mas você vê a esquerda, a imagem aqui 18 anos de idade, histórico de uso quatro vezes por semana. O cérebro de um drogado, outro cérebro de drogado. Aqui com 16 anos de idade histórico de dois anos de uso diário. Aqui quatro vezes por semana, embaixo, 12 anos de uso diário, olhem os buracos que ficam na massa encefálica. Isso é o que causa as drogas. Ali, 28 anos de idade com 10 de uso, na maioria das vezes, por fim de semana. Olha só a imagem feita por tomografia computadorizada de cérebros de usuários.

E aí, chegam algumas pessoas, ex-políticos, pessoas estudadas, muitas vezes professores da USP, Unicamp, antropólogos, e dizem que a maconha não faz mal. Eles estão emitindo opinião pessoal deles. Quando se olha os fatos científicos, a história é muito diferente. Sinto-me por demais indignado quando eu não consigo mostrar isso a mídia. Mostrar os fatos, porque contra fotos não há argumento.

Eu deixo aqui, um convite ao Sr. FHC, para que no dia 18 de novembro, compareça a essa nossa Audiência Pública. Também anuncio, que estão sendo marcadas três outras Audiências Públicas para mim, lá em Brasília, no Congresso Nacional.

O trabalho que a gente já vem realizando a sete anos, na recuperação da dependência química, tomou um sucesso tão grande que, graças a esse trabalho, eu tenho as portas abertas no Senado. Já realizei lá, nove palestras, devo fazer a décima ainda este ano. Peço que visitem o site www.pelavida.org.br, e vocês vão encontrar lá, um vasto material para poder estudar. Nós procuramos sempre nos embasar cientificamente nas nossas afirmações e jamais em opinião pessoal. É só o que eu tenho a dizer, um bom dia a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Obrigado, Sr. Emiliano Dias Linhares Júnior.

Porque essa é a verdade das drogas, nenhum país do mundo liberou as drogas. Quando eles falam da Holanda, não citam que lá tem um pub, eu estive duas vezes em Amsterdã só estudando maconha, duas vezes para a Holanda, eu fui para Amsterdã só para verificar isso aí. Depois das 20 horas, os maiores de 21 anos podem fumar dois gramas de maconha ali. Na rua, se ele for encontrado, pode ser preso. Mas o povo holandês conversando com eles, eles morrem de vergonha disso. Por isso que a Holanda está sendo pressionada a acabar com isso, só que eles não falam que a Holanda cabe 14 vezes dentro de Minas Gerais, oito vezes dentro do Piauí, 208 vezes dentro do Brasil, e que a Suíça fez o mesmo há 30 anos atrás e parou, quando eu estive lá. A Dinamarca fez a mesma coisa e parou. Só que eles são paises com seis milhões de habitantes. O Brasil é o quinto maior continente do mundo, só a Rússia é maior que o Brasil; em extensão territorial, a China, Estados Unidos, Canadá e depois vem o Brasil. Então, imaginem vender maconha em charutaria aqui, que absurdo que seria.

Por isso queria ouvir a nossa assessora de gabinete do Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas, representando a secretária de Justiça e Defesa a Cidadania, a promotora Eloísa de Sousa Arruda, a Sra. Marta Helena de Souza Reis, que quero um grande aplauso. (Palmas.)

E eu estou distribuindo para vocês, um manual, para que vocês tenham argumentos. Esse manual foi feito por mim, com 40 anos de experiência, minha assinatura, é o Manual da Frente Parlamentar em Defesa da Família e Contra as Drogas e pela Não Legalização da Maconha. Está aqui, e os Srs. poderão levar quantos quiserem. E as famílias que quiserem obter esse Manual é só entrar no meu site e nós enviaremos gratuitamente.

 

A SRA. MARTA HELENA DE SOUZA REIS - Bom dia a todos. Em primeiro lugar, gostaria de agradecer o convite que o Deputado Edson Ferrarini fez à nossa Secretaria Estadual de Justiça e Defesa da Cidadania, a Dra. Eloísa de Sousa Arruda, e mandar um grande abraço a todos.

Porque olhar para as Comunidades Terapêuticas, é um dever nosso. As Comunidades Terapêuticas vem fazendo um trabalho de formiguinha, como já foi dito aqui, e sabemos o quanto as comunidades não têm apoio.

A Secretaria da Justiça há pouquíssimo tempo, o Governador Geraldo Alckmin fez um decreto da Coordenação de Políticas sobre Drogas. Nós já temos o Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas, que existe há 25 anos e estará comemorando agora no final de novembro. Mas a coordenação não, então, não tinha um órgão executivo, e isso foi criado agora em junho. Uma das primeiras coisas que saiu, que foi publicada, é esse Manual de Orientação, de Instalação e Funcionamento das Comunidades Terapêuticas do Estado de São Paulo. Esse Manual estará disponível a todos vocês no site da Secretaria. Porque ele é um orientador, sabemos o quanto as comunidades não conhecem da legislação e ficam reféns, querendo receber algum recurso e não sabem como.

Agora, o Deputado Donisete Braga disse do recurso do governo federal. Para uma comunidade terapêutica receber esse recurso, ela precisa estar inscrita no Conselho Estadual, e são poucas as comunidades que sabem disso. Então, estamos de portas abertas para receber as comunidades que queiram orientação, que precisem de orientação, porque nós queremos saber quantas comunidades o Estado de São Paulo tem. Nós não temos esse número ainda.

E nós estamos criando, estamos com uma Comissão Intersecretarial que faz parte dessa Comissão nove Secretarias de Estado, e sabemos que a grande dificuldade depois de uma internação, depois que a pessoa passa seis meses, ou 60 dias, ou um ano numa comunidade, é a reinserção social. Porque aquela pessoa que ficou ali, o que ela vai fazer? O que ela tem para fazer? A nossa preocupação da Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania é promover a cidadania. Então, junto com as nove Secretarias, nós estamos traçando um projeto que é para ajudar, capacitar as comunidades terapêuticas, para que elas tenham condições de oferecer essa reinserção social.

Esse projeto, já estamos construindo, acreditamos que até o final do ano possamos apresentar a vocês. E pedimos ajuda aqui, do Deputado Edson Ferrarini, de todos os deputados envolvidos nessa causa, nós precisamos de vocês. E nós, da Secretaria estamos de braços abertos e parabenizamos o Deputado Edson Ferrarini, por esta homenagem às Comunidades Terapêuticas, elas precisam dessa homenagem sim, porque o trabalho delas é muito sério. Eu tive experiência, eu trabalhei cinco anos numa comunidade terapêutica, e sei o que é estar do outro lado. Trabalhei em comunidade e a dificuldade que nós tínhamos de gerenciar aquela comunidade não era brincadeira. Então, eu fico muito feliz também de hoje estar do lado de cá e poder estender a mão a essas comunidades. Muito obrigada pela oportunidade de estar parabenizando todos vocês. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Muito obrigada, Sra. Marta Helena de Souza Reis, por ter comparecido.

Esse Manual é o Manual da Frente Parlamentar pela Não Legalização da Maconha, onde eu mostro, por exemplo, que no Brasil inteiro não tem um único viciado preso. Porque a nossa lei sobre drogas no seu Artigo 29, apenas diz que o juiz pode fazer uma admoestação verbal, uma prestação de serviços à comunidade e medidas educativas de comparecimento a um programa com o cunho educativo. Tudo isso mostra que, a legalização, vender maconha em charutaria, tudo isso está absolutamente equivocado. O maior exemplo disso começa quando, por exemplo, o que é Alcoólicos Anônimos? Duas pessoas, um era o cirurgião Bob e outro era um corretor, que chamava Bil, em 1935,os dois começaram a conversar e os dois descobriram que os dois bebiam muito. E os dois queriam parar. Começaram a conversar e descobriram que eles passaram um dia sem beber, e assim foi, e assim surgiu Alcoólicos Anônimos, que é uma entidade de ajuda mútua mais conhecida no mundo inteiro.

Eu queria também agradecer o professor João Bezerra, seis anos de recuperação do álcool, faz parte da comunidade Anjos da Vida.

Sr. Marco Aurélio Cunha, nós queremos ouvir um vereador atuante, brilhante, um médico competentíssimo, independente do clube que ele trabalha, que é o maior estádio particular do mundo, é um clube de elite, é um clube fantástico, o São Paulo Futebol Clube. Sei que os corinthianos e palmeirenses não estão pensando o mesmo, mas o Vereador Marco Aurélio Cunha vai falar com a gente sobre esse problema, das drogas com a competência que ele tem.

Nós temos uma história em comum muito interessante. Quando o Marco Aurélio Cunha era médico do Coritiba, o jogador Dinei jogava lá, e quando o Dinei foi pego pelo exame antidoping de cocaína, como isso foi? O jogador usou cocaína na quarta-feira aqui em São Paulo e foi jogar lá em Coritiba. O exame antidoping, como é feito? Dois jogadores da metade do segundo tempo são sorteados na frente do médico, dois jogadores de cada clube vão fazer o exame de urina. E a urina é levada ao laboratório da Universidade, e constatou no caso do Dinei uma história, a cocaína. Dinei foi suspenso por um ano, não pode entrar no clube, o passe dele era do Cruzeiro?

 

O SR. MARCO AURÉLIO CUNHA - Era do São Paulo, ele estava vinculado ao Cruzeiro e veio ao Coritiba por empréstimo, e naquele período ele estava acabando de chegar ao Coritiba, era a primeira apresentação dele no Coritiba.

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Daí o Dinei veio à minha presença. Foi uma situação muito interessante, porque quando o Dinei sentou no meu sofá, para conversar comigo, ele chorou durante algum tempo. Eu vi que era um homem de bem, que estava dependente e tinha usado drogas, e ele tinha dois filhos, tinha família, e estava envergonhado. Ele não tinha onde morar. E lembro-me que eu tinha uma casa no bairro do Ipiranga, na Rua Lorde Cockrane, e eu cedi para o Dinei morar, onde ele morou com a sua filha. Ele estava suspenso por um ano, não podia entrar no estádio, não podia jogar futebol durante um ano. Mas ele era um homem de bem, o pai dele foi um craque, jogou na Seleção Brasileira. E o Dinei, com toda humildade, aceitou que eu cuidasse dele. E eu vou tratando o Dinei e ele vai bem.

Quando completou quatro meses que eu estava fazendo tratamento no Dinei, era a época que ele podia ser julgado na CBF, no Rio de Janeiro, Dr. Marco Aurélio Cunha, eu e o Dinei tomamos um avião aqui, às 10 horas da manhã e fui ao Rio de Janeiro, a pedido do Cruzeiro e fiz a defesa oral do Dinei, como advogado, com a minha carteira da OAB. E como psicólogo clínico, tratei do Dinei. E o Dinei foi junto conosco no avião. Cheguei lá e fiz a defesa oral, expliquei aos juízes o que tinha acontecido com o Dinei, que ele estava ali explicando. E o juiz prestou uma homenagem a mim e ao Dr. Marco Aurélio Cunha. Falaram: tudo bem, a pena mínima é de quatro meses, hoje nós vamos dar a pena mínima a esse homem, e prestou homenagem a mim e ao Dr. Marco Aurélio Cunha e ao ser humano Dinei.

Voltamos no avião das 18 horas. No dia seguinte, o Dinei jogou num clube de Limeira, e, em poucos dias, estava jogando no Guarani. Terminou a partida, o Guarani ganhou do Palmeiras de 3 a 2, e o Dinei fez dois lindos gols, o Dinei voltou para o Corinthians. O Dinei, agora, já tem o seu contrato, seu carro. Dinei é o coração mais corinthiano que eu já vi, é um bom caráter. E o Dinei e está ali, fazendo uma série de sucessos.

Então, Dr. Marco Aurélio Cunha era o médico, eu, psicólogo, tratei do Dinei, e o Dinei é apenas um só dessa caminhada toda. Depois, ele termina pela idade o seu contrato com o Corinthians.

 

O SR. MARCO AURÉLIO CUNHA - Foi Campeão Brasileiro, teve inúmeros jogos brilhantes e um São paulino ajudou isso.

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - É por isso que ele não fazia gol contra o São Paulo.

 

O SR. MARCO AURÉLIO CUNHA - Eu gostaria de agradecer muito o convite de estar aqui, o honroso convite. É a primeira vez que eu falo para esse plenário da Assembleia Legislativa, e sempre que você faz isso de uma forma inicial, é estréia, é o começo, tem um valor muito significativo. E isso só poderia ter vindo através do seu convite, alguém que me acompanha há tantos anos e que tem por mim, uma consideração pessoal extremada. Eu quero lhe agradecer por todos os momentos que vivemos juntos, seja como médico e paciente, seja como mentor político e aluno, aqui no caso, seja como amigo de todos os momentos, das dificuldades noturnas de uma ação policial. Enfim, a nossa vida está entrelaçada, e eu tenho por V. Exa., Coronel, o maior respeito e a maior gratidão. Gratidão, por ter me encaminhado e mostrado como fazer política, onde estar na política, como proceder corretamente.

E gostaria de deixar o meu testemunho claríssimo aqui, que eu, como recém político, vereador da Câmara Municipal de São Paulo, tenho no Deputado coronel Edson Ferrarini, o meu norte. É pra ele que eu olho quando eu quero pensar o que deverei ser como político. Um homem absolutamente libado, de um caráter extraordinário e uma retidão linear. Portanto, eu quando olho pra você, meu amigo, é aquilo que eu quero ser amanhã. Então, o meu muito obrigado, por tudo que tem me trazido e oferecido, especialmente este momento de estar a primeira vez falando aqui, na Assembleia Legislativa, perante este plenário.

Gostaria de cumprimentar aos deputados que fazem parte desta Comissão. Acho que é muito importante essa Frente Parlamentar, para que a gente realmente exponha o pensamento de uma sociedade contra as drogas, contra o álcool; enfim, que mostre que há também uma voz do lado mais silencioso da sociedade. Porque, às vezes, o barulhento é mais divulgado, o barulhento, que talvez não tenha conteúdo, mas tem uma “espectualização”. Quer dizer, você cria uma situação espetacular que dá mídia, que dá retorno, que dá crítica, que é algo de repercussão, mas não é para o bem, é apenas para o lado comercial jornalístico. E temos que fundamentar os nossos valores nos valores familiares, nos valores da sociedade.

Portanto, eu cumprimento a todos, a Sra. Marta Helena, que está aqui e também falou sobre isso, o Deputado Donisete Braga, que é Presidente desta Frente Parlamentar. O Deputado Jooji Hato, que é meu companheiro da Câmara Municipal, um vereador de sete mandatos lá e agora vem, pela primeira vez, à Assembleia Legislativa, médico também, combatente nessas questões familiares, nas questões dos bares, na preservação da cidadania, na preservação da saúde das pessoas; o Deputado Jooji Hato tem um papel muito importante também, tenho certeza também nessa Frente Parlamentar.

O major Deputado Olímpio Gomes, companheiro firme também nessas medidas e uma pessoa, que, pela sua formação já mostra porque está entre nós. O Sr. Emiliano Dias Linhares Júnior, parabéns também pela ousadia, porque ousar com causas que não dão a devida repercussão são muito mais difíceis. É como trabalhar em time pequeno, eu já trabalhei em time pequeno, time menor que o São Paulo, estive no Bragantino, no Guarani, no Avaí, no Figueirense, são equipes que lutam para se mostrar. Então, aqui nós estamos trabalhando num time pequeno, mas com certeza poderemos transformá-lo em time grande, como eu fiz isso em todos os clubes que passei. Os clubes que eu passei, embora maiores ou menores, eu os transformei em grandes clubes. Foi assim com o Figueirense, foi assim com o Avaí, foi assim com o próprio Guarani, o pequeno Bragantino, que foi Campeão Paulista de 90 e vice-campeão Brasileiro, uma coisa quase impossível. Então, podemos pegar um time pequeno e fazê-lo grande, mesmo que seja por um período. E aqui não, aqui certamente se nós ganharmos a sociedade, esse tempo será muito maior como time grande, e é isso que a gente quer fazer.

Eu gostaria de lembrar algumas coisas que passam despercebidas. Quando se fala em legalizar a maconha, a gente pergunta: por que o governo tem trabalhado tanto para tirar o fumo, o cigarro dos ambientes fechados? Lá na Câmara Municipal, há uma lei prevendo a proibição do fumo nos ambientes abertos, nos estádios, nos parques, nas praças. Por que o governo se preocupa com o cigarro, aparentemente tão inócuo, e cria legislações restritivas ao cigarro, que “não faz mal nenhum”, não sou eu que estou dizendo isso, é liberado, está no comércio. Mas eu, como médico, vejo a cada semana, quantas pessoas morrem das doenças pulmonares, das doenças do pulmão, do enfisema pulmonar. Tivemos na nossa família, recentemente, a perda de uma pessoa por enfisema pulmonar. Jovens, muitos jovens, pessoas que poderiam viver até os 80, 85 anos, morrendo muito mais cedo, aos 60 e pouco, 70 anos. A gente ouve o Chico Anísio dizer que se pudesse retroceder, a única coisa que ele faria é não ter fumado, e vemos um homem extraordinário padecendo de uma doença pulmonar crônica, quando poderia ter uma vida menos restritiva pela sua intelectualidade.

Vamos fazer exemplos que a gente vive todo tempo. O Sócrates, médico, amigo, irmão da Raí, meu fraterno amigo, será que ele está contente com o resultado da sua predileção ao álcool? Será que isso trouxe algum resultado positivo a ele? Um moço de 57 anos, médico, formado, intelectual. Como pode o álcool consumi-lo por dentro, se ele é uma pessoa tão inteligente, tão competente? É porque é uma doença. É porque ela precisa ser combatida. É porque ela precisa restritiva em relação a algumas situações. Ela precisa ter um grupo de pessoas que apoia aquele que está, como nós vimos aqui tantos depoimentos dependente dessa situação.

Vamos falar de outro, meu amigo Casagrande. Será que ele ficou contente com o que ele passou? Os amigos ficaram contentes com o que ele passou? Nós estamos falando de ídolos, pessoas inteligentes, que receberam e recebem um bom salário, que tem condições sociais, familiares, econômicas. Nós não estamos falando de qualquer pessoa que mora lá no fim da favela, mora lá na periferia, que não tem apoio de ninguém, nós estamos falando de pessoas altamente capacitadas, reconhecidas, idolatradas. Ou será que nós queremos ver mais Garrinchas, mais Jorge Mendonça, que foram grandes jogadores vitimados pelo alcoolismo.

Isso para falar daqueles que a gente conhece, reconhece, elogia, que engrandeceram o país em grandes feitos esportivos. Jogaram Copas do Mundo, os quatro que eu falei jogaram na Copa do Mundo. Mane Garrincha, segundo maior gênio do futebol desse país, Jorge Mendonça, que jogou uma Copa do Mundo até uma partida no lugar do grande Zico. Casagrande, que jogou na Copa do Mundo, e Sócrates, capitão de 82. Então, esses quatro atletas, e porque eu os cito, com todo o respeito, porque todos foram, como Jorge Mendonça se foi, o Mané Garrincha não tinha idade e conhecimento, mas Casagrande e Sócrates são meus amigos, e eu torço por eles todos os dias, para que tenham uma recuperação adequada, para que vivam mais conosco. Os comentários do Casagrande são os mais inteligentes que eu conheço do futebol, da televisão, intuitivo, ferino, verdadeiro, jamais deselegante. Sempre muito mais verdadeiro do que deselegante, às vezes, comentaristas são deselegantes. Então, vejo que nós temos que fazer alguma coisa.

Se o fumo está sendo restringido a cada dia que passa dos espaços, dos ambientes fechados, agora se caminha para os ambientes abertos. Nós temos visto pela bebida alcoólica, o número de acidentes de carro, com carrões importados vitimando pessoas de sociedade, inteligentes, advogados, engenheiros, médicos, estudantes. Como nós vamos não estimular esta Frente Parlamentar? Como nós não vamos estimular essas pessoas que estão aqui, para diminuírem esses acidentes, diminuírem essas tristezas que ocorrem nas nossas famílias?

Nós só entendemos isso, quando temos um dentro da nossa casa. É muito bonito falar quando o problema é na casa dos outros. Parece menor, parece que não chega até nós, mas eu duvido, que no nosso ambiente de família, mais próximo, mais íntimo, e até um pouco mais afastado, cada um de nós não tenha um exemplo a lamentar.

Portanto, coronel, eu acho que nós temos que cada vez mais, por menos que sejamos hoje, formarmos uma grande aliança, estimularmos o governo federal, estadual e municipal, as famílias, os vizinhos, os condomínios, a tomarem conta um do outro.

Essas pessoas, que são doentes químicos, precisam de atendimento e apoio. Precisam de amigos. Precisam de restrições, não no sentido físico, mas de restrições no aspecto de ter gente que gosta deles, influindo na sua vida. Eu tenho certeza coronel, que a sua comunicação é o grande sucesso de tudo que V. Exa. fez até hoje. Quando eu ouço pessoas dizendo, testemunhando e fui várias vezes já na Avenida Jabaquara, ver o seu trabalho, o seu grande poder de comunicação, eu diria que V. Exa. é um Silvio Santos do combate as drogas, porque V. Exa. consegue colocar na cabeça das pessoas, influir nas pessoas, ser simpático, ser gentil, e ser um cobrador de atitudes, sem jamais ser um perseguidor, sem jamais ser uma pessoa que cria um ambiente hostil, que restringe, que limita. Pelo contrário, V. Exa. consegue, com a sua comunicação, com o seu poder paternal, com a sua capacidade intelectual, convencer-nos daquilo que é melhor para todos nós. Que bom que há pessoas como V. Exa., que conseguem convencimento pela ação positiva, porque nos traficantes, naqueles que vivem no submundo, tem um poder de convencimento pelo que há de pior. E, portanto, que essa porção de gente que aqui está se multiplique, que essa Frente Parlamentar seja cada vez mais forte, e que a gente consiga, realmente, juntos, fazer um grande combate as drogas. Porque em nada, absolutamente nada nos acrescenta, pelo contrário, nos prejudica, nos deprime e nos liquida. Muito obrigado, coronel. Muito obrigado a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - EDSON FERRARINI - PTB - Muito obrigado, Vereador Marco Aurélio Cunha. É um vereador, como médico, ele tranca a porta da morte todos os dias, no seu consultório, no hospital, onde ele está, essa é a sua missão. Como vereador, ele empresta toda essa capacidade, todo esse poder de trabalho para o município de São Paulo. É um vereador que honra a Câmara Municipal, é um vereador que o povo de São Paulo pode ter. Nós brincamos com o time de futebol, porque o Vereador Marco Aurélio Cunha é médico do São Paulo, foi diretor do São Paulo, isso é uma brincadeira saudável que nós fazemos. Ele não é o vereador do São Paulo Futebol Clube, ele é o vereador de São Paulo, ele é vereador dos desportistas. Ele nos representa lá. Portanto, eu tenho muito orgulho de ser amigo do Vereador Marco Aurélio Cunha. Eu diria que, se pudesse, é como se eu tivesse no meu currículo, entra um item além dos cursos que eu fiz, eu teria um item dizendo: sou amigo do Marco Aurélio Cunha. Ele além de meu médico, cuidou do meu ombro, é meu amigo, é meu companheiro, é amigo da minha família, e eu podia dizer que eu gosto muito de você Marco. É uma amizade que nasceu e ela está ali com a gente. Parabéns pra você, e você, como vereador, continue sendo sempre esse orgulho para São Paulo.

Essa Frente Parlamentar precisaria ter um manual. Este manual que está aqui, na minha mão, o pai que quiser tê-lo aí na sua casa, a comunidade terapêutica que quiser ter isso aí, o símbolo disso é Elogiar a Maconha Propaganda Enganosa. Por quê? Porque eu cito, em cada país do mundo, como ele é feito. Quando eles citam a Califórnia, eu mostro que foi feito um plebiscito e o povo rejeitou a maconha. A maconha medicinal eu mostro que tudo bem, três Estados americanos fazem pesquisa sobre a maconha, mas os remédios têm efeitos colaterais. Imaginem, a morfina é uma injeção derivada, é um anestésico derivado do ópio. O ópio é proibido, mas a morfina é usada de forma medicinal maravilhosamente no mundo inteiro. Da maconha, não tem nada ainda. Eu cito o caso do remédio Sativex, por exemplo, que é um remédio derivado da maconha e esse remédio é utilizado para tratar espacissidade que ocorre devido à esclerose múltipla, mas os remédios que estão no mercado são melhores. Mas pesquisas devem ser feitas.

Por isso, estamos do lado das famílias, é a família unida. Porque a melhor maneira de você combater a droga é através da escola e da família. A polícia consegue? A ONU concluiu que cada 100 quilos de drogas fabricadas no mundo, as melhores polícias do mundo, como do Japão, França, Itália, Estados Unidos, só conseguem apreender 20, 80 chegam aos consumidores. A solução está na escola e na família. Escola é isso que nós estamos fazendo. Escola é esse livro, pai, entra no meu site que você recebe isso de graça na sua casa. A sua comunidade, você quer distribuir isso na sua igreja, quer distribuir isso no seu encontro de jovens, no seu encontro de casais? Porque é a escola. Agora, a família é onde você ensina, onde se fala em Deus. Na família, é onde se ensina a rezar. Na família, é onde a melhor e única maneira que se tem de educar um filho é pelo exemplo. Então, se nós fortalecemos a família, e levarmos essa informação ao jovem, nós evitamos que ele entre na droga por curiosidade e desinformação. Se o seu melhor amigo oferece, e cada viciado representa 5, 10 novos viciados, olhe como nós estamos na fórmula na mão!

Por isso essa sessão solene foi marcada hoje, e eu contei com a presença de vocês. Uma sessão solene que, pode crer, vai marcar uma mudança na vida de São Paulo. Uma mudança no enfrentamento das drogas. Quem assistiu isso, e os Srs. serão multiplicadores dessa mensagem. Os Srs. querem ter este livro como manual da sua comunidade? Pode pedir, que eu mando quantos vocês precisarem. Estamos juntos. Essa tribuna honrada representa a família, a sociedade. Nós estamos aqui com a Sra. Marta Helena de Souza Reis, representando o governo. Nós estamos aqui com o Sr. Emiliano Dias Linhares Júnior, Xamã Gideon, representando as comunidades. Sr. Marco Aurélio Cunha, representando a Câmara Municipal, os médicos, a família, todos nós de mãos dadas.

Nós teremos uma audiência pública para debater o problema da maconha no dia 18 de novembro, e uma passeata na Avenida Paulista, que começa lá e queremos que seja a maior da história do Brasil, dia 17 de dezembro, às 10 horas da manhã. Olha a família se unindo e olha a família dizendo: drogas, estamos fora. Isto não é bom para os nossos filhos, isto não é bom para os nossos jovens. Aqueles que falam da liberação da maconha, e a legalização, estão equivocados.

Esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência agradece as autoridades, aos funcionários da Casa e todos que colaboraram para o êxito desta solenidade. Está encerrada esta sessão, com o aplauso de todos nós pela família, para a família. (Palmas.)

 

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- Encerra-se a sessão às 12 horas e quatro minutos.

 

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