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26 DE ABRIL DE 2012

049ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, ULYSSES TASSINARI e LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

 

Secretário: ULYSSES TASSINARI

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - WELSON GASPARINI

Comenta ação de fiscais da Receita Federal que impediram a entrada no Brasil de 500 toneladas de lixo em contêineres oriundos do Canadá. Cobra reação nacional. Cita demais notícias a respeito de irregularidades e infrações civis e penais. Lamenta os altos índices de corrupção em instituições oficiais e órgãos públicos. Defende a valorização de valores morais e espirituais.

 

003 - Presidente JOOJI HATO

Por conveniência da ordem, suspende a sessão às 14h42min, reabrindo-a às 14h46min.

 

004 - OLÍMPIO GOMES

Solicita a suspensão dos trabalhos por cinco minutos, por acordo de lideranças.

 

005 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido e suspende a sessão às 14h47min, reabrindo-a as 14h52min.

 

006 - OLÍMPIO GOMES

Lamenta crise em relação à Saúde pública no Estado de São Paulo. Informa paralisação dos servidores da Secretaria da Saúde e, a partir do dia 02/05, dos funcionários do Hospital das Clínicas. Menciona manifestação dos trabalhadores da Saúde, hoje, em frente a esta Casa. Destaca as reivindicações da categoria, entre elas o reajuste do vale alimentação, a reposição de perdas salariais e jornada de trabalho de 30 horas semanais. Critica privatizações na área da Saúde. Cita a criação, nesta Casa, de Frente Parlamentar em defesa do Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual). Pede atuação dos demais parlamentares quanto ao caso.

 

007 - DONISETE BRAGA

Lamenta que a distribuição orçamentária do Estado de São Paulo não esteja atendendo áreas prioritárias. Critica frequentes crises do sistema de transportes metropolitanos no Estado de São Paulo. Cobra do PSDB, no Governo Estadual, atuação quanto ao tema. Lembra que a Presidente Dilma anunciou investimentos para o transporte nas principais metrópoles do País.

 

008 - ULYSSES TASSINARI

Assume a Presidência.

 

009 - JOOJI HATO

Menciona protesto contra a violência, ocorrido no município de Jacareí. Explica que a manifestação aconteceu devido ao assassinato de farmacêutica, em assalto. Cobra do Executivo medidas contra o contrabando de armas. Apresenta vídeo a respeito do caso supracitado.

 

010 - MARCO AURÉLIO

Lembra que, há três meses, ocorreu reintegração de posse no bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos. Apresenta vídeo com trecho de audiência pública, ocorrida no dia 16/04, com depoimentos de ex-habitantes do local. Lamenta as más condições em que vivem atualmente os desalojados. Solicita a reprodução de matéria televisiva sobre a violência no Vale do Paraíba. Mostra capa do jornal "O Vale" confirmando os altos índices de criminalidade na região.

 

011 - MARCOS MARTINS

Comenta a criação da Frente Parlamentar em Defesa do Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual), nesta Casa. Destaca greve dos servidores da Saúde no Estado de São Paulo. Informa que os representantes da categoria estiveram em reunião do Colégio de Líderes, neste Legislativo. Pede atuação da base governista quanto ao caso. Critica quedas de energias ocorridas devido ao desempenho da Eletropaulo. Apresenta matéria jornalística em que se discute o uso de ônibus contra a lotação dos trens da CPTM e do metrô.

 

GRANDE EXPEDIENTE

012 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Comenta greve na Saúde Pública do Estado de São Paulo. Critica as más condições de trabalho dos servidores desta categoria. Cita dados sobre a remuneração dos trabalhadores da rede pública estadual na área da Saúde. Destaca desrespeito do Governador Geraldo Alckmin a acordo realizado com a Secretaria da Saúde sobre o tema. Defende o reajuste do vale alimentação dos servidores estaduais. Pede o cumprimento de lei federal que determina plano de incentivo aos trabalhadores da Saúde. Solicita ao Governo Estadual a continuidade das obras de canalização do córrego Ribeirão Vermelho, que atinge a região de Osasco e a Vila Piauí. Enfatiza a necessidade da duplicação da Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, na região de Pirituba, em decorrência das obras do Rodoanel.

 

013 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

014 - CARLOS CEZAR

Tece comentários sobre a profissão de caminhoneiro. Registra preocupação com o problema das estradas brasileiras, nas quais trafegam caminhoneiros que ingerem crack e cocaína. Informa que um em cada três usa drogas em viagens longas, para manter-se acordados. Diz que três em cada quatro acidentes ocorrem por falha humana, devido cansaço dos motoristas. Comenta reportagens da mídia sobre o tema. Pede investimentos em tecnologia para a detecção de drogas. Parabeniza o Delegado Geral da Polícia Marcos Carneiro Lima pela atuação. Lembra o atual Código de Trânsito, no qual o motorista somente pode ser acusado de embriaguez com provas técnicas. Pede tolerância zero para os motoristas que ingerem álcool e dirigem.

 

015 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência.

 

016 - JOOJI HATO

Pelo artigo 82, parabeniza o Deputado Carlos Cezar pelo discurso. Lembra a morte de Fernando Dini Neto, no domingo, em Sorocaba. Informa ser, hoje, o "Dia do Goleiro" e "Dia da Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial". Parabeniza todos os goleiros do País. Discorre sobre esta profissão. Afirma que há 30 milhões de brasileiros com hipertensão. Cita dados sobre a doença. Ressalta que a dieta hipossódica, com redução da quantidade de sal na alimentação, provoca diminuição de doenças como AVC (Acidente vascular cerebral) e infarto. Recomenda atividades físicas regulares. Esclarece que o excesso de trabalho e preocupações aumentam a pressão.

 

017 - CARLOS GIANNAZI

Pelo artigo 82, mostra repúdio pela aprovação do novo Código Florestal, na Câmara dos Deputados. Afirma ser um retrocesso para o Brasil e para o mundo. Destaca que a bancada do PSOL foi contra a aprovação. Cita a realização da Rio+20, no Brasil, para discussão das questões ambiental, climática e de sustentabilidade. Apela à Presidente Dilma Rousseff que vete artigos do referido código. Argumenta que os interesses do agronegócio e da bancada ruralista foram atendidos. Informa que o partido irá recorrer ao STF e às cortes internacionais.

 

018 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

019 - MARCOS MARTINS

Pelo artigo 82, cita manchetes de jornal sobre o novo Código Florestal. Afirma que a Presidente Dilma Rousseff não concordou com a redação do código. Diz ser a derrocada do meio ambiente e um retrocesso para o País. Destaca que a bancada do PT foi contra a aprovação. Lembra o relançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Iamspe. Ressalta o número reduzido de funcionários e grande quantidade de pacientes. Solicita ao Deputado Samuel Moreira e as demais Lideranças da Casa para iniciar conversação na Casa Civil para o avanço desta situação.

 

020 - HAMILTON PEREIRA

Pelo artigo 82, cita funções constitucionais do Legislativo. Destaca o artigo 179 do Regimento Interno desta Casa. Repudia a nova redação deste. Afirma que projetos de autorias de outros órgãos, enviados a esta Casa, tem prioridade em relação aos projetos parlamentares. Informa novo projeto de resolução, de sua autoria, com nova redação do artigo 179. Pede apoio dos Deputados para a assinatura da matéria. Recorda que a maior parte dos projetos deliberados por esta Casa é do interesse do Governador, além dos vetos que compõem a Ordem do Dia. Menciona campanha de moralização do Legislativo.

 

021 - SAMUEL MOREIRA

Pelo artigo 82, tece comentários sobre a região do Vale do Ribeira. Lembra pronunciamento do Deputado Simão Pedro a respeito. Cita dados de investimentos para esta região, alguns já em andamento. Destaca a modernização e pavimentação de rodovias e vicinais. Ressalta a inauguração do aeroporto da região. Informa a construção de novo Ambulatório Médico de Especialidades, do Centro de reabilitação "Lucy Montoro" e ampliação do Hospital Regional Vale do Ribeira. Menciona a inclusão de novo curso de Engenharia de Pesca na Unesp. Critica o atraso das obras da Serra do Cafezal. Pede ajuda aos Deputados petistas para a duplicação da BR-116.

 

022 - Presidente JOOJI HATO

Comenta o discurso do Deputado Samuel Moreira sobre o Vale do Ribeira. Elogia as ações do Líder do Governo Geraldo Alckmin para a região.

 

023 - SAMUEL MOREIRA

Requer o levantamento da sessão, por acordo entre as lideranças.

 

024 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 27/04, à hora regimental, sem ordem do dia. Lembra a realização de sessão solene, dia 27/04, às 10 horas para "Homenagear os 18 anos da Ordem dos Parlamentares do Estado de São Paulo". Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Ulysses Tassinari para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - ULYSSES TASSINARI - PV - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - Jooji Hato - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini.

 

O SR. Welson Gasparini - PSDB - Exmo. Sr. Presidente, Deputado Jooji Hato, Sras. Deputadas, Srs. Deputados: estamos vivendo uma época de acontecimentos graves que exigem, por parte de nossa classe dirigente, posições corajosas e ações eficientes para colocar um paradeiro nos verdadeiros absurdos reveladores de uma grande anarquia social.

Recentemente fiscais da Receita Federal impediram a entrada no Brasil de 40 toneladas de lixo. Esses funcionários, lotados em Santa Catarina, descobriram em dois containers o lixo procedente do Canadá. A mercadoria, declarada como sendo politileno, era lixo e não foi a primeira vez que isto aconteceu!

Realmente, a falta de reações faz muitos países entenderem o Brasil como possível depósito de lixo.

Alguém já ouviu falar de providências tomadas neste caso e em outros já acontecidos? Quando muito o lixo deve ter sido devolvido e, talvez, até tenhamos pago o transporte pelo retorno.

Ainda como sinal dos tempos ora vividos no Brasil basta ler algumas manchetes recentes de jornais: “mulher troca filhinho por cocaína”; “criança chuta professora”; “aluno dá socos no professor em plena sala de aula”. Muitos professores passaram a ter medo dos alunos; quando reclamam do procedimento violento das crianças ainda encontram a reação dos pais que ficam ao lado dos filhos contra os mestres.

A violência chegou a níveis incríveis: os marginais, parece, mandam e interferem em tudo. Nos últimos dias foi roubado o carro de um policial. Sabem onde ele estava? No pátio da delegacia onde ele trabalhava. O carro, felizmente para o dono, foi encontrado, mas o ladrão continua solto.

Noticiam os jornais: 61 postos de saúde estão sem vigias na cidade de São Paulo. Diretor da área administrativa declarou que a presença de vigilantes não inibe a violência. Esta declaração faz crer que os marginais venceram e, no Brasil, o crime compensa.

Nossos presídios estão superlotados e no inicio deste ano começou a funcionar o Banco Nacional de Mandados de Prisão. Levantamento do Conselho Nacional de Justiça estimou existirem no Brasil 500 mil mandados de prisão não cumpridos. Isto é: 500 mil marginais estão livres nas nossas ruas!

Não é possível aceitar o Brasil como ele está, com os marginais tomando conta de todas as áreas e a corrupção vencendo nossas autoridades e corroendo nossas instituições oficiais. Ela é tão grande e tão poderosa que se chega até a pensar na necessidade de um milagre para reverter esta situação.

Não podemos, entretanto, nos acomodarmos; temos de acreditar que ainda tempo de reagir e vencer os marginais. Mas para isto temos de somar as forças daqueles que acreditam em valores morais e espirituais na luta para a construção de uma Pátria nova para nós e para os nossos filhos.” 

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Samuel Moreira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, telespectadores da TV Alesp, estamos em um momento muito grave em relação...

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, esta sessão está suspensa por conveniência da ordem.

 

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- Suspensa às 14 horas e 42 minutos, a sessão é reaberta às 14 horas e 47 minutos, sob a Presidência do Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças partidárias com assento nesta Casa, solicito a suspensão dos trabalhos por cinco minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tendo havido acordo entre as lideranças, a Presidência acolhe o solicitado pelo nobre Deputado Olímpio Gomes e suspende a sessão por cinco minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 14 horas e 47 minutos, a sessão é reaberta às 14 horas e 52 minutos, sob a Presidência do Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência devolve a palavra ao nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Retorno a esta tribuna dizendo que a saúde pública do Estado de São Paulo está em crise. É a paralisação de servidores da Secretaria da Saúde e, também, com a votação em assembleia geral, os funcionários do Hospital das Clínicas poderão parar na próxima quarta-feira. Tudo isso nos deixa extremamente apreensivos porque a responsabilidade, ou a irresponsabilidade por este descaso com a saúde pública, afeta o Governo do Estado de São Paulo.

Hoje pela manhã tivemos uma grande manifestação de servidores da Saúde aqui na Avenida Mário Kozel Filho, em frente à Assembleia Legislativa, onde centenas de profissionais da Saúde, de auxiliares de enfermagem a médicos e chefes de departamentos, em uníssono, dizendo “Não temos a mínima condição de trabalho! Salários aviltantes, um vale-coxinha no valor de quatro reais há 12 anos!”

Os servidores da Saúde estão pedindo a jornada de 30 horas e 26% de reposição - e não reajuste - de perdas salariais, e o Vale Refeição, de quatro reais para 25 reais, e que se paralise esse sistema macabro de privatizações de atividades na Saúde até então exercidas por servidores públicos. Estes estão sendo substituídos em contratos de privatização e terceirização, por mão de obra pouco qualificada, comprometendo mais ainda a saúde pública. Ao mesmo instante, foi lançada e reeditada, na Presidência do Deputado Marcos Martins, a Frente Parlamentar em Defesa do Iamspe. E também, numa situação catastrófica em relação aos quadros, à saúde do servidor público e o fato de o Estado não cumprir com a devida contrapartida em relação à contribuição, o Deputado Marcos Martins, que tão bem preside a Comissão de Saúde, reeditou esta Frente Parlamentar. E profissionais da área da Saúde que estavam lá fora se manifestando, mais servidores do Iamspe e membros do CCM, Comissão Consultiva Mista de Servidores da Saúde, todos acabaram se unindo nas suas falas, quer no caminhão de som, na manifestação, quer no Plenário Mário Kobayashi no lançamento da Frente Parlamentar, dizendo “Governo de São Paulo, um pouco mais de atenção com a vida das pessoas.

Temos de tomar atitude nesta Casa. Temos um quadro hoje de deputados, muitos vinculados pelo exercício da profissão à área de Saúde. É o momento de tomarmos uma atitude. Não podemos comprometer mais ainda a Saúde da população. Os servidores não querem a paralisação, mas não tem outra forma porque o Governo permanece intransigente, de portas fechadas. Eu rogo a todos os partidos, aos representantes do Governo nesta Casa, que abram um canal de comunicação para a solução da questão. O Deputado Marcos Martins levou à Liderança do Colégio de Líderes para tentar sensibilizá-la com o Presidente da Comissão da Saúde. Mas os líderes ouvem, as pessoas saem e nós vamos para a próxima pauta como se nada tivesse acontecido.

É a saúde da população, é a vida de pessoas que estão em risco; é a vida e a saúde dos servidores públicos da área de Saúde.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Jr. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Ulysses Tassinari.

 

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O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, temos neste ano um momento especial que é o período eleitoral. Escolheremos prefeitos e vereadores do Brasil. Mas não podemos separar uma agenda que a bancada do PT tem especialmente procurado qualificar. Infelizmente, o Governo do PSDB não tem dado a devida importância ao debate do Estado de São Paulo referente à questão do Orçamento estadual.

Faço um paralelo eleitoral, Sr. Presidente, porque não podemos em hipótese alguma deixar de insistir mais uma vez com o Deputado Marcolino, membro efetivo da Comissão de Finanças, que fez isso com muita competência no ano passado, e espero que este ano possamos de forma efetiva garantir os recursos para áreas essenciais do Estado de São Paulo.

Todos os dias nós ouvimos o noticiário que fala sobre a questão da pane no Sistema de Transporte Metropolitano, o metrô e a CPTM, e o Secretário que vem a Assembleia Legislativa tentar justificar porque acontecem esses problemas.

Por outro lado vemos a Presidente Dilma anunciando os investimentos com transportes para as principais metrópoles dos estados brasileiros.

Se o PSDB estivesse há pouco tempo no Governo do Estado São Paulo seria até aceitável, mas ele já vai completar duas décadas nesse Governo. Estamos no século XXI, contamos com a tecnologia, com a internet e com a evolução, mas infelizmente o PSDB ainda não conseguiu responder de forma objetiva porque até agora não resolveu o problema do transporte metropolitano.

Será a ineficiência? Será o choque de gestão que foi muito discutido? Uma marca inclusive carimbada dos tucanos no Brasil, mas especialmente aqui no Estado de São Paulo.

A nossa Bancada tem debatido esse tema de forma responsável e contundente, os números foram apresentados aqui, assim como a riqueza que hoje representa o Estado de São Paulo, mas tudo que tem sido proposto em matéria fiscal, tributária, LDO e PPA, que são apenas propagandas, grifes do PSDB aqui no Estado de São Paulo.

Portanto, não entendemos porque o PSDB ainda não conseguiu dar conta de um tema tão importante e fundamental que é termos um transporte de qualidade com tarifas integradas. Há uma promessa do Governo do Estado inclusive da Linha 10 que atenderá 400 mil usuários da Região do ABC para que até o mês de junho inicie a integração ônibus- trem-metrô. Estamos acompanhando esse calendário e vamos cobrar dessa tribuna.

Esperamos resolução para a questão do transporte metropolitano até 2015. Era até 2010, mas pediram mais cinco anos de prazo.

Portanto, 2015 é o prazo limite para que ocorra essa integração com a viabilização do Expresso ABC e aumento das linhas do metrô para qualificar melhor o sistema da CPTM para atender os milhões de usuários que necessitam desse meio de transporte.

Infelizmente, a luz que vem no final do túnel ainda não é o metrô, que vem na contramão, ainda é a falta de esperança dos usuários que aguardam com muita expectativa os investimentos do sistema do metrô e CPTM no Estado de São Paulo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI- PV - Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Estevam Galvão. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Cardoso Amary. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão Deputado Ulysses Tassinari, Sras. Deputadas, Srs. Deputados e telespectadores da TV Alesp, existe uma cidade que eu gosto muito, a cidade de Jacareí, que fica próxima a São Paulo. Lá eu tenho um amigo, o Deputado Marco Aurélio, que foi um dos grandes prefeitos de Jacareí. É uma cidade que todos querem morar porque é pacata, meus caros Deputados.

Eu também nasci em uma cidade interiorana, na Alta Paulista, perto do Mato Grosso, próxima à cidade do nobre Deputado Donisete Braga, que pertence à grande Pacaembu.

Eu quero aqui falar de algo que nos constrange e entristece muito. É algo que não acreditamos que aconteça em cidades do interior, mas está acontecendo. Coisas que aconteciam apenas nas grandes metrópoles como São Paulo, Recife, Vitória, em cidades violentas como o Rio de Janeiro, que está melhorando muito. Estivemos lá na semana passada e pudemos perceber que as autoridades competentes estão procurando resgatar a cidade dando aos cidadãos cariocas aquilo que eles têm direito: o direito de ir e vir, o direito a saúde, o direito a vida, principalmente acolhendo os adolescentes em relação às drogas.

Voltando a falar em Jacareí, os moradores dessa cidade realizaram um protesto. Meu caro Deputado Marco Aurélio, V.Exa. estava lá. Eu também queria estar presente porque recebi um convite por email do Sr. Elcio Sardinha, mas devido a alguns problemas não cheguei a tempo, mas meu coração estava naquela cidade no momento em que todos se uniram - os cidadãos e comerciantes - com lenços brancos manifestando o desejo que Jacareí e outras cidades, tenham mais segurança e qualidade de vida. Essa manifestação foi combinada pela Internet e aconteceu após a morte de uma jovem que estava trabalhando e foi vítima de um latrocínio ocorrido em 11 de abril.

Rendo nossas homenagens a essa moça e peço-lhe até que nos perdoe porque talvez nós, Deputados da Assembleia Legislativa, estejamos falhando. Sabemos que quem está falhando é o Executivo e as autoridades competentes que deixam as pessoas armadas.

É proibido andar armado e certamente uma arma tirou a vida desta moça. A Ana Paula, uma jovem de 26 anos, era casada, mas foi morta por uma arma ilegal, uma arma que tenho quase certeza, uma arma possivelmente contrabandeada, que passou da Ciudad del Este para Foz do Iguaçu ou pelas fronteiras da Bolívia com o Brasil, do Peru com o Brasil, do Paraguai com o Brasil. Um tiro certeiro atingiu o pescoço na parte cervical, por onde passa a carótida, a jugular, vasos importantes que levam ao choque hipovolêmico e por conseguinte à morte. Ela ia ao banco fazer um depósito e foi assaltada. Todos os lojistas fecharam as portas. Por que fecharam as portas? Porque eles não querem que isso volte a acontecer.

Além de homenagear essa moça que foi sacrificada - como poderia ser qualquer um de nós - os comerciantes pedem segurança, pedem o direito de trabalhar, o direito de deixar as portas do seu comércio abertas, o direito de ir ao banco e depositar seus recursos.

Antes de encerrar minha manifestação quero exibir o seguinte vídeo:

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio.

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, todos que nos acompanham, antes de entrar no tema que o nobre Deputado Jooji Hato tocou da violência na região do Vale do Paraíba, quero lembrar que hoje, 26 de abril, completam três meses do episódio do Pinheirinho e absolutamente nada foi feito de justiça.

Uma audiência pública foi realizada na semana passada para tratar das crianças do Pinheirinho.

Como o meu tempo é muito restrito, vou mostrar um pequeno trecho do que foi essa audiência pública. Vou mostrar o relato de uma mãe agora no dia 16 de abril.

Vamos ao vídeo.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O clamor dessa mulher é o seguinte: o povo do Pinheirinho morreu. Eu quero viver de novo.

A situação em que estão vivendo é inconcebível. Essas pessoas estão em lugares sem janela, sem ventilação, sem condições sanitárias. Foram tiradas de suas casas sem nenhum projeto para poder devolver aquela área para o Sr. Naji Nahas.

Continuaremos a cobrar ações do Governo do Estado para que essa situação desumana no Estado de São Paulo seja revertida. Não vamos parar de cobrar!

Quanto à questão da segurança, o nosso Delegado do Deinter, João Barbosa Filho, fez uma reportagem muito interessante. Dá para começar a entender o porquê dessa violência no Vale do Paraíba.

Vamos assistir à reportagem.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Como foi dito, a Secretaria de Segurança Pública não comentou o assunto. Ou seja, não falou de recursos para poder dar melhores estruturas, nem do concurso, nem da lotação das pessoas. Parece um Governo que começou ontem. Mas faz 20 anos que o PSDB governa o Estado de São Paulo e as condições são precaríssimas.

Tenho em mãos o jornal “O Vale”, de hoje, com a seguinte manchete: ‘Vale bate recorde histórico de violência, 114 mortes em 90 dias.’ Aliás, lembrando que o Vale do Paraíba é a terra do governador. Esse é o local que tem atenção especial, e está batendo recorde de violência.

Taubaté esconde drogas e armas de facções criminosas. Olha essa manchete do jornal O Vale em relação a Taubaté: Crime assume papel do estado. Quer dizer, esse é o Estado de São Paulo. Então, quando falamos do que está acontecendo na cidade de Jacareí e nas demais cidades da região, na verdade é conseqüência de um governo que descuidou da Segurança Pública, do funcionalismo público, das condições estruturais de funcionamento da Polícia Civil do Estado de São Paulo, da Polícia Militar. É o jornal de hoje da cidade de Jacareí.

A população esteve nas ruas por mais segurança, eu também, uma manifestação pela paz, totalmente pacífica e com muito apoio dos comerciantes, a quem agradeço por terem fechado as portas e feito uma manifestação que chamasse atenção da região. Espero que com isso possamos chamar atenção do Sr. Governador para que não só a cidade de Jacareí, mas toda a região do vale do Paraíba tenha segurança assim como todo o Estado de São Paulo. Isso é o que se exige de um estado que tem uma excelente arrecadação. Temos o mesmo partido no governo há 20 anos e até hoje não disse a que veio na questão da Segurança Pública.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Tem a palavra o nobre deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.)

Esgotada a lista de oradores inscritos, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Leci Brandão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins, pelo tempo regimental.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, pessoas presentes nas galerias, telespectadores da TV Alesp, funcionários da Casa, hoje fizemos o lançamento da Frente Parlamentar em defesa do Iamspe e pudemos comprovar o que falaram os deputados que me antecederam: há uma crise, há falta de assistência médica em todo o Estado de São Paulo. Vieram representantes de várias cidades. Há ausência de convênios, os servidores públicos do Estado de São Paulo não têm atendimento. Os servidores da Saúde do estado estão em greve. Estivemos na sala do líder do governo, na terça-feira passada os servidores estiveram no Colégio de Líderes pedindo uma reunião com a Casa Civil para ter uma solução para esse problema que está se alastrando. O Hospital das Clínicas também vai entrar em greve porque isso foi aprovado em assembleia. A tendência é que a greve cresça ainda mais pela ausência de condições de trabalho, pelas dificuldades que os servidores estão enfrentando, trabalhando de oito a doze horas por dia para receber um salário que lhes permitam sobreviver. Então, é preocupante essa situação e pedimos mais uma vez ao presidente da Casa e ao líder do governo que agilizem o contato para que eles possam ser recebidos pela Casa Civil ou pelo governo do estado.

Outro assunto que nos enche de preocupação: durante a fala do Deputado Olímpio Gomes, tivemos mais um apagão da Eletropaulo. É impressionante como a Eletropaulo entra em pane. Ameaçou chover, pane. E não é só aqui na Assembleia. Aqui é o lugar mais central. Imaginem nas periferias, imaginem em Osasco. Lá os apagões são permanentes.

E por falar em apagão, temos também o transporte público. E agora uma novidade: Metrô e CPTM querem ônibus contra lotação. Agora vão colocar ônibus par auxiliar os trens lotados. É isso que está sendo discutido agora: os horários de pico. Tivemos mais uma pane da Linha 10-Esmeralda. Essa é a que mais tem pane. Foram oito panes de janeiro até agora. É difícil o dia que não tem uma linha de ter ou metrô com problema. Os trens param e os trabalhadores chegam atrasados correndo o risco de perder o emprego pela ausência do serviço de serviço público no Estado de São Paulo, em especial na capital. Os ônibus já andam lotados, num trânsito caótico. Ontem falaram no rádio em 450 quilômetros de congestionamento em São Paulo. Imaginem mais ônibus circulando nesse trânsito para ajudar os trens parados, porque estão em pane. Uma situação crítica. O representante do Secretário dos Transportes disse que o sistema tem problema, mas não está em colapso. Essa situação é preocupante no geral: Segurança Pública, Transportes, Eletropaulo. E tem deputado que falando sobre Brasília. Parece que é deputado federal, e não estadual.

 

O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - ULYSSES TASSINARI - PV - Por permuta com o nobre Deputado Carlos Grana, tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino, pelo tempo regimental.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, vou tratar de dois assuntos no dia de hoje. O primeiro é em relação à greve da Saúde. No dia 13 de abril iniciou a greve da Saúde. Há uma carta aberta à população dando conta de que a Saúde vai de mal a pior, a população sabe muito bem a peregrinação para conseguir o atendimento, a rotineira falta de material, de médicos e funcionários são uma das faces das precárias condições de trabalho e atendimento nas unidades de Saúde do Estado de São Paulo.

Além de não investir na rede pública de Saúde o Governo do Estado de São Paulo vem terceirizando hospitais para organizações de saúde, as OSs, que como uma entidade privada restringe o atendimento à população para gastar menos e lucrar mais.

Também são corriqueiros os problemas nos setores terceirizados como recepção, limpeza e segurança. Para não paralisar o atendimento são os próprios funcionários da unidade que acabam fazendo o serviço.

Temos aqui uma carta mostrando as condições de trabalho. Mas não só as condições de trabalho, como também, a estrutura salarial dos trabalhadores.

O salário base de um auxiliar de enfermagem, na Rede Pública de Saúde é de R$ 301,00 com gratificações de 580,00, totalizando R$ 881,20; o salário base de um médico é de R$ 655,20 e de gratificação recebe R$ 1207,44, perfazendo um total de R$ 1862,64; o salário de um oficial administrativo totaliza R$ 759,00 e o psicólogo totaliza R$ 1186,00. Esses são os salários que os trabalhadores da rede pública estadual recebem do Estado de São Paulo. Por esses motivos aqui expostos, pelas condições de trabalho e pelas condições salariais que os trabalhadores da Saúde estão em greve desde o dia 13 de abril.

Deputado Marcos Martins, tem outros pontos colocados também, que são: a questão da insalubridade e a reestruturação da carreira.

No ano passado foi montado um grupo de trabalho, vinha sendo construído um debate, foi feita uma negociação com a Secretaria, foi feito um acordo com o Governo, que seria garantido aos auxiliares de enfermagem R$150,00 que seriam incorporados no salário. O Governador pagou o mês de dezembro, e quando chegou em janeiro, simplesmente descontou o valor que tinha sido pago no mês de dezembro.

O Deputado Olímpio Gomes também acompanha o funcionalismo público do Estado de São Paulo, é também servidor do Estado de São Paulo, servidor da PM, sabe que quando se faz um acordo, tem que se cumprir; acordo feito e aprovado é acordo cumprido.

Se hoje os trabalhadores da Saúde estão em greve é por pura incompetência do Governo do Estado de São Paulo que negociou com os trabalhadores, mandou projeto de lei, aprovamos esse projeto de lei na Assembleia Legislativa, e agora, simplesmente não paga o que deve aos trabalhadores.

Se você está acompanhando a greve dos trabalhadores da Saúde, saiba que está acontecendo pela irresponsabilidade do Governador do Estado de São Paulo que acaba não tendo auxiliares suficientemente competentes. Observe que não é para refazer um acordo, mas para cumprir um acordo que já havia sido negociado e aprovado pelos trabalhadores.

Então isso é inadmissível num processo de negociação, onde já tem algo acertado, algo combinado que foi negociado e aprovado pelos trabalhadores, e votado e aprovado nesta Casa de leis, não tem como voltar atrás. Esse é um dos motivos dos trabalhadores da Saúde continuar em greve.

Outro problema também é com relação aos comissionados e técnicos. Tivemos no ano passado uma negociação, houve um avanço, tiveram até um reajuste significativo. Só que os auxiliares de enfermagem e outros da Saúde não tiveram o mesmo reajuste, não tiveram a mesma valorização que deveria ter sido dada o ano passado. Como já disse o nobre Deputado Olímpio Gomes, R$ 4,00 hoje - o vale coxinha - é o valor que os trabalhadores da Saúde recebem de vale alimentação.

Pergunto a você que está não os assistindo agora: com R$ 4,00 você consegue fazer uma refeição decente? Imagine um médico, um auxiliar de enfermagem, um trabalhador técnico da Saúde, que tem que te atender, tem que fazer um bom trabalho no hospital, nos postos de Saúde, recebendo apenas R$ 4,00 como vale refeição, para fazer sua refeição cotidiana.

Outro sério problema é a questão do plano de incentivo, plano esse que só alguns trabalhadores recebem; não são todos os trabalhadores que recebem esse benefício.

A lei que instituiu plano de incentivo e participação nos lucros e resultados é clara. Trata-se de uma lei federal foi criada em 2005. Essa lei regra todos os planos de incentivo e os programas de participação nos lucros e resultados. Você não pode constituir plano de incentivo apenas para uma parcela dos trabalhadores. Quando instituída todos os trabalhadores têm direito a plano de incentivo e a programa de participação nos lucros e resultados.

Sr. Presidente, é importante colocar essas questões pois os trabalhadores estão em greve e muitas vezes a pessoa que precisa de um hospital, precisa de um acompanhamento de Saúde acaba não entendendo a razão da greve desses servidores da Saúde, tanto os médicos quanto os enfermeiros estão em greve nesse momento. Como disse anteriormente, estão em greve por pura incompetência do Governador do Estado de São Paulo de não só negociar com seriedade, não só criar um processo de isonomia aos trabalhadores, mas quando negocia, chega num acordo, paga no mês e, posteriormente, acaba cortando o valor que foi pago no mês anterior.

Estamos acompanhando as comissões que estiveram hoje em manifestação em frente à Assembleia Legislativa, uma das diretoras do Sindisaúde está nos acompanhando das galerias desta Casa também. Como disse, fizeram uma manifestação hoje pela manhã aqui na frente desta Casa, acompanhamos pelos gabinetes, e pedimos ao Governador do Estado de São Paulo, solicitamos ao Secretário de Gestão, ao Secretário de Saúde, um olhar especial para os trabalhadores da saúde. Hoje eles já ganham pouco, não têm benefício estruturado como têm outros trabalhadores na saúde privada, não recebem o que ganha o setor privado hoje no nosso Estado e no nosso País.

Portanto, é importante olharmos para os servidores da saúde que prestam um grande serviço à nossa sociedade, ao nosso Estado, e no momento de ser valorizado, o Governo do Estado de São Paulo mais uma vez o Governo Estado de São Paulo desvaloriza esses trabalhadores.

Concluindo minha fala, Sr. Presidente, reforço aqui alguns debates que tenho trazido desde a semana passada, mostrando a dificuldade do Estado de São Paulo conseguir olhar ações integralmente.

Estamos acompanhando algumas ações como as ações feitas na Vila Piauí, que até agora não foi estruturada a canalização do córrego Ribeirão Vermelho, que acaba atingindo a região de Osasco e Vila Piauí.

Foi feita uma grande obra no final da avenida Anhanguera, e essa obra está acarretando alagamentos na região da Vila Piauí, Zona Oeste de São Paulo.

Outra grande obra que estamos acompanhando o debate é a do Rodoanel, trecho Norte. Estamos conversando com a população de Pirituba, a importância de se fazer uma terceira ponte, ali na Pereira de Magalhães porque com a construção do Rodoanel trecho Norte, o que vai acontecer? A saída de boa parte da população que circula pelo trecho Norte do Rodoanel saindo em Perus vai cair na Pereira de Magalhães. Se não fizer a duplicação e não fizer a terceira ponte, os moradores daquela região sofrerão com o trânsito nos próximos cinco ou dez anos.

Portanto é importante observar o seguinte: vai fazer uma grande obra viária no Estado de São Paulo, qual a consequência? Não podemos deixar acontecer com a Raimundo Pereira de Magalhães - com a ponte ali na região de Pirituba - o que aconteceu com os moradores da Vila Piauí e com os moradores da região da Teotônio Vilela, Zona Sul de São Paulo. Fizeram o Rodoanel, mas não colocaram a alça de acesso. Hoje temos 600 mil pessoas do Grajaú, de Parelheiros e Cidade Dutra, que poderiam ter acesso ao Rodoanel, seja para ir ao litoral, seja para ir à Regis Bittencourt, e acabam não tendo acesso por uma incompetência e pelo olhar do Governo do Estado de São Paulo que não olha a integralidade, não olha o entorno de uma grande obra viária.

Portanto, essa obra prejudicou a Zona Sul de São Paulo, não fazendo a alça na Teotônio Vilela, está prejudicando os moradores na Vila Piauí, porque fez a ampliação da via Anhanguera, mas não olhou no entorno e hoje há enchentes.

Portanto, não podemos deixar acontecer com os moradores de Pirituba, onde vai ter que ser feita a duplicação da Raimundo Pereira de Magalhães, o que aconteceu com a Teotônio Vilela, com a Vila Piauí, onde a população hoje sofre por um erro de engenharia. O Governo do Estado fez duas grandes obras, e não olhou o entorno. Por isso a população sofre hoje conseqüências decorrentes dessas obras executas pelo Estado. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência esclarece que há uma dupla permuta entre o nobre Deputado Olímpio Gomes com o Deputado Reinaldo Alguz, que por sua vez permuta com o nobre Deputado Carlos Cezar. Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar, pelo tempo regimental.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PSB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, nosso sistema de distribuição de mercadorias e chegada de materiais, no Brasil, sem dúvida alguma é muito importante, por conta de todo o trabalho que o caminhoneiro desenvolve no País.

“Se o caminhoneiro parar, o Brasil para!

Mais da metade da produção do nosso país é escoada por rodovias, o que mostra a grande responsabilidade do profissional da estrada.

Assumo à tribuna, nesta quinta-feira, para registrar minha preocupação contra um grave problema das estradas brasileiras: caminhoneiros drogados e entorpecidos pelo uso do crack e cocaína.

Segundo a Confederação Nacional dos Caminhoneiros, com uma frota de quase um milhão e meio de caminhões, um em cada três motoristas usa anfetamina ou coca para fazer viagens longas.

Outro dado alarmante: três em cada quatro acidentes envolvendo caminhões acontecem por falha humana, a maioria deles por cansaço do motorista.

Há algumas semanas, a Rede Record, por meio do programa "Domingo Espetacular", exibiu uma matéria sobre como estas substâncias malignas estão populares entre os profissionais da estrada.

É realmente alarmante como os traficantes têm facilidade para vender drogas em postos de combustível, mostrados na matéria.

A reportagem ainda exibe um caso chocante, quando um caminhoneiro atropelou e matou cinco operários que faziam a manutenção da pista rodoviária. O delegado Luiz Dias, responsável pelo caso, disse que, no momento da apreensão do motorista, foi feito o teste do bafômetro e o resultado deu negativo. Encaminhado ao DP, o caminhoneiro, com consentimento, fez um exame de sangue, onde foi constatada a presença de cocaína no sangue dele.

Segundo o policial rodoviário, Marcos Basílio, que também aparece na reportagem, seria necessário obter um método de teste prático, instantâneo e de baixa complexidade para detecção de drogas, assim como o bafômetro está para o álcool.

Hoje, no “Bom Dia Brasil”, da Rede Globo, também foi exibida uma matéria sobre a mesma problemática. Segundo a reportagem, feita no Rio de Janeiro, em média 10 caminhoneiros são detidos por dia por consumo de drogas, apenas em um posto policial da Via Dutra.

Há que se destacar que os caminhoneiros fazem uso de drogas para se manter acordados com o intuito de cumprir toda sua jornada, ou seja, há a responsabilidade das empresas que exploram estes profissionais com baixos salários, sendo que os mesmo se submetem a 15, 20 horas de trabalho para garantir o sustento seu e muitas vezes de sua família.

Se antes eles se utilizavam de anfetaminas, mais conhecidas no meio como rebite ou bolinha, hoje a situação se agrava com o uso de cocaína e crack, causando, além do vício do usuário, muitos acidentes e mortes no trânsito.

Contudo, objetivamente e a curto prazo, Srs. Deputados e Deputadas, não há como atacar esse lado incutido no capitalismo cruel que vivemos. Por isso, precisamos de alternativas.

O governo precisa investir em tecnologias que possam relatar o uso de drogas, como acontece entre o álcool e o bafômetro. Precisamos urgentemente de soluções efetivas. Aumentar a fiscalização nos postos é outra alternativa.

O que não podemos é ficar de braços cruzados e deixar que estes profissionais se viciem, se matem e/ou matem outras pessoas nas estradas!

Quero também aproveitar para parabenizar o delegado geral da Polícia de São Paulo, Dr. Marcos Carneiro Lima, por manter o poder dos policiais de prender em flagrante motoristas considerados embriagados, que se recusarem a fazer o teste do bafômetro.

A partir da decisão do Superior Tribunal de Justiça, o motorista só pode ser acusado de crime de embriaguez se houver prova técnica: teste de bafômetro ou exame de sangue.

Na prática, o efeito dessa decisão só é suficiente para livrar o infrator que recusa o teste de um processo criminal quando ele não está envolvido em acidente com vítima.

Quando há feridos ou mortos, continua valendo o que diz o Código Penal: quem provocou o acidente responde por lesão corporal ou homicídio.

Apesar da decisão do STJ, São Paulo e Minas Gerais continuarão a enquadrar estes infratores, graças à atitude acertada do Delegado Marcos Carneiro Lima.

A sociedade e a imprensa se manifestam e temos que fazer nossa parte para estabelecer tolerância zero para motoristas que ingerem álcool e depois trafegam com seus veículos, verdadeiras armas.

Desde meu primeiro mandato como vereador de Sorocaba, o combate às drogas sempre foi uma das minhas principais bandeiras. Fico, portanto, à disposição para novas discussões e propostas sobre os dois temas.”

Sr. Presidente, penso que não podemos ficar inertes, não podemos fechar os olhos. É melhor pecarmos por agirmos do que por omissão. Deputado Jooji Hato, V. Exa. tem se manifestado aqui de maneira veemente contra a liberação do uso de drogas, do combate ao álcool. Nós que fazemos parte da Frente Parlamentar de Combate ao Crack, coordenada pelo Deputado Donisete Braga, não podemos fingir que isso não está acontecendo. Se o caminhoneiro é importante, é importante que se faça um combate, sobretudo nas causas e não nos efeitos. Que possamos fazer um combate principalmente preventivo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

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O SR. JOOJI HATO - PMDB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Deputado Luiz Claudio Marcolino, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, quero parabenizar aqui o Deputado Carlos Cezar pela fala. O Deputado é de Sorocaba e, portanto, queria relembrar que perdemos um grande companheiro. A Frente Parlamentar Anticrack, Antidrogas perdeu um grande guerreiro, Fernando Dini Neto, que faleceu no domingo e está deixando muita saudade, porque ele, com sua dedicação, de forma voluntária, empresário que nunca cobrou nada, salvou muitos jovens naquela região.

Sr. Presidente, hoje é o Dia do Goleiro e o Dia da Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial. Quero parabenizar a todos os goleiros porque este é o país do futebol. Mas o goleiro atua numa posição muito difícil, talvez a mais sacrificada entre as 11 posições do futebol, a mais infeliz. Por uma jogada infeliz é chamado de frangueiro. Por uma jogada infeliz, do céu ele vai para o inferno; que diga o Júlio César, goleiro do Corinthians. O Corinthians foi desclassificado infelizmente por uma falha do goleiro Júlio César, goleiro do Corinthians, que foi desclassificado, infelizmente, por uma falha do goleiro, pelo menos é o que diz a crônica esportiva. Sabemos que o goleiro tem uma posição muito difícil, e este é o país do futebol.

Quero render nossas homenagens, em nome de todos os Deputados, aos goleiros. E que continuem firmes nas posições, levando o País às futuras conquistas, porque teremos a Copa do Mundo em 2014.

E sobre o Dia de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial quero dizer que a data é muito importante, porque a hipertensão atinge 30 milhões de brasileiros, cerca de 30% da população adulta. Desse total, a maioria sequer sabe que tem pressão alta e por isso não faz qualquer tipo de controle.

Essa falta de controle interfere diretamente nas estatísticas de saúde do País, já que a hipertensão é responsável por 80% de todos os casos de AVC - Acidente Vascular Cerebral, conhecido também como derrame - e 47% dos infartos, fatais ou não, em todo o mundo, e no Brasil 40% dos infartos advêm da pressão alta.

O brasileiro come, em média, de 12 a 15 g de cloreto de sódio (sal) por dia. Se conseguíssemos diminuir esse total para 5g, essa dieta hipossódica já seria suficiente para reduzir em 15% os casos de AVC (Acidente Vascular Cerebral) e em 10% os casos de infarto.

É preciso controlar a hipertensão e, como médico, recomendo atividades físicas regulares, cada um faz conforme pode fazer, uma alimentação saudável e a redução da ingestão de sal. Somente isto já vai fazer uma diferença enorme em nossas vidas.

O excesso de trabalho, as preocupações e a insônia aumentam a pressão. Você fica preocupado, por exemplo, de ser assaltado por um garupa de moto, porque 62% dos assaltos no banco são assim. Isso acaba provocando a hipertensão.

Essa redução da ingestão do sal é muito importante. Somente isso vai fazer uma diferença muito grande nas nossas vidas. O estresse, o cigarro, a bebida alcoólica, as drogas aumentam a pressão arterial.

Deixo aqui a recomendação, como médico, para que todos tomem mais cuidado, para não deixarmos a vida precocemente. Muito obrigado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, quero manifestar o nosso total repúdio e indignação com o Projeto de lei que foi aprovado ontem no Congresso Nacional, na Câmara dos Deputados, sobre o Código Florestal.

Essa aprovação representou, de fato, um grande retrocesso para o Brasil e para o mundo, porque ataca frontalmente as nossas florestas, as nossas águas. Ele beneficia, na verdade, o agronegócio, a bancada ruralista, que tem o poder econômico e fez lobby no Congresso Nacional, em detrimento de toda a população do nosso País. É um retrocesso, é um atraso para o Brasil.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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Nossa Bancada do PSOL se colocou contra, tanto no Senado como na Câmara dos Deputados, porque é inconcebível que dentro de alguns meses nós tenhamos aqui no Brasil a Rio+20, que é organizada pela ONU, uma grande conferência internacional sobre o meio ambiente, para a discussão da sustentabilidade, a questão climática, a questão das águas. O Brasil vai ser o palco desses debates, para que possamos apresentar propostas no nível global para salvar o planeta, não só as gerações atuais, como também as futuras gerações.

A aprovação desse projeto é um retrocesso, e também o Brasil vai pagar um verdadeiro mico na Rio+20, caso a Presidente Dilma não faça os vetos necessários. É o que queremos. O Brasil exige agora que, se o Congresso Nacional atendeu aos interesses econômicos do agronegócio, dos ruralistas, em detrimento do meio ambiente, dos pequenos agricultores, anistiando os desmatadores e os grandes proprietários, temos ainda mais uma opção, que é o veto. A Presidente Dilma pode vetar os artigos que foram aprovados no Congresso Nacional.

Fazemos portanto um apelo à Presidente, para que ela tenha a coragem, a ousadia, e defenda o meio ambiente e os pequenos agricultores, fazendo os vetos necessários ao Projeto de lei que foi aprovado ontem, com o nosso voto contrário. O PSOL tudo fez para que o projeto fosse aprovado de uma outra maneira mas, como eu disse, os interesses do agronegócio, da bancada ruralista, que não pensa no Brasil e na população, não pensam nas futuras gerações, pensam apenas no lucro fácil, e venceram essa batalha. Mas não venceu a guerra. Temos ainda, pela frente, essa possibilidade do veto. Espero que haja realmente essa decisão, essa intervenção da Presidência da República nesse projeto.

Se a Presidente Dilma ceder ao lobby e aos interesses dos ruralistas e do agronegócio, vamos ainda recorrer ao STF, e também podemos ainda recorrer às cortes internacionais, contra a aprovação do Código Florestal.

Como eu disse, o Brasil vai pagar um verdadeiro mico, já está pagando. O Brasil vai sediar em junho a conferência internacional Rio+20, organizada pela ONU, quando 198 países estarão presentes, discutindo a questão da sustentabilidade, a questão climática, das águas. E no entanto o Brasil aprova um Código Florestal contra a natureza, contra a preservação do meio ambiente.

Vamos continuar lutando, recolhendo assinaturas nos abaixo-assinados que estão sendo distribuídos por entidades ambientalistas. O Brasil tem que tomar uma posição em relação a esse fato, que é gravíssimo. Mais uma vez o Parlamento brasileiro não representou os interesses da população e do meio ambiente.

Tanto se fala hoje em sustentabilidade, em desenvolvimento sustentável do ponto de vista social, econômico e ambiental, mas o Brasil deu um verdadeiro passo atrás nessa questão, aprovando esse malfadado Código Florestal. Muito obrigado.

 

O SR. Marcos Martins - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Alesp, ouvimos o Deputado que me antecedeu falando do Código Florestal.

Hoje, um jornal traz a manchete: “Governo é derrotado no Código Florestal.” Quero deixar bem claro que a Presidenta Dilma não queria que fosse aprovado o Código Florestal da maneira como foi. Tanto é que os grandes jornais colocam como uma derrota do Governo. Os ruralistas, os latifundiários - assim como no Estado de São Paulo, no Pontal do Paranapanema - com todo o seu lobby e toda a sua pressão, não querem que haja sustentabilidade. É a derrocada do meio ambiente, o lucro a todo custo, com o que não concordamos.

Esse Código Florestal, na verdade, foi um retrocesso. Enfim, o Congresso é composto de vários partidos, de várias forças. O Governo e o Partido dos Trabalhadores estiveram contra esse código que foi aprovado. Era para ter mais garantias, tanto na preservação da mata nativa quanto em uma série de outras coisas.

Gostaria de voltar ao tema da Saúde. Hoje, com o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Iamspe, pudemos ouvir depoimentos de funcionários acerca da quantidade de horas que estão trabalhando para poder dar conta. O número de funcionários está muito reduzido. Teria que ter uns 800 enfermeiros, invés de 400, que não dão conta do serviço. E médicos também. Com essas condições de salário no Hospital do Servidor, muitos médicos e enfermeiros pedem demissão.

O atendimento à demanda, com a redução do quadro de pessoal na área da Saúde, agrava-se ainda mais. Por isso, há uma preocupação enorme. Veio gente do Estado inteiro falando de hospitais descredenciados; os servidores não têm onde ser atendidos. É um conjunto de problemas.

Estamos pedindo ao Deputado Samuel Moreira, Líder do Governo, ao Presidente da Casa, Deputado Barros Munhoz, que intercedam numa conversação na Casa Civil ou nas Secretarias envolvidas para ver se conseguimos solucionar a situação do funcionalismo da área Saúde.

Mais uma vez, quero deixar esse registro e essa preocupação com relação à Saúde no Estado de São Paulo, que é grave e se agrava ainda mais. Muito obrigado.

 

O SR. Luiz Claudio Marcolino - PT - Sr. Presidente, indico o nobre Deputado Hamilton Pereira para falar pelo Art. 82, pela Bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira.

 

O SR. Hamilton Pereira - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, nobre Deputado Jooji Hato, agradeço ao Deputado Luiz Claudio Marcolino pela indicação.

Quero saudar os Srs. Deputados, as Sras. Deputadas e o público que nos assiste pela TV Alesp. Venho à tribuna para tratar de um assunto interno da Assembleia Legislativa, que diz respeito ao Poder Legislativo do Estado de São Paulo.

É certo que compete constitucionalmente ao Poder Legislativo a elaboração de leis no Estado, além da fiscalização dos atos do Executivo. Temos as nossas prerrogativas definidas em Regimento Interno, que já teve muitas edições. Hoje, estamos na XIV Consolidação do Regimento Interno.

Interessante ressaltar é que até a XIII edição do Regimento, o Art. 179 dizia: “As proposições idênticas ou versando sobre matéria correlata serão anexadas à mais antiga.” Parava aí o Art. 179. Aí, constituiu-se nesta Casa uma comissão para fazer uma reforma do Regimento. Essa comissão modificou o Art. 179, deixando-o com essa redação: “As proposições idênticas ou versando sobre matéria correlata serão anexadas à mais antiga, salvo as de autoria do Poder Executivo, do Tribunal de Justiça, do Tribunal de Contas e da Procuradoria Geral de Justiça.”

Vejam que pérola! Se o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo - que, na Constituição, está inscrito como órgão auxiliar da Assembleia Legislativa - mandar para cá um projeto de sua autoria, esse saltará à frente dos projetos dos deputados, ainda que seja de matéria correlata ou tratada em assunto idêntico, o que é um absurdo.

Com essa alteração no Art. 179 do Regimento Interno, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo abdica do seu direito de legislar, da sua legitimidade de legislar no Estado.

É por isso que elaboramos um Projeto de Resolução dando uma nova redação ao Art. 179, deixando-o com o seguinte texto: “Serão anexadas à mais antiga e terão tramitação conjunta as proposições da mesma espécie que tratarem de matéria idêntica, análoga ou correlata, desde que se encontrem na mesma fase de tramitação.” Ou seja, nenhum projeto enviado a esta Casa, do Poder Executivo, do Tribunal de Justiça, do Tribunal de Contas, da Procuradoria Geral do Estado, tomará a frente de projetos de deputados mais antigos e que tramitam, estando prontos para a Ordem do Dia.

Poderão ser anexados, poderão ser discutidos como emenda, mas não suprirão o projeto que os deputados apresentaram na Casa. Estou pedindo, inclusive, o apoio dos nossos colegas, a assinatura nesse Projeto de Resolução para alterarmos o Art. 179 do Regimento.

Tive o capricho de pegar a Ordem do Dia da nossa Casa e contabilizar. Vejam, 613 pontos de pauta na Ordem do Dia, dos quais 592 são vetos do Executivo a projetos de deputados. Sobram 21 projetos de lei, dos quais apenas seis são dos deputados, 14 são do Governador e um é do Tribunal de Contas.

Está mais do que provado que apenas o Poder Executivo, o Tribunal de Contas e outros órgãos legislam nesta Casa. Todos legislam, menos o Poder Legislativo do Estado! A Assembleia Legislativa encontra-se desmoralizada. Estou começando, neste momento, uma campanha pela moralização e pela devolução da legitimidade de legislar no Estado de São Paulo ao Poder Legislativo.

 

O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa e telespectadores da TV Alesp, assomo a tribuna no dia de hoje, para falar sobre o Vale do Ribeira. Sentimos que recentemente o Deputado Simão Pedro, do PT, fez um pronunciamento sugestionado, acredito que até de maneira articulada, por um jornal da própria região que conhecemos bem e que no conceito de toda a população é mais um panfleto partidário do PT do que propriamente um jornal. Esse jornal é totalmente parcial e não entrarei nesse mérito. Mas como o Deputado Simão Pedro é uma pessoa que atua conosco e temos todo o respeito por ele, presto aqui alguns esclarecimentos aos Deputados.

O Governo do Estado, nos últimos anos, para o Vale do Ribeira, que é uma região extremamente carente, tem feito inúmeros investimentos, não me aprofundarei e nem me estenderei detidamente aos detalhes, mas explanarei de maneira que se possa ter uma ideia em relação aos últimos investimentos, que inclusive estão em andamento, alguns em projeto e outros efetivamente em plena obra. Apresentaremos um exemplo na área de infraestrutura, a estrada que vai de Peruíbe à BR 116, que é a estrada SP 155. Ela apresentava muitos problemas e foi totalmente modernizada por uma obra que está em andamento e custou 60 milhões. Para qualquer pessoa que frequente a região, é só passar por lá que verá a importância dessa obra, pois ela liga a nossa região ao porto de Santos. Se nos atentarmos ao trabalho realizado nas estradas vicinais pela Codasp, nesses últimos anos no Vale do Ribeira perceberemos que todos os municípios precisam muito dessas obras de infraestrutura, pois não se consegue desenvolver uma região se não tivermos acessos, e é muito importante que as obras em relação a esses acessos estejam fluindo bem.

O Governo está desenvolvendo um projeto e acredito que neste ano possamos definitivamente começar a obra, pois o projeto foi contratado e o licenciamento ambiental está em andamento, o projeto é a ligação feita pela SP 139, da cidade Sete Barras a São Miguel Arcanjo. Toda a região do Vale Ribeira será ligada pelo Parque Carlos Botelho até as regiões de Itapetininga, Itapeva e Capão Bonito e que inclusive apresentará uma estrada mais segura e pavimentada, além dessa facilidade, como ela é uma estrada-parque, poderemos contemplar todas as riquezas naturais que o Vale do Ribeira possui. Esse acesso será muito importante, pois hoje a estrada que é de terra e passa por um parque estadual, se tornará uma estrada-parque moderna, orçada em mais de 50 milhões e que deve ser iniciada ainda este ano para dotar a região de infraestrutura.

O aeroporto é uma obra que implica uma grande luta, pois o Ibama, o licenciamento ambiental e as dificuldades proporcionaram um grandioso atraso, mas de qualquer forma a obra do aeroporto deve ser inaugurada em breve, está em andamento, Sr. Presidente, e teremos definitivamente na Região do Vale do Ribeira um aeroporto feito pelo Governo do Estado, uma obra muito importante para o nosso desenvolvimento.

Além desses investimentos de infraestrutura que apresentei rapidamente sem maiores detalhes, falarei da situação da área da Saúde nos últimos anos. O Presidente que preside essa sessão, Deputado Jooji Hato que é médico, conhece aquela região, pois trabalhou no Hospital de Pariquera-Açu, servindo a população do Vale do Ribeira. Ao lado daquele hospital, está sendo construído um Ambulatório de Especialidades Médicas - AME. Essa obra que está em andamento, custou 9 milhões e foi um investimento do Governo do Estado, anexado ao prédio do AME que tem previsão de fazer 12 mil consultas/mês, será construído um Centro de Reabilitação Lucy Montoro para auxiliar o desenvolvimento na área da Saúde na Região do Vale do Ribeira, esse é um investimento muito importante. E ainda nessa área, para que possamos ter uma ideia, na região do Vale do Ribeira está sendo programada a ampliação do Hospital Regional do Vale do Ribeira. Esse investimento milionário, proporcionará maior quantidade de leitos e novos serviços como os oncológicos.

Sr. Presidente, precisarei exceder o tempo regimental para concluir o meu pronunciamento.

Na área da Educação, a Unesp, criada pelo Governo Geraldo Alckmin, será ampliada e esta Casa está discutindo um projeto que implantará mais um curso na área de Agronomia, o curso de Engenharia de Pesca. Essa ampliação já foi autorizada pela Unesp e o Governador está empenhado. Ainda nesse segmento poderia mencionar as vias rápidas, que são cursos de qualificação, as escolas técnicas estaduais do Centro Paula Souza como a que temos em Registro, das frentes de trabalhos, enfim, dos vários outros investimentos que o Governo fez.

Gostaria que o nobre colega, Deputado Simão Pedro, que nos apoia frequentando a região e um importante Parlamentar que preside a Comissão de Educação, nos ajudasse a destravar o que consideramos o mais importante para o desenvolvimento do Vale do Ribeira: a duplicação da estrada federal BR 116, essa, sim, é uma concessão federal. Aliás, a ferrovia que liga Santos a Cajati está desativada, uma concessão federal que a NTT não faz jus e com a qual o Governo Federal poderia ser mais exigente. A estrada férrea está lá abandonada. Tive que entrar na Justiça Federal, fiz uma representação federal contra essa concessão que abandona um ramal ferroviário tão importante para o desenvolvimento da nossa região. Temos ainda outro problema de conclusão em relação a BR 116, a rodovia que liga São Paulo a Curitiba possui um trecho do Vale do Ribeira na Serra do Cafezal que não está concluído. A data de conclusão dessa obra estava estipulada para fevereiro de 2012, o trecho principal não foi iniciado e a obra ainda não possui a licença do Ibama, mas o pedágio já está sendo cobrado. Esta obra que já deveria ter sido concluída, mas ainda não está, cobra há anos o pedágio do povo. No contrato consta que ela deveria ser concluída em quatro anos com data-limite em fevereiro de 2012, mas diante do atraso adiaram para fevereiro de 2013, e ainda assim ela não será concluída dentro do novo prazo. Atrasos e mais atrasos, mas os pedágios continuam sendo cobrados e, aliás, eles foram reajustados acima da inflação.

Eu pediria ao Deputado Simão Pedro que nos ajudasse também nessas batalhas, principalmente na batalha que trata da duplicação da nossa estrada federal.

Sr. Presidente, agradeço-o muito pela tolerância ao tempo excedido, aos Deputados e telespectadores da TV Alesp.

 

O SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - É regimental o pedido de V. Exa., antes porém de levantar a presente sessão pelo acordo de lideranças, digo ao nobre Deputado Samuel Moreira, que realmente estive como médico em Pariquera-Açu, vi uma região carente e fico muito feliz por ouvir essa explanação vinda do líder do Governo do Estado de São Paulo, que traz informações de uma região tão esquecida, o Vale do Ribeira. Essa é uma região que, com os devidos investimentos, pode se tornar promissora.

O Vale do Ribeira não tinha atendimento médico hospitalar, e também convivi com aquela rodovia da morte que proporcionou muitos desastres. Quero então cumprimentar o grande Líder do Governo Geraldo Alckmin, Deputado Samuel Moreira, que foi um dos melhores prefeitos de Registro. Parabéns, meu caro Deputado Samuel Moreira.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia, lembrando-os ainda da Sessão Solene a realizar-se amanhã, às 10 horas, com a finalidade de comemorar os Oito anos da Ordem dos Parlamentares do Estado de São Paulo.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 20 minutos.

 

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