06 DE NOVEMBRO DE 2012
050ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidente: BARROS MUNHOZ
RESUMO
ORDEM DO DIA
001 - Presidente BARROS
MUNHOZ
Abre a sessão. Coloca em discussão o PLC 31/12.
002 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Discute o PLC 31/12.
003 - Presidente BARROS MUNHOZ
Encerra a discussão do PLC 31/12.
004 - SAMUEL MOREIRA
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
005 - Presidente BARROS MUNHOZ
Defere o pedido. Levanta a sessão.
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- Abre a sessão o Sr.
Barros Munhoz.
* * *
O SR.
PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Havendo número legal,
declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Com base nos termos da
XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de
bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.
* * *
- Passa-se à
* * *
O
SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra, em continuidade ao pronunciamento
interrompido pelo término da sessão, o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr.
Presidente, dando sequência ao debate da Operação
Delegada, argumentava que, de 100 mil policiais militares no Estado de São
Paulo, apenas 3,7 são cadastrados. Observamos a crise da Polícia Militar no
nosso Estado há mais de cinco meses, e o Governo Federal já havia apresentado a
possibilidade de ajuda, como já aconteceu em outros estados. Mas o Governador
do Estado, até então, tinha recusado ajuda. No dia de hoje, cumprimentamos a
Presidente Dilma Rousseff, inclusive o Ministro, que
veio ao nosso Estado. É uma ajuda que já tinha sido oferecida.
A criminalidade está
crescendo de forma assustadora e o uso da droga crack
tem aumentado até nos pequenos municípios do nosso Estado. Quando pensamos numa
proposta para resolver a Segurança Pública no nosso Estado, muitas vezes, são
apresentadas apenas sugestões paliativas. Em várias cidades no Estado de São
Paulo, conversando com os prefeitos, muitos reclamam que, a cada ano, o Governo
do Estado vai repassando ao município uma gama de serviços. Repassa-se, assim,
a responsabilidade de uma atuação mais efetiva, sejam dos bombeiros, ou da
própria estruturação da Polícia Militar. O município acaba se responsabilizando
pelas delegacias, por exemplo. Hoje, a merenda escolar está sob
responsabilidade dos municípios. Os municípios estão recebendo cada vez mais
cargas que, anteriormente, era do Estado.
Quando ouvimos o debate
da Operação Delegada, percebemos que falta, por parte do Governo do Estado de
São Paulo, uma proposta mais estruturada. Mais uma vez, o nosso Governo repassa
aos municípios uma responsabilidade que é da Segurança Pública no Estado de São
Paulo. Só para citar alguns exemplos: na Av. Mateo Bei, na Região de São Mateus, melhorou em relação ao
comércio, mas está sofrendo com a criminalidade; na 12
de outubro, Lapa, a mesma coisa - os comerciantes estão agradecidos pela
Operação Delegada; V. Leopoldina, Alto da Lapa e Lapa de Baixo têm reclamado
constantemente pelo aumento da criminalidade; no Largo 13 de Maio é a mesma
coisa; a Região de Santana também sofre muito, como Mandaqui;
a 25 de Março também sofre. A população agradece a atenção dispensada pela
Operação Delegada, mas as Regiões do Centro Velho e do Centro Novo sofrem com a
criminalidade.
Perguntamos então se a
Operação Delegada é o melhor remédio. Até poderia ser, desde que a
responsabilidade pela atuação, seja nos centros comerciais, seja para atender a
população, fosse do Estado de São Paulo. Observando algumas cidades que estão à
disposição para ampliar a Operação Delegada, como em Assis, Bauru, Bastos,
Mairiporã, Olímpia, Sorocaba e Votuporanga, pergunto se houve diálogo com os
munícipes. O prefeito vai retirar parte da receita do município, que é de
responsabilidade da Segurança Pública do Estado de São Paulo - da Saúde, da
Educação ou da Infraestrutura.
Muitos prefeitos não
queriam a instalação de presídios nas suas cidades, e, mesmo sem a concordância
da população e dos comerciantes, o Governo construiu presídios no Estado inteiro.
A grande reclamação dos municípios hoje é na deslocação do preso. Quem acaba
acompanhando os presos até outra cidade é o policial militar que está em
serviço naquela cidade. Muitas vezes, o Governador leva presídio para o Estado,
mas não leva na mesma proporção o número de policiais militares e de viaturas
necessário para que dê conta da Segurança Pública naquela cidade. Com esta
proposta apresentada pelo Governador, vai acontecer a mesma coisa. Até agora há
3.700 policiais cadastrados na Operação Delegada no Estado de São Paulo.
Perguntamos: quantos
policiais a mais foram contratados depois que a Operação Delegada foi instalada
no Município de São Paulo? Aumentou a criminalidade porque se tira de um lugar
e repassa para outro. Este é um debate sério que mexe com a estrutura da
finança dos municípios. Um projeto como este não pode ser discutido a toque de
caixas.
Temos outros projetos
importantes em andamento na Assembleia Legislativa,
com propostas tão prioritárias como esta, ora apresentada pelo Governador do
Estado de São Paulo. Temos o caso do PLC 27, de 2012, que é o Projeto da
Defensoria Pública, que cria 500 cargos no Estado; e o Plano Plurianual prevê
100 cargos a partir de 2012. É um projeto que visa não só ampliar o número de
defensores públicos no Estado de São Paulo, mas criar condição para um
atendimento mais direcionado à população que, hoje, não tem condição de pagar
um defensor.
O projeto já poderia
ter sido aprovado na Assembleia, mas o Governador vai
empurrando-o. Há o Projeto do Salário Mínimo, do Plano de Carreira dos Médicos,
do Plano de Carreira para os Servidores da Educação, mas eles não são pautados.
E, um projeto que vai desonerar o Estado e vai repassar ainda mais os gastos
para o município, como o da Operação Delegada, sim. Isso será um problema
porque temos muitos servidores no Estado de São Paulo que vão trabalhar,
praticamente, todos os dias da semana, pondo em risco a população da sua
cidade, do nosso Estado, pois eles não estavam preparados para fazer um
atendimento como deveriam.
O debate que deveria
ocorrer no Estado de São Paulo é do aumento do número de efetivos da estrutura
da Polícia Militar, e criar condição para ter um serviço de inteligência para
pressionar o crime organizado. Mas, este debate não é apresentado pelo Governador
do Estado. O que percebemos é o desmonte da Segurança Pública ao longo desses
20 anos.
O que queremos é uma
proposta efetiva do Governo do Estado de São Paulo para resolver o problema da
criminalidade, da insegurança da nossa população. O número de sequestros relâmpagos, assaltos a bancos, estouro de caixas
eletrônicos tem aumentado, sem falar na morte de policiais e de pessoas civis.
Mas o Governador encaminha à Assembleia Legislativa
um projeto que não vai resolver o problema da Segurança Pública no Estado de
São Paulo.
É um problema delicado
hoje o Governo do Estado, depois de cinco meses, aceitar que a Presidente Dilma
e o ministro da Justiça criem condição, em pareceria com o Governo do Estado,
um plano para a Segurança Pública para o Estado de São Paulo. Já poderiam ter
sido feito há muito tempo, antes de pensar que não tem compromisso com o
governador.
A preocupação do
governador é encaminhar para a Assembleia
Legislativa, em regime de urgência, um projeto que não vai resolver o problema
da Segurança Pública e que vai encarecer ainda mais o custeio dos municípios do
nosso Estado. Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB -
Para falar contra, tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.
O Deputado Luiz Claudio
Marcolino desiste da palavra. Não havendo mais
oradores inscritos, está encerrada a discussão.
O
SR. SAMUEL MOREIRA - PSDB - Sr.
Presidente, havendo acordo entre os líderes, solicito o levantamento da
presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB -
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta
Presidência, antes de levantar a sessão, lembra da Sessão Ordinária de amanhã,
às 14 horas e 30 minutos, quando haverá a sabatina do ex-Deputado Estadual e
Secretário da Casa Civil Sidney Beraldo.
Está levantada a
sessão.
* * *
- Levanta-se a sessão
às 21 horas e 51 minutos.
* * *