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13 DE NOVEMBRO DE 2012

051ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

 

Presidentes: BARROS MUNHOZ, ITAMAR BORGES e BALEIA ROSSI

 

RESUMO

ORDEM DO DIA

001 - Presidente BARROS MUNHOZ

Abre a sessão. Coloca em discussão o PDL 08/12.

 

002 - JOÃO ANTONIO

Discute o PDL 08/12 (aparteado pelo Deputado Hamilton Pereira).

 

003 - ITAMAR BORGES

Assume a Presidência.

 

004 - Presidente BARROS MUNHOZ

Presta esclarecimentos sobre a determinação regimental quanto à inclusão das duas matérias da ordem do dia, em prioridade e tramitação ordinária.

 

005 - OLÍMPIO GOMES

Discute o PDL 08/12 (aparteado pelos Deputados Campos Machado, João Antonio e João Paulo Rillo).

 

006 - CAMPOS MACHADO

Discute o PDL 08/12.

 

007 - ADRIANO DIOGO

Discute o PDL 08/12 (aparteado pelos Deputados Hamilton Pereira e Marcos Martins).

 

008 - BALEIA ROSSI

Assume a Presidência.

 

009 - Presidente BARROS MUNHOZ

Assume a Presidência. Suspende a sessão, por conveniência da ordem, às 21h58min; reabrindo-a às 21h58m.

 

010 - GILMACI SANTOS

Requer a suspensão dos trabalhos por dez minutos, por acordo de lideranças,

 

011 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido. Convoca os Srs. Líderes para uma reunião imediata, no Salão Nobre. Suspende a sessão às 21h58min.; reabrindo-a às 22h10min. Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado o PDL nº 08, de 2012. Convoca sessão extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão.

 

012 - CARLOS GIANNAZI

Declara o voto contrário ao projeto, em nome do PSOL.

 

013 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra a manifestação.

 

014 - LUIZ CARLOS GONDIM

Requer o levantamento da sessão, com anuência das lideranças.

 

015 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido. Lembra a realização de sessão extraordinária, hoje, com início às 22 horas e 23 minutos. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Abre a sessão o Sr. Barros Munhoz.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Proposição em Regime de Prioridade

 

- Discussão e votação - Projeto de decreto legislativo nº 8, de 2012, de autoria da Mesa. Aprova a indicação do nome do Senhor Sidney Estanislau Beraldo para nomeação no cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.

Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio, para discutir a favor.

 

O SR. JOÃO ANTONIO – PT – SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, volto a esta tribuna para falar nos próximos 30 minutos da matéria em debate: Tribunal de Contas.

Acompanhava à distância a atuação do Deputado Campos Machado – era vereador em São Paulo. Depois tive a honra de conviver com S. Exa. aqui no Parlamento paulista.

Neste processo – e eu respeito muito o Deputado Campos Machado – eu e mais alguns deputados do PT fomos abordados pelo Deputado Campos Machado, autêntico representante dos defensores das prerrogativas dos parlamentares desta Casa. E um belo dia na sala do Deputado Campos Machado, com sua veemência e eloquência ele convenceu a mim e ao Deputado Enio Tatto. Finalmente chegou a hora de a Assembleia Legislativa resgatar as suas prerrogativas e já que éramos nós os deputados a indicar as próximas duas vagas abertas por aposentadorias compulsórias, lá estávamos cerrando fileira com um dos braços mais fortes, um dos mais legítimos defensores entre os defensores de Geraldo Alckmin nesta Casa, mas, neste caso, segundo o Deputado Campos Machado, seria diferente. A Assembleia Legislativa vai fazer valer sua força e pela primeira vez na história vamos romper com a ingerência do Governador nesta Casa e eleger um deputado, governista também já que aqui no Estado o PMDB apoia o Governo Geraldo Alckmin – a propósito, temos a honra de marchar juntos com o PMDB em nível nacional.

Para os 24 deputados do PT, não se tratava de um embate entre oposição versus situação. Pensávamos em valorizar a democracia e o Parlamento. Para nós estava em jogo resgatar as prerrogativas daquele órgão que, na nossa concepção, em que pesem as controvérsias jurídicas, é um órgão auxiliar do Poder Legislativo. Isso é ponto pacífico na Bancada do Partido dos Trabalhadores e obviamente gostaríamos de ver um Tribunal de Contas independente, porque fazer o controle externo dos atos do Poder Executivo, para nós, é uma questão fundamental para a democracia. E como há muito tempo o PT adotou a democracia como fim e não como meio, quanto mais instituições sólidas funcionando e independentes mais fortalecida estará a democracia. Então, convencidos até por setores da base governista, tivemos uma longa conversa com o Deputado Caruso. Apresentamos um texto, que foi subscrito pelo Deputado Caruso. Nesse texto pedíamos que o Tribunal de Contas, a começar pelos atos internos da Casa, de fato fosse um órgão transparente. Esta foi uma questão fundamental para a Bancada do Partido dos Trabalhadores. Olha que, para um de nós ter acesso a contratos, a informações de pareceres é difícil. Ou seja, não há transparência no Tribunal de Contas e nós achamos que se trata de um órgão de controle externo, portanto, a transparência é fundamental.

Segunda questão que levantamos: nós não podemos ter um órgão com decisões politizadas, um órgão essencialmente técnico com decisões politizadas. Uma Câmara sobre uma matéria decide numa direção e outra Câmara sobre a mesma matéria decide em outra direção.

Nós achamos que a uniformização das decisões daquele Tribunal é fundamental até porque quanto mais o Tribunal se pautar por questões técnicas, menos teremos pareceres em cima de valores subjetivos. Esta era uma outra questão fundamental para nós.

Outro ponto fundamental: encurtar a distância entre o Tribunal de Contas e a Assembleia Legislativa, até porque, em que pese alguns insistirem em denominar o Tribunal de Contas como Corte de Contas, para nós, repito, ele é um órgão auxiliar do Poder Legislativo. Então, é preciso diminuir a distância entre deputados e conselheiros, até porque a fiscalização, que é uma das prerrogativas do Poder Legislativo, será mais eficiente e eficaz se nós tivermos acessos. Quanto mais antecipado for o acesso às informações técnicas daqui ao Tribunal, melhor será a atuação de cada deputado nesta Casa.

Pois bem, Deputados e Deputadas, com base nesses argumentos e na eloquência de alguns governistas desta Casa, defendendo um Tribunal de Contas com essas características, nós, deputados e deputadas do Partido dos Trabalhadores, serramos fileiras: mais de 70 assinaturas no PDL que indicava o Deputado Caruso. Mais de 70, 24 do PT, quase toda a base governista assinava o PDL de indicação do Deputado Caruso. De repente, terminado o processo eleitoral, surge o nome de nada mais, nada menos que Sidney Beraldo. Nada contra seu currículo, tenho divergência ideológica, programática com o PSDB, portanto também com o conselheiro, mas nada contra o currículo dele. Tenho divergências políticas. Apareceu o nome do chefe da Casa Civil de Alckmin, atropelando toda a Assembleia Legislativa. E as assinaturas, parece que não valem nesta Casa, porque aqueles que assinavam a candidatura do Caruso, bastou uma ligação do Palácio, e no dia seguinte mudaram de posição.

Deputado Campos Machado, onde estão as prerrogativas dos deputados estaduais desta Casa? Uma canetada simplesmente, um telefonema simplesmente mudou a assinatura. Não estou falando de palavra, Deputado, mas de assinatura. Que independência terá o Legislativo Paulista diante de tamanha ingerência? A força da caneta do Executivo, não tem outra explicação. Os cargos? Os espaços? Mas o mais grave, nobres Deputados, qual será a independência do Tribunal de Contas no controle externo? Meses atrás um Deputado do PPS, partido aliado genuinamente, aqueles da linha de frente que batem para fazer o serviço dos tucanos, muitas vezes serviço em que os tucanos não colocam a cara, elegeu um conselheiro do PPS.

Nada contra seu currículo; divergências políticas, sim. Divergências programáticas, sim. Com que independência atuará este conselheiro? Ou com que independência atuará o conselheiro do Tribunal de Contas futuro? O Chefe da Casa Civil do Governador Geraldo Alckmin. Teremos um Tribunal de Contas independente? Aqueles que veem na democracia simplesmente uma questão menor talvez não a valorizem tanto. Para aqueles que veem a democracia como um fim e para aqueles que veem a democracia como uma política constante de freios e contrapesos, ou seja, Executivo forte, sim. Competente para atuar na sua competência? Sim. Mas um Legislativo forte também e um Poder Judiciário forte. Sem esse equilíbrio não há democracia. E houve tamanha ingerência do Poder Executivo até na hora de escolher um conselheiro do Tribunal de Contas, porque V. Exas sabem que aqui nesta Casa essas duas vagas, a indicação pertencia aos deputados, não era ao Poder Executivo.

Então, nobre Deputado, o que estamos fazendo nós hoje aqui? Homologando uma decisão que foi tirada na cozinha do Palácio dos Bandeirantes. Ou não foi? Quantos deputados foram convidados a opinar sobre a apresentação dos nomes postos? Talvez o Presidente desta Casa; Campos Machado talvez não. Ou foi? Não saberia dizer. Campos Machado opinou sobre a indicação de Sidney? Não sei. Ele é muito influente nesta Casa, é amigo do Governador, como ele bate no peito para dizer; talvez ele tenha sido consultado e não contou para a Bancada do Partido dos Trabalhadores. Nós nesta Casa não fomos consultados. Ouvimos, sim, o Deputado Sidney Beraldo, como ouvimos todos os outros, inclusive aqueles que não tiveram indicação nesta Casa. Ouvimos todos os outros, que o nosso objetivo ali não era acordo de bastidores. O nosso objetivo, ao ouvir os candidatos, aqueles que pretendiam ser conselheiros do Tribunal de Contas, era discutir essas questões que orientam o posicionamento do PT, que eu aqui citei, referente ao Tribunal de Contas.

 

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-              Assume a Presidência o Sr. Itamar Borges.

 

* * *

 

Então, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, estamos com a nossa consciência tranquila. Em primeiro lugar, porque não retiramos a nossa assinatura, Deputado Campos Machado, da lista do Caruso. Verifique se retiramos uma única assinatura da relação do Deputado Caruso. Em nenhum momento; estivemos com ele até o fim. Conversamos longamente uma hora e meia, duas com o Deputado Caruso e gostaríamos até de conversar com ele nesse processo de novo para definirmos tática. Não foi possível, talvez o processo eleitoral e os compromissos de cada deputado tenham impedido que fizéssemos uma discussão mais apurada da tática nesse processo, mas objetivamente serramos fileiras até o presente momento. Quem retirou a candidatura de forma autoritária do Caruso não foi a Bancada do Partido dos Trabalhadores. Quem retirou de forma autoritária as assinaturas da candidatura do Caruso foi a interferência indevida do chefe do Poder Executivo aqui nesta Casa.

Repito: quem fez que o Deputado Caruso não estivesse no debate nesta sessão de hoje não foi a Bancada do PT. Foi a interferência indevida do Sr. Governador nesta Casa, que faz disto aqui um departamento desqualificado do Executivo, segundo a sua visão. E os Deputados governistas dizem amém, sempre dizendo amém.

E de sim em sim, o Legislativo paulista vai perdendo força no Estado de São Paulo. Agora, por exemplo, sabemos do esforço da Polícia Militar para combater as organizações criminosas, aliás, diga-se de passagem, a Polícia Militar combate – há problemas, também – mas a imensa maioria dos quadros da Polícia Militar combate firmemente o crime na cidade e no Estado.

Mas há problemas. Recentemente, por exemplo, tivemos o episódio que a TV Globo noticiou, de um policial militar forjando um Boletim de Ocorrências. Para a infelicidade de alguns, a tecnologia está nas mãos de muitos, e um vizinho gravou. Na realidade, o cidadão foi retirado à força da casa e foi assassinado por uma pequena parcela da Polícia Militar, que acaba contaminando o conjunto da corporação.

Estamos entrando com um pedido de CPI nessa questão. Mas não queremos investigar só esse episódio. Queremos, de fato, investigar a incompetência, a incapacidade, a inoperância desse Governo, de atuar na área da Segurança Pública de maneira mais eficiente, mais eficaz. O crime organizado nasceu, cresceu e proliferou nos sucessivos governos tucanos no Estado de São Paulo.

Da nossa parte, não temos nada a nos opor a qualquer movimento de afirmação da Assembleia Legislativa, enquanto instituição que de fato cumpra um papel na defesa e no fortalecimento da democracia.

O Deputado Campos Machado, numa posição talvez defensiva, disse que na terça-feira nós não viemos aqui fazer os debates. Mas terça-feira foi um momento solene. Estava aqui, nas oitivas, o Deputado Beraldo e seus familiares. Nós não seríamos deselegantes. As questões políticas, as visões sobre o Tribunal de Contas, aquilo que nós propomos para o Tribunal de Contas, todas as questões foram ditas aqui desta tribuna.

O debate verdadeiro se iniciou hoje, e aqui estamos nos posicionando, de maneira tranquila e serena, para dizer, em primeiro lugar, que nós sentimos muito que esta Casa continue de joelhos para o chefe do Poder Executivo, infelizmente. Mas é fato.

Vamos dar um exemplo. Há quanto tempo nós não debatemos matérias consistentes, relevantes, de autoria de Deputados nesta Casa? Vossas Excelências se lembram da última vez em que um projeto de Deputado foi debatido para valer, aqui no Pleno desta Casa? Esta Casa funciona sempre para viabilizar os projetos exclusivamente do Executivo.

Deputado Hamilton, quantos vetos estão na pauta desta Casa? Mais de 500? São matérias da mais alta importância. Se nós aprovamos neste Legislativo, é porque nós concordamos com ela. Por que não vem debater os vetos nesta Casa? Não.

Mas quando se trata de projeto de interesse do Executivo, se passa um minuto além dos prazos regimentais nas comissões, e não há posicionamento das comissões, o que vem? Relator especial. Inclusive a figura do relator especial nesta Casa destrói as comissões permanentes. Quando é de interesse do Executivo, a matéria não passa pelas comissões, tem a figura do relator especial designado pela Presidência da Casa.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

* * *

 

E, pasmem os senhores telespectadores da TV Assembleia! Existe aqui um instituto chamado Congresso de comissões. São comissões reunidas que juntam comissões de mérito e a Comissão de Constituição e Justiça. A comissão de mérito analisa o mérito e a Comissão de Constituição e Justiça é técnica, faz o controle preventivo de constitucionalidade, para impedir que leis inconstitucionais contaminem o nosso ordenamento jurídico. Junta tudo, mas o interesse do Governo é maior. Sem nenhuma análise técnica, muitas vezes sem nenhum debate consistente da matéria, aprovam a toque de caixa, para chegar rapidamente no Pleno desta Casa e viabilizar o que é de interesse do Governo, que nem sempre é de interesse do conjunto da população.

E assim funciona esta Casa. E os Deputados dão risada, os Deputados governistas. Muitos deles reclamam do tratamento desse Governador, daqui a pouco cansa, porque as promessas são tantas, mas eles não são atendidos. Eles não são atendidos, mas dizem amém a essa prática que só enfraquece o Parlamento. E quando nós permitimos, quando os Deputados permitem o enfraquecimento do Legislativo, é um atentado contra a democracia.

Cedo um aparte ao nobre Deputado Hamilton Pereira.

 

O SR. HAMILTON PEREIRA - PT - Nobre Deputado, apenas para corroborar com as afirmações de V.Exa. no que tange o domínio, ou o predomínio, nas vontades do Poder Executivo, sobre esta Casa. Vossa Excelência tem toda razão.

Vim ao microfone de apartes, inclusive para corroborar com números. Na Ordem do Dia desta Casa, na pauta que estabelece a Ordem do Dia, encontram-se, pelo menos até onde contabilizei, 616 pontos. Desses 616 pontos da pauta, temos 592 vetos sobre projetos de parlamentares.

Portanto, é verdade. Há muito tempo, como V.Exa. diz, não se debate nesta Casa projeto de autoria dos parlamentares. Mas aqueles que são debatidos chegam ao plenário, na Ordem do Dia, e são aprovados pelo Pleno, e invariavelmente são vetados pelo Poder Executivo.

Concordo com V.Exa. que nós aqui nos ajoelhamos à vontade, cedemo-nos à vontade do Poder Executivo, quando damos prioridade para todos os projetos do Poder Executivo nesta Casa. Vossa Excelência tem toda razão.

 

O Sr. JOÃO ANTONIO - PT - Sr. Deputado Hamilton, fico feliz com a sua intervenção, até porque tenho aprendido muito com V. Exa., uma pessoa serena, equilibrada, que faz a sua ação parlamentar pensando na democracia, nos interesses do povo. Pauto-me muito pela atuação de V. Exa. nesta Casa, até porque estou aqui somente há dois anos. Mas me assusta o nível de dependência desta Casa do Poder Executivo. Vivi dez anos na Câmara Municipal. Lá tinha situação e oposição, mas o poder da Câmara Municipal não era tão dependente como este. Infelizmente, se não fosse a oposição para algumas matérias debater, não estaríamos agora reunidos, porque os interesses do Executivo passariam com a maior facilidade, sem nenhum tipo de debate.

O tempo é curto, pouco para debatermos uma matéria com essa consistência. Para encerrar essa discussão, queremos dizer aos atuais e aos futuros integrantes da Defensoria Pública do nosso esforço para fortalecer uma Defensoria atuante, que é escolhida através de concurso público. São selecionados juristas competentes para defender a nossa população, principalmente a mais carente. Matéria dessa relevância, infelizmente, demora muito tempo para ser votada nesta Casa. Projeto como o dos senhores, colegas de profissão, não teve a figura do relator especial; teve que tramitar regularmente, segundo disciplina o Regimento desta Casa, pelas comissões; e é o último projeto a ser pautado na sessão de hoje. É o pragmatismo daqueles que não querem ver a nossa população carente defendida brilhantemente, com tanta competência, por uma classe que tem exercido com capacidade a defesa dos hipossuficientes no Estado de São Paulo.

Fortalecer a Defensoria Pública é fortalecer, no mundo jurídico, a defesa daqueles que, muitas vezes, não podem pagar um advogado para defendê-los competentemente. Espero que esta Casa, no próximo período, atue com muito mais agilidade na hora em que se encontrarem aqui projetos de relevância, tão importantes para a sociedade, como o projeto dos senhores. Talvez, neste caso, pudesse até se utilizar a figura do relator especial, que eu combato tanto aqui, para dar celeridade. Hoje, teríamos uma Defensoria Pública muito mais adequada, mais eficiente e com muito melhor condição de defender a nossa gente carente.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Esta Presidência quer esclarecer que os dois projetos, constantes da Ordem da Dia desta Sessão Extraordinária - o Projeto de decreto Legislativo nº 8/2012, de autoria da Mesa, e o Projeto de lei Complementar nº 27/2012, de autoria do Sr. Governador - estão colocados nessa ordem de discussão em obediência estrita ao Regimento Interno desta Casa. Não foi a ordem definida por arbítrio do Presidente ou de quem quer que seja. Essa é a ordem em que os projetos deviam e devem constar da Pauta, por mandamento regimental da Casa. Qualquer coisa em contrário viciaria a sessão, viciaria a votação.

Se me permitem, posso até ler o artigo: “A Ordem do Dia será organizada pelo Presidente da Assembleia e colocadas, em primeiro lugar, as proposições em Regime de Urgência, seguidas das em Regime de Prioridade e, finalmente, das em Regime de Tramitação Ordinária.”

Para falar contra, tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. Olímpio Gomes - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Alesp, como regimentalmente é possível se inscrever para o debate a favor ou contra, independentemente do voto a ser manifestado, estou inscrito para debater contra, mas já fiz a minha manifestação quando da arguição do Secretário de Governo e falei da pretensão da minha bancada e da minha pretensão de votar favoravelmente à indicação da Assembleia Legislativa ao Secretário Sidney Beraldo para o Tribunal de Contas do Estado.

 

O SR. Campos Machado - PTB - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Caro Deputado João Antonio, fui informado pelo Dr. Luciano, meu chefe de gabinete, que V. Exa. teria feito com a sua assessoria um estudo minucioso do funcionamento das 27 Assembleias Legislativas do Brasil e que teria detectado a figura do relator especial em estados como Bahia e Rio Grande do Sul.

Fiquei cá pensando, Deputado. Será que a figura do relator especial é privilégio apenas da Assembleia Legislativa de São Paulo ou essa figura existiria, por exemplo, na Bahia do Governador Jaques Wagner, no Rio Grande do Sul do Governador Tarso Genro e em outros estados do Nordeste? Vossa Excelência poderia, por gentileza, confirmar se efetivamente fez esse minucioso estudo sobre o comportamento das Assembleias Legislativas do País?

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Deputado Olímpio Gomes, fui provocado pelo Deputado Campos Machado para falar do relator especial.

A minha crítica não foi no campo da oposição ou no campo da situação. A minha crítica foi ao instituto relator especial, aqui, na Bahia, no Ceará, no Brasil. Onde existir, ele simplesmente acaba com as prerrogativas das comissões permanentes de qualquer Legislativo. Ou não? Quando você tem uma matéria importante para ser debatida, ela é retirada autoritariamente de uma comissão pela figura do relator especial, para abreviar o processo legislativo. Isso não acaba com as comissões permanentes?

Estamos discutindo o fortalecimento do Parlamento, seja na situação, seja na oposição.

 

O SR. Olímpio Gomes - PDT - Gostaria de agradecer à intervenção dos dois companheiros deputados.

Deputado Campos Machado, vou fazer chegar a todos os gabinetes esse estudo. Uma parte dele também está disponibilizada no site da Unale, União Nacional dos Legislativos Estaduais. O Presidente da Casa, Deputado Barros Munhoz, participa de muitas atividades da Unale. Não sei se triste constatação, mas, hoje, nos 27 Estados – São Paulo também - e no Distrito Federal, os governadores têm pelo menos 60% da Assembleia Legislativa. Não só nos estados que V. Exa. citou, mas nos demais estados também há a figura de relatoria especial, coisa que coloca a instituição do Legislativo como apêndice do Executivo, independente do partido político que possa estar na administração, ou, por estratégia política ou composição do governador. No Distrito Federal e nos 26 Estados, nenhum governador do Estado tem hoje menos que 60%, e, portanto, tem uma maioria extremamente confortável. E acaba por ter essa maioria pautando as ações do Legislativo.

Gostaria de voltar ao tema do Tribunal de Contas. Tenho uma convicção própria, como em alguns países que adotaram auditorias externas para auditarem as contas e acabaram sendo mais efetivos nesse processo. Mas essa não é uma característica do Estado brasileiro. Portanto, não devemos desmerecer o trabalho realizado pelos Tribunais de Contas, e temos de torcer pelo seu fortalecimento, independentemente de quem possa estar administrando momentaneamente o Estado, ou mesmo o País, no caso o Tribunal de Contas da União, e, no caso dos capitais, Tribunal de Contas do Município.

Usando este espaço que o Regimento e a democracia proporcionam ao parlamentar, quero voltar à temática que está me fazendo obstruir, ou tentar obstruir, os trabalhos desta Casa.

Cedo um aparte ao nobre Deputado João Paulo Rillo.

 

O SR. JOÃO PAULO RILLO - PT – Quero fazer um esclarecimento, sem polemizar com o nobre Presidente desta Casa. Não questiono a pauta de hoje, e respeito a orientação e explicação do Presidente, mas vale lembrar que o Deputado Olímpio Gomes e demais deputados, no dia 26 de junho - quase 40 deputados - assinaram uma urgência que foi protocolada e publicada, pedindo para votar com urgência o Projeto da Defensoria.

Desde lá, poderíamos ter incluído o projeto na pauta. Essa é a verdade. Há mais de dois meses, pelo menos, nós poderíamos ter votado este projeto numa pauta mais tranquila. O projeto e a definição é política. É que o Governo aproveita a oportunidade e condiciona este projeto. Não é prioridade do Governo a Defensoria Pública, a Advocacia pública em defesa do cidadão, que não tem condições de se defender de maneira privada.

Esta é a única e exclusiva verdade desta Casa. Tenho dito e muito obrigado. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT – Eu explicava exatamente o porquê do posicionamento obstrutivo que venho desenvolvendo no decorrer das sessões de hoje. Nada particularmente em relação à votação do Projeto da Operação Delegada, nada em relação à votação da indicação da vaga do conselheiro do Tribunal de Contas, e também nada em relação à votação do Projeto de cargos da Defensoria, muito embora tenha mostrado o meu inconformismo sob a postura de alguns defensores públicos, e do fato de não ter havido um posicionamento em relação a esses defensores terem agredido a instituição de que sou originário e represento.

Em vários episódios em relação à operação na cracolândia, vi tristemente defensores orientando os pobres usuários entorpecentes a se insurgirem contra a polícia. Eu não ouvi, nem li, mas fui ver e passei a acompanhar todos os dias, como vi alguns defensores, com surtos midiáticos, se insurgirem contra a instituição Polícia, inclusive com arremedos de pedidos de intervenção no Estado de São Paulo. Ao invés de me calar, digo de público, e doa a quem possa doer, não tenho preocupação com o resultado em votos, nada disso. Aliás, o que menos tenho é preocupação com o que tenho visto na política.

Hoje tivemos o 91º enterro de policial militar. Em nenhum momento recebi manifestação sequer de pesar ou de consolo de qualquer representante da Defensoria, que defende e deve defender também o policial e a família do policial, que é executado, ou do Ministério Público Federal, como fez Matheus Baraldi que representei, e sofreu censura pela Procuradoria Geral da República, e também contra Daniela, mas que até agora a Defensoria Geral nem sequer respondeu a esta Casa. Não a mim, mas a esta Casa.

Entendo que a instituição não pode ser julgada por alguns pequenos, de princípios e de moral, que muitas vezes conseguem passar para os quadros. Não serei obstrução à Defensoria Pública, muito embora não a veja hoje como uma instituição plenamente isenta em relação à defesa intransigente que tem de fazer constitucionalmente da cidadania, do cidadão, e não do partido “a”, do partido “e”, da corrente política “a”, “b” ou “c”. Não farei obstrução à criação de cargos que são necessários para o interesse do cidadão. Mas lamento, e não vou parar de lamentar a postura de alguns, representando - ou se dizendo representar - a instituição. A Defensoria Geral deveria se manifestar como instituição, demonstrando minimamente isenção e respeito às outras instituições.

A Polícia Militar e a Polícia Civil não fazem parte do problema da Segurança Pública. São partes hoje, sim, de solução tristemente arrebentada, achincalhada. Este é o meu motivo maior da obstrução, neste momento, quando assisto uma redução absurda nos salários de 85 mil PMS - e já aconteceu a redução este mês.

Economia porca, burra. O sentimento dos policiais é a frustração extrema. Assim como estou dizendo agora, também eu disse ao Sr. Sidney Beraldo, enquanto Secretário e Chefe da Casa Civil do governador, no dia em que foi arguido. Ele trouxe aqui a sua família porque quis. Ele veio aqui para ser arguido. Veio aqui para ser questionado politicamente, sim.

Como cidadão devo dizer da minha preocupação que não sei o que vai acontecer com a segurança e proteção da sociedade. É o desespero, o rancor, o ódio que está arraigado no coração de cada policial, de soldado a coronel nesse momento, em relação à atitude do governo de diminuir seus salários de 10 a 25% já neste mês.

Covardia, injustiça! Estou pedindo aos Srs. Deputados, que dizem do amor que têm pela instituição polícia, que ajudem a ter um acordo neste momento.

O Deputado Adriano Diogo questiona com muita propriedade que, durante um ano e meio, os policiais receberam o que conquistaram na Justiça e perderam agora, este mês, de 250 reais a 2 mil reais, se for um tenente-coronel. Um ano e meio que eles estão recebendo, pagando seus aluguéis, a cesta-básica o colégio de seus filhos, deixando de fazer o “bico” porque ganharam judicialmente.

No dia 26 de outubro, às 18 horas, o Procurador Geral do Estado, por medida liminar do Ministro Ayres Brito, com todo respeito ao Supremo e à postura do ministro a 15 dias de se aposentar, suspende os pagamentos.

Bravo, governo, 700 milhões de economia. Agora o rancor, o ódio de 130 mil policiais deste Estado nesse momento em que a população não quer saber de rancor e ódio. A população quer carinho, que ser protegida, quer que o seu policial sinta-se seguro.

A frase que lancei está correndo pela imprensa e nas redes sociais: “O PCC mata na hora, o governo vai matando aos poucos”. Isso se transformou em máxima para os policiais.

Hoje fomos enterrar um companheiro porque ele estava fazendo o “bico” junto com outro e foi retirar dinheiro no banco na Rua São Caetano, na rua das noivas, na rua dos sonhos, na rua da constituição da família. Retirou 7 mil reais e foi abordado por saidinha de banco ou por alguém para executá-lo. Foram três tiros na cabeça, cinco no tórax. Outro companheiro levou dois tiros no tórax e está em estado grave. Por quê? Para ganhar alguma coisa? Para trocar o seu carro importado? Para esquiar na Europa? Não, para saciar a fome de filho.

Pelo amor de Deus, Governo do Estado, Srs. Deputados, não é questão de oposição ou situação. É de dignidade de vida nesse momento em que estão sendo dizimados e ameaçados. É bom que saibam que só neste ano, além de 91 mortes de policiais militares, já tivemos mais de 150 tentativas de homicídios contra policiais militares, onde os bandidos só não tiveram sorte. Tentaram matar, tentaram. Muitas vezes o policial está no “bico” e ele sofre atentado, mas fica com medo de ser preso porque está fazendo “bico” e não relata isso oficialmente.

O meu papel é de tentar dizer de todas as formas. Não posso vir aqui dizer: “Ah, sou representante da família policial” e, depois, me calar. “Ah, foi uma decisão judicial, deixa para lá. Ah, há o posicionamento do partido”. A questão é de dignidade.

Quero fazer um alerta. A última vez que tivemos uma paralisação de serviço da Polícia Ostensiva chamava-se Força Pública. Foi no Governo Carvalho Pinto, em 61, onde os oficiais eram a tropa. Continuaram a realizar os seus trabalhos de polícia e bombeiros e se apresentaram todos presos ao Comandante do Exército.

Carvalho Pinto não estava fazendo 10% do que estão fazendo com os policiais nesse momento. A Força Pública tinha, naquele momento, 22 mil homens. Hoje tem 94 mil.

A Assembleia Legislativa tem que tomar uma postura nesse momento. Não podemos partir para convulsão, para caos social. As Forças Policiais não acreditam mais na liderança, no governo. Tem o governo como um inimigo semelhante ao PCC.

Pelo amor de Deus, em relação aos escrivães e investigadores, tivemos uma votação nesta Casa em que até uma emenda do Deputado Campos Machado acabou sendo o Art. 26 de uma lei que votamos e o governo sancionou, estabelecendo uma comissão para propor os critérios do estabelecimento do nível universitário a escrivães e investigadores do Estado de São Paulo. Precisou ter a interferência do Presidente da Casa, dos líderes partidários para que nos 180 dias, que mandava a lei, fosse cumprido.

O Presidente da Casa fez o papel da Assembleia e designou os seis deputados membros. O governo indicou os seis representantes de governo. Tivemos três reuniões, Deputado Campos Machado. Depois, entramos em recesso e nunca mais.

No dia 29 agora, as entidades sindicais da Polícia Civil vão se reunir em Assis, por ser uma região central do Estado, para deliberar a possível paralisação da Polícia Civil, como aconteceu em 2008.

Estou alertando e dizendo que a desmoralização não é dos investigadores e escrivães, não. Nós, seis deputados, que representamos os 94, a Assembleia Legislativa não está desmoralizada nesse processo?

Fico com vergonha quando sou abordado e tenho que dizer que esgotamos o nosso limite. Nós - os seis parlamentares - apresentamos a nossa proposta que o nível universitário seja o padrão do perito, que o adicional do local do exercício seja o do perito e que seja extensivo aos inativos e pensionistas.

O Presidente da Assembleia oficiou em nome do legislativo, cobrando uma postura do Executivo em relação a isso. O nosso papel se esgotou diante das nossas possibilidades. Mais que isso só se for para o embate físico. E nada aconteceu. Agora estamos na iminência de ter a paralisação das atividades da Polícia Civil e uma sublevação da ordem em relação aos policiais militares.

Deputado Marcos Martins, tenho ouvido dos policiais militares, de soldado a coronel: que se dane o regulamento disciplinar, que se dane o Código Penal Militar. Se o Governo não tem respeito pela minha família, pela minha vida eu quero que se dane. Isso é muito perigoso. Movimentos recentes na Bahia e no Rio de Janeiro tiveram resultados trágicos para a sociedade por muito menos que isso. Não estou vendendo ilusão não. É que eu tenho contato permanente com isso e tenho sentido esse desespero, esse amargor, essa revolta. Isso se desencadeia feito uma onda muito rápida e muito célere. Se o Governo tem convicção de que todos os comandantes vão se alinhar com o Governo, eu não teria tanta certeza.

Em 2008 o Governo postou a tropa de Choque na Giovanni Gronchi e impediu o nosso acesso. Eu não sei se na próxima a tropa de Choque não estará marchando conosco, nos facultando o acesso. Não estou dizendo isso como ameaça, não. Estou dizendo o que está no fundo do coração de cada soldado de polícia e entenda-se por soldado de polícia do soldado ao coronel, que não conseguem entender como se faz uma barbaridade dessas no fim do ano, na véspera do Natal.

Nós ficamos batendo no peito dizendo que votamos um reajuste para este ano de 11% no padrão, que dá 5,5% no total, e agora numa penada só tira-se pelo menos 10% do salário dele, chegando a 25% para alguns.

Não é justo, não é honesto, não é certo com relação à sociedade. Não podemos ficar com essa máxima no coração. O PCC mata na hora o policial, o Governo vai matando aos poucos, acabando com a sua dignidade.

Os senhores deputados, em suas regiões, devem estar sentindo o desespero dos policiais, que enchem os e-mails dos senhores, ligam desesperados acreditando que uma mediação possa ser feita pela Assembleia Legislativa.

Hoje veio aqui na Casa o Secretário de Gestão Pública Davi Zaia para explicar aos senhores deputados líderes as razões para o massacre moral e financeiro que está sendo promovido. A mim não convenceu. Nem à grande maioria dos senhores líderes. Apenas ficou um sentimento: “estamos estudando a situação”. Mas a situação é tão premente, é tão emergencial, é tão catastrófica que encareço: pelo amor de Deus, abreviem esse estudo, não deixem que estoure a panela de pressão. Será muito ruim para a sociedade, será muito ruim para todos nós, será muito ruim para a instituição Polícia. Tenho medo fisicamente do que pode acontecer? Tenho medo, sim, porque já sei onde eu estarei. Eu estarei avançando com os meus seja para onde for. Desde 16 de fevereiro de 78, quando me alistei na Polícia Militar, fiz um juramento, um pacto de sangue com a sociedade. Não fiz pacto de sangue nem com partido nem com governo nenhum. Foi com a população e se sou capaz de morrer, como os meus companheiros são, pela população, não tenham dúvida de que já escolhi o lado onde estarei, sofra as consequências que puderem advir disso.

Sei muito bem da responsabilidade das minhas manifestações em relação aos policiais. Tenho pedido a eles que pelo amor de Deus esgotemos ao limite a capacidade de negociar e entender, mas fazer o que o Governo está fazendo é alterar ainda mais os ânimos.

O Governo marcou para sexta-feira uma reunião com entidades representativas de classe da Polícia Militar, mais Secretários de Governo e simplesmente desmarcou. Remarcou para ontem, segunda-feira, e empurrou com a barriga.

Pelo amor de Deus, não vai dar para empurrar com a barriga essa desgraça, essa tragédia. Vamos socorrer os policiais de São Paulo que estão socorrendo a população do Estado. Chega de policiais tombados, crivados de bala, chega de pessoas mortas nas ruas sem esclarecimento e sem transparência na apuração. Basta! A população quer um pouco de paz. E como dar paz se o próprio Governo está promovendo esse achincalhamento moral e material dos policiais neste momento?

Encerro as minhas considerações pedindo bom senso e um pouco de sentimento humanitário por parte do Governo em relação à força policial, essa força que tem problemas, sim. Tem de fazer depuração interna permanente como faz? Tem. Mas é a força de que dispõe a população para protegê-la. Nós não podemos comprometer essa proteção. Se está ruim, pode piorar muito mais.

Encareço a todos os líderes e parlamentares, independentemente do processo de votação que possa se desencadear, para darmos luz ao Governo. Vamos dar a saída para termos um pouco de paz no Estado de São Paulo e acabar com esse estado de guerra civil não declarada, mas que existe e é permanente.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Campos Machado, para falar a favor.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, começo dizendo que não vou ceder aparte em hipótese alguma.

Há muitos anos existia um reino que era governado por um rei maravilhoso, correto, que gostava do seu povo. Nesse reino havia uma torre suntuosa e nessa torre havia um sino, cujas badaladas alcançavam milhares de quilômetros. Nesse reino havia uma tradição: quando morresse um soldado, ouvia-se uma badalada; um cabo, duas badaladas; um sargento, três; um capitão, oito; o primeiro ministro, 11 e o rei doze badaladas.

Nesse reino um lavrador, que depois de anos e anos de labuta na sua terra, que plantava no outono para colher na primavera e para passar as vicissitudes do inverno.

Nunca lhe sobrava nada, mas certo ano a colheita se mostrava maravilhosa e o lavrador se mostrava otimista. Sua família ia ter alimentação por vários anos, mas eis que um senhor todo poderoso, seu vizinho, cresceu os olhos na terra desse lavrador. Chamou seus homens, invadiu essa terra e se apossou da colheita. Esse homem foi procurar um cabo. Contou sua história e o cabo lhe disse que não poderia fazer nada, que o senhor era muito poderoso. Foi ao sargento, capitão e ouviu a mesma conversa. Foi ao general e disse: “General, o que eu faço?” O general respondeu: “Não temos condições de enfrentar esse senhor, ele é muito poderoso. Ele foi ao primeiro-ministro, e o primeiro-ministro disse que ele tinha razão, mas não tinha como enfrentar esse senhor, nem o rei poderia. Ele foi então à torre e fez soar 13 badaladas. O rei chamou seu exército e ordenou que o general prendesse o lavrador, porque queria perguntar a ele quem era mais forte e poderoso no reino do que o rei. O rei disse: “Meu amigo, antes de mandar matá-lo, diga-me quem é mais forte do que o rei. Quem morreu para merecer 13 badaladas? Ele disse: “A dignidade, Majestade. Ela acaba de morrer”.

Terminada essa pequena história, passemos ao Conselho de Prerrogativas. Onde está o Deputado João Antonio? Acaba de chegar. Deputado João Antonio, V. Exa. não se encontrava aqui quando criamos o Conselho de Prerrogativas. Passaram-se alguns anos e no ano passado V. Exa. nunca me deu a honra de participar do Conselho de Prerrogativas, e foi a primeira comissão em 20 anos que eu nessa Casa presidi, por insistência do Deputado Rui Falcão. Formulamos uma PEC que assegurava a esta Casa pelo menos três vagas para o Tribunal de Contas do Estado. E todos os partidos lá estiveram e manifestaram convicção e a determinação de que os conselheiros deveriam ser deputados da ativa. Outubro do ano passado.

Fizemos um acordo no começo deste ano com o Tribunal de Contas do Estado para que fosse nomeada uma auditora, a Dra Cristiane, a fim de evitar polêmicas judiciais que demorassem anos e anos. Quero nesta oportunidade me penitenciar, pedir desculpas ao Deputado Jorge Caruso, que eu o incentivei a postular essa vaga. Eu o estimulei, eu lhe garanti que esta Casa iria cumprir seu dever constitucional de indicar o deputado. E o erro do Deputado Jorge Caruso foi ter acreditado em mim, acreditado que os deputados desta Casa não iriam recuar, não iriam sabatinar, não iriam se submeter a um café da manhã sob alegação de que era uma sabatina democrática. Enfim, na primeira indicação surgiu a figura do meu amigo, Deputado Dimas Ramalho. Eu argumentava: “Mas alguém conhece algum deputado estadual que já foi nomeado para o Tribunal de Contas da União?” Nunca ninguém respondeu.

Colhemos assinaturas. Tivemos a surpresa de chegar ao nome do Deputado Dimas Ramalho, defendido pela grande maioria da bancada tucana e aliados. Fizemos então acordo. Ninguém se lembra mais do acordo. Fizemos um acordo em que se abriria mão da indicação do Deputado Jorge Caruso para que ficasse acordada a sua indicação para a segunda vaga. Lá fui eu de novo incentivar, estimular o Deputado Jorge Caruso. Eu o fiz acreditar na coragem desta Casa. Eu o fiz acreditar que a assinatura posta ninguém retirava. Eu o fiz acreditar que palavra dada é flecha lançada, não volta mais. E ele acreditou. E hoje, machucado pelo destino, amargurado, triste com a sua Casa, com deputados que retiraram a assinatura, que explicação posso dar eu ao Deputado Jorge Caruso? Mas eu sou Governo, não sou? Os deputados retiraram a assinatura e ficamos com apenas 30 e poucas. Fiquei em companhia da Bancada do PT, da Bancada do PSOL, da Bancada do PMDB e da Bancada do PCdoB.

Mas aí surgiu um fato extraordinário: um café da manhã maravilhoso. Quem é que surge? O Secretário Sidney Beraldo, que foi tomar um lauto café da manhã com a Bancada do PT, que estava interessada nas propostas, queria ouvir do Dr. Sidney Beraldo o que tinha ele para dizer, sobre o que pretendia fazer no Tribunal de Contas do Estado. É café, é leite, é manteiga, e a Bancada do PT, nessa sabatina farta, silenciou. Deputado João Antonio, V. Exa. tem péssima memória. O Dr. Sidney Beraldo veio aqui na quarta-feira, dia 7, porque na terça-feira, dia 6, só eu fiquei aqui indagando onde estava a Bancada do PT, e V. Exa. se evaporou desta Casa. Desapareceu, Deputado João Antonio. Como fosse uma nuvem desapareceu. E essa sabatina milagrosa, esse café maravilhoso silenciou a combativa Bancada do PT. E eu fiquei só. Cheguei a perguntar, aqui mesmo, o que leva deputados a retirarem as assinaturas que colocaram? Como dá para confiar em parlamentares que assinaram a lista e depois retiraram? Como dá para confiar numa bancada que modifica o sentimento por um café da manhã?

O Deputado Adriano Diogo, já nem sei o que ele fala. Aparte eu não dou. Não sei o que sussurra o Deputado Adriano Diogo nesse comentário. Não dou aparte, já avisei de início que não tem aparte aqui. Deputado, inscreva-se, se quiser. O Deputado Adriano Diogo de vez em quando se mete a ser o dono da verdade, sem saber o que é verdade. Essa é a realidade. É prepotente. É arrogante. O que é que ele pensa que é? O que é que ele pensa que é? Estava no café, seguramente. E café com adoçante, porque ele não pode engordar.

E aí vem dizer do Celso Russomanno. Nós perdemos as eleições por um bilhete de ônibus. Perdemos as eleições. O que tem o Celso Russomanno com a história aqui? Diga para mim. O Dr. Celso Russomanno participou do café da manhã com a Bancada do PT? Casa dele? Vossa Excelência não estava aqui no dia seis. Não estava. E se estava, pior ainda, não veio aqui.

Por isso, Deputado Barros Munhoz, estou profundamente triste com esta Casa. Peço desculpas públicas ao Deputado Jorge Caruso. Primeiro, porque 24 Deputados retiraram as assinaturas, e não têm mais o direito de virem aqui para reclamar de qualquer violação ao seu direito parlamentar. Não venham reclamar aqui de que não foram bem atendidos no Governo, porque perderam a oportunidade de mostrar a independência desta Casa.

Estou só. Podia ficar tranquilamente ao lado do Governo, mas estou com a minha consciência tranquila. Sou servo da minha consciência. Sou vassalo da minha consciência. Quero responder ao Deputado João Antonio. Nós estamos discutindo, neste momento, a questão do Tribunal de Contas do Estado. Estou onde sempre estive. Eu não sou o Governador, nem tenho a prerrogativa de fazer a pauta da Casa. Não posso pegar os Deputados da Bancada do PSDB e fazer manter a assinatura. Cada um retirou a sua assinatura, achou que tinha que tirar. Nós mantivemos a nossa posição.

O que me causou estranheza, quero confessar, é tomar conhecimento da “sabatina” feita com o Secretário Sidney Beraldo. E o Deputado João Antonio deveria, a meu ver, ter vindo aqui no dia do debate, no dia seis. Hoje, o que leva a Bancada do PT a discutir esse caso? O Deputado Caruso não é candidato. Só há um único candidato, que é o Dr. Sidney Beraldo. Único candidato, porque foi quem tinha mais assinatura. Não importam as razões, morais ou não, por ter conseguido as assinaturas. É um único candidato.

Como é que vão votar contra, se só há um? Não é possível votar no Deputado Jorge Caruso. E aí verifico. Deputado João Antonio, eu fiz uma indagação ao Deputado Major Olímpio. “Deputado Major Olímpio, tomei conhecimento dos estudos que V.Exa. fez, o comportamento de outras Assembleias, de outros governos”. Bravo, “fui provocado”. Provocado por quem, por uma simples indagação?

E aí vem o Deputado Major Olímpio e disse “sim, fiz levantamentos, sim, todos os Estados, inclusive Rio Grande do Sul, Bahia”. Existe essa figura. Se é espúria ou não, pouco importa, mas tem.” Eu não vi o Deputado João Antonio questionar o Governador baiano, nem o gaúcho. Aí, ele vem e diz sobre a questão da Defensoria Pública. É bom que V.Exa. esteja aqui. Eu não me furto como a Bancada do PT se furtou no dia seis.

Todos sabem que eu não posso votar em hipótese alguma a Lei Orgânica da Defensoria Pública, porque essa Lei Orgânica equivale à criação do Ministério Público Dois. Todos sabem que eu tenho um projeto que defende a assistência social, o convênio entre a OAB e o Estado. Temos mais de um milhão e 200 mil casos, e temos 500 defensores públicos. Como é possível termos o atendimento que diz o Deputado João, aos pobres e aos humildes.

Sabe quem defende esse sistema? Dr. Márcio Thomaz Bastos. Pequeno escritório. Criou-se uma associação da defesa da defesa da defesa dos direitos das pessoas. Como é possível? Temos o caso de uma mãe, presa porque lá no armazenzinho da vida, lá em Teodoro Sampaio, furtam um queijo. Até a Defensoria Pública tem que chegar lá, o filho já se tornou um pai, já cresceu tem um tempo.

Como é possível 500 defensores públicos cuidarem de mais de um milhão e 200 mil casos? O que se trava aí é uma luta política e partidária. No dia 29 teremos eleição na OAB. Perguntem quem o PT defende como candidato. Dr. Alberto Toron, que fez uma manifestação dizendo que mais de 50 mil advogados vivem do convênio. Seguramente não têm competência para ser advogados. Essa é a opinião do candidato do PT.

Pretende-se descriminalizar a maconha no dia 29 de novembro, na eleição da OAB, uma eleição político-partidária. E a candidata a vice de Alberto Toron, ex-candidata a Presidente, Rosana, envia um e-mail dizendo que o Campos Machado havia apresentado um projeto que, segundo o parecer de um jurista que ninguém conhece, é inconstitucional. Ela deixa de ser candidata para ser vice, e diz que a garbosa categoria da Defensoria Pública não ia permitir a aprovação desse projeto.

Onde estamos? É como disse Frank Williams, não importa onde estamos, importa para onde vamos. Para onde vamos? Eu não fujo de compromissos. Não fujo, não. Estão aqui os novos defensores públicos. Vou ser um adversário leal, como sempre fui. Mostrando que tenho lado. Não posso concordar com a votação da Lei Orgânica, é acintosa. Parece uma tarefa.

Mas a Bancada do PT defende. É um direito que lhe assiste. Na última terça-feira fizemos um acordo no qual assumi o compromisso de que, nessa terça-feira, se votaria, Deputado Barros Munhoz, o projeto da criação dos 100 cargos. Foi feito um acordo vinculado. Eu estou esperando a manifestação da bancada petista. Se efetivamente a Bancada do PT quer aprovar hoje, nesta noite, o projeto que cria os 100 cargos da Defensoria Pública, que cumpram o acordo feito, porque estou cumprindo a minha parte.

Sr. Presidente, Deputado Barros Munhoz, estou preocupado com o relógio e com o tempo. Indago de V. Exa., uma vez mais, o acordo celebrado na última quarta-feira é para valer? Está valendo o acordo de que iríamos votar hoje os dois projetos?

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Não tenho a menor sombra de dúvida, nobre Deputado.

 

O Sr. Campos Machado - PTB - Quero dizer aos futuros defensores públicos: cobrem coerência; cobrem palavra; cobrem acordo! Estou aqui para cumprir o meu acordo. Não tinha como estar aqui hoje, defendendo inclusive. Só tem um único candidato a conselheiro. Passei um ano discutindo aquilo em que acredito. Não importa, às vezes, a vitória; importa estar no lado certo.

Quero saber, Presidente Barros Munhoz, à medida que o relógio avança, Exa. entende que se eu parar de falar agora, cortando a minha fala, favorece o cumprimento do acordo? Ou V. Exa. pretende convocar outra Sessão Extraordinária?

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Vossa Excelência sabe que será convocada uma nova Sessão Extraordinária.

 

O Sr. Campos Machado - PTB - Com que matérias, Sr. Presidente?

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Com as mesmas matérias da Sessão Extraordinária deste momento.

 

O Sr. Campos Machado - PTB - Então, Sr. Presidente, quero indagar a V. Exa. se não prejudicaria um eventual acordo se eu continuasse até o encerramento do meu tempo. Isso depois que esse parlatório terminar. Não dá para continuar assim, com todo mundo falando ao meu redor. Não quero atenção: quero educação!

Voltando ao silêncio, quero cobrar coerência da bancada do café da manhã. Nem Roberto Carlos interpretou tão bem o café da manhã quanto a Bancada do PT interpretou. Que será que teve de novidade nesse café da manhã? Como eu queria estar nesse café da manhã, para ouvir esse diálogo que quase acabou com a fome do mundo: a Bancada do PT sabatinando o Secretário Sidney Beraldo sobre como seria o Tribunal de Contas nos próximos dez anos, já que a Assembleia Legislativa só vai ter condição de votar um novo nome a partir de 2020. Só em 2020 é que esta Casa vai ter condições de escolher um novo conselheiro.

Portanto, Sr. Presidente, continuo refletindo ainda, meditando. E todo mundo satisfeito com o café da manhã. Queria saber quais são os ingredientes do café da manhã. Eu preciso fazer um café da manhã na minha bancada, também. Deputado Samuel Moreira, V. Exa. não foi generoso e leal com a Bancada do PTB ao não permitir também que sabatinássemos o Dr. Beraldo no café da manhã. Talvez não fosse um café tão bem feito, tão farto quanto foi o do PT, mas o café da manhã que iríamos proporcionar era o mesmo: carinhoso, afetuoso, Deputado Marcos Martins. Vossa Excelência poderia me contar como foi esse café da manhã, junto com o Deputado João Antonio, todo cheio de alvoroço, bravo comigo porque fiz uma indagação simples ao Deputado Olímpio Gomes.

Estou aguardando uma resposta do Presidente desta Casa. O que me causa perplexidade é que os novos defensores estão aqui desde a tarde e não têm nenhuma resposta da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Será que eles vão voltar para casa, sem a votação do projeto? Acham que é justo, por uma questão político-eleitoral, não ser votado o projeto dos senhores? Como não sou do PT, não posso ser aplaudido pelos senhores. Pertencesse eu à gloriosa bancada do café, já teria sido aplaudido. É por isso que quero saber qual será o destino desse projeto da Defensoria Pública. Manifesto o meu apoio a esse projeto, para ser votado nesta noite.

Sr. Deputado Barros Munhoz, V. Exa. terá que convocar uma nova Sessão Extraordinária. Vou pedir à Deputada Heroilma que se inscreva para passar o tempo para mim, porque voltarei a esta tribuna para responder às preciosidades petistas que virão, sem dúvida alguma, daqui a pouco desta tribuna.

 

O Sr. Presidente - Barros Munhoz - PSDB - Para falar contra, tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo, pelo prazo regimental de 30 minutos.

 

O SR. Adriano Diogo - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, o Jornal “O Estado de S.Paulo” publicou, na sua versão on-line:

Russomanno, Alckmin e a reforma do secretariado

Em encontro do governador Geraldo Alckmin (PSDB) com o candidato derrotado do PRB à Prefeitura, Celso Russomanno, na noite de quarta-feira, na casa do ex-deputado, no Morumbi, o tucano o parabenizou pelo desempenho nas urnas - ele teve cerca de 1,3 milhão de votos. O governador quer intensificar a relação política com Russomanno, que deve indicar um aliado para participar da gestão Alckmin. O mais provável hoje, segundo integrantes do alto escalão do governo Alckmin, é que indique alguém para o Procon - Russomanno tem como principal bandeira a defesa do consumidor.

Assim que terminou o 1º turno, o ex-deputado chegou a pedir à Secretaria de Segurança Pública para apoiar o candidato do PSDB, José Serra, na disputa em São Paulo. Mas Alckmin não quis ceder numa área estratégica, e Russomanno ficou neutro. O PSDB busca o apoio dele na reeleição de Alckmin, em 2014. Para os tucanos, na próxima disputa eleitoral, Russomanno não deve ser candidato ao governo do Estado, mas sim à Câmara dos Deputados para puxar votos para o PRB. Na corrida em São Paulo, Alckmin quer evitar que Russomanno e o seu capital político apoiem o PT - o PRB compõe a base governista da presidente Dilma Rousseff com o Ministério da Pesca.

Uma das maneiras de consumar a aproximação seria indicar ele ou um aliado a um cargo no governo. O problema, avaliam os tucanos, é casar as pretensões de Russomanno, que foi um crítico de Alckmin na eleição de 2010, com as do governo do Estado. O PRB, por sua vez, também mantém conversas com Alckmin sobre 2014 e já estava cotado para ter alguma participação no governo antes mesmo da eleição - o partido não necessariamente se sentirá contemplado se Russomanno, com autonomia política própria, ganhar um espaço na administração. Tem ainda o PTB, que era da coligação de Russomanno e que no 2º turno apoiou Serra após intervenção de Alckmin. A legenda de Campos Machado quer aumentar seu espaço no governo. O PTB pode ficar com a Secretaria de Justiça, para Luiz Flávio D’Urso, mas sem o Procon, que iria para Russomanno.

A missão agora é ver quais demandas valem a pena, do ponto de vista político, contemplar.

Alckmin costura um arco de alianças para disputar sua reeleição em 2014. Promove com frequência encontros no Palácio dos Bandeirantes com líderes partidários para discutir participação no governo - o tucano pretende anunciar mudanças no secretariado para o embarque dos neoaliados até o final do ano.

Além da questão das alianças, Alckmin também costura o apoio de partidos da base para indicar o seu secretário da Casa Civil, Sidney Beraldo, para uma vaga no Tribunal de Contas do Estado. As legendas que ganharem cargos na reforma do secretariado sabem que terão de operar na Assembleia para que a indicação de Beraldo seja aprovada pelos deputados.”

Esse é o café da manhã que ocorreu na quarta-feira de manhã, logo em seguida ao fim do Primeiro Turno. Esse é o acordo, péssima notícia para os senhores defensores - o Sr. Luiz Flávio D’Urso na Secretaria de Justiça. Que tristeza, que ameaça. Ameaça à Defensoria é ameaça à democracia. Esse é o café da manhã que nunca foi revelado, o acordo que estamos votando hoje.

Por que estamos discutindo? Foi aprovada nesta Assembleia Legislativa a Emenda Constitucional 33, de 1º de novembro de 2011. A Emenda Constitucional, em seu § 2º, diz o seguinte: “Os conselheiros do Tribunal serão escolhidos na seguinte ordem, sucessivamente: 2/3 pela Assembleia Legislativa; 1/3 pelo Governador do Estado, com aprovação da Assembleia Legislativa, observadas as regras contidas no inciso I, § 2º do Art. 73, da Constituição Federal. Art. 2º: “Essa emenda constitucional entra em vigor na data da sua publicação.”

Este ano estamos indo para a terceira indicação. A primeira foi Cristiane de Castro, indicada pelo Sr. Governador, em substituição a Fúlvio Julião Biazzi, na vaga de Orlando Zancanella. A segunda, já na cota da Assembleia Legislativa, foi Dimas Ramalho, e a terceira, também na cota da Assembleia Legislativa, Sidney Beraldo.

Portanto, não nos apequenemo-nos, não sairemos diminuídos deste debate. Não temos culpa de que as duas vagas da prerrogativa da Assembleia Legislativa estão sendo preenchidas por dois deputados estranhos, nesse momento, à Assembleia Legislativa. O primeiro, Dimas Ramalho, e agora, Sidney Beraldo. A única coisa que a bancada do PT tentou fazer é que a Assembleia Legislativa indicasse para o Tribunal de Contas do Estado deputados no exercício dos seus mandatos, porque havia uma inconstitucionalidade declarada pelo Supremo Tribunal Federal. Havia uma Adin que fez com que houvesse essa emenda constitucional - Art. 73. Nós aprovamos a emenda constitucional para estabelecer um equilíbrio das indicações do Governador com esta Assembleia. A única coisa que a bancada do PT fez, seguindo a emenda constitucional proposta e aprovada por todos os Srs. Deputados, é reivindicar. Independente de ser Jorge Caruso, deputado que pudesse ser indicado, era que as duas vagas, de nossa iniciativa, fossem preenchidas. Por que o acordo não foi cumprido?

Volto à notícia do jornal “O Estado S.Paulo”:Russomanno, Alckmin e a reforma do secretariado.” Esse é o acordo que está sendo seguido. Não foi publicado por um jornal partidário, de um sindicato, por uma versão de movimentos populares, mas no jornal “O Estado S.Paulo”. A eleição foi no domingo e a reunião ocorreu na casa de Russomanno na quarta-feira, pela manhã, onde foi fechado o acordo do Tribunal de Contas do Estado, a redivisão das secretarias.

É isso que estamos votando hoje. O Deputado Campos Machado vem dizer que o Deputado Sidney Beraldo, na presença do Deputado Samuel Moreira, foi fazer uma reunião junto à bancada do PT, e foi sabatinado por um pedido de Samuel Moreira, Líder do Governo, e do próprio Sidney Beraldo para ser recebido pela bancada do PT, na presença de assessores e jornalistas aqui na Assembleia Legislativa, no andar térreo.

Este café da manhã no estilo Roberto Jefferson, de que ele nos delata, foi uma reunião da bancada do PT, junto com a Liderança de Governo na Assembleia Legislativa. Nós não temos culpa que a Liderança do PTB, de tal pobreza, quando você entra lá, nem água de galão lhe é oferecida. O PT tem mesura, tem cortesia, tem dignidade. Tomamos café com Sidney Beraldo e Samuel Moreira. Não nos desmoralize.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência pede que os ânimos se acalmem. Temos dois projetos importantes para votar e vamos caminhar democraticamente, como sempre temos caminhado.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - O que estamos tentando discutir é se os deputados estaduais desta Assembleia Legislativa podem ter um assento e serem indicados por esta Casa junto ao Tribunal de Contas. Essa é a discussão. E essa discussão é onde o PT se pautou. Não só o PT, todos os deputados se organizaram nesse sentido. É uma prerrogativa, um direito, uma direção.

Alguma coisa contra a trajetória do Deputado Sidney Beraldo? Não. Nada. O problema é o método. Foi acordado conosco que a vaga seria de um deputado estadual. Esse deputado estadual seria o Jorge Caruso, do PMDB. Essa questão foi votada, acordada. Hoje, sem nenhum tipo de explicação, é a segunda vaga que a Assembleia Legislativa abre mão.

Eu sou um pobre geólogo, atirador de pedras. Mal sei ler os documentos jurídicos e as leis como as pessoas que têm essa iniciação, como os que nos visitam hoje. Foi votada uma emenda constitucional, uma PEC nesta Casa para corrigir uma Adin que denunciava a distorção, o desequilíbrio nas indicações, na concentração de poder do Poder Executivo na indicação de conselheiros do Tribunal de Contas do Estado.

Pois bem, qual a situação hoje? Dimas, Assembleia. Edgar, Assembleia. Robson Marinho, Assembleia. Roque, Governador. Renato, governador. Cristiana de Castro, governador. São três indicações do governador. Porém, as duas querem prerrogativas da Assembleia. Dimas Ramalho e agora Sidney Beraldo, também foram indicações do governador. Só que saíram na quota da Assembleia Legislativa.

Essa a discussão que estamos fazendo. Na nossa quota, duas pessoas estranhas ao Poder Legislativo Estadual estão indicadas como membros do Tribunal de Contas do Estado. E qual a lógica do Tribunal de Contas do Estado? A lógica perversa que preside a orientação do Tribunal de Contas do Estado é transformar os prefeitos e suas contas inelegíveis, como ocorreu com o Celso Giglio. O nosso adversário não é a eleição de Osasco. O nosso adversário foi cassado. O seu direito de disputar foi cassado. Por quem? Pelo Tribunal de Contas do Estado, sem direito de defesa. O Tribunal de Conta do Estado tem mais poder que qualquer tribunal desta Nação e usa uma bala de prata. O parecer do Tribunal de Contas do Estado sela e acaba com a vida de um vereador, presidente da Câmara, um prefeito. Qualquer iniciativa que as contas tenham uma interpretação diversa, assim como ocorre aqui no Tribunal de Contas do Município. Esse nem vou fazer comentários porque o horário é impróprio. Ainda têm crianças assistindo o programa de televisão. Não podemos falar de coisas muito pesadas.

O único erro que nós, do PT, estamos cometendo é que tínhamos uma orientação: chegou a vez de a Assembleia Legislativa indicar um deputado, no exercício da função, para ser o conselheiro do Tribunal. Aí, mudou o jogo. Lógico, é da política mudar o jogo. Mas não mudou a regra. A regra foi votada, está valendo.

Ainda fui consultar o Deputado Samuel Moreira e ele falou que existe uma Adin. Como? Adin havia antes de votar a PEC. A PEC veio para consolidar o texto, questionado pela Ação Direta de Inconstitucionalidade. Então, nós é que estamos agindo ao arrepio da lei.

É o segundo conselheiro do Tribunal de Contas que sai na nossa quota com esse artifício de que Dimas Ramalho era membro da Assembleia Legislativa, indicado pela Assembleia Legislativa, sem sê-lo, como agora o Sidney Beraldo.

Votamos uma PEC, acordamos uma PEC, indicamos um deputado e agora desmoralizamos o deputado, o seu partido. Por quê? O PMDB está sendo punido por causa da coligação que houve em São Paulo? Em virtude disso, o PMDB não pode indicar um deputado como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado? Essa é a maldição? É isso? Então qual a diferença? A diferença é que viemos para a tribuna, expomos as nossas fraquezas, as nossas alegrias, mas o fazemos publicamente nas divergências, nas idéias.

A vaga a ser preenchida era da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Por isso que o projeto, para quem não consegue entender da legislação, da movimentação legislativa, é de iniciativa da Assembleia. Para quê? Para caracterizar que Dimas Ramalho e Sidney Beraldo estão na quota da Assembleia Legislativa. O pior é que estamos sendo instados a não fazer a discussão porque poderemos prejudicar a votação do projeto da Defensoria. Isso que é uma crueldade.

Concedo aparte ao nobre Deputado Hamilton Pereira.

 

O Sr. HAMILTON PEREIRA - PT - Nobre Deputado Adriano Diogo, quero, na realidade, congratular-me com V. Exa. pelo seu pronunciamento. É um pronunciamento claro, nítido, límpido e, diria, pedagógico. V. Exa. expõe, aqui, artigos constitucionais, que garantem o direito soberano da Assembleia Legislativa pela indicação de dois terços dos membros do Tribunal de Contas do Estado, que é um órgão auxiliar da Assembleia Legislativa em seu mister de fiscalizar os atos do Poder Executivo.

V. Exa. faz uma abordagem com tal autoridade que só engrandece e enaltece esta Casa porque em nenhum momento esposa vontades particulares, desejos individuais e sequer esposa uma vontade da Bancada do Partido dos Trabalhadores.

 V. Exa. brada a Constituição brasileira, a Constituição do Estado de São Paulo, para afirmar e nos esclarecer a todos que este é um direito líquido e certo da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, representada por todos nós, 94 parlamentares, que teríamos que ter a mesma segurança que V. Exa. tem em garantir a dignidade desta Casa nesse momento que está em jogo, como V. Exa. bem esclareceu a todos nós, a dignidade do Poder legislativo do Estado de São Paulo, o maior Poder depois do Congresso Nacional, Câmara Baixa, deputados federais, Câmara Alta, Senado da República.

V. Exa. está de parabéns. Orgulha muito a nossa bancada e a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo ter um deputado de seu quilate ocupando a tribuna e nos ensinando a todos. Muito obrigado.

 

O SR. ADRIANO DIGO - PT - Obrigado pelas suas palavras. Vou retomar o meu raciocínio, Deputado Luiz Carlos Gondim, de que a pior frustração que existe na política é a legislação ser aprovada e nós mesmos, agentes legislativos, desrespeitarmos a própria legislação que criamos. Esta é a discussão. Não adianta ser uma Assembleia Legislativa que julga orçamentos maravilhosos, vultosos porque essa riqueza não necessariamente está revestida de dignidade. Abrir mão da prerrogativa da indicação de um deputado para um tribunal de exceção que julga a conta e a vida das pessoas e põe na ilegalidade a vida dessas pessoas por uma contabilidade, não é digno. O mesmo orçamento pode ter pareceres diferentes e dependendo da Câmara em que o parecer é julgado, se der qualquer inconformidade há o impedimento, como se fosse uma improbidade eterna, vitalícia que o agente público está exercendo. Aí também existe uma distorção. Quem é que atribuiu o papel a esses Tribunais de Contas, que são órgãos auxiliares do Poder Legislativo, agir como um tribunal de exceção? Quem é que atribuiu na democracia como se fossem tribunais militares, acima da lei, acima do bem e do mal, com cargos vitalícios, sem uma corregedoria, sem um conselho? O Tribunal de Contas do Município, por exemplo, não reúne o seu Pleno a mais de cinco anos, o que levou o Conselheiro Maurício Faria a pedir demissão da vice-Presidência do Tribunal.

Por que colocar um bode desses na sala, como foi feito agora de forma tragicômica, onde a Bancada do PT teria sido corrompida por um café nababesco que ocorreu em lugar maravilhoso, num paraíso fiscal, numa praia paradisíaca, onde uma sabatina pública foi feita com o Deputado Sidney Beraldo na presença do Deputado Samuel Moreira, quando o próprio Sidney Beraldo pediu uma reunião com a Bancada do PT para expor seus argumentos, sua vocação, sua necessidade? Foi isso que aconteceu na presença de assessores, de jornalistas. Para quê tentar colocar um bode desses na sala criando uma suspeição na presença de jovens defensores públicos, recém-contratados?

Que vergonha diante dessa juventude que está começando a vida, que está iniciando a carreira, jogar uma cizânia dessas, dizendo que essa negociação espúria teria sido feita na calada da noite como se houvesse uma moeda de troca. Que absurdo! A política não tem limite. A desmoralização não tem limite.

 

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Assume a Presidência o Sr. Baleia Rossi.

 

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A Bancada do PT tinha feito um direcionamento orientado pelo mesmo deputado na direção da indicação de Jorge Caruso. A Presidência da Casa pede uma audiência. Reunimos todos os deputados, mesmo aqueles que não tinham condições de estarem presentes, porque vários vieram do interior, para receber o Secretário Sidney Beraldo. Sidney Beraldo foi recebido com a maior cortesia, com a maior educação, com a maior civilidade. Ele mesmo concluiu que dava gosto discutir com a Bancada do PT tal o nível elevado da discussão, que não tinha nenhum toma lá, dá cá, que não tinha nenhuma moeda de troca; na qual se discutiu política o tempo todo com a presença do presidente estadual do nosso partido, que discutiu várias situações, inclusive a do Deputado Celso Giglio. Para quê rebaixar o nível da discussão, abastardar dessa forma para dizer que houve uma reunião espúria entre Samuel Moreira, Sidney Beraldo e a Bancada do PT?

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Deputado Adriano Diogo, quero cumprimentá-lo. Quero deixar frisado que fizemos reuniões com todos que se propuseram sair candidato, da mesma forma que recebemos ministros, secretários de Estado na Assembleia. Não tem problema, nem por isso foi retirada uma única assinatura da nossa bancada, fomos até o fim, inclusive hoje perguntei ao Deputado Baleia: como fica a situação do Deputado Caruso? Nós estamos mantendo as nossas assinaturas. Ele falou ‘conversei com o líder hoje, ele não chegou a conversar com vocês? Veja bem: diante de tudo o que V. Exa. falou, esse nosso café não mudou nada. Agora para o outro lá, o da matéria que V. Exa. leu, parece que teve influência de mudanças, transformações e partilhamento.

 

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Assume a Presidência o Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. ADRIANO DIOGO - PT - Estou concluindo o meu pronunciamento para dizer que a primeira norma da democracia é a convivência das diferenças e das ideias por isso Celso Russomanno não foi eleito. Graças a Deus!

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Esta Presidência suspende a sessão por três minutos.

 

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- Suspensa às 21 horas e 56 minutos, a sessão é reaberta às 21 horas e 58 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. GILMACI SANTOS - PRB - Sr. Presidente, havendo acordo de líderes solicito a suspensão da sessão por 10 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental, antes, porém, convoca os senhores líderes para uma reunião no Salão Nobre da Presidência.

Está suspensa a sessão por 10 minutos.

 

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- Suspensa às 21 horas e 58 minutos, a sessão é reaberta às 22 horas e 10 minutos, sob a Presidência do Sr. Barros Munhoz.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (desiste da palavra.) Tem a palavra o nobre Deputado Luciano Batista. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Heroilma Tavares. (desiste da palavra.) Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo, para falar contra. (desiste da palavra.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (desiste da palavra.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza. (desiste da palavra.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (desiste da palavra.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Cruz. (desiste da palavra.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (desiste da palavra.)

Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação o Projeto de Decreto Legislativo indicando o Deputado Sidney Beraldo para Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo queiram permanecer como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, nos termos do Art. 100, Inciso I, do Regimento Interno, esta Presidência convoca V.Exas. para uma Sessão Extraordinária, a realizar-se hoje, 10 minutos após o término desta sessão, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: Projeto de lei Complementar 27/12, que cria cargos de defensor público no Estado de São Paulo, na forma que especifica.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, gostaria de registrar o voto contrário da Bancada do PSOL à indicação de Sidney Beraldo.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Está registrada a manifestação de Vossa Excelência.

 

O SR. LUIZ CARLOS GONDIM - PPS - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, lembra V. Exas. da segunda Sessão Extraordinária, anteriormente convocada.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 22 horas e 13 minutos.

 

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