21 DE SETEMBRO DE 2009

051ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AO “DIA DO RÁDIO E DO RADIALISTA”

 

Presidente: CONTE LOPES e ELI CORRÊA FILHO

 

 

RESUMO

001 - Presidente CONTE LOPES

Abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que esta sessão solene foi convocada pelo Presidente desta Casa, por solicitação do Deputado Eli Corrêa Filho, com a finalidade de comemorar o "Dia do Rádio e do Radialista". Convida o público presente a ouvir, de pé, o Hino Nacional Brasileiro. Cumprimenta o Deputado Eli Corrêa Filho, pela iniciativa desta homenagem aos radialistas aqui presentes.

 

002 - ELI CORRÊA FILHO

Assume a Presidência. Diz de sua alegria em homenagear todos os radialistas e o rádio.

 

003 - OLÍMPIO GOMES

Deputado Estadual, cumprimenta a todos os comunicadores de São Paulo. Diz que tem o prazer de compartilhar da amizade do Deputado Eli Corrêa Filho e de sua família. Fala de sua paixão pelo rádio, que causa aproximação com as pessoas, diferentemente das outras mídias, que têm a limitação do cenário. Lembra que, no rádio, não existe limitação ao imaginário das pessoas. Deseja que o Deputado Eli Corrêa Filho, representante da comunicação nesta Casa, continue sempre a promover esse evento.

 

004 - JONAS DONIZETTE

Deputado Estadual e vice-Líder do Governo, diz que começou a sua carreira como radialista, na cidade de Campinas, antes de exercer seus mandatos como vereador e Deputado Estadual. Manifesta a honra de estar presente a esta solenidade, com pessoas que abraçaram a profissão e fizeram tanto por ela. Comenta que o rádio, entre todas as mídias, é a que tem mais facilidade de adaptação. Agradece a todos os que dedicam a sua vida a este meio de comunicação.

 

005 - Presidente ELI CORRÊA FILHO

Registra presenças e lembra a comemoração a partir da data de 21 de setembro de 1943, quando foi sancionado o Decreto-lei que instituiu o piso da categoria dos profissionais do rádio. Informa que, em 2006, o Presidente Lula sancionou uma lei que instituiu o dia 7 de novembro como o Dia do Radialista, data do nascimento de Ary Barroso. Lembra que o rádio se tornou importante meio de informação e entretenimento e continua presente nas mais diversas situações, como veículo de informação e difusor de uma ideologia formadora de opiniões. Anuncia a apresentação de vídeo sobre a história do Rádio. Presta homenagem póstuma às seguintes pessoas que fizeram e fazem parte da história do Rádio: Hélio Ribeiro, Narciso Vernizzi, Vicente Leporace e Fiori Gigliotti. Registra correspondências recebidas.

 

006 - MURILO ANTUNES ALVES

Radialista e 1º Chefe do Cerimonial da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, durante 35 anos, diz que voltar a esta Casa era um perpassar de emoções. Lembra que, como cronista parlamentar e radialista pela Record, iniciou suas atividades no Palácio das Indústrias, tendo posteriormente sido escolhido para diretor do Cerimonial. Informa que exerce a profissão de radialista há mais de 70 anos, continua na Record há 62 anos e acompanha toda a evolução do rádio.

 

007 - Presidente ELI CORRÊA FILHO

Anuncia a apresentação de um áudio. Presta homenagem, com entrega de troféus, aos seguintes radialistas: Cinthia, José Nelo Marques, Zé Bettio, representado pelo Sr. Misael Souza; Paulo Barbosa, Murilo Antunes Alves, Paulo Lopes, representado pelo Sr. Valmor Bolan; Altieres Barbiere, Francisco Paes de Barros, representado pelo jornalista Luíz Carlos Ramos; e Eli Corrêa.

 

008 - JUAREZ DE CASTRO

Padre, fala da importância do rádio para levar esperança e conforto e para evangelizar. Lembra as locuções radiofônicas do Papa João XXIII. Homenageia a todos os radialistas. Ao final de seu discurso, juntamente com Padre Robinson, da Paróquia Santa Inês, de Embu das Artes, abençoa a todos.

 

009 - Presidente ELI CORRÊA FILHO

Saúda a todos os presentes e aos ouvintes do Rádio. Agradece a todos que colaboraram para o êxito desta solenidade. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Conte Lopes.

 

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O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PTB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

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- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

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O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PTB - Este Presidente também quer nomear a presença do Deputado Jonas Donizette, do Deputado Olímpio Gomes, e também a presença do nosso mestre-de-cerimônias Murilo Antunes Alves que fez parte da bancada da imprensa do Palácio 9 de Julho, 1º Chefe de Cerimonial da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo por 35 anos. É uma satisfação tê-lo aqui

Senhoras Deputadas, Senhores Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta Sessão Solene foi convocada pelo Presidente desta Casa atendendo a solicitação do Deputado Eli Corrêa Filho, com a finalidade de comemorar o Dia do Rádio e do Radialista.

Convido todos os presentes para, de pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro executado pela Camerata da Polícia Militar sob a regência do 2º Tenente PM Ismael Alves de Oliveira.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PTB - Esta Presidência agradece a Camerata da Polícia Militar, e também quer cumprimentar mais uma vez o nobre Deputado Eli Corrêa Filho por essa Sessão Solene em homenagem a todos os radialistas aqui presentes, ao rádio, a todos que trabalham. Como nós também fazemos parte dessa família, ficamos felizes em tê-los nesta Casa, e como o dia é do Deputado e radialista Eli Corrêa Filho, grande radialista Eli Corrêa, esta Presidência quer passar a V. Exa. a Presidência desta Casa.

Agradeço a presença de todos que aqui estão, mas cabe ao nobre Deputado salientar o nome daqueles que aqui se encontram. Obrigado, meu irmão. Parabéns! (Palmas.)

 

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- Assume a Presidência o Sr. Eli Corrêa Filho.

 

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O SR. PRESIDENTE - ELI CORRÊA FILHO - DEM - Boa noite a todos. É uma alegria muito grande homenagear todos os radialistas e o rádio aqui do Brasil.

Antes de mais nada gostaria de registrar e passar a palavra ao Deputado Olímpio Gomes e depois ao Deputado Jonas Donizette.

Deputado Major Olímpio Gomes, V. Exa. tem a palavra.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - SEM PARTIDO - Excelentíssimo Deputado Eli Corrêa Filho, que teve a sensibilidade de promover esta Sessão Solene mais do que justa. Que a Casa do Povo, que representa os 41 milhões de habitantes deste Estado, abra realmente as suas portas para homenagear o rádio e o radialista.

Meu caro Murilo Antunes Alves, na pessoa de quem cumprimento todos os comunicadores, todos os cidadãos no Estado de São Paulo esse ícone da comunicação brasileira que foi nosso representante, será sempre o nosso representante na Assembleia Legislativa.

Não poderia de deixar me fazer presente neste evento. Em primeiro lugar para cumprimentar meu amigo Deputado Eli Corrêa Filho, que aqui se faz presente junto com a sua família maravilhosa que eu tenho o prazer de compartilhar da amizade.

Eu tinha 14 anos de idade na grande Presidente Venceslau quando fui ser estagiário na sonoplastia na Rádio Presidente Venceslau, e de lá saí para vir para a Academia do Barro Branco onde acabei fazendo a carreira policial. Sempre tive verdadeira paixão pelo rádio que causa, continua causando e vai causar sempre essa paixão, essa aproximação com as pessoas. Diferentemente das demais mídias, uma pessoa quando começa assistir um programa de televisão ela tem a limitação do cenário, está ali o Fachiolli com quem já estivemos hoje juntos num evento no interior de São Paulo. Existe a limitação da tela, o que no rádio não existe, e não tem limitação o imaginário das pessoas.

O rádio que encanta, a voz que seduz, que ensina, que é a companheira dos solitários, muitas vezes o timbre, a entonação, dá a credibilidade que o cidadão quer sobre determinado tema. Recentemente uma grande autoridade da política brasileira lançou uma pérola que a mídia tenta deformar as instituições. Sem citar o nome do senhor José Sarney, as deformações e toda lama que muitas vezes se torna de conhecimento da população brasileira e que vai aperfeiçoando ao invés de diminuir as instituições isso acontece justamente porque nós temos uma imprensa cada vez mais livre, desimpedida para realmente informar e até formar, e forjar o comportamento para uma nova sociedade muito mais esclarecida.

O meu sonho de menino, adorador do rádio, ao ter hoje a presença desses baluartes do nosso rádio me sinto como se levasse alguém para assistir um jogo da Seleção Brasileira, um entusiasta do futebol. Porque muitos desses representantes que encantam milhões, e milhões de pessoas com a sua credibilidade são os sonhos das pessoas chegarem a ter o contato, tocar, conhecer o rosto que muitas das pessoas simplesmente sonham, imaginam como será aquela voz que me dá tanta certeza, tanta convicção, que muitas vezes na madrugada é o meu companheiro. Assim é a beleza do rádio, a beleza que os senhores e senhoras fazem pelo rádio brasileiro.

Só quero encerrar o meu pronunciamento desejando que o Deputado jovem, mas atuante Deputado Eli Corrêa Filho, grande representante da comunicação nesta Casa continue sempre a promover este evento e no 21 de setembro e não se seduza pelo 7 de novembro. O rádio brasileiro e o rádio de São Paulo esperam muito de V.Exa., e que V. Exa. continue a transmitir com todo entusiasmo o quanto é bonito o trabalho realizado pelos seus companheiros radialistas.

Que Deus o abençoe, e abençoe a todos os radialistas e aos cidadãos deste Estado que dão a credibilidade a essas pessoas para continuarem lutando e repercutindo por nós o que a sociedade quer, espera, e merece ouvir. Parabéns. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ELI CORRÊA FILHO - DEM – Obrigado, Deputado Major Olímpio Gomes.

Dando seqüência, eu gostaria de passar a palavra ao Deputado e também radialista Jonas Donizette.

 

O SR. JONAS DONIZETTE - PSB - Amigo, Deputado e Presidente desta sessão solene Deputado Eli Corrêa Filho, senhoras e senhores. Deputado Eli Corrêa Filho, eu quero cumprimentá-lo pela iniciativa. Você é uma pessoa que nesta Casa desenvolveu relacionamentos, é um Deputado estimado, querido pelos seus companheiros, atuante nas Comissões que V. Exa. participa e tem sempre essa lembrança nessa data de prestar esta homenagem.

Eu estou no meu segundo mandato de Deputado, e antes de ser Deputado tive três mandatos de vereador na cidade de Campinas, mas antes de tudo isso eu comecei a trabalhar no rádio, e apresentei um programa diário na Rádio Bandeirantes começando só como apresentador, depois como diretor artístico durante 15 anos ininterruptos, e depois mais quatro anos na Rádio Globo. Todas emissoras circundadas ali na região de Campinas.Sou de uma família de radialistas, tenho um irmão, o Luiz Lauro, que foi e continua sendo radialista agora aqui em algumas emissoras de rádio de São Paulo, e também um outro irmão, Tadeu Marcos, que também é radialista também na cidade de Campinas.

Fiz questão de estar presente aqui hoje. Tinha outros compromissos, mas quando recebi o seu telefone, pensei comigo que para mim seria uma honra poder estar num ambiente compartilhando com pessoas que abraçaram uma profissão e fizeram tanto por ela.

Toda profissão é digna, ela é honrada, ela enobrece o ser humano quando desempenhada com amor, com honestidade, com decência. Mas, nós, radialistas, costumamos falar dessa paixão, desse amor que o rádio brota no nosso coração e que é algo verdadeiro. Essa data, dia 21 de setembro, veio em decorrência do Presidente Getúlio Vargas que na época baixou um decreto normatizando relações trabalhistas, questão de piso salarial. Ele foi um Presidente muito afeito a esse meio de comunicação que na época começava e despontava com tanta força pelo Brasil afora. Esse meio de comunicação que muitas vezes foi fadado por profetas do futuro que ele estaria com os seus dias contados em virtude de outras mídias que surgiam, e o passar do tempo não mostrou isso verdadeiro. O rádio continua. Talvez ele seja dentre todas as mídias a que tem mais facilidade de penetração e até de adaptação a outras mídias. Eu comecei a trabalhar no rádio numa época em que muitos trabalhavam manuseando jornais, e que fazem ainda até hoje, mas hoje já é comum se ver nos estúdios de rádio a presença do computador. É a internet e o rádio interagindo com essa mídia e difundindo a comunicação.

Então, eu queria nesse dia, Deputado Eli Corrêa Filho, que V. Exa. chame aqui nomes que se destacaram, que se destacam no rádio, no cenário municipal, no cenário estadual, e no cenário nacional.

O Deputado Major Olímpio Gomes falou aqui da população do Estado de São Paulo, 41 milhões de habitantes. São Paulo só tem menos habitantes do que a Colômbia, na América do Sul. Portanto, é praticamente uma nação. Nós sabemos que tudo o que acontece em São Paulo irradia para o Brasil afora. E eu me sinto realmente muito satisfeito de compartilhar este momento.

Nos primeiro passos que dei quando comecei a minha jornada de radialista, eu me espelhei em algum momento, até que eu pudesse depois criar a nossa própria configuração, a nossa própria identidade. E assim os senhores também o fizeram com outros nomes. A comunicação tem essa faceta: nós nos afeiçoamos a alguém, e quando nos afeiçoamos tem um ditado que diz: “As palavras movem, mas os exemplos arrastam. E os bons exemplos arrastam mais forte ainda.”

Assim, acho que nós devemos um “Muito obrigado” a cada um dos senhores e senhoras que estão aqui hoje, que dedicaram e que dedicam ainda a sua vida a esse meio de comunicação.

Eu acho que cada momento tem as suas peculiaridades, suas dificuldades. Antes do início da sessão nós conversávamos um pouco sobre a atual configuração da rádio, a questão de propriedades das emissoras que muitas vezes mudam de mão de uma forma brusca e muda a vertente da programação também de forma brusca, mas nós temos que conviver com essas questões e procurar sempre continuar fazendo esse rádio com paixão, com amor e com a dedicação de todos os dias. Porque fazer as coisas bem feitas uma vez é importante, de vez em quando mais importante. Mas se existe uma característica que faz toda a diferença naquilo que fazemos é a constância dos nossos atos.

Que Deus possa nos dar a benção da saúde, e que nós possamos continuar sempre com essa dedicação, com esse apreço a esse meio de comunicação. Confesso que fui pego de surpreso hoje também com essa questão da mudança da data para 7 de novembro, que foi a data de nascimento de Ary Barroso. Eu acho que merece todo o nosso respeito, todo o nosso carinho, mas é difícil às vezes uma transferência quando você está já adaptado a uma data. Eu penso que talvez, a mesma coisa quando tem o falecimento de uma pessoa você querer homenagear aquela pessoa dando o nome dela a um outro próprio público que já tem um nome, fica algo um pouco desajeitado, você tirar o nome de uma pessoa que recebeu uma homenagem para colocar outro. Eu acho que pode se pensar numa outra vertente, num outro caminho.

Mas, Deputado Eli Corrêa Filho, parabéns a você e a todos que se fazem presentes aqui, e também nas poltronas destinadas aqui no plenário, e ao público presente, e que o radialista possa sempre marcar presença no cotidiano, na vida das pessoas.

Encerrando as minhas palavras, apenas deixo um abraço representando a Liderança de Governo que eu represento nesta Casa, do Governador José Serra, que é um homem que tem muito apreço pela comunicação, participa de programas, gosta do rádio. Sempre que converso com ele falo: “Governador, o senhor é uma pessoa tão ocupada, tem tantos afazeres, e às vezes eu o ouço em alguns programas.” Daí ele fala: “Jonas, é importante. É importante a gente se comunicar com todos os órgãos de imprensa, mas especialmente o rádio, porque você está falando às vezes com pessoas que só tem aquele meio de comunicação para receber uma informação. E a informação é algo que é um direito de todos.” Então também não só em meu nome como Deputado e como radialista que sou, mas em nome também do Governador José Serra o meu cumprimento a todos os radialistas. Um abraço, boa noite a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ELI CORRÊA FILHO - DEM – Obrigado, Deputado Jonas Donizette, parabéns pelo seu dia também.

Eu gostaria de agradecer primeiramente a presença dos senhores e das senhoras, e registrar com alegria a presença da senhora Cinthia, comunicadora da Rádio Capital; do senhor Misael Souza, representando o locutor Zé Bettio; do senhor Altieres Barbiero; do padre Juarez de Castro; senhor Paulo Barbosa; do senhor Valmor Bolan representando o senhor Paulo Lopes; do senhor José Nelo Marques; e o senhor Eli Corrêa.

Também quero registrar a presença da senhora Tânia Jannuzzi representando o senhor Walter Feldman Secretário Municipal de Esportes, Lazer e Recreação da Cidade de São Paulo; da Vereadora Otávia Tenório, da Câmara de Guarulhos; do senhor Marcos Guareschi, representando o senhor Alan Neto, Presidente da Câmara Municipal de Guarulhos; do senhor Leão Lobo da Rádio Record; do senhor Américo Guzzi, diretor comercial da Rádio Capital; do senhor Luis Carlos Ramos, diretor de jornalismo da Rádio Capital; do senhor José Carlos Gomes, comunicador da Rádio Capital; do senhor Luciano Fachiolli, da Rede Record de Televisão; do senhor Paulo Eugênio, da Rádio Record; do senhor Rogério Andrade, também da Rádio Record; do senhor Anderson França, da Rádio Record; do senhor Felipe Leider, diretor comercial da Rádio Tupi; do senhor Ricardo Leite, comunicador da Rádio Tupi; do senhor Roberto Avalone, comunicador da Rádio Capital; do senhor Antonio Aguilar, comunicador da Rádio Capital; do senhor José Maria Scaquetti, da Rádio Tupi; do senhor Irineu, do Mercadão das Pratas; do senhor Paulo Dafnes; do doutor Francisco Assis de Almeida, empresário de Guarulhos; do senhor José Roberto Gama, diretor da Rádio Capital, e do padre Robson, da Paróquia Santa Inês, em Embu das Artes.

Hoje estamos reunidos nesta Sessão Solene para rendermos uma justa homenagem a todos os profissionais do rádio.

Comemoramos o dia 21 de setembro pois, neste dia, no ano de 1943 foi sancionado o Decreto-lei que instituiu o piso da categoria dos profissionais do rádio. O dia de hoje, então, foi escolhido “o dia do radialista” em reunião na Rádio Nacional.

O dia 25 de setembro, aniversário de Roquete Pinto foi indicado para se comemorar o “dia do rádio”. E no ano de 2006 o Presidente Lula sancionou a lei instituindo o dia 7 de novembro como o dia do radialista, data de nascimento de Ary Barroso. Contudo, podemos dizer que a data de direito é o dia 7 de novembro, e de fato hoje 21 de setembro.

Queremos celebrar aqui então, juntos, o dia do radialista e o dia do rádio. Após a sua criação o rádio passou a fazer parte do cotidiano de todas as pessoas tornando-se um companheiro de todas as horas, e um importante meio de informação e entretenimento. Continua, diuturnamente, presente em todos os meios, nas mais diversas situações como veículo de informação, lazer, denunciar, e difusão de uma ideologia formadora de opiniões.

Sei da importância desse trabalho porque sou radialista, profissão esta herdada de meu pai, que há 40 anos atua no rádio. Sou também conhecedor das dificuldades que envolvem essa profissão, seja na conquista de um espaço profissional, seja para mantê-lo.

O rádio, com sua importância na comunicação, não seria o veículo indispensável que é se não fosse aquele que o faz com amor, dedicação, talento e paixão: o radialista. Queremos lembrar nesta noite também de todos os que trabalham nos mais diferentes departamentos de uma rádio, seja técnico de som, produtor, discotecário, operadores de transmissores, operadores de externa, enfim, de todos aqueles que nos ajudam e estão sempre empenhados em um só objetivo: trabalhar e oferecer o melhor para os ouvintes.

Nesta noite, faço questão de dedicar esta sessão solene principalmente aos ouvintes que encontram, no estilo de cada um, o companheiro, e o amigo. Portanto, esta noite é de todos nós. Esta noite é dos radialistas.

Agora faremos uma breve apresentação de um vídeo sobre a história do rádio.

 

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- É feita a apresentação de vídeo.

 

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O SR. PRESIDENTE - ELI CORRÊA FILHO - DEM - Eu peço desculpas, esses são os problemas da modernidade, se tivesse só ouvindo rádio não aconteceria isso não.

Mas, dando continuidade ao nosso vídeo nós gostaríamos de homenagear algumas pessoas póstumas. Lógico que teríamos dezenas de pessoas para homenagear, mas escolhemos quatro representantes para homenagear todas as pessoas.

 

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-É feita a apresentação do áudio de rádio.

 

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O SR. PRESIDENTE - ELI CORRÊA FILHO - DEM - Um breve relato do rádio. O rádio é muito grande.

Antes de dar continuidade, gostaria só de anunciar a presença do empresário e sempre Deputado desta Casa, Misael Margato. E, corrigindo, o senhor Américo Guzzi, meu amigo Américo Guzzi, é diretor-comercial da Rádio Capital.

E agora vamos fazer uma pequena homenagem também póstuma a algumas pessoas que fizeram e fazem parte dessa história. Sei que são muitos os que devem ser homenageados, mas para representá-los escolhemos esses grandes jornalistas.

 

A SRA. CAROLINA MATTOS - Jornalista, publicitário, pintor, escultor, compositor, professor de comunicações da USP, bacharel em Direito pela Universidade Mackenzie, diretor e apresentador do programa “O Poder da Mensagem”. Produtor associado da Fundação Cásper Líbero, atuou nos Estados Unidos como narrador e correspondente para diversas empresas de jornalismo. Detentor do mais extraordinário currículo em comunicações tornou-se celebre na década de 70 por suas crônicas de opinião. Sua voz de tom barítono inspirou Chico Anísio para criar em sua homenagem o personagem Roberval Taylor.

A merecida homenagem a Hélio Ribeiro. (Palmas.)

Jornalista esportivo e radialista brasileiro, trabalhou por 59 anos na Rádio Jovem Pan de São Paulo onde começou como jornalista de esportes em 1947. Criou o primeiro plantão esportivo permanente do rádio brasileiro nos anos 60, especializou-se em meteorologia em 1963 quando tornou conhecido em todo o Estado de São Paulo como o “Homem do Tempo”. Foi o primeiro radialista a emitir boletins de meteorologia no rádio e também na televisão. Transmitiu com grande confiabilidade seus prognósticos meteorológicos tendo até mesmo criado o Instituto de Meteorologia.

A homenagem a Narciso Vernizzi. (Palmas.)

Radialista muito popular, redator, locutor, programador, discotecário, radioator, apresentador de televisão, ator de cinema e televisão passando por diversas rádios sempre com muito sucesso e profissionalismo. Em 1937 idealizou a Sociedade Brasileira de Rádio Difusão, PRH9, mantinha coluna em diversos jornais de São Paulo. Em sua dedicação ao rádio produziu o programa jornalístico “Jornal da Manhã”. Foi apresentador do famoso programa “O Trabuco”, informativo de notícias gerais em que fazia comentários sobre os fatos políticos do dia, tornou-se assim um símbolo da defesa dos oprimidos, empunhando o seu trabuco ao censurar algum acontecimento político ou social. Pela sua coragem e desprendimento tem assegurado lugar de honra entre as personalidades radiofônicas do nosso país.

Por todo o seu patriotismo, seu amor a causa pública, a nossa homenagem a Vicente Leporace. (Palmas.)

Radialista e locutor esportivo. Em sua longa carreira narrou partidas de 10 Copas do Mundo de Futebol, recebeu mais de 200 títulos de cidadão honorário. No fim de 2005 recebeu a “Medalha da Ordem Nacional do Mérito Futebolístico” da Federação Paulista de Futebol. Conhecido como poeta da locução esportiva brasileira celebrizou frases como “Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo”, “E o tempo passa.....”, “Agüenta coração!”, “Crepúsculo de jogo” e “Torcida brasileira”. Deixou entre muitas uma grande lição: a seriedade. E entre vários, seu maior legado: o estilo.

A nossa homenagem a Fiori Gigliotti. (Palmas.)

Agora os homenageados.

 

O SR. PRESIDENTE- ELI CORRÊA FILHO - DEM - Só interrompemos um pouquinho, porque na verdade o brilhantismo mesmo de todas as imagens são as vozes, aliás, eram locutores que marcaram história também. Só estamos corrigindo um pouquinho.

Enquanto isso deixa só registrar algumas pessoas que não puderam vir, algumas manifestações. Senhor Domingo Paulo Neto, Delegado-geral de Polícia. Senhor João Sampaio, Secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo; Senhor Antonio Carlos Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal de São Paulo, e o senhor Geraldo Alckmin, Secretário de Estado de Desenvolvimento do Estado de São Paulo.

Vou passar a palavra para o senhor Murilo Antunes Alves, que tem tanta experiência e pode nos ensinar ainda muito mais com toda a sua história. Está com a palavra.

 

O SR. MURILO ANTUNES ALVES - Caríssimo Presidente Eli Corrêa Filho, nobres Deputados, senhores convidados, depois das considerações despendidas nesta noite ao ser me dada a palavra até eu fiquei curioso para ouvir o que eu vou dizer. Voltar a esta Casa para mim é um perpassar de emoções.

Como cronista parlamentar e radialista pela Record, iniciei minhas atividades como cronista no Palácio das Indústrias quando da instalação da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Posteriormente quis o destino fosse eu brindado com a direção do Cerimonial desta Casa, cargo que exerci por 35 anos. Recordo-me bem da inauguração deste Palácio Nove de Julho e de tantos amigos que já passaram para o outro lado do mistério.

Esta homenagem ao “Dia do Rádio e Dia do Radialista” me comove profundamente, porque exerço a profissão de radialista há mais de 70 anos. Continuo ainda indo na Record onde estou há 62 anos. Acompanhei, portanto, toda a evolução do informativo através do rádio. E é um fato curioso, quando tivemos naquela época da censura, principalmente no Estado Novo, nada se podia dizer praticamente no rádio, a não ser que já estivesse escrito previamente. Recordo-me que quando se chegava no estúdio da emissora havia assim: “É proibido noticiar o atropelamento de uma funcionária por um carro oficial”, “´´É proibido isso, é proibido aquilo”.

Eu comecei no rádio transmitindo futebol. Fui locutor esportivo da Bandeirantes, da Gazeta, da Rádio São Paulo, e da Rádio Tupi. Acontece que depois de alguns anos eu resolvi deixar a parte esportiva, e também deixei o rádio porque havia me formado como advogado. Encontrei-me uma noite com Paulinho Machado de Carvalho no Ponto Chic, ali no Largo do Paissandu. E o Paulinho me perguntou: “Você não está mais no rádio?” “Agora eu deixei um pouco e estou advogando.” Disse o Paulinho: “E por falar nisso, o rádio agora tem um campo vasto, porque com a queda do Estado Novo praticamente pode-se noticiar, fazer informativos, reportagens, etc.” Ele achou ótima a ideia e pediu se eu tinha um telefone para deixar para ele. Deixei o telefone e no dia seguinte fui chamado por Paulo Machado de Carvalho, na Rua Direita, onde funcionava a Rádio Record. Entabulamos conversação, e acabei sendo convidado para voltar ao rádio para fazer reportagens. E comecei então a fazer reportagens para o rádio, e encontrei grande estímulo por parte do Paulo Machado de Carvalho, marechal da vitória. Tanto assim, que eu via no jornal: eleições na Itália. As primeiras eleições 1949. Disse ao doutor Paulo que nós poderíamos irradiar essas eleições. Ele achou interessante a ideia e lá fui eu para Roma. A primeira dificuldade é que não tínhamos o progresso técnico para a facilidade das transmissões. Várias noites fizemos tentativas na RAI – Radio Audicione Italiana, para poder fazer transmissões para o Brasil. Depois de algumas tentativas, um engenheiro me disse: “Olhe, eu já duas noites tentei mandar som pela onda curta e não chega no Brasil. Eu vou fazer uma última experiência esta noite, temos uma antena, eu vou voltar 180 graus, antena dirigida ao Japão, espero que com isso o som chegue ao Brasil.” E realmente a experiência deu certo. Então, foi a primeira transmissão internacional com noticiário completo da eleição italiana.Lembro-me que conheci Togliatti, e entrevistei um homem que era o homem forte do governo italiano na época. Recordo-me até hoje e tenho guardado nos meus arquivos a frase final do pronunciamento final dele: “Um saluto particulare a voi italiano de São Paulo. Gracie per quanto fato per noite, e gracie per quanto farei”.

Depois disso e com a repercussão dessa transmissão comecei a fazer transmissões internacionais. Eleição dos Estados Unidos entre De Gasperi e Eisenhower, e depois várias outras eleições, depois quando Geisel foi ao Japão eu fiz transmissões de lá. Até que enfim chegamos à época da televisão.

E para amenizar um pouco a aridez dessas considerações, recordo-me quando apareceu a televisão consta que na Europa alguns amigos se reuniram no jantar e falaram sobre a televisão, e um deles ia para Nova York onde a televisão estava em estágio avançado. Ele disse aos amigos: “Eu vou ver como é a televisão e depois eu conto pra vocês.” Quando ele voltou, os amigos ficaram curiosos, perguntaram: “O que você achou da televisão?” “É interessante, mas também não é lá essas coisas, tirando a imagem, é um rádio perfeito.” E realmente nós que vínhamos do rádio para a televisão no primeiro instante tínhamos que nos adaptar, mas depois a coisa foi evoluindo e a televisão aí está.

A Record começou em 1953, nela me encontro desde 1947, portanto, há 62 anos. Sou talvez um dos mais antigos radialistas em atividade. E acompanho sempre esse progresso e acho que realmente o rádio desempenhou um papel muito importante na vida do Brasil como de outras nações.

Portanto, nesta homenagem eu me sinto profundamente emocionado e compartilho com todos aqueles companheiros por essa nobre iniciativa do Deputado Eli Corrêa Filho fazer comemoração do “Dia do Rádio, Dia do Radialista”. Porque realmente poderia tecer outras considerações, mas acontece que ouvir algures, quando você tiver que falar fique de pé para que todos os vejam, fale alto para que todos os ouçam, e fale pouco para que todos os aprecie. De qualquer forma, o que eu quero dizer que nesta Casa fui membro da bancada de imprensa durante muitos anos e depois Chefe do Cerimonial.

Portanto, agradecendo a ideia desta homenagem ao “Dia do Rádio, ao Dia do Radialista”, eu desejo congratular-me com os companheiros e evocar a memória daqueles que já passaram para o outro lado do mistério. Portanto, obrigado Deputado Eli Corrêa Filho, pela iniciativa, obrigado aos demais parlamentares. E a verdade é esta, se não correspondi à expectativa nessas desataviadas considerações, é como diria talvez Camões: “É que a tanto não me ajudaram engenho e arte”. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ELI CORRÊA FILHO - Nós é que agradecemos esta manifestação, e com certeza todos irão compartilhar com as pessoas que gostam de rádio e vão vivenciar isso no seu futuro.

Agora, sim, eu acredito que as vozes estão no ponto.

 

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- É feita a apresentação do áudio.

 

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O SR. PRESIDENTE - ELI CORRÊA FILHO - DEM - Dando seqüência, começaremos a homenagear algumas pessoas que também fazem parte deste rádio atual.

 

A SRA. CAROLINA MATTOS - Quando criança cantava em programas infantis e na adolescência ganhou o primeiro lugar em vários programas de calouros onde surgiu a oportunidade de fazer a sua gravação. Mudou o seu nome para Cidinha Santos passando a fazer parte da jovem guarda e participar de programas de TV como o do Chacrinha. Em 1980 trocou o seu nome artístico para Cinthia; em 1994 estreou na Rádio Capital de São Paulo com o programa de duas horas com o qual ficou nacionalmente conhecida como a “Rainha da Madrugada”. Hoje ela possui um programa na Rádio Capital ocupando o primeiro lugar no Ibope, se consolidou como uma das mais importantes comunicadoras do rádio de São Paulo.

A nossa homenagem agora para Cinthia.

 

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- É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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A SRA. CINTHIA CORRÊA - Boa noite a todas as autoridades aqui presentes, boa noite a todos os radialistas, boa noite a todos vocês.

Eu estou muito feliz em estar aqui ao lado de tanta gente famosa, de tantos comunicadores aí tão queridos do Brasil todo. E o que eu posso dizer? Que eu me orgulho muito em ser radialista. Eu comecei como cantora, mas desde que eu tive a oportunidade de ser radialista nunca mais eu quis deixar, nem voltei mais a cantar, fiquei fazendo rádio. Claro que diante de tantas pessoas famosas eu ainda sou uma formiguinha, estou caminhando, mas espero que Deus me ajude a poder cada vez mais fazer parte do rádio. Estou sempre procurando me aprimorar mais, aprender mais, porque sei da importância desse veículo.

E quero dizer que eu gosto tanto de rádio, adoro rádio, não só sou uma comunicadora, como sou ouvinte, uma assídua ouvinte de rádio. Gosto tanto que até me casei com radialista. E só posso agradecer ao Deputado Eli Corrêa Filho por esta oportunidade, pelo convite que me fez de estar aqui nesta noite tão importante para todos nós que amamos o rádio. E agradeço a todos vocês pelo carinho que tem com a gente e com o rádio. Obrigada a todos. (Palmas.)

 

A SRA. CAROLINA MATTOS - Jornalista e radialista. Iniciou sua carreira aos 14 anos na extinta Rádio Clube de Garça em 1970, e permaneceu por três anos. Ao chegar em São Paulo foi para a Rádio Record Jovem Pan como locutor comercial, setorista policial e repórter geral, até chegar às funções de apresentador e comentarista. Passou pelas Rádios Globo, Excelsior, Capital, Bandeirantes em 1993. Participou em 1991 da criação da Rádio CBN. Na televisão trabalhou na Rede Record, na TV Jovem Pan, na TV CBI, na Rede Manchete, e na Rede Bandeirantes onde comandou os programas “Realidade”, “Acontece” e “Vídeos Incríveis”. Apresentou ainda o programa “Manhã Bandeirantes”, e o “USP Notícias”. É coordenador do curso de comunicação social das Faculdades Integradas Torricelli, de Guarulhos, além de mestre-de-cerimônias em eventos científicos e culturais.

A homenagem a José Nelo Marques.

 

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- É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. JOSÉ NELO MARQUES - Senhoras e senhores, Deputado Eli Corrêa Filho, companheiros, tanta gente aqui com as quais nós trabalhamos. Eu me sinto muito honrado de fazer parte desta homenagem.

Hoje até disse no meu programa da Record que eu era um transgressor porque eu não aceitava mudança do “Dia do Radialista”. Por iniciativa de um Deputado goiano fez a propositura, o Presidente sancionou e fomos para 7 de novembro. Acho que o “Dia do Radialista” será sempre 21 de setembro.

E lia hoje também alguma coisa muito peculiar de Edgar Roquete Pinto, a quem devemos tudo isso. E numa homenagem que fizeram a Roquete Pinto, logo depois de descoberto, de iniciadas as transmissões o saudaram como o “pai do rádio”, o responsável por tudo aquilo que estava acontecendo desde a sociedade do Rio de Janeiro. Ele disse o seguinte: “Não sou pai, não sou tio, não sou patrão, eu sou apenas aquele cidadão que pegou a corda e bateu no bronze do sino. Eu sou um sineiro do rádio”. E eu acho que todos nós temos um pouco de Roquete Pinto. Somos os sineiros que alertam a sociedade para os seus problemas, para as suas mazelas levando informação, levando entretenimento, levando cultura, tudo o que Roquete Pinto sonhou.

Obrigado, Deputado Eli Corrêa Filho. Parabéns companheiros radialistas. (Palmas.)

 

A SRA. CAROLINA MATTOS - A carreira de radialista iniciou quando ao se apresentar numa rádio de Guarulhos com o seu conjunto musical ocupou o lugar do locutor. Foi então contratado pela Rádio Cometa apresentando um programa próprio, improvisado. Improvisando os textos dos anunciantes com muito bom humor, voz anasalada e um sotaque ítalo-caipira. Nos início dos anos 70 foi contratado pela Rádio Record de São Paulo onde em dois anos levou a emissora do 14º ao primeiro lugar de audiência. Essa liderança foi mantida durante muitos anos atingindo um universo de cerca de três milhões de ouvintes segundo boletins da própria emissora. Passou rapidamente também pela Rádio Gazeta AM, em 1984 transferiu-se para a Rádio Capital fazendo dois programas, na Rádio Record lançou muitas duplas e cantores sertanejos.

A nossa homenagem ao nosso querido Zé Bettio. Representando o comunicador Zé Bettio o senhor Misael Souza. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. MISAEL SOUZA - Senhoras e senhores muito boa noite. Inicialmente, Deputado Eli Corrêa Filho, eu o parabenizo por essa brilhante iniciativa em homenagear aquele caipira que até hoje mantém a sua essência. Zé Bettio é o mesmo comunicador já no rádio há mais de cinco décadas. Zé Bettio desenvolve o seu trabalho com a mesma paixão, com a mesma alegria do início da sua carreira. E admiro Zé Bettio como homem, como profissional porque Zé Bettio não precisa trabalhar, modéstia a parte é um homem bem sucedido, sucesso esse obtido através do rádio, mas que diariamente acorda às três horas da manhã e inicia o seu programa às cinco e vai até às sete e depois a produção até às 10.

Então, é um exemplo de vida e amicíssimo do Fachiolli, grande amigo. É um exemplo de vida para todos nós brasileiros pela sua idoneidade, pela sua moral. E tenha certeza, Deputado Eli Corrêa Filho, que ele gostaria muito de estar presente nesta brilhante festa, mas continua trabalhando, está escrevendo um livro e está fazendo um documentário sobre a sua vida profissional. Encontra-se neste momento na Cidade de Cornélio Procópio, mas mandou que eu transmitisse o abraço e que parabenizasse por essa brilhante iniciativa. Porque o rádio como todo meio de comunicação teve a sua dificuldade, mas não podemos esquecer de Casé, e o professor Murilo deve conhecer bem a história: Casé, para que pudesse, ou para que vendesse os aparelhos de rádio ele visitava aquelas famílias mais privilegiadas financeiramente, pedia permissão à esposa para deixar aquele aparelho e que ele voltaria após a decorrência de uma semana. Voltava, e aí ninguém queria mais devolver o rádio. Assim ele vendia os seus aparelhos. Casé é o avô dessa grande atriz Regina Casé.

Muito obrigado e parabéns a todos pela brilhante solenidade. (Palmas.)

 

A SRA. CAROLINA MATTOS - Falou pela primeira vez ao microfone no dia sete de setembro de 1959 aos 15 anos de idade na Rádio Imperial de Petrópolis. Uma semana depois gravava um programa aos sábados “O Clube dos Jovens” e uma coluna no jornal Tribuna de Petrópolis virando assim cronista social da juventude petropolitana. Foi contratado pela Petrópolis Rádio Difusora agora como repórter, onde conseguiu um programa diário. Em seguida partiu para os debates e para as entrevistas. Em 1963 recebeu do Sindicato dos Jornalistas o prêmio de melhor rádio repórter do Estado do Rio de Janeiro. Em 1969 recebeu e aceitou o convite para trabalhar na Rádio Globo de Belo Horizonte. Em 1970 estreou na Super Rádio Tupi e na Rede Tupi de Televisão. Em 1980 foi para a TVS do Rio de Janeiro hoje SBT, e em 1983 estreou na Rádio e TV Manchete. Sua estreia em São Paulo aconteceu em 1984. Publicitário, radialista, jornalista com mais de 50 anos de carreira atualmente está na Rádio Record.

A merecida homenagem a Paulo Barbosa. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. PAULO BARBOSA - Tem que falar, senão não é comunicador. Eu estou muito feliz de estar aqui hoje participando dessa festa promovida e idealizada por você, Deputado Eli Corrêa Filho, que é mais que um filho que eu também tenho como tantos filhos que eu já tenho por aí. Filhos no rádio, porque eu só tenho dois.

Mas, eu estou muito feliz realmente e estou com pena daqueles comunicadores e radialistas que foram convidados e não vieram hoje aqui a esta festa. Nós temos tantas pouquíssimas oportunidades de se reunir, que hoje seria realmente um dia para todo mundo do rádio estar aqui festejando, vibrando e aplaudindo todos os seus colegas, todos os seus comunicadores, operadores, aqueles que fazem o rádio também anônimo, atrás, lá por trás e fazem tão bem feito para que a gente possa aparecer.

Eu confesso que eu estou muito emocionado hoje. Este ano tem sido um ano de muita alegria para o Paulo Barbosa. Fazemos 50 anos de comunicação, 50 anos de rádio, 50 anos de televisão, e 25 anos de São Paulo, essa cidade que há 25 anos me recebeu de braços abertos depois de ter passado pelo Rio de Janeiro e recebido aquele carinho do povo carioca e vindo para São Paulo. Eu, que vim para conquistar, acabei sendo conquistado, fazendo grandes amigos e recebendo realmente tanto carinho dos meus próprios colegas de rádio.

Quando eu olho aqui, eu vejo tanta gente querida aqui do lado, eu vejo do lado de cá, por isso sinto-me realmente empolgado com esse rádio. É o que eu digo sempre: “Enquanto a gente sonhar, enquanto o homem sonhar, esse rádio não vai acabar, porque o rádio é o sonho.” O rádio é o poder de fazer as pessoas imaginarem, dar oportunidade de a pessoa colocar a cabeça para funcionar. E é isso que o rádio faz através da madrugada, da manhã, da alegria, da tarde, da informação, do esporte, de tudo.

Esse dia de hoje, dia 21, é o “Dia do Radialista” no Estado de São Paulo, projeto inclusive do meu filho Deputado na época, Paulo Barbosa Filho, que criou esse dia oficial do radialista aqui no Estado de São Paulo.

Eu peço ao padre Juarez de Castro e a todos de todas as religiões para que rezemos muito. Mas rezar muito mesmo para que as emissoras de rádio sejam vendidas, podem ser vendidas ou para pastores, ou para católicos, ou para evangélicos, ou para políticos, ou para empresários, mas que mantenham a sua programação comunicando e fazendo aquilo que a gente sabe fazer com muito amor. É esse rádio que eu amo e se Deus quiser vai continuar por muitos e muitos anos.

Obrigado Deputado Eli Corrêa Filho, um beijo para você. (Palmas.)

 

A SRA. CAROLINA MATTOS - Iniciou a sua carreira na Rádio Record ainda na década de 30 cobrindo o Estado Novo, a Segunda Guerra Mundial entre outros eventos da época. Em 1953 ajudou a inaugurar a TV Record, lá cobriu os mais variados eventos como a morte de John Kennedy, e o primeiro homem na Lua. Apresentou os programas “Record em Notícias” popularmente conhecido como “Jornal da Tosse”, e o “Repórter Esso” da década de 60 até o final do jornalístico em 1996.

Permaneceu na Rede Record sendo hoje contratado mais antigo da emissora, atualmente trabalha por trás das câmeras na produção dos telejornais. É um dos mais antigos e cultos jornalistas brasileiros em atividades.

A homenagem a Murilo Antunes Alves. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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A SRA. CAROLINA MATTOS - No rádio, o seu primeiro trabalho aconteceu aos 16 anos na Rádio Sociedade AM em Juiz de Fora, em Minas Gerais. Tornou-se repórter policial em 1969 e foi para a Rádio Globo, em Belo Horizonte, onde ficou em primeiro lugar com o programa “A Cidade Contra o Crime”. Em seguida, mudou-se para o Rio de Janeiro onde trabalhou por 15 anos na Rádio Tupi, e depois na Rádio Bandeirantes. Mudou-se para São Paulo, onde foi trabalhar na Rádio Globo, também fez programa na TV. Sua estreia aconteceu no início da década de 90 quando apresentou por mais de um ano o programa de variedade no SBT. Em 2000, também comandou um programa de debates na TV Bandeirantes. Em 2001, deixou a Rádio Globo e foi para a Rádio Capital onde está atualmente alcançando excelentes índices de audiência.

Vicente Paulo Reis Ribeiro, hoje um dos mais famosos radialistas do país. Conhecido como o “amigão das mulheres”, apresenta há muitos anos um debate onde aborda sempre os assuntos do dia ouvindo a opinião de grandes nomes.

A homenagem desta noite a Paulo Lopes representado por Valmor Bolan. (Palmas.)

 

O SR. VALMOR BOLAN - Na qualidade de amigo do Paulo Lopes e colaborador do seu programa, estou aqui para deixar seu agradecimento pessoal ao Deputado Eli Corrêa Filho, tão querido de toda família do Paulo Lopes. Ele se refere muito a você e a seu pai. Aliás, ele tem muito apreço por vocês e, portanto, estando impossibilitado de estar aqui pessoalmente, me encarregou de aqui dar um muito obrigado.

Quero aproveitar ainda em seu nome para saudar a todos os radialistas, de modo especial os homenageados, mas também os demais pelo extraordinário trabalho que fazem em favor da liberdade. Da liberdade em geral e da liberdade de imprensa em particular. E é importante lembrar disso, sobretudo, neste momento em que na América Latina em diversos países a liberdade de imprensa está sendo ameaçada e os veículos independentes estão sob fogo cerrado. A cada dia se multiplicam mais os países que pretendem calar a voz da oposição.

Então é muito importante neste momento homenagearmos vocês por esse lindo trabalho: os que estão aqui, os que estão aí, suas equipes, os jornalistas que colaboram muito com os radialistas. Homenageá-los pela resistência, porque nós cidadãos comuns devemos muito a vocês. A coragem, ao denodo de vocês, e quem lembra este país também sabe que há pouco tempo nós todos passamos por esses duros momentos provocados por nossos algozes no poder lá de cima do Planalto.

Para concluir, eu queria outra vez agradecer em nome do Paulo Lopes a todos os seus colegas aqui presentes, em nome de todos os ouvintes do rádio que são por vocês alimentados na inteligência pela informação e alimentados pelas emoções em seus corações. Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. CAROLINA MATTOS - Começou como operador de áudio em 1960 na Rádio Cultura de Uberlândia. Em São Paulo fez curso de arte dramática, e a sua primeira história na capital paulista foi na Rádio Progresso aonde chegou a ser diretor artístico. Trabalhou como rádio ator nas rádios Record e São Paulo, na época Emissoras Unidas. Foi locutor comercial, produtor, apresentador na Rádio Record onde em 1972 criou e apresenta até hoje o programa “A volta do sucesso”, um dos mais antigos do rádio. Em 1981 fez grande sucesso no Brasil com a canção “Amar é Viver”. Altieres gravou ao todo cinco compactos e um CD.

Locutor, rádio ator, radialista brasileiro, passou pelas Rádios Record, Globo, São Paulo, Rádio Mulher e Rádio América. Na Rádio América foi responsável pelo surgimento do padre Marcelo Rossi, já que Altieres Barbiero deu a grande oportunidade para o padre levar a sua mensagem aos ouvintes da programação religiosa da emissora.

A nossa homenagem a Altieres Barbiero. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. ALTIERES BARBIERO - Deputado Eli Corrêa Filho, senhores Deputados presentes, demais autoridades, esse público maravilhoso que aqui está, amigos radialistas muito boa noite.

Confesso que hoje realmente a emoção fala bem alto, porque começamos a lembrar da trajetória que tivemos até esta homenagem aqui hoje. Jamais eu pude imaginar isto. Porque quando eu comecei trabalhar no rádio e até hoje eu queria um trabalho, trabalho no meio de comunicação e nunca visei ser famoso, ser isso e ser aquilo. Não. Eu queria ter o meu espaço, meu trabalho e isso eu consegui até esta homenagem aqui no dia de hoje.

Numa ocasião, conversando com o seu pai - não sei se o Eli vai lembrar disso-, ele falou: “Altieres, eu não consigo fazer o que você faz em matéria de religiosidade.” Só que ele não sabia que eu já fui seminarista também, viu, Eli?Eu fui seminarista salesiano, depois eu falei que padre não é comigo. Aí, então, o meu sacerdócio seria outro, a comunicação. Mas um dia alguém me puxou pela orelha e falou: “Você vai ser comunicador religioso.” Assim, hoje estamos fazendo uma programação religiosa. O nosso programa já está com 37 anos no ar, e dia dois de outubro agora o fará.

Os meus herdeiros estão aí: o Adriano Barbiero, que está na Rádio Capital, e o Altieres Barbiero Júnior, que se especializou agora em esporte, locutor esportivo. E tenho dois sobrinhos também: o Marcelo Tadeu e o Paulinho Mauricio, lá em Jundiaí. E nessa trajetória toda hoje eu fiquei emocionado porque eu estou vendo uma pessoa aqui que a conheci pequenininha e foi um dos colabores também para o sucesso do nosso programa.

Eu rendo minhas homenagens hoje ao Richiele Fachiolli, que é o pai do Fachiolli que hoje está na Record. Numa ocasião, o Richiele chegou lá e se apresentou. Hoje, saudoso, mas ele está sempre no coração.

E vejo uma outra pessoa também que é fofoqueiro, que eu gosto muito: Henrique Lobo, Leão Lobo. Eu dizia assim: “Vou escolher um nome para você agora: a ‘fera da fofoca’, Leão Lobo.”

E rever tantos amigos aqui hoje, realmente é emocionante. Essa iniciativa que você a partir de hoje nos proporciona é muito importante, e serve de incentivo ainda mais para continuarmos esse trabalho, que é de grande responsabilidade. Fazer rádio não é chegar simplesmente dar um “Oi”, “Boa tarde”, “Oba!” Não, não é nada disso. É uma responsabilidade porque o pessoal que está te ouvindo confia em você e você precisa saber o que você vai falar para os ouvintes, porque você é um formador de opinião também.

Então, salve o rádio neste dia que, para mim, também será sempre o dia 21, mas agora nós vamos ter duas datas, dia 21 e dia 7. Meus amigos, muito boa noite e desculpem a demora. Eu tinha feito um discurso de duas horas, mas não vai. Falou, gente, obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. CAROLINA MATTOS - Formou-se em publicidade onde exerceu a função por 10 anos. Trabalhou na agência América Publicidade antes de assumir com apenas 23 anos a direção comercial da Rádio Record em 1970. Trabalhou nas Rádios Record, Globo, América, Nove de Julho e Capital. Foi na sua gestão na Rádio Globo de São Paulo que passou a ter 150 quilos de potência, diretor artístico e geral com mais de 30 anos de experiência. Passou por grandes emissoras populares da cidade de São Paulo, sempre alcançando altos índices de audiência.

A nossa homenagem a Francisco Paes de Barros, que aqui está representado pelo jornalista Luiz Carlos Ramos. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. LUIZ CARLOS RAMOS - Boa noite a todos, é um presente estar nesta Casa, a Casa de Leis de São Paulo, um nome bastante sugestivo de Nove de Julho, a grande data paulista. Agradeço ao Deputado Eli Corrêa Filho em nome do Francisco Paes de Barros.

O Francisco Paes de Barros ao contrário desses senhores que estão aqui, grandes comunicadores, e são comunicadores que estão no coração do povo e na boca do povo, o Chico não tem o hábito de falar ao microfone, raramente ele fala. E eu sou o coordenador de jornalismo da Rádio Capital e conheço o Chico há 29 anos. E ele fez sucesso dirigindo nos bastidores em todas as principais emissoras de São Paulo: a Rádio Record que foi citada agora há pouco pela Carolina, a Rádio Globo, a Rádio América. Esteve também na Rádio Nove de Julho, que é uma emissora católica, e mais recentemente na Rádio Capital onde ele está há quatro anos e meio, lutando para recuperar a Rádio Capital e com uma equipe valorosa, com uma equipe da qual participam hoje muitos profissionais de talento e participaram outros até recentemente, por exemplo, o Paulo Barbosa.

Eu gostaria de endossar as palavras com relação ao futuro do rádio. Vocês sabem que rádio é uma concessão, é uma concessão do governo para determinados empresários, muitas vezes empresários políticos, muitas vezes empresários religiosos. Eu sou católico e considero que é importante o rádio na comunicação ter a palavra do comunicador, que também é um religioso, ter o seu horário definido. Mas de um modo geral é muito importante a programação, algo com entretenimento, com esportes, com música, com informação. Informação com lógica, informação com equilíbrio, informação com isenção sempre que possível. Esse é o serviço prestado pelo rádio há tanto tempo.

Em 1922, houve uma simples demonstração no Rio de Janeiro. Em 1923, a primeira emissora, e depois nós tivemos grandes emissoras em São Paulo. Em 1931, Paulo Machado de Carvalho na Record, foi algo muito importante. Agora eu acabo de passar, por exemplo, como vários outros companheiros pelo lançamento do livro do Tuta, da Jovem Pan. A Jovem Pan também é algo muito importante como é a Rádio Record, como é a Rádio Capital, a Globo, a Tupi, e tudo isso vai continuar forte.

Quando eu era garotinho, foi quando eu conheci Roberto Avalone, que está aqui.Carreguei o Roberto Avalone no colo, eu sou muito mais velho do que ele. Eu era garotinho e já tinha aquele papo: “O rádio vai acabar.” Algo que foi citado aqui várias vezes: “O rádio vai acabar.” E o Vicente Leporace que, infelizmente, faleceu e já faz algum tempo, dizia: “O rádio vai completar 100 anos.” E vai completar logo, ele está com 87 anos. Vai completar 100 anos e ainda vão continuar dizendo que o rádio vai acabar. Ou seja, ele acabou não só persistindo, como ele foi praticamente aos novos veículos. Hoje vocês tem aí na internet uma adaptação do que existe no rádio.

Então, esta é a mensagem que eu gostaria de transmitir para vocês pessoalmente. E tomo liberdade também em falar em nome do Chico Paes de Barros, e agradecendo muito ao Deputado Eli Corrêa Filho, aos demais Deputados que participaram dessa festa toda, ao público e outros comunicadores, e ao público que está ali também na bancada. Porque afinal de contas, não existe algo para se fazer sozinho, normalmente se tem a participação do ouvinte, que com todo carinho prestigia esses comunicadores que aqui estão, e prestigiam também os jornalistas que participam do rádio. Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. CAROLINA MATTOS - Aos 16 anos faz um teste de locutor na Rádio Emissora da Barra e começa a trabalhar como apresentador pela primeira vez em uma rádio comandando o programa “Isto é Sucesso”. Transferiu-se mais tarde para a Rádio Jauense, no município de Jaú, onde veio a fazer um programa de quatro horas no horário do meio-dia.

Chegando a maioridade, Eli Corrêa se transfere para São Paulo em 1972 trabalhando nas Rádios São Paulo, Rádio Tupi, Rádio Record, Rádio Globo, Rádio Capital, Rádio América e retornando a Radio Capital. É o criador do momento de maior audiência do rádio, a sessão: “Que Saudades de Você”. Ele entra para a história do rádio como um dos maiores nomes de todos os tempos, o homem “sorriso do rádio”, o dono do famoso grito de alegria: “Oi gente!”.

Vamos homenagear nesta noite Eli Corrêa. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem. (Palmas.)

 

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O SR. ELI CORRÊA - Com a benção do padre Juarez, boa noite. Bom, pessoal, se eu não fizer o  “Oi gente!” não é o Eli Corrêa. “Oi gente! Boa noite!”. (Palmas.)

Ouvindo todas as pessoas que aqui falaram, eu só posso ouvir realmente calado e aprender um pouquinho mais com cada um deles e dizer muito obrigado. É a segunda emoção que eu passo aqui nesse recinto, nessa Assembleia. A primeira foi em 87 quando recebi das mãos do próprio Paulo Barbosa Filho o troféu Imortal do Rádio, ao qual eu agradeço. E tantos anos depois, o Eli me oferece essa felicidade de mais um troféu, e eu só posso agradecer em primeiro lugar a Deus. E em segundo, a você, Eli, porque os troféus são tão importantes um quanto o outro.Você, por ser meu filho a quem eu passei um bom caminho para que você siga,  acho que você está seguindo o que é servir as pessoas, servir o próximo.Acho que isso é muito importante, o rádio se presta também a isto, claro, de estender sempre a mão a quem precisa. Então, vejo o seu trabalho sendo brilhante no rádio, e como Deputado. Não por ser meu filho, mas que você continue realmente trilhando não só na política como homem decente e honesto que eu penso ter ensinado a você a ser, assim como no rádio também pensando sempre no próximo.

Eu agradeço este troféu - agora em 2009 -, que é o segundo, já que o primeiro foi em 1987. E agradeço de coração por poder estar há 40 anos no rádio, 10 anos a menos que o Paulo, mas de qualquer maneira 40 é muito tempo. É ou não é? Então, obrigado a todos vocês, principalmente os da galeria. Melhor dizendo, o principal objetivo de cada um de nós é o ouvinte. Obrigado a todos. Obrigado a todos vocês de coração. Valeu! Obrigado, Eli. Obrigado, meu filho. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ELI CORRÊA FILHO - DEM - Antes de encerrar a sessão, eu gostaria de convidar também um grande amigo padre e radialista para que fizesse uso da palavra para sua mensagem ao “Dia do Radialista”, o padre Juarez de Castro. (Palmas.)

 

O SR. JUAREZ DE CASTRO - Eu já quero alertar vocês que vai ser bem rapidinho, não tenham medo. Eu sei que quando vemos padre e político pegarem em microfone, trememos de medo porque eles não vão parar nunca. Eu sei como é.

O doutor Murilo citou Camões e eu cito os Romanos que diziam: “Esto brevis et placebis”, ou seja, “Seja breve e agradará”. Então, eu vou ser breve.

Já que não tenho currículo, eu vou contar um pouquinho porque eu estou aqui. Primeiro, que eu acho justo que um padre esteja numa homenagem como esta porque foi um padre que inventou o rádio, o padre Landell de Moura que já foi citado. Um padre inventou o rádio. (Palmas.)

Acho que é bonito que se faça no Palácio Nove de Julho, na Assembleia Legislativa, uma homenagem como esta, porque segundo as estatísticas o Brasil só perde em audiência de rádio para a Argentina. A única coisa que perde para a Argentina também, mas só para a Argentina que nós perdemos em audiência de rádio. A Argentina em primeiro lugar, e nós em segundo lugar.

É muito importante que a gente faça essa homenagem. E eu queria parabenizar o Deputado Eli Corrêa Filho por isso, por fazer com que possamos mostrar e possamos evidenciar esse serviço tão importante no rádio, que o rádio faz, que o rádio continua fazendo e vai fazer sempre.

Eu queria dizer também porque eu gosto do rádio. Rapidinho. Eu não fui contratado por nenhuma emissora quando era criança como Paulo, como Eli. Sou de uma cidade mineira chamada Lavras, que deu dois grandes radialistas: o José Silvério, que ainda está, e o Antonio de Carvalho, que faleceu há pouco tempo. E eu gostava muito do rádio, e lá nós tínhamos uma só rádio, a Rádio Cultura. A Rádio Cultura não ia me contratar, e eu tive uma ideia então. Fui a um radiotécnico, e como se dizia lá em Lavras, “fiquei aporrinhando ele” até que junto com ele construíssemos um transmissor AM. E eu construí, fabriquei um transmissor AM e comecei a transmitir lá na minha cidade. Botei o nome de Rádio Taboca, porque Taboca era o nome de uma fazenda que o meu pai tinha. Meu pai era prefeito na época, e ele disse: “Você vai fechar essa rádio, porque senão a gente vai ser preso.” Assim, o meu pai lacrou a minha rádio, que eu ainda guardo até hoje. Ela está na minha cidade até hoje. Ela é uma caixa azul com duas válvulas que transmitiu durante muito tempo. E esse meu amor pelo rádio sempre, sempre foi crescendo, crescendo até no seminário. Como noviço e depois no convento sempre gostava do rádio, mas não podia fazer rádio, sempre escutava o rádio.

E aconteceu algo muito bonito: quando eu era padre aqui em São Paulo, eu tive que ir na Rádio América para conversar não sei o que com um padre lá. Passei pelo corredor da Rádio América e estava tendo um programa do Paulo Barbosa.O final do seu programa geralmente era ao meio-dia. Com o pessoal ali fora, eu passei pelo Paulo Barbosa e o Roberto Losan, grande nome do rádio.Passei, conversei e fui embora. Eu não conhecia o Losan e nem conhecia o Paulo Barbosa, embora os escutasse sempre. Depois eu vim saber que Roberto Losan sempre estava todo dia 28 de outubro lá em São Judas, e todos os outros dias 28 em que eu era padre, sempre ele vinha à sala pedir a benção. Eu lembrei que sempre abençoava aquele homem, mas não ligava a pessoa ao nome, e soube depois que Roberto Losan era esse grande radialista.

O Paulo Barbosa então perguntou ao Roberto Losan quem eu era, e a partir daquele dia eu fui apresentado ao Paulo Barbosa, que deu uma oportunidade de poder falar num microfone não mais na Rádio Taboca que foi fechada pelo meu pai, mas numa rádio, na Rádio América. Naquele dia então eu falei. A primeira participação que eu tive foi justamente - eu lembro muito bem disso - um debate com o ex-Governador Fleury para falar sobre a questão do Carandiru. Eu tinha preparado alguma coisa e depois mudei tudo que eu tinha para falar porque eu levei um susto porque era o ex-governador. Foi naquele dia então que ele me chamou e eu comecei no rádio. Mas, me marca ter começado não só ali no rádio, mas por ter começado uma grande e bonita amizade com Paulo Barbosa, uma grande e bonita amizade com toda a família do Paulo Barbosa, a quem eu agradeço pelo fato de ter me proporcionado aquele momento de estar no rádio. Uma paixão tão grande, e você nem sabia disso. Era uma paixão tão grande que eu tinha.

Continuei no rádio junto com o Paulo Barbosa, com a famosa imagem de Nossa Senhora Aparecida, que todos os dias ia para cada casa levando esperança e alegria. Paulo Barbosa sempre dizia que eu era seu filho, e agradeço mesmo por me considerar como filho, e digo ao Paulo Eugênio que nós vamos rachar a herança. Agora temos três, tem o Felipe, tem muita gente para essa herança.

Então, eu queria agradecer o fato de poder estar no rádio hoje. Fiquei com o Paulo Barbosa até abril deste ano quando ele foi para uma emissora que por enquanto ainda não aceita padres. Por enquanto não aceita padres. E aí eu tive uma outra alegria, que foi poder fazer o programa com o Eli Corrêa.

Eli Corrêa é esse ícone do rádio que todo mundo conhece. E eu tive a alegria de poder partilhar da mesma forma o microfone com Eli Corrêa. O Paulo me deixou como espólio para o Eli Corrêa, e eu fiquei junto com o Eli Corrêa. E ainda hoje às nove horas fazemos um grande momento do rádio na Rádio Capital e é o momento que eu tenho muita alegria. Na verdade eu divido o meu dia entre antes e depois desse momento que eu faço. Se as pessoas querem marcar comigo, eu digo sempre: “Depois da rádio ou antes da rádio?” Porque para mim é um momento muito importante ali, e não é em busca da audiência, em busca de ser também famoso, mas é em busca de também levar a palavra da esperança, o conforto, aquilo que todo radialista faz.

E eu estou muito feliz de poder cumprimentá-los e também estar neste meio. Hoje eu faço programa em três rádios. Acho que eu sou o único radialista que tem três rádios diferentes, concorrentes, e eu fazendo programa: a Nativa FM, às seis horas da manhã; a Rádio Capital, às nove horas da manhã e a Rádio Nove de Julho à noite também. Porque eu sei o quanto é importante falar e usar o rádio para evangelizar. A igreja sabe disso. As famosas locuções radiofônicas de João XXIII tornaram-se documentos, e a igreja sabe o valor que tem o rádio. Tanto é que temos uma emissora aqui em São Paulo, a Rádio Nove de Julho, que foi fechada pela ditadura, e que ficou lá esperando a hora de voltar para que continuasse a sua vocação de anunciar e de denunciar.

Então, eu queria homenagear todos vocês radialistas, e pedir que nunca parem, nunca parem de falar, nunca parem de falar. A Palavra de Deus diz o seguinte: “Se calar a voz dos profetas as pedras falarão”. Por isso nunca deixem que as pedras falem no lugar de vocês, falem sempre. Anunciem, denunciem. Depende de vocês. (Palmas.)

Depende de vocês a democracia, depende de vocês a tolerância, depende de vocês a solidariedade. Depende mesmo. Sintam-se mesmo cheios de valor. Realmente, não é porque é uma homenagem que fazemos hoje que nós falamos palavras bonitas, é a realidade.

E eu não sei homenagear, eu sei abençoar. Padre, vamos dar um benção junto aqui para o pessoal! Vem aqui comigo, padre. Vem cá. Não me importa qual religião, e não me importa que religião você participa, ou se tem religião. O que importa é que eu queria dar aquilo que eu tenho. Ouro e prata eu não tenho, dizia os apóstolos quando pediram. Ouro e prata eu não tenho, mas o que eu tenho vos dou. Então, ouro e prata nós não temos, não é, Padre Robson, da Paróquia Santa Inês de Embu das Artes? Ouro e prata nós não temos, mas temos e damos as benções. Permitam abençoar vocês, e depois nós vamos rezar um Pai Nosso, que é um jeito de agradecermos a Deus por tudo que nós temos pelo rádio, e pelo rádio é que vocês falam.

“Deus, nosso Pai, nós vos pedimos hoje, no dia que celebramos São Mateus grande apóstolo, evangelista que escrevendo o Evangelho fez com que a salvação pudesse entrar nas nossas casas. Pedimos da mesma forma, Senhor, que abençoai cada um desses vossos filhos e filhas para que eles nunca se cansem de falar, nunca se cansem de informar, de anunciar, de denunciar. Fazei, Deus todo poderoso, que cada um desses filhos e filhas, tornem-se verdadeiros mensageiros da justiça, da solidariedade, do amor, do respeito, da tolerância. Que venha sobre cada um de nós, sobre cada um desses vossos filhos, a benção que nunca deixa, que nunca permita que se canse. A benção de Deus todo poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém”.

Nós vamos rezar o Pai Nosso, não precisa dar a mão por causa da gripe do porco: “Pai Nosso que estás no céu. Santificado seja o vosso nome. Vem a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixei cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.” Deus abençoe a todos. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ELI CORRÊA FILHO - DEM - Gostaria de agradecer a todos pela presença nesta justa homenagem ao “Dia do Radialista e o Dia do Rádio”.

Deixo um abraço especial a todos da galeria e ouvintes de rádio, um grande abraço a todos.

Esgotado o objeto da presente sessão esta Presidência agradece as autoridades, a minha equipe, aos funcionários dos serviços de Som, da Taquigrafia, de Atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da Imprensa da Casa, da TV Legislativa, das assessorias policiais Civis e Militares, bem como a todos que com a sua presença colaboraram para o êxito desta solenidade.

Está encerrada a presente sessão. (Palmas.)

 

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- Encerra-se a sessão às 22horas e39 minutos.

 

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