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04 DE MAIO DE 2012

052ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO e OLÍMPIO GOMES

 

Secretário: OLÍMPIO GOMES

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Discursa acerca da falta de efetivo e de viaturas da Polícia Militar em Mongaguá. Apoia o abaixo-assinado, com 1.047 assinaturas da população do município solicitando segurança. Explica que o documento requer ampliação de contingente de policiais militares. Informa que o número desses profissionais de segurança, antes ampliado nos períodos de férias e de feriados, foi reduzido. Faz leitura do teor do abaixo-assinado. Solicita a ampliação de efetivo policial para a região.

 

003 - OLÍMPIO GOMES

Parabeniza o comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, Roberval França, pela reversão de decisão acerca do uso de colete a prova de balas. Explica que a determinação permite a utilização do instrumento de proteção balística por cima da farda. Recorda que a justificativa anterior era que o equipamento sugeria uma imagem repressora da PM. Frisa que a atual decisão foi baseada em pareceres técnicos e médicos. Discorre sobre a importância do colete na preservação da integridade policial. Fala sobre as controvérsias da legislação, que obriga a utilização desse item de proteção para os seguranças particulares, mas faculta aos policiais.

 

004 - Presidente JOOJI HATO

Comunica a morte de José Perez, conhecido como Tinoco, da dupla Tonico e Tinoco. Apresenta condolências à família do artista.

 

005 - EDSON FERRARINI

Critica a demora no sistema de pagamento por precatórios. Combate a utilização, pelo Poder Público, de dinheiro decorrente de juros de depósitos na Justiça, defendendo que a quantia, por direito, pertence ao cidadão. Critica a porcentagem prevista na PEC federal 200 para precatórios. Lamenta a dificuldade do cidadão de reaver o seu dinheiro. Faz paralelo entre a obrigatoriedade dos cidadãos de pagar tributos e a do Estado de cumprir com os precatórios.

 

006 - OLÍMPIO GOMES

Assume a Presidência.

 

007 - JOOJI HATO

Relata a morte de cachorro baleado por agente penitenciário de Hortolândia. Lamenta a violência cometida contra animais. Faz convite para o "pedágio nacional", promovido pelo movimento "Crueldade nunca mais", com objetivo de coletar assinaturas solicitando leis mais severas a quem pratica tais crimes. Recorda casos que retratam esses maus tratos. Comenta a importância de projeto de lei, de sua autoria, que prevê a criação de delegacias de proteção aos animais. Discorre sobre a importância da convivência com animais domésticos.

 

008 - CARLOS GIANNAZI

Comenta matéria do jornal "Folha de S. Paulo", acerca do atraso de salários de professores da rede estadual de ensino. Afirma ser prática recorrente do Governo do PSDB no Estado. Cita relatos do magistério estadual a respeito desse atraso. Exige providências imediatas do Governo acerca do assunto. Fala sobre o requerimento da Comissão de Educação, que convoca os Secretários Estaduais de Educação e da Fazenda, para esclarecimentos sobre o tema.

 

009 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

010 - EDSON FERRARINI

Apoia a iniciativa do Deputado Jooji Hato sobre projeto que prevê a criação de delegacia de proteção aos animais. Recorda sua tentativa de instituir secretaria especializada em motocicletas. Destaca a importância da criação dessa secretaria, em decorrência do aumento da frota. Discursa sobre a importância dos animais para a sociedade. Fala de seu convívio com cães.

 

011 - OLÍMPIO GOMES

Comunica a realização de audiência pública em Santa Rosa do Viterbo, para debater a segurança pública local. Informa a realização de evento semelhante em Pirangi, como integrante da Frente Parlamentar em Defesa da Segurança Pública. Fala do questionamento de policiais militares sobre o destino dos "palmtops". Comunica que solicitou requerimento de informação acerca do assunto.

 

012 - CARLOS GIANNAZI

Comunica que esteve em diligência no Hospital do Servidor Público Municipal. Critica a falta de estrutura e o atendimento na mencionada entidade. Cita matéria veiculada pela mídia, acerca de denúncia envolvendo o hospital Dr. Waldomiro de Paula, em Itaquera, que registrou drástica redução no atendimento. Faz críticas às consultas realizadas por residentes sem acompanhamento de médico responsável nesse local. Acrescenta que o Hospital do Servidor Público Estadual enfrenta os mesmos problemas.

 

GRANDE EXPEDIENTE

013 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, comenta acerca de campanha nacional para que a Presidente Dilma Rousseff vete o texto do novo Código Florestal. Critica a aprovação desta matéria no Congresso Nacional. Explana que diversos pontos aprovados prejudicam a preservação do meio ambiente. Cita a conferência Rio+20 como evento importante acerca do assunto. Alerta que caso não haja veto, o país será desmoralizado neste evento perante a comunidade internacional. Clama à Presidente para que cumpra promessa de campanha e vete a matéria.

 

014 - CARLOS GIANNAZI

Requer o levantamento da sessão, com anuência das lideranças.

 

015 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 07/05, à hora regimental, sem ordem do dia. Lembra a realização das seguintes sessões solenes: hoje, às 20 horas, para comemorar o "Dia do Psicanalista"; e em 07/05, às 10 horas, para homenagear "Heróis da Força Expedicionária Brasileira". Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - OLÍMPIO GOMES - PDT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa e telespectadores da TV Alesp, temos acompanhado no Estado de São Paulo, várias reclamações acerca da falta de efetivo da Polícia Militar e de viaturas policiais.

Hoje, recebi em meu gabinete, e já venho me comunicando com eles há algumas semanas, a Associação de Moradores de Mongaguá, inclusive temos duas pessoas acompanhando os nossos trabalhos e que nos trouxeram um abaixo-assinado com 1.047 assinaturas da população de Mongaguá, o que não acho pouco devido a representatividade que existe no município, o professor Alex e a Conceição de Moraes, respectivamente da região central de Mongaguá e do bairro Flórida Mirim.

Esse abaixo-assinado que, inclusive foi encaminhado para a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, traz devidamente expresso os dados dos assinantes e cobra do Governo do Estado a ampliação de contingente de policiais militares, da frota de viaturas e de bases da Polícia Militar.

A população de Mongaguá vem acompanhando há alguns anos o aumento de efetivo da Polícia Militar no período de carnaval e férias escolares, mas diante dos dois últimos anos, a população percebeu que não faz sentido o aumento de contingência somente nesses períodos.

O que a população de Mongaguá está solicitando, inclusive a cidade está crescendo, tem ampliado o comércio, tem atividade ao longo do ano inteiro, portanto passa a ser uma cidade que tem uma vida pujante de forma permanente é necessário que o Estado tenha outro olhar também para o atendimento dessa população.

Hoje, nos trouxeram aqui, o Alex Marcelo dos Santos, que é professor e mora na região central de Mongaguá, e Conceição Morais, que mora em Flórida Mirim - e essa reclamação é de toda a Cidade de Mongaguá - um abaixo assinado da população de Mongaguá.

Sr. Presidente, estamos aqui com o abaixo-assinado e queria que já fosse notificado o Secretário de Segurança Pública dessa demanda na idade de Mongaguá.

Vou ler aqui um trecho do referido abaixo-assinado: “Nós cidadãos abaixo-assinado, brasileiros, residentes ou domiciliados na Cidade de Mongaguá, São Paulo, solicitamos através do aperfeiçoamento do atendimento policial prestado ao município através do serviço telefônico 190...” inclusive, Deputado Olímpio Gomes, a grande reclamação que está se colocando é que quando se liga para o 190 - em 190 Mongaguá - há o atendimento da ligação, mas as justificativas são de que “não podemos fazer o atendimento por falta de contingente humano e, também, de viaturas, que estão com número insuficiente para atender à solicitação dos cidadãos”.

Então, já está diagnosticado que tem falta de efetivos da Polícia Militar, como também a falta de viaturas.

 “... e maior contingente de policiais e viaturas, principalmente durante feriados prolongados e períodos escolares. Já neste ano o serviço se mostrou incapaz de atender à demanda de ocorrências no município, muitas ligações ao serviço 190 deixaram de ser a tendidos e aqueles que conseguiam se comunicar com a PM eram informados de que todas as viaturas estavam ocupadas e que a prioridade de atendimento estava sendo dada aos casos de extrema necessidade”.

Sr. Presidente, com isso encerro minha fala, mais uma vez agradecendo o Alex Marcelo dos Santos, Professor da Cidade de Mongaguá, e a Conceição, bancária residente em Florida Mirim, também na Cidade de Mongaguá, que vem até a Assembleia Legislativa trazer uma demanda efetiva da Cidade de Mongaguá, dizendo que falta policiamento, falta policiamento, falta viatura, falta ampliação do efetivo. Portanto, vamos encaminhar essa solicitação à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, cobrando providências. Muito obrigado por vossa presença.

Sr. Presidente, gostaria que cópia dessa solicitação de ampliação de efetivo fosse enviada à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Muito obrigado Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - É regimental o pedido de V. Exa., Deputado Luiz Claudio Marcolino. Que a ATL faça essa comunicação. Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cauê Macris. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes, pelo tempo regimental.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente em exercício, Deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, telespectadores da TV Assembleia, inicialmente quero cumprimentar o Comandante Geral da Polícia Militar Coronel Roberval, pela decisão que tomou, revertendo uma danosa determinação do comando anterior que obrigava os policiais militares a usarem o colete de proteção balística, comumente chamado de colete a prova de balas, por baixo da camisa, ou da gandola de serviço. A unanimidade dos policiais, principalmente no interior e em regiões mais quentes - no litoral onde temos regiões de altas temperaturas - reclamava do incômodo e até da dificuldade do cumprimento dessa determinação, desenvolvendo processos alérgicos na pele pelo contato direto do forro do colete de proteção balística com o corpo. Diziam, os então comandantes, que esteticamente era mais favorável porque não mostrar ostensividade no colete tirava o caráter agressivo do policial. Deputado Ferrarini, oficial da nossa Polícia Militar com tantos anos de dedicação à causa, eu não conseguia entender qual era o objetivo disso.

Participei de uma manifestação em uma estrada, quando houve o fechamento do Frigorífico JBS, em Presidente Epitácio, e estavam presentes os policiais rodoviários e a Força Tática da região, que tinha uma temperatura amena de 40º graus à sombra, e o local estava sem sombra, mas os policiais estavam derretendo com aquela condição insalubre.

Agora o Coronel Roberval, toma a feliz decisão, baseado em pareceres técnicos do uso de coletes e em pareceres médicos e dermatologistas, que se retorne a utilizar o colete sobre a camisa ou sobre a gandola, num processo muito mais higiênico e até confortável para o policial. Sem tirar nenhum grau de segurança pelo uso do colete.

Então, meus cumprimentos ao Coronel Roberval e ao Comando da Polícia Militar por tomarem essa medida, que ficou parecendo ser um castigo para a tropa, alias, é fácil assinar uma determinação, difícil é cumpri-la. Aqueles que assinaram essa determinação, eu os via em solenidades como grandes executivos de polícia que assim se denominavam, sem coletes. É muito fácil assinar dizendo, para o soldado é bom, mas para mim não.

Agora eu vejo como uma medida salutar que vai melhorar pelo menos a condição de trabalho para o policial naquele instante. Não se discute a importância de uso do colete de proteção balística porque é um equipamento fundamental para a preservação da vida do policial. Na condição de trabalhador privado, da segurança privada, por exemplo, na luta sindical esses trabalhadores já conquistaram na legislação a determinação, da empresa ou do patrão, a obrigatoriedade de dispor como equipamento de proteção individual, o colete.

Para a Polícia ainda não é porque o Estado dispõe se quiser e com isso já temos falta de coletes e, em algumas circunstâncias, os policiais estão se revezando em seu uso.

Essa medida que aparentemente é uma coisa simples, se vai por dentro da gandola ou se vai por fora, para o homem que trabalha doze horas dentro de uma viatura ou no patrulhamento a pé, a condição de salubridade, de higiene e de bem estar mínimos, são preservadas com essa decisão sensata do Coronel Roberval.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Samuel Moreira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Jr. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini.

Esta Presidência, em nome de todos os Srs. Deputados, trago aqui uma notícia não muito alegre, mas com votos de pesar, de condolências a José Perez, mais conhecido como Tinoco. Ele morreu nesta madrugada no Hospital Municipal Dr. Ignácio de Proença de Gouveia, na Mooca. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, ele deu entrada no hospital na noite de quinta-feira com insuficiência respiratória, e morreu hoje de madrugada. Tinha 91 anos, alegrou todo o povo brasileiro com suas músicas, junto com Tonico. Ele foi alegria.

Descanse em paz, caro amigo Tinoco. Nossos profundos sentimentos de pesar às famílias, amigos e a todo o povo brasileiro, que sempre o amou e admirou.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente, nobre Deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, estamos na época do Imposto de Renda vendo a sanha, a vontade devoradora do leão para nos cobrar. Se você esquecer qualquer coisa, o computador vai buscá-la e por aí afora. Mas e os precatórios, essa vergonha nacional, essa vergonha estadual, essa vergonha municipal, o que está acontecendo?

Você tem que pagar a sua dívida, mas se o Estado dever para você, você não pode cobrá-lo. Precatório é uma dívida que o Estado tem com você; a dívida foi para a Justiça, o juiz determinou, o Supremo Tribunal determinou que o dinheiro é seu; a Justiça tem que lhe pagar e o Estado diz: “Não, deixa isso para lá, isso vai virar precatório.” Quer dizer, se você não morrer até lá e chegar a sua vez, você recebe.

Estamos vendo coisas muito sérias; vamos voltar a tratar desse assunto, porque estamos vendo que o dinheiro está sendo depositado no Tribunal de Justiça, lá onde estão os juízes. Os juros estão sendo usados, o Tribunal não paga a quem tem direito, porque diz que não tem gente para atender, a burocracia é muito grande, mas os juros estão sendo usados lá na Justiça para reformar prédios, comprar prédios, enfim alguma coisa que diz respeito ao cidadão. Vamos entrar mais a fundo nesse assunto, porque o cidadão tem um precatório, é um direito seu. Ele comprou a sua casa, o Metrô passou por ali e ele não recebe a indenização. Você ganhou uma ação do Estado, você tinha direito a uma ação trabalhista que você ganhou do Estado. É um direito que você tem. Você gastou com seu advogado, você entrou com ação, o Estado perdeu a ação, mas diz: “Não pago você. Dane-se você.” É um calote, é uma vergonha, é o Estado caloteiro, é o município caloteiro, é a nação caloteira.

Isso justifica o que um dia de Gaulle falou, que o Brasil não era um país sério. Agora, não é mesmo um país sério porque ainda se votou lá em Brasília uma PEC, de autoria do Senador Renan Calheiros. Esse não trabalha a favor do povo, não. Esse trabalha contra. A PEC 200, de sua autoria, limita em 2% só do Orçamento do Estado para pagar precatório; 1,5% da receita dos municípios é o pagamento das dívidas judiciais. Se você pudesse fazer o mesmo... Se o Estado está me cobrando IPVA, IPTU, Imposto de Renda só vou pagar com 2% do meu Orçamento, ou só vou pagar com 1,5 por cento. Se você fizer isso eles penhoram a sua casa, penhoram tudo o que você tem. Agora, o Estado lhe deve e, descaradamente, ele não paga e transforma isso em precatório. E para receber é a maior luta. Você entra no site do Tribunal de Justiça e tem que buscar o advogado da causa, a que há 20 anos você deu entrada. O advogado já morreu, sumiu.

Precatório é uma das maiores vergonhas deste País. A Presidente Dilma não fala nada sobre o assunto. Governador Geraldo Alckmin, precisa pagar os precatórios. Prefeito Gilberto Kassab, os precatórios precisam ser pagos. É mais um calote, é mais uma vergonha. Que descaramento! É seu o dinheiro.

Tenho precatórios para receber, eu, cidadão Edson Ferrarini. Mas você não consegue receber. Você não tem como receber. Já estou 12 anos na fila. Você se vira, paga Imposto de Renda, paga o que deve, para não ter o nome na Serasa, no SPC. Mas o Estado me deve, e isso é precatório, essa vergonha. Vamos tratar desse assunto com muita seriedade. E você, meu amigo, pode crer, vamos buscar solução para esse problema. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.)

 

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- Assume a Presidência o Sr. Olímpio Gomes.

 

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O SR. PRESIDENTE - OLÍMPIO GOMES - PDT - Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Cardoso Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, infelizmente temos mais um caso de maus tratos de animais.

Mais um crime cometido contra animais, desta vez um cachorro baleado por um agente penitenciário, na Cidade de Hortolândia, no interior do Estado de São Paulo. O animal levou três tiros e chegou a ser socorrido. Passou por uma cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos. Segundo moradores da região, o animal vivia abandonado pela rua. O agente penitenciário teria atirado três vezes contra o cão, sem nenhum motivo aparente.

A vizinha do suspeito, a Senhora Nilda Lima Quevedo, relata que estava na residência dela por volta das 23h30, quando ruídos lhe chamaram a atenção. "Parecia um barulho de chumbinho, mas escutei o cachorro agonizando e fui para frente de casa ver o que era", lembra.

Ela diz que, após mais um disparo, o homem ainda teria arrastado o animal pelo asfalto, pendurado na porta de um carro. "Depois, o agente penitenciário jogou o cachorro por cima de uma grade e disparou mais um tiro", explica. Segundo Nilda, o suspeito a ameaçou diversas vezes. "Quando ele me viu, disse para eu não denunciar, pois teria problemas com ele", conta.

Além de dar três tiros no cachorro, o suspeito ameaçou e tem ameaçado os vizinhos e as testemunhas. A Polícia Civil abriu inquérito pelo crime de maus-tratos e para investigar a ameaça aos vizinhos. É por isso que precisamos de leis mais severas e da Delegacia Especial, pois assim haveria respostas do Poder Público para demonstrar seu interesse em proteger os animais.

Parabenizo a senhora Nilda Lima Quevedo, que teve a coragem de denunciar. Quero dizer-lhe, com todo o respeito e toda a gratidão, que ela dá um exemplo a todos nós, para que outras pessoas façam o mesmo, que tenham a mesma coragem, para que possamos trazer a este País mais ordem pública e mais respeito à vida.

O movimento “Crueldade Nunca Mais” convida todos que gostam de animais e querem protegê-los a participarem do pedágio nacional, que tem o objetivo de coletar assinaturas no dia 5 de maio, a partir das 10 horas, no vão livre do Masp, na Av. Paulista. Gostaria que todos participassem. Queremos leis mais severas para quem maltrata os animais. Não dá para aceitar casos como esse.

Inclusive, quero enaltecer a imprensa por ter publicado a matéria. Na Vila Mariana, uma senhora matou muitos animais, gatos, cães. Com crueldade, ela sacrificava os animais e os jogava no lixo. Em Piracicaba, uma pessoa arrastou o seu cachorro por vários quilômetros, deixando-o agonizar, e foi embora. Na Av. Tancredo Neves, uma senhora jogou o seu animal pela janela do carro - talvez, porque tenha envelhecido ou porque estava doente. Já houve “n” casos de maus-tratos a animais que não podemos admitir.

Caríssimos deputados, se esse projeto da Delegacia Especial for aprovado, certamente, irá ajudar no combate às crueldades aos animais. Tidos como irracionais, eles fazem companhia, dão amor e carinho, ajudam a criar os filhos, proporcionam defesa no mar de violência que vivenciamos hoje, sem precedentes na história. Ontem, na Rede Globo, uma senhora disse que não consegue nem ir à padaria sem ser atacada, sem ser assaltada, sem ser molestada.

Os cães nos dão a sensação de segurança, diminuem a depressão, diminuem a ansiedade, fazem companhia. Ninguém pode maltratá-los. É por isso que a Delegacia de Proteção a Crimes e Maus-Tratos contra os Animais tem que ser respeitada. A vida tem que ser respeitada. Muito obrigado.

 

O Sr. Presidente - Olímpio Gomes - PDT - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, na data de hoje o jornal “O Estado de S.Paulo” publicou a matéria sobre denúncias que nós, constantemente, fazemos aqui na Assembleia Legislativa. O título da matéria é “São Paulo atrasa salário de professores”, dando conta de que o Estado continua atrasando o salário dos professores da rede estadual de ensino. Gostaria de registrar que essa é uma prática antiga dos governos do PSDB no Estado de São Paulo. O PSDB já governa este Estado há 17 anos praticamente e, até o final deste Governo, teremos 20 anos de PSDB no Estado de São Paulo. O PSDB sempre se vangloriou de ser o partido da competência e da gestão administrativa. Só que quando é para beneficiar os servidores e a população, essa competência administrativa não funciona nem um pouco. Há 17 anos que o PSDB vem cometendo o mesmo erro que tem prejudicado milhares e milhares, não só de professores, mas de vários servidores do Estado de São Paulo.

Temos na matéria do jornal relatos de professores e professoras, servidores da Educação, que estão há quatro, cinco meses sem receber os seus salários. Esses professores estão sendo agredidos, afrontados e violados no direito básico, que é o seu salário. Essa denúncia já foi feita no início do ano, o Governo tinha se comprometido a resolver o problema, e até agora nada. Os professores continuam sem receber e são milhares de professores nessa situação. Os salários já são baixíssimos e aviltantes, e o vale-refeição, até ontem, era de quatro reais. Só agora que o Governador aumentou para R$ 8,00, que ainda está muito aquém do pagamento de uma refeição para um servidor público do nosso Estado.

Mas a matéria dá conta exatamente disso e existem relatos importantes como, por exemplo, da professora de Língua Portuguesa, Carina Siqueira, de 24 anos, que dá aulas na Escola Maria Isabel Fontoura, na zona rural em Cachoeira Paulista, interior de São Paulo. Ela atua na rede há mais de cinco anos como contratada. Seu último contrato, com vigência de um ano, foi firmado em setembro - mesmo sem passar por renovação, não recebeu ainda o seu salário. Temos outros relatos, como o da professora dizendo que o caso não é isolado. Janice Aparecida Silva, de 40 anos, professora desde 1991, chegou a receber em fevereiro após muitas reclamações. Nos meses seguintes, entretanto, ficou sem ver o dinheiro. Ela diz “Não consegui comprar os remédios que são de uso contínuo. Ninguém explica nada. Na escola, a culpa é da secretaria. Na diretoria de ensino, é da secretaria, que diz que a culpa é da Fazenda”, e diz que está de licença médica. No mês de maio, o pagamento apareceu no holerite, mas abaixo do que ela tem direito.

É um descaso generalizado com os servidores da Educação. Há muitos professores que não recebem desde o início do ano letivo, mas há os que não recebem desde o ano passado - outubro, dezembro. É um absurdo, uma afronta não só à dignidade dos professores, mas também à própria Educação do Estado de São Paulo, aos cinco milhões de alunos matriculados. Como exigir que um professor tenha dedicação e consiga oferecer qualidade de ensino se nem salário ele recebe? Além dos baixíssimos salários, das precárias condições de trabalho, de violência nas escolas e de todas as dificuldades para que um professor possa exercer a sua atividade pedagógica numa escola estadual, ele tem de conviver com os atrasos, com essa incompetência administrativa. Diria que nem é incompetência administrativa do Governo do PSDB, mas é descaso, irresponsabilidade, leviandade com os servidores da Educação.

Mais uma vez, utilizamos a tribuna da Assembleia Legislativa para exigir que o Governo Estadual tome providências imediatas em relação a este fato e regularize os pagamentos dos servidores da Educação. Isso é muito fácil de ser resolvido. Temos a informática para quê? Cada vez mais estamos modernizando os sistemas de pagamento com a informatização, no entanto no Estado de São Paulo estamos ainda no Século XIX. Um absurdo! Quando interessa, o Governo resolve. Quando não interessa o Governo vai tocando com a barriga, prejudicando assim milhares de professores que estão lecionando sem receber. É uma denúncia grave.

Foi por isso que encaminhamos requerimento à Comissão da Educação, da qual faço parte inclusive como membro titular, exigindo a convocação do Secretário da Educação, que tem de explicar isso também na Assembleia Legislativa. Vamos pedir ainda a convocação do Secretário da Fazenda para também explicar o porquê de tanto atraso, aliás, um atraso histórico.

Por que o PSDB maltrata tanto os professores da Rede Estadual de Ensino? Por que tanto descaso com o magistério estadual? Nós não vamos permitir isso.

Portanto, estamos pedindo a convocação do Secretário da Educação e vamos encaminhar agora um requerimento ao Secretário da Fazenda pedindo para que venha também à Assembleia Legislativa explicar esta afronta a um direito básico de um servidor, de um educador, que é receber em dia o seu salário.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Leci Brandão. (Pausa.)

Esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Samuel Moreira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini.

 

O SR. EDSON FERRARINI - PTB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, amigos da TV Alesp, estou vendo a luta do Deputado Jooji Hato pela criação de uma Secretaria que cuide dos animais. Esta iniciativa é muito válida. Eu também já tentei criar uma Secretaria especializada em assuntos de motocicletas, uma delegacia que a Polícia Civil tivesse só para cuidar de acidentes de moto, de roubo de moto. Contudo, a ideia não foi aceita. Mas esta dos animais é muito interessante.

Vossa Excelência relatou mais um caso de maus tratos a animais. Numa cidade do interior um cachorro é morto a tiros. De fato algo trágico.

Agora quero falar do idoso. Quando o idoso está muito só, nós psicólogos o aconselhamos a ter um animal - um gato, um cachorro - para lhe fazer companhia, para diminuir a sua solidão. E por que ter um cachorro em casa? Um cachorro ajuda você a educar o seu filho. Com a sua docilidade, um cachorro lambe a mão seja de um doente, seja de uma rainha com seus anéis de brilhantes. Ele lambe com o mesmo amor.

Essa lição de resignação, essa lição de amor que um simples cachorrinho dá ajuda você a educar o seu filho. Portanto, este respeito aos animais é uma virtude.

Minha filha tinha um vizinho, cuja esposa era falecida. E tinha uma cachorrinha que dera cria a cinco filhotinhos, e naquele momento de desespero ele iria afogá-los. A minha filha conseguiu quatro pessoas para adotar os filhotes, mas o que restou foi para a minha casa. Em um primeiro momento tive dificuldade em aceitar a situação, mas posteriormente fiquei comovido com o belíssimo gesto da minha filha e fui cativado pela cadelinha.

Um cachorro vive em média 14, 15 anos. Já com idade avançada, a nossa cadelinha começou a apresentar alguns problemas como diabetes, dificuldades de locomoção e câncer. Lembro-me dos cuidados que tive com ela acerca da alimentação, medicação e idas ao veterinário, com essa atitude eu despertava positivamente a atenção das minhas filhas. Infelizmente a cadela faleceu, porém com muita dignidade.

Através desses cuidados, eu coloquei no subconsciente das minhas filhas que, ao envelhecer e apresentar os problemas característicos de uma idade avançada, gostaria de ser tratado com a mesma dignidade que eu tratei a nossa amiga canina, e não ser jogado em um asilo como muitos filhos fazem com seus pais. A nossa cadelinha, a Bianca, ajudou-me a ensinar as minhas filhas a ter solidariedade e amor. Os animais têm um aspecto muito importante. Um animal pode ajudar a dar bons exemplos e auxiliar na educação de seus filhos.

O seu projeto, Deputado Jooji Hato, é muito bom. Pode contar com o nosso apoio e solidariedade, pois é necessário que seja criada uma delegacia especial para tratar desse problema. Colocaremos esse projeto em pauta e batalharemos por ele da mesma maneira que temos batalhado pela criação de uma delegacia especializada em motocicletas, pois diante do crescimento assustador desses veículos não podemos permitir que eles sejam assistidos por uma delegacia de ordem geral. Parabéns, Deputado Jooji Hato, e vamos continuar nessa mesma luta.

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência agradece as palavras do nobre Deputado Edson Ferrarini, e acredito que o movimento de proteção aos animais ganhou hoje, mais uma pessoa que os ama. As pessoas que amam os animais são boas e com certeza o Deputado Edson Ferrarini não foge a essa regra. A partir de agora aumentou ainda mais a minha admiração pelo nobre colega que possui no bojo do seu coração a fraternidade, o amor e a solidariedade.

Em nome de todo o movimento Crueldade Nunca Mais, agradeço as suas palavras e a todos aqueles que nos apoiam.

Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa e cidadãos que nos acompanham pela TV Alesp, terminando essa sessão me deslocarei para Pirangi onde teremos mais uma audiência pública pela Frente Parlamentar em Defesa da Segurança Pública a qual presido nesta Casa. Convido a população de Pirangi a comparecer e manifestar o seu posicionamento sobre a segurança no município e na região.

Na última sexta-feira, tivemos uma audiência pública semelhante em Santa Rosa do Viterbo onde ficou mais do que claro a falta de policiamento ostensivo, a falta de estrutura da Polícia Civil e o grave problema de ser mantida naquela cidade uma cadeia pública que leva e eleva o grau de insegurança para aquela população. E pela Frente Parlamentar da Segurança Pública nos últimos dois anos já realizamos mais de 50 audiências públicas nas Câmaras Municipais, deliberando a partir daí agendamentos com o Governo do Estado, com o Governo Federal quando há intervenção da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, do Ministério Público e assim por diante.

Sr. Presidente, tenho recebido inúmeras manifestações de oficiais de Praça da PM me perguntando o seguinte: Deputado cadê os palmtops? Logicamente está sendo feita uma ampla investigação pela PM em função de licitações, de aquisições de equipamentos de tecnologia da informação. Foram adquiridos 11750 tablets e que de soldado a coronel acabaram me denunciando “olha não funciona, isso é mais um trambolho que foi para nossas mãos.

Foi comprado a um preço elevado, tem um contrato de utilização do chip da Vivo no valor de 4,5 milhões/ano, e esses tablets não funcionam. E a partir do meu encaminhamento o Secretário da Segurança Pública tomou as providências necessárias em relação à determinação de apuração dos fatos, o novo Comandante Geral da PM oficiou ao tribunal de contas, no dia 13 de abril, pedindo um acompanhamento e uma auditoria do Tribunal de Contas. Mas a partir dessas manifestações oficiais de praça estão me questionando: “cadê os palmtops?”.

Em 2009 e 2010 foram comprados alguns milhares de palmtops e de repente foram recolhidos esses aparelhos e ninguém sabe onde estão os palmtops. E também equipamento de alta tecnologia para ser um apoio para o policial no serviço operacional do soldado ao coronel, como o tablet, bonito na hora de fazer uma propaganda. Com os tablets, então, colocaram o Governador dentro de uma viatura, e ele se sentiu ali na sala do túnel do tempo do seriado “Perdidos no espaço”, podendo alcançar, podendo visualizar e a imediata identificação de um cidadão, ou de uma placa de um automóvel. Mas na hora que vai para o dia a dia, também, segundo oficiais e praças, não funcionaram.

E agora, esses mesmos oficiais e praças, dezenas e dezenas, pela Internet, por telefone, bronca pessoal, estão perguntando: “Deputado, e os palmtops? Cadê os palmtops? Será que viraram sucata?” Segundo informação dos oficiais e praças não foram redistribuídos para serviços administrativos.

Então, Sr. Presidente, da mesma maneira que em relação aos equipamentos de tecnologia outros, farei na forma constitucional requerimento de informações a respeito das licitações que ensejaram a PM a adquirir os palmtops, o número de equipamentos que foram comprados, o preço deles na ocasião, a destinação, os critérios de distribuição, os relatórios de funcionamento e de eficiência desse equipamento e o por quê desse recolhimento, e mais, qual a destinação pós recolhimento?

Faço isso dentro das minhas obrigações constitucionais e antes até de legislar, sou um fiscal do orçamento.

Sr. Presidente, tenho certeza de que a grande maioria dos Deputados desta Casa comungam do mesmo pensamento.

Tranquilizo a todos vocês que têm entrado em contato conosco, comandantes, oficiais e praças, pois vamos perguntar, na forma da lei, também vou oficiar o Tribunal de Contas que é órgão de assessoramento do Legislativo, para que também se debruce sobre os contratos que encejaram a aquisição e destinação dos palmtops e vamos descobrir juntos, aonde foram parar esses palmtops da Polícia Militar.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência congratula o nobre Deputado Major Olímpio Gomes e deseja que ele tenha uma feliz reunião lá em Pirangi e que transmita o apoio de todos os Srs. Deputados desta Casa e estaremos orando para que aquele povo tenha mais segurança e mais ordem pública naquela cidade. Boa viagem, caro Deputado Major Olímpio Gomes.

Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi, pelo tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados e telespectador da TV Assembleia, na semana passada eu estive pessoalmente fazendo uma diligência no Hospital do Servidor Público Municipal do Estado de São Paulo, o principal hospital na Capital. Em tese, este hospital deveria atender os servidores do Município de São Paulo. Fazendo a diligência, entrando em algumas alas do hospital e, sobretudo conversando com os servidores que estavam ali para tentar algum tipo de atendimento, e também conversando com alguns funcionários, constatei mais uma vez o caos, o abandono e o descaso com a Saúde na Cidade de São Paulo.

Eu fiquei imaginando que, se o principal hospital da rede pública da Cidade de São Paulo está nessa situação, como estarão os outros? Os hospitais administrados pela Prefeitura de São Paulo como o da região do M’Boi Mirim, o Hospital do Campo Limpo e, inclusive, o Hospital Municipal de Itaquera tem uma denúncia gravíssima publicada no jornal “Metrô News” dizendo: “Consultas no Hospital Itaquera caem pela metade”. Eu me refiro ao Hospital Dr. Waldomiro de Paula que foi analisado pelo Tribunal de Contas do Município cujo parecer tem dados assustadores dizendo que as pessoas não estão mais procurando esse hospital para fazer consultas porque o atendimento é tão ruim, mas tão ruim, que a própria população prefere não ser atendida lá.

O parecer fala que falta médicos, funcionários, a demora no atendimento, o desempenho do Hospital é péssimo, é ruim. Olha a gravidade da situação, Sr. Presidente, para que um hospital público deixe de atender pessoas é porque a situação é muito grave. O descaso ali deve ser de calamidade pública.

Tenho certeza dessa situação no Hospital do M’Boi Mirim, no Hospital do Campo Limpo e de todos os hospitais da rede municipal de Saúde, porque não há seriedade nos investimentos e com isso a população mais pobre, a população mais carente, a população que mais precisa do atendimento na área da Saúde pública, fica marginalizada, excluída, correndo um sério risco de vida.

Na diligência que fiz no Hospital do Servidor Público, recebemos inúmeras denúncias que o servidor não consegue marcar uma consulta no guichê do hospital porque esse atendimento é por telefone, mas ele não consegue marcar porque a linha está sempre ocupada. Quando consegue uma linha, o atendente do outro lado manda aguardar. Ele fica de uma a duas horas esperando e cai a ligação. Quando volta a ligar, não consegue porque existe um horário de atendimento. Fora desse horário, por exemplo, no período noturno, não se marca consulta. Enfim, muitas consultas são difíceis de serem marcadas porque não tem médicos e muitos pacientes reclamaram que estão sendo atendidos por residentes sem o acompanhamento do médico responsável. Então esse é o quadro da saúde do Hospital do Servidor Público Municipal.

Digo aqui que o servidor público municipal paga por isso, porque paga nos impostos na cidade e paga também o Iprem, que é um instituto de previdência. Só que esse instituto não cuida só da Previdência; cuida também da assistência e da saúde. Então uma parte do valor dos 11% descontados no holerite do servidor público da Prefeitura de São Paulo é destinada ao Hospital do Servidor Público, só que na prática isso acaba não acontecendo. Não há investimento algum na saúde dos servidores públicos da Prefeitura de São Paulo e muito menos para a população da nossa cidade.

É um abandono total na área da Saúde. A situação não é diferente do ponto de vista do Estado. Os nossos hospitais estaduais também estão abandonados, sucateados, privatizados e terceirizados. Não é à toa que estamos assistindo e acompanhando a greve dos servidores públicos da Saúde estadual. A situação é tão grave também na Rede Estadual de Saúde que há uma greve que dura já um bom tempo. Apoiamos esse movimento porque ele está denunciando a falta de investimento na Saúde estadual e denunciando, sobretudo, a falta de estrutura para atender a população do nosso Estado. E a privatização, os hospitais públicos do nosso Estado que vem acabando com o Sistema Único de Saúde, que conquistamos com muita luta na Constituição Federal de 88, na sua aprovação. É inconcebível que tanto o Município de São Paulo como o Estado não estejam investindo na Saúde da nossa população.

Finalizo dizendo que a situação do Hospital Público do Servidor Estadual não é muito diferente da municipal. A situação é grave também, temos muitas denúncias sobre isso. Numa outra oportunidade volto a falar sobre o Hospital Público Estadual, que também está degradado e privatizado, a partir das terceirizações que vêm ocorrendo.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, gostaria de voltar a um assunto que já debati na semana passada, e nesta semana também, porque faz parte de uma campanha nacional, de um movimento nacional para que a Presidente Dilma vete o projeto de lei que foi, infelizmente, aprovado pela Câmara dos Deputados.

Refiro-me aqui ao projeto do Código Florestal. Ele já era ruim, já veio do Senado de forma muito tenebrosa, porque abria as portas para o desmatamento no nosso País, piorou com a aprovação e com as alterações feitas na Câmara dos Deputados alguns dias atrás. E agora só nos resta o veto da Presidente Dilma, que se comprometeu durante a campanha eleitoral a se colocar contra qualquer tipo de desmatamento e anistia aos desmatadores. Foi um compromisso de campanha, ela empenhou sua palavra e queremos conferir agora, porque a sua aliada no Congresso Nacional não seguiu essa orientação, ao contrário. A base aliada, juntamente com setores da oposição de direita - não oposição de esquerda, da qual nós fazemos parte, porque nós do PSOL somos oposição ao Governo Dilma, mas oposição pela esquerda, diferentemente do DEM, do PPS e do PSDB - representam a oposição conservadora, de direita. Somos oposição de esquerda ao Governo Dilma, como somos aqui na Assembleia Legislativa ao Governador Alckmin.

Mas o fato é que uma parte da base de sustentação do próprio Governo votou com os desmatadores, com o agronegócio e com a Bancada Ruralista para atender os interesses econômicos desses setores. Nós, logicamente, nos colocamos contra, tanto no Senado como também na Câmara dos Deputados. O fato é que o projeto foi aprovado e agora corremos um sério risco, tanto a geração atual como as gerações futuras, porque se esse projeto não for vetado integralmente pela Presidente Dilma, vamos dar uma lição ao mundo de desmatamento e de ataque ao meio ambiente, na contramão do que o Brasil vem se comprometendo a fazer, principalmente neste momento histórico, em que vamos sediar a Rio+20, a menos de dois meses da grande conferência internacional promovida pela ONU, sobre desenvolvimento sustentável.

Já sediamos aqui a Eco-92, um marco importante na luta ambiental. Agora vamos fazer parte de um outro movimento histórico, sediando a Rio+20. E o Brasil será desmoralizado na Rio+20, porque é a notícia de que a Câmara dos Deputados aprovou o projeto que autoriza o desmatamento, que anistia os criminosos, os desmatadores, e que beneficia apenas um pequeno setor do agronegócio e a bancada ruralista que, por sinal, financia as campanhas eleitorais de metade da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Eles injetam dinheiro nas campanhas, e por isso conseguiram aprovar o projeto. Uma boa parte do Congresso Nacional tem rabo preso com o agronegócio, porque recebe dinheiro, e aí, logicamente, tem que votar, tem que pagar o voto para o agronegócio.

Mas o Brasil vai pagar o mico, porque essa notícia já é internacional, foi publicada em todos os jornais do mundo, como um retrocesso na luta pelo desenvolvimento sustentável e pela preservação do meio ambiente.

Se a Presidente Dilma não vetar esse projeto imediatamente, o Brasil vai pagar o mico e será desmoralizado na Rio+20, quando teremos a presença de 180 países, nesse grande encontro em defesa da natureza, contra o aquecimento global, pelo desenvolvimento sustentável.

Nesse sentido nós nos filiamos, nós nos associamos a esse grande movimento da sociedade civil organizada, das pessoas críticas, das pessoas preocupadas com a defesa do meio ambiente, para exigir que a Presidente Dilma faça o veto integral desse projeto. É um absurdo, é um retrocesso para o Brasil. É um passo atrás a aprovação desse projeto, sobretudo se a Presidente Dilma sancionar o projeto. Aí será o fim, será uma desmoralização total.

Pior do que isso, é que colocaremos em risco a nossa geração e as gerações futuras. Eu me associo aqui, nós da Bancada do PSOL em todo o território nacional, à grande luta pelo veto ao projeto do Código Florestal, ao grande movimento Veta, Dilma! Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia, lembrando-os da Sessão Solene a realizar-se hoje às 20 horas, com a finalidade de homenagear o Dia do Psicanalista, solicitada pela Deputada Maria Lúcia Cardoso Amary, e da Sessão Solene de segunda-feira, às 10 horas, com a finalidade de homenagear os heróis da Força Expedicionária Brasileira, 2ª Guerra Mundial, solicitada pelo Deputado Olímpio Gomes.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 39 minutos.

 

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