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07 DE MAIO DE 2012

053ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO, CARLOS GIANNAZI e LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

 

Secretário: ALEX MANENTE

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - SEBASTIÃO SANTOS

Lê solicitação da Associação Esperança de Pescadores Profissionais e Artesanais do Pontal do Paranapanema acerca da cessão de uso de espaço da Usina de Rosana para produção de peixes em cativeiro. Comenta que o Ministério Público não está permitindo o uso desta área por ser de proteção ambiental. Cobra resolução do problema por grupo intersecretarial formado para tratar do tema. Pede pela inclusão desta Casa, através da Frente Parlamentar da Pesca, nas discussões do citado grupo.

 

003 - OLÍMPIO GOMES

Comenta sessão solene ocorrida hoje, nesta Casa, em homenagem aos heróis da Força Expedicionária Brasileira que atuaram na Segunda Guerra Mundial. Destaca a importância de reverenciar a memória dos soldados que lutaram neste conflito. Aborda a notícia da extinção de Delegacia de Crimes de Trânsito. Critica este fato, alegando que a atuação desse departamento vinha sendo positiva no combate a este tipo de crime. Questiona o fato desta medida ter sido realizada por meio de portaria. Clama pela reativação deste departamento.

 

004 - CARLOS GIANNAZI

Destaca que o combate à corrupção deve ser permanente. Cita a Comissão Parlamentar de Inquérito no Congresso Nacional que investiga supostos crimes cometidos pelo empresário Carlos Cachoeira. Dita que quase todos os grandes partidos nacionais podem ter relações ilegais com o citado empresário. Cobra mais ação desta CPI no sentido de apurar os fatos ocorridos e destacou a atuação do PSOL nesta questão. Clama pela instalação de CPIs nesta Casa para averiguação de supostos casos de corrupção ou mau uso do dinheiro público.

 

005 - ALEX MANENTE

Explana acerca da administração municipal de São Bernardo do Campo Cita diversas emendas orçamentárias, de sua autoria, em favor da cidade e que não teriam sido aceitas pela Prefeitura. Alerta que o processo eleitoral no Município não deve ser antecipado e não deve interferir nesta questão.

 

006 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

 

007 - JOOJI HATO

Lembra projeto de lei do Executivo, aprovado nesta Casa, acerca da proibição de venda de bebida alcoólica a menores. Tece comentários sobre a situação da violência no Estado. Critica a extinção de delegacias especiais que tem trabalho direcionado a crimes específicos. Clama ao Governador que não permita que isso ocorra, pois estes departamentos especializados têm papel importante no combate a violência.

 

008 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Traz denúncias acerca da atividade turística e pesqueira no Município de Ubatuba. Cita caso de construção de ponte sobre rio do local, acerca do qual a população solicitou modificação no projeto para que permitisse a passagem de barcos. Relata denúncia acerca de obra de saneamento da Sabesp na região, que teria sido autorizada mas não executada.

 

009 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

010 - CARLOS GIANNAZI

Critica atuação do Executivo em questões relativas aos servidores estaduais. Cita caso específico da SPPrev, que trata de assuntos relativos a aposentaria. Informa haver solicitado ao Ministério Público a investigação do tema. Critica o Governo Estadual no tocante a resolução do fato.

 

011 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência.

 

012 - JOOJI HATO

Cita aumento do número de mortes em acidentes envolvendo motociclistas na cidade de São Paulo. Comenta a implantação de radares para fiscalização de motociclistas que infringem o excesso de velocidade. Faz menção a projeto de lei, de sua autoria, que proíbe a garupa nas motocicletas como medida para diminuir o número de vitimas em acidentes. Convida a todos para Sessão Solene, a realizar-se hoje, nesta Casa, pelos 200 Anos da Imigração Chinesa no Brasil.

 

013 - CARLOS GIANNAZI

Pelo artigo 82, manifesta preocupação com o que chamou "apagão" na área da educação, principalmente do Magistério. Cita a implantação do ensino médio em tempo integral. Afirma que este modelo será semelhante ao ensino fundamental, que, adita, não funciona. Destaca que os alunos não têm atendimento adequado, com falta de funcionários, professores e atividades nas escolas. Ressalta que, com a implantação da medida, os professores serão afastados provisoriamente. Relata pesquisa destacando que 32% das escolas estão com falta de professores. Critica os salários baixos, as condições adversas de trabalho e a falta de recebimento de salários, desde o início do ano. Esclarece que foram pedidas providências a diversos órgãos do Estado, sem sucesso.

 

014 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

015 - CARLOS GIANNAZI

Requer o levantamento da sessão, com anuência das lideranças.

 

016 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 08/05, à hora regimental, com ordem do dia. Lembra a realização da sessão solene, hoje, às 19 horas e 30 minutos, para comemorar os "200 anos da Imigração Chinesa no Brasil". Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Alex Manente para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - ALEX MANENTE - PPS - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - Jooji Hato - PMDB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos.

 

O SR. SEBASTIÃO SANTOS - PRB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, venho à tribuna, infelizmente com tristeza, porque vemos que o Estado de São Paulo se coloca cada vez mais atrás dos outros estados da Federação.

Recebi um ofício da Associação Esperança de Pescadores Profissionais e Artesanais do Pontal Paranapanema do Estado de São Paulo dizendo que pretendem produzir peixes. Enviaram-nos também a documentação do Ministério da Pesca e Aquicultura, dando-lhes um contrato de concessão de uso de um imóvel situado na Usina Hidrelétrica no Município de Rosana, no Estado de São Paulo. Celebram um contrato de concessão de uso já assinado de um espaço na água para que eles possam inserir tanques redes para produção de peixes em cativeiro.

O Diário Oficial da União deixa claro à entidade da cessão de uso mas, infelizmente, mesmo sendo uma Associação de Pescadores Profissionais e Artesanais, não podem produzir peixes naquela localidade. Isso porque, infelizmente, com a construção de duas usinas hidrelétricas houve uma perda irreparável no meio ambiente. Os ribeirinhos estão sendo notificados pelo Ministério Público para que se retirem das áreas de APP, mas ninguém está fazendo nada por essas pessoas.

Aqui em São Paulo recebemos uma resolução conjunta entre o SMA e o SAA datado de 16 de abril de 2012, que diz:

Resolução Conjunta SMA/SAA Nº , de abril de 2012

Constitui Grupos de Trabalho Intersecretariais com a finalidade de efetuar a revisão da legislação estadual referente à pesca e aquicultura e de propor procedimento simplificado para o licenciamento ambiental de empreendimentos de piscicultura em tanques rede com volume total inferior a 1.000.

Os Secretários de Estado do Meio Ambiente e da Agricultura e Abastecimento, no uso de suas atribuições legais, e considerando a necessidade de revisão da legislação estadual referente à pesca, bem como da proposição de procedimentos simplificados para o licenciamento ambiental de empreendimentos aquícolas,

Resolvem:

Artigo 1° - Fica constituído o Grupo de Trabalho Intersecretarial - Legislação de Pesca e Aquicultura, incumbido de elaborar subsídios para revisão do Código Estadual referente à pesca e aquicultura com base nos resultados alcançados pelo Grupo de Trabalho Intersecretarial, instituído pela Resolução Conjunta SMA/SAA/SSP 001/2011.

§ 1° - O Grupo de Trabalho Intersecretarial - Legislação de Pesca e Aquicultura será constituído por representantes das Pastas do Meio Ambiente e da Agricultura e Abastecimento, designados pelos titulares das pastas.

§ 2° - Representantes do Policiamento Ambiental serão convidados a integrar permanentemente o Grupo de Trabalho Intersecretarial - Legislação de Pesca e Aquicultura, mediante indicação do Comando de Policiamento Ambiental da Policia Militar.

§ 3° - O Grupo de Trabalho Intersecretarial - Legislação de Pesca e Aquicultura será coordenado por representante da Pasta de Agricultura e Abastecimento, a quem compete o suporte técnico-administrativo para o desenvolvimento dos trabalhos.

Artigo 2° - Fica constituído o Grupo de Trabalho Intersecretarial - Licenciamento Ambiental em Aquicultura, incumbido de elaborar proposta para o estabelecimento de licenciamento simplificado de empreendimentos de piscicultura em tanques-rede com volume total inferior a 1.000 e para revisar os estudos e documentos que devem ser apresentados à Cetesb - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, para o licenciamento ambiental de empreendimentos aquícolas.

§ 1° - O Grupo de Trabalho Intersecretarial - Licenciamento Ambiental em Aquicultura será constituído por representantes das Pastas do Meio Ambiente e da Agricultura e Abastecimento, designados pelos titulares das pastas.

§ 2°- O Grupo de Trabalho Intersecretarial - Licenciamento Ambiental em Aquicultura será coordenado por representante da Pasta do Meio Ambiente, a quem compete o suporte técnico-administrativo para o desenvolvimento dos trabalhos.

Artigo 3° - Para o desenvolvimento de suas atividades, os Grupos de Trabalho Intersecretarias poderão convidar outros técnicos pertencentes aos quadros da Administração Pública, estadual ou municipal, ou da iniciativa privada, sem que para isto caiba qualquer ônus ao Estado.

Artigo 4° - O prazo para a designação dos integrantes dos Grupos de Trabalho previstos nesta Resolução e para a definição dos respectivos Planos de Trabalho será de 30 dias, a contar da publicação desta Resolução.

Artigo 5° - O Grupo de Trabalho Intersecretarial - Legislação de Pesca e Aquicultura, e o Grupo de Trabalho Intersecretarial - Licenciamento Ambiental em Aquicultura deverão apresentar os resultados em 120 dias, contados a partir da definição dos respectivos Planos de Trabalho.

Artigo 6° - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

(Processo SMA n° 5.284/2012)

Bruno Covas - Secretário de Estado do Meio Ambiente

Mônika Carneiro Meira Bergamaschi - Secretária de Estado de Agricultura e Abastecimento”

Já estamos chegando há 30 dias e por incrível que pareça, não temos conhecimento de nenhuma reunião para discutir o fato e também notamos nessa resolução que esta Casa não terá assento nas discussões à implementação de uma nova legislação para Pesca e Aquicultura no Estado de São Paulo.

Manifesto a nossa indignação porque esta Casa de Leis deveria ser a primeira a ser citada nesta resolução, pois é daqui que sairá lei que definirá os rumos para Aquicultura no Estado de São Paulo.

Gostaria de deixar isso registrado nesta data porque precisamos ter posicionamento pela Frente Parlamentar da Pesca para que tenhamos, no mínimo, assentos nas discussões dos setores da Agricultura e Pesca, que está totalmente ilegal e está a mercê de atravessadores que compram o pescado no Brasil e exportam para o exterior. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Samuel Moreira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Cardoso Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, hoje pela manhã tive a honra de presidir uma Sessão Solene em homenagem aos nossos heróis da Força Expedicionária Brasileira, que bravamente lutaram na Itália na Segunda Guerra Mundial. Amanhã, dia 8 de maio, é a data em que houve a rendição da Alemanha, com o encerramento do conflito na Europa. Nós tivemos na solenidade vários veteranos que foram homenageados pela Assembleia Legislativa, em nome de todo o povo paulista.

Precisamos reverenciar o nosso passado porque foram pessoas que lutaram pelo nosso país, pela paz mundial, pela liberdade e pela democracia que temos hoje. Não podemos esquecer que o regresso dos pracinhas da FEB, em 45, foi também o ponto onde se deu fim o regime da Ditadura Vargas. Foi uma grande satisfação presidir esta emocionante solenidade em que homenageamos esses bravos brasileiros.

Quero também manifestar a minha extrema preocupação, e tenho certeza que de V. Exa. também porque tem vindo habitualmente a esta tribuna para falar da violência do trânsito, do número de pessoas que são mortas em acidentes de trânsito, principalmente em atropelamentos e crimes de trânsito envolvendo motociclistas. Num momento em que se busca de todas as formas minimizar os efeitos da violência e crimes de trânsito, e parece que o Deputado Ferrarini tem até uma propositura que fala justamente da criação de uma delegacia especial para crimes de trânsito envolvendo motociclistas, fiquei abismado com uma notícia que foi manifesta na imprensa, e já se tornou fato: o Delegado Geral de Polícia que tenho apreço, amizade e consideração, Dr. Marcos Carneiro de Lima, acabou com a Delegacia de Crimes de Trânsito, transferindo já de imediato na própria sexta-feira todos os policiais, salvo engano 75 homens que trabalhavam na Delegacia de Crimes de Trânsito.

Tudo isso acontece em um momento que toda a sociedade cobra mais meios, maior rigor com a apuração, maior especialização dos profissionais que trabalham com os crimes de trânsito. Víamos bons resultados em relação à fiscalização, inclusive eu mesmo há dois meses, vim a esta tribuna cumprimentar o trabalho conjunto do Comando de Policiamento de Trânsito, sob o comando do Coronel Veloso e a Delegacia de Crimes de Trânsito comandada pelo Dr. José Sampaio Lopes Filho, que em uma parceria e comunhão de esforços estavam desenvolvendo operações em conjunto proporcionando agilidade na fiscalização, na autuação e nas perícias necessárias com as duas Polícias atuando nos comandos e bloqueios. Fiz uma propositura para que o Secretário da Segurança expandisse esse tipo de operação nos 645 municípios e nas estradas paulistas, e me surpreendo com o encerramento da Delegacia dos Crimes de Trânsito com a argumentação de que se repassando esses 75 policiais para os distritos territoriais teremos o atendimento pleno em todos os distritos em relação aos crimes de trânsito, o que é pouco aceitável. Esses policiais serão diluídos no próprio efetivo dos distritos e estaremos acabando com uma delegacia especializada.

O que também me causa estranheza é que a Lei Orgânica da Polícia Civil, votada nesta Casa, regulamentada pelo Governador da época e que tem feito alterações conforme a evolução da Polícia com decretos regulamentando, criando, ampliando e até extinguindo unidades. Causa-me estranheza uma portaria do delegado-geral se sobrepor a um decreto do Governador que estabeleceu a existência da Delegacia de Crimes de Trânsito.

Portanto, Sr. Presidente, manifesto a minha preocupação. Gostaria que a minha fala fosse regimentalmente encaminhada ao Governador de São Paulo, ao Chefe da Casa Civil e ao Secretário da Segurança Pública no momento em que, sob essa atitude, podemos piorar o sistema de persecução criminal e a apuração dos crimes de trânsito. Fica aqui o meu alerta. E peço a todos os Parlamentares que também se manifestem. Pedirei também uma manifestação da Comissão de Segurança Pública para que se pronuncie junto ao Governador de São Paulo, com a finalidade de reverter essa situação. Não percamos força e condição de apuração através da delegacia especializada na apuração de crimes de trânsito.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Solicito a ATL que seja encaminhado o seu discurso aos órgãos competentes.

Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa e telespectadores da TV Alesp, hoje, a nossa luta no Brasil contra a corrupção tem sido permanente, até porque a corrupção também tem se tornado permanente. Temos verificado isso já de há um bom tempo no País. Nós do PSOL fomos os responsáveis pelo requerimento na Comissão de Ética do Senado em relação ao envolvimento do Senador Demóstenes Torres neste escândalo que está abalando o Brasil em relação à Delta e o bicheiro Carlos Cachoeira. Logo que estourou o escândalo, logo que as denúncias chegaram o PSOL, através da sua bancada tanto no Senado como na Câmara dos Deputados, tomou a iniciativa de acionar a Comissão de Ética para realizar uma rigorosa investigação em todas as denúncias veiculadas. Só depois dessa iniciativa do PSOL é que tivemos o movimento para instalação de uma CPI.

Gostaria de registrar que estamos decepcionados com os encaminhamentos feitos pela CPI até agora. Fica muito claro para todo o Brasil que há um processo de blindagem, parece que nada será investigado para valer até porque neste grande escândalo nacional praticamente todos os grandes partidos estão envolvidos, têm relações com a Delta, essa empresa que detém ainda obras do PAC no Governo Federal, obras no Governo Geraldo Alckmin, na Prefeitura de São Paulo administrada pelo Kassab, no Rio de Janeiro no Governo de Sérgio Cabral, no Distrito Federal administrada pelo PT, em Goiás administrada pelo PSDB, enfim, os grandes partidos estão envolvidos nesse grande escândalo e eles praticamente compõem a CPI e dominam os principais cargos. Aliás, já verificamos algumas manobras - e teremos outras manobras - para que nada seja apurado para valer. Os conchavos já começaram. Há um processo de blindagem para que os governadores envolvidos não sejam convocados, Governadores como Sérgio Cabral, de São Paulo, do Distrito Federal que é do PT e também de Goiás que é do PSDB, tanto é que a CPI não me parece nada séria.

Nós não podemos imaginar que uma CPI que tenha Collor de Mello possa ser séria. Um presidente que foi cassado, que foi denunciado por corrupção, que já está condenado pela história deste País. Nos livros de História de 5ª, 6ª série Collor de Mello aparece como um presidente cassado. O Collor faz parte da CPI, é membro titular da CPI. Então não podemos esperar nada da CPI. Temos esperança, sim, de que a Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça resolvam este caso e aprofundem as investigações. Aliás, as investigações já foram feitas. Temos várias denúncias, várias gravações, mas a CPI na verdade está a reboque de todas essas investigações. Normalmente a CPI sai na frente, investiga, denuncia, aciona a Polícia Federal, o Ministério Público, a Justiça. Agora temos o contrário. O Congresso Nacional é tão atrasado que a Polícia Federal já investigou, o Ministério Público também e agora a CPI vai tentar abafar o caso. Esta é a verdade nua e crua.

Nós, do PSOL, vamos continuar denunciando e exigindo que o Congresso Nacional tome providências juntamente com a Polícia Federal e a Justiça porque a luta contra a corrupção é permanente, seja em Brasília, seja aqui em São Paulo. Não é à toa que estamos tentando instalar CPIs aqui que investiguem os indícios de corrupção no Governo Estadual. Nós queremos a instalação da CPI da FDE. Temos muitas denúncias contra a FDE, uma autarquia da Secretaria de Educação que tem a gerência de quase três bilhões de reais. Tem muitas denúncias de superfaturamento de obras, de construções escolares, compra de material didático escolar, de reformas de escolas; nós temos que apurar essas denúncias.

Sr. Presidente, queremos que essa CPI seja instalada aqui na Assembleia Legislativa. Queremos instalar aqui a CPI dos Pedágios, da Dersa, da CPTM e tantas outras que investigam para valer o Governo do Estado. Essa é a posição do PSOL.

Não queremos aqui essas CPIs cosméticas, que não investigam nada, que não têm nada a ver com a Assembleia Legislativa. Por exemplo, essa última CPI que foi aqui instalada aqui na Casa, que é uma afronta à população do nosso Estado. Uma CPI onde se investiga a gravidez assistida; isso é um absurdo. Tem outra CPI que foi implantada recentemente, que investiga as lojas que vendem a juros. É deprimente que a Assembleia Legislativa se preste a isso. E ela tem esse comportamento, justamente para não investigar autarquias e as Secretarias do Governo, e as várias denúncias de indício de corrupção desse Governo.

Então, nós do PSOL vamos continuar lutando contra a corrupção aqui na Assembleia Legislativa, como também, no Congresso Nacional. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente, pelo tempo regimental.

 

O SR. ALEX MANENTE - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, o que nos traz hoje a esta tribuna é um fato relevante e preocupante ao mesmo tempo. Tivemos conhecimento de que o prefeito de São Bernardo do Campo, que neste ano encerra seu mandato, tem procurado antecipar o processo eleitoral que ocorrerá, a partir de julho, em nossa cidade.

É importante registrarmos aqui fatos verídicos para que a população tome conhecimento daquilo que vem sendo colocado em algumas atividades, que são oficiais, mas acaba tornando-se atividades que são, no meu ponto de vista, partidários.

Inicio falando das emendas que encaminhei à São Bernardo do Campo, emendas que encaminhei para este Governo.

Quando encaminhamos em 2009, através da Secretaria do Planejamento, obra para canalização de córrego e combate às enchentes, no valor de R$ 530.000,00, verba que foi liberada no dia 21 de maio de 2009, e a prefeitura de São Bernardo do Campo recusou-a alegando que era irrisória para qualquer tipo de investimento no combate às enchentes. Eu daria, por exemplo, a situação que ocorre no Planalto, onde temos ali obras de pequeno porte que resolveriam as questões de enchentes naquela localidade.

Certamente minimizaria o problema, porque é um fundo de vale e, com uma pequena intervenção seria suficiente para combatermos o problema de enchente

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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Em 2010 geramos uma emenda ao Parque Imigrantes através, também, da Secretaria de Planejamento no dia 13 de novembro de 2010 e reapresentada no dia 11 de maio de 2011 no valor de R$ 500.000,00.

O bairro Parque Imigrantes é um dos mais carentes de São Bernardo do Campo, aonde certamente os R$ 500.000,00 e depois, novamente os R$ 500.000,00, serviriam para fazer frente aos problemas que aquela população enfrenta, rotineiramente, com esgoto a céu aberto; não se consegue ter uma política de desenvolvimento para termos infraestrutura para aquela população.

Essa emenda, até hoje, desde o dia 13 de novembro de 2010 está lá na Secretaria de Planejamento, aguardando uma posição e a documentação para que esses recursos possam ser disponibilizados e utilizados para infraestrutura de uma comunidade que, certamente, necessita dessas intervenções.

Por fim, fizemos uma emenda destinada a um bairro tradicional, antigo, situado às margens da Rodovia Anchieta, que é o Areião, no valor de 100 mil reais, que ajudaria a iniciar o processo de infraestrutura naquela localidade. Infelizmente, essa emenda que foi apresentada no dia 11 de maio de 2011, que foi falado pelo engenheiro da Secretaria de Planejamento do Estado, César Fedato, com a Secretaria de Orçamento Participativo da Cidade de São Bernardo por três vezes, no dia 13 de setembro, no dia 6 de fevereiro e no dia 3 de março deste ano com a Secretária do Orçamento Participativo.

Os documentos sequer foram enviados, essa emenda está em aberto e nós tivemos a infelicidade de ouvir do Prefeito, para a população daquela localidade, numa das reuniões, que ele estava realizando no sábado, que nós não havíamos encaminhado nenhum recurso para aquela localidade, o que não é verdade. O que queremos aqui é deixar claro que não queremos antecipar o processo e o debate que ocorrerá a partir de julho; aí, sim, as verdades serão colocadas para que a população tenha conhecimento.

Nesse momento exijo o respeito do nosso mandato. Para comprovar que estamos aqui trazendo o que foi colocado, o que foi pleiteado para a Cidade de São Bernardo, temos um documento do dia 15 de setembro de 2011, que foi encaminhado diretamente ao Prefeito, onde é solicitado o documento da Secretaria para poder encaminhar esses recursos. Inclusive vou mostrar aqui esse documento para que fique registrado e para que tenhamos aqui a possibilidade de dizer a verdade, de falar das dificuldades existentes para poder gerar infraestrutura, e falar das funções que cada um cumpre dentro do seu mandato, mandato esse designado pela população.

Quero deixar isso registrado porque certamente é uma das nossas preocupações encaminhar recursos para uma comunidade que precise, dentro do pouco direito que um parlamentar tem de Orçamento, porque é um direito constitucional do Poder Executivo. Aqui temos a possibilidade de encaminhar recursos que podem não ser o valor total da obra, mas ajudam, sim, o município a se desenvolver.

Dentro dessa disponibilidade, encaminhamos os nossos recursos para que São Bernardo possa ser atendida na sua demanda de infraestrutura. Queremos cuidar das comunidades que também não têm sequer esgoto e que utilizam um serviço público com nenhuma infraestrutura adequada.

Oficialmente quero registrar os documentos existentes e que estão colocados para qualquer cidadão do bairro Areião, do Parque Imigrantes, no Planalto no combate às enchentes para que tenham conhecimento do nosso empenho, do nosso trabalho para que as coisas possam ser resolvidas e não nos deixemos cair em eventos oficiais, em eventos político-partidários.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, Deputado Carlos Giannazi, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, quero hoje lembrar um projeto que o Governador Geraldo Alckmin sancionou e nós aprovamos aqui na Assembleia Legislativa, que votamos com a tranquilidade, com o sentimento de dever cumprido, com responsabilidade, que é a proibição de venda de bebidas alcoólicas a menores.

Esse projeto traz no seu bojo a preocupação do Governador Geraldo Alckmin com os adolescentes que estão no caminho da bebida alcoólica, posteriormente das drogas, porque sabemos que a porta de entrada do crack, hoje, é a bebida alcoólica. Antes era a maconha. Ficamos muito felizes com a aprovação desse projeto, com a esperança de que iríamos resgatar muitos jovens que estão pelas ruas de São Paulo, do Brasil, provocando acidentes, morrendo, ficando paraplégicos.

Há poucos instantes o Deputado Major Olímpio falou sobre a extinção da Delegacia Especial para os Crimes de Trânsito. Concordo plenamente com as palavras do meu antecessor, Deputado Major Olímpio Gomes, sobre a sua preocupação também de que não podemos extinguir essas delegacias.

Temos que fazer o contrário. Ao invés de tirarmos a delegacia especial para o crime de trânsito, temos que aumentar. Não sei de quem partiu essa ideia, acredito que não é do Governador, porque, senão, vai na contramão do projeto do Governador, que se preocupa com os jovens que estão se acidentando no trânsito, portanto, na contramão do projeto que ele enviou a esta Casa, e que nós aprovamos, da proibição de venda de bebida alcoólica. Esse controle é extremamente importante.

Dois pilares sustentam a violência, qualquer pessoa sabe, não precisa ser expert em segurança: bebida alcoólica/drogas e as armas. Quando os dois se juntam, acontecem os assassinatos, as mortes, os sequestros. Essas pessoas acidentadas vão para o HC, para as Santas Casas, que estão falidas, até ao Hospital Albert Einstein, um dos melhores do País, ao lado do Sírio-Libanês, ao Oswaldo Cruz e ao Hospital São Paulo, da Unifesp. Mas não conseguimos salvar as pessoas. Por melhor que seja o Einstein, por melhor que sejam os nossos prontos-socorros, muitos jovens acidentados acabam por falecer.

Por isso não podemos extinguir essas delegacias especiais dos crimes de trânsito. Temos que facilitar as denúncias, os inquéritos, os BOs. Há uma fila enorme para registrar os BOs. Segundo a imprensa, parece que a ideia é do Delegado Geral, mas creio que ele deve fazer uma revisão. Quero pedir ao Sr. Governador Geraldo Alckmin que faça voltarem as delegacias especiais dos crimes de trânsito, porque são necessárias e importantes.

Se estivermos organizados e controlarmos a bebida alcoólica, certamente essas muitas pessoas não irão parar nos hospitais. No Instituto de Ortopedia do HC, por exemplo, vemos muitos cadeirantes, a maior parte deles fruto de acidentes de trânsito.

Essas delegacias não podem acabar, mas têm que ter o seu número aumentado. Elas são importantes, na medida em que fazemos a prevenção na área da segurança. Teremos mais leitos de UTI, leitos cirúrgicos, leitos de prontos-socorros, o que não temos. Se uma pessoa precisar de uma UTI ou de um leito cirúrgico, não vai encontrar, porque há filas. Isso tudo porque não conseguimos controlar a bebida alcoólica.

Temos 16 milhões de armas, sendo que oito milhões são ilegais e estão nas mãos de pessoas que praticam delitos. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.)

Srs. Deputados, esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar. Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lucia Cardoso Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. Luiz Claudio Marcolino - PT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Assembleia Legislativa, trago à tribuna dois pontos importantes.

Na semana passada, estive reunido com os moradores da zona sul de Ubatuba, que trouxeram duas denúncias graves. Quando pensamos no desenvolvimento do nosso Estado, existem algumas regiões com característica industrial, outras com característica da agricultura e outras, como é o caso de Ubatuba, com característica voltada para o turismo. Em Ubatuba, existem muitas pousadas, que, em temporadas e finais de semana prolongados, geram recursos para o desenvolvimento local. Outro aspecto é a pesca, uma economia importante para a região.

Duas coisas intrigam a população. Uma é uma ponte sobre o Rio Maranduba, que liga a Av. Sargento Alcides de Oliveira e a Av. dos Expedicionários. Até então, essa ponte era estruturada apenas com madeiras. A população já havia apresentado ao Governo do Estado de São Paulo e à Prefeitura de Ubatuba que era necessária uma ponte definitiva. Engenheiros, arquitetos e a população organizada da zona sul de Ubatuba apresentaram uma proposta, pela qual deveria ser construída uma ponte que vai do sul de Ubatuba à enseada do mar.

Como ali existem muitos caiçaras, que têm o mar como sustento e usam o Rio Maranduba para guardar as embarcações, havia a proposta de que fosse feita uma ponte em arcos, com uma estrutura maior do que a atual. Do jeito que está, a ponte não dá conta da demanda do rio e, quando há chuvas um pouco mais fortes, pode ser carregada pela força da correnteza.

O Governo do Estado apresentou uma proposta e já começou a ser estruturada uma ponte definitiva, que não leva em consideração as demandas da população, ou seja, uma ponte em arco para a passagem dos barcos por baixo do rio. Será feito um investimento, no entanto, com as primeiras chuvas, a ponte poderá ser carregada. Teriam que ser feitas estruturas metálicas e, na sequência, uma ponte em arco para garantir a circulação dos barcos e coibir a ação das cheias.

Vamos encaminhar a questão para as áreas responsáveis do Estado pela construção dessa ponte. Será jogado dinheiro fora. Está sendo feito um investimento com parecer contrário dos engenheiros e arquitetos da região, que já tinham uma proposta para essa ponte.

Trago também outro problema da mesma região de Maranduba, Lagoinha, Sapé e Sertões. Em 2004, a Sabesp anunciou obras no montante de nove milhões de reais e de 25 milhões de reais, um projeto de saneamento básico para a região. Temos um documento da Secretaria de Recursos Hídricos, de 2004, e outro da Sabesp, que mostra os investimentos realizados: Sistema de Abastecimento de água, 22 milhões e 500 mil reais; Sistema de Esgoto e Sanitário, 51 milhões e 400 mil reais.

Os sistemas de Maranduba, Sapé, Lagoinha e Sertões compreenderiam: 28 mil m2 de rede coletora; 5.300 ligações prediais; 11 estações elevatórias de esgotos; uma estação de tratamento de esgoto orçada em 36 milhões; população anunciada, 35.000 habitantes

O projeto encontra-se em fase de desapropriação para licenciamento. Para realização desse empreendimento existe a necessidade de uma parceria financeira. Esta é a proposta e todo o relatório financeiro da Sabesp. O que a população dessa região se pergunta é onde foi parar todo esse dinheiro, porque a obra não foi realizada, mas tem o relatório financeiro da Sabesp mostrando a execução da obra.

Tem um documento encaminhado pela própria Sabesp que na época não fez a obra de engenharia e nem o projeto. Naquele momento havia o dinheiro destinado para o investimento dessas grandes obras na região de Ubatuba.

Hoje deixo essa denúncia, mas volto com esse debate durante a semana trazendo mais elementos que mostrem o descaso da Sabesp para uma região tão importante de Ubatuba, onde o pessoal vive da pesca e do turismo.

Os investimentos foram deliberados desde 2004, mas acabou não sendo usado. O dinheiro desapareceu entre as proposições e a proposta de engenharia que não foi realizada.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi, pelo tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre Deputado Jooji Hato e Deputado Marcolino, há alguns dias nós fomos ao Ministério Público com uma representação para que ele investigue e abra um inquérito civil contra o Governo Estadual, que criou um verdadeiro apagão com a burocracia no atendimento aos servidores do Estado. Eu me refiro a vários departamentos que não funcionam porque estão degradados e sucateados, prejudicando milhares de servidores no Estado de São Paulo pela falta de estrutura e de funcionários.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

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Quero me referir em primeiro lugar a SPPrev que tem contribuído muito para essa péssima qualidade de serviços aos nosso servidores, que só na área da Educação temos mais de 4.000 processos paralisados, sobretudo de professores e professoras que já têm tempo para a aposentadoria, mas estão com seus processos emperrados nessa burocracia ineficiente do Estado de São Paulo.

Nós temos uma burocracia extremamente lenta e onerosa, que ao mesmo tempo não funciona. Com isso para o professor entrar com seu pedido de aposentadoria no Estado, já tendo trabalhado e cumprido todos os requisitos legais de tempo de serviço, de contribuição e idade, fica numa lista de espera que pode demorar anos.

O professor entra com o pedido na secretaria da escola, que encaminha à Diretoria de Ensino e lá demora um tempão. Temos processos que estão paralisados há anos nessas Diretorias de Ensino que não estão instrumentalizadas, não têm funcionários e que estão sucateadas.

Após a Diretoria de Ensino o processo vai para DRHU-Departamento de Recursos Humanos, da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, um verdadeiro caos. Temos denúncia que existem 4.000 processos de professores na lista de espera com processos atrasados. Após passar por esse Departamento de Recursos Humanos, os processos seguem para a SPPrev que também vive uma grande crise por falta de funcionários e falta de estrutura.

Este é o quadro hoje de funcionamento desses setores da máquina pública, um verdadeiro descaso com que o Governo estadual do PSDB trata os seus servidores. Eles precisam de uma certidão de liquidação de tempo, entram nessa fila e faz toda uma peregrinação, sofrendo muito até chegar este documento. Depois tem de anexar no pedido de aposentadoria e daí mais um processo demorado. Como disse, demora anos. Isso também acontece no Departamento de Perícias Médicas do Estado de São Paulo, que é outro departamento que não funciona, perde os documentos dos seus servidores e não publica as licenças, os recursos. Temos várias denúncias contra este departamento e já acionamos o Ministério Público estadual que abriu o inquérito civil contra o Departamento de Perícias Médicas e está investigando. Agora queremos a nossa outra representação, que acabei de citar. Ela se refere a outros departamentos, como SPPrev, DRU e Diretorias de Ensino que não funcionam e vivem também esse verdadeiro apagão de funcionamento.

Eu me pergunto: o PSDB se vangloria tanto de ter a competência administrativa, a competência da gestão, e se diz que é o partido que implanta uma gestão eficiente e moderna. Mas não vejo nada de eficiência e de modernidade nessa máquina pública, e o PSDB não pode jogar culpa em ninguém porque o partido já está 17 anos governando o Estado de São Paulo. Ao término deste governo serão quase 20 anos de administração. Ou seja, é um partido que está no comando da máquina do Estado há quase 20 anos, o mesmo tempo praticamente que tivemos de Regime Militar no Brasil - quase 21 anos. O PSDB vai quase que alcançar os militares na permanência no Governo, mas não aprendeu, não resolveu uma situação tão simples que pode ser resolvida com a informatização, com investimento, com a contratação de funcionários. É tão simples resolver isso, mas me parece que o Governo faz isso de forma deliberada para atacar os servidores. Só pode ser isso, porque é uma questão fácil, não há segredo nisso.

Temos a Prefeitura de São Paulo, que tem um número grande de servidores e não demora todo esse tempo, e temos outros estados e outras administrações que funcionam muito bem nesse aspecto. O Estado de São Paulo, há muitos anos, vive esse caos, esse apagão no atendimento aos servidores públicos nessas áreas de DRU, de SPPrev, de Departamento de Perícias Médicas. Foi por tudo isso que já denunciamos exaustivamente pela tribuna, pelas comissões, mas como até essa questão não foi resolvida acionamos o Ministério Público estadual para que haja uma rigorosa investigação nesse descaso do Governo estadual com os atrasos dos processos que são feitos pelos professores e não são atendidos. Os pedidos, na verdade, fazem parte de um direito legal dos servidores, e o servidor que entra com pedido de aposentadoria é porque já tem direito. Mas o processo não anda na Diretoria de Ensino, no DRU e em SPPrev. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, há uma notícia afirmando houve um aumento de 7% de mortes em acidentes com motos. É um levantamento da CET, Companhia de Engenharia de Tráfegos da Capital, que apontou que essas mortes de motociclistas são as únicas que cresceram em São Paulo em 2011. Tivemos uma diminuição de mortes por atropelamento devido à divulgação, propaganda e orientação destinadas aos pedestres. Porém tivemos um aumento de 478 mortes/vítimas de 2010 para 512 motociclistas que morreram nas ruas de São Paulo, entre eles, a maioria homens representados por 92% e mulheres com oito por cento, em uma faixa etária entre 20 a 29 anos. E no que se refere às profissões, os acidentes fatais com motocicletas envolveram principalmente ajudantes, motofretistas e estudantes.

As motocicletas representam 37,5% das 1.365 mortes no trânsito de São Paulo. Apresentando os dados de outra maneira podemos apontar que quase 1.500 mortes ocorridas por acidentes de trânsito na cidade de São Paulo, quase 40% são motociclistas, isso somente no ano de 2011.

Os radares portáteis, também chamados de radares pistola, foram implantados em 26 de março do ano corrente para fiscalizar as motocicletas que estejam acima da velocidade. A CET nos disse hoje que estuda colocar em prática um programa específico para os motociclistas.

O que sempre preconizamos e dissemos é que há em média 3 mortes/dia ocasionadas por acidentes envolvendo motocicletas na cidade de São Paulo. Entretanto não mencionamos esse exército de cadeirantes que estão nos hospitais fazendo fisioterapia e que advêm dos acidentes de trânsito, principalmente os motociclísticos. É por isso que colocamos em votação o projeto da moto sem garupa, pois o garupa de moto aumenta em 70% a instabilidade da moto provocando acidentes. Lembro-me o caso de um casal que saíram para trabalhar em um sábado, e colidiram com uma caminhonete de um indivíduo que saiu de uma “balada”, imagino que alcoolizado, os dois morreram. Se a esposa tivesse ido de ônibus, metrô ou trem talvez eles não tivessem morrido, pois o piloto só, sem garupa tem 70% de probabilidade de se salvar.

Infelizmente esse projeto foi vetado. Um projeto simples e que é aplicado em alguns países do mundo como medida preventiva de acidentes de trânsito como Itália, Espanha, México e como medida de combate ao narcotráfico em Cali, Medelín e Bogotá, pois nesses países os garupas de moto pertencentes a segmentos escusos andavam armados com metralhadoras atingindo as pessoas. Esse projeto aqui em São Paulo nos auxiliaria quanto ao trânsito caótico, por isso o fizemos. E se ele tivesse sido sancionado poderia ter salvado muitas vidas, quantos morreram depois do veto? Na próxima sessão trarei uma lista das pessoas que morreram de acidentes motociclísticos, pilotos ou garupas, esses números são entristecedores. Se contabilizarmos essas mortes em nosso País, veremos que são muitas.

Faço um apelo para que não acabem com as delegacias especiais de crimes de trânsito, pois quando um delegado-geral faz isso ele está cometendo um erro que vai na contramão ao projeto do Governador Geraldo Alckmin que proíbe a venda de bebidas alcoólicas a menores de idade, principalmente em postos de combustível. Álcool e direção não combinam.

Por isso, Deputado Luiz Claudio Marcolino, venho a esta tribuna mais uma vez e virei quantas forem necessárias, para que consigamos trazer ordem pública e mais paz no trânsito.

Finalizo a minha fala convidando a todos para um evento que ocorrerá no dia de hoje, às 19 horas e 30 minutos, quando a Assembleia Legislativa, a maior Casa Legislativa da América do Sul, prestará uma homenagem aos 200 anos da Imigração Chinesa no Brasil - o Brasil precisa dessa parceria para se desenvolver. Eu e o Deputado Itamar Borges somos os proponentes desta Sessão Solene e gostaríamos de contar com a presença de todos os senhores neste dia que vai marcar os 200 anos de uma imigração profícua, de uma imigração positiva desse povo sofrido que veio para cá, neste país multirracial, trazer a sua contribuição ao povo brasileiro.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Está esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, solicito a palavra para falar pelo Art. 82 pela Liderança do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Tem V. Exa. a palavra pelo Art. 82, pela Liderança do PSOL.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV Alesp, falei minutos atrás do apagão criado pelo PSDB na área de atendimento aos servidores públicos na SPPrev, no Departamento de Recursos Humanos da Secretaria da Educação, nas diretorias de ensino e não poderia deixar de mencionar o apagão histórico do PSDB na área da Educação, principalmente na área do magistério. Refiro-me a uma denúncia que fiz na semana passada e que quero retomar porque estamos recebendo muitas denúncias em relação à implantação do Ensino Médio de tempo integral.

O Governo aprovou um projeto aqui na Assembleia Legislativa, que foi questionado por nós porque tinha falhas terríveis e agora essas falhas começam a aparecer.

O Governo está tentando implantar o Ensino Médio de tempo integral como fez com o Ensino Fundamental alguns anos atrás e que não funciona. O Ensino Fundamental de tempo integral na rede estadual é uma verdadeira farsa, é propaganda enganosa porque os alunos não têm atendimento adequado. Faltam funcionários, faltam professores na rede, faltam atividades. As escolas de tempo integral na área do Ensino Fundamental se tornaram verdadeiros depósitos de crianças. Elas abrigam essas crianças, mas sem nenhuma atividade. Então é uma farsa. Temos de denunciar exaustivamente o que vem acontecendo na área do Ensino Fundamental de tempo integral. Temos certeza de que vai acontecer o mesmo com o Ensino Médio de tempo integral na Rede Estadual de Ensino.

Com essa implantação, praticamente teremos a destruição do projeto pedagógico de várias escolas porque pela legislação aprovada as escolas de Ensino Médio existentes serão extintas. Os professores serão todos afastados compulsoriamente, ficarão encostados ou irão para escolas distantes, principalmente o pessoal do interior, que não tem escolas próximas. Talvez muitos professores tenham de mudar de municípios. Ou seja, haverá um grande prejuízo na vida funcional, no acúmulo de aulas dos professores da rede pública, mas, sobretudo, a destruição do projeto pedagógico dessas escolas, que já têm o Ensino Médio funcionando. Muitas delas conseguem oferecer qualidade de ensino, porque é um corpo estável de docentes trabalhando, é um projeto pedagógico que também é estável. Então o Governo Estadual, para implantar o seu marketing político-eleitoral, para implantar mais uma farsa na Educação estadual, destrói esse corpo de professores, destrói esse projeto pedagógico e cria outra escola que temos certeza não vai funcionar porque o Estado é especialista em destruir o que funciona e implantar projetos que não funciona. Foi o que acontece quando privatizou a Universidade de Música, que entregou na mão da Santa Marcelina.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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Tivemos um rebaixamento quase que total e absoluto do projeto pedagógico e do ensino de música nessa instituição que já foi um centro de excelência, não só nacional, mas internacional, na área de formação de música; e o mesmo vai acontecer agora.

Já temos milhares de professores sendo prejudicados. E os alunos serão também; não temos dúvidas em relação a isso.

Sr. Presidente, outro ponto que gostaríamos de citar aqui, que faz parte dessa denúncia que estamos fazendo sobre o Apagão da Educação do Estado de São Paulo é referente à falta de professores. Uma pesquisa publicada pela “Folha de S.Paulo”, na semana próxima passada, mostrou-nos claramente que nós temos falta de professores em várias escolas.

Temos 32% de falta de professores em escolas da rede estadual. Ou seja, professores que não foram contratados. Aliás, está sendo difícil de contratar professores na rede estadual porque os salários são muito baixos, não há um plano de carreira, as salas estão superlotadas, temos violência nas escolas. Portanto, fica difícil contratar professor para trabalhar em condições tão adversas quanto as citadas aqui. Sr. Presidente a situação é muito grave.

Sem contar ainda que, dentro dessa discussão do Apagão da Educação não podemos deixar também de registrar que temos milhares de professores da rede estadual que lecionam, desde o início do ano sem, contudo, receber seus salários. Até hoje o Estado também não conseguiu resolver essa questão. Aliás, tem professores que não recebem desde o ano passado; um absurdo.

Já denunciamos, já pedimos providência para a Secretaria de Educação, para a Secretaria de Gestão Pública, para a Secretaria da Fazenda e até agora nada foi resolvido.

Desde 2007, quando assumimos aqui na Assembleia Legislativa, estamos denunciando esse fato. E até agora essa questão não foi resolvida. Então, há um apagão também no pagamento dos professores da rede estadual de ensino.

Sr. Presidente, por tudo isso é que vamos continuar cobrando aqui, exigindo que o Governo do Estado invista, realmente, na educação do nosso Estado, para que possamos oferecer uma escola pública e de qualidade para os nossos cinco milhões de alunos e para que possamos valorizar, de fato, o magistério paulista. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo de lideranças, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - É regimental o solicitado pelo nobre Deputado Carlos Giannazi. Havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V.Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, com a Ordem do Dia remanescente da 51ª Sessão Ordinária, lembrando-os, ainda, da Sessão Solene a ter início às 19 horas e 30 minutos, com a finalidade de comemorar os “200 Anos da Imigração Chinesa no Brasil”. Está levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 37 minutos.

 

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