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11 DE DEZEMBRO DE 2012

055ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

 

Presidente: BARROS MUNHOZ

 

RESUMO

ORDEM DO DIA

001 - Presidente BARROS MUNHOZ

Abre a sessão. Coloca em discussão o requerimento, do Deputado Ulysses Tassinari, de tramitação em regime de urgência ao PL 712/12.

 

002 - ALENCAR SANTANA BRAGA

Manifesta o desejo de discutir o requerimento de urgência, do qual pede maiores esclarecimentos.

 

003 - Presidente BARROS MUNHOZ

Responde ao Parlamentar. Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado o requerimento de urgência ao PL 712/12.

 

004 - ULYSSES TASSINARI

Para comunicação, informa que o requerimento em apreço trata da doação de terreno para a ampliação da Unesp e que a instituição tem reservas para tanto. Acrescenta que a matéria irá beneficiar a cidade de Itapeva e região. Reitera que há dois anos reivindicava o pleito.

 

005 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra a manifestação. Coloca em discussão o PL 598/12.

 

006 - JOÃO PAULO RILLO

Discute o PL 598/12 (aparteado pelo Deputado Estevam Galvão).

 

007 - CAMPOS MACHADO

Discute o PL 598/12.

 

008 - ADRIANO DIOGO

Para comunicação, informa que lideranças do PSDB, do PPS e do DEM, anunciaram hoje, três frentes de atuação para investigar o suposto envolvimento do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o escândalo do mensalão, após o depoimento do empresário Marcos Valério, prestado à Procuradoria-Geral da República, e publicado no jornal "O Estado de S. Paulo".

 

009 - Presidente BARROS MUNHOZ

Encerra a discussão do PL 598/12.

 

010 - CAMPOS MACHADO

Para comunicação, tece considerações sobre delação. Em nome do PTB, apresenta solidariedade à bancada do PT. Diz esperar que o Ministério Público não acate pedido feito pelo PSDB, PPS e DEM.

 

011 - Presidente BARROS MUNHOZ

Responde questão de ordem, suscitada pelo Deputado Alencar Santana Braga, sobre a tramitação do PL 598/12. Acrescenta que a matéria se fez acompanhar dos documentos anexos, com detalhamentos e especificações, explicita obras e objetivos e impõe limite de recursos. Finaliza ser regular a sua tramitação. Coloca em votação requerimento de método de votação ao PL 598/12.

 

012 - ANA PERUGINI

Encaminha a votação do requerimento de método ao PL 598/12, pela Liderança da Minoria.

 

013 - MARCO AURÉLIO

Para comunicação, apresenta sugestão sobre a transmissão das sessões pela TV Assembleia, para que seja informado, junto ao nome do Orador, a matéria que esteja em apreciação.

 

014 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra a manifestação. Coloca em votação e declara aprovado o requerimento de método ao PL 598/12. Põe em votação o PL 598/12, salvo emendas e mensagem aditiva.

 

015 - ALENCAR SANTANA BRAGA

Encaminha a votação do PL 598/12, salvo emendas e mensagem aditiva, em nome do PT.

 

016 - Presidente BARROS MUNHOZ

Coloca em votação e declara aprovado o PL 598/12, salvo emendas e mensagem aditiva.

 

017 - ENIO TATTO

Requer verificação de votação.

 

018 - Presidente BARROS MUNHOZ

Defere o pedido e determina que seja feita a verificação de votação pelo sistema eletrônico.

 

019 - ENIO TATTO

Informa que a bancada do PT está em obstrução ao processo.

 

020 - Presidente BARROS MUNHOZ

Registra a manifestação. Informa o resultado da verificação de votação, que aponta quorum insuficiente para a aprovação do projeto. Encerra a sessão.

 

* * *

 

- Abre a sessão o Sr. Barros Munhoz.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sobre a mesa o seguinte requerimento: “Nos termos do Art. 226, da IV Consolidação do Regimento Interno, seja dada tramitação de urgência ao PL 712, de 2012, de autoria do Poder Executivo que autoriza o DER, alienar mediante a doação à Universidade Julio de Mesquita Filho o imóvel que especifica em Itapeva”.

O requerimento é assinado pelo nobre Deputado Ulysses Tassinari, com número regimental de assinaturas.

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - Sr. Presidente, queremos discutir o requerimento.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Deputado Alencar Santana, o requerimento de urgência há um acordo no Colégio de Líderes, que tem sido cumprido religiosamente de que todos os requerimentos de urgência de deputados são aprovados sem discussão. Inclusive, na semana passada, pelo Deputado Ulysses Tassinari.

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - Sr. Presidente, ninguém colocou essa discussão para nós no Colégio de Líderes. Hoje não foi lembrado e estamos sendo pegos de surpresa agora.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Mas mesmo com a surpresa pode ser colocado em votação, Deputado Alencar Santana?

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - Sim, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo queiram permanecer como estão (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. ULYSSES TASSINARI - PV - Sr. Presidente, quero agradecer imensamente a V. Exa. por colocar em regime de urgência a votação deste projeto. Agradeço bastante todos os deputados.

Este projeto tem uma abrangência muito grande, vai representar muito a Itapeva e região. A Unesp poderá ser ampliada. Ela tem recursos para investir e vai ser criado um novo curso no ano que vem, mas havia necessidade que o terreno fosse doado em definitivo para a Unesp.

Eu trabalhei dois anos neste projeto, mas, infelizmente, as coisas são muito morosas. Percorri várias secretarias, audiências para que este projeto realmente fosse aprovado. Todo o Sudoeste paulista agradece aos Srs. Deputados desta Casa. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Proposição em Regime de Urgência:

- Discussão e votação do PL 598/12, de autoria do Sr. Governador.

Para discutir a favor, tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo.

 

O SR. JOÃO PAULO RILLO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu não estava aqui porque estava numa reunião fora do plenário e não tive o desprazer de ouvir o presidente do PSDB falando do Ministro Alexandre Padilha, ministro este que, antes de ser ministro, foi militante do PT, que tenho o prazer de conhecê-lo desde os meus 15 anos de idade quando comecei no movimento estudantil e sei, mais do que do seu caráter, da sua competência. Conheço o humanismo desse ministro que o diferencia onde quer que ele esteja.

Sinceramente, Deputado Marcos Martins, a sua ponderação é muito correta. Mas, infelizmente, não dá para esperar gesto de gentileza e civilidade do presidente estadual do PSDB pelas sucessivas vindas deste deputado na tribuna e pela forma como ele se comporta não em relação ao PT, mas em relação à vida, em relação à política, a forma como o PSDB o tem tratado. Aliás, o presidente do PSDB estadual é o extrato da truculência do PSDB, da insensibilidade e da forma desesperada que o PSDB tem tratado a política.

O Ministro Padilha é uma pessoa com uma liderança com responsabilidade, uma liderança não raivosa, uma liderança ponderada. É um deputado ponderado, respeitoso, acho que não cabe a nossa preocupação. Entendo o desespero do PSDB.

Estar numa posição antagônica ao Sr. Pedro Tobias, de fato, é um elogio ao nosso Ministro Alexandre Padilha que o conheço desde o movimento estudantil e sei da sua integridade, do seu brilhantismo.

O Ministro Alexandre Padilha, Deputado Marcos Martins, é um militante de esquerda do PT, que virou ministro da Saúde percorrendo um longo caminho. Começou no movimento estudantil. É filho de militantes políticos perseguidos na ditadura militar. Foi coordenador estadual da Juventude do PT. Ele, que estudou em escola pública, passou no vestibular de Medicina mais concorrido deste País, a Unicamp, e abriu mão de dois anos correndo o risco de perder a chance de se formar médico para se dedicar à causa estudantil, à formação do PT, à construção da nossa Juventude Socialista. Depois de formado, dedicou anos da sua vida no Amazonas, lugares mais esquecidos fazendo a saúde preventiva, cuidando de comunidades indígenas, de populações ribeirinhas e foi alçado para participar do Governo Federal. Participou da Funasa, do Ministério da Saúde. Foi assessor do Ministério de Relações Institucionais. Assumiu como ministro numa das posses mais concorridas e brilhantes que tive oportunidade de presenciar. Fez um trabalho fantástico sobre pacto federativo. Atendeu todos os prefeitos. Era responsável principalmente pela atuação republicana do Governo Federal em tratar todo mundo bem, prefeitos do DEM, prefeitos do PSDB. Depois foi escolhido Ministro da Saúde pela nossa querida Presidenta Dilma.

O que incomoda, Deputado Marcos Martins, não são os gestos grandiosos como ministro. O que incomoda essa direita reacionária, magoada, mal resolvida é a história do Padilha e a história de todos nós.

O que nos diferencia de cada deputado - e aqui quero me despir de qualquer traço de arrogância e se estiver sendo arrogante peço desculpas porque não quero fazer distinção nem fazer a defesa intransigente da nossa bancada - é a nossa atuação.

Eu percebo a entrega parlamentar de um lado e o cretinismo parlamentar de outro. E não fui eu que inventei essa palavra. Está nos Anais da história: o cretinismo, a enrolação, a utilização de um instrumento tão importante como o Parlamento para fazer proselitismo, para fazer demagogia. É o que a gente acompanha nesta Casa.

Eu fiz minha inscrição para falar a favor do projeto.

 

O SR. ESTEVAM GALVÃO - DEM - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Meu caro Deputado Rillo, estou ouvindo atentamente o pronunciamento de V. Exa. e quero homenageá-lo por isso. Independentemente de cor partidária devo dizer que faço coro com as suas palavras. O Ministro Padilha é um homem, muito mais que um ministro. É um homem digno, sereno, equilibrado, sensato, sobretudo, competente. Os pais do Ministro Padilha têm uma história bonita, exatamente como V. Exa. descreveu. Eu posso dizer com orgulho que tenho a honra de poder dizer que tenho um irmão muito ligado aos pais do Ministro Padilha - o nosso Presidente sabe disso, foi testemunha das palavras do próprio ministro na Sala da Presidência dizendo do carinho que tem pelo meu irmão Milton Galvão, a quem convidou para jantar no Natal do ano passado.

Estou dizendo isso pelo orgulho que sinto, mas por quê? Pelo homem e pela autoridade que é, um homem totalmente desprendido, um homem que se preocupa muito mais com o País, com o povo do que com as cores partidárias. Claro, se ele carrega consigo a legenda, tem de defendê-la como eu defendo a minha também, mas acima de tudo, ele é, sim, um homem digno. Parabéns a Vossa Excelência. (Palmas.)

 

O SR. JOÃO PAULO RILLO - PT - Muito obrigado Deputado Estevam Galvão, V. Exa. realmente merece os aplausos da Bancada do Partido dos Trabalhadores. É que a gente tem tanta surpresa ruim, tanta grosseria, tanta falta de civilidade. Mas neste momento peço permissão do nosso líder para em nome da Bancada do PT agradecer as palavras de V. Exa. por considerar esta grande liderança que é o Ministro Alexandre Padilha e por reconhecer os valores humanos que realmente o diferenciam.

Voltando a nossa discussão quero dizer que votaremos a favor deste projeto que autoriza o Estado a fazer um grande financiamento com instituições financeiras para uma série de investimentos em infraestrutura no Estado.

Nós teremos uma posição grandiosa, como sempre tivemos em relação ao Estado de São Paulo, em defesa do Estado. Não faremos como o PSDB quando liderou a insana bancada da oposição contra a CPMF - Contribuição de Movimentação Financeira - que não foi criada pelo Governo do PT. Aliás, fizemos até uma autocrítica quando assumimos o comando do País. A CPMF foi criada no Governo FHC. Quarenta bilhões foram tirados dos programas sociais e da Saúde por capricho, por vaidade, por destempero, por desequilíbrio político da Bancada do PSDB.

Não esperem este comportamento da Bancada do PT. Nós nunca iremos depor contra o Estado de São Paulo. Nós votaremos a favor deste projeto. Aliás, Deputado Marcos Martins, ao falar dos 40 bilhões que foram arrancados da Saúde e dos programas sociais é bom que se diga que o deputado que nos acusou é médico e veio cobrar sensibilidade da Bancada do PT em relação à carreira dos médicos.

Ora, que sensibilidade é essa que vê um lado e não vê o outro? Os 40 bilhões não eram aplicados apenas nos programas sociais. Eram programas que desenvolveram este País, que diferenciaram o nosso Governo. Foi o pontapé inicial da mudança deste País e é isso que nos diferencia.

Eu não virei à tribuna para responder a ataques baixos, levianos, que trazem no seu bojo essa herança maldita do cretinismo parlamentar que Lênin tão bem formulou. Não.

O que nos difere não é uma acusação ou outra. Não é uma condenação ou outra. É um projeto de soberania. O que incomoda a elite, representada no que há de mais arcaico e mais violento neste País, é a mudança estrutural.

Como era o Brasil antes do Presidente Lula? Qual era o respeito internacional que tínhamos antes do Presidente Lula? Eu sei. Era um país subalterno, um país que teve na sua direção um presidente que tem problema patológico. Ele não se conforma até hoje com o que aconteceu com o país porque ele sofre daquela doença do subdesenvolvimento. Fernando Henrique era o extrato da coisa subdesenvolvida que achava que só era possível governar ajoelhando para os Estados Unidos, ajoelhando para o imperialismo; que só era possível governar em paz entregando o patrimônio brasileiro, como foi entregue caros deputados.

Vamos falar de escândalos? A Vale do Rio Doce foi vendida por três bilhões. Quem comprou, usou dinheiro do BNDES e um ano depois ela estava dando 10 bilhões de lucro.

Vamos falar de escândalos? Vamos falar do patrimônio brasileiro que foi vendido, da soberania que foi vendida. Precisou um operário mergulhar no fundo do poço e com muita competência, liderança e equipe resgatar a esperança do nosso povo.

O Brasil hoje tem uma nova face e atende pelo nome de esperança e todos os ataques que estamos sofrendo sabemos de onde vem. Vem da indignação do pensamento egoísta que não se conforma, que esse País, mesmo com erros que nós tivemos, mudou, mudou muito e mudou para melhor.

Essa é a cara do novo Brasil: a cara da esperança, e não a cara da mediocridade, do medo e da subserviência que era o Brasil antes de Lula e da Presidenta Dilma Rousseff. Tenho dito, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o último orador inscrito, Deputado Roque Barbiere, para falar a favor.

 

O SR. ROQUE BARBIERE - PTB - Sr. Presidente, para fazer a cessão de tempo ao meu Líder, Deputado Campos Machado.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Por cessão de tempo, tem a palavra o nobre Deputado Campos Machado.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, meu amigo Deputado Pedro Tobias. O que é o amor, Deputado Geraldo Vinholi? É a mais linda palavra do universo. É o traço universal que une os corações das pessoas, que faz as almas baterem no mesmo compasso e caminharem pela mesma estrada, é a palavra amor.

Nada vou falar contra o Presidente Lula, nada. Vou apenas louvar o amor. Qual é a acusação que se pode fazer a um homem apaixonado? Eu sou um homem apaixonado pela minha esposa, profundamente apaixonado. Canto o amor em prosa e verso. Tenho o passado como exemplo para o presente, que me arremete em direção ao futuro. Nada há de que se possa acusar o Lula, Deputado Paulo Barbosa. O amor inunda o coração das pessoas. Me estranha, Deputado Adriano Diogo, a maneira veemente e correta, como a Bancada do Partido dos Trabalhadores defende o Lula. Acho correta, corretíssima. Mas não vejo a mesma ênfase em relação, por exemplo, a João Paulo Cunha, a José Dirceu.

Ainda não ouvi uma só palavra defendendo o José Dirceu, que é meu amigo. E assumo aqui que João Paulo Cunha é meu amigo. Não vi essa defesa veemente a José Dirceu, a João Paulo Cunha e ao ex-Presidente José Genuíno, não vi.

Deputado Paulo Barbosa, aliás, Prefeito Paulo Barbosa, não trago a esta Casa esta discussão rasteira, como trouxe o Deputado João Paulo Rillo. Que hipocrisia, Deputado João Paulo Rillo! Vai falar em hipocrisia para mim? V. Exa. agiu hoje com arrogância, sim. Desculpe-me, mas V. Exa. fez uma distinção entre a Bancada do Partido dos Trabalhadores, a nobre Bancada do PT, a batalhadora, a aguerrida, a ética, como se as outras Bancadas não existissem. V. Exa. pretendeu levar à humilhação as demais bancadas se arvorando em defensor de uma bancada que não tem nada que V. Exa. disse. Fala em direita, isso é coisa de Felipão, de Luxemburgo. Isso não existe mais.

Presidente Barros Munhoz, na revolução francesa, há 600 anos, estabeleceu-se que as pessoas que ficavam à direita não queriam nada mudar, e as que ficavam à esquerda, já essas queriam mudar tudo, e as pessoas que se situavam no meio, é que não ouviam bem. Esse centro direita-esquerda. Isso é linguagem de técnico de futebol. Extrema-direita, meia-direita, centro, extrema-esquerda, o que é isso? Mas aí vem o meu amigo Deputado João Paulo Rillo dizendo extrema direita. Estou aqui imaginando que deve ser o fantasma, a imagem de Garrincha, extrema-direita.

Portanto, fico imaginando, estava pensando cá comigo, o Deputado Marco Aurélio, descobriu a pólvora nesta Casa. O Deputado Marco Aurélio, ex-Prefeito de Jacareí descobriu a pólvora. O que é que ele descobriu? Que a Casa tem 94 Deputados. Que maravilha! E também, que a bancada dele tem 24 Deputados e os outros Deputados são da situação. Aí ele acha que eles querem votar o projeto e nós não?

Deputado Marco Aurélio, eu não entendi quem é que não quer votar o projeto de empréstimo. Nós? Eu? V. Exa. pautou a conduta alheia pela própria, isso é injusto. Deputado Paulo Barbosa, aliás, Prefeito Paulo Barbosa, isso é injusto. Porque a situação, porque não tem maioria, mas não é problema seu. Esse é um problema da situação. Mas V. Exa. deitou a falação questionando valores. V. Exa. tinha é que ajudar a votar esse projeto. Vocês estão defendendo, uns são contra e outros são a favor. Como é que eu fico neste plenário se eu não sei qual o PT que está certo? Se é o PT que discute a favor ou o que discute contra? Alguém tem que me explicar.

Portanto, Deputado Marco Aurélio, é muito fácil fazer insinuações e jogar a culpa em outras bancadas.

Vamos prosseguir aqui. O Deputado Marcos Martins só fala em segurança e se esquece que o Ministro Cardozo só aplicou 1% ou 10%, aliás, aquele que preferia  morrer a  ser preso, esse é o Ministro da Justiça. Aí eu fico imaginando transformar uma questão séria como segurança em questão política eleitoral, Deputado José Zico Prado, para pensar em 2014, Deputado Marcos Martins? E de passagem ele passa pelo amianto. E vem chegando, e vem chegando, Deputado Roque Barbiere, aí ele fala em segurança, especialista que é em segurança. Aí nós temos o Deputado Antonio Mentor; já sou suspeito para falar do avô do Téo, mas o Deputado Antonio Mentor, dentro dessa linha que existe, Deputado Vitor Sapienza, é para o jogo de amanhã. É o Tite que vai ver centro, esquerda, direita. Isso é próprio do Tite pensar amanhã, não é para nós. Lá vem o Deputado Antonio Mentor, na mesma linha: todos querem acabar com o Partido dos Trabalhadores.

Vem o Deputado Adriano Diogo. O Deputado Adriano Diogo então descobriu que está sendo feita uma grande armação, uma conspiração para tirar a vida de ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e botar todos os petistas na cadeia. E o Deputado Antonio Salim Curiati, foi ser gentil com ele: Haddad disputa eleição e com o apoio do Maluf. E diz o Deputado Adriano Diogo: “É por isso que não dá, com ladrão não dá.”

Eu , como hoje disse a Deputada Beth Sahão, que foi gentil em deixar que eu falasse antes dela, não vou entrar em polêmica em respeito à sua gentileza comigo, mas o Deputado Adriano Diogo fez aqui um retrato, Deputado Vitor Sapienza, do caos, do apocalipse e terminou bradando: “Viva o PT! Querem nos matar.” Mas quem é que quer matar algum petista? Eu. pelo contrário, quero salvar a vida dos petistas, que são meus amigos aqui.

O Deputado Antonio Mentor teve um dia desses uma dor na perna, no que eu lhe disse: “Deputado Antonio Mentor, procure um médico.” Eu estava preocupado, Deputada Célia Leão. Me interessa a saúde de todos os petistas, mas é verdade. Agora, qual é a conspiração que estamos fazendo para matar os petistas, Deputado Orlando Morando? Eu não estou entendendo.

O Deputado Adriano Diogo descobriu que tem uma conspiração no ar. Deputado Adriano Diogo, eu confesso que às vezes sou muito agressivo com V. Exa.- não quero sê-lo nessa noite - mas eu não vi conspiração nenhuma. Alguém conhece alguma conspiração para tirar a vida do Lula, para prender todos os petistas?

Deputado Adriano Diogo, defendi aqui publicamente, o Deputado João Paulo Cunha. Acho uma profunda injustiça o que cometeram com ele. Quem é que em sã consciência vai pedir para sua esposa, sua companheira se tivesse alguma coisa equivocada, errada, errônea, criminosa? Qual a prova que há contra ele? Nenhuma, mas ele está na iminência de ser preso. E eu vim aqui defendê-lo. Estou encabeçando um trabalho junto a todas as Assembleias Legislativas do País, porque o Supremo não pode querer cassar mandato de deputados. Isso não é função dele. Ele quer julgar, quer legislar e quer executar.

Aí entramos no Deputado Enio Tatto. Também confesso que não entendi o que o Deputado Enio Tatto quis dizer. O Deputado Enio Tatto também é favorável ao projeto. Aqui ninguém é contra o projeto do empréstimo. Se ninguém é contra, por que não votamos? Mas nem o Tom Cavalcante explica isso; isso é coisa de Freud. Ninguém é contra, todos são favoráveis e ninguém vota. Aí o Deputado Enio Tatto vai para o outro lado. Aí faz críticas, não esquecendo que os deputados da Bancada do PT estão ávidos de votar projetos de deputados; não estão preocupados com Orçamento, com emendas, com nada; só votar projetos de deputados.

E o João Paulo Rillo, meu amigo, ainda vai mais longe, já diz que Fernando Henrique Cardoso tem uma doença patológica. É preciso ir ao dicionário primeiro para saber o que quer dizer patológico. Depois, para que ofender o Presidente Fernando Henrique Cardoso? Ele está quietinho na casa dele, está aposentado, está namorando, está apaixonado, como Lula está. É crime amar alguém? É crime ter o coração aberto para o amor? Fernando Henrique está namorando, está apaixonado, e ele diz publicamente: “Eu estou amando.” Agora eu pergunto: para que criticar Fernando Henrique Cardoso? Não tem mandato, mas na contundência contra o Deputado Pedro Tobias ele invoca Fernando Henrique Cardoso.

Por isso eu queria fazer um momento meu, íntimo, fazer uma reflexão,  por que não vamos votar este projeto se todo mundo é favorável ? Aí me lembro de um velho provérbio - três coisas não deixam rastro na vida: a cobra na pedra, o navio no mar e a águia no ar. O que é que tem que não deixa rastro que não queremos votar esse projeto? Se não há ninguém contra, por que não votarmos o projeto?

Estamos há cinco horas aqui ouvindo todo tipo de assuntos. Aí vem a tal da Segurança Pública. O Deputado Marcos Martins é especialista em Segurança Pública. Ele fala em custos de Israel, custos na França. A verdade é que a Segurança Pública está sendo usada como instrumento político, eleitoral para 2014. Alguém tem dúvida disso? Que estado que não tem insegurança? Onde não há crime? Quem sabe o que quer dizer crime? O crime é próprio do ser humano. Os criminosos não nascem criminosos; a sociedade os faz criminosos. Agora, fico perplexo porque segurança, que é uma coisa sagrada para o povo de São Paulo, está sendo utilizada de maneira política. Sempre admirei, por exemplo, o Ministro Alexandre Padilha. Deve ser nosso adversário em 2014. Mas deixa de ser um homem brilhante porque vai ser nosso adversário? Mas acho que doença patológica Fernando Henrique não tem.

Como meu tempo se esvai, Sr. Presidente, e sou o último orador, queria já manifestar meu desejo de falar no microfone de apartes para uma declaração, porque tenho certeza de que vou ter que responder ao Deputado Adriano Diogo, que já está ao lado do microfone.

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - O Deputado Campos Machado tem razão quando fiz aquela associação, na fala do Deputado Curiati. Queria pedir para que retire das notas taquigráficas a associação que fiz do Presidente Lula com Maluf. Embora eu tenha feito em caráter positivo, pode dar uma conotação errada. Quero pedir a pedido do Deputado Curiati.

E queria aproveitar também para dizer o seguinte:

“Hoje, às 16 horas e 49 minutos, lideranças do PSDB, do PPS e do DEM anunciaram, nesta terça-feira 11, três frentes de atuação para investigar o envolvimento do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o escândalo do mensalão, após o depoimento do empresário Marcos Valério, prestado à Procuradoria-Geral da República, e publicado com exclusividade por "O Estado de S.Paulo". Valério afirmou, no depoimento, que recursos do mensalão custearam despesas pessoais de Lula, e que o ex-Presidente deu aval para que os Bancos Rural e BMG tomassem empréstimos que abasteceram o esquema de compra de apoio política no Congresso.

Os partidos apresentam, na quarta-feira 12, uma nova representação contra Lula ao Ministério Público Federal, para que acusações sejam investigadas. No dia 6 de novembro, pouco depois de "O Estado de S.Paulo" ter revelado a existência do depoimento do Valério ao Ministério Público, líderes parlamentares de partidos da oposição entraram com representação na PGR, pedindo abertura de investigação para apurar a atuação de Lula como verdadeiro chefe da quadrilha do mensalão.

Numa outra frente, a oposição disse que vai pedir, ainda nesta terça-feira, ao chefe do Ministério Público Federal, que encaminhe cópia do depoimento de Valério prestado em setembro. Dentro do Senado, os líderes do PSDB, do Democratas disseram que vão protocolar, também nesta terça-feira, um requerimento de convite para que o empresário preste esclarecimentos na Comissão de Constituição e Justiça da Casa.

“Cabe, sim, ao Ministério Público da União instaurar os procedimentos para investigação judiciária, a fim de que se os delitos foram praticados e a responsabilização civil e criminal alcance também aqueles que se ausentaram nesse primeiro momento do julgamento do STF”, afirmou o líder tucano Álvaro Dias, do Paraná, em pronunciamento na tribuna do Senado. “Esse é o capítulo a ser escrito, esse é o capítulo definitivo do mensalão, a ser escrito pelo Ministério Público Federal, pelo Poder Judiciário competente.” Muito obrigado, Sr. Presidente. Era essa a nota de comunicação da direção do PSDB, em Brasília.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, esta Presidência, tendo esgotado o número de oradores inscritos, declara encerrada a discussão do projeto.

 

O SR. CAMPOS MACHADO - PTB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, nada é a cara de bandido, nada é cara de delinquente, de marginal, do que a cara do delator. Não existe pior caráter que do delator. Ofereceram a Roberto Jefferson os favores de uma delação, e ele disse que delação é coisa de bandido.

Quero refutar aqui, quero apresentar a minha solidariedade ao PT. Sete anos depois, ou cinco anos depois, volta de novo esse marginal, e quer prestar um novo depoimento, para buscar sombra na Justiça. Não há coisa pior na vida do que a delação. É coisa de bandido, coisa de marginal. Nem deveria prosperar um processo desse, baseado na palavra de alguém condenado e que, para se salvar, está disposto a qualquer coisa na vida.

Em nome do líder da Bancada do PT, quero apresentar a minha solidariedade, e do meu partido, a essa figura triste da delação que tem sido feita, e o Ministério Público, se tiver grandeza, se tiver história, não vai aceitar esse pedido feito pelo DEM e pelo PPS, pelo Presidente nacional.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Resposta à questão de ordem formulada pelo nobre Deputado Alencar Santana, na 175ª Sessão Ordinária, realizada em 11 de dezembro de 2012.

O nobre Deputado Alencar Santana, líder da Bancada do PT, com fundamento no Art. 260, do Regimento Interno, apresentou questão de ordem na 175ª Sessão Ordinária, realizada em 11 de dezembro do corrente, sustentando que o Projeto de lei 598/12, de autoria do Sr. Chefe do Executivo não atende às determinações constantes da Lei Estadual nº 9790/1977, e portanto não reúne condições de prosseguimento.

Entende S. Exa. que ao buscar autorização para contrair empréstimos junto a instituições ou organismos internacionais, o Poder Executivo desatendeu ao disposto no Art. 1º da citada Lei 9790/77, pois teria deixado de apresentar:

1. Esboço do conteúdo, estrutura e objetivo do projeto;

2. Resumo das estratégias de execução de cada subcomponente;

3. Indicação clara dos órgãos ou Secretarias de Estado que executarão o projeto;

4. Cronograma das ações importantes;

5. Disposições claras quanto às obrigações contraídas pelo Estado e forma de pagamento.

Esta Presidência passa a responder à questão de ordem:

O Projeto de lei 598/12, sob exame, foi encaminhado a esta Casa Legislativa por intermédio da Mensagem A-108/12, do Sr. Governador do Estado, e já na Mensagem o Sr. Governador explicita que a medida decorre de estudos realizados no âmbito das Secretarias da Fazenda, dos Transportes Metropolitanos, de Logística e Transportes e de Saneamento e Recursos Hídricos.

Além disso, o Sr. Governador esclarece que a proposta encontra-se delineada em linhas gerais nos documentos anexos. Efetivamente, o Projeto de lei veio acompanhado dos detalhamentos e especificações exigidos por lei, conforme se verifica às fls. 7 a 39 dos autos.

Confirmando a preocupação do Executivo em atender aos requisitos da Lei 9790, nota-se às fls. 10, 16, 17, 18, 23 e 31, que o relatório específico de cada órgão encarregado da execução faz expressa menção à Lei 9790/77, ao detalhar seu projeto e indicar os objetivos. E mais, além dos documentos anexados, o texto do Art. 1º da proposição explicita as obras e objetivos, indica cada órgão ou Secretaria responsável e impõe até o limite de recursos que poderá ser obtido para execução dos programas.

Basta analisar.

Inciso I - Prolongamento da Linha 2 Verde Monotrilho, trecho Vila Prudente/Hospital Cidade Tiradentes, a cargo da Companhia do Metropolitano de São Paulo. Metrô até o valor de 800 milhões de reais.

Inciso II - Programa de logística e transporte do Estado de São Paulo, a cargo do Departamento de Estradas de Rodagem - DER/SP, até o equivalente a 600 milhões de dólares norte-americanos.

Inciso III - Programa Água Limpa, a cargo do Departamento de Águas e Energia Elétrica - DAEE, até o valor de 210,8 milhões de reais.

Inciso IV - Projeto de melhoria logística da infraestrutura de acesso ao Porto de Santos, a cargo da Secretaria de Logística e Transportes, órgão responsável pela execução do projeto por meio do Dersa - Desenvolvimento Rodoviário S.A., até o equivalente a 506,7 milhões de dólares norte-americanos.

A Mensagem aditiva nº 117 altera esse último projeto para “melhoria logística e de mobilidade urbana entre Santos e Guarujá”, mas continua especificando os requisitos exigidos pela Lei 9790/77.

Vê-se também que os Art. 1º a 6º do Projeto de lei 598/12 ora em votação, esmiúçam com extrema clareza e riqueza de detalhes a forma, os recursos e as garantias de pagamento das obrigações.

Caso não bastassem os documentos e o próprio texto do projeto, vale lembrar que foi realizada uma reunião conjunta das Comissões de Infraestrutura e de Transportes e Comunicações no dia 05 de dezembro último, para debater o Projeto de lei nº 598/12. Essa reunião contou com a presença de representantes de todos os órgãos governamentais envolvidos no projeto, que responderam aos questionamentos dos Srs. Deputados e esclareceram os pontos que ainda acarretavam dúvida.

O Projeto de lei foi analisado também por Relator Especial, em substituição à Comissão de Constituição, Justiça e Redação, que concluiu pela sua legalidade e constitucionalidade, verificando que a proposição atende inclusive às normas impostas pelo Banco Central, conforme consta às fls. 61/66.

Da mesma forma, a Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento emitiu parecer favorável ao Projeto de lei 598/12, conforme consta às fls. 67/73.

Finalizando, pelo exame dos documentos que acompanham o Projeto de lei 598/12, e pela leitura do seu próprio texto, verifica-se que os requisitos impostos pela Lei 9790/77 foram plenamente atendidos. Em consequência, o projeto reúne condições de prosseguimento.

Há sobre a mesa o seguinte requerimento de método de votação: “Requeiro, nos termos regimentais, que a votação do Projeto de lei 598/12, de autoria do Sr. Governador, que autoriza o Poder Executivo a realizar operações de crédito, seja realizada da seguinte maneira:

Item 1 - projeto salvo emendas e mensagem aditiva;

Item 2 - mensagem aditiva nº 117/12;

Item 3 - emendas englobadamente, de 1 a 12.”

Assinado pelo nobre Deputado Samuel Moreira.

Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - Sr. Presidente, para indicar a nobre Deputada Ana Perugini, para encaminhar em nome da Liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra a nobre Deputada Ana Perugini, para encaminhar o requerimento pela Liderança da Minoria, pelo tempo regimental.

 

A SRA. ANA PERUGINI - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, servidores públicos, telespectadores da TV Assembleia, eu havia me inscrito para falar a favor do projeto. Obrigada, Deputado Marcos Martins, pela indicação para o encaminhamento do roteiro.

Vou falar a respeito do projeto. De antemão, Deputado Marcos Martins, quero me solidarizar com V. Exa. e dizer que, no Estado de São Paulo, não há a menor necessidade de ser especialista em Segurança Pública para saber que houve a falência total do Estado em relação à nossa segurança. O que vivemos é a total insegurança. Os jornais, ainda que de forma muito tímida, não deixam de noticiar e documentar esse fato histórico, que é o caos na administração da Segurança Pública no nosso Estado.

Gostaria de falar sobre um dos projetos mais importantes, senão o mais importante que veio a esta Casa, que é a parceria do Governo Federal com o Governo do Estado na autorização de um empréstimo para o nosso Estado, o que é até muito pouco diante da nossa necessidade. Como administradores, não podemos pensar como uma gaivota, que se contenta com os restos deixados à praia. Como dizia Richard Bach, em “Fernão Capelo Gaivota”, devemos voar mais alto e pegar o peixe fresco no mar. Não devemos ter medo de fazer o que é necessário.

Nessa pauta positiva, temos esse projeto de grande importância, que deveria pautar sempre as ações no Estado, o Projeto nº 598/2012. Trata-se de um empréstimo para o prolongamento da Linha 2. É muito pouco 800 milhões, tendo em vista o caos do transporte público no Estado de São Paulo. O problema de logística e transportes do Estado de São Paulo, a cargo do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), que tem sido radicalmente reduzido a praticamente nada pela forma de atuar do Governo do Estado, com a autorização de um empréstimo de 600 milhões de dólares. Ainda, no item 3, o Programa Água Limpa, a cargo do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), no valor de 210 milhões e 800 mil reais. No item 4, projeto de melhoria e logística em infraestrutura de acesso ao Porto de Santos, a cargo da Secretaria de Logística e Transportes, na ordem de 506 milhões e 700 mil dólares.

Olhando o projeto rapidamente, vemos que não há a menor transparência em relação ao cronograma de obras, como tem sido a prática nas autorizações de empréstimo deste governo. Como vereadora na Região Metropolitana de Campinas, nunca vi o que se passa nesta Casa de Leis. Toda autorização de empréstimo vinha acompanhada detalhadamente daquilo que iria ser feito com o dinheiro. E havia ainda uma prestação de contas daquilo que havia sido feito. E algo tão importante, como a parceria com o Governo Federal... Depende da autorização do Governo Federal esse empréstimo, para que haja pleno desenvolvimento no Estado de São Paulo - e já tivemos empréstimos muito mais relevantes aprovados nesta Casa. Com certeza, não vamos deixar de aprovar esse, porque não somos contra o desenvolvimento, muito menos quando o Estado é minimista, fraco, inoperante. Também não tivemos a apresentação daquilo que iria ser feito com o empréstimo realizado.

Além da falta de transparência, o que nos chama a atenção é que aquilo que já foi autorizado por esta Casa não aconteceu. Já fizemos uma autorização de empréstimo da ordem de 38 bilhões, mas só foram emprestados 15 bilhões. Desses 15 bilhões, somente 30% foram gastos. Isso significa que não para, com a autorização, a garantia de que haverá no nosso Estado o real aproveitamento do que se fará aqui.

Volto a insistir na questão de governos. Deputado Adriano Diogo, hoje, tivemos uma aula sobre política com a sua memória histórica. Como mãe, cidadã do Estado de São Paulo e deputada, temo o momento histórico que estamos vivendo. É preciso que esta Casa de Leis, de fato, faça o debate sério em relação ao que está acontecendo. Não podemos permitir que se coloque a Constituição Federal, por absoluta arrogância, sob os pés, calcando toda ordem jurídica, justamente por quem tem o dever de fazer a guarda dela. Pode acontecer que, amanhã, tenhamos um divisor de águas em relação a tudo que vai acontecer no nosso País daqui para frente. Nós, como deputados, não podemos nos cegar diante do que está acontecendo.

Voltando para esta Casa de Leis, como prova do Estado minimalista, fraco, lembro Fernão Capelo Gaivotas, que fala sobre os contentados com um prato de lentilha ou com os restos que nos deixam à beira da praia. Esse é o “bico institucional”, aprovando a forma de pensar deste Estado.

Foi também discutido nesta Casa um auxílio, um bônus, aos funcionários públicos do município que trabalham no Banco do Povo, de absoluta responsabilidade do Governo do Estado. E sabem do que mais? Todos os municípios perderam nessa parceria para que o Governo do Estado e o Governo Federal ganhassem na empregabilidade como forma de vencer a crise, pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados.

O Estado de São Paulo - o estado mais rico da Federação, o estado que tem a condição de governar com responsabilidade e comprometimento por este País, que tanto precisa continuar na linha da democracia - não vem se colocando no seu devido lugar e vem passando para o município a responsabilidade que deveria ter.

Quanto à Segurança Pública - que é um problema sério e por isso foi aprovado o “bico” institucional -, não há uma Polícia Civil que dê conta das demandas em nenhuma cidade pequena no Estado de São Paulo. Aliás, coloco um desafio: que a situação venha aqui e diga qual município está satisfeito com a Polícia Civil. Daí a impunidade, a organização do crime e o total perdimento. Não há Polícia Militar que se sinta segura e, por isso, age impensadamente no exercício da sua profissão, causando a insegurança de civis e militares.

Por último, tenho certeza de que a Bancada do Partido dos Trabalhadores não se negará, como não se negou em nenhum momento em relação ao desenvolvimento do Estado de São Paulo, a aprovar o Projeto de lei nº 598/2012. Somos a favor de um Estado forte, não como o Estado de São Paulo que colocou tudo à mercê da iniciativa privada, vendendo o Banespa e acabando com a Nossa Caixa, Nosso Banco, que só não foi privatizada porque o Governo Federal colocou a sua mão e disse “chega!”.

Hoje, estamos aqui, dando autorização para o Governo do Estado de São Paulo sucumbir, mais uma vez, à política do contrário. Essa política do Estado fraco precisa de um Estado forte. A garantia de recursos para o Estado de São Paulo é compromisso do PT, também. Se, até hoje, não foram votados os projetos a favor da população do Estado foi porque não houve quórum, não do PT: não houve quórum da bancada da situação.

Não podemos subestimar a inteligência do povo que nos assiste. Esse é o instrumento que a minoria tem, que a bancada de oposição tem, de fazer o impedimento para que as coisas não aconteçam simplesmente do jeito que o Governador quer, mas para que haja melhora nos projetos. É o caso do encaminhamento que gostaria de fazer para que fosse votado o projeto dos empréstimos, mas com as ressalvas colocadas nas emendas do Partido dos Trabalhadores, para que haja transparência e segurança para mais um empréstimo voltado ao desenvolvimento do Estado.

Que consigamos acompanhar cada centavo investido, que sairá do bolso do trabalhador do Estado, garantindo o desenvolvimento com absoluta transparência porque a ordem, hoje, é a plena transparência para que não retrocedamos ao passado, que está bem presente na nossa história. Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. MARCO AURÉLIO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, gostaria de fazer uma solicitação. Há algum tempo fiz uma solicitação e ela foi atendida. E reitero o agradecimento, que é a colocação da linguagem libras para quem está assistindo. Hoje isso já acontece.

Esta sessão de hoje é um exemplo para fundamentar meu pedido. Como já faz algum tempo que estamos discutindo o projeto, é evidente que dificilmente vamos encontrar alguém assistindo televisão todo esse tempo. O meu pedido é que, no rodapé da tela, intercalasse o nome do deputado que está fazendo o uso da palavra, e também o projeto que está sendo votado, para que a pessoa, quando ligar a televisão, possa verificar o que está sendo discutido. É um pedido que faço a Vossa Excelência. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - É uma sugestão muito oportuna e correta.

Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo com o método de votação, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Item nº 1 - projeto salvo emendas e mensagem aditiva.

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana Braga, para encaminhar.

 

O SR. ALENCAR SANTANA BRAGA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público presente, funcionários, telespectadores da TV Assembleia, estamos agora encaminhando o projeto que pede autorização para que o Governo do Estado obtenha financiamento da ordem de 2,117,5 bilhões. É para as obras de infraestrutura, como monotrilho, DER, Porto de Santos. Houve também debate sobre a conjuntura em que estamos vivendo nos Tribunais, no Congresso, algumas acusações na imprensa. Alguns deputados debateram a situação do Partido dos Trabalhadores, o Deputado Rillo fez um depoimento sobre o ataque ao PT, como também o Deputado Adriano. Sabe qual é a razão? Aí o Deputado Campos Machado disse: “Quem quer matar os petistas?”

Talvez não seja essa exatamente o debate “matar os petistas”. Mas alguns setores, inclusive a oposição, querem destruir o PT e o seu projeto. Sabem por que estamos votando este projeto hoje? A oposição não entende a importância do Governo Lula, não consegue compreender a trajetória, todas as realizações. Tudo isso só é possível porque tem o aval do Governo Federal, que permitiu o Estado de São Paulo - outros estados também - obtivesse recurso para fazer algumas obras de infraestrutura. Infelizmente, o Governo do Estado não toca na velocidade necessária. Isso ocorre também em outros estados. O Governo Lula garantiu orçamento para mudar a realidade social e acabar com a miséria, mas o Presidente Lula e o PT são atacados de forma preconceituosa. Eles não querem debater propostas, o futuro das cidades, dos Estados e do País.

Nós superamos e vencemos. Fomos vitoriosos em 2002 e tivemos a capacidade de provar a todos, que torciam contra, de que iríamos fazer - e fizemos - um bom Governo. E continuamos fazendo. Em 2005, tentaram destruir este projeto e não conseguiram. Levaram novamente uma surra nas eleições de 2006, no segundo mandato do Lula, que foi ainda melhor que o primeiro, com toda experiência acumulada. E fez um Governo soberano, inclusive lá fora. Foi um Governo transformador que é reconhecido e lembrado pelo povo. E há pessoas que não são petistas, ou que não são da esquerda que reconhecem a importância. Talvez, esta seja a principal razão para deixar alguns muito bravos e com ódio quando querem fazer o debate político, ou quando se utilizam de alguns instrumentos para nos atacar. Sabe qual é a bronca principal deles? É porque Lula se tornou líder não só do nosso país. Ele se consolidou como uma liderança nacional. Ao contrário do Presidente que o antecedeu, Lula foi reconhecido lá fora como alguém que debate não só o problema do seu país, mas também da África, da economia mundial, que foi ousado em 2009 - garantiu a segurança e o desenvolvimento do País, mesmo tendo um cenário de incertezas lá fora. Mesmo após o seu mandato continua sendo respeitado em outros países. E continua de forma altiva fazendo debates, defendendo aquilo que acredita, para que no mundo tenha menos fome, mais igualdade e paz. Lula conseguiu fazer a sua sucessora. Muitos não acreditavam nela porque achavam que aquela candidatura não iria dar certo. Alguns setores fizeram uma campanha raivosa e preconceituosa. E nós vencemos.

Apostaram que ela não faria um bom Governo, fazendo uma comparação como se houvesse divergência entre o nosso ex-Presidente e a nossa Presidente Dilma. Quem faz a pauta desta Casa é o Presidente da Assembleia, decidido no Colégio de Líderes. No Congresso Nacional, a Ação Penal 470 entrou em debate, durante o processo eleitoral, por pressão de alguns setores da mídia porque eles queriam interferir no processo eleitoral. Conseguiram em parte, mas prejudicaram o debate mais propositivo, mais de acordo com a realidade social do município. Mesmo assim, conseguimos vencer, e vencemos no coração do Estado de São Paulo, que é a Capital. E, pela primeira vez na história, o Estado de São Paulo vai disputar a Presidência nacional, tendo a prefeitura da Capital e o Governo Federal. Em 2002, ganhamos o Governo Federal.

Sabe por que eles estão bravos? Continuam ainda a disputar uma eleição, via denúncias, ainda nos Tribunais, porque eles sabem que nós caminhamos para ganhar o Governo do Estado em 2014. E vamos ganhar porque você, cidadão que nos acompanha pela TV Assembleia, percebeu a diferença: que o PT veio para mudar, que é o Governo Federal que transformou a vida das pessoas e garantiu melhor poder aquisitivo, respeitando os direitos humanos e a minoria. Está trabalhando pela juventude, pelas pessoas do campo, nas cidades e em todos os lugares.

Deputado Campos Machado, V. Exa. disse que o PT não estaria defendendo os seus companheiros que estão sendo vítimas de um julgamento, e que os princípios constitucionais estão sendo desrespeitados. Digo a todos os deputados e a você que nos acompanha, a todos os nossos companheiros desta Casa, ao PT nacional, estadual e municipal. Todos da bancada do Partido dos Trabalhadores sabem muito bem o que está ocorrendo e o que ocorreu. Temos a certeza de que fizemos e vamos continuar fazendo melhor.

Os nossos companheiros estão sendo vítimas porque eles representam um projeto desde a sua fundação, desde a sua origem. Dedicaram praticamente a sua vida inteira a construir o nosso partido não só no Estado de São Paulo, mas em todo o País. Estiveram lado a lado com o Lula e tantos outros companheiros e companheiras ao longo dessa trajetória. Sofreram, também, em outros momentos o poder do Estado ilegítimo. Sofreram seus preconceitos, mas tiveram a clareza, a consciência e a importância do projeto do PT e que por isso em 2002 e 2006 foram vencedores. Foram, também, em 2010 e agora novamente.

Querem destruir parte dessa história, mas não vão conseguir. Estamos todos juntos e vamos defender porque não são somente eles, pessoas físicas, que estão sendo vítimas. Mas, sim, querem fazer de vítima todo o Partido dos Trabalhadores porque ele simboliza toda uma história, uma trajetória de uma geração.

Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tenham certeza absoluta de que o PT vai mais uma vez sair fortalecido desse processo com a militância do seu lado, com o povo cada vez mais consciente e percebendo que alguns setores querem dar o golpe e agora estão tentando acusar o Presidente Lula de coisas lá de trás que não existiram.

Simplesmente começam a oposição. Não sabem o que quer. Está longe do povo, longe de você que nos acompanha para tentarem dar um novo golpe. Mas não queremos a volta ao passado porque a democracia tem que ser fortalecida, a liberdade, os direitos sociais e todo o direito do nosso cidadão para que o Brasil continue avançando. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis ao projeto, salvo emendas e mensagem aditiva queiram conservar-se como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, peço uma verificação de votação.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - O pedido de V. Exa. é regimental.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, quero anunciar a esta Casa que o PT está em obstrução.

 

O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Está registrada a manifestação de V. Excelência.

Esta Presidência vai proceder à verificação de votação pelo sistema eletrônico.

As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem a favor do projeto registrarão “sim”, os que forem contrários “não”.

 

* * *

 

- É feita a verificação.

 

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O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Participam do processo de votação 40 Sras. Deputadas e Srs. Deputados: 39 votaram ‘sim’ e este Deputado na Presidência quorum insuficiente para aprovação do projeto.

Esgotado o objeto da sessão esta Presidência, antes de encerrá-la, lembra V. Exas. da convocação da Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental.

Está encerrada a sessão.

 

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- Encerra-se a sessão às 23 horas e quatro minutos.

 

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