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02 DE JUNHO DE 2011

055ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO

 

Secretário: OLÍMPIO GOMES

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - WELSON GASPARINI

Lamenta o falecimento de mais duas vítimas da dengue em Ribeirão Preto. Combate a falta de kits para analisar amostras de sangue de pessoas que suspeitam possuir a doença. Pede ajuda às esferas federal e estadual no combate a enfermidade. Critica a qualidade da Educação no País. Sugere uma maior integração entre os Executivos federal, estadual e municipal no combate a tais dificuldades.

 

003 - CARLOS GIANNAZI

Retoma fala sobre policial militar que corre o risco de ter sua única casa penhorada pelo Estado de São Paulo. Critica a atitude do Executivo Estadual. Explica a ilegalidade da medida. Informa que comissão de moradores que denunciou irregularidade em praça de pedágio localizada na região de Jundiaí está sendo processada pela concessionária responsável pela cobrança.

 

004 - OLÍMPIO GOMES

Registra a presença, neste Legislativo, do policial militar Rogério Weiers, que poderá ter sua casa penhorada pelo Governo do Estado por ter batido a viatura que dirigia em serviço. Cita valores da dívida do PM. Solicita às Comissões de Segurança Pública e de Direitos Humanos o acompanhamento do caso. Exibe e comenta vídeo no qual o policial explica o ocorrido.

 

005 - Presidente JOOJI HATO

Registra a presença do policial Rogério Weiers, acompanhado de sua família.

 

006 - JOSÉ BITTENCOURT

Comenta mandado de segurança, impetrado pelo Deputado Antonio Mentor, com o intuito de obstar o andamento de cinco CPIs em andamento nesta Casa. Afirma que, após nova apreciação do caso, a justiça permitiu que duas destas CPIs fossem retomadas, dentre as quais uma de sua autoria. Comenta caso de PM que pode ter sua casa penhorada pelo Estado. Discorre acerca da ilegalidade da medida.

 

007 - Presidente JOOJI HATO

Anuncia a presença dos Vereadores Gines Fernandes e Marco Rogério Braga Camacho, a convite do Senhor Deputado Luis Carlos Gondim.

 

008 - MARCOS MARTINS

Solidariza-se com policial que pode ter sua residência penhorada pelo Governo do Estado. Informa que o Plano Nacional de Educação encontra-se em fase final de elaboração. Afirma que, na próxima semana, o Secretário de Estado da Saúde deve visitar a Casa. Comenta abaixo-assinado responsável pela suspensão do pagamento de tarifa em praça de pedágio localizada na região de Jundiaí. Condena a atitude da concessionária responsável pela cobrança, que pretende processar a comissão de moradores que a denunciou.

 

009 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Parabeniza o Deputado Olímpio Gomes pelo auxílio prestado em defesa do policial que corre o risco de ter sua casa penhorada. Sugere a criação de seguro para automóveis da PM. Condena a possível desativação de delegacia em Pindamonhangaba. Critica a Operação Delegada, instituída pelo Estado de São Paulo, que utiliza policiais militares para cuidar da segurança de instituições particulares, como bancos. Lê requerimento de informação, de sua autoria, no qual questiona o Executivo Estadual sobre dificuldades enfrentadas pelo Hospital Sorocabano.

 

010 - LUIS CARLOS GONDIM

Considera injusta a cobrança do Estado contra o policial Rogério Weiers. Relata problemas enfrentados pelo Hospital Santo Ângelo, que cuida de portadores de hanseníase. Afirma que empresa exploradora de minérios quer desocupar o local. Solicita providências às autoridades competentes.

 

011 - CELSO GIGLIO

Parabeniza o Deputado Luiz Cláudio Marcolino por pronunciamento acerca do Hospital Sorocabano. Comenta projeto, de sua autoria, que pretende tornar obrigatório o exame oftalmológico em escolas. Menciona projeto, também de sua autoria, que pretende reduzir em 50% o valor dos pedágios pagos por idosos. Demonstra satisfação pelo número de projetos de Deputados sendo votados neste Legislativo.

 

GRANDE EXPEDIENTE

012 - JOSÉ ZICO PRADO

Solidariza-se com o caso do policial Rogério Weiers. Manifesta apoio aos funcionários da CPTM em greve. Combate o estado de conservação dos trens. Comenta o fim da paralisação da Sabesp. Destaca possibilidade de greve dos servidores da Saúde. Comenta reunião entre prefeitos do Vale do Ribeira com o Secretário de Transportes sobre a duplicação da Rodovia SP 250. Fala da regulamentação de fretamentos em São Paulo. Cita veto a projeto, de sua autoria, que obriga a retirada de postes da rede elétrica da frente de residências (aparteado pelo Deputado Luiz Claudio Marcolino).

 

013 - FERNANDO CAPEZ

Comenta reunião da Comissão de Constituição e Justiça. Elogia a participação do Deputado João Antonio. Defende o fortalecimento do perfil técnico da CCJ. Apoia o trâmite de proposituras por todas as comissões. Cita aprovação do PLC 34/11. Relembra argumentos apresentados pelo Deputado Olímpio Gomes quanto à propositura (aparteado pelo Deputado João Antonio).

 

014 - JOÃO ANTONIO

Para comunicação, parabeniza o Deputado Fernando Capez pelo pronunciamento. Ressalta o dever dos parlamentares em defender a Assembleia Legislativa. Critica a figura do relator especial, considerado como interferência do Executivo nesta Casa. Diz que esta situação destrói as prerrogativas do Parlamento.

 

015 - ADRIANO DIOGO

Pelo art. 82, propõe audiência com o Procurador-Geral do Estado para tratar do problema do policial Rogério Weiers. Indigna-se com a possibilidade dele perder sua casa. Defende a extensão da inspeção veicular para o Estado. Exige a votação de projeto que trata do assunto. Critica a falta de reuniões da Comissão de Segurança Pública. Acusa o Legislativo de aprovar projetos apenas de deputados da situação. Repudia a figura do relator especial.

 

016 - FERNANDO CAPEZ

Para comunicação, solidariza-se com o policial Rogério Weiers e seus familiares. Informa que a Comissão de Segurança Pública deverá eleger seu vice-presidente com a maior brevidade. Informa que convocará reunião extraordinária para tratar do caso do policial citado. Defende que sejam discutidos e votados todos os projetos de lei da ordem do dia. Argumenta que a sociedade tem direito de saber apreciadas as matérias apresentadas por seus representantes.

 

017 - OLÍMPIO GOMES

Para comunicação, agradece aos Deputados que apoiaram o policial Rogério Weiers. Elogia a intervenção do Deputado Adriano Diogo junto ao Procurador do Estado. Ressalta o discurso do Deputado Fernando Capez sobre o mérito da questão. Defende os policiais envolvidos em acidentes com viaturas. Lamenta os critérios para a votação do PLC 34/11.

 

018 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Para comunicação, critica o ex-Governador José Serra de não atender os movimentos sociais. Diz que o mesmo tem ocorrido com o atual governador, a quem acusa de negligenciar os conflitos trabalhistas em curso.

 

019 - ENIO TATTO

Pelo art. 82, presta solidariedade à questão vivida por policial militar. Afirma que o Governo paulista optou pelo arrocho salarial. Dá conhecimento do posicionamento da bancada petista sobre o assunto. Explana dados financeiros referentes às receitas e despesas do Executivo. Comenta gastos com pessoal da CPTM. Enfatiza possibilidade de reajuste à categoria, pelo aquecimento da economia. Exige o cumprimento de datas-base dos servidores estaduais. Aponta que o Governo de São Paulo deve finalizar o ano com arrecadação de 5 bilhões de reais acima do estimado.

 

020 - ENIO TATTO

Requer o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

021 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 03/06, à hora regimental, sem ordem do dia. Lembra-os da realização de sessão solene, dia 03/06, às 10 horas, pelo "6º Aniversário da Confederação das Igrejas Evangélicas Apostólicas do Brasil - CIAB". Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - OLÍMPIO GOMES - PDT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Rita Passos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Grana. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Tobias. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB – Sr. Presidente, senhores deputados, senhoras deputadas: Os principais jornais de Ribeirão Preto estampam na  primeira página das suas edições desta quinta-feira (02/06)  uma  triste notícia: a dengue foi responsável por mais  duas mortes naquela cidade. Só neste ano, já foram seis as vítimas fatais dessa doença. No ano passado, dez pessoas morreram vítimas da dengue em Ribeirão Preto. Este ano, estamos no mês de junho, já temos seis mortes e mais oito casos em investigação com possibilidades de terem morrido também vitimados pela dengue.

São inúmeros, infelizmente, os casos. Ribeirão Preto, até esta semana, chegou a 13.547 casos contabilizados de dengue. Só nos últimos quinze dias, foram mais de 1.142 casos comprovados. Mais impressionante é saber que mais de dez mil amostras de sangue foram tiradas - mais dez mil não anotadas nas estatísticas oficiais - , com suspeita de dengue. O resultado dos exames não tem sido possível apurar nessas dez mil suspeitas porque não existem kits para examinar. É um material importado e a Secretaria de Saúde de Ribeirão Preto está sem poder constatar se essas pessoas realmente foram vítimas da dengue. É lógico que quando a pessoa procura a área da Saúde com os sintomas comuns à dengue, principalmente febre, é bem provável que seja a doença, daí a necessidade do exame. Caso sejam comprovadas essas suspeitas, nós teríamos mais de vinte mil casos de dengue em Ribeirão Preto, em apenas cinco meses.

Nessa área da Saúde, no geral, teríamos que ter, integrados, um plano nacional de saúde, um plano estadual de saúde e os planos municipais de saúde.  Num caso como esse, por exemplo, da epidemia de dengue registrada em Ribeirão Preto, a maior dos últimos anos e  a maior do Estado de São Paulo não deve haver, apenas, ações isoladas  da Secretaria Municipal de Saúde da minha cidade. Deveria haver, sim, uma integração geral: Secretaria Estadual de Saúde, Secretaria Municipal de Saúde e o próprio Ministério da saúde, com os seus representantes realizando reuniões periódicas para definir estratégias conjuntas de como enfrentar essa epidemia.

Agora, faltam até os kits para realizar os exames e saber se a pessoa está ou não com a doença. É muito triste falarmos isso. Tenho impressão que a falta de planos nacional, estaduais e municipais dificulta muito enfrentar tão grave problema e também outros nas áreas da Saúde e também na da Educação. Deveríamos, portanto, ter uma integração maior entre os Poderes de administração em todos os seus níveis..

A área da Educação, por exemplo, está lamentável no Brasil todo: os professores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem. Não é só no ensino fundamental, mas também no médio e no universitário. Vejam, por exemplo, o exame da Ordem dos Advogados: 82% dos bacharéis formados em Direito não podem exercer a profissão porque são reprovados no exame. Nós temos estatísticas demonstrando que a grande maioria dos alunos termina o ensino fundamental sem saber ler e escrever. Então, o assunto é realmente muito sério. Tínhamos, pois, de ter uma união dos três níveis de Governo. Obrigatoriamente cada nível de governo teria de apresentar um plano para o setor de Saúde e  um plano para o setor de Educação de forma integrada. Membros do Ministério da Educação, Secretarias Estaduais da Educação e das Secretarias municipais deveriam se reunir para promover a integração desses planos visando maior eficiência na execução dos mesmos.

            Defendo, pois, um planejamento correto e uma ação integrada dos governos municipais, estaduais e da União em áreas fundamentais como a da Saúde e da Educação; só com planejamento correto poderemos suprir as necessidades dos brasileiros que aspiram uma vida mais digna com melhor saúde e melhor educação.

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando José Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público aqui presente, telespectadores da TV Assembleia, na data de ontem, abordamos aqui o caso do policial Militar Rogério. Fizemos aqui um amplo debate juntamente com o Deputado Major Olímpio e o Deputado Adriano Diogo. Inclusive, ontem mesmo, aqui, não só por ofício, através do nosso gabinete, mas também, através dos microfones aqui, pedimos para que a Comissão de Direitos Humanos, presidida pelo próprio Deputado Adriano Diogo, entre nesse caso porque é um verdadeiro absurdo o que vem acontecendo.

O policial militar, servidor público, que inclusive está presente aqui hoje porque pedimos para que ele viesse para conversar com os deputados sobre esse caso. Ele está aqui acompanhado da sua família, seus filhos, sua esposa.

O policial Rogério Weiers, em 1999, no exercício da sua profissão, cumprindo seu dever, combatendo o crime em São Paulo dirigindo uma viatura, sofreu um acidente. Isso é comum na Polícia Militar e em outras áreas. No entanto, hoje o Estado está querendo penhorar a casa do servidor Rogério Weiers. É um verdadeiro absurdo. Esse caso já foi parar na imprensa.

Ontem, já debatemos aqui e estamos manifestando o nosso total repúdio a esse comportamento do Governo estadual, da Secretaria da Segurança Pública, do Comando da Polícia Militar, seja da própria Procuradoria, que um servidor seja perseguido e humilhado dessa forma, cumprindo seu dever no exercício da sua profissão, das suas prerrogativas de combater o crime e agora seja perseguido dessa maneira, colocando em risco o único bem que ele possui, que é, na verdade, a sua casa. Inclusive, isso é ilegal. A casa não pode ser penhorada, mas o Estado, ao arrepio da lei, tem esse tipo de comportamento. Então, exigimos aqui que o Governo tome providência para reverter essa situação.

Aqui, através da Assembleia Legislativa, já tomamos providência em relação ao encaminhamento feito à Comissão de Direitos Humanos que, tenho certeza, vai sair em defesa desse servidor público porque o Estado não pode cometer uma injustiça como essa. Estamos tendo no Estado de São Paulo uma inversão de valores. Esse é um caso grave que pedimos o apoio de todos os deputados e deputadas de todas as bancadas para que façam intervenções junto ao Governo do Estado.

Tem outro caso grave também que denunciamos ontem, que é em relação às praças de pedágios que foram instaladas na região de Itatiba e Jundiaí. Houve suspensão do pedágio porque o Ministério Público entrou com uma ação e há uma liminar na Justiça, na comarca dessa região, suspendendo a cobrança de pedágio exatamente na Rodovia Engenheiro Constâncio Cintra, uma rodovia que fica entre Jundiaí e Itatiba. Porém, há a Rota das Bandeiras, uma concessionária que administra essa rodovia, que entrou com um processo contra a comissão de moradores que é contra a farra dos pedágios nessa região.

Então, essa comissão de moradores está sendo processada na Justiça pela Concessionária Rota das Bandeiras porque organizou um movimento para denunciar essa irregularidade. Nós estivemos presentes nesse ato, em janeiro. O Deputado Marcos Martins participou também. Nós estávamos apoiando esse movimento pacífico e ordeiro.

A Rota das Bandeiras inconformada com esse movimento, que é justo, democrático, realizado nos marcos da legalidade, abriu um processo contra essa comissão.

É um verdadeiro absurdo, uma inversão de valores um policial militar combatendo o crime, ele sofre um acidente com a viatura e é obrigado a pagar o prejuízo. Ele não tendo dinheiro, o Estado vai penhorar a sua casa. O movimento organizado de moradores, em Itatiba, lutando contra o pedágio é processado. Isso é um absurdo.

Nós já protocolamos aqui, também, requerimentos nas duas comissões: Comissão de Direitos Humanos e Comissão de Transportes, exigindo a convocação tanto da direção dessa concessionária Rota das Bandeiras, como da Artesp para explicar essa perseguição em cima de moradores da região de Itatiba. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Cândido. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários da Casa, cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, quero dizer que hoje há um convite nosso ao policial militar Rogério Weiers estar aqui na Casa do povo para pedir proteção aos representantes do povo.

Independentemente de posição político-partidário, queremos dizer o que está acontecendo com a família do policial Rogério, dona Terezinha e seus dois filhinhos, Brenda e Gabriel.

Vamos mostrar o vídeo que conta essa trajetória de luta desse policial Rogério Weiers porque o Estado o está condenando a pagar o ressarcimento da viatura que ele era condutor, em 1999, numa ocorrência de tiroteio.

O Estado quer condená-lo a pagar hoje, corrigido no valor superior a 50 mil reais, penhorando o único bem que é a sua casinha, que vocês vão ver no vídeo.

Eu quero pedir a proteção da Assembleia Legislativa porque ele não deu difusão na mídia. Ele fez a gravação do seu lamento para o You Tube e passou aos companheiros policiais militares. Chegou ao meu conhecimento e do Deputado Carlos Giannazi e nós fizemos questão de dar difusão.

Estou também preocupado com eventuais retaliações porque o Governo e mesmo o Comando quando se sente acuado e envergonhado diante de uma vergonha dessas normalmente quer retaliar mais e retaliar a família. Nós vamos acompanhar para ver se vai “ter bonde”, transferência, perseguição hierárquica funcional. Uma vergonha!

A dívida de 9700 reais do conserto da viatura, Srs. Deputados, a Procuradoria está corrigindo em 500% e nestes 11 anos, Presidente Jooji Hato, nenhum policial do Estado de São Paulo teve um centavo de correção, 1% que fosse. Agora para pagar o conserto de uma viatura, 500 por cento.

Que vergonha Governador!

Procurador-Geral do Estado, pelo amor de Deus!

Vamos ao vídeo que retrata a condição desta família e já requerendo que as Comissões de Segurança Pública e de Direitos Humanos acompanhem todos os atos. Eu proponho que as Comissões acompanhem uma renegociação junto à Procuradoria-Geral do Estado. O próprio Deputado Adriano Diogo vai falar disso, mas já se comprometeu a fazer uma interlocução junto à Procuradoria pedindo um parcelamento mais razoável.

Hoje, o Governo Federal parcela em 120, 180 vezes débitos de empresas, quebra os juros. Aqui, o Estado está metendo 500% de juros quando não deu 1% de reajuste para esse homem ou para qualquer policial do Estado. Vários estados já têm o seguro que o estado faz através da Secretaria de Segurança Pública sobre a frota de veículos. Temos 15 mil viaturas da Polícia Militar. Imagine se o comandante de uma aeronave do Grupamento Aéreo tem um incidente com a aeronave, que custa seis milhões de dólares! Imagine se o condutor de um caminhão auto-escada do Corpo de Bombeiros, que custa dois milhões de dólares, tem um incidente! Este homem ganha líquido menos de dois mil reais. Nunca teve uma punição na vida. E agora o Estado quer punir a sua família: quer punir a Dona Terezinha, quer punir o Breno e o Gabriel tirando o único bem que eles têm.

Vejam no vídeo como é a vida deste homem.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

Deputados, aqui está a família de um servidor do Estado de São Paulo prestes a perder o seu único bem, que é uma humilde casinha até sem o reboco porque o Estado insiste em cobrar 500% de juros em cima do conserto de uma viatura no valor de 9700 em 99 num período em que não teve 1% de correção.

Que a Assembleia Legislativa, que os 94 deputados, independentemente do posicionamento político-partidário, se situação ou oposição, estendam a mão a esta família, promovam uma interlocução com a Procuradoria-Geral do Estado. Não façamos esta família passar por mais constrangimento e humilhação do que esta ameaça nefasta de perder a sua casinha. À consideração dos Srs. Deputados.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência deseja êxito ao PM Rogério, Dona Terezinha e filhos. Contem com este Deputado.

Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Isac Reis. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt.

 

O SR. JOSÉ BITTENCOURT - PDT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero fazer alusão a uma decisão do Tribunal de Justiça do nosso estado e, ao final, emitir minha opinião sobre esse caso que acabamos de ouvir e ser denunciado na tribuna deste Parlamento. Farei isso de maneira muito sintética.

O mandado de segurança impetrado pelo Deputado Antonio Mentor, para obstar o andamento das 5 CPIs que foram instaladas aqui, foi acolhido com cessão de liminar expedida pelo desembargador Armando Toledo, concedendo, portanto, a suspensão do funcionamento dessas 5 CPIs. A Casa foi acionada por meio de sua Procuradoria para prestar informações e chegou aos autos do mandado de segurança. No juízo de reapreciação o desembargador Armando Toledo cassou parcialmente a liminar que ele próprio havia concedido, mantendo a funcionalidade de 2 CPIs que, na ótica dele, em juízo sumário, julgou que 2 CPIs têm objeto certo e determinado e podem ser instaladas. Quais são elas? A CPI que tem por objeto investigar irregularidades e má qualidade na prestação de serviços de tevê por assinatura e a que pretende investigar a real situação do ensino superior praticado no estado por instituições particulares. Essas duas CPIs já podem, portanto, ser instaladas.

Essa decisão, Sr. Presidente, foi proferida no dia 23 de maio, publicada, e a Procuradoria desta Casa está sendo intimada da decisão. Evidentemente o presidente da Casa haverá de emitir o comando para que o deputado mais idoso dessa comissão faça a convocação para instalarmos as CPIs e fazermos as investigações.

Sustento que a CPI que propusemos para investigar práticas de irregularidades na prestação de serviços de tevê por assinatura será instalada. A Justiça reconhece que há objeto certo e determinado para isso.

Sr. Presidente, nos termos regimentais peço que este despacho de mandado de segurança seja publicado no Diário Oficial do Legislativo com base no princípio da publicidade.

Em relação ao caso do PM gostaria de citar a Lei 8009, a chamada lei da impenhorabilidade de bem de família. Significa dizer que havendo um único imóvel objeto de residência familiar esse imóvel não pode ser penhorado. Basta que o advogado entre com embargos à penhora, medida processual cabível, e vai discutir. Mas isso não impede que aqui façamos diligências à Procuradoria do Estado ou a quem quer que seja para acabar com isso. Como é que pode? Quer dizer que se o PM tem um revólver, o bandido o assalta e leva o revólver ele tem de pagar? Isso é um absurdo! Onde estamos? Sr. Governador, precisamos observar essa questão. O PM deve pagar pela arma que lhe foi roubada? Se a arma quebrar ele paga? Sés a viatura quebrar ele tem de pagar? Onde é que nós estamos?!

Solidarizo-me com essa família, com os discursos dos Deputados Carlos Giannazi e Olímpio Gomes e apelamos a todos os companheiros parlamentares desta Casa no sentido de nos mobilizarmos para acabar com essa prática danosa. Que motivação tem o PM para ir atrás de bandido e proteger a sociedade no seu objetivo primeiro que é de prevenção, de proteger os cidadãos de São Paulo? Precisamos criar um instrumento que acabe com isso na Polícia Militar. Se ficar comprovado que o PM não tem culpa, ele não pode de forma alguma ser responsabilizado patrimonialmente e ter seus bens discutidos. Por isso muitos policiais têm de ir à oficina de A, B, ou C pedindo por favor, para arrumar um pneu ou alguma outra coisa. Isso é um absurdo. Temos de nos insurgir contra essa prática danosa. O salário do PM já é de miséria, baixo, e ainda tem essa situação! Temos que nos mobilizar. Assinaremos uma comissão de representação para observarmos essa questão e trazer a esta Assembleia o debate necessário, aprofundado, para tomarmos as medidas no âmbito de nossas atribuições. Esse caso do PM é emblemático. Não se trata de resolver o problema dele, mas de resolver o problema da Corporação em geral.

N° 0076138-28.2011.8.26.0000 - Mandado de Segurança - São Paulo -

Impetrante: Antônio Mentor de Mello Sobrinho (Deputado Estadual) -

Impetrado: Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo - Vistos. Ante a argumentação havida com a inicial, bem como os documentos que a acompanham, defiro o pedido de liminar havida, suspendendo todo e qualquer ato, em continuação, quanto aos termos ali elencados, até que venham as informações da d. Autoridade tida como coatora, momento em que, será reapreciada a liminar, mantendo-se-a, ou não, até final julgamento. Requisite-se as informações, para que sejam prestadas no prazo legal. P. Int. - Magistrado(a) Armando Toledo - Advs: Luís Antônio Albiero (OAB: 924357 SP) - Alexandre Issa Kimura (OAB: 123101/SP) - Palácio da Justiça - Sala 309

N° 0076138-28.2011.8.26.0000 - Mandado de Segurança - São Paulo -

Impetrante: Antônio Mentor de Mello Sobrinho (Deputado Estadual) -

Impetrado: Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo - Despacho Mandado de Segurança n° 007613 8-28.2011.8.26.0000< /b> Relator: Armando Toledo

Órgão Julgador: Órgão Especial

1. Diante das informações apresentadas pela autoridade dita como coatora, verifica-se, em um exame ainda preliminar e de cognição sumária, que é possível que, dentre as cinco Comissões Parlamentares de Inquérito criadas e constituídas, duas estejam em consonância com os pressupostos constitucionais, quais sejam, a que tem por objeto a Investigação da prática de irregularidades e de má qualidade na prestação de serviços de TV por assinatura e a que tem por objeto a apuração da real situação do ensino superior praticado no Estado pelas instituições particulares.

2. Por tal razão, revogo, neste ponto, a liminar concedida, sendo que as demais Comissões Parlamentares de Inquérito merecerão análise mais detalhada.

3. E certo que a presente parcial revogação, bem como eventual concessão ou denegação da segurança, afinal, não ensejarão nenhum prejuízo, até pelo ágil rito necessário emprestado ao Mandado de Segurança pela nossa legislação.

4. Remetam-se, por outro lado, com urgência, os autos à Procuradoria-Geral de Justiça, para elevado parecer.

5. Após, conclusos.

São Paulo. 23 de maio de 2011.

Armando Toledo Relator - Magistrado (a) Armando Toledo - Advs: Luís Antônio Albiero (OAB: 92435/SP) - Alexandre Issa Kimura (OAB: 123101/SP) - Palácio da Justiça - Sala 309

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Estevam Galvão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins.

Esta Presidência anuncia a presença dos vereadores Gines Fernandes e Marco Rogério Braga Camacho, a convite do nobre colega Deputado Luis Carlos Gondim.

 

O SR. MARCOS MARTINS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia e aqueles que nos acompanham pelo serviço de altofalantes, quero também me solidarizar com o PM que está sendo vitima de perseguição. Ele estava no estrito cumprimento do seu dever em defesa da segurança pública que não anda bem neste estado por várias razões. Faremos tudo que estiver ao nosso alcance para ajudar e é lamentável que isso ocorra. Sabemos que há injustiça em outras categorias, como a de motorista. Se houver um abalroamento no ônibus o motorista tem de pagar. Em Rondonópolis, na região norte do estado, houve os assassinatos de camponeses. É o crime da pistolagem. Isso tem ocorrido, recentemente houve uns 3 ou 4, e queremos manifestar nossa preocupação. Que o Ministério da e demais autoridades responsáveis façam frente a isso.

Aqui no Estado de São Paulo continuamos tendo problemas variados. Um deputado falou hoje da educação e da saúde, que não há plano nacional de educação. Plano Nacional de Educação existe, está sendo implementado. Então, Deputado Edson, se informar porque está sendo implantado o Plano Nacional de Educação. Esperamos que isso ajude a melhorar o ensino no país, com a criação de universidades federais técnicas.

Na Comissão de Saúde desta Casa, da qual sou presidente, estará presente na próxima terça-feira, dia 07 de junho, às 14 horas e 30 minutos, o Secretário de Estado da Saúde para falar sobre as ações de sua secretaria e acredito que também sobre o programa de combate à dengue. Infelizmente, as reclamações sobre essa secretaria não são poucas.

Com relação ao PM mencionado pelo deputado major Olímpio, V.Exa. tem nosso apoio a nossa solidariedade.

Estivemos na manifestação sobre a praça de pedágio de Jundiaí a Itatiba. Juntamente com o vereador daquela cidade, Durval Orlato, organizamos um abaixo-assinado, encaminhamos através da comissão ao Ministério Público, que resultou na suspensão do pagamento de pedágio. Agora, a comissão está sendo perseguida.

Quero manifestar minha solidariedade àquela comissão e a minha desaprovação a esse tipo de perseguição àqueles que lutam contra os pedágios abusivos do Estado de São Paulo. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Cláudio Marcolino, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, funcionários desta Casa, inicialmente quero parabenizar o major Olímpio por trazer esse debate à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e saudar a coragem do policial militar e de sua família aqui presente. Também quero deixar registrado que existe o seguro geral da frota automotiva do governo federal, tanto para a Polícia Rodoviária quanto para a Polícia Federal. O governador poderia fazer o mesmo para o Estado de São Paulo visto que alguns estados da União têm seguro geral para frotas de automóveis. Seria importante, major Olímpio, fazer um requerimento subscrito por todos os deputados desta Casa e encaminhá-lo ao governador do estado para amparar todos os policiais civis e militares e outros funcionários públicos que tenham avarias nos automóveis em pleno exercício da função e que resolva a discriminação sofrida pelo policial militar aqui presente.

Quando pensamos em Polícia Militar, ontem falamos que em algumas cidades estão sendo fechadas as delegacias de polícia sob a alegação de terem poucos habitantes. O governo está prestando um desserviço à população. Ontem entramos com uma representação para que não seja fechada a delegacia do distrito de Moreira, na cidade de Pindamonhangaba, que tem 50 mil habitantes. A delegacia está sendo transferida para um bairro com menos de 20 mil habitantes que vai colocar toda aquela população em risco, porque há vários problemas de segurança pública.

Ainda em relação à Segurança Pública, temos visto a operação delegada, transferindo para os municípios uma responsabilidade que é do governo e da Polícia Militar do Estado de São Paulo. a partir de agora passa a executar o serviço que em tese deveria ser dos bancos, de reforçar o número de vigilantes nas agencias bancárias para diminuir a incidência dos assaltos, como as saidinhas de banco. Os bancos reduziram o número de vigilantes e a Polícia Militar do Estado de São Paulo tem de colocar policiais militares para fazer a ronda dentro dos estabelecimentos bancários. Achamos errado porque deveria ser responsabilidade dos bancos aumentar o número de vigilantes e não do estado, porque a Polícia precisa atender a população em geral, principalmente dos bairros mais carentes da cidade e do Estado de São Paulo que não têm um efetivo da Polícia Militar. Agora a Polícia Militar mostra a que veio, é patrimonialista, que cuida muito mais do patrimônio do que da população do Estado de São Paulo.

Aproveitando a oportunidade, quero dizer que estamos acompanhando o triste drama da população da região da Lapa, na zona oeste da cidade. Nos últimos dias foi fechado o Hospital Sorocabano, administrado pela Associação Beneficente dos Hospitais Sorocabana, que iniciou suas atividades em 1955, num imóvel de propriedade do governo do Estado de São Paulo, localizado à Rua Faustolo, 1633, bairro da Lapa, cidade de São Paulo. No ano passado esse hospital fechou as portas. Essa associação foi criada para prestar atendimento aos funcionários da Ferrovia Paulista S/A - Fepasa. Nos anos 60, foi credenciado pelo Inamps, e na sequência passou a integrar o Sistema Único de Saúde - SUS. Já chegou a atender 20 mil pessoas e no momento do seu fechamento estava atendendo 2 mil pessoas na zona oeste de São Paulo.

Sr. Presidente, fizemos o requerimento nº 182, de 2011, pedindo várias informações:

1 - O governo do Estado de São Paulo tomou conhecimento dos problemas administrativos envolvendo aquela situação?

2 - Quais foram as medidas legais desenvolvidas?

3 - Qual a situação legal do imóvel ocupado pelo Hospital Central Sorocabano, originalmente pertencente ao governo do Estado de São Paulo, transferido para a Associação Beneficente dos Hospitais Sorocabanos, situado à Rua Faustolo, 1633, bairro da Lapa, cidade de São Paulo?

4 - O ato de transferência do imóvel previa a devolução do imóvel e outros bens à Fazenda do Estado de São Paulo em caso de interrupção das atividades hospitalares ou dissolução da entidade beneficente. Com o encerramento das atividades do Hospital Central Sorocabano, quais as medidas que o governo do Estado de São Paulo tomou em relação a essa questão?

O terreno foi cedido pelo governo do estado a uma entidade, o hospital encerrou suas atividades em 2010 e o terreno voltaria para o Estado de São Paulo. Está havendo várias tratativas com a prefeitura de São Paulo para que seja feito um processo de municipalização do Hospital Central Sorocabano e seria muito importante que a população da Lapa e de toda a zona oeste de São Paulo, juntamente com a prefeitura e o governo do estado, reivindicassem que esse hospital seja reaberto para atender toda aquela população. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato. (na Presidência.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim.

 

O SR. LUIS CARLOS GONDIM - PPS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, gostaria de me solidarizar a esse policial militar que passa por um transtorno muito sério, sendo obrigado a pagar um débito que não é seu. É de uma ação de sua profissão e isso tem que ser reconhecido dessa maneira. Gostaria de estar junto com os deputados que lutam por essa causa, porque sabemos que isso existe há muito tempo. É muito honroso um homem dizer que está passando por um grande transtorno. E dentro da Polícia há isso. Não podemos usar a política para pedir uma transferência, mesmo tendo família, filhos pequenos. Isso tem que ser mudado dentro da Polícia Militar.

Gostaria de me dirigir a esse policial: ontem eu vi as imagens e realmente é um transtorno o que você está passando. Estou com você nessa luta. Os deputados do PSDB têm que levar esse dado à Receita Estadual. É um absurdo o que está acontecendo. Esse rapaz e sua família não podem passar por tudo isso. Um abraço. Que Deus o ilumine e que sua situação seja resolvida o mais rápido possível.

Sr. Presidente, assomei hoje à tribuna para falar de 80 famílias de hansenianos que moram no antigo Hospital Santo Ângelo, de Mogi das Cruzes, Hospital Leprosário de Mogi das Cruzes. Essas famílias estão sendo ameaçadas pela mesma empresa Itaquarela que queria tirar os nossos agricultores das terras compradas da Santa Casa. Essas pessoas foram isoladas da família e agora podem perder suas casas. Essa empresa, novamente, quer explorar minério no terreno do hospital.

Ontem foi realizada uma audiência pública nesse hospital e nós participamos. E aqueles hansenianos - aqueles leprosos, como se falava antigamente - vão ser recebidos hoje na Assembleia numa audiência que será feita pelo Deputado Carlos Giannazi. Essas pessoas perderam parte do corpo naquele hospital, moram lá há anos em colônias, alguns há 60 anos. Não está na hora de o Governador, de o Secretário tornar aquele hospital área de utilidade pública? Isso depende de uma canetada! Será que estão comunicando o Secretário sobre o que está acontecendo lá? A empresa alega que comprou o terreno da Santa Casa de São Paulo e que é dela. O Itesp tem que tomar uma atitude. A Secretaria de Habitação também, mas principalmente a Secretaria de Saúde e o Governador, que é médico e sabe como eram tratados os hansenianos antigamente. Essas pessoas estão sendo humilhadas, não têm condição de pagar um advogado, e estão prestes a ser despejadas de dentro do hospital.

Vejam essa situação! E o discurso deles: “perdi meu braço aqui”, “perdi a ponta dos meus dedos aqui, agora estou sendo mandado embora, e não vim para cá porque quis. Fui isolado da minha família aqui.”

Então por favor, Governador; por favor, Secretário, tomem conhecimento desse caso que acontece no hoje Hospital Dr. Arnaldo, antigo Hospital Santo Ângelo, que é muito grave e muito triste para aqueles hansenianos que ali moram. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Júnior. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio.

 

O SR. CELSO GIGLIO - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, funcionários queridos da Casa, em primeiro lugar quero dizer que ouvi com atenção as palavras do nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino e quero me solidarizar a ele. Sou médico há 40 anos; acompanhei toda a vida do Hospital Sorocabano. O que esse hospital atendeu e atendia as pessoas da Região Oeste era uma coisa incrível.

Quando fui para Osasco nossa cidade era muito carente de serviços médicos e nós nos servíamos do Hospital Sorocabano, que sempre foi um hospital de excelência. Sempre atendia muita gente; os ambulatórios eram realmente muito procurados e com todas as especialidades. E, lastimavelmente, assistimos à ruína desse hospital, que hoje deixa uma lacuna muito grande no atendimento médico de São Paulo e de toda a Região Oeste da Grande São Paulo. Quero me somar a Vossa Excelência. Sei que na terça-feira fomos informados que na Comissão de Saúde o Secretário estará presente, e acho que é uma boa oportunidade para que possamos abordar esse assunto de importância do Hospital Sorocabano.

Srs. Deputados, Sras. Deputadas, quero comunicar que demos entrada a dois projetos, que entendo de bastante importância. Um deles é criando a necessidade de se fazer exame oftalmológico nas escolas. Isso não pode deixar de ser feito. Muitas vezes as crianças até nem percebem o déficit visual que têm, e às vezes é muito grande. Esses exames têm que ser feitos semestralmente, tornarem-se um exame de rotina. Já fiquei frustrado na legislação passada quando tentamos estender o exame do pezinho, feito na maternidade, para outras doenças além dessas poucas que ele oferece resultados hoje. Mas esse projeto é extremamente importante e todos nós temos que lutar, torcer para que esse projeto possa realmente ser aprovado.

O outro projeto vem a calhar neste momento, quando se fala muito de pedágios. Os pedágios em São Paulo têm um preço justo. Apesar do preço justo, o preço que é possível realizar, sabemos que o Governador gostaria muito de reduzir, de alguma forma, esse preço. E o nosso projeto vai nessa linha, oferecendo, propondo que para os idosos os preços sejam reduzidos em 50%. Será necessário fazer uma triagem, criar alguns mecanismos para identificar os idosos, que merecem, sobretudo nessa fase da vida em que as coisas não estão fáceis para ninguém, principalmente para eles que tantas vezes têm sofrido discriminações.

Fico feliz porque percebemos que os projetos dos Deputados estão caminhando. Nós, na medida do possível, temos dado todo o nosso apoio para que esses projetos possam ser votados porque, na verdade, nós vivemos o dia a dia da população e temos todas as condições para encaminhar projetos bons, como temos feito até agora.

Quero também pedir o empenho dos colegas nesses dois projetos, que julgo serem de vital importância para a nossa sociedade, nossas crianças e nossos idosos. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado.

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários da Casa, quero me solidarizar com o Major Olímpio, na questão que ele abordou, dos policiais militares. Toda a Bancada do PT está solidária e nosso colega Adriano Diogo já se prontificou a ir até o Ministério Público e fará um trabalho junto com V. Exa., na Comissão dos Direitos Humanos, sobre esse problema tão sério.

Quero também me solidarizar com os funcionários da CPTM, que estão em greve. Não é uma situação fácil. Os trens da CPTM já eram velhos quando Mario Covas comprou para São Paulo. Os funcionários e a CPTM têm mantido a qualidade da prestação de serviços para a população; no entanto, são mal remunerados e trabalham sob uma pressão muito grande.

Como membro da Comissão de Infraestrutura e como vice da Comissão de Transportes - suplente -, queremos nos solidarizar com os funcionários da CPTM. Ontem foi encerrada a greve da Sabesp, que nosso companheiro Adriano Diogo acompanhou.

Quero também me solidarizar com as fábricas de vidro que estão em greve já há quase oito dias, em São Bernardo do Campo, de onde recém cheguei. Ontem passei quase o dia todo junto com o pessoal. O movimento sindical e os trabalhadores querem participar do crescimento do País. Não é possível ver o país crescer, quase em pleno emprego, e os trabalhadores sendo tratados como estão sendo tratados, tanto os da CPTM como os da Sabesp, e como os funcionários dessas fábricas de vidro.

O movimento sindical e os trabalhadores estão lutando para que esse desenvolvimento do País atinja todos os trabalhadores.

Cedo um aparte ao nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Com essa greve da CPTM percebemos o despreparo do Governo do Estado, para solucionar esse impasse. Amanhã, depois de quatro tentativas de negociação frustradas, estamos com o risco de os trabalhadores da Saúde, do Sindisaúde, também deflagrarem uma greve a partir de amanhã.

A greve dos trabalhadores só acontece quando há uma incompetência por parte do Estado, em dialogar e conseguir chegar a um bom termo com os trabalhadores. Ainda tempo de o Governador do Estado de São Paulo resolver uma possível greve dos trabalhadores da área da Saúde. Obrigado.

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - PT - Agradeço ao Deputado Marcolino pelo aparte, e lembro que os funcionários da Saúde do Estado estão se mobilizando. O trabalhador entra em greve quando não há mais condição de negociar, e nem condição de trabalho. A greve é o último recurso dos trabalhadores.

Sabemos disso porque já participamos de muitas: o Deputado Marcolino, o José Cândido, Marcos Martins, Adriano Diogo. Nossos companheiros sabem como é difícil organizar uma greve. Mas também é muito difícil sair sem nada.

O Governo dos tucanos não está preparado para atender ao movimento sindical, porque não dialogam com os trabalhadores. Eles tratam os trabalhadores como se fossem bandidos, como se fossem baderneiros. É essa a situação dos trabalhadores da CPTM, da EMTU, aqueles trabalhadores que reivindicam melhores condições de trabalho.

Quero dizer a esses trabalhadores que procurem a Assembleia Legislativa. Venham até aqui, porque somos solidários com a sua luta. O funcionalismo do Estado é tratado como se fosse inimigo do povo, que paga todos os trabalhadores, e o Governo trata como se fossem trabalhadores de quarta ou quinta categoria.

O Governo dos tucanos tem que mudar esse conceito de tratamento. O que eles gostam mesmo de fazer é privatização, concessão e terceirização. Esse é o lema do PSDB, mas discutir e melhorar as condições de vida dos trabalhadores é muito pouco.

Sr. Presidente, nove prefeitos da região do Vale do Ribeira estiveram reunidos na Secretaria de Transportes, reivindicando a duplicação da rodovia SP-250, que é uma rodovia perigosa, cheia de curvas e ladeiras, onde ocorrem acidentes quase que diariamente. O Governador do Estado de São Paulo não apresentou aos prefeitos, a maioria do PSDB, nenhuma sinalização de que vai atender àquela reivindicação.

E ainda aqui no Estado de São Paulo, temos a prefeitura de Itaoca, que é o único município do Estado que não tem uma estrada pavimentada até o município. Há um trecho de 30 quilômetros de estrada de terra. Aqui no Estado de São Paulo ainda acontece isso.

Portanto, quero dizer aos prefeitos que estaremos solidários, na Comissão de Infraestrutura, na Assembleia Legislativa.

Quando o Deputado, agora Secretário da Casa Civil, Sidney Beraldo, esteve nesta Casa, abri um diálogo com ele sobre o Projeto de lei de regulamentação do fretamento no Estado de São Paulo, uma legislação sem nenhum amparo para as micro e pequenas empresas de fretamento. Não há nenhuma legislação, nunca prestaram atenção. Aqui no Estado de São Paulo, todos os fretamentos são tratados como se fossem bandidos.

Com essa preocupação, em 2004 comecei a fazer um projeto de lei. Achei que era um projeto que poderia ser negociado com o governador. Fizemos juntamente com a Artesp, abri mão de muitas questões que, por princípio, não gostaria, como a segurança e a qualidade dos ônibus. O projeto ficou pronto, veio para esta Casa, foi aprovado, mas vetado pelo governador. O projeto não é meu, é dos trabalhadores do fretamento. Precisamos derrubar esse veto nesta Casa, está na Ordem do Dia. Queremos que os vetos sejam debatidos em plenário. Por que o governo acha que o fretamento não pode ser legalizado neste Estado? Não há nenhuma legislação. Estamos vivendo um momento de greve da EMTU e da CPTM. A população fica sem condições de ir para seus locais de trabalho. Precisamos sensibilizar o governo para regulamentar o fretamento no Estado de São Paulo.

Sr. Presidente, quero lembrar que tenho um projeto de lei aprovado nesta Casa, cujo veto já foi derrubado, portanto já é lei, que retira os postes da porta da casa da maioria da população pobre da periferia. Quando fui falar com a Secretária, ela perguntou quantas residências têm poste na porta da casa. Falei que seria necessário fazer uma pesquisa, mas há muitas. A maioria da população compra um terreno, depois divide com o irmão, o poste fica na porta da casa e ele não pode entrar com seu carro. A Eletropaulo não aceita cumprir o projeto de lei. Temos entrado na Justiça, temos ganhado algumas dessas causas. Peço para que o governo regulamente esse projeto de lei, estabelecendo multa para que a Eletropaulo cumpra seu dever de tirar os postes da porta da casa dos trabalhadores que moram na periferia, ou em qualquer lugar da cidade, para que eles possam usar seu imóvel adequadamente. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Há uma permuta entre o nobre Deputado Celino Cardoso e o nobre Deputado Fernando Capez. Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, ontem tivemos a primeira reunião da Comissão de Constituição e Justiça presidida pela nobre colega Deputada Maria Lúcia Amary.

Quero inclusive elogiar a posição do nobre Deputado João Antonio, um cultor do Direito. Percebemos sua paixão e seu interesse pelas letras jurídicas, pela sua vibração quando fala da justiça, do direito, da legalidade, pela sua preocupação em fazer com que a Comissão de Constituição e Justiça funcione como órgão técnico. Vejam o nome: Comissão de Constituição e Justiça. Deve zelar pelo respeito às normas constitucionais e pelo direito. Não é uma comissão política, não é uma comissão que vai analisar se o projeto é bom ou não, se existe um compadrio de um deputado ou outro. Não. É uma comissão que exerce o controle preventivo de constitucionalidade logo no seu nascedouro. É uma comissão que analisa se a iniciativa de um projeto pode ser de um deputado ou é do governador, se a roupagem jurídica do projeto pode ser de lei ordinária ou complementar, se a competência é do Município, da União ou do Estado.

Portanto, fiquei muito contente com o primeiro dia de funcionamento, quero parabenizar V. Exa. pela sua postura.

Cedo um aparte ao nobre Deputado João Antonio.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - Muito obrigado, nobre Deputado Fernando Capez. Quero dizer do apreço que tenho por V. Exa. no Parlamento, mas antes disso, como formulador na área do direito. Em primeiro lugar, temos o ordenamento jurídico do País que disciplina a convivência coletiva. Optamos por um modelo jurídico de hierarquia das normas, tendo a Constituição no topo dessas leis. Falo isso para dizer da importância do controle preventivo de constitucionalidade para impedir que leis inconstitucionais contaminem nosso ordenamento jurídico.

Às vezes, o controle preventivo de constitucionalidade, que se inicia na Comissão de Constituição e Justiça de todos os parlamentos, não é valorizado como deve. Confesso a V. Exa. que, nesta Casa, encontrei um parceiro para fazer da Comissão de Constituição e Justiça um órgão essencialmente técnico, que preserve o nosso ordenamento jurídico e que possa de fato valorizar a Assembleia Legislativa com a autoridade legislativa própria desta Casa, um dos maiores estados da Federação. Precisamos de fato alterar a postura do controle preventivo de constitucionalidade.

Ontem, acabei expressando um pouco o que penso sobre essa questão da valorização do Legislativo. Defendi a ideia da aplicação do princípio da razoabilidade no controle preventivo de constitucionalidade para que possamos, no que diz respeito ao controle de constitucionalidade formal, possibilitar a maior amplitude das iniciativas do Legislativo naquilo que diz respeito à contribuição para o bom exercício do Poder Executivo também.

Quero agradecer V. Exa. por elogiar a postura daquela comissão e dos nossos colegas, mas mais do que isso, quero dizer que V. Exa. pode contar comigo para fortalecer a Comissão de Constituição e Justiça como um órgão técnico desta Casa e fortalecer o Legislativo paulista.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - Muito obrigado, nobre Deputado João Antonio. O fortalecimento do perfil técnico da Comissão de Constituição e Justiça nos dará muito mais força no momento em que viermos pleitear a derrubada de um veto. Na legislatura passada, ouvi muito que a Comissão de Constituição e Justiça aprova tudo. Quando fui verificar, os projetos aprovados que tinham o vício de inconstitucionalidade mais flagrante não tinham passado pela Comissão de Constituição e Justiça, mas pela inadequada, inoportuna e inconveniente figura do relator especial. Muitas vezes, o relator especial faz o projeto, não integra a Comissão de Constituição e Justiça e uma só pessoa substitui toda uma comissão onde pode se travar um debate.

Por essa razão, temos que fortalecer e solicitar ao Presidente, que foi eleito quase por unanimidade, nosso querido colega, Deputado Barros Munhoz - e ele já se comprometeu com isso - para que se reduza ao mínimo a figura do relator especial. Temos que modificar o Regimento Interno desta Casa porque, quando o projeto aqui entra em Regime de Urgência, o prazo para que seja apreciado pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação é de dois dias. Quando o projeto entra, automaticamente já foi superado o prazo, antes que ele chegue à Comissão de Justiça.

Portanto, isso faz com que todos os projetos em Regime de Urgência saiam do campo de apreciação da Comissão de Justiça, desvalorizando a Casa e as próprias comissões. Há uma luta para se integrar as comissões e, no entanto, elas acabam se tornando irrelevantes nos projetos que são os mais importantes. Mas não é só na Comissão de Justiça. É importante que os projetos tramitem por todas as comissões.

Ontem, aprovamos um projeto importante, que trata da unificação dos quadros da Polícia Militar. Essa unificação dos quadros vai permitir um tratamento isonômico, na medida em que as policiais femininas - agora simplesmente policiais militares - poderão também postular o cargo mais alto de comandante geral, o que lhes era vedado até então.

A partir de agora, ao ser aberto, o cargo poderá ser disputado pelo policial que se encontrar na ordem de antiguidade. É projeto importante de valorização, sobretudo da instituição Polícia Militar, essa instituição gloriosa, pela qual temos tanto respeito.

Aproveito a oportunidade para fazer um parêntese e pedir que a PEC que está em tramitação, que assegura o direito das policiais femininas de aposentadoria aos 25 anos, seja aprovada por esta Casa. Mas não é sobre isso que quero falar neste momento. Subiu à tribuna o Deputado Olímpio Gomes, o estimado Major Olímpio. Na sua fala, ele teceu alguns comentários a respeito do projeto de lei que, confesso, não foram detectados por mim quando da sua entrada.

Se esse projeto, ao invés de ter passado por um congresso de comissões tivesse tramitado normalmente, passado pela Comissão de Justiça, pela Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento e pela Comissão de Segurança Pública, a comissão temática, teríamos a oportunidade de tê-lo discutido com mais vagar, com mais reflexão. Poderíamos ter discutido as observações feitas pelo Deputado Olímpio Gomes, que possibilitariam um aperfeiçoamento do projeto. Ali, falou-se na criação de uma regra de transição importante, que poderia ser feita. Não debatemos muito isso. Ficamos na perplexidade quando o Deputado Olímpio Gomes, exibindo isso no telão da Casa, apontava-nos algumas questões. Ficou tudo muito em cima da hora para ser discutido.

Lanço um alerta. Esta Casa não pode mais aceitar a nomeação rotineira de relatores especiais e de congressos de comissões substituindo o trabalho normal da Casa, porque isso atrapalha o funcionamento e desvaloriza a atuação do nosso Legislativo.

Fica o pedido reiterado deste Deputado para que, em primeiro lugar, seja valorizado o trabalho das comissões e que os projetos que aqui entrem sejam debatidos. Não haverá abordagem política. Estamos fazendo uma abordagem técnica, o funcionamento técnico das comissões, para valorizar o trabalho do deputado. Se o projeto é elaborado num determinado gabinete, entra nesta Casa e já é aprovado, indago: e se houver algum vício, algum erro? Existem 94 deputados neste Parlamento, das mais variadas formações e origens, que têm toda a condição de analisar profundamente o projeto, de acordo com o tema. E a Casa pode aperfeiçoar projetos.

Gostaria, portanto, de deixar a solicitação de que tanto a figura do relator especial quanto a do congresso de comissões cedesse espaço para a atuação normal e rotineira desta Casa Legislativa. E que pudéssemos votar mais projetos de lei. Muito obrigado.

 

O Sr. Presidente - Jooji Hato - PMDB - Esta Presidência levará ao Presidente efetivo desta Casa e à Mesa Diretora o pedido de Vossa Excelência.

 

O SR. JOÃO ANTONIO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, gostaria de parabenizar o Deputado Fernando Capez pelo pronunciamento nesta tarde. Falo, talvez, em nome dos 24 deputados do PT, com anuência do meu Líder, Deputado Enio Tatto.  Nessa empreitada de valorizar o Legislativo Paulista nos somamos a Vossa Excelência. Não estamos debatendo oposição versus situação. Como V. Exa., defendemos a instituição Assembleia Legislativa. Essa é a essência da fala de Vossa Excelência.

A figura do relator especial talvez seja única nos parlamentos do Brasil. Não conheço outro parlamento com essa figura. Ou seja, temos um conjunto que forma a Assembleia Legislativa: o Pleno, que reúne os deputados, e as comissões, CPIs. Este conjunto forma o Legislativo.

A figura do relator especial acaba com as comissões permanentes. Em primeiro lugar, destrói a análise técnica de legalidade e de controle preventivo da Comissão de Constituição, Justiça e Redação. Em segundo lugar, passa por cima de todo o critério da matéria, ou seja, das comissões de mérito. Em terceiro lugar, passa por cima das prerrogativas da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, que analisa o impacto financeiro.

Resumindo, a figura do relator especial é simplesmente a interferência direta. E não estou falando somente do governo tucano, porque amanhã poderemos ter o governo de outro partido. É a interferência direta do Poder Executivo aqui, para defender os interesses políticos daquele poder. É a destruição das prerrogativas deste Legislativo, independentemente de época ou de partidos.

Assim, Deputado Capez, V. Exa. conta com este Deputado e, tenho certeza, com os 24 deputados da Bancada do Partido dos Trabalhadores e mais, com todos os deputados que desejam um Legislativo Paulista forte, atuante, que cumpra verdadeiramente as suas prerrogativas. Muito obrigado.

 

O SR. Adriano Diogo - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, em primeiro lugar, gostaria de me dirigir ao Rogério Weiers, à sua esposa Teresinha, ao Bruno e ao Gabriel.

Rogério, sou um simples deputado de oposição, mas fiz um compromisso com o Deputado Olímpio Gomes, o Deputado Carlos Giannazi e outros deputados para marcarmos um encontro com o Procurador Geral, Dr. Elival, para que, pelo menos, já que foi feito o parcelamento da dívida, os juros sejam abatidos, pois está num processo muito avançado na Justiça, quase transitado em julgado. Vamos falar com o Procurador Dr. Elival e tentar resolver uma parte do problema. Este é o compromisso que tenho com você, Major Olímpio e sua família.

Eu - embora não seja do Governo, sou deputado - peço desculpas a você por esse constrangimento de, no exercício da sua função, sofrer esse tipo de coerção. As pessoas não entendem que o lar, a casa, é a coisa mais importante de um ser humano. Quando você tira a casa da pessoa, tira a dignidade, a moral e a honra. Nenhum brasileiro poderia perder a sua casa, única coisa que você tem. E eles tirarem por ser a única coisa que tem. Eles jamais poderiam tirar a sua casa.

Na medida do possível, vamos tentar minimizar essa perda absurda que você está sofrendo. Parabéns pela sua coragem e pela sua dignidade. Não perca a sua dignidade. A coisa mais importante que o ser humano tem é a vergonha na cara, a dignidade. Parabéns, você é uma pessoa digna. Muito obrigado.

Obrigado, Major Olímpio, pela sua coragem. Vamos falar com Elival, fazer uma comissão de deputados e tentar diminuir o impacto dessa coisa absurda.

Eu me preparei para fazer um pronunciamento. Deputado Capez, concordo com todo esse juridiquês que V. Exa. e o Deputado João Antonio derramaram sobre nós. Mas se abrirmos o Diário Oficial, vejo uma foto de Vossa Excelência - parece a câmara britânica dos lordes. Só os senhores é que aprovam projetos de lei. Maravilha esse projeto de lei da unificação da abertura. Vossa Excelência, Deputado Capez, há um projeto de inspeção veicular que corre nesta Casa que é do Poder Executivo. Eu fiz outro projeto de lei e tem a concordância do Secretário Bruno Covas, mas o Poder Executivo não põe o projeto em votação.

Gostaria então de falar para o Presidente, Deputado Barros Munhoz, e para o Deputado Samuel Moreira que a inspeção veicular na cidade de São Paulo foi responsável pela diminuição de mortes. E o Governo do Estado de São Paulo, por interesse mesquinho dos municípios, não põe o projeto para votar. Há outra questão que queria colocar. Estou tentando aprovar uma CPI que investiga a Organização Social de Saúde, SPDM, que é ligada à Universidade Federal de São Paulo, do Governo Federal. Procurei todos os deputados e olha a resposta: “Não posso me meter em confusão. Só se o meu líder atuar.” Sabe o que quero fazer? Procurar o Deputado Samuel Moreira, o Deputado Orlando Morando, os deputados líderes de partidos, e falar o seguinte: “Para quem eu tenho de pedir autorização para poder fazer uma investigação sobre uma organização federal? É para o Governador?”, “Ah, organização social federal presta serviços para os hospitais do Governo do Estado. Então o senhor não pode investigar.”

Olha a que ponto nós chegamos, Deputado Capez. Pelo simples fato de ser da oposição não temos direito a aprovar um projeto de lei. A Comissão de Segurança Pública, que foi dada por PSC, o Presidente não elegeu nem o vice! Fez uma posse com cerimônia - só faltou ser o cerimonial do Palácio - e o sujeito não dá nem satisfação para gente, porque a Comissão de Segurança Pública não se reúne! Nem o vice-presidente foi eleito! É verdade que a Comissão de Segurança Pública é um armário de dois metros que não se dirige, dá até medo de falar com o homem. Parece que ele vai enquadrar a gente. Mas por que a Comissão de Segurança Pública não se reúne? Por que nós da oposição não podemos aprovar projeto? Por que a inspeção veicular não vai a voto se salvou tantas vidas, com a diminuição de mortes? E nós, da oposição, que nem no Diário Oficial - não fazemos parte da câmara dos lordes, da vida oficial -, só deputados da situação é que podem aprovar projetos de lei.

O que é isso? Já não basta ter de comermos num restaurante insalubre, caríssimo, termos uma área reservada para tomar café, que foi anulada? Temos de tomar numa salinha mesquinha no fundo do palco porque estava gastando demais. Onde está a nossa condição de prerrogativa? Aí os senhores vêm falar “É lógico!”? Relator especial é uma excrescência, Congresso de Comissão é uma vergonha. Nós queremos é ser deputados. Vejo o monitor da televisão. O equipamento é tão antigo que a fala não coincide com o movimento da boca. Até isso.

Então, querido PM, você que está perdendo a sua casa porque bateu uma viatura. Imagina você o funcionário da Sabesp, qualquer funcionário público que dirige uma viatura que não tem um seguro? Você tem de vir aqui com a sua família e dizer “Estão tirando a minha casa, e eu estava no exercício da minha função.” E nós, como deputados, temos aviltado o nosso papel. Ficamos gritando como loucos aqui, “Vamos tentar uma audiência com o Procurador-Geral para ver se, pelo menos, você não perde a sua casa e a sua dignidade. Porque a nossa já foi para o ralo.

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, quero me dirigir ao policial Rogério, sua esposa Terezinha e a sua família, e me somar à luta do Deputado Olímpio Gomes com relação a este episódio, a meu ver, completamente injusto. O senhor estava no seu exercício regular de uma função e não pode ser obrigado a arcar com recursos do próprio bolso, quando, principalmente, vai perder a sua moradia, o único imóvel que possui, numa interpretação, a meu ver, equivocada da lei.

A nossa Comissão de Segurança Pública, Deputado Adriano Diogo, de fato esperava reunião para esta semana. Espero que possamos eleger o vice-presidente e convocar uma reunião extraordinária para tratar deste assunto. Mas vou solicitar desde logo - está aqui o Deputado João Antonio, da Comissão de Constituição e Justiça - porque tem a ver com a área da Justiça. Há uma interpretação jurídica, a nosso ver, equivocada que está sendo feita da lei. A reunião será na quarta-feira, às 14 horas e 30 minutos e V.Sa. está convidado. Espero que o Deputado João Antonio esteja de acordo conosco. O Deputado Olímpio Gomes é especial convidado para participar dessa sessão na Comissão de Constituição e Justiça, onde tentaremos trazer essa discussão à baila, e convidar, se necessário, o procurador-geral do Estado para vir conversar conosco a respeito do que está acontecendo.

Em relação à reclamação do Deputado Adriano Diogo, da votação dos projetos, quero reiterar que estamos concluindo uma questão de ordem que vamos encaminhar à Presidência desta Casa. A Questão de Ordem consiste basicamente no seguinte:

Primeiro: a colocação em votação de um projeto que se encontra na Ordem do Dia é um ato discricionário, ou um ato vinculado, obrigatório? No momento que o projeto já caminhou por todas as comissões, está na Ordem do Dia, qual a razão que justifique ele não ser levado à discussão e votação? Não estou pedindo aprovação, mas discussão e votação.

Segundo: o parlamentar, na condição de detentor de mandato popular, representando os seus eleitores da sociedade - a sociedade tem o direito público e subjetivo para que os projetos apresentados pelos seus parlamentares sejam discutidos e votados? A quem cabe então a última palavra sobre a votação de um projeto. O nosso pleito é que todos os projetos da Ordem do Dia sejam imediatamente colocados em discussão e votação. E fica, desde logo, Sr. Presidente, feito o convite.

Peço licença ao Deputado Olímpio Gomes, que foi quem trouxe essa questão, quem primeiro se preocupou com isso, quem tomou conhecimento e levou a nós essa questão. Por isso, quero dizer ao Deputado Olímpio Gomes que a Comissão de Constituição e Justiça está aberta, eu não sou presidente, mas a nossa Presidente, a Deputada Maria Lúcia Amary com certeza, está de acordo para que V. Exa. compareça com o Deputado na Comissão de Constituição e Justiça, na próxima quarta-feira para deliberarmos com urgência sobre essa questão.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, em relação à questão do soldado Rogério, Dª Terezinha, Breno e Gabriel, eu só posso ser agradecimento a todos os Deputados, a todas as bancadas que aqui demonstraram a solidariedade, e dizer que vislumbro uma luz no fundo do túnel, de forma menos traumática a essa família, na medida em que todos os partidos e Deputados se colocaram disponíveis para ajudar na solução.

O Deputado Adriano Diogo está fazendo uma intervenção mais do que positiva diretamente com o Procurador Geral do Estado, que é onde tem que se fazer uma revisão em cima dos valores. O Deputado Fernando Capez falou da revisão, da interpretação, e a situação do Rogério, é bom que a população saiba que centenas de policiais civis e militares pagam viaturas atualmente, e entendam, gente, a Polícia Militar tem uma frota de 15 mil veículos, que vai de bicicleta a aviões e helicópteros, passando por dois navios que tem o Corpo de Bombeiros. Nós precisamos ter um seguro geral para isso. Não podemos massacrar ainda mais o policial.

E para terminar, Sr. Presidente, eu gostaria de lamentar a atitude da Assembleia Legislativa de votar ontem o PLC 34, de forma intempestiva, sem uma análise mais amiúde. Os oficiais masculinos da Polícia Militar, por exemplo, que se formaram em 85, 86, 87, hoje são majores. Vão tomar cangalhas já de oficiais femininos formados em 92, 93, 94, ainda esse ano. E lamentavelmente, a Assembleia Legislativa fez um acordaço, todos os partidos, se passou por cima das comissões. Tentei inutilmente suspender a votação por uma discussão mais madura para se criar uma regra de transição, mas tenho a lamentar a conduta da Assembleia Legislativa, como um todo. Pode-se amparar na questão do próprio Regimento se são dois dias para projetos com urgência para análise das comissões, mas todos os partidos têm uma grave responsabilidade no acordaço que fizeram em prejuízo da esmagadora maioria dos policiais militares no Estado de São Paulo no dia de ontem. Lamentável o que aconteceu.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, durante toda a gestão passada, o Governador do Estado de São Paulo, José Serra, ficou reconhecido por não atender os movimentos sociais. Houve longas greves dos professores, dos trabalhadores da área da Saúde, e nós imaginávamos que agora com o Governador Geraldo Alckmin essa característica do Governo do PSDB, do Governo Serra, fosse diferenciada. E agora estamos passando por uma greve das Etecs e Fatecs, agora a greve da CPTM, uma suspensão temporária da greve do metrô, e os trabalhadores na área da saúde podem a partir de amanhã, sexta-feira, também entrar em greve e temos ainda o movimento parcial em relação à Educação.

Sr. Presidente, gostaríamos de fazer uma solicitação para que a Comissão de Administração Pública e Trabalho, que fazemos parte pela Bancada do Partido dos Trabalhadores, mais o Deputado Hamilton Pereira e o Deputado Carlos Grana, e até agora, já faz mais de 15 dias que a comissão foi instalada, já tem um presidente indicado, já tem o vice-presidente indicado e esses temas importantes do funcionalismo do Estado de São Paulo já deveriam estar passando pela análise dessa comissão.

Então, se não está tendo por parte do Governo do Estado uma agilidade no que é a competência para solucionar o conflito dos trabalhadores para que não cheguem à greve, o Governo está criando condições para que os trabalhadores instalem a greve. Seria muito importante que o Governador Geraldo Alckmin mostrar que é diferente do ex-Governador José Serra, ou negocia efetivamente com os trabalhadores, seja da saúde, seja da CPTM, do metrô, da Sabesp - que avançou um pouco, mas não resolveu totalmente -, mas que de fato tragam esses assuntos que são pertinentes ao mundo do trabalho do funcionalismo público estadual, para a Comissão de Administração Pública e Trabalho. Muito obrigado.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, público presente nas galerias do plenário, funcionários, mesmo não estando mais aqui o PM Rogério, queria reafirmar tudo aquilo que os Deputados do PT colocaram, o Deputado Olímpio Gomes, que trouxe esse caso, essa injustiça que está se cometendo com o soldado. Gostaria de colocar toda a solidariedade, todo o apoio da Bancada do Partido dos Trabalhadores, e os encaminhamentos propostos na Comissão de Constituição e Justiça, principalmente do nosso Presidente da Comissão de Direitos Humanos, Deputado Adriano Diogo. Então, contem com o apoio da Bancada do Partido dos Trabalhadores.

Sr. Presidente, passo a ler documento para que conste nos Anais desta Casa.

Governo Alckmin opta pelo arrocho salarial e trabalhadores respondem com greve.

O governo paulista enfrenta uma onda de greves dos trabalhadores da CPTM, Sabesp e Paula Souza. As causas podem ser explicadas pelos anos de arrocho, enxugamento da máquina com a falta de realização de concursos e terceinzações, que fazem parte do receituário dos governos do PSDB.

Por outro lado, o bom momento da economia brasileira e a falta de mão-de-obra especializada dão condições aos trabalhadores pressionarem para recuperar parte das perdas passadas.

O governo paulista, se tiver sensibilidade política, poderá recuperar parte das perdas salariais com reajuste ou aumento real, a partir da elevação de consumo que impacta diretamente no crescimento da arrecadação do ICMS, IPVA e na arrecadação do Imposto de Renda recolhido dos trabalhadores que vai para o governo estadual. O maior reajuste salarial poderá desencadear um efeito em cadeia, que fomenta o crescimento da economia paulista e do Brasil, como foi adotado pelo governo Lula no enfrentamento à crise econmica internacional.

Os relatórios da Lei de Responsabilidade Fiscal do próprio governo paulista, disponível no site da secretaria da Fazenda, apontam que poder Executivo estadual, nos primeiros quatro meses de 2010, gastou apenas 38,3% da receita corrente líquida com pessoal, ou seja, o valor de R$ 39,6 brlhões. Segundo a lei de Responsabilidade Fiscal, o governo poderia gastar no mínimo R$ 47,8 bilhões, ou seja. tem uma folga de mais de R$ 8,2 bilhões para gastar com pessoal A previsão para gasto com pessoal previsto no orçamento de 2011 frente ao ano anterior irá crescer quase 9%.

O orçamento de pessoal da secretaria de Educação de 2010 para 2011 cresceu 8,39%, e de certa forma absorve o reajuste proposto pefo governo do Estado. No Centro Paula Souza o gasto com pessoal, embora tenha crescido 33%, pulando de R$ 573 milhões para R$ 765 milhões, ainda assim, há margem para ser mais generoso com relação aos funcionários e professores do setor do Ensino Técnico, visto que está oferecendo apenas 11%.

Os professores das escolas e faculdades de tecnologia estão parados desde 13 de maio. Ha cerca de um ano o governo do Estado admitiu o déficit de 300 profissionais nas Etecs e Fatecs e que as escolas técnicas da rede estadual pagam menos que as federais.

No dia 25/5, numa audiência pública, ocorrida na Assembleia Legislativa, representantes do Sinteps denunciaram que os salários dos professores das escolas técnicas de São Paulo são os menores do pais, o vale refeição de apenas RS 4,00 por dia. e já acumulam um perda salarial de 58%. No entanto, o governo Alckmim ofereceu para a partir de julho o reajuste de11%.

Já na CPTM, o gasto com pessoal cresceu de 2010 para 2011 quase 14% e, portanto, é possível conceder um reajuste maior aos trabalhadores, considerando o aquecimento da economia paulista.

Entre os itens da pauta de reivindicações dos ferroviários estão reposição salarial com base no período de janeiro de 2010 a fevereiro deste ano, pelo maior índice (entre INPC-IBGE, IPC-Fipe e ICV-Dieese) aumento real de 5% e mudanças no plano de cargos e salários. A data-base é 1° de março. De acordo com o sindicato da categoria, a CPTM propôs reajuste de 3,25%.

Vale ressaltar que de 2005 a 2010, a receita do Estado de São Paulo teve um salto de 126%, pulando de R$ 65,7 bilhões para RS 149 bilhões, um crescimento de 126%, contra uma inflação no período de 35% pelo IPCA. Ou seja, a receita cresceu na margem real de 69%, De 2009 até 2010, o crescimento foi de 13% Além disto, o governo paulista arrecadou a mais do que previa no orçamento a quantia de R$ 46,6 bilhões.

Como ocorreu nos anos anteriores, em apenas quatro meses de 2011, o governo paulista já arrecadou quase R$ 1,55 bilhão a mais que o previsto e deve encerrar o ano com algo próximo a R$ 5 bilhões acima do estimado

Ainda o volume de recursos em caixa do governo paulista que em dezembro de 2010 chegava a R$ 26,4 bilhões cresceu e agora no final de abril de 2011 atingiu o valor de R$ 32,16 bilhões, um crescimento de R$ 5,7 bilhões (+ 21,6%) este índice é pelo menos duas vezes acima da inflação acumulada no período

Assessoria de Finanças e Comunicação

Liderança da Bancada do PT

Eu estou colocando isto porque muitos deputados têm falado aqui sobre a greve nas estatais, na área da Educação, na CPTM que está atingindo muitos trabalhadores paulistanos. O governo não leva a sério porque é uma política do PSDB, já antiga, política de arrocho, de esvaziar o Estado e de enxugar a máquina pública em termos de funcionários aqui no Estado de São Paulo.

O Estado tem dinheiro. A economia no Brasil está crescendo bem e o Estado de São Paulo também se favorece disso. Então, o Governo tem dinheiro em caixa e ele pode muito bem atender a reivindicações dos trabalhadores e do funcionalismo como um todo. Esta a posição da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, havendo acordo de líderes, peço o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de líderes, esta Presidência, antes de levantar a sessão, convoca V. Exas. para Sessão Ordinária de amanhã, à horas regimental, sem Ordem do Dia, lembrando-os ainda da Sessão Solene convocada para amanhã, às 10 horas, com a finalidade de comemorar o 6º aniversário da CIAB - Confederação das Igrejas Evangélicas Apostólicas do Brasil -, solicitada pelo Deputado Carlos Cezar.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 25 minutos.

 

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