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28 DE NOVEMBRO DE 2011

056ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AO “dia de solidariedade ao povo palestino”

 

Presidente: SIMÃO PEDRO

 

RESUMO

001 - SIMÃO PEDRO

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Informa que Presidente Barros Munhoz convocara a presente sessão solene, a requerimento do Deputado Simão Pedro, na direção dos trabalhos, pelo "Dia de Solidariedade ao Povo Palestino". Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino da Palestina" e o "Hino Nacional Brasileiro". Informa que o "Dia de Solidariedade ao Povo Palestino" foi instituído pela ONU, em 1977, relacionado ao dia 29 de novembro de 1947, quando a Assembleia Geral da ONU aprovou a resolução sobre a partilha da Palestina. Recorda que a defesa do Estado Palestino faz parte da Carta de Princípios do PT. Comunica a posição favorável à questão palestina, nos anos 80, pelo então sindicalista e ex-Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Cita discurso da Presidente da República Dilma Rousseff, proferido na abertura da Assembleia Geral da ONU neste ano. Ressalta a presença do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, na ONU. Combate a presença de Israel na região. Dá conhecimento de mensagens alusivas ao evento, encaminhadas por várias autoridades. Anuncia a apresentação de vídeo da campanha "Palestina Já".

 

002 - ADRIANO DIOGO

Deputado Estadual, elogia o Deputado Simão Pedro pela iniciativa. Lamenta o tratamento da questão árabe pela mídia, especialmente pela TV Globo. Lembra fatos sobre a Líbia, a Síria e a Arábia Saudita. Recorda o discurso da Presidente Dilma Rousseff na ONU. Dá conhecimento de evento, dia 29/11, na Liga Árabe, pela causa palestina.

 

003 - EMIR MOURAD

Membro da Federação Árabe Palestina no Brasil, saúda e agradece ao Deputado Simão Pedro pela solenidade. Cita as várias representações árabes que lutam em defesa da Palestina.

 

004 - Presidente SIMÃO PEDRO

Anuncia a apresentação de vídeo sobre o discurso da Presidente Dilma Rousseff na abertura da Assembleia-Geral da ONU.

 

005 - MARCELO BUZETTO

Representante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra, enaltece a força da mobilização em prol da causa palestina. Lembra a realização do I Encontro Nacional de Solidariedade ao Povo Palestino, ocorrido em Guararema, em fins de novembro. Cita a proposta para criação de comitê reunindo várias entidades que apoiam a causa. Louva o trabalho dos campesinos. Solicita que seja prestado um minuto de silêncio em memória do Sr. Egídio Bruneto, ativista falecido hoje.

 

006 - EDMILSON COSTA

Representante do PCdoB (Partido Comunista Brasileiro), enaltece as várias organizações e militantes que lutam em defesa da Palestina. Repudia as atrocidades contra o povo palestino. Combate a política de Israel. Repudia os Estados Unidos por fatos ocorridos no Irã, na Síria e na Líbia. Louva ações do internacionalismo contra os povos oprimidos.

 

007 - Presidente SIMÃO PEDRO

Informa que esta sessão seria transmitida pela TV Assembleia, oportunamente.

 

008 - IVAN VALENTE

Deputado Federal do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), parabeniza o Deputado Simão Pedro pela iniciativa. Saúda as autoridades palestinas presentes. Condena a interferência dos Estados Unidos e do capital estrangeiro no Oriente Médio. Afirma que houve avanços na região, com a libertação de presos palestinos. Lembra o reconhecimento do Estado Palestino pela Unesco. Repudia o veto americano sobre a proposta da ONU nessa direção. Pede boicote às relações comerciais com Israel.

 

009 - MARIA JOSÉ

A "LIA" do Conam e presidente da Federação Nacional das Associações de Moradores, explica o trabalho das entidades que representa. Destaca a importância da resistência palestina. Faz paralelo entre a causa palestina com a necessidade de ser ter uma casa.

 

010 - FABIO BOSCO

Integrante do PSTU, argumenta que há uma dívida dos brasileiros para com os palestinos, desde a criação do Estado de Israel. Repudia o livre comércio que beneficia a indústria bélica israelense. Enaltece a participação de dez representantes palestinos em eventos realizados no Brasil em defesa da questão palestina.

 

011 - UBIRACI OLIVEIRA

Presidente da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), diz acreditar que está próxima a "vitória palestina". Elogia a grandeza, a justeza e a firmeza dos palestinos. Comenta os ataques dos Estados Unidos ao Iraque. Lembra a importância do petróleo do Oriente Médio para a economia mundial. Cita a posição da Europa e dos Estados Unidos sobre a indústria petrolífera. Informa a realização de ato, dia 29/11, na avenida Paulista, em apoio aos palestinos.

 

012 - KHALED MAHASSEN

Poeta, integrante da revista "Sawtak", ressalta a luta da mulher palestina. Lembra as realizações e conquistas pela diáspora do povo árabe. Declama poesia, de sua autoria, sobre a Faixa de Gaza.

 

013 - RAIMUNDO BONFIM

Integrante da CMP (Central de Movimentos Populares), endossa as reivindicações do povo palestino.

 

014 - VERA MACHADO

Integrante da MMM (Marcha Mundial de Mulheres), cita a importância da autonomia palestina. Lembra resolução da ONU sobre a criação do Estado Palestino.

 

015 - MOHAMAD HABIB

Professor, Pró-Reitor de Extensão da Unicamp, recorda deliberações da ONU sobre o Estado Palestino. Faz referências à chamada "Primavera Árabe". Recorda a troca de prisioneiro israelense por mais de mil palestinos. Cita questões relativas à Itália e Grécia. Recorda o aprendizado do Brasil na busca pela democracia e liberdade.

 

016 - MOHAMAD EL KADRI

Membro da União Nacional das Entidades Islâmicas, homenageia as personalidades presentes. Afirma que os palestinos lutarão até o fim em defesa de sua causa. Enaltece aqueles que vivem sob o regime de ocupação. Faz paralelo entre o Muro de Berlim e o muro que envolve a Palestina. Repudia a vida em guetos.

 

017 - NATANIEL BRAIA

Integrante do Partido Pátria Livre, elogia os presentes e a comitiva palestina. Recorda atos em defesa da causa palestina, bem como sua força e a esperança de seus militantes. Solicita o pleno reconhecimento do Estado Palestino pela ONU. Repudia o possível veto do Presidente Barack Obama à questão palestina. Reflete sobre a crise política e econômica que afeta o imperialismo. Combate a repressão a ativistas em Wall Street. Repudia os massacres na Líbia e na Síria. Pede "vivas" à Palestina livre.

 

018 - WAGNER FAJARDO

Membro da direção nacional da CTB (Central de Trabalhadores do Brasil), argumenta que os trabalhadores brasileiros devem se conscientizar da questão palestina. Enfatiza a necessidade de se lutar contra os interesses dos grandes grupos econômicos.

 

019 - Presidente SIMÃO PEDRO

Anuncia a exibição de vídeo sobre a resistência palestina.

 

020 - RUTH COELHO MONTEIRO

Representante da Secretaria dos Direitos Humanos da Força Sindical, afirma democrática e fundamental a reivindicação palestina. Diz esperar o reconhecimento do Estado Palestino pela ONU, para definição de nova ordem mundial. Enseja votos de paz e desenvolvimento para a região.

 

021 - MATEUS FIORENTINI

Diretor de Relações Internacionais da UNE (União Nacional dos Estudantes), lembra a realização de congresso da entidade, em Goiânia, com mais de dez mil estudantes. Destaca a participação do Embaixador da Palestina no evento. Lembra a simpatia da classe estudantil pela defesa palestina. Adianta que, em março de 2012, deve ser realizado encontro de estudantes da América Latina e do Caribe. Informa o apoio dos estudantes brasileiros aos estudantes chilenos, que pedem melhorias no ensino, colombianos e cubanos. Cita propostas pela independência de Porto Rico, no contexto das soberania das nações. Recorda citação poética sobre a Palestina.

 

022 - JOÃO FELÍCIO

Secretário de Relações Internacionais da CUT (Central Única dos Trabalhadores) afirma que a causa palestina é defendida pela vanguarda dos movimentos sociais. Lamenta a situação em que vivem jovens palestinos, que buscam a defesa, e israelenses, "ensinados a odiar". Faz retrospecto sobre mobilização em defesa de Cuba. Afirma que Israel é representação americana no Oriente Médio. Combate a mídia no que tange à questão palestina. Lamenta que um muro divida a rotina de um povo. Informa a realização de fórum em Defesa da Palestina Livre, em 2012.

 

023 - JAMIL MURAD

Vereador à Câmara Municipal de São Paulo, recorda viagem que fizera à Palestina, quando conhecera Arafat. Relata visita a prisioneiro político. Enfatiza a soberania e determinação dos povos. Lembra frentes parlamentares em defesa da causa palestina. Cita a incerteza dos povos sem pátria, o que dificulta várias ações na estrutura administrativa. Combate o propósito dos Estados Unidos de vetar resolução da ONU sobre a Palestina. Comenta a crise econômica mundial. Cita o apoio do ex-Presidente Lula e da Presidente Dilma Rousseff à causa palestina.

 

024 - SOCORRO GOMES

Presidente do Conselho Mundial da Paz e do Cebrapaz Brasil, afirma que a defesa do Estado Palestino é questão da Humanidade. Combate a produção de armas israelenses. Repudia o tratamento da mídia sobre o Oriente Médio. Argumenta que os Estados Unidos devem respeitar os princípios de defesa estabelecidos pela ONU. Fala da influência dos árabes na cultura brasileira.

 

025 - RESKALLA TUMA

Membro da Federação de Entidades Americano-Árabe e do Conscre (Conselho Parlamentar de Comunidades de Raízes Estrangeiras), recorda citações do "Alcorão" sobre Jerusalém, onde nasceu "os valores morais do Homem", Lembra que não se pode confundir religião e política. Comenta viagem que fizera à região, acompanhado do ex-Presidente Lula. Informa como pioneira viagem do Imperador Dom Pedro II ao Oriente Médio. Enaltece o legado dos povos fenícios, aramaicos e árabes.

 

026 - PAULO FARAH

Professor Doutor da USP, declama poesia de Mahmud Darwich, intitulada "Carteira de Identidade", acompanhada de projeção de imagens da exposição "Palestina, Paisagem Fragmentada".

 

027 - ABLA SAADAT

Membro do Conselho Nacional Palestino, agradece as manifestações em defesa da Palestina. Trata da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. Informa as dificuldades enfrentadas por seis mil prisioneiros políticos, entre eles, o seu marido. Pede apoio da classe política brasileira sobre o caso. Elogia a atuação do ex-Presidente Lula quanto ao Oriente Médio.

 

028 - LAILA HALED

Integrante do Comitê Central da Frente Popular de Libertação da Palestina, elogia o fato de uma mulher ocupar a Presidência da República do Brasil. Recorda o passado de Dilma Rousseff como ativista política. Afirma sonhar com a criação do "Parlamento Palestino". Destaca o papel das mulheres em várias esferas de poder. Faz comparação entre a causa palestina e a luta do Brasil pela democracia.

 

029 - ABDALLAH ABU RAHME

Cita sua alegria em estar no Brasil há um mês. Agradece a mobilização de entidades brasileiras em defesa do povo palestino. Elogia o fato de não termos barreiras militares. Vislumbra o seu retorno e os problemas políticos e cotidianos enfrentados pelos palestinos. Argumenta que o povo palestino lutará até o fim em defesa de sua causa.

 

030 - Presidente SIMÃO PEDRO

Dá conhecimento da troca de lembranças entre brasileiros palestinos e agradece placa que recebera da Sra. Abla Saadat, em nome da delegação palestina.

 

031 - IBRAHIM AL ZEBEN

Embaixador da Palestina no Brasil, elogia a execução do "Hino da Palestina", pela Banda da PM. Declara-se emocionado com as manifestações dos oradores. Afirma sentir-se "mais palestino, mais brasileiro e mais humano". Lamenta a situação vivida pelos milhares de prisioneiros políticos palestinos. Recorda declarações de Arafat. Considera que "o futuro soberano da Palestina está próximo". Registra seu pesar pela morte do Sr. Egídio Bruneto, do MST. Apresenta votos pelo restabelecimento da saúde do ex-Presidente Lula. Agradece as 88 entidades e partidos políticos que participaram da campanha "Palestina Já".

 

032 - Presidente SIMÃO PEDRO

Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Simão Pedro.

 

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O SR. PRESIDENTE – SIMÃO PEDRO - PT - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

 

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- É dada como lida a Ata da sessão anterior.

 

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O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Já estão comigo na Mesa o Senhor embaixador da Palestina Ibrahim Alzeben, a quem peço uma grande salva de palmas. (Palmas.) E também aqui no meu lado esquerdo o Deputado Federal pelo PSOL, Ivan Valente. (Palmas.)

Senhoras Deputadas, Senhores Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta Sessão Solene foi convocada pelo Presidente desta Casa Deputado Barros Munhoz, atendendo a solicitação deste Deputado com a finalidade de comemorarmos o Dia de Solidariedade ao Povo Palestino.

Convido e peço a todos que fiquem de pé para que possamos ouvir o Hino Nacional Brasileiro e o Hino da Palestina, executados pela Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do 2º Tenente PM Davi Serino da Cruz.

 

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- São executados os Hinos Nacionais da Palestina e Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Agradeço a Banda da Polícia Militar pela excelente execução dos dois Hinos, brasileiro e palestino. Nosso embaixador disse que nunca viu uma execução tão perfeita como a que vocês fizeram hoje. Muito obrigado. É uma honra recebermos vocês aqui abrilhantando a nossa festa. (Palmas.)

Convido algumas pessoas que representam entidades, movimentos e partidos. Este é um ato solene em solidariedade, e para nós é uma honra receber todos vocês aqui. Atendendo aos pedidos do embaixador, da nossa Mesa e dos organizadores, convido o Senhor Emir Mourad, da Federação Árabe Palestina do Brasil para que se sente conosco aqui. Convido o Senhor Abdallah Abu Rahme, dos Comitês de Lutas Populares e Resistência de Lutas não Violentas na Palestina; o Senhor João Felício, representante da Central Única dos Trabalhadores; o Professor e Doutor Paulo Farah, da Universidade de São Paulo na área de Filosofia e Letras relacionadas à literatura e cultura árabe; o Vereador do PCdoB da cidade de São Paulo, Jamil Murad, que já está aqui conosco; o Senhor Reskalla Tuma, fundador da Federação das Entidades Árabes Brasileiras; o Professor Mohamad Habib, Pró-Reitor de Extensão da Unicamp; a Senhora Márcia Campos, Presidente da Federação Democrática Internacional de Mulheres; o Senhor Marcelo Buzetto, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra e da Via Campesina; a Senhora Socorro Gomes, Presidente do Conselho Mundial da Paz; o Padre Ibrahim Mansur, que representa neste ato Dom Damasquisnos da Igreja Ortodoxa e o Xeique Mograb para que fiquem conosco aqui na Mesa, muito obrigado. Tenho o imenso prazer de Convidar a Senhora Vera Machado, da Marcha Mundial das Mulheres; o Senhor Edmundo, da Confederação Nacional das Associações de Moradores – Conam e o Senhor Khaled Mahssen, Professor da USP, a quem teremos o enorme prazer da presença. Faço um convite para que também integre a nossa Mesa, um representante da Força Sindical e, se estiver presente, um representante do Partido Socialista Brasileiro – PSB, juntamente com os Senhores Nataniel Braia, representante do Partido Pátria Livre – PPL, os representantes do PSOL, o Deputado Ivan Valente, a quem já temos a honra da presença, o Senhor Pedro Fuentes, Secretário de Relações Internacionais do PSOL; a Senhora Ruth Coelho da Força Sindical, que já está aqui conosco; o companheiro Senhor Ubiraci Dantas da CGTB e a Senhora Abla Saadat a quem estamos aguardando com muita expectativa, mas que já está a caminho mediante informações que recebemos. Sejam muito bem vindos, e peço uma salva de palmas aos nossos amigos, que representam várias entidades, e ao Senhor Wagner Fajardo, meu querido amigo metroviário da Direção Nacional da CTB, pessoas que nesta noite manifestarão a solidariedade ao povo palestino e a sua causa.

Para que os telespectadores, amigos e convidados tenham maior conhecimento, o Dia Oficial de Homenagem a Palestina foi estabelecido pela ONU em 1977. Esse dia é comemorado em 29 de novembro, data relacionada com o mesmo dia em que no ano de 1947, a Assembleia Geral da ONU aprovou a Resolução sobre a partilha da Palestina, porém sofreu alteração para hoje, dia 28, porque o Parlamento paulista realiza Sessões Solenes somente às segundas-feiras à noite e às sextas-feiras. Essa decisão foi tomada após o extermínio de judeus pelo regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial, e proporcionou também a criação do Estado de Israel que foi fundado em 1948.

Digo como membro do Partido dos Trabalhadores que houve uma identificação muito grande do nosso partido por parte de toda comunidade árabe, tanto no Brasil como fora dele, pois desde a fundação do PT na Carta de Princípios, trazemos o apoio e a solidariedade ao povo palestino. O nosso querido ex-Presidente Lula foi um dos primeiros políticos a manifestar solidariedade à questão Palestina na década de 80. A comunidade árabe hoje tem dado total apoio ao nosso ex-Presidente e ao seu governo, pelo seu pedido de reconhecimento de um Estado Palestino independente, enfatizado pela Presidenta Dilma Rousseff no seu discurso de abertura na última Assembleia Geral da ONU. A ida do Presidente da Autoridade Nacional da Palestina Mahmoud Abbas à ONU renova a esperança dos palestinos em relação ao seu status para poder pleitear a desocupação e a libertação de seus territórios, seja como estado-membro ou estado-observador. Isso pode garantir o direito de utilizar os Direitos Internacionais da ONU para combater a ocupação do seu território por parte de Israel.

Hoje Israel continua a negar o direito de retorno dos refugiados e a discriminar os seus cidadãos palestinos. Esse País controla de fato toda a História Palestina. Após 44 anos de ocupação militar israelense foram afirmados os direitos alienáveis do povo palestino. Foi reiterado o chamado de 2005 das sociedades civis palestinas e globais para que pressione contra um regime de “apartheid” através de uma campanha de boicotes a investimentos e sanções até que os direitos palestinos sejam obtidos. Por isso a nossa convocação desta Sessão Solene.

Quero manifestar desde já toda a nossa solidariedade ao povo palestino na pessoa do nosso embaixador que representa toda a comunidade neste ato, e aqui no Brasil. E dizer da nossa enorme alegria, satisfação e honra em poder presidir esta Sessão Solene por uma causa tão nobre, importante, fundamental e que hoje é a causa do povo palestino. Muito obrigado pela presença de todos. (Palmas.)

Acredito ser importante registrar algumas mensagens que recebemos de pessoas ilustres que não puderam estar aqui:

“Senhor Deputado Barros Munhoz, Presidente da Assembleia Legislativa, ao cumprimentá-lo cordialmente confirmamos o recebimento da correspondência referente à Sessão Solene com a finalidade de comemorar o Dia da Solidariedade ao Povo Palestino, e em virtude de compromissos previamente agendados para esta mesma data informações que não será possível a minha presença neste importante ato. Assina o Senhor Ministro de Estado de Justiça, José Eduardo Martins Cardoso.”

“Ao Cerimonial da Assembleia Legislativa, a Senhora Isabella Teixeira solicita a V.Sas. a gentileza de agradecer ao Presidente da Assembleia Deputado Barros Munhoz, ao Deputado Simão Pedro, autor da solicitação, convite para participar da Sessão Solene para comemorar o Dia da Solidariedade ao Povo Palestino, evento ao qual lamentavelmente não poderá comparecer em razão de compromissos da agenda ministerial.”

“Incumbiu-me o Senhor Governador Geraldo Alckmin de agradecer o convite para participar da Sessão Solene em comemoração ao Dia da Solidariedade ao Povo Palestino e enviar os seus cumprimentos aos seus organizadores e participantes do evento. Cordialmente Senhor Marco Antônio Castello Branco, Secretário Particular do Governador.”

“Vimos por meio desta informar que infelizmente por compromissos já agendados anteriormente, a Senhora Lu Alckmin estará impossibilitada de participar da Sessão Solene com a finalidade de comemorar o Dia da Solidariedade do Povo Palestino, solicitada pelo Deputado Simão Pedro a ser realizada na data de hoje. Desejamos sucesso no referido evento e colocamo-nos à disposição para outras oportunidades.”

“Agradeço o honroso convite para a Sessão Solene com a finalidade de comemorar o Dia da Solidariedade ao Povo Palestino que será realizada hoje na Assembleia Legislativa de São Paulo. Porém, em razão de compromissos anteriormente assumidos junto à Presidência do Tribunal Regional Federal, estarei impossibilitado de comparecer. Na oportunidade, renovo a V.Exa. votos de elevada estima e consideração. Assina Senhor Desembargador Federal Roberto Haddad.”

“Agradeço à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo na pessoa de seu Presidente Deputado Barros Munhoz o convite para a Sessão Solene para comemorar o Dia de Solidariedade do Povo Palestino. Em função de compromissos previamente agendados, não poderei estar presente à solenidade. Parabenizo o nobre Deputado Simão Pedro pela iniciativa. Assina Sidney Estanislau Beraldo, Secretário Chefe da Casa Civil.”

Muito obrigado pelas manifestações.

Para ilustrar a nossa Sessão Solene assistiremos a um vídeo curto que narra a história da questão Palestina antes dos pronunciamentos das autoridades aqui presentes.

 

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- É feita a exibição do vídeo.

 

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O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Como temos várias pessoas para fazerem pronunciamento, o que é muito importante para essa Sessão Solene e para a causa da Sociedade Palestina, solicitarei a todos que sejam objetivos e que, se puderem, usem o tempo de um minuto e meio minuto. Sei que é um pedido muito difícil, porém com isso proporcionaremos que a nossa sessão transcorra de forma objetiva e que não seja maçante para todos que estão nos ouvindo.  Posteriormente ouviremos o nosso embaixador e o nosso Deputado Federal.

Em primeiro lugar quero convidar para fazer uso da tribuna em nome do Partido dos Trabalhadores o Deputado Adriano Diogo, Presidente da Comissão de Direitos Humanos aqui da Assembleia Legislativa de São Paulo, e um dos apoiadores desse ato desde o seu início. (Palmas.)

 

O SR. ADRIANO DIOGO - PT - Boa noite a todos os presentes, ao Deputado Simão Pedro, ao Senhor Embaixador, ao Deputado Ivan Valente e aos demais companheiros, peço desculpas a todos, pois cheguei agora de Diadema. Fiz questão de vir, pois não fui convidado para a organização desta cerimônia, infelizmente, mas não poderia me ausentar. Acho muito importante que esta Assembleia Legislativa mantenha por iniciativa do Deputado Simão Pedro, toda a sequência de atos da representatividade e da luta do povo palestino. Como pioneiro o Deputado Simão Pedro sempre abriu a porta desta Casa para que isso ocorresse.

Não tenho muita alegria no meu coração para falar das coisas que estão ocorrendo, principalmente do jeito que a imprensa brasileira retrata os fatos. Não aceito as versões dadas pela TV Globo e pelas pessoas que falam em nome dos povos árabes, em particular pelos palestinos, mas mesmo assim, viva a luta dos povos, viva a luta dos palestinos. (Palmas.)

No Brasil, embora a nossa Presidente tivesse tido uma posição corajosa na ONU, na sua fala de abertura da defesa do Estado e povo palestino, digo que estou de luto. Não me conformo com a intervenção da OTAN criminosa e assassina na Líbia, com as coisas que estão acontecendo na Síria e a forma que a imprensa ocidental tem retratado a sua situação e com as versões que têm sido dadas a respeito da Arábia Saudita.  Quero dizer que aqui no Brasil não podemos fazer uma segregação que alguns são a favor do povo palestinos e outros não, pois não falam pelo povo palestino e árabe. As divisões que o ocidente e a mídia ocidental tentam nos impor não podem ter espaço aqui no Brasil.

Lamento que eu e outros companheiros, embora o Deputado Simão Pedro com a sua educação e formação política maravilhosa, tenhamos sidos deixados de fora de outras correntes políticas da organização e participação deste ato. Neste sentido amanhã estaremos com o companheiro Emir Mourad, no Consulado Árabe, a fim de que possamos discutir a Revolução Palestina, e viva a luta do povo palestino. Senhor Embaixador, muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Muito obrigado, Deputado Adriano Diogo.

Convido para fazer uso da palavra o Senhor Emir Mourad da FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil.

 

O SR. EMIR MOURAD - Boa noite senhores e senhoras, companheiros e companheiras, Senhor Presidente, Deputado Simão Pedro, Deputado federal Ivan Valente, Senhor Embaixador da Palestina, demais membro da Mesa, autoridades religiosas e representantes dos movimentos sociais e dos partidos políticos, gostaria de fazer uma breve saudação e um agradecimento. Nós temos várias entidades árabes e palestinas tanto do ponto de vista de movimentos de solidariedade como entidades que promovem a cultura árabe. Eu queria citar aqui todos os irmãos, irmãs, companheiros e companheiras, sabemos que esse plenário aqui sofreu uma reforma, antes tinham 40 cadeiras aqui e agora só temos 20 cadeiras. E como representante da comunidade palestina no Brasil quero agradecer os esforços de todas as entidades árabes co-irmãs aqui presente e não presentes como os demais companheiros da Federação, diretoria e das Entidades Árabe-Palestinas, a nossa Diretora Jamile Abdel Latif e um companheiro da Sociedade Palestina de Uruguaiana, o Senhor Riad Barakt; o Instituto Jerusalém; o Clube Homs, que dia nove tivemos uma atividade com o companheiro Abdala vindo da Palestina e como sempre o clube colocou à disposição o auditório e demais facilidades na pessoa do senhor Ricardo Saab, Presidente do Conselho Consultivo desse clube; os companheiros da Blibiaspa – Biblioteca/Centro de Pesquisa América do Sul e Países Árabes, na pessoa do companheiro Doutor Paulo Farah; o Instituto da Cultura Árabe- ICARABE, que é representado pela companheira Soraya Smaili aqui presente; o MOPAT – Movimento Palestina Para Todos, na pessoa da companheira Soraya Misleh; o companheiro do GT Árabe e demais companheiros do Grupo Árabe; a Associação Islâmica de São Paulo na pessoa do companheiro Hamad;o Centro Cultural Árabe-Sírio na pessoa da Presidente do Centro a Senhora Majd Al Shara; o Portal Arabesq. Também agradeço as demais entidades como Abib; a União Nacional Islâmica; o Comitê de Solidariedade de Santa Catarina representado pela companheira Silvinha aqui presente; as Sociedades Beneficentes Muçulmanas, todas de São Paulo; a Federação das Entidades Islâmicas e o Comitê pelo Estado da Palestina Já e a Frente de Defesa do Povo Palestino. Esse é um conjunto de entidades, de associações, de comitês, de frentes que se colocam a serviço da solidariedade aos povos palestinos e árabes.  Agradeço ao Presidente Deputado Simão Pedro por mais esta iniciativa, e acredito que cada um dos que aqui citei agradecem também ao companheiro e Deputado Estadual Presidente desta sessão, Simão Pedro.

Muito obrigado, Presidente, e a todos os presentes. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Anuncio que já está aqui conosco na Mesa a Senhora Abla Saadat, do Conselho Nacional Palestino. (Palmas.) Muito bem-vinda ao nosso Parlamento, a nossa sessão e ao nosso País.

Convido para que também fique conosco, junto aos convidados a Senhora Laila Haled, do Comitê Central da Frente Popular para Libertação da Palestina.

Assistiremos a um rápido vídeo o qual tenho certeza que todos gostarão e se lembrarão da importância histórica desse pronunciamento na Assembleia Geral da ONU que ocorreu há alguns meses. Por favor. (Palmas.)

 

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- É feita a exibição do vídeo do discurso da Presidente Dilma Rousseff.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Muito obrigado.

Solicito ao companheiro Marcelo Buzetto, juntamente com o Senhor Taha Rifai, da Via Campesina da Palestina, para que possam vir aqui. Pedirei ao senhor Marcelo Buzetto que faça uma rápida homenagem a um companheiro do MST da Via Campesina falecido nesta tarde em num acidente automobilístico. Peço ao senhor Marcelo Buzetto que venha aqui para que possamos fazer um minuto de silêncio e transmitir a nossa solidariedade ao Movimento que tem sido muito importante na causa da solidariedade ao povo palestino.

 

O SR. MARCELO BUZETTO - Boa noite a todos, é uma alegria ver tantas forças políticas e sociais importantes do Brasil. A causa Palestina tem força suficiente para unir o povo brasileiro, e o nosso esforço tem sido de unir a classe trabalhadora, as forças progressistas e os partidos políticos de esquerda. Nos últimos três dias estivemos em Guararema, na Escola Nacional Florestan Fernandes num grande e representativo encontro que se chamou de 1º Encontro Nacional de Solidariedade ao Povo Palestino, e de lá saímos com muita alegria, força e união com o compromisso que compartilhamos com todos vocês, junto a todas aquelas organizações que defendem a causa Palestina. O compromisso de construir aqui no Brasil nós próximos dias e meses o Comitê Brasileiro de Solidariedade ao Povo Palestino.

Para nós este dia de hoje é resultado desse processo de tentativa de unificar aqueles e aquelas que lutam pela Palestina. Tivemos este encontro e agora temos esta homenagem que para nós esses dois momentos se completam e são muito importantes. Finalizo dizendo que o companheiro Taha Rifai, da União dos Comitês de Trabalho Agrícola da Palestina, um grande movimento de camponeses, trabalhadores rurais e pescadores que tem sofrido muito em Gaza. Suas terras e água foram tomadas pelo Estado de Israel, e eles estão na Palestina construindo a Via Campesina com o compromisso de ajudar a construir esse trabalho no mundo árabe. Alegra-nos muito a presença do companheiro Taha Rifai junto a todas as outras organizações e a delegação Palestina que veio para este encontro. Obrigado e vamos juntos com muita unidade e coragem defender a causa Palestina, o povo palestino, que é um povo que sofre, resiste, sonha, luta, e um dia, tenho certeza, nos reuniremos aqui para comemorar a criação do Estado da Palestina e a libertação desse povo.

Desculpem-me, falei demais e esqueci o principal. Hoje infelizmente perdemos um grande companheiro, o Senhor Egídio Brunetto, da Direção Nacional do MST e fundador do Movimento dos Sem Terra que faleceu hoje em num acidente de automóvel às 16 horas. Infelizmente no Brasil, se não me engano, morrem 40 mil pessoas por ano em decorrência dos acidentes automobilísticos. Peço aos companheiros que se levantem para fazermos um minuto de silêncio por esse mártir da luta da reforma agrária.

Um abraço a todos.

 

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- É feito um minuto de silêncio.

 

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O SR. MARCELO BUZETTO - Viva a luta do povo Palestino! Viva a luta do povo Palestino! Viva a luta do povo Palestino! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Obrigado, Senhor Marcelo Buzetto. Reforço o convite para que o companheiro Taha Rifai, da Via Campesina Palestina, possa compor a Mesa conosco.

Dando sequência aos pronunciamentos, eu convido o professor Edmilson Costa, meu amigo representante do Partido Comunista Brasileiro. Muito obrigado pela presença, lembre-se do tempo estipulado para os pronunciamentos, pois assim todos poderão democraticamente usar a palavra e fazer suas manifestações.

 

O SR. EDMILSON COSTA - Camaradas, companheiros e amigos da Causa Palestina, em nome do Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro, nós queremos manifestar a nossa solidariedade militante a todas as organizações Palestinas aqui presentes, e aos militantes da Causa Palestina no Brasil. Manifesto também a nossa solidariedade a luta do povo palestino, as suas organizações políticas, sociais e político-militares que vêm heroicamente enfrentando a barbárie de Israel. Queremos condenar também as atrocidades que permanentemente vêm sendo cometidas pelo Estado de Israel que tem se transformado num “gendarme” no Oriente Médio do imperialismo norte americano. Companheiros, ao falar da solidariedade Palestina, não devemos nos esquecer que esta solidariedade e o destino dos palestinos também estão ligados ao destino das lutas dos povos do Irã, da Síria, e da Líbia que resistem bravamente as manipulações, as atrocidades do imperialismo americano. (Palmas.)

É nesse sentido, companheiros, que dizemos que se torna cada vez mais importante o internacionalismo e a solidariedade com todos os povos oprimidos do mundo. E por isso o Partido Comunista Brasileiro está presente, e se solidariza com a formação do Comitê Brasileiro de Solidariedade ao Povo Palestino. Viva a Palestina livre! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Informo a todos que esta Sessão Solene será transmitida na íntegra pela TV Assembleia, estamos gravando, precisamos dividir o nosso tempo com os Parlamentares da Câmara Municipal da Capital. Esta transmissão vai ao ar no próximo sábado a partir das 23 horas pelos canais TVA canal 66, TVA Digital canal 185, NET canal 7 ou canal 13, e neste momento pela TV Digital Aberta pelo canal 61.2

Quero convidar para fazer o seu pronunciamento o Deputado Federal Ivan Valente.

 

O SR. IVAN VALENTE - Boa noite a todos, parabenizo o companheiro Deputado Estadual Simão Pedro pela convocação desta sessão, e sempre à frente da luta do povo palestino. Cumprimento a luta do povo palestino nas pessoas aqui presentes na Mesa, Embaixador Ibrahim Alzeben, a representante do Conselho Árabe-Palestino, Abla Saadat e a todos os amigos companheiros da causa da luta Palestina.

Falo primeiramente sobre o apoio do Partido Socialismo e Liberdade à causa Palestina. É incondicional a esse povo que deu uma demonstração em todo século XX, permanece no século XXI lutando contra a maior injustiça já praticada, e também violação constante dos Direitos Humanos naquela área do Oriente Médio. Entendemos que o Estado de Israel representa na prática a ponta de lança do imperialismo norte americano no Oriente Médio, e se sustenta a partir do capital financeiro instalado nos grandes centros financeiros, particularmente em Nova York. É uma política que não pode continuar.

Saúdo os avanços da luta palestina e a libertação dos presos políticos palestinos, pois foi dessa luta que houve uma conquista. O reconhecimento da Unesco é uma conquista da luta do povo palestino, e o nosso repúdio ao veto americano à criação do Estado Palestino, pois são eles que continuam a dar sustentação a isso. Afirmamos Deputado Simão Pedro, e a todos os presentes que o nosso partido tem participado de todas as movimentações que visam através do boicote, a relações comerciais, espúrias, particularmente em relação a equipamentos de segurança, seja pelos acordos do Mercosul, seja pelos acordos diretos do governo brasileiro com Israel, a continuidade da venda de armas de equipamentos, inclusive de aviões não tripulados, pois é através desse tipo de mecanismo que se aperfeiçoa e se sustenta o estado de força e a política de terror do Estado de Israel.

Queríamos continuar desta tribuna a solidariedade e dizer que o muro da vergonha que está estabelecido na Cisjordânia, o cerco a Gaza estabelecido naquela região por mortes, assassinatos e toda política de assentamentos precisa ser repudiado por toda a Comunidade Internacional Defensora dos Direitos Humanos. Por isso nós gritamos alto: Estado Palestino Já! Reconhecimento dessa luta do povo palestino! Viva a Palestina livre!

Grande abraço a todos os companheiros e companheiras. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Muito obrigado, Deputado Ivan Valente, que voará ainda hoje à Brasília. Fique à vontade para que se retirar no momento que V.Exa. julgar ser mais oportuno.

Quero convidar para fazer uso da palavra a Senhora Maria José, a Lia, representando a Conam.

 

A SRA. MARIA JOSÉ - Boa noite a todos, em nome da Confederação Nacional das Associações de Moradores - Conam, gostaria de saudar todos os presentes, ao Deputado Estadual Simão Pedro, o Deputado Federal Ivan Valente, representando a Câmara Municipal de São Paulo, o Vereador Jamil Murad e o nosso embaixador Ibrahim Alzeben. Agradeço em nome da Conam a todas as entidades, os movimentos sociais e nacionais que estão conosco nesta jornada de luta pela consolidação do Estado Palestino, é uma grande honra poder participar desta Sessão Solene em homenagem ao Dia Internacional do Povo Palestino.

Nossa entidade veio aqui com objetivo de organizar as associações, entidades, movimentos e federações comunitárias para lutar contra todo tipo de opressão, e principalmente pela moradia digna, porque eu sei bem o que é não ter uma casa para educar seus filhos e receber os seus amigos. Em nome de todos os movimentos sociais e comunitários digo que nós também estamos aqui junto com o povo palestino na luta e no dia-a-dia participando também do Comitê de São Paulo.

Parabéns.

Abaixo o sionismo e viva a resistência do povo palestino! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Muito obrigada, Senhora Maria José, representando a Conam.

Convido para fazer uso da palavra o Senhor Fábio Bosco, da Direção Nacional do PSTU. (Palmas.)

 

O SR. FÁBIO BOSCO - Boa noite a todos os presentes, trago a saudação do PSTU à luta do povo palestino. O Brasil tem uma dívida enorme com a causa do povo palestino, devido ao apoio a partilha da Palestina em 1947 e a formação do estado racista de Israel em 1948. Recentemente o Brasil celebrou apoio a um acordo de livre comércio entre Israel e Mercosul que acabou transformando o nosso País em porta de entrada da indústria de armamentos assassinos do Estado de Israel. (Palmas.)

Por isso, nós PSTU, queremos fazer um chamado a todas as organizações que estão aqui presentes para que possamos nos reunir, fazer uma campanha sólida aqui no nosso Brasil e para romper todos esses acordos militares, econômicos e diplomáticos com o Estado de Israel para fazer justiça através dessa via com a luta do povo palestino.

Para concluir, queria dizer que neste final de semana nós tivemos a honra de participar do Encontro Nacional de Solidariedade ao Povo Palestino. Uma delegação super-representativa que vive sob a ocupação do Estado de Israel. Dez palestinos que nos honraram com suas presenças. Novamente dou boas vindas a todos esses companheiros e companheiras - Leila, Abla, Taha, Jamal - e todos os outros que estiveram conosco neste final de semana.

Digo à vocês que, nós brasileiros, desenvolveremos uma luta séria para construir essa solidariedade.  Tenho certeza que essa solidariedade aqui no Brasil, em todos os países e mais as revoluções que estão chacoalhando o mundo Árabe seja no Egito, na Líbia, Tunísia, Síria, no Bahrein ou no Iêmen trarão as condições para que possamos ter sim uma Palestina laica e democrática em todo território histórico desse país.

Viva a luta do povo palestino! Viva as revoluções do mundo árabe! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Muito obrigado, Senhor Fábio Bosco, do PSTU.

Quero imediatamente passar a palavra ao senhor Ubiraci Dantas de Oliveira, o Bira, Presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil.

 

O SR. UBIRACI DANTAS DE OLIVEIRA - Saúdo o embaixador da Palestina, Ibrahim Alzeben, o meu amigo e companheiro de muito tempo de luta e de batalha, Deputado Estadual Simão Pedro, os companheiros da CUT, da Força Sindical e CTB, o companheiro Emir Mourad da Federação Árabe-Palestina e dar uma boa noite a todos, em rápidas palavras digo que a vitória está próxima. A resistência e a luta do povo palestino estão próximas a ser coroada pela sua grandeza, pela sua justiça, e pela firmeza definida durante todos esses anos. Os seus inimigos, que não são somente isso, entupiram Israel de armas para tentar impedir que aquele povo fosse livre. Também são os nossos inimigos, aqueles que foram para o Iraque e assassinaram o seu líder para poder em nome de acabar com armas de destruição em massa, roubar o petróleo daquele povo. A mesma coisa na Líbia onde de maneira covarde assassinaram Muamar Kadafi com toda a complacência da mídia reacionária para também se apoderar da riqueza do petróleo daquele país. Por isso que todos os lugares do mundo inteiro se levantam os povos da Europa e Estados Unido, pois o inimigo dessa humanidade inteira nós sabemos onde está. Ele está em “Wall Street”, naquelas irmãs do petróleo que não se cansam de querer solapar e assaltar as nações em nome das suas ganâncias. Mas está chegando o final deles. A Palestina será vitoriosa, assim como o povo do mundo inteiro. No nosso Brasil eles querem perpetuar a submissão da nossa economia mantendo esses juros altos, fechando empresas nacionais, mandando embora os trabalhadores e querendo pegar o nosso petróleo. Aqui eles não terão moleza. Amanhã terá um ato na Paulista e os brasileiros e os patriotas que quiserem ir serão bem vindos, pois juntos exigiremos a redução de juros, e saudaremos a nossa Palestina livre e soberana.

Muitas felicidades a todos. Vamos nessa que o Brasil tem pressa! Vamos em frente que atrás tem gente! Felicidades a todos os companheiros. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Muito obrigado, Bira, pelas suas palavras.

Convido agora o senhor Khaled Mahassen que declamará uma poesia sobre Gaza.

 

O SR. KHALED MAHASSEN - Vossa Excelência Deputado Simão Pedro, Presidente desta sessão, Parlamentares aqui presentes, Meu amigo, Xeique Mohamad Mograb representante do Lar da República Libanesa no Brasil, religiosos aqui presentes, autoridades civis e militares, camarada Laila Haled e Abla Saadad, da Delegação Palestina. Companheiros e camaradas, antes do meu poema, saúdo e afirmo o nosso apoio as lideranças do povo palestino nos cárceres do inimigo sionista de Gaza e Cisjordânia, e em especial os camaradas encarcerados, liberdade já para eles. (Palmas.) Saúdo a luta da mulher palestina que incansavelmente tem alcançado muitas realizações e muitas conquistas ao povo palestino, não somente na Palestina, mas também na Diáfora, a elas nossa homenagem e nossas saudações. (Palmas.)

“Rasa, rasa da morte. Fronteiras fechadas, saídas serradas. Rasa da morte. Rasa da morte, quem faz a sorte? A lua é triste. A vida é triste. O sol é muito triste. A morte é triste. Rasa da morte. Aos olhos do mundo. Casa caída. Vida destruída. Criança que morre. Rasa da morte. Aos olhos do mundo. Ao processo surdo. O grito forte da rasa da morte. Sorte! Paz! Que paz? Paz com braço forte, como espada que corta, com povo unido, com governo unido, e o mundo decidido a mudar a sorte. Rasa. Rasa da morte. Rasa da morte mudará, mudará, mudará a sorte”.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Muito obrigado, Senhor Khaled Mahassen, que declamou uma poesia de sua autoria sobre Gaza.

Quero continuar seguindo aqui com os pronunciamos, convido o Senhor Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares. (Palmas.)

 

O SR. RAIMUNDO BONFIM - Boa noite a todos os presentes, neste ato e saúdo a iniciativa do Deputado Simão Pedro de convocar esta Sessão Solene. Nós da Central de Movimentos Populares que é uma das entidades que compõe o Comitê Brasileiro de Defesa e pela Criação do Estado Palestino e Comitê no Sindicato dos Engenheiros, gostaríamos de plagiar a companheira Bartira da Conam que falou sobre a ocupação de Israel na Palestina. Essa é a única ocupação que os Movimentos Populares Urbanas e Reforma Urbana não concorda, pois as outras nós concordamos e fazemos.

Então viva o Estado da Palestina, pela criação da Palestina livre! Muito obrigado e boa noite. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PEDRO SIMÃO - PT - Quero convidar para fazer uso da palavra  a Senhora Vera Machado, da Marcha Mundial das Mulheres.

 

A SRA. VERA MACHADO - Boa noite a todos. Nós, da Marcha Mundial de Mulheres, somamos às mulheres do mundo inteiro, e principalmente as mulheres lutadoras da Palestina para lutarmos por uma Palestina liberta, soberana, autônoma e com condição de ser realmente um país que vai fazer parte da ONU como nós brasileiras queremos.

Palestina soberana já! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Convido para fazer uso da palavra o nosso querido Pró-Reitor de Extensão da Unicamp, professor Mohamad Habib. (Palmas.)

 

O SR. MOHAMAD HABIB - Querido amigo, companheiro e irmão, nosso Deputado Simão Pedro, Presidente desta sessão, quero saudá-lo, agradecê-lo e me congratular com o senhor e também saudar todos os presentes aqui, nesta noite.

O mundo comemora o Dia de Solidariedade ao Povo Palestino, por força de uma deliberação da ONU desde 1977 e o Estado de São Paulo, desde 1984. Então, há muito tempo que todos nos lembramos deste dia.

Contudo, o ano de 2011 é diferente porque é o ano da Primavera Árabe, e vários países estão buscando a sua libertação, incluindo os palestinos que também comemoram neste ano a Primavera Palestina.

Nunca houve na história da luta do povo palestino, um prisioneiro israelense ser trocado por 1027 palestinos, mas este ano a força dos palestinos se manifestou através da Primavera Árabe.

Lembrando um momento deste ano e vendo que a Itália e a Grécia entraram na Primavera do Mediterrâneo, inclusive “Wall Street,” em Nova York, então, o ano de 2011 é o ano da Primavera da Libertação dos Povos. (Palmas.)

Neste sentido, eu não vou ficar criticando o imperialismo porque nós já sabemos o que está acontecendo no mundo, mas quero em poucas palavras me dirigir aos povos árabes que farão como o povo brasileiro: vamos aprender da pluralidade e da diversidade do povo brasileiro para unir nossas forças. O mundo árabe precisa se unir com o único objetivo: a democratização e a liberdade de todos os povos árabes, principalmente o povo palestino. Viva a Palestina! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Obrigado, professor. Quero convidar o companheiro Mohamad El Kadri da União Nacional das Entidades Islâmicas para fazer uso da palavra. Sua saudação aqui da nossa tribuna. (Palmas.)

 

O SR. MOHAMAD EL KADRI - Boa noite a os companheiros aqui presentes, todas as entidades, nosso Deputado Simão Pedro, mais uma vez presidindo esta Mesa.

Eu quero aproveitar esta fala para homenagear algumas pessoas: A primeira é nossa guerrilheira, que está nessa luta há muitos anos, a nossa companheira, irmã Laila Haled. (Palmas.)

Em seu nome, saudar todos os companheiros palestinos que estiveram aqui nestes dias contribuindo muito conosco ao ouvirmos suas palavras, porque eles estão lá, convivendo o dia-a-dia da ocupação desse estado nazista que é o Estado de Israel. Então gostaria de dizer a todos os companheiros que nós aqui no Brasil, lutamos, lutaremos e ficaremos até o final, até a Palestina se tornar livre. Isso não é um discurso é uma promessa de vida, de compromisso que nós temos com a luta do povo palestino. (Palmas.)

Para encerrar, porque serei breve, tenho o prazer de ouvir todos os companheiros que falaram aqui, principalmente o senhor, como sempre maravilhoso, professor Mohamad Habib. Mas quero dizer assim, a todos aqueles nossos irmãos que estão aqui, representando as mulheres palestinas, o nosso irmão da Via Campesina, o nosso irmão que também esteve conosco todos esses dias. Então nossa homenagem é para eles que estão lá no dia a dia.

Não estão vivendo aqui, na tranquilidade, eles estão diariamente na ocupação, proibidos de irem para lá, e de virem aqui com um muro construído, como aquele que foi derrubado em Berlin, e que o mundo comemora sua queda, mas ninguém diz nada em relação àquele muro de 700 quilômetros que coloca os palestinos em gueto. (Palmas.)

Quero dizer, meu nobre Deputado, que nós lutaremos contra esse Estado como lutamos contra o regime do “apartheid”, na África do Sul, porque esse Estado é o próprio regime do “apartheid’ hoje instalado lá, mas vamos lutar para derrubar esse regime.

Viva a luta do povo palestino! Viva a resistência palestina! Viva o povo palestino, que diariamente resistem contra esses nazistas! Viva a luta do povo palestino! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Muito obrigado, Sr. Mohamad El Kadri.

Dando sequência as representações nesta Sessão Solene, quero convidar o Senhor. Nataniel Braia, do Partido Pátria Livre, oficializado recentemente, e dar os parabéns a mais um partido oficial de esquerda, lutando no Brasil, pelas mais importantes causas. Muito obrigado.

 

O SR. NATANIEL BRAIA – Companheiros, eu quero saudar aqui, em nome de todos os presentes, o companheiro Abdallah Abu Rahme, da Delegação Palestina, que nos realizou uma palestra alguns dias no Clube Homs, mostrando a luta que enfrenta a cada sexta-feira, quando vão as ruas para enfrentar a agressão e a ocupação dentro de Bilin, uma cidade que está se tornando o símbolo da resistência Palestina, o símbolo da resistência do mundo contra a agressão dos povos.

Ali, estão se unindo todas as esperanças e sendo demonstrada toda força do povo palestino, numa luta que conseguiu barrar parcialmente a construção do muro do Apartheid, essa luta da qual estamos solidários e estaremos sempre presentes de coração, e caminhará à vitória.

Companheiros, neste momento, estamos acompanhando a caminhada do Estado Palestino rumo ao pleno conhecimento no seio das nações dentro da ONU, e nos orgulhamos do pronunciamento da Presidente Dilma Rousseff, e repudiamos as ameaças do Senhor Barack Obama, dos Estados Unidos, de sabotar, de boicotar e de cortar os recursos para o povo palestino simplesmente porque esse povo pediu o direito ao reconhecimento, que já estava na Resolução da ONU, desde 1947.

Apenas a aplicação de uma Resolução que beneficiou uma parte o Estado de Israel, e até hoje é negada ao povo palestino.

Quando os palestinos obtiveram o reconhecimento e a adesão dentro da Unesco, imediatamente os Estados Unidos cortaram os recursos para aquela entidade que preserva os locais sagrados, os locais históricos e arqueológicos de toda a humanidade.

Vejam vocês a ironia, exatamente os guardiões de Jerusalém, da Terra da Paz, os guardiões de Belém, de Nazaré, que são agora agredidos com o corte de orçamento porque foram admitidos na Unesco.

Esse é um gesto claro dos Estados Unidos e que o povo brasileiro, o Governo brasileiro, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, todas as nossas Assembleias e representações, não podem aceitar. (Palmas.)

Assim, fica claro que neste momento o imperialismo está vivendo a sua maior crise, uma crise econômica e política, porque eles não conseguem mais a saída, e o povo norte americano está nas ruas com Movimento Ocupar Wall Street. Com isso, eles estão reprimindo como reprimem todas as manifestações populares, para manter no poder uma casta. A casta de Wall Street. Para isso, como disseram aqui os companheiros, eles ocupam o Iraque, agrediram e massacraram na Líbia, e agora, apóiam as conspirações financiadas da Síria.

Por esse motivo, o povo brasileiro e nosso partido, não podem se sentir livres, não podem se sentir inteiramente soberano, enquanto os Estados Unidos caminharem e marcharem com suas tropas, com as tropas da OTAN, para agredirem outros povos, porque isso é uma agressão a nós. E aqui, nós vamos dizer que a Intifada que levantou a unanimidade do povo palestino, e fez recuar Israel, está presente no coração de todos os povos, está presente em Bilin, estava presente na Paulista a aproximadamente um mês,  com emocionante manifestação de apoio a adesão do Estado Palestino na ONU, e está presente nesta Casa.

Viva a Intifada! Viva o povo palestino! Viva a libertação dos povos do mundo inteiro, do imperialismo! Viva a Palestina soberana! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Muito obrigado, Sr. Nataniel Braia.

Quero informar que temos aqui presente, o Sr. Marcos Cordeiro, do Setorial Inter Religioso do Partido dos Trabalhadores, realizará no dia 1º de dezembro, às 18 horas, na Rua da Abolição, 297 o lançamento do Setorial. Todos estão convidados. Obrigado, Senhor Marcos Cordeiro.

Quero anunciar as presenças: do Senhor Mateus Fiorentini da Organização Continental Latino-americana e Caribenha de Estudantes; a Senhora Silvinha, do Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino; O Senhor Abdul Kader Ali El Kadri, Vereador da Cidade de Gaza, Vale de Beká, - Líbano. (Palmas.)

O Sr. Alexandre Curiati, representando neste ato, o Deputado Estadual Antonio Salin Curiati. Quero anunciar também, a presença do Senhor Elizeu Soares Lopes, Chefe de Gabinete da Deputada Estadual Leci Brandão, do PCdoB; o Senhor Marcos Luiz Silvestre, Presidente do Sindicato dos Julgadores Tributários do Estado de São Paulo; a Senhora Soraya Smaili, Professora da Unifesp – Escola Paulista de Medicina, e Diretora do Instituto da Cultura Árabe.

Muito obrigado pelas presenças. (Palmas.)

Quero convidar para fazer uso da palavra, o Senhor Wagner Fajardo, da direção da Central dos Trabalhadores do Brasil – CTB.

 

O SR. WAGNER FAJARDO - Boa noite a todos. Nossa saudação ao embaixador, companheiro que vem da Palestina, saudação ao companheiro Deputado Simão Pedro pela iniciativa de realizar essa solenidade.

Em nome da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB, quero manifestar aqui que os trabalhadores brasileiros conscientes, os trabalhadores brasileiros que conhecem a luta do povo palestino, não podem e não devem deixar de manifestar a sua solidariedade a essa luta histórica, em defesa da liberdade de ter uma nação, de ter uma pátria. A possibilidade de resgatar uma terra que lhe foi roubada.

Essa luta do povo palestino é a luta de todos os povos, contra aquelas nações que se acham donas do mundo e que querem fazer com que os povos sejam simplesmente dominados pelos seus interesses econômicos, pelos interesses dos grandes grupos econômicos do grande império.

Portanto, a luta do povo palestino é a nossa luta. A luta do povo palestino é a luta de todos os povos que amam a liberdade e que amam o direito se ter a sua pátria. Parabéns a iniciativa e toda solidariedade ao povo palestino.

Viva o povo palestino! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Assistiremos agora, para quebrar um pouquinho essa sessão de pronunciamentos, um vídeo sobre a resistência do povo palestino. Convido a todos para prestarem atenção a esse vídeo.

 

* * *

 

- É feita a exibição do vídeo.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Quero agradecer a presença de Reyad Barakt, Presidente da Sociedade Palestina de Uruguaiana no Rio Grande do Sul. Obrigado pela presença. (Palmas.)

Também quero agradecer a presença do senhor Wander Geraldo, Presidente do Partido Comunista do Brasil de São Paulo, e convidar a senhora Ruth Coelho Monteiro, secretária dos Direitos Humanos da Força Sindical para fazer uso da palavra.

 

A SRA. RUTH COELHO MONTEIRO - Boa noite. Quero cumprimentar o Presidente desta Sessão, o Deputado Pedro Simão, e o Embaixador da Palestina, a senhora e todos os membros que compõe a Comissão Organizadora deste Ato. Quero cumprimentar a Delegação Palestina que está aqui, dirigentes sindicais, autoridades, representantes das igrejas, movimentos populares, enfim, a todos que aqui se unem, nesta causa e que há muitos anos lutam pela democracia, que lutam e apóiam os Direitos Humanos em todo o mundo. 

Nós, da Força Sindical, temos alguns dirigentes presentes, também defendemos a criação do Estado Palestino e o reconhecimento pela ONU, como um direito básico deste povo que vem lutando há anos com toda a sua população, com mulheres e com crianças. Que vem perdendo os seus melhores filhos na luta em prol da criação de sua pátria, da criação do seu Estado, e do direito de retomar ao seu território.

Nós acreditamos que estamos bem próximos de realizar esse desejo e do final dessa luta. Porque nós acreditamos que teremos por parte da ONU muito em breve, o reconhecimento desse novo país, dessa nova nação. E que esse país e essa nova nação, que certamente dentro da ONU com outros países, como o Brasil e outros países democráticos, lutarão por uma nova Ordem Mundial, onde a paz realmente seja o interesse de todos e onde o desenvolvimento, a democracia, e os Direitos Humanos sejam os objetivos de todas essas nações.

Agradecemos pelo convite, estamos juntos com vocês e continuaremos nessa luta, até que vocês alcancem esse objetivo.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Dando continuidade, informo que logo mais teremos um coquetel, após a sessão solene, para nos confraternizar.

Chamo aqui o Senhor Mateus Fiorentini, Diretor de Relações Internacionais da UNE - União Nacional dos Estudantes. Obrigado pela presença.

 

O SR. MATEUS FIORENTINI - Boa noite a todos. Quero cumprimentar um amigo da UNE, o Embaixador da Palestina no Brasil, nosso amigo Ibrahim Al Zebem, e em nome desse nosso grande amigo, cumprimentar todas as autoridades, toda a Mesa presente neste ato em solidariedade ao povo da Palestina.

Quero dizer em nome da UNE – União Nacional dos Estudantes, que recentemente nosso Congresso reuniu aproximadamente 10 mil estudantes, na cidade de Goiânia. Nosso amigo, o embaixador da Palestina no Brasil, pode ouvir a entusiasmada solidariedade dos estudantes brasileiros, gritarem alto e firme que: ‘ o palestino é nosso amigo. Mexeu com ele, mexeu comigo’ uma demonstração de que a luta do povo palestino, é também a luta dos estudantes brasileiros. A luta da juventude palestina é a luta da juventude brasileira.

Reforço aqui o desejo que o embaixador manifestou em nosso congresso, desejando que o desejo da UNE seja realizado o mais breve seja possível. Ir a Palestina participar do Congresso de Fundação da Organização Estudantil da Palestina, livre, soberana e nacional. Esse é o desejo dos estudantes brasileiros, participarem desse evento que será histórico, dessa luta que já não é mais dos palestinos e sim dos povos, mundialmente.

Quero dizer que em março do próximo ano os estudantes de toda América Latina e Caribe ocuparão as ruas desse nosso continente, em solidariedade aos estudantes chilenos, que lutam contra o neoliberalismo em seu país. Em solidariedade aos estudantes colombianos, que vivem sob o militarismo norte-americano nesse país e sairemos às ruas em solidariedade ao povo cubano que sofre pelo embargo imposto pelo imperialismo norte-americano. Sairemos às ruas em solidariedade ao povo porto-riquenho, que ainda luta por sua independência. Luta contra os Estados Unidos para serem livres.

Essa luta, é a luta dos estudantes latinos-americanos, é a luta dos estudantes brasileiros que em março do próximo ano, sairão às ruas em solidariedade em todos esses países que me referi aqui. Sairão numa grande demonstração de solidariedade, como é característico da generosidade dos estudantes, em solidariedade a juventude e ao povo palestino que vem lutando de maneira muito brava, de maneira muito aguerrida, entregando suas vidas para viverem num país livre e soberano.

Por isso, para concluir, deixo aqui a solidariedade dos estudantes brasileiros, dizendo que é desejo dos estudantes brasileiros, e é desejo dos estudantes latinos-americanos, que a lua, como dizia o nosso poeta, ‘a lua na Palestina seja feliz’.

Trazendo aqui a nossa solidariedade, para que o sol na Palestina seja feliz. Trazendo aqui a nossa solidariedade, para que os dias na Palestina sejam a mais profunda celebração da vida, esse incrível povo que luta há tanto tempo por sua liberdade, por sua soberania. Essa é a solidariedade dos estudantes brasileiros.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Muito obrigado. Quero anunciar e agradecer também a presença da Soraya Misleh, do Movimento Palestina para Todos, e da Ciranda Internacional da Informação Independente.

Quero convidar o senhor João Felício, secretário de Relações Internacionais da CUT – Central Única dos Trabalhadores.

 

O SR. JOÃO FELÍCIO – Boa noite a todos. Primeiro quero parabenizar o Deputado Simão Pedro por essa realização, e em nome do embaixador Ibrahim AlZeben homenagear todos os palestinos aqui presentes e os movimentos sociais.

Acho que nós, brasileiros, a vanguarda que está presente aqui nesta sala e militam nos movimentos sociais, tem absoluta noção do que se passa na Palestina. Umas das coisas que mais nos chama atenção lá são os jovens israelenses com idade de 17, 18 e 20 anos uniformizados, andando pelas ruas de Tel Aviv ensinados desde cedo a sentirem ódio em relação a outro jovem palestino. O jovem palestino, desde cedo aprendendo a se defender. Não tem juventude, e não vivencia aquelas coisas bonitas que a criança e o jovem vivem.

Por isso, talvez seja a causa palestina da mesma maneira como nós do campo da esquerda aprendemos nos anos 60 e 70, sermos solidário com os cubanos, a pedir para os americanos saírem do Vietnam.

Talvez, seja a luta mais bonita que nós podemos fazer nesse início do Século XXI. Luta em defesa do povo palestino. (Palmas.)

Acho que já tivemos outros momentos na América Latina, porque é o estado policial, não é apenas a disputa entre dois povos que querem ocupar um pedaço de terra. Na vanguarda, é no Oriente Médio que o Governo de Israel, é o estado policial dos americanos para controlar uma região. Não é apenas uma disputa por terra, petróleo ou coisa parecida. (Palmas.)

Como sabemos, a população brasileira não sabe o que se passa na região, não tem a menor noção, porque a imprensa brasileira, como já foi dito aqui, apresenta aquela região de que maneira? “Israel é a grande democracia, os demais são apenas ditaduras e não há democracia.” É assim que a Rede Globo apresenta, que o jornal “O Estado de S.Paulo”, a “ Folha de S.Paulo” e a revista “Veja” fazem.

Vejam as matérias que a revista “Veja” faz sobre a Palestina: “Israel a grande democracia e a Palestina brigando entre si.” É sempre assim que eles apresentam o Estado da Palestina e não conseguem compreender as disputas que ocorrem na região entre um povo que mora ali. Há milhares de anos que não é respeitado o direito de viver na sua própria terra.

Uma das coisas que mais me chamou atenção lá foi ver uma criança que morava e estudava numa escola próxima. De repente, ergueram um muro de sete metros, no meio, obrigando aquela criança a andar 15 quilômetros para chegar a escola, que ela chegava em cinco minutos.

Imagina o que se passa na cabeça de uma criança, ficar toda a sua infância e juventude com um muro de sete metros de altura na sua cabeça. Quer dizer, ela vai criando um clima de revolta, de indignação desde cedo, chega à idade adulta com a revolta e indignação absolutamente natural.

Por isso, para nós de movimentos sociais brasileiros, movimento sindical, a CUT e as Centrais Sindicais, temos uma tarefa: massificar o que significa a opressão que vive o povo palestino naquela região, porque não podemos competir com a imprensa, mas temos uma coisa que a imprensa não tem: milhares de línguas, boletins, discurso de sindicalista em assembleia, nossos jornais, nossos congressos e nossos eventos. É a única arma que temos. A arma da divulgação daquela causa como fez em épocas passadas na luta contra a ditadura.

Para nós, foi de uma felicidade enorme ter a presença aqui do companheiro da Central Sindical Palestina.. O Jamal que faz a luta pelo boicote aos produtos israelenses, e está em visita ao Brasil. É assim que fazemos a luta solidária, a luta de resistência para que o povo brasileiro tenha noção por intermédio de nossa boca, o que se passa naquela região, e não pela “Folha de S.Paulo”, da revista “Veja”, ou outras revistas brasileiras.

Por isso, Embaixador, pode contar com nosso apoio. No ano que vem, faremos no dia 29 de novembro um grande Fórum Social em Defesa da Palestina Livre, porque mesmo que consigamos a votação da ONU, teremos que fazer muita luta naquela região e muita luta no mundo porque eles não vão abrir mão do poderio militar que têm.

Através da luta solidária como nós fizemos no Apartheid mundialmente, vamos conseguir a libertação do povo palestino.

Viva a Palestina! Viva os trabalhadores palestinos! Viva a juventude palestina!

Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT – Obrigado, Sr. João Felício.

Quero agradecer as presenças do Sr. Salem Jaber da Comunidade Palestina de São Paulo; do Sr. Cláudio Daniel, da revista Zunái; da Sra. Majd Alchara, Diretora do Centro Cultural Árabe Sírio no Brasil; e do Sr. Ricardo Saab - Presidente do Conselho de Orientação do Clube Homs.

Convido agora, para fazer uso da palavra o Vereador do PCdoB de São Paulo, ex-Deputado desta Casa, o sempre Deputado Jamil Murad, que falará em nome do Partido Comunista do Brasil. (Palmas.)

 

O SR. JAMIL MURAD - Em primeiro lugar, quero cumprimentar o Deputado Simão Pedro por esta extraordinária iniciativa. Quando sancionada a Lei de Solidariedade ao Povo Palestino, o autor, Deputado Benedito Cintra, não imaginava que após 27 anos o Deputado Simão Pedro, que nessa época deveria ser uma criança, estaria presidindo uma Sessão, dando continuidade a esse apoio, a essa solidariedade com o povo palestino, pela sua pátria.

Quero cumprimentar o embaixador da Palestina Ibrahim AlZeben, a companheira Abla Saadat, tive a honra de conhecer o seu esposo na prisão, ainda em Jericó, numa comitiva que fomos em solidariedade ao povo palestino. Estava lá também, o professor Mohamad Habib, e tivemos a condição de entrar no presídio e conversar com ele. Isso está registrado nos Anais da imprensa internacional através da internet. (Palmas.)

Quero dizer que estou falando aqui, em nome do Partido Comunista do Brasil, e do meu Presidente Renato Rabelo, que gostaria de estar aqui. Sempre nos primamos pela diretriz de defesa da soberania e da autodeterminação dos povos, ao longo dos nossos 90 anos de existência, mas ele está em uma missão no Rio de Janeiro, e pediu-me para eu vir e deixar uma mensagem em nome de nosso Partido, mensagem de apoio, de solidariedade, dando boas vindas a Delegação Internacional Palestina, a companheira Abla, companheira Leila e outros companheiros.

Sou um brasileiro que teve a felicidade de conhecer o grande líder palestino, Yasser Arafat. Conversei com eles, meses antes de sua morte. Tive a oportunidade de conversar com Sadat que é Presidente da Frente Popular de Libertação da Palestina. Conversei com os companheiros do Partido Popular da Palestina, conversei com companheiros da Frente Democrática de Libertação da Palestina, tive a oportunidade de ir ao túmulo do fundador do Hamas, em Gaza, Ahmed Yassim.

Então, eu quero transmitir a vocês a alegria de ver os partidos políticos unidos com Movimentos Sociais e Centrais Sindicais aqui em defesa dessa grande causa que não é só uma causa do povo palestino, mas é o sentimento e a necessidade de todos os povos.

Um povo sem pátria é um povo que sofre agressões, humilhações e não sabe o dia de amanhã. Por isso, o povo palestino precisa de suas instituições e de sua pátria. Precisa ter o seu Exército, a sua Aeronáutica, sua Marinha, precisa ter a sua Receita Federal, para receber os seus impostos e aplicar em políticas públicas a favor do povo, e não que o imposto seja recolhido pelos israelenses, como é hoje.

O povo palestino, quando quer viajar precisa pedir autorização para suas autoridades e não ser cerceado e impedido pela força ocupante que é Israel.

Tudo isso ocorre porque eles não têm um estado. Eles não têm o Estado Palestino, que teria todas essas instituições, em defesa, em segurança, em nome da paz para o povo, para o progresso daquele povo.

E os Estados Unidos o que fazem? Falam em democracia e direitos humanos para os árabes. Se eles fossem sinceros e autênticos, o primeiro povo que eles garantiriam os direitos humanos e a liberdade seria os palestinos. E o que eles fazem? Ameaçam de não aceitam que a ONU reconheça o Estado Palestino. Dizem que irão vetar com sua força imperial, vetarão esse tipo de decisão que tem o apoio de mais de 130 países.

Então, essa é a realidade que nós vivemos. Os Estados Unidos estão em grave crise, a Europa em grave crise, mas como eles reagem? Agredindo mais os povos. Para quê? Para roubar mais suas riquezas, para tentar sair da crise a custa da ocupação, da tomada das riquezas desses países. Provocam e jogam irmãos contra irmãos.

Então, nós devemos ter a sabedoria, a consciência mais avançada de que é unindo o nosso povo brasileiro como liderou o companheiro Lula e reconhecendo o Estado Palestino em dezembro de 2010, como a Presidenta Dilma Rousseff foi a ONU e falou que o povo palestino precisa ter a sua pátria, precisa ter o seu estado.

Nós precisamos conclamar a unidade cada vez maior do povo palestino e das forças políticas, sociais, autoridades, personalidades, democratas e patriotas do Brasil, para cada vez mais apoiar o povo palestino a chegarem mais rápido a sua pátria, ao seu Estado Palestino.

Eu acho que está próxima a vitória, mas devemos continuar essa luta apoiando esse povo heroico, inteligente, dedicado e que ama a paz. Um povo que cultiva as relações com os povos do mundo. Por isso o povo palestino está de pé até hoje.

Os inimigos não conseguiram derrotar o povo palestino, porque além de heroico, ele busca cooperação, amizade entre os povos e busca energia para enfrentar o inimigo que é poderoso e covarde, mas que está enfraquecendo e logo será derrotado.

Viva o povo palestino! Viva o Estado Palestino! Viva o heroico palestino! Liberdade para os presos políticos! Direito de volta dos refugiados! Estado Palestino com Jerusalém como capital! Um grande abraço.

Parabéns companheiro Simão Pedro, parabéns Delegação Palestina, parabéns embaixador Ibrahim AlZeben. Viva o povo palestino! Viva o Estado Palestino! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Obrigado, Deputado Jamil Murad. Quero convidar para fazer uso da palavra a Presidente do Conselho Mundial da Paz e do Cebrapaz – Brasil, a Sra. Socorro Gomes.

 

A SRA. SOCORRO GOMES - Quero primeiro saudar o Deputado Simão Pedro pela iniciativa, o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim AlZeben, a companheira Abla, companheira Leila, e todos os companheiros palestinos aqui presentes.

Este é um momento importante para nós brasileiros trazermos nossa admiração, nosso respeito, nossa amizade e nossa solidariedade ao povo palestino. Em nome do Conselho Mundial da Paz e do Cebrapaz, quero trazer nossos votos de êxito em sua luta.

Dizer que a questão da Palestina não é uma questão somente do povo palestino, mas de toda humanidade. É fundamental resolvermos.

Em primeiro lugar porque desde 1947 o povo palestino vem sendo prejudicado, subtraído no seu direito a ter uma pátria, a ter uma nação. Sob o impacto da Segunda Guerra Mundial, houve a Resolução 81, sobre a partilha para a criação dos dois Estados enquanto Israel assumia como proprietário de 58% do território. Desde então a força bruta e a força das armas impôs o Estado de Israel e até hoje o Estado da Palestina não tem o seu reconhecimento.

É uma questão de solidariedade, e, sobretudo de corrigir um erro, para garantir o que é direito do povo da Palestina: sua casa, sua água, suas oliveiras, sua nação, seu território e o seu direito a vida. É isso que está sendo negado e de uma forma truculenta.

Ao mesmo tempo, quero falar aqui do heroísmo do povo da Palestina. Porque é um massacre, uma política de genocídio que o estado sionista de Israel ao longo dessas mais de seis décadas vem praticando. É o assassinato brutal, são as armas mais modernas e o povo palestino reage como? Com pedra, com pau, algumas armas caseiras enquanto a grande mídia diz que os terroristas são os palestinos.

Quem toma o seu território, quem assassina crianças, jovens e idosos, invade sua terra, aprisiona mais de 11 mil? Outros têm que fugir, utilizam o genocídio, a limpeza étnica com o único intuito de ali se firmar.

Como disse o companheiro, é um estado policial que representa os interesses dos Estados Unidos. Eles são os verdadeiros terroristas. Também mostra a cara, a hipocrisia dos Estados Unidos que alimenta esse estado sionista, alimenta com dinheiro, com apoio, com armas, inclusive com armas nucleares. E o povo da Palestina reage com a sua coragem, com o seu heroísmo, utilizando pau, pedra ou o que tem em mãos. Vale lembrar que a ONU reconhece o direito de resistência e defesa de sua pátria, a qualquer povo que tenha o seu país invadido.

Então, o povo palestino tem o nosso apoio. O apoio do Conselho Mundial da Paz, do Centro Brasileiro de Solidariedade e Luta pela Paz. E quero dizer que para nós é uma alegria muito grande estarmos aqui com tantos brasileiros, com diversas opiniões, com diferenças muito grandes, mas todos unidos em defesa do Estado da Palestina já, porque o povo palestino ajudou a formar o povo brasileiro.

Nós temos elementos da cultura que vem do povo da Palestina e dos povos árabes, na alimentação, na palavra, na dança, em tudo. Somos irmãos.

E quero trazer aqui, o respeito e o compromisso do Cebrapaz, a luta em defesa do Estado da Palestina. É uma questão de justiça. É uma questão de direito. É uma questão de humanidade. Viva o povo da Palestina! Viva a amizade entre os povos! Abaixo o estado sionista, abaixo o imperialismo e viva a paz e a liberdade! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Obrigado, Sra. Socorro Gomes.

Nosso último representante fará uso da palavra, o Sr. Reskalla Tuma, da Federação das Entidades Americano-Árabe e do Conscre – Conselho Parlamentar de Raízes Estrangeiras.

Muito obrigado.

 

O SR. RESKALLA TUMA – Sr. Presidente, nosso embaixador, saúdo todos os companheiros presentes.

Ao nos lembrar da Palestina, não podemos nos esquecer que é terra de Jesus. Se nós cristãos, se todos aqueles que adoram o Deus único, tem respeito, esse respeito deveria ser dado a Jerusalém e a Palestina que é a sede onde Deus se revelou aos homens. Ao dizerem que Abraão fez o caminho, Abraão acreditou em um Deus que não se via e não se tocava. Não era pedra, não era madeira, era a nossa consciência. Por isso naquela região nasceu os valores morais do homem.

A participação dos árabes na aculturação do ocidente, infelizmente é desconhecida por muita gente. Poucos sabem que as grandes universidades foram feitas na Bacia do Mediterrâneo, principalmente no Sul da Espanha, onde todos os príncipes estrangeiros vinham estudar.

Sionismo, que terra de Sion? Desde quando a terra de Sion era judaica? Como se confunde uma religião com movimento político? Como se trata o nazismo e não se trata o cristão nazista de maneira diferenciada? Como o sionismo é símbolo do judaísmo? Não é. Judaísmo é uma religião como é a cristã, como é a mulçumana, como todos aqueles que adoram apenas um Deus. A terra de Jesus, a Palestina foi a revelação de um homem que trouxe uma nova mensagem ao mundo, uma nova mensagem de paz.

Reduzimos o Calendário Judaico de 600 e tantas exigências para serem 10 Mandamentos. Hoje, todo povo pode comungar, jamais foi condenado, e quando dizem “É islâmico!” E o islamismo?

No Alcorão, está escrito que Deus anunciou a Maria que ela daria a luz a uma criança, , sem ser tocada pelo homem, e que essa criança revelaria a verdade ao mundo. Esse é o verdadeiro milagre. E foi anunciado. Ela teve medo quando o Anjo Gabriel anunciou que ela daria a luz, mas foi corajosa e recebeu.

Quando se fala: “Eu sou Tuma”, portanto, o bairro dos tumas ainda existe em Damasco, e nós somos descendentes de São Tomé, ver para crer. Estive diversas vezes com meu companheiro Eduardo Elias e recentemente com a missão do Lula. Graças ao nosso embaixador tivemos uma recepção excepcional pelo Presidente. O Presidente da Palestina lembrou quando andamos juntos na 25 de Março, no Rio de Janeiro, e ainda lembrou o jantar em Brasília, agradeceu a nossa presença e comprou alguns regalos na região da 25 de Março.

Então se reconhece a ONU, se não reconhece a ONU o povo palestino é sagrado. Eles têm no sangue a religião. Não confundam sionismo com judaísmo, pelo amor de Deus. Sionismo é nazismo, é fascismo, é domínio de poderes imperiais, concedido a um ditador.

Como se fala em religião, enquanto matam crianças? Vimos crianças que não podem entrar no interior da Palestina antiga porque os guardas não permitem, senhor embaixador. Assistimos - e aqui está o meu companheiro como testemunha - que as crianças não podem ver nem os pais dentro do centro comercial da Palestina de tantas histórias.

Vocês viram recentemente os festivais que existiram em Jerusalém e não pensem que o povo palestino não tem liberdade. Vocês sabiam que não passava mais de cinco automóveis, quando a delegação eram 12 automóveis? O Lula se negou a atravessar uma das passagem que eu e Eduardo sofremos para passar com carimbo e o diabo que carrega. Ele se negou, então ele deu a volta, e os soldados não tiveram coragem de prendê-lo. Estávamos em Belém, quando ele disse que queria participar da derrubada daquele muro da separação. Isso são palavras do nosso ex-Presidente. (Palmas.)

Isso nós temos que relembrar permanentemente. Aqui não existem ‘ismos’, exceto o patriotismo. Se D. Pedro II em suas primeiras visitas, visitasse Jerusalém, Beirute, Damasco e o Cairo, ele saberia do valor da nossa imigração, porque se fugimos dos turcos e não temos relações cordiais com os armênios é por causa de questões religiosas. Os árabes são os pais da filosofia da Europa, e se voltássemos ao ano de 875 e percorrêssemos a linha do tempo até 1415, perguntaríamos o que ensinamos aos europeus? O único erro dos árabes foi exigir que esses povos falassem o idioma árabe ou fossem islâmicos, e isso é um erro? Não se pode desconhecer o valor da formação de cultura do povo fenício, aramaico e árabe, pois foram eles que formaram o princípio da nossa civilização.

E o que estamos pedindo é somente o direito dos palestinos terem a sua pátria que tem mais de dois mil anos. E, no entanto, as pessoas me dizem que o movimento sionista é judaísmo? Não confundam, pois o sionismo é um movimento político condenável como o nazismo e o fascismo. Hoje vive a esquerda, do mesmo lado do coração, graças a Deus! Quando a esquerda nos apoia no nosso trabalho, nós não pensamos em direita e nem em coisa nenhuma, somente estamos pensando no que o nosso coração declara. Peço a todos que comunguem continuadamente, o ideal deve vencer a força. O nazismo não perseverou assim como o sionismo não perseverará. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Muito obrigado, Sr. Reskalla Tuma.

Para encerrar essa parte do nosso evento, convido o Professor e Doutor Paulo Farah, da USP. Ele declamará uma poesia de Mahmud Darwich. (Palmas.)

 

O SR. PAULO FARAH - Cumprimento o Deputado Simão Pedro e o Embaixador Ibrahim AlZeben, em nome dos quais eu cumprimento a todos com saudação de paz, e prego que a violência não seja exercida  em hipótese alguma.

Declamarei um poema do grande escritor palestino Mahmud Darwich, que recria o lar na sua poesia, e como vários outros escritores só encontram o seu espaço, o seu lugar na literatura. Enquanto declamo o poema veremos algumas imagens da Exposição da Palestina - Paisagem Fragmentada, organizada pela BIBLIASPA, com imagens produzidas por mim e pelo pesquisador Gabriel Matias Soares.

 “Carteira de Identidade

Toma nota sou árabe. Número da identidade 50 mil. Número de filhos oito, e o nono já chega depois do verão. E vai te irritar por isso? Toma nota, sou árabe. Trabalho numa pedreira com os meus companheiros de dor. Para os meus oito filhos o pedaço de pão, as roupas e os livros arranco da rocha. Não mendigo esmolas a tua porta, nem me rebaixo no portão do teu palácio. E vai te irritar por isso? Toma nota, sou árabe. Sou nome sem sobrenome. Paciência sem fim. Num país onde tudo que é ferve na urgência da fúria. Minhas raízes antecedem o nascimento do tempo, o princípio das eras, o cipreste e a oliveira, a primeira das ervas. Meu pai de família na terra, sem nobreza entre os seus. Meu avô de presença no arado nem distinto, nem bento, sem nome, sem renome, sem papel nem brasão. Minha casa só choça no campo de troncos e tábuas e ela te agrada? Sou nome sem sobrenome. Toma nota, sou árabe. Cabelos negros, olhos castanhos, e o que mais? A cabeça coberta com quefia e cordão, dura como pedra, rija no toque a palma da mão. E o melhor para comer? Azeite e zattar. O endereço? Uma aldeia isolada, esquecida, de rua sem nome. E homem no campo e na pedra. E vai te irritar por isso? Toma nota, sou árabe. Arrancastes as vinhas do meu avô. A terra que eu arava, eu os filhos todos, nada poupastes. Pra nós e para os netos só pedras, pois não. O governo, o teu, já fala em tomá-las. Pois então, toma nota. No alto da primeira página. Não odeio ninguém. Não agrido ninguém. Ao sentir fome porém, como a carne de quem me viola. Atenção, cuidado com a minha fome, com a minha fúria”.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Muito obrigado, Professor Paulo Farah. Esse evento além de ser um evento político também é cultural.

Convido a Senhora Esther, do Mundo Blat, o Senhor Leonardo, da CUT, e o Senhor Marcelo Demestê, para que possam vir aqui e, após o discurso da Senhora Abla Saadat, prestar suas homenagens. Anuncio e agradeço a presença do Doutor Eduardo Felício Elias, Presidente da FEARAB – Federação de Entidades Árabes Brasileiras do Estado de São Paulo.

Peço a atenção de todos da Delegação Palestina aqui presentes. Evidentemente teremos a tradução do discurso que será feita pelo nosso querido amigo Doutor Abdel Latif, da Comunidade Palestina.

Primeira a fazer uso da palavra a Senhora Abla Saadat é Deputada do Conselho Nacional Palestino, órgão máximo da OLP – Organização para a Libertação da Palestina, e Presidente do Comitê pela Libertação de Ahmad Saadat, e todos os prisioneiros palestinos. (Palmas.)

 

A SRA. ABLA SAADAT - (Faz pronunciamento em língua estrangeira)

 

O SR. ABDEL LATIF - (Tradução) -  Boa noite a todos, companheiros e companheiras. Agradeço de coração as palavras pronunciadas em solidariedade com o nosso povo e nossa causa.

Cheguei de uma terra distante da Palestina com o cumprimento e amor do povo palestino. Trazendo cumprimentos das duas partes da nossa querida pátria Cisjordânia e Gaza. Trazendo comigo cumprimentos dos prisioneiros palestinos. Trazendo comigo os sentimentos de todo o nosso povo, crianças, velhos, mulheres e homens.

Nesses poucos minutos gostaria de falar sobre os prisioneiros.

O sofrimento na Palestina é muito grande.

Porque o ser humano é o bem mais valioso que temos.

A questão dos prisioneiros políticos palestinos, a questão de todo povo palestino. A principal questão de todos na Palestina.

São homens e mulheres que lutam apenas pela liberdade da sua pátria e o seu povo. São lideranças e guerreiros que passaram já nas prisões israelenses muitos anos. São separados totalmente do mundo.

O mundo inteiro conhece já um único soldado israelense que ficou nas mãos dos palestinos?

Os Estados Unidos e a Europa fizeram a festa pela libertação dele.

Pouco se conhece sobre os seis mil palestinos nas prisões israelenses. Em condições muito difíceis e desumanas.

Somos aqui os representantes desses prisioneiros para o mundo ouvir. Passar para os nossos companheiros e para todo povo brasileiro que esses prisioneiros políticos são seus companheiros. Porque esse grande povo brasileiro não aceita que os homens livres como ele continuem nas prisões sionistas.

Pedimos o seu apoio para libertar esses prisioneiros das prisões sionistas. Porque eles apenas lutam pela justiça e libertação de terra Palestina.

Há vários prisioneiros palestinos que vivem em solitárias durante vários anos.

A ocupação israelense sionista não tem direito nenhum de impedir, de roubar a sensação humana de ser dos palestinos.

Pedimos a todos aqueles que apoiam a liberdade no mundo, apoiar a questão dos prisioneiros palestinos.

Há vários que estão na prisão há mais de 30 anos. Há 220 prisioneiros na prisão há mais de 20 anos.

Há 20 parlamentares palestinos que foram presos por Israel logo que foram eleitos.

Há mais de 200 palestinos em prisão administrativa, isso significa sem acusação formal.

Esperamos que o povo de Lula seja todos iguais ao Lula apoiando a questão Palestina. (Palmas.)

Hoje queria em nome de todos os palestinos agradecer, lembrar esse Presidente Lula e esperamos vida longa e saúde para ele.

Esperamos voltar para o Brasil novamente quando a Palestina estiver livre.

E quando acabar a ocupação brutal cruel.

Palestina Árabe! Viva a Palestina! Viva o Brasil! Viva a amizade entre os povos! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Muito obrigado senhora Abla Saadat.

E quero convidar para fazer a sua saudação senhora Laila Haled, deputada do Conselho Nacional Palestino, órgão máximo da OLP, e membro do Comitê Político da Frente Popular de Libertação da Palestina. (Palmas.)

 

A SRA. LAILA HALED - (Faz pronunciamento em língua estrangeira.)

 

O SR. ABDEL LATIF - (Tradução) - Boa-noite, é grande alegria estar com vocês nessa sala do Parlamento de São Paulo, Parlamento brasileiro. Minha esperança é que um dia os palestinos vão ter um Parlamento que representa todos os palestinos dentro e fora da Palestina.

Estamos visitando não apenas um país amigo, mas sabemos do sofrimento do Brasil que um dia foi considerado pelo imperialismo americano como o quintal dos Estados Unidos. Mas o Brasil de hoje tem um quintal: os Estados Unidos. (Palmas.)

Gostaria de lembrar que vocês são uma surpresa para mim por escolher uma Presidente no Brasil, uma mulher como Presidente.

Temos muito orgulho que a Presidente do Brasil, Presidente Dilma Rousseff, participou da luta do povo palestino, esteve nos campos de treinamento da Revolução Palestina, motivo de orgulho pra nós. (Palmas.)

Temos mais orgulho que as mulheres já estão liderando a luta por um mundo mais justo. (Palmas.)

Ainda o nosso mundo sofre com injustiças imperialistas.

Nós sabemos disso porque somos as vítimas de ocupação sionista da nossa terra. Mas nós nunca vamos aceitar que essa ocupação permaneça na nossa terra.

Nós, como palestinos, somos capazes também como vocês brasileiros que libertaram a sua pátria de agentes do imperialismo e da Junta Militar. Com sua ajuda somos capazes de libertarmos a nossa pátria. (Palmas.)

Companheiras e companheiros, escutei esta noite algumas palavras que não consigo entender o significado. Mas consegui sentir a grandeza de relacionamento entre nós. Isso é o suficiente para mim.

 

A SRA. LAILA HALED - Viva o Brasil! Viva a Palestina! (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Obrigado, senhora Laila Haled.

E quero convidar agora para fazer uso da palavra o senhor Abdallah Abu Rahme.

 

O SR. ABDALLAH ABU RAHME - (Faz pronunciamento em língua estrangeira.)

 

O SR. ABDEL LATIF - (Tradução.) - Boa noite. Inicialmente gostaria muito de agradecer vocês por dar essa oportunidade de falar nessa sala.

Estou aqui no Brasil há quase um mês.

Estou me sentindo muito confortável, estou sentindo uma alegria inigualável. Isso tem dois motivos. O primeiro motivo é que eu convivi com companheiros que me deixaram e passaram para mim um sentimento de solidariedade exatamente como estou vivendo na minha casa com o meu povo. O segundo motivo é que visitei várias cidades, vários estados no Brasil e, felizmente, não encontrei nenhum ponto de controle militar. E nem muro de separação. Nem colônias e assentamentos. Me movimentei num país livre igual o meu país sonhado no futuro, um país livre também.

Daqui a dois dias voltarei para a minha pátria tão querida. Voltando para a minha pátria, vou voltar a sentir o que milhões de palestinos estão vivendo, sofrendo há 66 anos.

Vou voltar a viver e tentar passar nos pontos militares que tem uma única meta: humilhar os palestinos.

Vou passar perto do muro cuja intenção de sua construção é separar os palestinos da sua terra.

Vou voltar a ver os colonos judeus que estão roubando as nossas riquezas. Também os soldados israelenses que estão ocupando e humilhando o meu povo.

Mas isso não vai obrigar nosso povo deixar a sua terra.

Nosso povo nunca vai aceitar a ocupação. Nosso povo vai lutar até o fim, até acabar com essa ocupação.

Nós, e todos os nossos amigos amantes da paz no mundo.

Viva a Palestina livre e independente! E a libertação dos presos políticos.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Quero convidar a Esther, do Mundo Bat, o Leonardo da CUT, o Marcelo Demestê, eles querem entregar uma lembrança à Delegação Palestina.

Queria convidar aqui o senhor Abadallah Abu Rahme, a senhora Laila Haled, e a senhora Abla Saadat para receberem essas lembranças do nosso país. (Palmas.)

 

* * *

 

- É feita a troca de lembranças entre palestinos e brasileiros.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Agora com a palavra a Sra. Abla Saadat. (Palmas.)

 

A SRA. ABLA SAADAT - (Faz pronunciamento em língua estrangeira.)

 

O SR. ABDEL LATIF - (Tradução.) - Em nome da Campanha de Solidariedade com Ahmad Saadat, e todos os prisioneiros políticos palestinos apresentamos esses presentes simbólicos, símbolo da luta do povo palestino como reconhecimento ao povo e ao parlamento brasileiro. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Muito obrigado.

Com a palavra o nosso querido Embaixador da Palestina,o Sr. Ibrahim AlZeben. (Palmas.)

 

O SR. IBRAHIM ALZEBEN - Boa noite. Depois de partes e emoções, de tantas palavras de solidariedade me sinto muito honrado de estar entre vocês esta noite. Me sinto mais palestino, mais brasileiro e mais humano. (Palmas.)

O que posso dizer depois destas testemunhas de luta? As companheiras e companheiros que conviveram nessa luta há mais de 40 anos. Companheiros e companheiras brasileiros que se elevam de serem brasileiros para serem humanos, solidários e militantes por causas justas.

O que posso dizer a senhora e companheira Abla que neste Natal não pode estar com o seu marido, que seus filhos não podem estar com o seu pai entre mais de seis mil presos? O que podemos dizer a um povo pequeno que as super-potências imperiais negam a ele o seu direito humano de existir como nação, apesar de todo apoio de toda humanidade.

Obrigado Brasil, obrigado São Paulo. Obrigado companheiro Simão Pedro, e em seu nome agradeço a todos que fizeram possível este encontro.

Peço desculpas a todos vocês, a todos os meus amigos, irmãos e companheiros, que até altas horas da noite, até as onze e meia, passado já, estamos aqui neste auditório escutando palavras muito valiosas em defesa de uma causa justa. Que nas suas palavras nosso caro Presidente falecido Yasser Arafat falou: essa é a causa de um povo, onde neste país e nesse território nasce a paz e nasce a guerra. Queremos que neste território nasce e floresce a paz. Não queremos ver mais esses soldados depressivos no nosso território.

Escutei as palavras do companheiro da CUT e com muita atenção de que esta não é vida nem para os soldados israelenses e nem para os palestinos. Por isso tem que renascer um novo Israel e uma nova Palestina. Não queremos ver mais nenhum soldado israelense passeando, reprimindo, matando em nosso território. Se nossa vontade de paz é verdadeira e foi demonstrada ao mundo que pode escutá-la, senti-la nas palavras vibrantes de todos os meus companheiros e amigos que vieram da Palestina.

Aqui no Brasil a Comunidade Palestina, a comunidade política em São Paulo e aqui muito pronto, em Brasília, Rio Grande do Sul, Santa Catarina vamos a ter e temos o privilégio de termos militantes de três gerações, de ter a companheira Laila Haled que marcou o início importante dos anos 70. Temos aqui Abla Saadat, temos aqui Abdallah Abu Rahme, companheiro Jamal, companheiras da luta das mulheres, dos agricultores, dos comitês populares que nos honra com vossas presenças aqui, e que nos dão alento de que o futuro soberano está muito próximo.

Aqui irmãos todos estamos iniciando uma nova etapa de luta, uma etapa que é dá pé a um salto qualitativo onde vamos ter uma nova OLP renovada, a mesma que abrange todas as forças palestinas que vêem exercendo nos últimos 20 anos. Isso são boas notícias de novembro. Novembro não será mais o mês de notícias ruins, será também o mês de boas notícias e de unidade nacional sob a bandeira da Palestina, sob a bandeira desse Hino Nacional magistral, que foi tocado pela Banda da Polícia. Um só Hino Nacional e um só solo pátrio que unifica a todos os palestinos.

Não prolongarei minha fala, só que eu quero transmitir meus pêsames aos nossos companheiros Marcelo, a todos os companheiros do MST pelo falecimento de Egídio Bruno, fundador deste Movimento. Este Movimento que recentemente esteve na Palestina dando o seu apoio e trabalhando, e colhendo as azeitonas palestinas. Muito obrigado pela solidariedade companheiro e todos os nossos sentimentos de solidariedade com vocês. O companheiro Egidio cumpriu a sua missão e o Movimento seguirá vivo com vocês, com sua luta e seus amigos.

Quero também transmitir novamente nossos desejos de que o querido Lula se recupere muito prontamente. (Palmas.) Lula não é mais, e não só é brasileiro ele também ultrapassou essa fronteira nacional. (Palmas.)

Nos últimos dois meses tivemos atos muito importantes e eu quero também agradecer todos aqueles companheiros que fizeram possível essa campanha pelo Estado da Palestina Já. Sem dúvida tem marcado alguns nomes, e que me perdoem os outros que eu não consigo mencionar, professor Lejeune, Marcelo, Eduardo Elias, Tammam, Salvador, Socorro Gomes, Emir Mourad, Felício, Soraya Misleh, Ortélio, e todos eles nossa consideração, nossa gratidão porque também nesse grande encontro que acabamos de celebrar com os nossos companheiros do MST vai dar pé a um Comitê de Solidariedade Unificado. Nós felicitamos companheiros 88 entidades e partidos se unificaram em torno da solidariedade com Palestina. 

Eu escutei um comentário de um político que disse que nunca os brasileiros estiveram tão unidos em torno a uma causa como a Causa Palestina. A Palestina se sente honrada de que unifica o Brasil, e isso faz parte que podemos retribuir vocês como companheiros, como amigos solidários com Palestina.

Muito obrigado. Não quero me alongar mais. Viva a Palestina! Viva o Brasil! Viva a Solidariedade Internacional! Muito boa noite. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Obrigado, Embaixador.

Eu queria solicitar que a Delegação da Palestina ficasse um minuto aqui embaixo para que o senhor Marcelo combine como vai ser a agenda de amanhã.

Quero fazer uma homenagem ao Salvador Khuryeh, essa pessoa que esteve aqui. Por favor, Salvador Khuryeh foi deputado nesta Casa, lutou bravamente para organizar este ato, filho de palestino, e nós temos muita honra de tê-lo na assessoria da bancada do Partido dos Trabalhadores. Então, Salvador, muito obrigado a você e a todos que organizaram este ato tão maravilhoso, histórico aqui na Assembleia Legislativa. (Palmas.)

Só um instante de todos vocês, um rápido recado do nosso embaixador.

 

O SR. IBRAHIM ALZEBEN - (Faz pronunciamento em língua estrangeira.)

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Esgotado o objeto da presente sessão, esta Presidência agradece as autoridades, aos funcionários da Casa, do Cerimonial, da televisão, e todos que colaboraram para o êxito desta solenidade.

Convido a todos para um coquetel no Salão Nobre Waldemar Lopes Ferraz, aqui na saída dos fundos do plenário. Não deixem de dar uma passada para a gente tirar fotos, nos abraçarmos nessa grande luta em defesa da causa palestina, do Estado da Palestina. Palestina Já. Muito obrigado e boa noite.

Está encerrada a sessão.

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- Encerra-se a sessão às 22 horas e 42 minutos.

 

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