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14 DE SETEMBRO DE 2012

060ª SESSÃO SOLENE EM homenagem À "FUNDAÇÃO DE APOIO À PESQUISA E ESTUDO NA ÁREA DA SAÚDE (FAPES), NA PESSOA DO DR. EFRAIN OLSZEWER"

 

Presidente: FERNANDO CAPEZ

 

RESUMO

001 - FERNANDO CAPEZ

Assume a Presidência e abre a sessão. Nomeia as autoridades presentes. Dá conhecimento de que a presente solenidade seria transmitida pela TV Assembleia em data oportuna. Informa que o Senhor Presidente Barros Munhoz convocou a presente sessão solene, a requerimento do Senhor Deputado Fernando Capez, na direção dos trabalhos, com a finalidade de "Prestar Homenagem à Fundação de Apoio à Pesquisa e Estudo na Área da Saúde (Fapes), na Pessoa do Dr. Efrain Olszewer". Convida o público para, de pé, ouvir o "Hino Nacional Brasileiro". Anuncia apresentação da Escola de Música do Estado de São Paulo Tom Jobim. Destaca a importância de Maria Pia Finocchio para o balé clássico no País. Ressalta o trabalho realizado pela Fundação de Apoio à Pesquisa e Estudo na Área da Saúde, Fapes. Faz breve histórico profissional do Senhor Efrain Olszewer.

 

002 - EFRAIN OLSZEWER

Diretor Científico da Fapes, recorda sua chegada ao Brasil e as dificuldades enfrentadas durante o período. Informa haver se naturalizado brasileiro. Faz agradecimentos gerais. Cita Schopenhauer e autor anônimo.

 

003 - Presidente FERNANDO CAPEZ

Dá conhecimento de mensagens alusivas ao evento. Presta homenagem, com entrega de placa, ao Doutor Efrain Olszewer. Anuncia apresentação de dança do casal Nilza e Pablito; da Companhia Estável de Dança de Piracicaba. Fala sobre as conquistas do Doutor Efrain Olszewer. Cita Winston Churchill. Narra fábulas acerca da superação. Faz agradecimentos gerais. Convida os presentes para coquetel no salão dos espelhos. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Fernando Capez.   

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Nos termos regimentais, essa Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior; e convida para integrarem a Mesa principal dos trabalhos para sentar à minha esquerda, a Sra. Maria Pia Finócchio, ex-Primeira Bailarina do Teatro Municipal de São Paulo, Presidente do Sindicato de Dança e Jurada da Dança dos Famosos. (Palmas.) E o nosso homenageado, Dr. Efrain Olszewer, Diretor Científico da FAPES. Uma calorosa salva de palmas. (Palmas.)

Para que se considerem integrantes dessa Mesa, vamos aqui nominar a presença da Sra. Melany Olszewer, esposa do Dr. Efrain, representando todos os familiares presentes; (Palmas.) Dr. Marcos Antonio Silva, advogado público, representando o Superintendente do Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo, Dr. José Tadeu Rodrigues Penteado; (Palmas.) e nosso querido Ney Cardoso, representando o Deputado Decano dessa Casa, Antonio Salim Curiati.

Essa Sessão Solene será transmitida pela TV Assembleia no próximo domingo, dia 16 de setembro, às 23 horas, logo após o Fantástico. Quem tem a Net é o canal 7 ou 13, e 66 para quem tem a TVA.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, nobres espectadores que nos acompanham, essa não é uma sessão comum, é uma Sessão Solene. Por ser uma Sessão Solene, possui rígida forma sacramental. Por ser uma Sessão Solene, é realizada no Plenário principal desta Casa, o Plenário Juscelino Kubistchek, onde são votadas as leis estaduais que regem a vida no Estado de São Paulo e onde foi votada, em 1989, a Constituição do Estado de São Paulo, nessas poltronas em que os senhores estão sentados.

Por ser uma Sessão Solene, só pode ser convocada a pedido de um Deputado, pelo Presidente da Casa e mediante prévia aprovação do Colégio que congrega os líderes de todos os partidos. Pode acontecer que haja solicitação de uma Sessão Solene e ela não seja acolhida em razão do seu objeto não se revestir de interesse público. Essa foi acolhida por unanimidade, um motivo de grande honra para esta Casa, porque é uma Sessão Solene com a finalidade de prestar homenagem à fundação de apoio à pesquisa e à área da saúde, a FAPES, na pessoa do Dr. Efrain Olszewer.

Essa é uma Sessão Solene em que a Casa de Leis, o Poder Legislativo do Estado de São Paulo, o mais democrático dos poderes, aquele em que a população mais fraca se encontra, presta homenagem não apenas ao Dr. Efrain, mas uma homenagem ao saber, ao estudo, ao esforço, ao trabalho, à pesquisa científica. Únicos caminhos para alçar no nosso país o patamar de primeiro mundo em termos de desenvolvimento. Por essa razão, convido a todos nesse momento para, de pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela banda da nossa gloriosa Polícia Militar do Estado de São Paulo, a instituição dos 130, criada em 1831, sob a regência do Subtenente Rogério Carvalho.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Esta Presidência agradece a Banda da Polícia Militar do Estado de São Paulo e esse Deputado, e particularmente comunica que vai continuar lutando até o fim para que as policiais femininas tenham direito à aposentadoria no patamar constitucional de 25 anos de contribuição. De uma maneira ou de outra, atingiremos esse objetivo. Uma boa noite e muito obrigado.

Neste momento, teremos uma apresentação da Escola de Música do Estado de São Paulo Tom Jobim, com os seguintes músicos: no saxofone, Keila Ferreira; no trombone, Andre Santana; no teclado, pedal e amplificador, Jefferson Sini; na guitarra, no baixo e amplificador, Ezequiel Silva; e na bateria, Eduardo Moura, com o seguinte repertório: “Avião”, de Djavan, e “Batida Diferente”, de Durval Ferreira e Spain, Chick Corea. (Palmas.)

 

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- É feita a apresentação.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Meus parabéns. Agradecendo à Escola de Música do Estado de São Paulo Tom Jobim e à Secretaria Estadual da Cultura, que gentilmente nos cedeu esses artistas para essa apresentação.

Essa Sessão Solene surgiu a partir de uma conversa deste Deputado com a nossa querida Presidente do SINDDANÇA, a bailarina Maria Pia Finócchio, que durante 20 anos integrou de Balé do Teatro Municipal e lamentavelmente com a sua saída houve a interrupção do balé clássico e a passagem para o balé contemporâneo. Nada contra o balé contemporâneo, mas poderiam conviver ambos.

Ela realizou recentemente o encontro dos profissionais de dança, reunindo todos os bailarinos e profissionais da dança brasileiros que se encontram fazendo sucesso no mundo, e me deu a honra de poder apoiar esse projeto, inclusive com o envio de recursos por meio de uma emenda parlamentar. Nós apoiamos, sim, a cultura, apoiamos a educação e apoiamos a pesquisa científica, o estudo. E é por isso que essa Sessão Solene homenageia a FAPES, uma instituição que é criada para divulgar e unificar critérios epistemológicos baseados em evidências científicas mais atuais dentro da medicina e da odontologia. Nascido em 2002, com o propósito de servir como uma conexão entre os comedidos conceitos convencionais de saúde, associado aos paradigmas científicos que precisam ser debatidos e discutidos para poder atingir o verdadeiro papel da saúde populacional, hoje a FAPES congrega cursos de excelência em especialização, atualização e práticas integrativas para médicos, nutricionistas, dentistas e profissionais da área da saúde interessados em completar a sua interação. O seu objetivo principal é abrir espaços para discutir ciência sem emocionalismos, com a mente aberta, na procura da verdade, razão pela qual tentamos ver a ciência da saúde como um caminho de progresso, com diferentes meios de obtenção, sempre abertos à saúde científica que dê sustentação e base a sua proclamação.

Mais de sete mil e 500 médicos e mais de mil e 200 nutricionistas, centenas de dentistas e um grande número de profissionais da saúde já passaram pelos ensinamentos da FAPES.

Ao homenagear essa instituição, essa fundação, homenageamos o Brasil, São Paulo, homenageamos o conhecimento e a busca da pesquisa na saúde.

Quem é a pessoa que representa a FAPES e hoje recebe essa homenagem? Efrain Olszewer, nascido em Israel e criado na cidade de Cochabamba, Bolívia, brasileiro naturalizado, mora em São Paulo há 30 anos. Casado com Melany Olszewer, pai de três filhos, Daniel, Diana e Débora. E avô de dois netos, Davi e Nataly.

Especialista em clínica médica, pós-graduado em cardiologia no INCOR e na USP; fundador e Presidente de honra da Associação Médico Brasileira de Ortomolecular; recentemente reconhecido pela Associação Médica Brasileira como responsável do comitê de estudos da entidade; Diretor científico da FAPES, diretor de pós-graduação na FAPES em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, em Buenos Aires, Argentina, Assunção, Paraguai, Santa Cruz, Bolívia, México, Uruguai, Panamá e Costa Rica. Cursos de extensão universitária realizados em países latino americanos, EUA, países do continente europeu, como Espanha, Alemanha, Portugal e França e também no Japão, na Ásia. Diretor científico na revista Prática Ortomolecular, publicação trimestral, cinco mil exemplares por edição, com 20 anos de existência, distribuídas a todas as faculdades de medicina; autor de dezenas de trabalhos em revistas indexadas; Presidente dos 25 Congressos Internacionais de Prática Ortomolecular, envelhecimento saudável e nutrição funcional, o último realizado entre os dias sete e nove de junho no Centro de Convenções Frei Caneca, com 1200 participantes; autor de 56 livros em medicina e saúde. Todos nós estamos ansiosos em ouvi-lo, Dr. Efrain, e é por isso que hoje cedo a tribuna de honra especial que, pelo regimento interno, só pode ser usada por Parlamentares dessa Casa, mas que hoje se curva a excelência do seu conhecimento. Estaremos engalanados e honrados em ceder a tribuna e a palavra a Vossa Excelência. (Palmas.)

 

O SR. EFRAIN OLSZEWER - Boa noite a todos. Vocês podem imaginar o grau de emoção que estou. Eu decidi não improvisar essa noite e só escrevi toda essa quantidade de páginas e eu vou passar e informar a vocês, é um curso de atualização feito em exatamente 15 minutos.

A verdade é que não consigo conter a emoção, a razão pela qual hoje deixei de lado a minha intuição e troquei-a pelo papel. Primeiro, quero citar todas as autoridades que foram citadas anteriormente, em especial o Exmo. Sr. Deputado Estadual Fernando Capez, por ter nos dado essa honra de poder nos comunicar com vocês através dessa tribuna de honra.

Há momentos na vida que não é possível descrever com palavras, principalmente quando se está rodeado de amigos, comemorando juntos uma grande iniciativa. Que pese ter um homenageado, sem dúvida representa uma grande família, onde se impõe a ciência como virtude máxima de incorporação social.

Vim morar nessa maravilhosa terra há 31 anos, onde criei uma família exemplar e onde as oportunidades são enormes, principalmente para quem tem desejos de crescer junto ou empurrado por alguma outra grande família que está formada pelos meus amigos, pacientes; que, todos juntos, formam uma grande pirâmide, que dá sustentação aos princípios verdadeiros. Após décadas de contínuo trabalho de domingo a domingo, sacrificando a família, não vendo os filhos crescer, hoje distante dos netos queridos, mas com a consciência do dever cumprido. Tendo atravessado pelos princípios básicos de que toda nova ideia tem que se superar, ditadas pelo filósofo alemão, Shopenhauer. Na primeira fase toda ideia nova é ridicularizada e eu vivi essa fase. Na segunda fase é brutalmente perseguido, criticado e enquadrado no absurdo da ignorância, também vivi essa fase. E na terceira e última fase, toda ideia nova é incorporada como própria, e eu estou quase vivendo essa fase. Mas descobri que apesar dos esforços, o tempo, os livros, a ciência e a internet não impediram que nós nos mantivéssemos na primazia nesses conceitos.

O melhor exemplo que temos desse fato, principalmente de nosso trabalho de incorporação social, é o estudo e a lição da borboleta. Um dia uma pequena abertura apareceu em um casulo, o homem sentou e observou por várias horas. A borboleta se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco. Quando pareceu que ela havia parado de fazer qualquer progresso, parecia que ela tinha ido mais longe que podia e não conseguia mais. Então, o homem decidiu ajudar a borboleta, ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta então saiu facilmente, mas o seu corpo estava murcho, era pequeno e tinha asas amassadas. O homem continuava a observar a borboleta. Ele esperava que a qualquer momento as asas dela se abrissem, se esticassem para serem capazes de suportar o corpo que iria se afirmar com o tempo, mas nada aconteceu. Na verdade a borboleta passou o tempo de sua vida rastejando com o corpo murcho e as asas encolhidas e ela nunca foi capaz de voar.

O que o homem, na sua gentileza e vontade de ajudar, não compreendia era que o casulo apertado, era o esforço às vezes necessário para a borboleta para passar através da pequena abertura e crescer ao modo com que o Deusfazia que o fluído do corpo da borboleta fosse para suas asas, de modo que ela estaria pronta para voar uma vez que estivesse livre do casulo. Algumas vezes o esforço é justamente o que precisamos nas nossas vidas. Se Deusnos permitisse passar através das nossas vidas sem qualquer obstáculo, ele nos deixaria aleijados. Nós não iríamos ser fortes como poderíamos ter sido, nós nunca poderíamos voar.

Eu pedi força e Deusdeu-me dificuldades para fazer-me forte; eu pedi sabedoria e Deusdeu-me problemas para resolver; eu pedi prosperidade e Deusdeu-me um cérebro e músculos para trabalhar; eu pedi coragem e Deusme deu obstáculos para superar; eu pedi amor, e Deusme deu pessoas com problemas para ajudar; eu pedi favores, e Deusdeu-me oportunidades. E eu não recebi nada do que eu pedi, mas recebi tudo que eu precisava. Cada um de nós compõe a sua história e cada ser em si carrega o dom de ser capaz, de ser feliz.

Uma vez que decidimos fincar raízes no Brasil, naturalizei-me brasileiro em 1983. Lamentavelmente só posso chegar a Deputado Federal, não posso chegar a Senador nem a Presidente da República. Então, desisti da minha vida política e tenho representado o país em outras atividades. Em mais de 20 eventos educativos relacionados à área de saúde que participamos nos últimos 25 anos em diferentes lugares do mundo, o que me enobrece e evidentemente me orgulha. A cada dia que passa, sinto que conseguimos superar os obstáculos, que não foram poucos. Tivemos a habilidade de lidar com os detratores com paciência e sabedoria, porque somente quem entra na arena dos leões tem uma ideia da magnitude do perigo que ele tem a enfrentar.

A vida tem sido muito compensadora. Principalmente pelo fato de estar rodeado de amigos queridos em uma noite onde a Assembleia Legislativa faz uma homenagem não à FAPES, não a mim e sim a todos que, direta ou indiretamente, estão envolvidos com a Ortomolecular, que eu inclusive vou lembrar aqui, há muitos amigos e colegas, inclusive pacientes, que por aqueles desígnios que nós não controlamos, não podem comemorar junto conosco esse maravilhoso acontecimento.

Devo agradecer a iniciativa do Deputado Estadual Dr. Fernando Capez, e a Primeira Dama do Balé do Teatro Municipal de São Paulo, a minha amiga Maria Pia Finócchio, por lembrarem-se de nosso trabalho.

Agradeço a Deus por ter me rodeado de uma maravilhosa, intuitiva e paciente mulher, Melany, e os filhos que fazem da minha vida uma escada de alegria, Daniel, Diana, Débora e Patrícia, e aos meus queridos netos, Davi e Nataly por existirem.

Agradecer a todos os presentes seria pleonasmo. Reverencio-me perante vocês com humildade para lembrar que sem vocês eu não seria quem eu sou. Por isso, a todos vocês, peço muito obrigado. E encerrando, vou deixar-lhes um lembrete de como a vida funciona, e quem se deixa levar por essa forma, está fadado ao fracasso. Devemos ouvir aos outros, o nosso caminho não chegou ao fim. Esse momento é um estímulo para continuar com pujança e sobriedade para ampliar esse maravilhoso conceito, já que a ciência não tem limites. E só um contínuo aprendizado nos permitirá ser cada dia melhores.

E em um mundo socialmente complicado, usaria o parafraseado por um autor anônimo que diz, o paradoxo de nosso tempo. Hoje temos casas maiores, porém, famílias menores. Mais conforto, mas menos tempo. Temos um grau educacional maior, com mais conhecimento, mas menos entendimento humano sadio e menos capacidade de julgamento. Nós temos mais especialistas, mas ao mesmo tempo temos mais problemas. Temos mais medicina, mas ao mesmo tempo temos menos saúde de qualidade. Rimos despreocupadamente muito pouco, ficamos com raiva muito depressa; levantamos-nos muito tarde, temos muito pouco. Ficamos demais à frente da televisão e somos menos escrupulosos. Multiplicamos nossos patrimônios, mas reduzimos os nossos valores. Falamos demais, amamos pouco e mentimos com frequência crescente. Aprendemos como se ganha a vida, mas não aprendemos como vivê-la. Temos anos a viver, mas não sabemos como acrescentamos a essa vida. Temos prédios mais altos, mas temperamentos mais rasteiros. Temos estradas mais largas, mas pontos de vista mais estreitos. Gastamos mais, mas compramos menos. Compramos mais, mas usufruímos ainda menos. Fomos e voltamos da lua, mas temos dificuldade em atravessar a rua para bater um papo com o nosso vizinho. Desintegramos o átomo, mas não conseguimos desintegrar o preconceito. Escrevemos mais e lemos menos. Planejamos mais e realizamos menos. Aprendemos a apressar e não a esperar. Temos saúde, temos salários mais altos, mas a moral é mais baixa. Fabricamos mais computadores para armazenarmos mais informações. Produzimos mais cópias para ter menos comunicação pessoal. Temos mais quantidade ao invés de qualidade. Esses são os tempos de fast food e de grandes homens com pouco caráter. Mais tempo livre, mas menos lazer. Mais artes culinárias com pior alimentação. Dois ordenados, mas mais divórcios; casais mais bonitos, mais lares desfeitos.

Por isso fizeram que você guarde uma ocasião especial e que faça de cada dia uma ocasião especial. Procure pelos seus relacionamentos, leia mais, sinta-se maravilhoso com paisagens, passe mais tempo com sua família e amigos, saboreie sua comida predileta e visite os lugares que mais gostaria. A vida é feita de momentos para se desfrutar e não momentos para sobreviver. Beba no mais fino copo de cristal e não economize no seu melhor perfume ou colônia. Mas use-o todos os dias. Elimine desculpas do tipo “mais tarde, qualquer hora dessas, agora não” de seu vocabulário. Diga a seus familiares e amigos o quanto você os ama. Não hesite em levar o seu riso e a sua alegria à vida deles. Reconheça que cada dia, cada hora e cada minuto são únicos. Se estiver muito ocupado para tomar esse tipo de mensagem se encarregue vocês mesmos de transmiti-la aos seus seres queridos, porque essa é a única coisa que nos dá valor à vida.

Finalmente, um recado. Nessa vida devemos ouvir aos outros, mas ser determinantes nas nossas decisões. Os acertos e os erros são nossos. Não devemos dar crédito aos outros e sim quando possível aplainar o caminho para mostrar, mas não precisamos carregar. É importante que cada um trilhe o seu caminho da forma mais inteligente, assim como aprendemos nessa famosa fábula.

“Era uma vez um matrimônio com um filho de 12 anos e um burro. Decidiram viajar, trabalhar e conhecer o mundo. Aí foram os três com o burro. Ao passar pelo primeiro povoado o pessoal comentava, ‘olha esse menino mal educado, ele fica em cima do burro e os pobres dos pais, já velhos, levam ele carregando o burro junto’. A mulher idosa falou para o marido, ‘não permitimos que o pessoal fale mal do nosso filho’. O esposo desceu o menino do burro e ele subiu no lugar dele. Quando chegaram no segundo povoado o pessoal murmurava, ‘olha que sem vergonha esse tipo, ele deixa que o menino e a pobre mulher puxem o burro e ele vai muito confortável em cima do mesmo’. Então, tomaram a decisão de subir ela do burro e o pai e o filho puxavam o burro pela estrada. Ao passar pelo terceiro povoado, o pessoal comentava, ‘pobre homem, depois de trabalhar todo o dia tem que levar a mulher sobre o burro, e o pobre filho, o que pode esperar dessa mãe?’ Então, fizeram um acordo e decidiram subir os três no burro para começarem novamente a peregrinação. Ao chegar ao povoado seguinte, escutaram o que o povo falou, ‘são bestas, mais bestas que o burro que os leva, vão partir-lhe a coluna’. Então, finalmente decidiram descer os três e caminhar junto com o burro, mas ao passar pelo povoado seguinte não puderam acreditar o que o pessoal falava sorridentemente, ‘olhem esses três idiotas. Caminham quando tem um burro que poderia levá-los.’”

Qual a conclusão dessa fábula? Sempre te criticarão, falarão mal de ti e será difícil encontrar alguém que conforme das suas atitudes. Portanto, viva como você acredita, faça o que te diz o seu coração. Faça o que você sente. Uma vida é uma obra de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, ria, dance, ame, e viva intensamente a cada momento de sua vida, antes que a cortina desça e a obra termine sem aplausos. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Bravo!

Foi uma aula e todos nós pudemos aprender e nos deliciar com cada palavra de V. Exa. e quanto a entrar ou não na política, se pode até Deputado, por que não fazemos uma dobrada na próxima eleição?

Essa Sessão Solene foi muito prestigiada. O Secretário da Cultura, Marcelo Matos, encaminhou grupos de dança e música para homenagear V. Exa. e a FAPES; o Governador Geraldo Alckmin envia uma carta de cumprimentos; o Prefeito Gilberto Kassab; o Secretário de Energia, José Aníbal de Pontes; nosso querido amigo incomum, Sebastião Misiara, Presidente da União dos Vereadores do Estado de São Paulo; a Secretária Municipal de Ação Cultural, Rosângela Rizzolo Camolese; o Secretário Particular do Governador, Marco Antonio Castello Branco; ex-Deputado, o Secretário Chefe da Casa Civil, Deputado Sidney Estanislau Beraldo, que foi Presidente dessa Casa; o Ex-Secretário da Cultura, Andrea Matarazzo; e também o Chefe da Casa Militar, sem falar na Secretária Linamara Rizzo Battistella, Professora da Secretaria de Pessoas com Deficiência; o Presidente do Tribunal Regional Federal da Terceira Região, Desembargador Federal Newton de Lucca, também cumprimenta Vossa Excelência.

Nesse momento nós gostaríamos de fazer uma singela homenagem. Eu vou pedir para que a Sra. Melany se aproxime, vou pedir à minha coorganizadora, Maria Pia Finócchio, que nos ajude a entregar uma placa para marcar definitivamente esse momento tão importante na vida da Assembleia Legislativa, a maior Assembleia Legislativa do País. (Palmas.)

 

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- É feita a homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Vou ler a placa. “A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, por iniciativa do Deputado Estadual Fernando Capez, em Sessão Solene presta homenagem à Fundação de Apoio à Pesquisa e Estudo na Área da Saúde, FAPES, na pessoa do Doutor Efrain Olszewer, que com carreira exemplar na área da medicina vem contribuindo para o fortalecimento e iniciativas pioneiras baseadas no equilíbrio e no organismo dos seres humanos. A FAPES vem 12 anos realizando um excelente trabalho em medicina e na área de saúde, contribuindo para a melhor qualidade de vida das pessoas, permitindo que profissionais consolidem os seus conhecimentos, divulguem os seus trabalhos e se conscientizem sobre a importância do equilíbrio metabólico do organismo. Fernando Capez, Deputado Estadual. São Paulo, 14 de setembro de 2012.” Essa é uma placa que a Assembleia Legislativa e seus 94 deputados, representando a sociedade de São Paulo, entrega a Vossa Excelência. (Palmas.)

Nesse momento teremos uma apresentação do casal Nilza e Pablito, da cidade de Bauru, com o Tango Por Uma Cabeza, de Carlos Gardel e Alfredo Le Pera. (Palmas.)

 

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- É feita a apresentação.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Agradeço a essa magnífica apresentação do casal Nilza e Pablito, Por Uma Cabeza. E nesse momento teremos outra apresentação da Companhia Estável de Dança de Piracicaba. Coreógrafa Camila Pupa. Coreografia “Forrozeando”, música de Tom Zé. (Palmas.)

 

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- É feita a apresentação.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Maravilha. Que beleza de apresentação. Parabéns a todas as meninas. Aos dançarinos, à Camila Pupa, que é diretora do SINDDANÇA. Parabéns pela apresentação. Foi mesmo um forró, for all, fazendo jus à origem da palavra.

E ficamos tão encantados com o tango apresentado pelo casal Nilza e Pablito, que queremos pedir um semi-bis, só que agora com o tango “La Cumparsita”, de Pascual Contursi e Geraldo Matos Rodrigues. (Palmas.)

 

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- É feita a apresentação.

 

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O SR. PRESIDENTE - FERNANDO CAPEZ - PSDB - Que maravilha! Nem em Buenos Aires você veria uma apresentação como essa.

No mês passado, estava em um parque passeando com a minha filhinha mais nova, ela estava tomando um sorvete, mas apreciando com tanto sabor que logo ela falou, puxa papai, já acabou?

Assim foi com essa Sessão Solene. Passou tão rapidamente, nós seguimos todas as formalidades prescritas, as homenagens, uma aula que o Dr. Efrain nos deu, uma aula não apenas de oratória, sua fala nos ensinou. Ela ensinou, sobretudo a arte da superação, a arte de acreditar, de vencer os obstáculos quando tudo parece que trama contra nós. Você vem de um povo que aprendeu a superar as vicissitudes, os antagonismos, a superar dos traumas, das tragédias e seguir em frente. Você vem da implantação aqui no Brasil, pioneira da técnica da medicina ortomolecular. Há 30 anos, quando não se falava nisso, quando não se tinha à disposição um ramo da medicina que pode atuar tanto preventiva quanto posteriormente na cura, e que era relegado a um puro preconceito. Mas você foi ousado, você transformou o obstáculo em uma motivação para superá-la e fazer coisas boas às pessoas.

Eu acabei de ler a biografia do Winston Churchill, do Historiador inglês Paul Johnson. E olhando você falar, lembrei-me de duas citações que certamente você já conhece e você já falou por diversas vezes nas suas palestras. Mas elas se ajustaram tanto a sua vida, sua história, eu vi tantas semelhanças que eu vou aqui reproduzi-las. Do nosso Winston, nascido em 30 de novembro de 1874, e que viveu longos 91 anos.

“É melhor ser ousado e estar com a verdade do que ser excessivamente prudente e cauteloso para permanecer no erro.”

E a segunda, “O pessimista vê dificuldade em cada oportunidade, o otimista vê oportunidade em cada dificuldade”.

Hoje, muitas pessoas podem ser salvas pela medicina ortomolecular. E será que nós poderíamos fazer a V. Exa., guardadas as proporções, a homenagem que Churchill fez à Royal Air Force, a Força Aérea Britânica, que em 1940 defendeu o território inglês rechaçando o ataque dos Messershimit? Nunca ninguém deveu tanto a tão poucos. Nunca tanto se deveu a um homem que, com a sua coragem, sua teimosia e sua obstinação, cismou e lutou e venceu, transformando hoje em uma técnica, um ramo da ciência reconhecida pelo Conselho Federal e Regional de Medicina.

Um prisioneiro, Efrain, encontrava-se preso no calabouço atado aos grilhões aguardando o momento de sua execução. Ao seu lado, esqueletos e ossadas de outros prisioneiros que morreram na vã esperança de um dia ter um julgamento justo. Mas ele permaneceu com a fé, força propulsora da ação meritória, e com a esperança, que é o leme que nos direciona ao rumo certo, mesmo quando as vicissitudes do dia a dia parecem obnubilar a nossa visão. E tanto ele teve fé e esperança e acreditou como você sempre acreditou, que um dia os portões do calabouço se abriram e o ditador se aproximou dizendo, “Pobre coitado, em uma das minhas mãos manterei um bilhete contendo a palavra culpado, e na outra mão um bilhete contendo a palavra inocente. Se você escolher a mão que tem a palavra inocente, estará livre para partir, você venceu. Mas se escolher a mão que tem a palavra culpado, será executado essa noite”. Triste a sina desse homem, porque ele sabia que em ambas as mãos só havia bilhete contendo a palavra culpado. Qualquer que fosse a sua opção, mão direita culpado, mão esquerda culpado. O ditador trapaceara porque não iria lhe dar nenhuma chance, nenhuma oportunidade. Criou a dificuldade. Mas como esse homem tinha fé e esperança, e não parou de acreditar ao invés de lamentar o obstáculo, ele fez daquele obstáculo uma oportunidade. Não tivesse o ditador trapaceado, ele teria 50% de chances de viver, ou culpado ou inocente. Como ele trapaceou, suas chances foram reduzidas a zero. Mas nesse obstáculo ele viu não uma dificuldade, mas uma oportunidade. Escolheu uma das mãos, nas duas tinha culpado. Pegou o bilhete, só que ao invés de abri-lo, engoliu. Para o espanto do ditador, “como saberei o bilhete que você pegou se você acaba de engoli-lo?” Ao que ele respondeu, “basta que o senhor veja o bilhete que ficou na outra mão. Se lá estiver escrito culpado, eu só posso ter pego o bilhete com a palavra inocente, a não ser que o Sr. estivesse trapaceando”. E assim transformou o 0% em 100%. O que era uma dificuldade virou uma oportunidade e a certeza da salvação.

No século XV, Luiz XII chamou à sua presença um mago que havia previsto a morte da esposa. Disse, “minha esposa vai morrer daqui a três dias”, e ela morreu. Disse Luiz XII à sua presença, “o senhor adivinhou a morte de sua esposa? Adivinhei. Então, o senhor é bruxo, e bruxaria é punida com morte”. “Não, eu apenas digo o que vejo, não sou um bruxo.” “Então, diga para mim, qual é a data da sua morte?” Que dificuldade! Se ele falar agora, o rei diz que está certo e ele morre. Se ele disser daqui a 30 anos, o rei diz, errado e ele morre. Parece que não há saída. Ele então olha, vê os guardas desembainhando as suas espadas, colocando flechas nos arcos e apontando as suas lanças. “Diga qual a data da sua morte.” Ele parou, pensou e disse, “Majestade, eu vou morrer exatamente dois dias antes de Vossa Majestade. É só eu morrer, espere dois dias que Vossa Majestade também morrerá.” Ao que o rei disse, “interrompam a execução e leve esse homem em segurança para a sua casa”.

Eu poderia lembrar inúmeras histórias de superação. Mas nenhuma delas é tão bem retradada como a vida de Efrain Olszewer. Essa Casa de Leis sentiu-se honrada. Se ela pudesse, estaria aqui toda curvada, homenageando o trabalho, a pesquisa e a ciência. Que Deus abençoe o senhor e a sua família. Que abençoe a todos nós e que nos dê sempre forças para lutar pelas nossas convicções e no fundo a vida se resume nisso. Lutar, amar, exercer a solidariedade ao próximo.

Agradeço ao cerimonial tão competente; agradeço à nossa assessoria, que se empenhou, em especial a nossa Delmindia Costa e a Irlas Bezerra, que tanto trabalharam e se empenharam para o sucesso dessa sessão; aos meus demais assessores que se encontram aqui presentes, Merivaldo, Marcos Petit, ao nosso futuro Procurador do Município, que aqui se encontra e segunda-feira receberá uma boa notícia.

Quero, então, convidar a todos para um coquetel que se realizará aqui atrás, no Salão dos Espelhos, e desejar a todos uma boa noite e um ótimo final de semana.

Está encerrada a Sessão Solene.

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 54 minutos.

 

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