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10 DE JUNHO DE 2011

061ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO e LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

 

Secretário: LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 – JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Destaca a capacidade de mobilização dos trabalhadores bancários e as conquistas por eles obtidas. Informa que convenções coletivas da classe têm validade para todos seus trabalhadores no País. Lamenta o fato de que a Comissão de Administração Pública e Relações do Trabalho ainda não possua vice-presidente. Atribui a ocorrência das greves no Estado de São Paulo à falta de diálogo entre o Governo e seus servidores.

 

003 - CARLOS GIANNAZI

Lamenta que, há 16 anos, o Estado de São Paulo não cumpra o art. 37 da Constituição Federal, no que tange à reposição das perdas inflacionárias do funcionalismo. Informa que o desrespeito coincide com a chegada do PSDB ao poder. Comunica que o STF deve julgar ação sobre o tema. Comenta número de greves ocorridas no Estado.

 

004 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência.

 

005 - JOOJI HATO

Faz menção a projeto, de sua autoria, proposto enquanto vereador, que restringia a venda de bebidas alcoólicas em postos de combustível. Cita outras cidades que já adotaram a medida. Informa que deve apresentar o projeto neste Legislativo.

 

006 - CARLOS GIANNAZI

Comenta audiência pública, realizada ontem, nesta Casa, com o intuito de discutir a realização da Nova Luz, no Centro de São Paulo. Considera autoritário o modo como o projeto tem sido realizado. Dá conhecimento de irregularidades na construção. Combate a terceirização empreendida pelo Prefeito Gilberto Kassab. Critica a prefeitura por, segundo o Deputado, favorecer as grandes construtoras na realização de obras.

 

007 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

008 - CARLOS GIANNAZI

Requer o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

009 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 13/06, à hora regimental, sem ordem do dia. Lembra-os da realização de sessão solene, hoje, às 20 horas, pelo "Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas". Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIII Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Luiz Cláudio Marcolino para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado rui Falcão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino, pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, funcionários da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, nos últimos sete anos a categoria bancária tem sido uma das mais atuantes no Estado de São Paulo. Foram sete campanhas salariais consecutivas com aumento real de salário. Os trabalhadores bancários conquistaram uma 13ª cesta-alimentação. Foi conquistado no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal reestruturação do plano de carreira. Também conseguimos 15 mil novas contratações para beneficiar não só a diminuição do ritmo de trabalho, mas também para que a população pudesse ser atendida; todas as contratações negociadas na convenção coletiva dos bancários, que é a única que vale para todos os trabalhadores do Brasil. Numa única mesa de negociação os bancários do país inteiro têm o mesmo direito conquistado.

A experiência de negociação da categoria bancária é positiva e hoje tem servido como referência para outras categorias no Brasil inteiro. E seria importante debater esses temas na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, a partir da Comissão de Relações do Trabalho, que até agora é a única comissão que não elegeu seu vice-presidente. Temos a greve da Fatec, temos os trabalhadores da Saúde que farão uma paralisação de 48 horas na próxima semana, temos os policiais civis e militares que começam a movimentação para a campanha de 2011 e até a agora a comissão não elegeu seu vice-presidente.

Então é importante, até pelas experiências acumuladas de negociação no setor privado, que essa Comissão comece a pensar numa perspectiva de longo prazo para construir mecanismos de negociação para o setor público estadual.

Sr. Presidente, a categoria bancária, nesses últimos anos, vem tendo resultados positivos nas suas campanhas salariais. E hoje gostaria de saudar três novas direções sindicais que assumiram na gestão 2011/2014 nesses últimos dias. Temos o Marquinhos, que assume a Presidência do Sindicato dos Bancários de Barretos, que abrange Guaíra, Bebedouro e outras cidades da região; no Vale do Ribeira, na Cidade de Registro, para o mandato 2011/2014, temos como Presidente o Fouto, abrangendo as cidades de Jacupiranga, Cajati até a Cidade de Itariri. Hoje também assume a Presidência do Sindicato de Mogi o Chiquinho, abrangendo as cidades de Arujá, Mogi, Itaquaquecetuba e várias outras cidades da região.

E na próxima semana, Sr. Presidente, teremos aqui em São Paulo a eleição do Sindicato dos Bancários de São Paulo, e quem está assumindo a frente da Chapa 1 e concorre às eleições, a partir de segunda-feira, em São Paulo, Osasco e Região, a companheira Juvandia Moreira Leite, que vai continuar a luta dos trabalhadores bancários, continuar a atuação que vem sendo positiva. Estive à frente desse Sindicato durante seis anos; licenciei-me no ano passado e a Juvandia assumiu durante um ano a gestão e fez uma campanha salarial que também garantiu a reposição da inflação no ano passado, com aumento real de salário, tendo os bancários o maior reajuste nos pisos da categoria nos últimos 20 anos. E é também a primeira categoria que tem acordo coletivo, uma cláusula de combate ao assédio moral, tudo conquistado na campanha salarial de 2010.

A categoria bancária é uma das categorias mais fortes que temos no Brasil, principalmente no Estado de São Paulo. Portanto gostaria de saudar os Presidentes dos sindicatos já enumerados. Esperamos que essa história de luta, de garra, de força que o Sindicato dos Bancários tem demonstrado continue, não só para o setor privado, mas que essa experiência seja levada ao setor público estadual para valorizar os trabalhadores, evitando conflitos, como os dos professores, dos servidores da Saúde e o Governador do Estado. O Governador não cria um diálogo efetivo com os trabalhadores e acaba criando conflitos que levam a greves.

Até agora a Comissão de Administração Pública e Trabalho só se reuniu uma vez, escolheu o Presidente e nem sequer escolheu o vice-Presidente para iniciar os debates sobre os servidores públicos do Estado de São Paulo nessa comissão tão importante. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Estevam Galvão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celino Cardoso. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rogério Nogueira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlão Pignatari. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, ontem o STF iniciou o julgamento de uma ação dos servidores do Estado de São Paulo, por conta do descumprimento do Art. 37 da Constituição Federal, que exige a reposição das perdas inflacionárias. A lei é muito clara, e esse artigo diz que todo servidor público tem direito à reposição, pela menos na área da correção monetária.

O Estado de São Paulo não cumpre a Constituição desde 1995, quando o PSDB assumiu o Governo do Estado. Isso é grave. A situação dos servidores do Estado de São Paulo foi parar no Supremo Tribunal Federal. O relator é o Ministro Marco Aurélio de Melo, que tem uma posição crítica em relação ao Estado. Ele fez um pronunciamento extremamente duro por conta dessa situação, em defesa dos servidores, até comparando o poderio do Estado ao poderio de um Estado fascista, como aconteceu na Alemanha.

O fato é que a Ministra Carmen Lúcia, do STF, pediu vista do processo e o julgamento foi interrompido, até que ela faça a apreciação desse processo. Esse julgamento reflete muito o que estamos denunciando aqui, não só nós através da tribuna, mas sobretudo as entidades representativas dos servidores do Estado de São Paulo, que também reflete a opinião e as lutas de muitos outros servidores municipais e estaduais na nossa Federação.

Esse é o quadro hoje da situação salarial dos servidores públicos, a não reposição das perdas salariais, numa verdadeira afronta não só à Constituição Federal, mas à Constituição Estadual. E aqui em São Paulo gostaria ainda de citar a lei da data-base salarial, que não é respeitada. Então, é um desrespeito à legislação maior e à lei do nosso dissídio dos servidores estaduais.

Por isso os servidores do Estado de São Paulo hoje estão praticamente quase todos em estado de greve. Os professores das Etecs e Fatecs estão em greve. Os servidores da Saúde já estão preparados também para uma mobilização na semana que vem; no dia 16 haverá manifestação dos servidores da Saúde. Os servidores da Segurança Pública também já preparam as suas mobilizações, no sistema prisional; o pessoal do Judiciário, o pessoal da Educação, estão todos mobilizados porque o Governo estadual, principalmente o Governo do PSDB em São Paulo, tem mantido uma política salarial de arrocho e de cortes salariais, que são feitos através da não reposição das perdas inflacionárias.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

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Nesse sentido, vamos acompanhar com muita atenção esse julgamento no STF, que vai obrigar o Estado a fazer o reajuste salarial para todas as categorias, inclusive os servidores do Judiciário.

O Ministro Marco Aurélio de Melo disse que defende inclusive que essa reposição seja retroativa; ele quer que haja uma correção de todos os reajustes que não foram feitos de 1995 até agora. A situação é essa. Precisou chegar ao Supremo Tribunal Federal essa denúncia de arrocho salarial, de falta de respeito à Constituição Federal e aos servidores do Estado de São Paulo. Vamos acompanhar e continuar pressionando o Governo Estadual a negociar com as Etecs e com as Fatecs. É inconcebível que até agora o Governo não tenha negociado com os professores e funcionários da Etecs e Fatecs.

Três bancadas da Assembleia Legislativa foram desrespeitadas - PSOL, PT e PCdoB. Essas bancadas solicitaram uma audiência com o Secretário da Casa Civil, Sidney Beraldo, para intermediar uma negociação sobre o que vem acontecendo. O Secretário enviou um ofício para o nosso gabinete dizendo que o assunto já está sendo tratado pelas Secretarias de Estado de Desenvolvimento e de Gestão Pública, que não havia necessidade de uma reunião, num desprezo pelos deputados que compõem a oposição. A oposição fiscaliza o governo. Se o governo não respeita 28 deputados, fico imaginando o que esse governo não está fazendo com os servidores e suas entidades. Fico imaginando o grau de dificuldade, de humilhação que as entidades representativas dos servidores devem estar passando tentando negociar com esse governo prepotente e autoritário, que tem tratado os servidores a pão e água, mantendo inclusive um vale-refeição conhecido como “vale-coxinha” de quatro reais.

Sr. Presidente, vamos acompanhar o julgamento do Supremo Tribunal Federal e vamos continuar pressionando o Governador Geraldo Alckmin a tratar com dignidade os servidores do Estado de São Paulo. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, hoje faço uma reflexão sobre um projeto que aprovei na Câmara Municipal de São Paulo há cerca de nove anos. O projeto tratava do controle da venda de bebida alcoólica em postos de combustíveis e lojas de conveniências. Infelizmente, esse projeto foi vetado, não conseguimos promulgá-lo, está na Câmara Municipal para a derrubada do veto.

Os adolescentes são os clientes desses locais que vendem bebida alcoólica e alimentos, quando deveriam ser vendidos nos supermercados. Os supermercados, que deveriam vender os alimentos, vendem também óleos lubrificantes, produtos automotivos, que deveriam estar sendo vendidos nos postos de combustíveis. Há uma inversão. Sabemos que os postos de combustíveis exalam benzeno, tolueno e xileno, altamente cancerígenos. Nesses locais não deveria haver a venda de salgadinhos e muito menos os jovens ficarem aglomerados durante toda a noite, perturbando todo o entorno, numa bagunça total, consumindo bebidas alcoólicas. E grande parte desses jovens é menor de idade.

Se alguém duvidar, é só andar comigo nos postos de combustíveis, nas lojas de conveniência, em São Paulo, Campinas, Santos, cidades do interior do Estado. Detectaremos exatamente isto: menores se embebedando pela madrugada, nas lojas de conveniência, nos postos de combustíveis. Mandam um maior de idade comprar bebida alcoólica e o menor a consome. E não é só bebida alcoólica. Num sábado de manhã, por exemplo, você vai encontrar embalagens de crack, de maconha, talvez até de oxi, o último degrau das drogas.

E não fazemos nada. Enviei esse projeto a vários vereadores do País. Graças a Deus e ao bom senso, cidades no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina já adotaram o projeto. E aqui, na Grande São Paulo, no Estado de São Paulo, o maior do País? O Prefeito de Mauá, Oswaldo Dias, do PT, aprovou o projeto há dois meses. Certamente, ele está tendo grandes resultados para o bem.

É por isso que assomo à tribuna hoje, para dizer que esse projeto, vetado na Câmara Municipal de São Paulo, está tramitando nesta Casa. Com o apoio do nobre Deputado Carlos Giannazi - que é um homem de bem, que combate as drogas e a violência -, assim como do nobre Deputado Luiz Cláudio Marcolino e de outros deputados, se Deus quiser, aprovaremos esse projeto na Assembleia Legislativa para fazer valer no Estado inteiro.

Quero reforçar que, em primeiro lugar, o local é inadequado. Os jovens estão comendo em lugar impróprio, e podem vir a ter câncer. Sei disso porque sou médico. O lugar é altamente promíscuo em termos ambientais.

Peço apoio aos Srs. Deputados e às Sras. Deputadas na aprovação do projeto. Dessa forma, também ajudaremos a economizar grandes recursos. Os adolescentes bebem e saem fazendo racha. Muitos deles não voltam para suas casas: vão parar nos hospitais, consumindo grandes recursos, pois são pacientes cirúrgicos de UTIs. Alguns, infelizmente, vão parar no IML, dando uma tristeza muito grande para a família. Às vezes, os pais pensam que o jovem está numa igreja, mas, na verdade, estão nesses locais impróprios que levam aos rachas e à morte. Muito obrigado.

 

O Sr. Presidente - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, tem palavra o nobre Deputado Cauê Macris. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Junior. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luis Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado André Soares. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Heroilma Soares. (Pausa.)

Esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente, vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL – SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectadores da TV Assembleia, ontem realizamos aqui na Assembleia Legislativa uma audiência pública para discutir o Projeto da Nova Luz que a Prefeitura de São Paulo aprovou, na Câmara Municipal.

Organizamos então essa audiência pública para dar voz aos moradores, aos trabalhadores e aos comerciantes daquela região, que foram preteridos, não foram ouvidos e foram praticamente colocados de lado no processo de discussão na construção de um projeto que mexe com a vida de toda a população que está naquele local. O projeto foi elaborado de forma autoritária, sem consulta popular, e a população esteve aqui ontem, de forma organizada, fazendo denúncias sérias em relação a esse projeto que corresponde aos interesses do setor imobiliário e das grandes incorporadoras. O projeto beneficia muito mais as empreiteiras e as grandes construtoras do que a população.

Há então dois projetos já aprovados na Câmara Municipal que, na opinião de vários juristas e várias entidades, são inconstitucionais. Por isso, tomamos uma decisão ontem de preparar ações no Supremo Tribunal Federal pedindo a revogação. Refiro-me às Leis 14.917 e 14.918, de 2009, pois elas afrontam principalmente o Estatuto da Cidade. A aprovação dessas leis não respeitou princípios constitucionais de uma lei federal aprovada em 2001. Se o projeto for implantado como determina essas duas leis, teremos a destruição de toda aquela região de Santa Ifigênia e da Luz, que tem um comércio pujante, vida comercial, econômica e cultural. Tudo isso será destruído e entregue para as incorporadoras. Os projetos aprovados privatizam o processo de desapropriação e até a responsabilidade de organizar a política pública de desenvolvimento, que é do poder público, está sendo terceirizada e repassada para a iniciativa privada, que só visa o lucro.

É nesse sentido que nós nos colocamos contra esse projeto. Logicamente, defendemos uma reestruturação do centro da Cidade de São Paulo, mas o projeto apresentado parece ter sido feito sob encomenda das empreiteiras do mercado imobiliário. Isso vem acontecendo muito e estamos denunciando exaustivamente pela tribuna.

A Prefeitura de São Paulo se tornou uma grande imobiliária, pois está vendendo o patrimônio público da nossa cidade, como o quarteirão de 21.000 m2 do Itaim que o Prefeito Gilberto Kassab quer entregar para as empreiteiras. E nesse terreno temos uma escola estadual, uma escola municipal, uma creche, uma biblioteca pública, um teatro público, um Caps, uma Apae e áreas verdes. Todos esses equipamentos públicos serão destruídos, inclusive outras 19 áreas da Prefeitura de São Paulo. Todos serão entregues para as empreiteiras construírem condomínios de luxo nas áreas nobres.

A cidade, que já entrou em colapso do ponto de vista do trânsito, do transporte público, do ponto de vista até da sua ocupação do solo, vai ter a sua situação muito piorada, por conta dessa política do Prefeito Gilberto Kassab de só beneficiar o setor imobiliário, ou seja, as grandes empreiteiras e as grandes construtoras em detrimento da população. Isso vem acontecendo na região de Moema, quando a Prefeitura proibiu que os carros estacionassem nas ruas, e isso ocasionou - nós denunciamos aqui - praticamente uma queda monstruosa, tenebrosa no comércio de rua, nas lojas. Já temos lá várias lojas que estão fechando porque essa atitude autoritária da CET, essa atitude do SPTrans de não deixar mais os carros estacionarem nas ruas dos bairros de Moema, ocasionou além do desemprego em massa de comerciários, também está levando a uma degradação daqueles prédios, daqueles equipamentos particulares de lojistas. Isso faz com que o preço caia e muitos deles estão já à venda a preços muito abaixo do mercado para que essas construtoras possam comprar e construir os condomínios de luxo. É isso que vem acontecendo. Então, foi uma política deliberada do Prefeito Gilberto Kassab de proibir que as pessoas estacionem nas ruas de Moema. Foi para desvalorizar casas e o comércio local, para que as empreiteiras entrem com o poder econômico, comprando esses espaços, que agora estão desvalorizados, por conta dessa medida da Prefeitura.

Nós temos aqui na Prefeitura de São Paulo uma administração organizando uma política deliberada para desvalorizar certas áreas e entregar essas áreas para as grandes construtoras e empreiteiras.

Por isso, Sr. Presidente, já estamos acionando o Ministério Público Estadual, estamos também junto com os moradores de baixa renda acionando a Defensoria Pública, estamos encaminhando essa denúncia para a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa e vamos ao Supremo Tribunal Federal, através do PSOL, do nosso diretório nacional, ajuizar uma Adin ou ADPF. Estamos estudando qual o melhor remédio jurídico para resolver essa situação, para anular, para revogar a lei 14.917 e a Lei 14.918, porque ambas afrontam os moradores, os trabalhadores daquela região e os comerciantes. Não podemos deixar que a Prefeitura de São Paulo continue loteando os nossos equipamentos e áreas da nossa cidade.

O Prefeito Gilberto Kassab não foi eleito para ser um agente de vendas da cidade São Paulo, mas para administrar a cidade que, por sinal, está muito mal administrada, está totalmente abandonada, porque me parece que o Prefeito só pensa em vender o patrimônio público e beneficiar as grandes empreiteiras. E está também muito preocupado com a formação do seu novo partido, o PSD, que como ele mesmo diz não é de centro, não é de esquerda e não é de direita. Então, não sei qual a serventia de um partido como esse. Muito obrigado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, havendo acordo entre as lideranças presentes em plenário, esta Presidência vai levantar a sessão. Antes, porém, convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia, lembrando-os ainda da Sessão Solene, a realizar-se hoje, às 20 horas, com a finalidade de comemorar o Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas, solicitada pelo nobre Deputado Fernando Capez.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e nove minutos.

 

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