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17 DE MAIO DE 2012

061ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO e ORLANDO BOLÇONE

 

Secretário: OLÍMPIO GOMES

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão. Registra a presença do Deputado Federal Missionário José Olímpio, pai do Deputado Estadual Rodrigo Moraes.

 

002 - SIMÃO PEDRO

Discorre acerca da importância da diversidade política. Ressalta a função de fiscalização do Legislativo. Destaca a participação da oposição nesse processo. Rebate a declaração do Governo do Estado, que relacionou a crítica pela falha do Metrô, feita pelo PT, ao período eleitoral. Cita problemas ocorridos nas linhas férreas do Estado. Recorda discursos anteriores sobre o tema.

 

003 - OLÍMPIO GOMES

Comenta a decisão do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), que manteve a proibição de propagandas publicitárias sobre o fim das sacolas plásticas em supermercados. Faz críticas a essa campanha. Frisa que é a favor das "ecobags", desde que o ônus não seja do consumidor. Questiona os custos das campanhas publicitárias pagas pelo Governo. Ressalta que não há estudos científicos que justifiquem o benefício ambiental desse programa. Lê notícia sobre o tema. Informa que deverá enviar ofício ao Tribunal de Contas do Estado e ao Ministério Público, por propaganda enganosa do Governo e da Apas (Associação Paulista de Supermercados).

 

004 - Presidente JOOJI HATO

Convoca para duas sessões extraordinárias a serem realizadas hoje, sendo a primeira, com início dez minutos após o término desta sessão.

 

005 - WELSON GASPARINI

Lamenta os escândalos recorrentes na política brasileira. Menciona pesquisa sobre opinião pública quanto à classe política. Lê citações de Barack Obama. Informa que irá ministrar palestras em Ribeirão Preto, na defesa de princípios e valores de vida. Discorre sobre a importância de se conhecer o histórico e os ideais dos candidatos às eleições. Solicita aos partidos políticos que selecionem apenas candidatos "ficha limpa".

 

006 - FERNANDO CAPEZ

Para comunicação, registra a presença de alunos do curso de Direito da Faculdade Anhanguera de Campinas, acompanhados pela professora Mary Lúcia Ferraz Abrantes.

 

007 - VITOR SAPIENZA

Elogia o discurso do Deputado Welson Gasparini, acerca da moralização da classe política. Recorda a morte de Ayrton Senna, ocorrida no mês de maio, em 1994. Lembra que, na época, quando Presidente desta Casa, decidiu realizar o velório do ex-piloto na Assembleia Legislativa, fato elogiado por sua organização. Comenta que essa medida foi muito contestada devido à dimensão do evento. Recorda a ocupação por professores neste Parlamento e a decisão de se colocar grades no entorno deste Palácio.

 

008 - CARLOS GIANNAZI

Informa que protocolou requerimento na Comissão de Transportes solicitando a presença do presidente do Metrô e do Secretário Estadual de Transportes, nesta Casa, para explicações sobre as falhas nas linhas férreas. Atribui os problemas ocorridos no transporte sobre trilhos à falta de investimento, à terceirização e à privatização de serviços do setor. Ressalta que o acidente, ocorrido dia 16/05, foi o de maior dimensão desde o início do funcionamento do Metrô. Mostra-se preocupado com o fato de que a linha em que ocorreu o acidente será a que transportará os torcedores da Copa do Mundo. Requer investigação sobre o assunto por parte do Ministério Público e da Assembleia Legislativa.

 

009 - ORLANDO BOLÇONE

Informa que a Associação Comercial de São José do Rio Preto completará, este ano, 92 anos. Comenta a posse de nova diretoria. Ressalta que a entidade representa 20 mil empresas de comércio e serviços do município. Discorre sobre a importância da instituição do Parque Tecnológico na cidade. Cita metas estratégicas da associação e a contribuição da implantação dessas medidas no comércio internacional. Destaca o PIB e o IDH de São José do Rio Preto.

 

010 - DONISETE BRAGA

Elogia a iniciativa da Presidente da República, Dilma Rousseff, de instalação da Comissão de Verdade, em 16/05. Destaca a importância de se resgatar a memória de pessoas que lutaram pela democracia no País. Recorda o período da ditadura militar. Saúda o Deputado Adriano Diogo, que preside a Comissão da Verdade desta Casa. Comenta os avanços do processo democrático.

 

011 - Presidente JOOJI HATO

Registra a presença de funcionários, assistidos e familiares do Centro de Apoio ao Portador de Câncer, Mais Vida, de Bragança Paulista, a convite do Deputado Edmir Chedid e do Vereador de São José do Rio Preto, Jorge Menezes.

 

012 - ROBERTO MASSAFERA

Homenageia o ex-Deputado Estadual José Alfredo Amaral Gurgel, que faleceu recentemente. Enaltece o trabalho do ex-Deputado e de sua contribuição para Araraquara. Fala da ferrovia Norte-Sul, importante para o desenvolvimento daquele município. Recorda o progresso no País em decorrência das vias férreas.

 

013 - ORLANDO BOLÇONE

Assume a Presidência.

 

GRANDE EXPEDIENTE

014 - DONISETE BRAGA

Relata seminário ocorrido nesta Casa a respeito da despoluição de rios paulistas. Cita autoridades e instituições presentes ao evento. Relata a respeito da despoluição do rio Pinheiros com a técnica da flotação, criticando o fracasso deste processo. Lembra a realização da conferência Rio+20 sobre o meio ambiente em junho próximo. Alerta que, para regiões metropolitanas, a preservação dos mananciais é questão de vital importância. Cita o acidente da Linha Vermelha do Metrô, criticando as justificativas apresentadas pelo Secretário de Transportes Metropolitanos acerca do ocorrido. Tece críticas sobre a rede de transporte público sobre trilhos na Região Metropolitana.

 

015 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Informa acerca do aumento da arrecadação estadual e consequente aumento da capacidade de investimento do Estado. Repudia a diminuição de recursos, pelo Executivo, quanto aos investimentos em infraestrutura de transportes. Lamenta que o PSDB governa o Estado desde 1995 e que não teria um plano de investimentos para o setor. Relata que os investimentos do Governo Federal no Metrô e na CPTM teriam sido elevados a partir de 2003, quando se iniciou o Governo Lula. Comenta que as atuais panes do sistema de transporte sobre trilhos são fruto de má administração. Adita que não faltam recursos financeiros para investimentos no setor. Cobra do Executivo Estadual melhor administração, visando evitar um colapso neste sistema de transporte.

 

016 - RAFAEL SILVA

Lembra citações dos filósofos René Descartes e Karl Marx. Comenta a importância da filosofia enquanto crítica construtiva à sociedade. Cita considerações de Jean Paul Sartre, nos anos 1960, acerca do socialismo e do então regime comunista da China. Reflete acerca do totalitarismo na Alemanha Nazista nos anos 30. Afirma que a propaganda teve papel fundamental para a aceitação deste regime por parte da população. Explica pensamentos de filósofos contemporâneos sobre o poder dos meios de comunicação de massa na educação de um povo.

 

017 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, tece críticas sobre os tramites burocráticos que estariam dificultando a aposentadoria dos servidores estaduais da educação. Comenta que tem recebido inúmeras reclamações desta categoria acerca de processos parados. Cita denúncias, ainda não apuradas, de compras superfaturadas na FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação). Menciona projeto de lei, de sua autoria, para que se estabeleçam prazos para tramitação de processos de interesse dos servidores.

 

018 - RAFAEL SILVA

Pelo art. 82, discorre sobre sua experiência política como vereador em Ribeirão Preto. Explana sobre a importância da experiência de vida no aprendizado do homem e enaltece a pluralidade das culturas humana. Ressalta a importância dos meios de comunicação na conscientização política da população. Defende o trabalho dos políticos, independentemente dos partidos, em torno de boas ideias.

 

019 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, comenta sobre o acidente do Metrô ocorrido ontem na Capital. Denuncia que estaria ocorrendo um "apagão" na área dos transportes metropolitanos. Adita que a Educação também se encontraria em tal estado e aponta a terceirização de serviços como causa. Defende a realização de concursos para contratação de funcionários efetivos. Combate a falta de professores e a deficiência de infraestrutura na rede estadual de ensino.

 

020 - CARLOS GIANNAZI

Solicita o levantamento da sessão, com assentimento das Lideranças.

 

021 - Presidente ORLANDO BOLÇONE

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 18/05, à hora regimental, sem ordem do dia. Lembra a realização da sessão extraordinária de hoje, com inicio às 19 horas; e de sessão solene, 18/05, às 10 horas, para comemorar o "Dia Estadual do Trabalhador da Saúde". Levanta a sessão.

 

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- Assume a abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Olímpio Gomes para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - OLÍMPIO GOMES - PDT - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença aqui do nobre Deputado José Olímpio, que engrandece o Congresso Nacional. O seu filho é o Deputado Rodrigo Morais, nosso colega que tem atuado muito aqui.

Seja bem-vindo a esta Casa de Leis. (Palmas.)

Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro, pelo tempo regimental.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha nesta tarde, desde que cheguei nesta Casa em 2003 participo da Bancada do PT, que é uma bancada de oposição, e lembro-me, sempre quando os governantes tomam posse, do discurso do ex-Governador José Serra, do Governador Geraldo Alckmin que enaltecem esse importante elemento da democracia, que é a divisão dentro do espectro político, principalmente no Legislativo, mas, também, no espectro partidário entre quem são os deputados da liderança da oposição e quem são os da situação.

Os deputados da situação têm o papel de defender o governo, os seus projetos, suas bandeiras; os da oposição, segundo esses mesmos governantes, governadores que se expressaram nas suas posses, têm um papel de fiscalizar o Executivo. Aliás, o papel da fiscalização cabe a toda Assembleia Legislativa, a todo Legislativo que, além de fazer leis, tem uma função importante no sistema democrático, que é fiscalizar o Legislativo. Tanto é que o Tribunal de Contas é um órgão auxiliar do Legislativo. Então, o papel da Assembleia Legislativa é de fiscalização, mas cabe com maior competência a fiscalização à oposição.

A oposição aqui, nesta Casa, é o PT, o PSOL, o PCdoB e o Deputado Major Olímpio Gomes. Então, estranho algumas afirmações como as que li nos jornais hoje do Deputado Pedro Tobias quando a Bancada do PT, em função de mais um acidente no metrô, esse de grave proporção porque feriu 47 pessoas, justamente na Linha 3, na Zona Leste, que vai levar a população, os turistas para assistir a abertura da Copa do Mundo, lá no Estádio do Corinthians, em Itaquera, disse que é uma linha super importante e o que está acontecendo no metrô assusta.

Ontem, a Bancada do PT, fez a crítica correta, dizendo que caíram os investimentos no Metrô, na CPTM, que há problemas no sistema de manutenção e que não houve investimentos nos últimos anos no sistema metroviário. O Estado não se preparou para mudanças que ocorreram no Brasil nos últimos anos, quando o emprego aumentou, as oportunidades para a juventude estudar aumentaram, ou seja, havia aumento dos usuários desse sistema de transporte. Nem a prefeitura e nem o Metrô. Aí, eles vêm dizer: “Não. Mas, olha, o PT está fazendo essa crítica porque é ano eleitoral. É uma crítica político-eleitoral.

Deputado Olímpio Gomes, lembro-me de que, em 2006, quando denunciamos que iria acontecer acidente na Linha 4 em função de que já havia tido um acidente de graves proporções no Centro de Pinheiros afundando uma casa, lojas comerciais, dizíamos que estava havendo pressa no cronograma. Eles mudaram o método construtivo. Não tem qualquer sistema de precaução e de preocupação, se ocorrer um acidente. Eles inventaram uma forma de contratação de obra, desprezando a capacidade histórica, a competência de funcionários há 30 anos com expertise na construção de túneis do metrô, para entregar para a iniciativa privada, vendendo a obra inteira.

Lembro-me que naquele ano ocorreu em janeiro de 2007, quando alertávamos o problema da Estação Perus, logo que o Governador Serra tomou posse. Eu mesmo fiz uma representação ao Ministério Público, em maio de 2006, chamando a atenção para que investigasse danos à ordem urbanística, a segurança dos funcionários e da população justamente na Linha 4.

Lembro-me que os discursos dos deputados aqui, líderes do PSDB, que sustentavam nesta Casa o Governador Geraldo Alckmin, diziam: “Essas críticas são da oposição. É ano eleitoral e a oposição quer prejudicar o governador. Infelizmente, havia uma anestesia em relação à mídia, etc. Não davam credibilidade ao que estávamos dizendo.

Quando estamos dizendo que não está tendo investimento, é o centésimo acidente que ocorre este ano no metrô, no CPTM, este foi de uma proporção muito grande e, felizmente, sem vítimas. Ontem, minha primeira fala aqui foi “Me solidarizo com o meu povo da Zona Leste, usuários daquela linha, que sofrem pela lotação, pela falta de manutenção, pelos atrasos e por todos os problemas que ocorrem na Linha Expressa, que vai para Calmon Viana, e no metrô.”

Nosso papel é cobrar o Governo mesmo. É denunciar que não está tendo investimentos, é denunciar os descasos, a negligência e a incompetência. Vamos continuar fazendo isso porque é nosso dever e é isso que a população espera de nós Deputados. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa e cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, é com muita satisfação que divulgo a todos os parlamentares e a população do Estado de São Paulo que acompanham a TV Assembleia, que o Conar - Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, em reunião realizado dia 5 de maio, manteve por unanimidade a proibição de veiculação das mentirosas campanhas publicitárias desenvolvidas pela Associação Paulista de Supermercados e, infelizmente também, pelo Governo do Estado.

Ficou claro que essa campanha tem como fundo a vantagem econômica das grandes redes de supermercados tendo como pano de fundo a redução de sacolas plásticas que o consumidor já paga embutido no preço. Nenhum de nós é contrário às “ecobags”, as sacolas ecológicas, desde que o cidadão não tenha que pagar por elas.

Apresentei um projeto nesta Casa e tenho pedido apoio aos parlamentares porque não pode o Legislativo paulista se omitir. Seis municípios já têm Lei Municipal e outros nove municípios estão discutindo e votarão uma legislação obrigando esses estabelecimentos comerciais a fornecerem as sacolas.

O que não pode é o que vem acontecendo no Estado de São Paulo, pois houve um protocolo de intenções em 9 de maio de 2011, entre a Secretaria do Meio Ambiente, entenda-se o Governo de São Paulo, e a Apas. As boas intenções são para os proprietários das grandes redes de supermercados, e o ônus para a população.

Quando entrei com requerimento de informações questionando as campanhas publicitárias, pagas com o dinheiro do Governo de São Paulo, recebi da Secretaria do Meio Ambiente - do Secretário Bruno Covas - dizendo que estava tudo certo: que cada peça publicitária distribuída à Rede Oficial de Ensino custou 0,18 centavos - caríssimo. Que foi gasto aproximadamente 900 mil reais e que não tem o valor gasto pela Associação Paulista de Supermercados para ter sua logomarca estampada na mesma propaganda.

E agora vem essa decisão do Conar: de que não existem estudos científicos que possa justificar essas campanhas ou que justifique o consumido pagar por - a grande mídia tem mostrado o tempo todo - “ecobags”, sacolas ecologicamente sustentáveis ao preço de 12 a 14 reais. Um aumento extorsivo, por exemplo, em Belo Horizonte e Jundiaí aonde se estabeleceram políticas semelhantes em que o preço do saco plástico maior teve um acréscimo de 230 por cento.

Então os supermercados estão ganhando por vender mais sacos plásticos para lixo e o Conar - Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária diz:

Conar mantém suspensa campanha publicitária contra sacolas plásticas

Em mais uma votação por unanimidade, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) manteve, no último dia 10 de maio, a decisão de suspender a campanha publicitária da Associação Paulista de Supermercados (Apas) contra as sacolas plásticas. A sentença vale para todas as mídias, incluindo as eletrônicas, como blogs, sites, rádios e TV, e publicidade interna das lojas de supermercados.

A decisão ocorreu após o pedido de recurso da Apas, que havia perdido em primeira instância. No julgamento, o Conar entendeu que a campanha “Vamos tirar o planeta do sufoco” deve continuar suspensa, pois é enganosa e não atende às normas éticas para apelos de sustentabilidade na publicidade, criadas pelo Conar, uma vez que a Apas nunca apresentou estudos que comprovassem o benefício ambiental da campanha.

A representação no Conar foi feita pela Plastivida Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos, baseada no “Anexo U” do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária, que trata de “Apelos de Sustentabilidade” na publicidade no Brasil. Segundo Jorge Kaimoti, advogado da Plastivida, “os princípios éticos exigidos no Anexo U não foram respeitados pela campanha, intitulada Vamos Tirar o Planeta do Sufoco”. Ainda segundo Kaimoti, “por meio desta iniciativa e considerando mais uma vez o resultado unânime obtido no julgamento, mostramos à sociedade que a publicidade da Apas não respeita o cidadão”.

A ação movida pela Plastivida procurou mostrar que o conteúdo da campanha contraria os oito itens da ética publicitária no que se refere à sustentabilidade. Durante o processo no Conar, a Apas não apresentou qualquer dado científico que embase os apelos ambientais citados na campanha. Segundo Miguel Bahiense, presidente da Plastivida, “a campanha não se mostrou verídica, não apresentou informações com exatidão e clareza, não apresentou fontes científicas para comprovar suas posições, ou seja, deixou a concretude, exigida no código, de lado”.

A decisão está publicada no site da entidade: www.conar.org.br.”

Portanto, nós temos sim, que nos preocupar com a questão ecológica e reduzir o uso de plásticos, mas sem que esse ônus recaia mais uma vez para o cidadão.

Basta dos cidadãos arcarem com tantos impostos, e no momento que se quer tomar alguma iniciativa verifica-se que ela é lucrativa apenas para os grandes empresários e mais uma vez onerosa para o cidadão.

Diante da manifestação do Conar, não me satisfaço com essa resposta da Secretaria do Meio Ambiente, vou oficiar ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público, propondo a apuração de responsabilidades ou das irresponsabilidades em usar recursos públicos para uma campanha enganosa.

 

            O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Milton Vieira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini.

Srs. Deputados e Sras. Deputadas, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma Sessão Extraordinária, a realizar-se hoje, 10 minutos após o término da presente sessão, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: PEC nº 2, de 2012, que dá nova redação ao "caput" do artigo 10 que dispõe sobre o "quorum" para a realização das sessões deliberativas e de debates da Assembleia.

Nos mesmos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma Sessão Extraordinária, a realizar-se hoje, 10 minutos após o término da primeira Sessão Extraordinária, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: PEC nº 2, de 2012, que dá nova redação ao "caput" do artigo 10 que dispõe sobre o "quorum" para a realização das sessões deliberativas e de debates da Assembleia.

Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini.

 

O SR. WELSON GASPARINI - PSDB - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados: tenho pensado,   seriamente,  na minha carreira política.

Desde os 17 anos, quando ingressei na Juventude Democrata Cristã, busco exercitar a política como uma missão. Mas, infelizmente, estamos vivendo numa época em que a política para muitas pessoas não é missão e sim um negócio para se levar vantagem;  os escândalos são tantos que,  às vezes,  sentimos vontade de largar tudo, de desistir, dadas as dificuldades encontradas para  realizar um ideal dentro do sistema político atualmente desenvolvido em nosso País.

Recente pesquisa demonstrou: 82% das pessoas inquiridas sobre o que pensavam da política e dos políticos responderam com “ódio”, “revolta” e “nojo”.

Francamente, há determinados momentos em que o desanimo é tanto que a gente chega a ter estes mesmos sentimentos porque, infelizmente, existe uma maioria neste País dominando a política e cerceando o desenvolvimento e o progresso desta Nação para, pura e simplesmente, pensar em fazer negócio, em ficar rico e em levar vantagem. Num momento como este, ficamos entre duas opções: ou largamos  tudo ou partimos  para um trabalho mais efetivo.

Estou lendo agora um livro sobre a vida de Barack Obama que pode ter os seus defeitos, seus problemas, mas foi e é um lutador.

Do seu livro, tirei algumas frases que nos ajudam a repensar o processo político nacional: “sempre jogar limpo e usar o bom senso sem atacar ninguém, mas defender e combater ideias”; “deixar de lado a animosidade, baixar as armas e se concentrar na defesa do bem comum”.

Pensar no triste ambiente político atual é importante mas, neste momento,  devemos pensar em líderes como Mandela, Mahatma Gandhi, Franco Montoro e outros que exerceram liderança com honradez, dignidade e idealismo mostrando bem a diferença entre a  política que temos e a política que precisamos.

Graças a Deus tenho feito uma boa atuação junto a minha comunidade e desta tribuna tenho defendido ideias e propósitos; assim, ao invés de desanimar, resolvi trabalhar muito mais.

Regresso à minha região para proferir uma série de palestras nas escolas, nos centros acadêmicos, nas associações de bairros, enfim, onde me derem uma oportunidade para defender princípios e valores de vida. Vou fazer isso principalmente porque este ano teremos eleições municipais. Não sou candidato a prefeito, mas vou trabalhar como se fosse numa campanha para o eleitorado exercer o voto escolhendo bons candidatos e procurando no candidato algumas qualidades básicas – que tanto faltam na atualidade – como honradez, dignidade, valores morais, valores espirituais.

Como se seleciona um candidato? Veja quem ele é, onde mora, o que faz. Se ele tem família e como vive com a família. Se ele trabalha, se é bom trabalhador; como é no trabalho; se é respeitado pelo seu procedimento. Por meio dessa análise básica do perfil dos candidatos poderemos contribuir para a renovação da classe e política elegendo, neste ano, bons vereadores, bons vice-prefeitos e bons prefeitos.

A renovação do processo político não é tarefa de um dia ou de um ano, mas é preciso começar essa luta e a responsabilidade dos partidos é muito grande. Eles, afinal, selecionam os candidatos. Que não aceitem qualquer nome. Que aceitem candidatos com ficha limpa mas não apenas no cartório; que tenham procedimento honesto, decente e construtivo nas suas comunidades. Que apresentem, assim, um elenco de bons candidatos, selecionados entre os melhores porque, assim, conseguiremos mudar a política neste País. (Palmas.)

 

O SR. FERNANDO CAPEZ - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, a nossa querida e estimada Professora Mary Lúcia Ferraz Abrantes está brindando esta Assembleia Legislativa com a presença dos alunos de Direito da Faculdade Anhanguera, de Campinas. Eles estão percorrendo as nossas salas, conhecendo o trabalho das comissões e visitando o plenário principal desta Casa, onde foi votada a Constituição Estadual de 1989 e onde são votadas as leis que regem, no âmbito estadual, a vida das pessoas que moram no Estado de São Paulo.

Eu pediria uma salva de palmas a estes alunos que vêm nos prestigiar. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Esta Presidência agradece a visita dos professores e alunos de Direito da Faculdade Anhanguera, de Campinas.

Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Engler. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vitor Sapienza.

 

O SR. VITOR SAPIENZA - PPS - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos honra com a presença, telespectador da TV Alesp, quero somar minhas palavras às do grande representante da região de Ribeirão Preto, Deputado Welson Gasparini.

Hoje vou relembrar um acontecimento do ido dia 1º de maio de 1994. Na ocasião, eu voltava de Guaratinguetá, quando pela rádio tomei conhecimento da morte do nosso grande herói Ayrton Senna. E se discutia onde deveria ser o velório. Na época, o Governador de São Paulo era o Fleury e o Prefeito, Paulo Salim Maluf.

Valendo-me da amizade com um dos familiares, eu como Presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo decidi fazer o velório nesta Casa de Leis.

Na época muitos criticaram argumentando que seria uma temeridade. Previa-se o comparecimento de aproximadamente 200 mil pessoas. Seis ou sete meses antes, administrei a desocupação pacífica do prédio da Assembleia Legislativa durante uma invasão de manifestantes. Decidi, então, gradear toda a Casa. Fui taxado de dono de cadeia por acreditarem estar confinando os Srs. Deputados. O tempo mostrou que a iniciativa, ao contrário, foi inteligente e sábia. E deixo registrado para os Anais desta Casa que toda a imprensa mundial que acompanhou o velório do grande herói Ayrton Senna não parou de tecer comentários no seguinte sentido: O Estado de São Paulo dá ao mundo uma lição de organização. Lembro-me bem que naquele momento todo o comando foi exercido pela nossa Polícia Militar, e eu, então Presidente desta Casa, recebi os elogios e pude dividir com os pares aqui da Assembleia.

Naquele momento me senti e ainda sinto-me hoje muito lisonjeado e gratificado por ter tido aquele tipo de iniciativa. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Roberto Morais. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa e telespectadores da TV Alesp, na data de ontem, protocolamos um requerimento na Comissão de Transporte da Assembleia Legislativa, pedindo e exigindo a convocação do Presidente do Metrô e do Secretário Jurandir Fernandes, para que eles expliquem o que está acontecendo no metrô de São Paulo e também na CPTM. Além daquele acidente gravíssimo que ocorreu no dia de ontem, ferindo mais de 50 pessoas, estamos vivendo um verdadeiro apagão e caos tanto nos trens da CPTM como nos trens do Metrô. São atrasos, acidentes, superlotação, panes e falhas constantes.

Só neste ano tivemos mais de 100 falhas no metrô, algo muito sério está acontecendo no transporte sobre trilhos da Região Metropolitana. E nós sabemos qual é a causa do processo mencionado: atribuímos todo esse transtorno ao sucateamento, a degradação, a falta de investimento nessa área e, sobretudo a terceirização e privatização desses serviços, essas são as verdadeiras causas de toda essa tragédia que estamos acompanhando aqui no Estado de São Paulo, principalmente na cidade de São Paulo, na região metropolitana.

O metrô de São Paulo, Sr. Presidente, nunca teve em toda a sua história desde a sua construção, um acidente como o que aconteceu ontem envolvendo passageiros. É a primeira vez na história do metrô que tivemos um acidente ferindo 50 passageiros, e esse desastre poderia ter sido muito pior se não fosse a intervenção de um funcionário do metrô. Isso nos preocupa muito por dois motivos: primeiramente as outras linhas que estão sendo privatizadas não têm esses funcionários, maquinistas, pois todo o funcionamento é automático. Por exemplo, a Linha 4 - Laranja - do metrô é toda automatizada e não tem ninguém na cabine, isso é um absurdo. Ela é privatizada e comandada por um consórcio constituído por empreiteiras que logicamente só visam o lucro. Se esse acidente tivesse ocorrido na Linha Laranja, teríamos certamente uma grande tragédia aqui na cidade de São Paulo. Ainda bem que esse triste fato ocorreu em uma linha que ainda não está privatizada.

O que mais nos preocupa, Sr. Presidente, é que na Linha 3 - Vermelha - envolvida no acidente, é a linha que transportará os torcedores que assistirão a Copa do Mundo no estádio de Itaquera. Que vergonha, pois as imagens do acidente já correram o mundo e certamente as pessoas que assistiram estão preocupadas com o metrô de São Paulo.

O fato é que o PSDB vem sucateando e deixando de investir no metrô, na modernização e na tecnologia. O PSDB está privatizando e destruindo o que funcionava muito bem em nosso Estado: o metrô. Até algum tempo o metrô era visto como o transporte mais seguro, eficiente, célere e mais bem avaliado pela população. Não tínhamos esses acidentes, essas falhas e panes. Não tínhamos os atraso nem a superlotação, mas bastou o PSDB administrar o Estado de São Paulo para ocorrer esses infortúnios. A propaganda já conhecida, mas que se faz pertinente diante de tal quadro é: “Antes não tinha... Agora tem! Apagão e caos no metrô.” É o PSDB com sua incompetência administrativa e, sobretudo com essa ideologia nefasta e danosa de privatizar, terceirizar e entregar para a iniciativa privada tudo o que é público e funciona bem. Diante disso, temos a queda da qualidade dos serviços.

O PSDB que governa o Estado de São Paulo já promoveu o apagão na Educação, destruiu a escola pública estadual, acabou com a carreira do Magistério Estadual, está privatizando e terceirizando todo o sistema de Saúde, inclusive criando a dupla porta. Temos o apagão na Saúde, na Segurança Pública, na Educação e agora também no Metrô e na CPTM. Esse é o PSDB: “Antes não tinha, Sr. Presidente e Srs. Deputados, agora tem também apagão no metrô.” E o PSDB faz a sua caminhada rumo a destruição dos serviços públicos do Estado de São Paulo.

Por isso exigimos uma ampla investigação do Ministério Público Estadual e da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Fizemos um requerimento convocando o Presidente do Metrô, o Secretário Jurandir Fernandes e o Presidente da CPTM, para que eles expliquem o que vem acontecendo nos transportes sobre trilhos, e justifiquem porque o Governo Estadual deixou de investir, no ano passado, 208 milhões nessa linha onde ocorreu o acidente. Tivemos um aumento de pessoas utilizando o metrô em São Paulo, principalmente a Linha 3 - Vermelha - envolvida no acidente de ontem, e o Governo deixou de investir, diminuiu o investimento nessa linha. Isso é um absurdo. O Governo precisa ser responsabilizado, inclusive criminalmente por esse fato, por esses acidentes e por todo o caos que vem ocorrendo no transporte sobre trilhos no Estado de São Paulo. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone.

 

O SR. ORLANDO BOLÇONE - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente em exercício, Deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, o motivo do meu pronunciamento é que a Associação Comercial de São José do Rio Preto, uma das cidades mais desenvolvidas do Estado, completa esse ano 92 anos de existência e publica uma obra histórica relatando por décadas todas as suas intervenções, todas as suas ações na vida de São José do Rio Preto e região.

Consequentemente houve também a troca da diretoria. A nova diretoria é presidida pela empresária Adriana Cássia Neves, que substitui Maurício Bellodi, ambos empresários conhecidos e atuantes em São José do Rio Preto.

Nessa relação da Associação Comercial que representa das 25000 empresas de São José do Rio Preto, 20000 são empresas de comércio e serviços. A Associação Comercial e Empresarial traçou três grandes metas para atuar junto ao poder público, da prefeitura municipal, do Governo do Estado, e essas metas estratégicas são a institucionalização do parque tecnológico, já implantado em São José do Rio Preto e que possibilitará um avanço no desenvolvimento da cidade a unir ciência, tecnologia e inovação, e também ao integrar todos os setores, tanto da Universidade, quanto das empresas e do Governo Municipal.

A segunda meta é aperfeiçoamento que já estão ocorrendo no aeroporto de São José do Rio Preto que deverá movimentar no ano de 2012 cerca de um milhão de passageiros.

A terceira meta estratégica é, exatamente, ampliar suas ações com o comércio exterior, possibilitando marcar cada vez mais São José do Rio Preto e região como uma das cidades de atuação e contribuição importante, nesse momento em que há uma grande disputa dos países. E São José do Rio Preto pode contribuir com a parcela de produtos inovadores na área de saúde, na área de tecnologia, tanto tecnologia da informação, quanto de biotecnologia, produtos esses que são desenvolvidos em nossas universidades.

A Associação Comercial de São José do Rio Preto tem uma ação social ao participar de todos os conselhos municipais. Conselhos sociais, conselho de saúde, conselho de planejamento, conselho de desenvolvimento econômico, ciência e tecnologia. Portanto, ela tem uma ação social na vida da Cidade de São José do Rio Preto extremamente importante.

A Associação Comercial também trabalha numa integração com os órgãos públicos, inclusive sendo a grande parceira na administração da região central de São José do Rio Preto.

Essa visão estratégica possibilitou, e possibilita que São José do Rio Preto tenha um PIB de 7,2 bilhões de reais anual. Essa integração com os governos municipais, e as universidades, possibilita a ampliação dos serviços sociais. Daí São José do Rio Preto ter um Índice de Desenvolvimento Humano, IDH, de 8,73. Ou seja, em 1.000 pontos a Cidade de São José do Rio Preto tem 873, o que a caracteriza como uma cidade desenvolvida, tanto de riqueza, que é a contribuição da Associação Comercial - uma das contribuições - quanto no social, que é a questão de saúde, ou seja, a aferição de longevidade e em especial na questão da educação, sendo a Associação Comercial uma das colaboradoras no Lar de Menores de São José do Rio Preto.

Sr. Presidente, passo a ler o seguinte:

“São Paulo, 03 de maio de 2012.

Ofício nº 131/2012

Prezada Senhora,

Venho pelo presente congratular-me com Vs.a. na qualidade de Presidente da Acirp - Associação Comercial e Empresarial de São José do Rio Preto pela sua Eleição realizada em 27 de Abril pp. para exercício do mandato biênio (2012- 2014);

Nesta oportunidade, congratulo-me também com os membros integrantes da Chapa vitoriosa encabeçada por Vá. “Gestão & Ética”, cujo binômio consolida ainda mais a laboriosa classe dos empresários rio-pretenses que compõe o quadro desta associação.

Em momento que a sociedade clama pela proteção do capital nacional e por justiça social, nesta luta incessante pela valorização da empresa nacional, a instituição em sua luta se fortalece com eleição de empresários sintonizados e comprometidos com crescimento regional e o desenvolvimento gerando emprego e renda.

A atuação da instituição, em especial no Município de São José do Preto, é sobejamente reconhecida pelo profícuo trabalho executado de forma indelével através de seus membros, ao promover o bem estar social, a conscientização da sociedade sobre os temas e políticas desenvolvimentistas e a importância incomensurável destes na vida de toda sociedade.

No exercício do mandato de Deputado Estadual pelo Estado de São Paulo, desejo externar meus sinceros votos de mandato profícuo de grandes realizações e conquistas e, pela sua importância em face a sociedade, tomo a liberdade de efetuar apontamento deste registro histórico nos anais desta E. Casa de Leis e, singelamente neste ato, coloco-me a disposição neste parlamento.

Atenciosamente,

Orlando Bolçone

Deputado Estadual – PSB

Ilma. Senhora Presidente da Acirp – Associação Comercial e Empresarial de São José Rio Preto

Sra. Adriana Cássia Neves”

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Samuel Moreira. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Cardoso Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Vanessa Damo. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga, pelo tempo regimental.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente em exercício, Deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários da Assembleia Legislativa, telespectadores da TV Assembleia, cidadãos que nos acompanham das galerias desta Casa, não poderia neste momento deixar de fazer um registro sobre a importância da iniciativa da nossa Presidente Dilma Rousseff, quando instalou, no dia de ontem, a Comissão da Verdade.

Sr. Presidente, classifico essa iniciativa da Presidente Dilma Rousseff, como uma política republicana. Quando a Presidente Dilma Rousseff instala a Comissão da Verdade convida os ex-Presidentes da República, especialmente os que foram eleitos após o processo democrático - anteriormente tínhamos os Presidentes do sistema militar - Fernando Collor de Melo, José Sarney, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.

Essa comissão é nomeada com o objetivo de verificar e resgatar na história brasileira as pessoas que lutaram pela democracia do nosso País. Muitas dessas pessoas tiveram suas vidas ceifadas pelo regime militar e muitas outras foram presas de forma injusta.

Portanto, essa iniciativa é fundamental ao nosso País, pelo que representa hoje na América Latina, pelo nosso Brasil que hoje tem voz altiva no mundo. A iniciativa da Presidente Dilma Rousseff, sem dúvida alguma, é uma demonstração inequívoca do processo que temos que reconhecer e valorizar - como a Presidente Dilma Rousseff falou ontem - sem nenhum revanchismo.

Mas a história brasileira, nesse período triste, que foi o período da ditadura, onde as pessoas não tinham o direito de sair às ruas para reivindicar, cobrar justiça social, para cobrar investimentos na Saúde, Educação, onde até a algum tempo atrás as mulheres brasileiras eram proibidas de exercer o direito de escolha de voto.

Não tenho dúvida alguma de que a iniciativa da Presidenta recoloca a História do Brasil num ciclo fundamental para a democracia brasileira.

Não poderia também deixar de parabenizar o Deputado Adriano Diogo, que hoje preside a Comissão da Verdade, instituída neste Parlamento. Quero também parabenizar nosso Presidente, Deputado Barros Munhoz, que teve a coragem, a ousadia de abrir este Parlamento para que a sociedade do Estado de São Paulo também possa aqui resgatar a história de muitos companheiros e companheiras que lutaram pela democracia brasileira. Se hoje temos o direito de greve, se o povo hoje pode se manifestar, cobrar o vereador, o prefeito, o deputado estadual, o senador, o deputado federal, o Governador do Estado e até mesmo o Presidente ou a Presidente, foi graças a muitas pessoas que lutaram por esse processo democrático.

Então quero deixar aqui registrada minha manifestação com essa ação da Presidente Dilma, que também na sua juventude foi presa, perseguida. Ontem, ao se manifestar, o seu choro demonstrou muito esse resgate da História brasileira. Mais uma vez quero cumprimentar todos os partidos políticos, e dizer mais uma vez que a iniciativa de se criar a Comissão da Verdade não teve qualquer conotação partidária, mas sim o resgate da História do Brasil, a história da democracia brasileira. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - A Presidência tem a grata satisfação de anunciar a presença de uma associação muito importante, “Mais Vida, Centro de Apoio ao Portador de Câncer”, da Cidade de Bragança Paulista, a convite do nobre Deputado Edmir Chedid. A todos as homenagens do Poder Legislativo. (Palmas.)

A Presidência tem também a grata satisfação de anunciar a presença do Vereador de São José do Rio Preto, Jorge Menezes. A V. Exa. as homenagens do Poder Legislativo. (Palmas.)

Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato. (na Presidência.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Aldo Demarchi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Bezerra Júnior. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Grana. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Célia Leão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Telma de Souza. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera.

 

O SR. ROBERTO MASSAFERA - PSDB - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, visitantes, ouvimos algumas palavras de propaganda sobre o cinto de segurança. A falta de cinto de segurança me levou a isso. Andava devagar na cidade, mas bati o carro. Ouvimos nossos deputados mais experientes - Welson Gasparini, Vitor Sapienza, Antonio Salim Curiati - fazerem sua manifestação. Lembrei-me de uma obra famosa de Shakespeare, “Júlio César”, em que Marco Aurélio, na hora do enterro de César diz o seguinte: “O bem que um homem faz, quando ele morre vai-se com ele. O mal perdura muito além do seu fim”.

Então queria hoje aqui prestar uma homenagem a um ex-Deputado, companheiro nosso, José Alfredo Amaral Gurgel, que faleceu recentemente, aqui em São Paulo, mas é de Araraquara, nossa região. Ele foi por duas vezes deputado estadual, vereador em Araraquara e depois participou do Tribunal de Justiça. Era um escritor, um grande homem e com tristeza presto esta homenagem a um companheiro. Temos velado ex-deputados aqui na Casa, mas a família dele preferiu levá-lo no domingo para Araraquara, onde foi enterrado.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Orlando Bolçone.

 

* * *

 

Ele cumpriu sua missão, foi um grande exemplo de honestidade, um grande escritor, um grande jornalista. Deixou filhos, netos. Ele trabalhou muito pelo Estado de São Paulo, por esta Casa. E peço, Sr. Presidente, que esta carta, que lerei seguida, conste dos Anais:

“Pronunciamento pelo passamento do ex-Deputado José Alfredo Amaral Gurgel

Nobres deputados, venho a esta tribuna com um misto de tristeza e orgulho. Tristeza porque venho comunicar o falecimento do ex-Deputado José Alfredo Amaral Gurgel, ocorrido no último domingo, 13/05. Orgulho porque posso, desta tribuna, que ele ocupou com raro brilho, prestar essa homenagem a este ilustre filho de Araraquara.

O Deputado Amaral Gurgel estava com 83 anos e deixou filhos, irmã e netos, a quem quero manifestar solidariedade e expressar os meus sinceros votos de pesar.

Nascido em Araraquara em 21 de março de 1929, Amaral Gurgel, deste cedo manifestou comprometimento com o interesse público e, assim, com apenas 21 anos de idade, foi eleito vereador, o mais jovem vereador de Araraquara, em um tempo em que o exercício da vereança não era remunerado.

Formou-se em direito e tornou-se um brilhante advogado e jurista. Homem de pensamento e grande cultura, também se notabilizou por suas ações em favor do interesse público. No início dos 50, foi eleito deputado estadual por duas vezes, tendo trabalhado para o desenvolvimento e engrandecimento cultural e político da nossa cidade e região.

Amaral Gurgel também exerceu a docência universitária nas mais importantes universidades do nosso Estado, como Unicamp, Unesp e Mackenzie.

Sua atuação política em favor de Araraquara e região me sensibilizou desde cedo. Eu era um adolescente e começava a me despertar para a atividade política e, assim, pude testemunhar seus esforços e visualizar os resultados que promoveram o desenvolvimento de Araraquara e me fizeram compreender a ação política como a ação em favor do bem comum.

“Assim Amaral Gurgel nos deixou, mas fica seu exemplo de vida, sua postura firme, retidão de caráter, sua ética e sua capacidade de diálogo.”

Naquela época, tínhamos a Estrada de Ferro Araraquara, que saía de Araraquara, passava por Rio Preto e ia até a barranca do Rio Santa Fé do Sul. Hoje já atravessamos o rio, vamos por Mato Grosso adentro. Em 1970, São José do Rio Preto era uma cidade com 100 mil habitantes, do tamanho de Araraquara. Hoje São José do Rio Preto é uma metrópole, com mais de 500 mil habitantes; Araraquara tem 200 mil.

Vemos o crescimento que a ferrovia trouxe. Por isso quero cumprimentar o Governo Federal, a Presidente, porque está rasgando o país de norte a sul com ferrovias, levando o transporte ferroviário, que é a matriz de desenvolvimento mais econômica que temos no mundo na área do transporte, só superada pelo transporte fluvial e marítimo, mas o Brasil tem muitas dificuldades no transporte fluvial. Então essa ferrovia norte/sul, hoje em implantação, mesmo a leste/oeste, que sai da altura de Palmas, no Tocantins, vai atravessar a Bahia, chegando ao Oceano Atlântico, lembra o passado de São Paulo, das nossas ferrovias, da Estrada de Ferro Mogiana, Sorocabana, Araraquara, que foram as ferrovias que trouxeram o progresso para o nosso Estado. E essas ferrovias norte/sul e leste/oeste trarão, num futuro muito próximo, um brilhante desenvolvimento para essa região central do Brasil, de norte a sul.

E fica aqui então esta homenagem a esse Deputado, José Alfredo Amaral Gurgel, que foi um ferroviário da Estrada de Ferro Araraquara, no auge das ferrovias, quando em São Paulo elas transportavam o progresso. E hoje, aos poucos, o Governo Federal, o Governo do Estado têm dado valor a isso. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ORLANDO BOLÇONE - PSB - A Presidência cumprimenta V. Exa. pelo pronunciamento.

Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ORLANDO BOLÇONE - PSB - Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga.

 

O SR. DONISETE BRAGA - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, ontem realizamos aqui na Assembleia Legislativa um importante seminário, que teve como objetivo a discussão da despoluição dos rios da região metropolitana.

O seminário foi organizado pelo nosso mandato e pelos mandatos do Deputado Antonio Mentor, Deputado Enio Tatto e Deputada Ana do Carmo, e contamos com a presença de representantes da EMAE, do seu Presidente Dr. Ricardo Borsari, e também representantes da Sabesp e de prefeituras.

Já há um grande investimento em relação ao rebaixamento da calha do Rio Tietê. Outro tema importante foi o processo de flotação, do bombeamento das águas do Rio Pinheiros para a represa Billings, não só no período de chuvas, mas também com o objetivo de gerar energia para a usina Henry Borden, na Baixada Santista, especialmente no município de Cubatão.

Em 2002, no segundo ano de atividade do meu mandato na Assembleia Legislativa, junto com o Deputado Antonio Mentor, ingressamos com uma ação popular referente à flotação, porque não tínhamos qualquer elemento que pudesse justificar e comprovar a viabilidade desse processo em grandes quantidades de água, no caso específico do Rio Pinheiros.

Foi inclusive firmado um convênio entre a Sabesp, a Secretaria de Recursos Hídricos e a Petrobras, envolvendo recursos no valor de quase 160 milhões, num processo que, ao final, depois de um longo tempo, ficou constatada a sua ineficácia no tratamento das águas, através de processo químico. O processo de flotação, portanto, deixou de existir.

Faço questão de mencionar esse tema porque entendo que em função de o mundo hoje discutir temas relacionados ao meio ambiente, agora em junho teremos um grande evento no Estado do Rio de Janeiro, a Rio+20, quando mais de 180 países estarão discutindo os principais temas relacionados ao assunto: mananciais, meio ambiente e água.

Foi importante o debate de ontem, porque traz a necessidade de discussão de uma política de conscientização. Quando sofremos as consequências das fortes chuvas, especialmente na região metropolitana, sempre se discute por que a população deposita os sofás nos rios - Tamanduateí, Pinheiros ou Tietê. Não quero aqui colocar a culpa na sociedade, mas é fundamental estabelecermos um processo de conscientização sobre o meio ambiente e a recuperação dos rios e mananciais.

Tivemos também ontem a presença do Virgílio Faria, grande ambientalista, que preside o Movimento em Defesa da Vida, que discute temas relacionados aos mananciais na região do ABC. Ele trouxe um tema fundamental, a Lei Específica da Guarapiranga e a Lei Específica da Billings, que discutimos por um longo tempo. Ainda hoje, infelizmente, o Governo do Estado não estabeleceu um processo real de aplicabilidade dessas duas importantes leis que aprovamos neste Parlamento. Hoje ainda há uma grande preocupação na preservação, na recuperação. A ocupação do solo hoje é uma realidade também no nosso Estado.

O objetivo desse seminário, além de cobrar do Governo do Estado uma política afirmativa, uma política de gestão e planejamento, é a Assembleia Legislativa pautar esse tema, a questão dos mananciais, a questão do meio ambiente.

Queremos dizer ao Governador Geraldo Alckmin que ele tem, sim, grande responsabilidade não só nos projetos. O PSDB já governa o Estado há quase duas décadas, e, portanto não pode se queixar de governos anteriores. Mas o Governo do Estado de São Paulo está devendo muito, uma política afirmativa com relação aos nossos rios e mananciais, com relação à recuperação dos recursos hídricos.

Ontem o Prof. Pedro Mancuso, da Faculdade de Saúde Pública da USP, afirmou sobre a ineficácia do processo de flotação. Depois de um longo estudo ele reafirmou uma tese que nós defendíamos há 10 anos. Foi em fevereiro de 2012, quando eu e o Deputado Antonio Mentor ingressamos com essa ação. Depois de 10 anos de estudos e avaliação, de comprovação, chegamos a essa tese que já defendíamos lá atrás, não porque tivéssemos entendimento da causa, mas porque a própria comunidade científica já afirmava que esse procedimento não deu certo. Foram quase 170 milhões de investimentos, envolvendo o Governo do Estado e a Petrobras.

Mais uma vez reafirmo esse tema e a importância de o Estado de São Paulo, o Estado mais rico da Federação, estabelecer uma política pública efetiva na questão da recuperação dos nossos mananciais.

Deputado Rafael Silva, V.Exa. tem um histórico de longa data neste Parlamento, e defende o Estado de São Paulo com relação às políticas de meio ambiente, que o mundo vai discutir em junho, no Rio+20.

Sr. Presidente, quero registrar nossa indignação: mais um acidente do metrô. Hoje eu ouvia, pela manhã, na Rádio Bandeirantes e na Rádio CBN, o Secretário Jurandir Fernandes justificando e explicando os problemas relacionados à questão da CPTM e do Metrô. Graças a Deus não tivemos nenhuma fatalidade, mas muitas pessoas ficaram feridas. O Prefeito Kassab fala que atendeu 133 pessoas no hospital da rede municipal. Geraldo Alckmin fala que o Governo do Estado atendeu 33. Não sabemos a quantidade, mas sabemos que a população do Estado de São Paulo, que necessita do transporte de massa, tem sido transportada como se estivesse num caminhão de boi. Não tem respeito, não tem dignidade. As pessoas têm que se locomover da casa ao trabalho e perdem quase três horas por dia. Paga-se uma tarifa altíssima e, mesmo assim, estão sujeitas a esse caos, como aconteceu ontem, como a imprensa tem noticiado diariamente. Os usuários da CPTM e do Metrô correm riscos, até de morte.

Isso não é discurso de oposição: é a constatação de que a população, que precisa de um transporte de qualidade, não tem. O trânsito é caótico, as vias públicas estão completamente saturadas, não há por onde crescer. Ainda falta muito investimento na nossa cidade e na região metropolitana. Lamentavelmente, o PSDB não teve planejamento, não teve uma política de investimento para o Metrô e a CPTM.

Inclusive, havia a promessa do Expresso ABC, em 2010. Trata-se da Linha 10, Turquesa, que atende os municípios de Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires, Mauá, Santo André, São Caetano do Sul, Diadema e São Bernardo do Campo. Geraldo Alckmin está prometendo para 2015. Quando chegarmos lá, tenho muita preocupação se não vai ser em 2020, 2025... Infelizmente, quem tem pagado uma tarifa injusta e absurda por um transporte de péssima qualidade é o povo paulista.

Portanto, quero registrar a minha indignação com relação a esse processo caótico do sistema do Metrô, da CPTM e da EMTU. É uma tarifa injusta, pela qual o povo do nosso Estado tem pagado um preço altíssimo.

 

O Sr. Presidente - orlando bolçone - PSB - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, por permuta de tempo com o Deputado Carlos Grana, tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. Luiz Claudio Marcolino - PT - Sr. Presidente, funcionários da Assembleia Legislativa, vou dar continuidade à fala do nobre Deputado Donisete Braga, que acabou de falar sobre o Metrô, a CPTM e a falta de investimento.

Ontem conversamos bastante sobre esse assunto, mas acho importante reforçar. Muitas vezes, a população avalia que a falta de investimento em determinado projeto é por falta de recursos. Já apresentamos o descompromisso que o Governo do Estado tem tido com a população, que depende de transporte metroviário e ferroviário. Em março, na Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento, houve a participação do Secretário Andrea Calabi, que apresentou o aumento da arrecadação do Estado em 2011: 8,5 bilhões do ICMS; 1,5 bilhão do IPVA, totalizando 10 bilhões de reais a mais do que foi arrecadado em 2010. Ao mesmo tempo, os investimentos que estavam programados para serem feitos no Estado, em 2011, foram 25% menores do que em 2010. O Estado tem uma capacidade de investimento de cerca de 20 bilhões de reais ao ano.

Estamos falando de um crescimento de 10 bilhões de reais em 2011 e de uma redução de 25% nos investimento do Governo do Estado, em diversas áreas. E a alegação do Secretário Calabi é que essa redução se deu porque foi o primeiro ano do Governo Geraldo Alckmin no Estado de São Paulo. Vamos observar os quatro anos anteriores. Os Governadores que assumiram o Estado também eram do PSDB. Cláudio Lembo, por um período, era do DEM, partido da coligação. Bem, tivemos Geraldo Alckmin, Governador por quatro anos. Antes disso, Mário Covas e Geraldo Alckmin. Não teria necessidade de falar que o problema de reduzir o investimento em 2011 foi em virtude de uma nova gestão.

Nessa toada, percebemos que quem acaba sendo prejudicada com isso é a população do Estado. O problema é falta de planejamento do PSDB no nosso Estado, e não falta de recursos. Em relação a recursos, no ano passado, houve 10 bilhões a mais de arrecadação. Este ano vai na mesma linha: a arrecadação do Governo vai continuar aumentando.

Trouxemos alguns dados dos empréstimos concedidos ao Governo do Estado de São Paulo pelo BNDES, pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal nos anos anteriores. Durante a gestão do Presidente Fernando Henrique Cardoso, que governou o Brasil no mesmo período em que o PSDB governou o Estado de São Paulo, foi concedido para o Metrô e para a CPTM um empréstimo de 3,5 bilhões de reais. De 2003 a 2011, sob os Governos do Presidente Lula e da Presidenta Dilma, foram repassados para o Metrô e para a CPTM 14 bilhões e 160 milhões de reais.

Vamos pegar dois números. No ano passado, o Governo do Estado de São Paulo arrecadou 10 bilhões de reais a mais com ICMS e IPVA. Foram repassados ao Governo do Estado de São Paulo, de 2003 a 2011, 14 bilhões e 160 milhões de reais para o Metrô e para a CPTM. O que justifica essas panes permanentes no Metrô e na CPTM? A resposta é simples: falta de gerenciamento, falta de manutenção, falta de planejamento a longo prazo para o Estado. O problema não é mais falta de recursos, mas falta de gerenciamento para uma obra de infraestrutura que visa a melhorar a vida da população.

Com a criação das regiões metropolitanas, questionamos por que esse dinheiro não é destinado também para regiões como Sorocaba e Jundiaí; para fazer o trem chegar de fato à Baixada Santista; para levar o metrô às regiões metropolitanas. Se o Governo não está dando conta de fazer a manutenção do que tem, nas linhas do Metrô e da CPTM, imaginem fazer a construção de um transporte metropolitano para todo o Estado!

São muitas vezes promessas vazias que são apresentadas, discursos feitos nas campanhas eleitorais, Nas que depois não são executados como deveria.

O problema que ocorreu ontem no Metrô é simbólico e demonstra a incapacidade da gestão do PSDB ao longo dos últimos 20 anos para a construção do método ferroviário no Estado de São Paulo. Não queremos isso somente para a cidade de São Paulo, mas também a outras cidades no entorno: Regiões Metropolitanas de São Paulo, de Campinas e do Vale do Paraíba, dos aglomerados urbanos de Jundiaí e, agora, de Piracicaba. Teria de pensar numa política de desenvolvimento industrial dessas regiões que levassem em consideração o desenvolvimento ferroviário para essas cidades e essas regiões. E não é falta de recurso financeiro. Dez bilhões a mais de arrecadação no ano de 2011; 14,160 bilhões foram repassados para o Metrô e para a CPTM no Estado de São Paulo durante a gestão Lula e Dilma. Durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso, de 1994 a 2002, 3,3 bilhões foram repassados para o Metrô e para a CPTM no Estado de São Paulo.

Essas informações são importantes porque queremos sim debater o desenvolvimento do Estado, discutir a política industrial. O Governo Federal tem repassado recurso de forma permanente; repassou agora para o Rodoanel, para as Hidrovias e ao Ferroanel no Estado de São Paulo. O Governo Federal tem uma preocupação com o Estado de São Paulo, mas não estamos vendo isso em fazer o gerenciamento. Por quê? No ano passado, mesmo com dinheiro em caixa, reduziu-se 2,5 bilhões de reais com contingenciamento. O dinheiro que estava destinado para o Metrô e para a CPTM não foi usado. Mais uma vez, o Governador Geraldo Alckmin, para o exercício de 2012, em vez de utilizar o dinheiro que deixou de gastar no ano passado no Metrô e na CPTM, novamente contingencia maioria das Linhas da CPTM e do Metrô no Estado de São Paulo.

Isso demonstra que não tem interesse, nem preocupação com o desenvolvimento do nosso Estado como deveria. Ou se tem uma preocupação com o desenvolvimento do nosso Estado e utilizar corretamente o dinheiro arrecadado pela população, pelo ICMS e pelo IPVA em condições que melhorem a vida da população, ou vai acontecer uma tragédia. Ontem, graças ao condutor, evitou-se uma tragédia maior. Foi incompetência de o Governo não conseguir gerenciar corretamente o recurso do Orçamento do Estado. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ORLANDO BOLÇONE - PSB - Tem a palavra, por permuta com o nobre Deputado José Bittencourt, o nobre Deputado Rafael Silva.

 

O SR. RAFAEL SILVA - PDT - Sr. Presidente, nobres colegas: Tenho 10 minutos, mas com este tempo não vou conseguir estabelecer o que se deve levar em conta para se ter uma nova realidade mental psicológica. Mas quero um pouco de reflexão. Se voltarmos no passado, vamos ver que René Descartes, que nasceu em 1596 e morreu em 1650, falou entre outras coisas que, quando você conscientiza o indivíduo passa a ter uma sociedade consciente, que não aceita ser enganada, nem escravizada.

Vemos ao longo da história os grandes equívocos cometidos. Gosto muito de Karl Marx não pela herança da sua filosofia fantástica, de sua inteligência, de sua capacidade, de sua vontade de ser útil - era advogado, fez doutorado em Filosofia no ano de 1841 defendendo matéria sobre a diferença entre Epicuro e outros filósofos, como Demócrito;  ele nasceu em 1818 e morreu em 1883 e pagou tributo por sua época. Nós, em Filosofia, dizemos que o filósofo é tributário de seu tempo - ele paga um tributo. Karl Marx, em um momento, falou que a crítica, ou seja, a reflexão não retira as flores imaginárias que cobrem as algemas para que os homens a suportem sem fantasia, nem consolo. Mas para que se libertem e colham a flor viva.

A crítica não tem interesse de falar para o camarada “Você está sofrendo” apenas para aumentar o sofrimento do indivíduo. Não. É para fazê-lo entender a realidade do seu sofrimento e para que ele possa ter a capacidade de entender outra realidade possível. E Karl Marx pensou muito bonito, escreveu muito bonito. Na prática, os ideais não funcionaram por outros problemas inerentes à condição do homem de ser um animal que gosta de competir. Karl Marx não tem culpa disso. Se formos a um grande pensador, Jean-Paul Sartre - que nasceu em 1905 e morreu em 1980 -, na década de 1960, um existencialista, fez uma opção pelo Socialismo. E disse que o Socialismo era a verdadeira filosofia dos nossos tempos e ele defendeu inclusive a Revolução Cultural de Mao Tsé-Tung.

Ele defendeu automaticamente os Guardas Vermelhos de Mao Tsé-Tung e um gigantesco crime foi cometido pelo grupo que governava a China naquele momento. Inclusive, quando Mao Tsé-Tung morreu, a sua esposa foi condenada à morte. E, depois, essa condenação foi transformada em prisão perpétua pelos crimes que ela cometeu contra o povo chinês. Quem fez isso não foi um grupo ligado a outra ideologia, mas a mesma do Mao Tsé-Tung, que entendeu o grande equívoco cometido pela equipe que governou aquele país.

O tempo nos dá a condição de entendermos melhor a história, que passou e pode ser analisada. Além de estudar Filosofia também, tenho pós-graduação em Sociologia. Eu falo isso porque alguém vai falar “O deputado está chutando as coisas.” Na política é muito comum ouvirmos chute de cá, chute de lá, e isso não ajuda  a formar a cabeça do povo. Uma sociedade se cria pelas crenças, normas e valores. Repito: crenças, normas e valores. O povo acredita numa coisa ou noutra, num líder, num pensamento, e quando não tem consciência geral das coisas ele passa a fazer parte de um grupo que é levado a equívocos gigantescos.

Hitler tinha problema mental - não sei qual, não tenho exatidão do problema que tinha: distúrbios e transtornos. Quando se fala em Psicologia não deve falar em doença mental, mas em distúrbios e transtornos. Ele tinha ali um grande comunicador: Joseph Goebbels, que levou o povo a um equívoco gigantesco. Um povo inteligente, bem preparado, um dos povos mais cultos daquela época, mas a propaganda de Hitler foi mais forte. E as pessoas acreditaram naquilo tudo. Milhões e milhões de judeus foram assassinados de forma cruel: crianças, idosos, não se perdoou ninguém. Em nome de uma ideologia, em nome de um pensamento, isso tudo aconteceu.

Se pegarmos um sociólogo francês contemporâneo, Edgar Morin, ele fala que se muda o patamar de uma nação de atrasada para desenvolvida, se tiver ética e cidadania na escola. Esse trabalho ele fez a convite da Unesco sobre a Educação do III milênio, ou seja, fez esse trabalho há cerca de 15 anos.

O que muda uma nação também é a televisão. A televisão levando ética, cidadania, informação adequada para o povo, vamos ter um povo capaz de decidir, de pensar. Um país com um povo desse tipo muda o seu patamar.

Eu li uma vez o livro de um sociólogo americano contemporâneo. Ele escreveu que uma nação onde o povo não tem educação adequada, não tem instrução adequada, não tem cidadania. Cada cidadão não respeita o direito dos semelhantes, polui e não sabe escolher seus representantes na política.

O texto dele é mais longo, estou resumindo. Fala: “Não podemos condenar esse povo. As pessoas erram, pensando estar fazendo correto. Em vez de condená-las, devemos levar luz a elas”. Luz! Quem estudou o iluminismo da França sabe muito bem que a luz é levar o conhecimento. Quando falamos aluno, temos um termo “a” que indica ligação. Aluno: aquele que não tem luz, que vai para a escola para buscar a luz, o conhecimento.

Esse sociólogo terminou, quando parecia que estava criticando de forma dura as pessoas, falando: “Não podemos criticar essas pessoas, devemos levar luz a elas”. Aí, de repente, vejo a Presidente Dilma cortando juros, falando que temos que diminuir impostos, falando do dólar. Quero dizer que passei a ver nela a vontade da dignidade de um povo que precisa de mudanças verdadeiras. Poucos políticos, que ocupam carreira tão elevada, têm a coragem para falar aos banqueiros o que ela falou. Ela falou das ações perversas dos banqueiros. Poucas pessoas têm essa coragem. Então, para mim, não importa o partido, seja ele qual for. Importa que temos políticos dignos em todos os partidos.

Em Ribeirão Preto, tivemos privatizações e não quero nem saber qual foi o partido que as promoveu. Sei que elas foram nocivas. Então, o que temos que colocar na cabeça do povo é a vontade da reflexão. Temos que ter um povo com a capacidade de pensar.

Emanuel Kant falou da maioridade do homem e não a maioridade com respeito ao tempo de vida. Não. Maioridade mental, psicológica porque, quando temos um povo com maioridade, temos uma nação desenvolvida porque temos um povo consciente.

Emanuel Kant nasceu em 1724 e morreu em 1804 - ele é bem antigo. Na medida em que tivermos um povo consciente, os políticos atuarão de forma diferente. Então, o problema não é um partido, nem outro partido. O problema que temos neste País é a falta de consciência do povo.

Com o povo consciente, não vamos ter um Congresso Nacional correndo para resolver o problema da internet porque uma atriz global apareceu pelada. Alterou o preço do dólar? Alterou a condição de vida do povo? Não. Ela se colocou pelada no computador para algumas pessoas verem e mais pessoas viram. Não se deve entrar na intimidade pessoal? Não. Mas será que temos problemas mais sérios? É uma questão de reflexão.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, de volta a esta tribuna agora pelo Art. 82 do Regimento Interno, pela liderança do PSOL, gostaria de dizer que protocolamos há alguns dias, no Ministério Público, uma representação para que o MP investigue com rigor o que vem acontecendo nas instâncias burocráticas do Estado, principalmente os órgãos, os departamentos da Secretaria Estadual de Educação. Refiro aqui às Diretorias de Ensino, também ao Departamento de Recursos Humanos da Secretaria da Educação, que é um órgão da Secretaria da Educação, e também a SPPrev, que cuida das aposentadorias de todos os servidores do nosso Estado.

Temos inúmeras reclamações que chegam ao nosso gabinete, às entidades representativas do magistério de que esses órgãos burocráticos têm causado não só transtornos, mas sérios prejuízos aos servidores. São órgãos que não estão aparelhados, que faltam funcionários em vários deles. São órgãos que não estão informatizados em plena era da informatização, da internet. Esses órgãos estão ainda vivendo na Idade Média da burocracia e, com isso, os nossos servidores estão pagando um preço altíssimo com atrasos nas documentações, nos processos. Por exemplo, no processo de readaptação, de licença médica, de aposentadoria, um pedido de uma certidão qualquer demora, às vezes, anos porque há uma grande incompetência na organização desses organismos de Estado, principalmente na área da Secretaria da Educação.

A situação é tão séria que temos mais de 4 mil processos parados, atrasados nesse departamento, que citei agora, que é o Departamento de Recursos Humanos. Temos vários professores, professoras e servidores da Educação que já deveriam estar aposentados e não conseguiram ainda porque os processos estão paralisados nessa burocracia. Então, os prejuízos, os transtornos são imensos para os nossos servidores, principalmente aos da Educação. É assim, também, com outras secretarias, estou pegando aqui um caso específico.

O fato é que a nossa representação, que foi protocolada no Ministério Público Estadual, tem objetivo central de que haja uma profunda investigação do MP nessa área, até porque aqui, pela Assembleia Legislativa, não conseguimos convocar os envolvidos porque a base de sustentação do governo obstrui os nossos requerimentos, pede vistas, esvazia as comissões para que as pessoas responsáveis por essas mazelas todas do funcionamento da máquina do Estado não sejam convocadas.

Estamos vivendo esse processo aqui, que é generalizado, não só em relação a essas pessoas que citei, como representantes desses órgãos, mas, também, com os da FDE. O presidente da FDE não veio aqui prestar esclarecimentos na Assembleia Legislativa sobre as graves denúncias de corrupção, fraudes e licitações. O requerimento já foi aprovado na Comissão de Fiscalização e Controle, mas até agora não foi marcada a data por conta desses expedientes organizados aqui pela base de sustentação do governo.

Queremos que o presidente da FDE venha aqui depor, explicar todas as denúncias que pairam sobre a FDE, que é uma fundação, autarquia da Secretaria da Educação responsável pela construção de escolas, reformas de escolas, compra de material. Temos inúmeras denúncias, sobretudo de superfaturamento de compras de materiais. No entanto, até agora o Presidente do FDE não veio prestar esclarecimentos, assim como estamos tentando convocar os presidentes do Metrô, da CPTM e do Dersa. Aqui na Assembleia Legislativa não há fiscalização dessas autarquias porque a base de sustentação do Governo tem obstruído e impedido essa fiscalização.

Era isso que eu tinha para frisar, Sr. Presidente, e exigir que o Governo faça uma ampla reforma desses departamentos - as Diretorias de Ensino, o DRHU, a SPPrev e o Departamento de Perícias Médicas - para que os processos andem.

Inclusive encaminhamos um projeto de lei, que tramita aqui na Assembleia Legislativa, que estabelece prazos para o trâmite dos processos e dos pedidos de nossos servidores. Atualmente não há prazo máximo ou mínimo, mas agora nós estabelecemos prazos para que os processos tramitem e que tenham respostas em cada órgão ou departamento para que os servidores não sejam penalizados por essa burocracia e incompetência do Governo Estadual. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. RAFAEL SILVA - PDT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas: Há alguns anos fui a São José do Rio Preto, quando eu era vereador na cidade de Ribeirão, para aprender sobre lotes urbanizados. Na época procurei um Secretário Municipal, um cidadão que ocupou muitos cargos importantes na administração de São José do Rio Preto, chamado Orlando Bolçone, que hoje é Deputado nesta Casa, para nosso orgulho, e aprendi muitas coisas com ele.

Então quero dizer que nós devemos viver apreendendo constantemente. O próprio Sócrates falava que o princípio da sabedoria é o reconhecimento da própria ignorância. Ele consultou vários sábios da época e falava: “Eu sei mais que os outros porque eles pensam que sabem e eu sei que nada sei. Pelo fato de saber que nada sei, sei alguma coisa mais que eles.”

De repente, viajo para uma região do mundo, em sonhos, e encontro um restaurante, mas encontro uma realidade: o garçom atende um cliente que mostra um macaquinho preso numa jaula. O garçom, com toda habilidade e com luva nas mãos, pega o macaquinho pela nuca, prende-o pelo pescoço em uma caixa com sistema de aquecimento deixando apenas a cabeça para fora. Essa caixa é aquecida e deixa o macaco em desespero. Com toda habilidade, o garçom com um facão tira um tampão da cabeça do macaco enquanto o rico cidadão, porque isso custa caro, come os miolos do macaco e acha que isso é fantástico. Para nós é uma barbaridade, mas para ele é normal.

Mais adiante, um sujeito escolhe uma cobra viva. Naquele dia escolheu uma cobra verde. O garçom pega essa cobra verde e leva para uma mesa chique, pois esses restaurantes são caríssimos. Em cima de uma tábua, eles cortam a cabeça da cobra que está tentando fugir e, espremem seu sangue em um copo com pouca água. Essa água fica com uma coloração rosada e eles bebem esse líquido, achando tudo isso um requinte. Enquanto aguarda a cobra ser preparada na cozinha, o camarada come escorpiões fritos.

Em outros lugares eles servem baratas ou ratazanas. Aquilo para eles é delicioso porque foi assim que suas cabeças foram preparadas. É uma questão cultural. Não se trata de cultura inferior ou superior, são culturas diferentes e não podemos discriminar essa cultura.

O povo brasileiro também acaba sendo levado a equívocos gigantescos porque foi preparado e condicionado a isso.

Quando tivermos discursos de políticos que façam o povo pensar ou quando a televisão for preparada para despertar a consciência do cidadão, teremos mudanças efetivas nas leis e no comportamento das autoridades.

Por exemplo, José Serra não é do meu partido, mas engajou uma luta contra o cigarro que em um primeiro momento trouxe desgastes e muitos criticaram, mas depois a grande maioria entendeu que foi uma boa medida. Para mim, não importa quem foram os políticos e os partidos, o mais importante é que foi uma medida acertada. Geraldo Alckmin também comete erros, mas em contrapartida produz muitos acertos. Repito: não importa o partido. A Dilma Rousseff está produzindo acertos que se transformarão em fatos históricos se ela conseguir levar adiante esse ideal, mas será que ela terá forças para isso?

Quero somente que os colegas entendam que até pouco tempo o Brasil pagava mais de 500 milhões por dia de juros da dívida pública, hoje deve pagar em torno de 450 milhões por dia, e a Presidenta Dilma, disse: “Chega, basta.” Ela teve uma atitude dura, que até me assustou. Mas se tivermos um povo mais consciente tenho certeza que ela terá forças para promover mudanças sérias. Assim como diante de uma consciência desenvolvida por parte do povo teremos governantes de todos os partidos agindo com mais responsabilidade.

Em minha opinião, José Serra e Geraldo Alckmin não são bandidos, são pessoas bem intencionadas. No mais, ou seja, os demais e não o restante, dependemos da consciência do povo que é quem determina realmente o destino de uma nação.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, peço a palavra para falar pelo Art. 82, pela vice-Liderança da Minoria.

 

O SR. PRESIDENTE - ORLANDO BOLÇONE - PSB - Tem V. Exa. a palavra para falar pelo Art. 82, pela vice- Liderança da Minoria.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente, telespectadores da TV Assembleia, no primeiro pronunciamento que fiz aqui hoje, falei sobre o apagão do metrô e da CPTM. Um verdadeiro caos que estamos vivendo que culminou com um grande acidente ontem ferindo mais de 50 pessoas na estação de metrô da Vila Carrão.

Isso é muito grave porque demonstra a falta de investimento e de modernização do metrô no Estado de São Paulo, sobretudo o processo de terceirização e privatização, que são as verdadeiras causas do que vem acontecendo hoje no Metrô e na CPTM.

Todas essas falhas, panes, superlotação mostram claramente a incompetência administrativa, o descaso com uma área tão estratégica hoje que é a mobilidade não só na Cidade de São Paulo, mas em toda a região metropolitana.

Gostaria de dizer ainda que um apagão também na área da Educação pública no Estado de São Paulo, aliás, temos vários apagões e um deles estamos percebendo agora através de várias reclamações, ou seja, o fim dos contratos de servidores que trabalham no Quadro de Apoio das escolas estaduais.

Recebemos denúncias de várias mães de alunos da Escola Estadual Érico de Abreu Sodré no nosso gabinete dizendo que vencido o contrato dos servidores contratados por um ano, agora não tem funcionário para a entrega da merenda na escola, com um agravante: esta Escola Érico de Abreu Sodré é uma escola de tempo integral. Ou seja, o aluno fica o dia todo na escola e não vai ter o que comer porque não tem quem faça a distribuição da merenda.

O Estado insiste em terceirizar, em fazer contratos precários, ou seja, em precarizar a contratação dos trabalhadores da Educação ao invés de realizar concurso público de provas e títulos e efetivar funcionários oferecendo uma carreira digna, uma carreira atraente para todos os servidores da Educação - professores, Quadro de Apoio, gestores. Aí temos um grande prejuízo para os nossos alunos e todas as famílias. Por isso defendemos o ingresso na área da Educação através de concurso público de provas e títulos, que é o instrumento que temos para estabilizar um pouco mais o funcionamento da Educação estadual.

Falei de Educação integral. O projeto que temos funcionando hoje de tempo integral na área do Ensino Fundamental é um projeto manco, extremamente deficitário e precarizado porque faltam funcionários, faltam professores. As escolas estão descobertas, não têm inspetores de alunos para acompanhar o aluno durante todo o dia. Não basta matricular o aluno numa escola de tempo integral e deixá-lo sem atividade, aliás, em muitas escolas temos reclamações de que faltam funcionários e infraestrutura para acomodar esses alunos. E agora o Governador do Estado apresenta este projeto de escola em tempo integral também na área do Ensino Médio, causando uma verdadeira confusão na rede porque as escolas que irão sediar este projeto estão sendo desmontadas.

Temos escolas históricas de Ensino Médio, não de tempo integral, que têm projeto pedagógico, que tem um grupo estável de professores. Agora esses grupos serão dispersados pelo projeto do Governo. Esses professores serão, na verdade, transferidos para outras escolas e o projeto desmontado. No lugar vem um projeto de cima para baixo, muitas vezes sem o consentimento, sem o apoio da comunidade escolar, dos pais, dos alunos e professores. Se no Ensino Fundamental esse projeto não funciona, falta infraestrutura, faltam funcionários e professores, no Ensino Médio será a mesma coisa. Será um projeto para inglês ver - temos no Estado de São Paulo 200 escolas de tempo integral também na área do Ensino Médio.

Queremos infraestrutura para escolas estaduais. Não podemos mais conviver com escolas superlotadas, com escolas de lata, com escolas sem quadras. É inconcebível que isto esteja acontecendo na Rede Estadual de Ensino, na rede que tem o maior orçamento do Brasil mas não recebe investimento e gestão adequada.

Estamos preocupados com o que vem acontecendo nesse processo de implantação da escola de tempo integral do Ensino Médio. Tudo indica que haverá a reprodução das mesmas mazelas, das mesmas falhas já existentes na escola de tempo integral na área do Ensino Fundamental. Exigimos que o Governo faça uma revisão desse projeto e consulte os professores, o conselho de cada escola onde o projeto vai ser implantado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, havendo acordo entre as lideranças, solicitamos o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - ORLANDO BOLÇONE - PSB - O pedido de V. Exa. é regimental, antes, porém, de levantar os trabalhos por acordo de lideranças, a Presidência convoca V. Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia, lembrando-os ainda da Sessão Extraordinária a realizar-se hoje, às 19 horas, e da Sessão Solene a realizar-se amanhã, às 10 horas, com a finalidade de homenagear o Dia Estadual do Trabalhador da Saúde solicitada pelo nobre Deputado Rafael Silva.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 26 minutos.

 

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