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18 DE MAIO DE 2012

062ª SESSÃO ORDINÁRIA

 

Presidentes: JOOJI HATO e CARLOS GIANNAZI

 

Secretário: CARLOS GIANNAZI

 

RESUMO

PEQUENO EXPEDIENTE

001 - JOOJI HATO

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

002 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

 

003 - JOOJI HATO

Cita dados da Organização Mundial de Saúde, com levantamento da média mundial de gastos com a saúde. Considera insuficientes os investimentos em saúde no Brasil, abaixo da média mundial. Ressalta que o investimento do Governo por habitante triplicou nos últimos anos. Diz que o atendimento da saúde é primário, com falta de médicos e qualidade comprometida. Informa que, de acordo com a Constituição Federal, o SUS prevê atendimento gratuito integral a todos os brasileiros, o que, segundo o Deputado, não ocorre. Discorre sobre a violência, que provoca altos gastos do SUS, recursos que poderiam ser investidos na saúde.

 

004 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

005 - CARLOS GIANNAZI

Comenta reunião, realizada ontem à noite, na região do bairro Jardim Primavera, Zona Sul, com presença de moradores, comerciantes e representantes da Polícia Militar, para discutir o tema da Segurança Pública. Afirma que esta região sofre uma "epidemia" de violência e assaltos diários a casas e ao comércio. Ressalta que o Batalhão da Polícia Militar não consegue suprir a necessidade de policiamento da região, devido à falta de profissionais. Critica a falta de contratação de policiais e a realização de concursos pelo Governo Estadual. Exige providências imediatas quanto ao tema. Diz que, de acordo com a Constituição Federal, a população tem direito à Segurança Pública. Parabeniza o 27º Comando da Polícia Militar. Pede que seja ativada a Polícia Civil para ajudar o combate ao crime.

 

006 - CARLOS GIANNAZI

Discorre sobre a expansão da escola de tempo integral para o ensino médio. Afirma que o projeto, já em execução no ensino fundamental, não funciona de maneira adequada. Ressalta que as escolas não possuem infraestrutura para o atendimento correto dos alunos, com falta de professores e funcionários. Destaca a falta de merenda escolar e de investimentos nas escolas, além da ausência do segundo professor na sala de aula. Critica a forma de ampliação deste modelo no Estado, que de acordo com o Deputado, é feita de forma autoritária. Informa que, quando a escola adere a este programa, há um desmonte do projeto pedagógico, com a transferência dos atuais professores para outras escolas. Combate as condições de trabalho precárias, a falta de plano de carreira e os baixos salários da categoria.

 

007 - SIMÃO PEDRO

Discorre sobre os problemas do metrô em São Paulo. Afirma que o papel dos Deputados é fiscalizar o Poder Executivo, com apontamento de falhas e erros administrativos. Ressalta que, com a falta de providências do Governo, deve-se acionar o Ministério Público. Critica a dificuldade de aprovação dos requerimentos para convocação dos responsáveis pelos problemas do transporte público. Diz que notícias sobre o metrô e a CPTM estão diariamente nos jornais. Cita linha, paralisada aos domingos, para realização de melhorias. Destaca a presença do Secretário da Educação nesta Casa, na próxima semana, para discussão de assuntos de sua pasta.

 

008 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

 

009 - JOOJI HATO

Menciona o início da campanha de vacinação contra a raiva animal, a ser realizada entre os dias 21 de maio e três de junho. Ressalta que haverá 17 postos fixos e 2064 postos móveis espalhados pela cidade. Informa que a meta da Prefeitura é vacinar um milhão de animais em 2012. Lembra a suspensão da vacinação de cães e gatos em 2010, pelo Ministério da Saúde, devido a mortes de animais após a vacinação. Afirma que a morte por hidrofobia, ou raiva, no ser humano provoca muito sofrimento. Faz coro ao discurso do Deputado Carlos Giannazi sobre a segurança. Esclarece que a segurança é fundamental e a violência usa recursos do SUS, que poderiam ser destinados para a educação e outras áreas necessárias. Menciona caso de cachorro poodle, baleado no Tatuapé.

 

010 - JOOJI HATO

Assume a Presidência.

 

011 - CARLOS GIANNAZI

Faz coro ao discurso do Deputado Simão Pedro, que discorreu sobre o recente acidente no metrô na Vila Carrão. Afirma que este acidente teve repercussão internacional, pois esta linha transportará os torcedores da Copa do Mundo para o Estádio de Itaquera. Informa que a função do Poder Legislativo é fiscalizar o Poder Executivo. Ressalta que o Diretório Municipal do PSOL, uma semana antes deste acidente, realizou uma manifestação contra o "apagão" no transporte público de São Paulo. Destaca a falta investimento e modernização no Metrô, além da terceirização de serviços. Critica a falta de investimentos de 208 milhões de reais nesta linha na qual houve o acidente. Diz que deve protocolar requerimento de convocação na Comissão de Transportes, com depoimentos do Secretário de Transportes Jurandir Fernandes, Presidente do Metrô e Presidente da CPTM para explicação dos planos de investimento e modernização. Combate a obstrução de votações pela bancada do PSDB, impedindo a instalação de CPIs na Casa.

 

012 - OLÍMPIO GOMES

Pelo art. 82, recorda seus pronunciamentos em defesa de ações policiais no Estado. Mostra-se insatisfeito com o posicionamento da Defensoria Pública Estadual, que defende o direito dos dependentes químicos. Lamenta a postura, argumentando que tal medida viria a dificultar a abordagem do traficante pela Polícia Militar. Critica a decisão da Secretaria de Segurança do Estado, que concedeu viatura permanente à Defensoria Pública, situada no bairro da Liberdade. Posiciona-se contra a utilização de recursos da Segurança Pública para esse fim.

 

013 - OLÍMPIO GOMES

Solicita o levantamento da sessão, com assentimento das lideranças.

 

014 - Presidente JOOJI HATO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 21/05, à hora regimental, sem ordem do dia. Lembra a realização das seguintes sessões solenes: hoje, às 20 horas, para "Homenagear a Igreja Evangélica Canaã"; e 21/05, às 10 horas, para comemorar o "Dia Estadual da Prevenção do Câncer de Mama". Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Havendo número legal, declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Com base nos termos da XIV Consolidação do Regimento Interno, e com a aquiescência dos líderes de bancadas presentes em plenário, está dispensada a leitura da Ata.

Convido o Sr. Deputado Carlos Giannazi para, como 1º Secretário “ad hoc”, proceder à leitura da matéria do Expediente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Procede à leitura da matéria do Expediente, publicada separadamente da sessão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o primeiro orador inscrito, nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Welson Gasparini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Geraldo Vinholi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Cauê Macris. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Antonio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Vinícius Camarinha. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edinho Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Salim Curiati. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Paulo Rillo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Orlando Bolçone. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Cardoso Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Antonio Mentor. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Martins. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alencar Santana Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marcos Neves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adilson Rossi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Gerson Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado José Zico Prado. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Hamilton Pereira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Marco Aurélio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.)

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra a nobre Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, Deputado Carlos Giannazi, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários desta Casa e telespectadores da TV Alesp, venho a esta tribuna no dia de hoje, trazer alguns dados da Organização Mundial da Saúde, que nos induzem a uma grande reflexão. Existem protestos contra a falta de recursos, mas a OMS fez um levantamento e apontou que a média mundial dos países referente aos gastos com saúde é de ordem de 14,3% a quinze por cento.

O levantamento aponta ainda que no Brasil a média dos investimentos em Saúde Pública é de apenas 5,9%, não alcançando nem seis por cento. A média em outros países chega a quase 15% e nós não alcançamos nem 6% de investimentos, bem abaixo da média mundial, embora os investimentos do governo por habitante praticamente triplicaram nos últimos 10 anos, passando de cento e sete dólares, aproximadamente duzentos e quatorze reais na conversão atual, para trezentos e vinte dólares, cerca de seiscentos e quarenta reais. Assim, em 2000, tínhamos um investimento na área da saúde de US$ 107,00 por habitante para US$ 320,00, ou seja, de R$ 214,00 para R$ 640,00 num período de 9 anos, triplicando esse investimento per capita do povo brasileiro.

A pesquisa diz que no Brasil não há falta de médicos, mas isto não significa que o País não enfrente a falta desses profissionais em algumas unidades de saúde, principalmente nas periferias de São Paulo e outras cidades do interior. Os médicos preferem atender nas capitais ou em grandes municípios, provocando problemas quanto à distribuição desses profissionais entre a população.

No ano de 2000, o Governo brasileiro destinava 4,1% de seu orçamento para a saúde. Após 10 anos, a taxa subiu para 5,9 por cento.

O Brasil é uma das 30 nações onde a população paga do próprio bolso mais de 50% dos gastos com a saúde.

Os baixos recursos, aliados à má gestão e aos vários casos de corrupção, tornam o atendimento à saúde um verdadeiro caos. Em vários municípios pequenos, o atendimento primário encontra-se sucateado e com a sua qualidade comprometida.

Agora o mais contraditório de tudo isto é que o Brasil tem, em sua Constituição Federal, um dos melhores sistemas de saúde do mundo, que é o SUS, que prevê atendimento gratuito integral à saúde a todos os brasileiros.

Nos Estados Unidos, por exemplo, não é assim. Lá o governo garante o atendimento gratuito apenas para aqueles que precisam, aqueles que não têm condições de pagar. Mas pelo menos, estes são realmente atendidos.

Aqui, o SUS prevê o atendimento a todos e acaba não atendendo direito ninguém. E acaba que grande parte da população paga pelo atendimento à saúde, mesmo tendo direito constitucional a ele.

Então, a Constituição, na área da Saúde, vira peça de ficção, e a população fica exposta a um atendimento extremamente deficitário.

O governo investe pouco. O SUS paga pouco e utiliza tabelas defasadas. Os planos de saúde cobram caro, oferecem um serviço deficitário e remuneram mal os médicos e demais profissionais da saúde. Os profissionais que fazem atendimento particular cobram preços absurdos em suas consultas. Tem médico que cobra mais de mil reais por uma consulta. Este quadro mostra as cores do cenário da saúde brasileira. Isso leva ao sucateamento da saúde e as santas casas falidas. Vemos praticamente em todo nosso País essa grande dificuldade na saúde.

Precisamos mudar tudo isso. Mas se conseguirmos controlar um pouco a violência que gasta recursos enormes do SUS, creio que podemos melhorar um pouco o atendimento médico-hospitalar não usando leitos de pronto-socorros, leitos de UTIs. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado José Bittencourt. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado João Caramez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Luiz Carlos Gondim. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público aqui presente, telespectadores da TV Assembleia que nos assistem do interior paulista, aqui da Grande São Paulo e da Baixada Santista, gostaria aqui de dizer que eu estive ontem, à noite, numa grande reunião na região do Jardim Primavera, bairro localizado na região de Interlagos, região da Cidade Dutra, zona sul de São Paulo, com vários moradores, comerciantes e com um representante do 27º Batalhão da Polícia Militar, batalhão inserido na 3ª Companhia também da Polícia Militar, discutindo o tema da Segurança Pública porque na região dos bairros Jardim Primavera, Jardim República, Jardim Império, Jardim São Benedito, Jardim Lallo, Jardim Colonial, Jardim Ana Lúcia, Jardim Satélite e outros, estamos vivendo uma grande epidemia de violência com assaltos diários.

Algo assustador está acontecendo nessa região. Tivemos vários depoimentos tenebrosos sobre o que vem acontecendo, em relação aos assaltos e também no comércio local. A população está em pânico, com medo de sair nas ruas e muitos estão com síndrome do pânico causada por essa situação.

Na semana passada estive pessoalmente nesse batalhão, conversando com o Comandante da região, pedindo uma intervenção cirúrgica no bairro Jardim Primavera e região para resolver essa situação gravíssima da violência.

Tivemos acesso a uma situação que mostra a falência da Segurança Pública no Estado de São Paulo, porque nesse 27º Batalhão tem uma espécie de módulo para 97 policiais, mas temos apenas 54 na ativa, ou seja, temos um módulo funcionando quase pela metade. O principal motivo, alegado pelo batalhão, do não policiamento, é porque é uma região muito grande e esse batalhão não consegue dar conta do policiamento e do combate ao crime.

Estamos com uma falta de quase metade do módulo de policiais. O Governo do Estado não está contratando, não está realizando concurso público, não está investindo na contratação de policiais militares para combater o crime e os assaltos.

A população está praticamente abandonada naquela região e em várias outras regiões porque denúncias como esta que estou citando, nós recebemos aos milhares aqui nos gabinetes dos Deputados da Assembleia, na Comissão de Segurança Pública.

Estou me referindo a um caso específico, Sr. Presidente, mas naquela região tem um agravante ainda pior, lá existem duas bases móveis da Polícia Militar que estão paradas por falta de policiais para ficarem nessas bases. Então temos esses equipamentos que poderiam estar nas ruas, fortalecendo e ajudando no combate ao crime, mas estão paralisadas, encostada porque existe a omissão, existe uma irresponsabilidade do Governo Estadual que não contrata os policiais para trabalharem nos batalhões.

De 97 policiais que seria o módulo, temos apenas 54, Sr. Presidente. Isso é gravíssimo e nós aqui, exigimos que a Secretaria de Segurança Pública tome providências imediatas enviando os policiais que faltam para o 27º Batalhão da 3ª Companhia da Polícia Militar, aqui da Capital, e que haja uma profunda investigação sobre tantos assaltos que vem ocorrendo naquela região.

A população não pode também ficar refém desse tipo de criminalidade e a Polícia também não pode ficar refém da falta de estrutura material e humana, como essa que vem acontecendo no 27º Batalhão da Polícia Militar.

Eu recebo denúncias sistemáticas de outros batalhões que estão na mesma situação, mas me parece que este do 27º é um dos mais graves. Quase metade do módulo tem essa defasagem. É muito grave.

A população tem direito à Segurança Pública, a população paga seus impostos e a Constituição Federal garante que o Governo ofereça Segurança Pública. É obrigação do Estado investir nessa área. Há duas bases móveis que estão paradas porque faltam policiais. O Estado está sedo omisso, irresponsável e leviano com a Segurança Pública principalmente nessa região e neste 27º Batalhão.

Apesar de todo o empenho do comando - e aqui parabenizamos o trabalho do 27° Comando da 3ª Companhia - a solução não depende mais deles, depende da infraestrutura que o Governo Estadual tem de prover.

Nesse sentido, gostaria que providências fossem tomadas imediatamente em relação a esta denúncia.

Que haja um policiamento efetivo e uma intervenção cirúrgica da Secretaria da Segurança Pública ativando na região a Polícia Civil para que ela também entre no combate ao crime na região do Jardim Primavera.

Para garantir isso gostaria que cópia deste meu pronunciamento fosse encaminhada ao Governador Geraldo Alckmin, ao Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo e ao comandante-geral da Polícia Militar.

Se providências não forem tomadas, se não houver qualquer tipo de intervenção nós vamos acionar o Ministério Público Estadual. Estou falando em nome de toda a população da região como porta-voz, como representante.

Se nada for feito vamos acionar o Ministério Público Estadual denunciando a omissão do Governo, a omissão da Secretaria de Segurança Pública por prevaricação. Vamos pedir uma investigação rigorosa para saber por que o Estado está se omitindo no dever de garantir Segurança Pública naquela região.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - O pedido de V. Exa. é regimental. Esta Presidência solicita o encaminhamento do pronunciamento do nobre Deputado Carlos Giannazi aos órgãos competentes.

Tem a palavra a nobre Deputada Regina Gonçalves. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Fernando Capez. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Roberto Massafera. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Milton Leite Filho. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Samuel Moreira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Alex Manente. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Pedro Bigardi. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Donisete Braga. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Afonso Lobato. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Ed Thomas. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.)

Esgotada a lista de oradores inscritos para falar no Pequeno Expediente vamos passar à Lista Suplementar.

Tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, volto à tribuna para continuar denunciando a Secretaria da Educação, que vem implantando um projeto marqueteiro, um projeto que já mostrou que não funciona. Já temos uma experiência muito malsucedida na área do Ensino Fundamental que agora está sendo ampliada para o Ensino Médio.

Refiro-me à implantação da escola de tempo integral. É um projeto importante, para algumas regiões até defendemos, mas o Governo Estadual já implantou a Educação de tempo integral na área do Ensino Fundamental e não vem funcionando. A situação é tão séria que em algumas regiões do Interior do Estado o próprio Ministério Público Estadual já entrou com ação civil pública para apurar, inclusive pedindo a suspensão do projeto porque nessas escolas não há infraestrutura para atender corretamente os alunos. A escola de tempo integral hoje no Estado de São Paulo na prática transformou-se num verdadeiro depósito de crianças. A criança entra às sete horas da manhã e sai às quatro, cinco horas da tarde.

Então se na parte da manhã ela tem as aulas das disciplinas que compõe a grade curricular, na parte da tarde, Sr. Presidente, essas crianças não têm atividade, ou são distribuídas em outras salas, porque temos a falta de contratação de funcionários, de professores, tanto do quadro de apoio das escolas, como também de professores para continuar com as outras atividades.

Sr. Presidente, temos ainda um caso seriíssimo que estamos vivendo agora por conta da falta de funcionários devido ao processo de contratação precária, onde muita escolas não estão mais conseguindo oferecer a merenda escolar, o almoço para esses alunos. Então, o projeto está se tornando verdadeiro fiasco na rede estadual por falta de investimento.

O Governo fala que agora tem escola integral, agora tem dois professores por sala de aula, antes na tinha agora tem. Mas na verdade continua não tendo, é uma farsa. Não existe a figura do segundo professor por sala de aula. O que temos é um estagiário que faz um curso de pedagogia, de letras e que faz estágio. Então, ele é um estagiário, não um segundo professor por sala. Na prática isso não existe.

Então, a escola de tempo integral na área de ensino fundamental já se tornou um verdadeiro fracasso no Estado de São Paulo.

Agora o Governador Geraldo Alckmin está ampliando esse modelo de organização escolar para o ensino médio. E está implantando isso de forma totalmente autoritária, através de uma lei que foi aprovada aqui - eu votei contra, Sr. Presidente. Acho que o único Deputado que votou contra fui eu. Fui criticado aqui pelos colegas dizendo que eu era contra a escola de tempo integral. Mas quando li o projeto achei um absurdo. Primeiro que o projeto impõe na prática, embora haja um dispositivo no projeto onde diz que haverá consulta ao conselho de escola isso não vem acontecendo. Os conselhos das escolas estaduais estão sendo manipulados e manobrados por ordem das diretorias de ensino. Estamos recebendo muitas denúncias aqui a esse respeito.

Sr. Presidente, esta é mais uma denuncia que recebo - não estou falando no vazio. A Escola Estadual Nilton Câmara Leal, uma escola do Município de Taubaté foi obrigada a aderir a esse projeto. E quando ela adere ao projeto, a escola é extinta. A escola que existia com aquele quadro de professores é extinto, Sr. Presidente. Os professores são transferidos para outra escola, ficam adidos, ficam encostados numa diretoria de ensino, ou numa outra escola, muitas vezes distante da sua própria cidade, da sua região, do seu bairro. Há um desmonte do projeto pedagógico daquela escola que funcionava e é implantada uma nova escola, sendo que os novos professores são nomeados. São, praticamente, cargos de confiança. Não há estabilidade alguma. São indicações quase que políticas do diretor, ou da diretoria de ensino; é um absurdo!

É um desmonte das escolas que já estão funcionando. Temos muitas escolas no ensino médio que tem projeto pedagógico, que te um grupo estável de docentes que funciona muito bem e comunidades que não querem a escola de tempo integral.

Então, não há discussão para valer com os conselhos de escola. A comunidade que vai optar se quer ou não, mas há uma indução Há um processo de autoritarismo que é implantado na rede onde as diretoras são obrigadas a atropelar, a passar o rolo compressor em cima dos conselhos para que eles aprovem essa medida que muitas vezes não é uma medida solicitada, reivindicada pela sociedade escolar. É isso que vem acontecendo.

Sr. Presidente, quero continuar cobrando que a Secretaria Estadual de Educação ao menos respeite a decisão democrática de cada comunidade e não atropele, não ameace os professores, e cometa mais um crime contra a Educação apenas para dizer que implantou a escola de tempo integral também na área do ensino médio.

Se for aos moldes do que vem acontecendo na escola de tempo integral no ensino fundamental o projeto já nasce fracassado. E já nasce com todos esses vícios de autoritarismo, de desmonte de experiências bem sucedidas em várias escolas.

Nós aqui estamos recebendo no nosso gabinete várias reclamações. Estou indo em algumas escolas, estou conversando com os pais, com os alunos, com os professores e com os próprios diretores, que se dizem assediados e pressionados a implantar a escola, mesmo contra a vontade da comunidade. Isso é grave, Sr. Presidente, porque prejudica a comunidade escolar, os alunos e também os nossos professores, que são transferidos praticamente compulsoriamente para outras escolas, e muitos ficarão adidos, encostados, quando temos uma falta enorme de professores hoje na rede estadual.

Temos aqui na Capital, segundo pesquisa feita pela "Folha de S.Paulo", falta de professores em 32% das escolas estaduais, porque os professores estão pedindo exoneração do cargo, os que passam nos pouquíssimos concursos realizados não estão assumindo porque os salários são baixíssimos, aviltantes, as condições de trabalho são extremamente precárias. Não conseguimos atrair novos professores para a rede estadual de ensino. Não há ao menos um plano de carreira, de fato, na rede estadual. O único que existia foi destruído pela reforma que houve na gestão da ex-Secretária Rose Neubauer, em 1997. O PSDB conseguiu destruir um plano de carreira que existia desde 1985, que era a famosa Lei 444, ainda na época do Governo Montoro, um plano que não era o melhor dos mundos, mas era interessante. O PSDB veio e liquidou com esse Estatuto do Magistério, com esse plano de carreira, e hoje estamos à deriva também nessa área. Por isso que a Educação está um verdadeiro fracasso no Estado de São Paulo, por falta de investimento e por conta desses programas marqueteiros que não funcionam na prática. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Tem a palavra o nobre Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Celso Giglio. (Pausa.) Tem a palavra a nobre Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Edson Ferrarini. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Samuel Moreira. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Olímpio Gomes. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Dilmo dos Santos. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Adriano Diogo. (Pausa.) Tem a palavra o nobre Deputado Simão Pedro.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Presidente Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, novamente venho à tribuna para falar sobre a situação do Metrô, não porque, como diz o Governador, talvez por ter ficado nervoso com a repercussão do caso, disse que o PT quer tirar casquinha do acidente.

Ontem, nesta mesma tribuna, rebati discursos do presidente estadual do PSDB, Pedro Tobias, dizendo que o PT não foi solidário com as famílias, só critica. Eu tinha dito, e falo agora em função dessa frase do Governador, estampada hoje nos jornais, que o papel dos deputados da oposição, principalmente, é fiscalizar o Governo, é apontar as falhas, onde está errado, onde falta investimento, sucateamento, erros administrativos, desacertos. Esse é o papel da Assembleia Legislativa, fiscalizar o Executivo, ver se está cumprindo a lei, se está gastando os recursos que a Assembleia disponibilizou no Orçamento, ouvir especialistas e apontar se houve falhas. Esse é o nosso papel. E quando o Governo não toma providência, temos que ir ao Ministério Público.

Por exemplo, a Bancada do PT, corretamente, já que não consegue abrir aqui uma CPI para investigar mais profundamente problemas da administração estadual, às vezes não consegue nem aprovar um requerimento para convocar um Secretário ou o presidente de uma empresa para vir aqui prestar esclarecimentos que não fazem corretamente na imprensa, não dão satisfação. Nós não conseguimos; e temos que ir ao Ministério Público quando há indícios de irregularidades, de malversação de dinheiro público, de crime.

O caso da CPTM e do Metrô é quase a mesma coisa hoje, são duas empresas que cuidam do transporte metropolitano, e que são subordinadas à Secretaria de Transportes Metropolitanos. É de conhecimento, porque está todos os dias nos jornais: mais de 100 panes, falhas, paralisações, a ponto de numa das linhas da CPTM o Governo ter que paralisar o tráfego dos trens aos domingos, para tentar sanar os problemas.

É paralisação, é pane. E, graças a Deus e graças ao maquinista que teve uma competência muito grande, não aconteceu uma tragédia de grande proporção, por uma falha no sistema. O sistema pode estar sobrecarregado, pode ter sido feito de forma malfeita.

Portanto, o Governo não tem que vir criticar a oposição, falar que estamos querendo tirar proveito. Não é verdade. Ele tem que explicar o que aconteceu e o que está sendo feito para corrigir. Tem que dar segurança para a população. Nos depoimentos que ouvi nos telejornais, as pessoas dizem que não têm jeito, que têm que usar o metrô, mas que usam hoje com uma certa insegurança, com um certo medo.

O metrô sempre foi um serviço de excelência, um serviço público cujo padrão todos elogiam, em comparação inclusive com outros países. O que está havendo é um sucateamento, problemas atrás de problemas.

Voltarei a esta tribuna na semana que vem para falar sobre os processos de reforma dos 98 trens da Linha 1 e 3, que têm muitos problemas, na forma como foi feita a licitação, a contratação dos serviços.

O Governo não tem que ficar jogando cortina de fumaça, tentando dividir a opinião pública. Tem que explicar, porque foi eleito para tomar providências, tomar decisões e cuidar do bem público: aplicar bem e implementar políticas para resolver as graves demandas do nosso povo, por exemplo, na Saúde, que precisa melhorar muito, e também na Educação. O Deputado Giannazi estava aqui dizendo, com muita competência, dos problemas da Educação. Na semana que vem o Secretário da Educação estará aqui para falar sobre a sua Pasta, que é uma outra com vários problemas.

Mas o metrô está no cotidiano das pessoas. Milhões de pessoas usam diariamente, e sentem na pele o problema da lotação, das paralisações, os problemas, as panes. Isso causa sensibilidade muito grande, na região metropolitana de São Paulo, onde está metade da população do Estado, e na Capital, onde mora um quarto da população do Estado.

O Governo não tem que ficar jogando fumaça para tentar distrair a população, a respeito de quem é responsável pelos problemas. Tem que exigir do seu Secretário, do Presidente do Metrô, explicações corretas. Que tragam informações para a população voltar a ter segurança, e não sofrer mais do que já está sofrendo com a incompetência e os erros dessa administração estadual. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Tem a palavra o nobre Deputado Jooji Hato.

 

O SR. JOOJI HATO - PMDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectadores da TV Assembleia, faço um comunicado à população de São Paulo, principalmente àqueles que têm animais domésticos:

“A cidade de São Paulo volta a participar da campanha de vacinação contra a raiva animal depois de dois anos suspensa. A capital terá 17 postos fixos e 2064 postos móveis de vacinação gratuita. Quem quiser vacinar seu cão ou gato deve procurar os postos entre os dias 21 de maio e 3 de junho.

Cachorros devem ser levados com coleira e gatos devem estar em suas caixas, preferencialmente. Os postos vão funcionar das 9h às 17h.

A meta da Prefeitura de São Paulo é vacinar 1 milhão de animais em 2012. A campanha será realizada pelo Centro de Controle de Zoonoses em conjunto com as 25 supervisões de Vigilância em Saúde da cidade, seguindo as regras da campanha nacional do Ministério da Saúde. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 156.

Em outubro de 2010, o Ministério da Saúde determinou que fosse suspensa em todo o país a vacinação de cães e gatos contra a raiva. A análise parcial de exames feitos pelo Ministério da Agricultura indicou a ocorrência de efeitos graves e mortes de animais após a vacinação.

Segundo o ministério, as secretarias estaduais de Saúde notificaram, na época, 1401 ocorrências graves, envolvendo animais que tomaram a vacina, com registro de 217 mortes de cães e gatos.

O ministério disse que foram constatados efeitos, após a aplicação da vacina em animais, de “hemorragia, dificuldade de locomoção, hipersensibilidade de contato e intensa prostração”.

Esperamos que essa vacina seja de boa qualidade, que não tenha esses efeitos colaterais e que possamos vacinar os nossos animais. Como médico, quero dizer aos telespectadores que a hidrofobia, a raiva no ser humano é a pior doença que se possa imaginar. Acredito que a morte causada por esta doença é algo que ninguém deseja ver, nem o médico, pois é horrível. Quem morre por causa da hidrofobia sofre muito. Não desejo isso para o meu pior inimigo, pois é uma das piores cenas de morte que se possa imaginar.

Devemos então cuidar dos nossos gatos e cães para que ninguém tenha de passar por isso. Lembro-me quando ainda estudante, no Hospital Emílio Ribas. Lá assisti à cena dramática de um paciente morrendo por causa da raiva. É algo que nunca vamos nos esquecer. Vi muitas coisas violentas, mas nada como essa cena.

Quero dizer ao nobre Deputado Carlos Giannazi que, há pouco, assomando esta tribuna, discorreu sobre a sua preocupação em relação à violência. O que adianta termos grandes hospitais, melhores UTIs, pronto-socorros, equipamentos, melhores escolas, nossos bens e o nosso trabalho se não temos segurança? Segurança dá o direito de ir e vir, qualidade de vida, o direito de qualquer cidadão poder respirar, ter o seu coração batendo todos os dias para trabalhar, amar e ser amado. A segurança é fundamental, mas não a temos, infelizmente. A violência consome e corrói os recursos do SUS que poderiam ser drenados para a Educação, por isso paga-se mal os professores e policiais.

Parece-me que diante dessa violência exacerbada o Prefeito, o Governador e o Presidente da República deveriam aumentar os contingentes da Aeronáutica, do Exército, da Polícia Federal, da Polícia Militar, da Polícia Civil e construir mais batalhões, mais quartéis, para abrigar esses servidores. Mas aonde vão obter os recursos para sustentar tal solução? Infelizmente a violência consome tudo. Diante disso, eles começam a pagar mal os servidores da Saúde, da Educação e da Segurança.

Acredito que as medidas resolutivas mais apropriadas seriam investir na Educação, na Cultura, no Esporte e na Religião incentivando as instruções religiosas e realizar o toque de acolher como fez o juiz de Fernandópolis, Evandro Pelarin, aos adolescentes que estão pelas ruas do nosso País se drogando em lugares de alto risco. Que futuro eles terão? Qual o futuro que o País terá se não cuidarmos dele? A prevenção também assume papel importante, pois através dela encaminharemos os nossos jovens para um bom caminho para que futuramente não se tornem marginais, vítimas do tráfico ou da violência.

Se obtivermos a segurança necessária certamente economizaremos mais recursos e não precisaremos contratar tantos servidores da área da segurança e nem investir tanto em construções para abrigá-los.

A vida é um bem maior. Ela é sagrada. Infelizmente, a cidade de São Paulo não a trata assim.

Por último e não menos importante, homenageio uma cadelinha da raça “poodle” que foi baleada em um tiroteio entre policiais e marginais no Tatuapé, bairro localizado no coração da maior cidade do Hemisfério Sul, na capital do Estado mais forte da Federação, São Paulo. Felizmente a cadelinha provida de sorte foi operada e passa bem.

Homenageio a cadelinha baleada e todos os animais que nos ajudam a criar nossos filhos. Espero que toda a população, principalmente as pessoas que têm animais domésticos em casa tenha o carinho de levá-los para a vacinação, pois é extremamente importante cuidar dos nossos animais. Muito obrigado.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Jooji Hato.

 

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O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - Srs. Deputados e Sras. Deputadas, tem a palavra o nobre Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, Deputado Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa e telespectadores da TV Alesp, gostaria de me filiar e associar ao que disse há alguns minutos o Deputado Simão Pedro, respondendo a uma crítica do Governador Geraldo Alckmin, sobre a oposição da Assembleia Legislativa que fez denúncias públicas em relação ao acidente que ocorreu nesta semana na estação de metrô Vila Carrão e que teve, inclusive uma repercussão internacional por ter ocorrido em uma linha de metrô que transportará os torcedores da Copa do Mundo, em 2014, até o estádio de Itaquera. Por isso que a repercussão também desse acidente é internacional. É grave a situação.

Como disse o Deputado Simão Pedro, a nossa função aqui é fiscalizar. O deputado é eleito para legislar, para representar a população e também para fiscalizar o Poder Executivo. Esta a função, a prerrogativa importante constitucional. Estamos no nosso dever dentro das nossas prerrogativas.

Em relação ao PSOL - é bom que o telespectador, o próprio Governador José Serra saibam disso -, há muito tempo estamos criticando e cobrando o investimento no transporte sobre trilhos no Estado de São Paulo, tanto no metrô como nos trens da CPTM, desde quando chegamos aqui, nesta Casa. Desde o nosso primeiro mandato, em 2007, estamos sistematicamente cobrando.

Uma semana antes desse acidente, nós, do PSOL e o Diretório Municipal do PSOL, estávamos lá na Av. Paulista, na Estação Consolação. Fizemos lá uma grande manifestação exatamente contra o apagão no transporte do Estado de São Paulo, no metrô e na CPTM. Fizemos um ato já denunciando antes do acidente porque temos um histórico de acidentes, de panes, de atrasos.

Enfim, todos estão acompanhando. Até digo que antes não aconteciam e agora acontecem acidentes no metrô. Agora com passageiros é a primeira vez no metrô. Temos um acidente na Estação Consolação, no cruzamento da Rua Augusta com a Av. Paulista envolvendo passageiros, ferindo, no mínimo, 50 passageiros.

Já tínhamos alertado a população uma semana antes. Soltamos um manifesto alertando sobre o perigo que é hoje andar de metrô ou nos trens da CPTM. Hoje é normal essa cena de trens parados e as pessoas saindo e andando na linha férrea. As pessoas estão descendo dos trens de metrô porque eles quebram por falta de investimento. Existe também a falta de modernização adequada e há o processo de terceirização de serviços, de privatização de Metrô que leva a esse caos.

As denúncias são feitas inclusive pelos próprios trabalhadores do metrô, que há muito tempo denunciam a terceirização, a privatização e, sobretudo, a falta de investimento. Então, o que vem acontecendo no metrô é uma tragédia anunciada.

Uma semana antes do acidente, que ocorreu agora, nessa semana, já alertávamos porque conversamos com o Sindicato dos Metroviários, com pessoas dentro do metrô, com os usuários. Conhecemos o transporte sobre trilhos porque nós nos movimentamos dentro dele, mas, sobretudo, porque trabalhamos também com pessoas que estão militando nessa área.

Temos informações reais porque nunca tivemos tantos acidentes na CPTM e no metrô como agora e nunca tivemos tantas falhas. São inúmeras as falhas já contadas tanto no metrô como nos trens da CPTM. Então, vamos continuar criticando. Mas a nossa crítica é propositiva. É para que o Governo estadual invista mais no transporte sobre trilhos. Esta a nossa meta central para que a população não seja exposta a todos esses transtornos, prejuízos e até risco de vida, como foi no caso desse último acidente na Estação Vila Carrão. Esse o sentido da nossa crítica, com todo respeito às pessoas acidentadas.

Não vamos nos calar. O governador tem que ser cobrado sistematicamente, até porque, no ano passado, houve um corte orçamentário. O governo deixou de investir 208 milhões de reais nessa linha onde aconteceu o acidente. Nessa linha que aconteceu o acidente da Vila Carrão tem aumentado o número de usuários, mas houve redução de investimentos.

Foi por tudo isso que apresentei aqui um requerimento de convocação, convocando na Comissão de Transportes o presidente do Metrô, o Secretário dos Transportes Metropolitanos, o Sr. Jurandir Fernandes, e também o presidente da CPTM, para virem depor aqui e explicarem o que vem acontecendo e os planos de modernização, se é que existe um plano de modernização, de investimento, na CPTM e no Metrô.

Queremos explicações. É função da Assembleia Legislativa investigar. Não dá mais para a base do Governo ficar obstruindo as convocações que fazemos como vem acontecendo sistematicamente. Nós não conseguimos convocar o Presidente do Dersa, do FDE, do Metrô e da CPTM, mas temos que investigar as denúncias de corrupção, de superfaturamento de obras.

Não conseguimos aprovar as CPIs do Pedágio, da Educação do FDE, do Dersa e do Metrô, porque são todas obstruídas pela base de sustentação do Governo, como acontece em Brasília.

Nós, do PSOL, somos coerentes. Criticamos aqui o PSDB, a obstrução que é feita, o rolo compressor e, criticamos também, o que acontece em Brasília. Nossa bancada está denunciando a CPI do Cachoeira. Aquilo já está virando pizza porque há um acordo para isolar os aliados do Governo. Hoje, temos publicação de matérias nos principais jornais que um deputado da base do Governo escreveu no Twitter uma mensagem para o Governador Sérgio Cabral, dizendo que ele estaria blindado, que ele era do clubinho e que não aconteceria nada com ele. Um verdadeiro escândalo. Isso mostra que a CPI está sendo blindada e que os apoiadores do Governo não serão convocados nessa CPI do Cachoeira.

O PSOL está participando dessa CPI com um membro do nosso partido, o Senador Randolfe Rodrigues, que diz que está denunciando exatamente isso que estou dizendo aqui.

Então a nossa crítica vai para o Governo Federal que obstrui as principais investigações no Congresso Nacional e aqui, também, o PSDB que obstrui as nossas investigações. Tanto nas comissões permanentes quanto isolando e neutralizados nossos pedidos de CPIs que nem são instalados.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - PELO ART. 82 - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas e cidadãos que nos acompanham pela TV Assembleia, vim à tribuna várias vezes para em defesa da ação policial na área central da cidade de São Paulo, da ação da Polícia para inibir o tráfico de entorpecentes, principalmente na região chamada de Cracolândia, para defender a ação policial desencadeada do dia 3 de janeiro e, também, mostrando uma insatisfação sobre a postura da Defensoria Pública de São Paulo que no afã de defender o direito de ir e vir do cidadão acaba por fazer uma defesa da liberdade de ir e vir também do traficante em inúmeras situações, como tivemos até provocado pela própria Defensoria numa liminar judicial para que o indivíduo notadamente usuário de crack não pudesse ser abordado pela Polícia Militar, passando o sentimento ao policial de que não se deve abordar o eventual usuário do crack nem indivíduos que tenham conduta suspeita de que possam ser traficantes ou microtraficantes.

Entendo ter sido um grande serviço da Defensoria Pública de São Paulo, mas agora tomo conhecimento de que a Defensoria não quer a Polícia na Cracolândia. Ela pediu ou exigiu - e a Secretaria de Segurança Pública determinou - que tenha uma viatura permanentemente na porta do prédio da Defensoria, na Liberdade, Centro de São Paulo.

Quer dizer, para inibir o crime e o tráfico de entorpecente na Cracolândia não quer a Polícia lá. Agora na minha calçada eu não quero, na minha calçada eu quero a Polícia. Na calçada do prédio da Defensoria eu quero proteção. Vamos orientar o cidadão da Cracolândia a entrar com ação questionando a conduta da Segurança Pública, a conduta da Polícia Militar.

Acho lastimável a decisão de se ter permanentemente uma viatura da área Centro da Cidade de São Paulo com prejuízo no atendimento de ocorrências da região. Isso significa no linguajar policial que essa viatura não pode atender nenhum caso. É uma segurança para a calçada e o para o prédio da Defensoria, para que os senhores defensores fiquem absolutamente seguros ou que não sejam importunados eventualmente com usuários de crack sentados ou deitados na sua calçada. Uma coisa absolutamente lastimável!

Solicito, Sr. Presidente, que esta minha fala seja encaminhada ao comando da Polícia Militar, à Casa Civil, ao Governador e à Defensoria Pública de São Paulo.

Se tem asco da Polícia, se faz mídia e média achincalhando o trabalho policial, por que nos bastidores diz “mas para mim eu quero”? Assim é o sentimento de todo cidadão. Ele quer a Polícia próxima dele.

Acho interessante a Defensoria de São Paulo pedir a Polícia na calçada do seu prédio e não querer na Cracolândia. Acho profundamente lamentável. Mais lamentável ainda é disponibilizar a estrutura da Segurança Pública para cuidar da calçada, do acesso ao prédio da Defensoria enquanto a região como um todo não tem esse tipo de proteção privilegiada. Fica aqui a minha manifestação.

Vou começar a comparecer todos os dias para fotografar a viatura da Polícia Militar sem poder atender o restante da população para atender a Defensoria, que não gosta da Polícia mas para sua própria proteção, vai, pede e tem do Governo do Estado a estrutura de Segurança Pública em detrimento da segurança dos demais cidadãos.

 

O SR. OLÍMPIO GOMES - PDT - Sr. Presidente, havendo acordo de lideranças, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - JOOJI HATO - PMDB - É regimental. Antes, porém, esta Presidência quer parabenizar o nobre Deputado Olímpio Gomes, pela sua luta, luta essa que é de todos nós. Não é possível aceitar um país mergulhado nesse grau de envolvimento do crack, das drogas em geral, nessa violência tão radical, e ficarmos à mercê da própria sorte. Havendo acordo de lideranças esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos convoca V. Exas. para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia, lembrando-os da sessão solene a realizar-se hoje, às 20 horas, com a finalidade de prestar homenagem à Igreja Evangélica Canaã, solicitada pelo Deputado Fernando Capez, e da sessão solene da segunda-feira, às dez horas, com a finalidade de homenagear o “Dia Estadual da Prevenção ao Câncer de Mama”, solicitado pelo Deputado Edson Ferrarini. Esta Presidência dá por levantada a presente sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 37 minutos.

 

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